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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

PRÁTICA PEDAGÓGICA
INTERDISCIPLINAR:
FUNDAMENTOS E
METODOLOGIA DO ENSINO
DA BIODIVERSIDADE
Kessy Almeida Sillman da Cunha
Ronald Assis Fonseca

1
PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR: FUNDAMENTOS E
METODOLOGIA DO ENSINO DA BIODIVERSIDADE

1ª edição
Ipatinga – MG
2021

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FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Bruna Luiza Mendes Leite
Carla Jordânia G. de Souza
Guilherme Prado Salles
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras
Taisser Gustavo de Soares Duarte

© 2021, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.

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Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo apli-
cado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são
para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com
uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos cientí-


fico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou
links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblio-
teca Pearson) relacionados com o conteúdo abor-
dado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações im-
portantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de determi-


nados termos/palavras mostradas ao longo do livro.

Este espaço é destinado para a reflexão sobre ques-


tões citadas em cada unidade, associando-o a suas
ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidi-
ano.

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UMA BREVE HISTÓRIA DO
PLANETA TERRA UNIDADE

A FORMAÇÃO DO UNIVERSO E DO SISTEMA SOLAR


encon-
Na história da humanidade, em diferentes partes do globo Terrestre, foram mui-
trada.
tos os que se aventuraram a explicar a formação do universo e da Terra. A busca por

UNI-
explicações remota às mais antigas mitologias registradas. Atualmente, a explicação
científica mais aceita, é a teoria do Big Bang (Grande Explosão), o ponto de partida

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para formação do universo que ocorreu a cerca de 14 bilhões de anos atrás, quando
toda matéria e energia estavam concentradas em um único ponto de densidade
inconcebível resultando em uma grande explosão. DADE
Segundo os cientistas desde a Grande Explosão o universo se dilui e se expan-

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diu. Nessa primeira fase de expansão houve o surgimento das quatro forças funda-
mentais da natureza, que são elas: força eletromagnética, as forças nucleares forte
e fraca e a força da gravidade. Conforme a temperatura e a densidade decresciam
ocorreu o processo chamado nucleogênese, a formação da matéria, dos chamados
prótons, nêutrons e elétrons.
As estrelas e as galáxias se formaram posteriormente quando o resfriamento
generalizado permitiu que a matéria se confinasse em nuvens de gás. Com a ação
da força gravitacional estas nuvens gasosas entraram em colapso, e o aquecimento
de seus núcleos levou a formação das primeiras estrelas e das galáxias.
Estima-se que as primeiras galáxias surgiram cerca de 13 bilhões de anos atrás.
A nossa conhecida Via Láctea tem aproximadamente 8 bilhões de anos e dentro
dela o nosso sistema solar originou-se a cerca de 4,6 bilhões de anos atrás.
A forma do nosso sistema solar se deve ao fato de que essa nuvem de gás,
difusa em rotação lenta se contraiu resultando em um formato de disco achatado,
que começou a girar mais rapidamente concentrando a matéria em seu centro, e
formando primeiramente um proto-sol. Logo esse disco envolvido por gás e poeira
formaram pequenos grãos que se colidiram e se agregaram em pequenos blocos,
também chamados de planetesimais. As diversas colisões e o aumento dos planete-
simais devido a força da gravidade formaram a estrutura dos planetas do Sistema

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Solar. A massa do sistema (99,8%) se concentra no sol, com planetas girando ao seu
redor, e também diversos asteroides. Os planetas se diferenciam devido ao tipo de
evolução que sofreram. Os planetas que orbitam próximos ao sol são chamados de
interiores (internos ou terrários), e seu desenvolvimento foi notoriamente diferente dos
planetas que estão mais afastados do sol, chamados de exteriores. Entre os planetas
interiores e os planetas exteriores encontramos também o cinturão de asteroides,
como mostra a figura a seguir.
Logo nosso Sistema Solar é composto pelo Sol e todos os corpos celestes que
orbitam ao seu redor, que são os planetas interiores e exteriores e seus respectivos
satélites naturais (como nossa Lua), os planetas anãos (Plutão, Ceres, Makemake, Hu-
mea e Eris) e seus respectivos satélites, bem como os asteroides e outras partículas
espaciais.
Figura 1: O Sistema Solar

Fonte: IBGE - Atlas Geográfico Escolar (2020)


