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Gravitação e introdução à Astronomia

Lei da gravitação universal de Newton

Em seus estudos, Newton intuiu que uma maçã caindo um pouco


acima da superfície terrestre e a Lua orbitando em torno da Terra
tinham algo em comum: a mesma força as puxavam para o centro da
Terra. Correlacionando as duas situações, enunciou a lei da
gravitação universal:

“Matéria atrai matéria na razão direta de suas massas e na razão


inversa do quadrado da distância que as separa.”

Ou seja, qualquer par de objetos no Universo (inclusive nós mesmos)


atraem-se mutuamente, em um par ação-reação de forças.

A aceleração adquirida pela maçã ao cair é a famosa aceleração da


gravidade (g).

Essa atração gravitacional é justamente a força peso, estudada


anteriormente, cujo valor é encontrado por

P=m.g
Força centrípeta

A tendência natural dos movimentos é que


eles ocorram em linha reta. Portanto, para
que um movimento seja curvilíneo
(circular, por exemplo), alguma força deve
agir.

Afinal, as forças são as causas do


movimento, e os alteram.

A força responsável pelos movimentos


curvilíneos chama-se força centrípeta. Ela é
responsável por variar, a cada instante a
direção e o sentido do movimento do
móvel, e aponta para o centro da curva.

Ao lado temos um exemplo: um carrinho


preso por um fio fará um movimento
circular devido à força de tração exercida
pelo fio preso nele. Não havendo mais a
tração, o carrinho se moverá em linha reta,
saindo pela reta tangente à circunferência.
Força centrípeta e velocidade de escape

Vamos considerar um satélite em órbita circular ao redor


da Terra. Pelo fato de realizar um movimento curvilíneo,
há uma força centrípeta atuando sobre ele.

No caso, a própria força peso, resultado da atração


gravitacional da Terra, faz esse papel de força centrípeta.

Segundo Isaac Newton, se fosse possível lançar um objeto


horizontalmente de um local bem elevado e com
velocidade alta o suficiente, esse objeto entraria em
órbita.

No século XX foi possível verificar as ideias de Newton. Se


a velocidade for igual a um determinado valor, chamado
velocidade de escape, o objeto “escapa” da atração
gravitacional e ruma em direção ao espaço.

Ao entrar em órbita, o objeto, como um satélite, fica em


uma situação onde ele está “sempre caindo”.
Velocidade de escape
Geocentrismo e Heliocentrismo

Desde tempos antigos, a humanidade tenta explicar


o comportamento da natureza. Aristóteles
(384 – 322 a.C.)
Um modelo foi proposto por Aristóteles para explicar
o que se via no céu, especialmente à noite.

De acordo com Aristóteles, a Terra seria o centro do


Universo, e os corpos celestes se moveriam a nosso
redor.

Esse modelo foi chamado de modelo geocêntrico, e


foi aprimorado por Cláudio Ptolomeu.

O modelo tinha limitações, mas foi considerado


como a melhor explicação por mais de 1.400 anos.

Ptolomeu
(100?-170? d.C.)
Geocentrismo e Heliocentrismo

Nicolau Copérnico elaborou um novo modelo,


insatisfeito com as limitações do modelo
geocêntrico. Dessa vez, no centro do Universo estaria Nicolau Copérnico
(1473 – 1543)
o Sol, e não mais a Terra.

Além disso, a Terra e os demais planetas girariam em


torno do Sol em órbitas circulares. Apenas a Lua
orbitaria ao redor da Terra.

O modelo, chamado heliocêntrico, era capaz de


prever melhor a posição dos astros no céu com o
passar do tempo.

O modelo teve um importante defensor: Galileu


Galilei.

Galileu Galilei
1564-1642)
Geocentrismo ou heliocentrismo?

Mas qual dos modelos era o correto? Estava instaurada a


discussão.... Tycho Brahe
(1546-1601)

Tycho Brahe realizou medidas e registros por 20 anos


para verificar qual modelo oferecia a melhor explicação
(mesmo sem telescópios, que não existiam!).