Os planetas interiores são constituídos de rochas e metais, possuem massa pe-
quena e densidade média semelhante à da Terra, cerca de 5g/cm³. Possuem poucos
satélites e atmosferas finas e rarefeitas. No desenvolvimento dos planetas internos a
proximidade com o sol fez com que grande parte do material volátil não ficasse re-
tida neles. A radiação solar impediu a maior parte do hidrogênio e metais densos que
formaram os planetas foram abandonados. Em um segundo momento, os planetas
começam a crescer devido a constante colisão de meteoritos remanescentes do
período pré planetário, há cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, tomando a forma que
conhecemos hoje.
Os planetas exteriores apresentam massa grande e densidade média próxima

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a do sol, possuem mais satélites e atmosferas mais espessas e embora tenham núcleos
rochosos sua composição é basicamente de Hidrogênio e Hélio, muito similares as
condições do sol e da nebulosa solar. Os materiais voláteis provindos dos planetas
interiores foram impelidos para a parte externa e fria da nebulosa, permitindo a for-
mação dos planetas exteriores gigantes.
O Cinturão de Asteroides, localizado entre Marte e Júpiter, é composto por
milhares de fragmentos rochosos de diferentes tamanhos, o maior deles chamado
Ceres, considerado um planeta anão. É provável que a maior parte dos meteoritos
que caem na Terra provenha desta área. A hipótese para que estes asteroides não
conseguiram se unir e formar um único planeta, é de que na época de acresção, às
perturbações de natureza gravitacional advindas de Júpiter impediram este pro-
cesso.

FORMAÇÃO E ESTRUTURA DO PLANETA TERRA

Quando o planeta Terra estava exposto às colisões planetesimais e de corpos


maiores, tais colisões geraram energia cinética que logo foi convertida em conver-
tida em calor. Um grande impacto que chocou a Terra criou uma porção de detritos
tanto da Terra quanto do corpo que se chocou. Esses detritos se agregaram e é co-
nhecido hoje como a nossa Lua. Esse forte impacto além de mudar o eixo rotacional
da Terra, fazendo seu plano vertical sofrer uma inclinação de 23°, fez com que a Terra
acelerasse a sua velocidade de rotação, como mostra o esquema da figura a seguir.
Figura 2: Simulação do impacto que inclinou a Terra e formou a lua

Fonte: Press Frank et al.Para Entender a Terra (2006)

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Além disso, o calor radioativo provindo de elementos como o urânio contribuiu
para o aquecimento e fusão dos materiais da Terra. Apesar da baixa disponibilidade
desses elementos, eles mantêm o calor interior da terra até hoje e foram considera-
velmente importantes para na evolução do planeta.
Contudo o processo inicial de formação da Terra foi a partir dos planetesimais
e remanescentes da nebulosa que sofreram alterações e se fundiram quando houve
este grande choque, o que gerou uma camada externa de centenas de quilômetros
de espessura de rocha derretida ou também chamado de “Oceano de lava”, onde
a parte interior foi aquecida um estado de menor densidade, que facilitava a loco-
moção dos materiais. O material mais pesado imergiu para o interior e formou o nú-
cleo, e o material mais leve ficou na superfície e formou a crosta, trazendo consigo o
calor interno e fazendo com que ele se dissipasse para o espaço. Desta maneira a
Terra se resfriou e grande parte se tornou sólida, passando a ser um planeta diferen-
ciado como explicitado na figura 3 mais abaixo, contendo três camadas principais:
Núcleo central, a crosta externa e o manto que separa os dois. Este é o modelo mais
aceito até hoje pelos cientistas, sobre a formação da Terra e da Lua.
A Terra é um sistema aberto que possui massa aproximada em 6x10²9g e den-
sidade de 5,52g/cm³. O raio equatorial é de 6,378,2 km e o seu volume 1,083x10¹²km³.
As três principais camadas da Terra são: O núcleo, que é composto de elementos
mais densos, como ferro e níquel, existindo uma diferença em seu interior, no cha-
mado núcleo central, que é sólido devido à alta pressão nesta região e na parte
exterior ele é liquido, no então chamado núcleo externo. A crosta terrestre que é
uma cama fina, de cerca de 40km de profundidade a qual se concentraram os ele-
mentos menos densos e fáceis de se fundirem, tais como silício, alumínio, cálcio, mag-
nésio, entre outros. E o manto localizado entre as duas camadas anteriores, que
forma a maior parte sólida da Terra, nele encontramos elementos de densidade mé-
dia composto na maioria das vezes de oxigênio com magnésio, ferro e silício. A figura
3 mostra um esquema de como estão situadas as camadas da Terra.

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 Os componentes que fazem parte da camada externa são:

Atmosfera – Camada de gases que envolvem a Terra e é retida pela ação da


gravidade;
Hidrosfera – Compõe a parte aquática da Terra, incluindo rios, lagos, oceanos
e água subterrânea;
Biosfera – Toda matéria orgânica relacionada à vida. Atuando tanto na at-
mosfera, quanto na hidrosfera e em parte da Litosfera;

 Os componentes que fazem parte da dinâmica interna da Terra são:

Litosfera – Camada sólida da superfície terrestre, que inclui a crosta e o manto


superior, com cerca de 100km da espessura;
Astenosfera – Camada fina do manto situada logo abaixo da Litosfera, de ca-
ráter fluido e acomoda os movimentos das placas tectônicas;
Manto inferior – Camada que se situa abaixo da Astenosfera e se diferencia
da camada do manto superior pelo o aumento da velocidade do material e existên-
cia de pontos mais quentes, chamado de hot spots;
Núcleo Externo – Camada líquida composta por ferro que se estende por mais
de 2500km até o núcleo interno;
Núcleo Interno – Camada de mesma composição do núcleo externo, porém
devido à altíssima pressão se torna sólida, tem em torno de 1250km de espessura.
Entre o manto e a crosta terrestre existe uma descontinuidade que os separam, cha-
mada de Descontinuidade de Mohorovicic. E entre o manto e o núcleo, outra des-
continuidade chamada de Descontinuidade de Gutenberg.

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Figura 3: Estrutura da Terra e seus principais componentes

Fonte: Adaptado pelo autor a partir da fonte CPRM. Estrutura Interna da Terra (2015)

Esses componentes interagem entre si, e formam os principais subsistemas da


Terra, o sistema do clima (Atmosfera/Hidrosfera/Biosfera); Sistema das placas tectôni-
cas (Litosfera/Astenosfera/Manto inferior); Sistema Geodinâmico (Núcleo externo e
núcleo interno).

TEMPO GEOLÓGICO

Até aqui vimos que a Terra está passando por constantes mudanças, que ape-
sar de hoje ela ser mais estável, o sistema continua a gerar transformações na paisa-
gem. O tempo geológico refere-se à escala de tempo cronológica das mudanças
que ocorreram nesses 4,5 bilhões de anos da Terra. É um desafio compreender tal
escala de tempo, pois no tempo humano estamos acostumados a relembrar fatos
de centenas de anos atrás ou até de milhares, mas imaginar uma escala de bilhão é
um exercício difícil que os geólogos fazem para entender a dinâmica da paisagem
tal como ela é hoje.

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O tempo geológico foi dividido com a finalidade de estudar e entender a evo-
lução da Terra, chamado de unidades cronoestretigráficas, representadas pela ta-
bela geológica pelos éons, eras, períodos e épocas e idades, conforme a tabela a
seguir.
Os éons representam um intervalo de tempo muito grande, dividido em quatro:
Hadeano, Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico. Com exceção do Hadeano, os ou-
tros éons são divididos em eras.
Uma era geológica é definida pelo modo como os continentes e oceanos es-
tavam distribuídos e os seres vivos se encontravam nela. Com exceção do Arqueano
as eras também foram desmembradas em períodos.
Os períodos são unidades fundamentais na escala do tempo geológico e os
da Era Cenozóica são ainda divididos em épocas.