Johannes Kepler analisou os registros de Brahe e


verificou que o modelo heliocêntrico era menos
incorreto, mas que nenhum dos dois dava uma
explicação satisfatória para prever a posição dos astros.

Kepler então propôs suas conhecidas leis, aprimorando o


modelo heliocêntrico. Dentre elas, afirmando que os
planetas orbitam o Sol em órbitas elípticas.
Johannes Kepler
(1571-1630)
Após as contribuições de Isaac Newton (1642-1727), o
modelo geocêntrico foi abandonado em definitivo.
Sistema Solar

O Sistema Solar é composto de uma estrela


(Sol), e oito planetas (Mercúrio, Vênus,
Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e
Netuno), que orbitam a seu redor.

E, além disso, muitos satélites naturais,


planetas-anões, asteroides e cometas
também fazem parte do Sistema Solar.

De acordo com evidências científicas, o


Sistema Solar se formou a cerca de 4,6
bilhões de anos atrás.

Tudo começou a partir de uma nuvem de


gás e poeira, e através da atração
gravitacional, a matéria se reuniu em
diferentes pontos, o que deu origem ao Sol,
os planetas, seus satélites e todos os outros
elementos que fazem parte do sistema.
Planetas rochosos e planetas gasosos

Os planetas do Sistema Solar podem ser divididos Mercúrio


em dois grupos de acordo com suas características:
planetas rochosos (telúricos) e planetas gasosos
(jovianos).

Vênus
Planetas rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

Os quatro planetas possuem características


semelhantes: crostas rochosas, alta quantidade de
metais, pouco hidrogênio e hélio (elementos mais Terra
abundantes do Universo), além de serem bem
menores que os outros.

Marte
Planetas rochosos e planetas gasosos

Planetas gasosos: Júpiter, Urano, Saturno e Netuno.


Júpiter

Os planetas gasosos são bem maiores que os


rochosos, e possuem grande conteúdo de gases,
principalmente hidrogênio e hélio.

Saturno
Eles possuem um núcleo sólido, com grande
quantidade de gases ao seu redor. As porções mais
internas desses gases, logo acima do núcleo, são
liquefeitas devido à alta pressão.
Urano

Netuno
Planetas-anões

Ceres

São astros aproximadamente esféricos que


giram em torno de uma estrela; em suas
trajetórias existem outros astros de
tamanhos parecidos.

Até 2014, apenas cinco planetas-anões eram


conhecidos n Sistema Solar: Ceres, Plutão
(que já foi considerado um planeta), Éris, Plutão
Makemake e Haumea.
Éris

Os planetas-anões podem possuir luas e são


formados de rocha e gelo.

Haumea
Makemake
Asteroides

Os asteroides são corpos rochosos


menores, que giram ao redor do Sol.
Seu tamanho é da ordem de centenas
de quilômetros.

Acreditamos que os asteroides são


restos da formação do Sistema Solar.

Eles são formados por rocha e metal.


Asteroides

O Sistema Solar possui dois


cinturões de asteroides: O
primeiro fica entre Marte e
Júpiter.
Asteroides

O segundo cinturão de
asteroides é chamado de
cinturão de Kuiper, e fica
após a órbita de Netuno.
Cometas

Os cometas se originam nas áreas mais externas do


Sistema Solar, de restos da sua formação, e
permanecem em órbitas distantes do Sol.

Mas a sua órbita algumas vezes é perturbada, pela


atração gravitacional de Júpiter, e outros corpos.
Quando isso acontece um cometa entra no Sistema
Solar e pode passar perto da Terra.

Quando se aproximam do Sol, seu núcleo de gelo


sublima, ou seja, passa do estado sólido para o estado
gasoso, liberando gás e poeira.

Nesse processo, é formada sua “cabeleira” em volta do


núcleo e uma ou mais caudas.

Os cometas são visíveis somente quando estão


próximos do Sol, e viajam 3 vezes mais rápido que os
asteróides.
Meteoroides

Os meteoroides são fragmentos de rochas que se formam a partir de


cometas e asteroides. Quando entram em contato com a atmosfera
terrestre, eles se incendeiam por atrito, produzindo um efeito
luminoso.

Eles são asteroides pequenos: a maior parte equivale a grãos de areia.


Toneladas deles se dirigem à atmosfera da Terra todos os dias.

Mas só deixam sinais mais evidentes os que possuem mais de 4


metros de diâmetro.

A partir de 1 km de diâmetro, passam a ser considerados asteroides.


O Sol

É a estrela mais próxima da Terra, e possui 99,8% da


massa de todo o Sistema Solar!

A massa do Sol equivale a mais de 333 mil vezes a


massa da Terra, e seu diâmetro é de cerca de 109 vezes
o diâmetro terrestre.

O Sol é constituído basicamente de hidrogênio e hélio,


e possui quantidades bem menores de alguns outros
elementos químicos.

No Sol, ocorre a fusão nuclear, processo responsável


por fornecer enormes quantidades de energia para o
Sistema Solar.
Distâncias no Universo

Passear pelo Universo não é uma tarefa fácil. Ele é imenso e


está em expansão, e seriam necessários mais de 13 bilhões
de anos, viajando na velocidade da luz (300.000 km/s), para
cruzá-lo.

Para efeito de comparação, os aviões comerciais viajam a 800


km/h, e, nessa velocidade, seriam gastos quase 22 anos para
chegar ao Sol.

Por isso, utilizam-se unidades diferentes das usuais para


medir as distâncias no Universo. A mais utilizada é o ano-luz,
que corresponde à distância que a luz viaja em um ano, cerca
de 9,5 trilhões de km.

A estrela mais próxima de nós, sem considerar o Sol, é a


Proxima Centauri, que está a cerca de 4,2 anos-luz da Terra.
Galáxias

A galáxia que contém nosso Sistema Solar é


chamada Via Láctea, que pode ser vista do céu
como uma faixa irregular, com grande
concentração de estrelas. O nome é devido à
semelhança com respingos de leite derramado.

A estimativa é de que a Via Láctea contenha de


100 a 400 bilhões de estrelas, e a galáxia possui
um diâmetro compreendido entre 170 e 200 mil
anos-luz.

O Sistema Solar está distante do centro galáctico:


cerca de 26 mil anos-luz separam o Sol do núcleo
da galáxia.

Estima-se que existam mais de 100 bilhões de


galáxias no Universo, onde cada uma pode
contes bilhares de estrelas!
Tipos de galáxias

1) Galáxias espirais:

Possuem um núcleo de onde saem seus braços em


forma de espiral.

É o caso da Via Láctea.


Tipos de galáxias

2) Galáxias elípticas:

Nelas, as estrelas se distribuem formando uma elipse


ou uma esfera.

Elas possuem poucas estrelas jovens, poeira e gás


sendo, portanto, constituídas de estrelas maduras.

É o caso, por exemplo, da galáxia NGC 1316.


Tipos de galáxias

3) Galáxias irregulares:

Como o nome já sugere, elas não possuem


formato definido.

Possuem grande quantidade de estrelas jovens e


de gás.
Estrelas

As estrelas são classificadas de acordo com suas características espectrais. A maior parte das estrelas estão
classificadas de acordo com o sistema Morgan-Keenan (MK), que utiliza uma sequência de letras: O, B, A, F, G,
K, M, onde o tipo mais quente é O e o mais frio é o M.

O esquema a seguir mostra a cor predominante e a temperatura de cada classe. Repare que o Sol está longe de
ser do tipo mais quente!
Estrelas

A figura abaixo mostra um comparativo entre os tamanhos de algumas estrelas. Não é surpreendente perceber
que o Sol é uma estrela anã!
Ciclo de vida estelar

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