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Figura 4: Tabela Geológica simplificada

Fonte: (PENA, s/d )

A tabela ilustra a tabela geológica, a divisão do tempo geológico e suas res-


pectivas idades. Para cada divisão existe um fato geológico que marca o fim de uma
unidade e o início de outra, como grandes extinções, movimento de continentes,

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glaciações, entre outros fatos. Atualmente existe um conceito que vem sendo am-
plamente debatido entre cientistas da Terra, que diz respeito a criação de um novo
período geológico, o Antropoceno ou Tecnógeno. Essa proposta surgiu com a con-
cepção de que o ser humano é um agente geológico, e suas ações estão interfe-
rindo, de forma direta e indireta, em mudanças permanentes na Terra. O artigo de
Ter-Stepanian G. de 1988, The beginnig of the Technogene, argumenta que as extin-
ções e outras mudanças na Terra foram decorrentes de processos naturais que mu-
daram bruscamente a situação física-geológica e fizeram gêneros inteiros, ou mesmo
ordens de plantas e animais desaparecerem, sendo incapazes de se adequarem as
novas condições. Atualmente vemos mudanças parecidas, como extinções de al-
guns animais, devido a interferência (direta ou indiretamente) da ação humana
acrescentando que:

O agravamento universal, intenso e rápido dos problemas ambientais,


a opressão de vida na Terra, e a poluição, que ocorrem sem a interfe-
rência dos processos tectônicos, acontecem em uma taxa nunca vista
antes do passado... As consequências biológicas, ecológicas, de en-
genharia geológica, econômicas e sociais foram estudadas, porém
nenhuma conclusão foi tirada até agora. É geralmente aceito que es-
tamos vivendo no Quartenário. É isso? (Ter Stepanian, 1988).

O conceito é amplamente debatido, pois não se chega a um consenso de


qual seria seu marco, se foi a revolução industrial por exemplo. Além disso, alguns
cientistas ainda refutam a ideia por achar que o tempo humano ainda é curto, não
sendo tão significativo para o tempo da Terra.

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FIXANDO O CONTEÚDO

1. A hipótese cientifica mais aceita sobre a formação do universo é:

a) a Teoria Geodésia
b) a Teoria de Gaia
c) a Teoria da Grande Explosão (Big Bang)
d) a Teoria da Universalidade
e) o Criacionismo

2. Os planetas se diferenciam em dois grupos devido ao tipo de evolução que sofre-


ram, e são chamados de:

a) Grandes e Pequenos
b) Interiores e Exteriores
c) Quentes e Frios
d) Gasosos e terrários
e) Interiores e terrários

3. (IBGE/2010) Em relação ao raio da Terra, da ordem de 6.400 km, a espessura média


da crosta continental representa apenas cerca de:

a) 10%
b) 6%
c) 3%
d) 1%
e) 0,1%

4. O planeta Terra é um planeta diferenciado, que contem diferentes camadas em


sua estrutura interna. Uma hipótese científica atribuída a essa diferenciação e que
pode ter causado uma inclinação em seu eixo foi:

a) sua proximidade com o sol.


b) a formação da atmosfera.

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c) a força da gravidade.
d) um grande impacto de um corpo celeste que formou a lua.
e) o movimento de rotação e translação.

5. (UFRJ/2008) As unidades da litosfera são:

a) manto litosférico, crosta oceânica e crosta continental;


b) manto litosférico, astenosfera e crosta continental;
c) troposfera, manto litosférico e crosta oceânica;
d) crosta continental, crosta oceânica e arco magmático;
e) crosta oceânica, manto e arco magmático.

6. Os componentes da Terra que interagem entre si e orientam o Sistema das Placas


Tectônicas são:

a) Litosfera, astenosfera e Manto inferior.


b) Litosfera, manto superior, manto inferior e núcleo externo.
c) Astenosfera e Manto superior.
d) Manto superior, manto inferior e núcleo externo.
e) Litosfera e astenosfera.

7. (UFRJ/2008) Indique a sucessão correta para os diferentes períodos da Era Paleo-


zoica:

a) Cambriano, Siluriano, Devoniano, Ordoviciano, Carbonífero e Permiano;


b) Cambriano, Carbonífero, Permiano, Siluriano, Devoniano e Ordoviciano;
c) Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e Permiano;
d) Cambriano, Permiano, Carbonífero, Siluriano, Ordoviciano e Devoniano;
e) Cambriano, Devoniano, Ordoviciano, Siluriano, Carbonífero e Permiano.

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8. Pela classificação da divisão da tabela Geológica, o século XXI corresponde ao
respectivo período e época do:

a) Quaternário, Pleistoceno.
b) Neógeno, Plioceno.
c) Cenozóico, quaternário.
d) Quaternário, holoceno.
e) Cenozóico, Neógeno.

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TECTÔNICA GLOBAL UNIDADE

TECTÔNICA GLOBAL

Como vimos anteriormente, o planeta Terra está em constante mutação, ape-


sar de hoje os processos serem mais estáveis, eles continuam ocorrendo. A configu-
ração dos continentes, por exemplo, se modificou ao longo de milhares de anos. Mui-
tas vezes esses processos são quase imperceptíveis para o tempo humano, como no
caso do afastamento do Brasil com o continente Africano (cerca de 2cm por ano),
já em outros casos, podemos sentir o efeito da movimentação quando geram terre-
motos, fraturas na crosta ou até a erupção de vulcões.
Muitos pesquisadores, já haviam percebido uma semelhança entre alguns
continentes, como peças de quebra cabeça desencaixadas. O conceito inicial de
que os continentes estavam se movimentando ao longo dos milhares de anos foi ini-
ciada com a teoria da Deriva continental. Os estudos de alguns geólogos aponta-
vam para um continente unificado no passado, o chamado tempo da Terra de
Gondwana.
Os vestígios que orientavam esta teoria foram muito bem incorporados, como
muitas similaridades geológicas das idades de rochas e as orientações estratigráficas
que apontavam nos dois continentes de lados opostos do Atlântico. Além de outras
evidências como dados climatológicos e fosseis da mesma espécie e idade, encon-
trados em diferentes continentes que se encaixavam.
Os resultados desses estudos remontam a configuração dos continentes em
diferentes períodos do tempo geológico, conforme a figura a seguir.

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Figura 5: Organização dos continentes ao longo do tempo geológico

Fonte: Grotzinger et al (2013)

A TEORIA UNIFICADORA DAS PLACAS TECTÔNICAS

A Deriva continental foi base para entender que os continentes se movimen-


tam ao longo do tempo, e que os vestígios apontam para tais configurações elabo-
radas, porém essa teoria não dava conta de explicar o porquê e como estes conti-
nentes se movimentam.
A década de 1960 foi um marco para muitas ciências, com o desenvolvimento
de tecnologias e reformulação de muitas teorias. Especificamente na Geologia, a
formulação da Teoria das placas tectônicas conseguiu unificar de modo satisfatório
a explicação da variedade dos processos geológicos. Celino et al. (2003), cita a re-
levância da Teoria da Tectônica de placas:

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O sucesso da teoria das placas tectônicas não se deu apenas porque
ela explica as evidencias geofísicas, mas também porque apresenta
um modelo no qual dados geológicos, acumulados durantes os últi-
mos 200 anos se encaixam. Além disso conduziu as ciências da Terra
até um estágio onde ela não apenas explica o que aconteceu no
passado, o que está acontecendo no presente, as também o que
acontecerá no futuro. (Celino, Marques, & Leite, 2003)

Como vimos anteriormente, a Litosfera é a porção da estrutura terrestre onde


se encontra, na parte externa, a crosta, e na parte interna, parte do manto superior,
ela tem em média 100 km de espessura e é compartimentada e por falhas e fraturas
profundas em placas. O limite inferior da litosfera é marcado pela Astenosfera, que
devido a diminuição da temperatura nessa zona, baixa a velocidade das ondas sís-
micas e forma um estado mais plástico e fluido, levando essas placas da crosta a
deslizarem sobre a Astenosfera. Os limites de placas tectônicas são observados na
figura a seguir.

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Figura 6: Mosaico das placas tectônicas e distribuição de vulcões e terremotos correlacionados.

Fonte: CEPA/USP

As placas litosféricas podem ser de natureza oceânica ou continental, e em


alguns casos uma mistura dos dois, sua classificação ocorre de acordo com o mate-
rial que as compõe. A crosta oceânica tem uma composição mais homogenia, cons-
tituída de rochas vulcânicas básicas (Basalto, por exemplo), cobertas em muitos tre-
chos por uma camada fina de material sedimentar. Já a crosta continental tem com-
posição mais variada, indo de rochas de caráter ácido até ultramáfico, de caráter
granítico. Isso lhe confere uma característica menos densa do que as placas oceâni-
cas, que apresentam maior densidade.
Os limites das placas se diferenciem em Limites Divergentes, onde as placas se
afastam uma da outra, Limites Convergentes, onde as placas se juntam e se colidem,
sendo a placa mais densa mergulhada sob a menos densa e Limites Transformantes,
onde as placas deslizam horizontalmente uma em relação à outra.
Nesta seção podem conter informações sobre a composição dos magmas,
que veremos com mais detalhes na próxima unidade.
 Limites divergentes
O movimento que causa o afastamento de duas placas, que acontece em
meio aos oceanos gera em seu limite uma cadeia de montanhas submersa, que cha-
mamos de dorsal mesoceânica, onde encontramos falhamentos, terremotos e vul-
canismo devido à força do estiramento causada por estas placas se separando. Um
exemplo é a dorsal Mesoatlântica, construída a partir da divergência entre a placa
Norte-americana e a placa Eurasiana, conforme exibe o esquema da figura a seguir:

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Figura 7: Esquema do mecanismo do processo geológico decorrente da separação de duas
placas tectônicas em assoalho oceânico.

Fonte: CEPA/USP

O movimento que causa o afastamento de duas placas que acontece em


meio ao continente, gera uma série de rupturas na crosta e fazem com estas sejam
preenchidas por rochas vulcânicas, o processo que chamamos de riftiamento. Além
disso, a força desse afastamento gera falhamentos, terremotos e vulcanismo, como
representa o esquema da figura 8. Um exemplo é o vale do leste africano, onde a
crosta se encontra num estágio inicial de fragmentação.

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Figura 8: Esquema do mecanismo do processo geológico decorrente da separação de duas
placas tectônicas em meio ao continente.

Fonte: Grotzinger et al, 2013

 Limites convergentes de placa oceânica com placa oceânica.


Quando duas placas oceânicas se colidem, a placa mais densa (mais antiga,
mais fria e mais espessa) mergulha sob a outra placa menos densa em direção ao
manto, levando consigo parte do material sedimentado que irá se fundir junto com
a crosta oceânica em subducção, conforme mostra o esquema da figura 9. Este pro-
cesso gera intenso vulcanismo de composição andesítica, formando arquipélagos
de ilhas. Um exemplo são as ilhas que constituem o Japão.

Figura 9: Esquema do mecanismo do processo geológico decorrente do choque de duas


placas oceânicas

Fonte: Grotzinger et al, 2013.

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 Limites convergentes de placa oceânica com placa continental
Na colisão de uma placa oceânica com uma placa continental, a placa mais
densa (oceânica) irá mergulhar sob a placa menos densa (Continental), que irá pro-
duzir um arco magmático em sua borda, caracterizada por rochas ígneas tanto in-
trusivas e quanto extrusivas (veremos mais sobre essas rochas na unidade 4), con-
forme mostra o esquema da figura 10. Um exemplo desse tipo de colisão é entre a
placa Sul-americana e a placa Nazca, que formam a cordilheira dos Andes, no oeste
da América do Sul.

Figura 10: Esquema do mecanismo do processo geológico decorrente do choque de uma


placa oceânica com uma placa continental

Fonte: Grotzinger et al 2013

 Limites convergentes de placa continental com placa continental


No caso de duas placas com densidades parecidas, o processo de subduc-
ção quase não ocorre, o que diminuiu a intensidade de vulcanismo, porém estes tipos
de colisões formam grandes cadeias montanhosas elevadas, gerando um intenso
metamorfismo de rochas pré-existentes e a fusão parcial da crosta continental que
gera magmatismo granítico, conforme mostra o esquema da figura 11. Este é o caso
que dá origem a cordilheira de montanhas do Himalaia e também dos Alpes.

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Figura 11: Esquema do mecanismo do processo geológico decorrente do choque de duas
placas continentais

Fonte: Grotzinger et al, 2013

 Limites transformantes
São caracterizados em bordas onde as placas deslizam se uma em relação a
outra, também conhecida como zona de cisalhamento, e geram uma serie de fa-
lhamentos, conforme mostra o esquema da figura 12. A falha de San Andreas na
Califórnia é um exemplo de onde este tipo de limite ocorre, onde a placa Norte-
Americana desliza em relação à Placa Pacífica.

Figura 12: Esquema do mecanismo do processo geológico decorrente de limites transfor-


mantes de duas placas tectônicas continentais

Fonte: Grotzinger et al. 2013

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Além de terem densidades diferentes, por conta do tipo de material presente,
elas se movem em velocidades diferentes, devido à proporção de crosta continental
presente nas placas. Outro ponto é que as placas são convexas e movimentam se
sobre uma superfície esférica em torno de um eixo (de rotação de placa) e um polo
(de expansão), que não se referem nem ao eixo de rotação da Terra nem aos polos
geográficos. O polo de expansão é definido como um ponto em volta do qual a
placa tectônica gira. Para uma determinada velocidade angular de uma placa a
velocidade de diferentes pontos será diferente, logo a velocidade aumenta à me-
dida que os pontos se afastam do polo. A partir de estações que registram frequen-
temente os dados do Sistema de Posicionamento Global (GPS) é possível determinar
o movimento e velocidade em que as placas se movem. Em média elas se movi-
mento cerca de alguns centímetros por ano.
Acredita-se que a direção em que as placas se movem é resultado das cor-
rentes de convecção no manto, esses estudos ainda intrigam os cientistas e não
existe apenas uma única forma de explicação para a ocorrência deste processo. O
princípio de uma célula de convecção pode ser observado se colocarmos, por
exemplo, um material fluido e viscoso dentro de uma panela que será aquecida na
base inferior pelo fogo, e outros dois exemplares de outro tipo de material em estado
sólido por cima desse material viscoso, o que irá ocorrer ao aquecer o centro da base
da panela, é que o material viscoso irá esquentar mais rapidamente no centro do
que nas bordas da panela, diminuindo a densidade do mesmo, em consequência a
parte mais fria localizada na borda descerá para ocupar o lugar do material que
subiu, instalando uma circulação de fluidos, e afastará os dois exemplares sólidos
para a borda, seguindo o sentido das correntes. Com base nesse processo os pesqui-
sadores tentaram explicar o mecanismo motor da tectônica de placas. Como obser-
vamos na figura 13 abaixo, dois modelos de mecanismos de correntes de convecção
são sugeridos, o primeiro (a) mostram as correntes de convecção ocorrendo somente
na astenosfera, e o segundo (b) mostram correntes de convenção envolvendo todo
o manto.

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Figura 13: Modelos de mecanismos de correntes de convecção

Fonte: Teixeira, W. et al 2003.

Outro processo que ocorre em determinados domínios do manto infe-


rior, na parte mais profunda, são anomalias térmicas com aquecimento do
material rochoso que ascende como colunas quentes e turbulentas para a
camada superior do manto até alcançar a litosfera, onde forma uma câmara
magmática, os vulcões. Esses pontos superaquecidos do manto são chama-
dos de pluma mantélica ou hot spots, muitas vezes são utilizados como pontos
de referência para medir a velocidade absoluta de placas tectônicas. O ar-
quipélago de ilhas vulcânicas no Havaí está relacionado a um desses pontos
superaquecidos. Quando o magma, através da câmara magmática criada
pelo ponto quente, atravessa a litosfera que se move lentamente em direção
horizontal, cria se um rastro de vulcões conforme explicita o esquema da fi-
gura a seguir.

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Figura 14: Esquema do mecanismo de funcionamento de pontos quentes (hot spots) no
magma.

Fonte: CEPA/USP

OROGÊNESE E EPIROGÊNESE

A orogênese e a epirogênese são tipos de movimentos tectônicos que se di-


ferenciam pela direção em que ocorrem. Quando os movimentos ocorrem horizon-
talmente e formam cadeias montanhosas, esse processo é conhecido como orogê-
nese, e geram marcas como estruturas como dobras no relevo, principalmente em
locais de movimentação ativa, que são mais instáveis. Já o termo epirogênese, está
relacionado com o movimento lento e gradual de verticalização do relevo, em de-
corrência das reações isostáticas.

28
A reação isostática ocorre em busca do equilíbrio densiométrico de massas
litosféricas sobre a astenosfera. É a reação semelhante à de corpos flutuantes sobre
um líquido. Quando essa massa desce (negativa) ocorre o processo de subsidência
e quando a massa vai para cima é chamada de soerguimento, logo os processos
relacionados aos movimentos epirogênicos são mais estáveis, e também ocorrem
em bordas não mais ativas de placas tectônicas, diferente dos processos orogêni-
cos, que são mais dinâmicos.

VULCANISMO E TERREMOTOS

Como vimos anteriormente, o movimento das placas tectônicas gera uma sé-
rie de processos geológicos decorrente das suas movimentações, como as ativida-
des vulcânicas ou vulcanismo. Ao longo do tempo geológico também vimos que os
continentes sofreram modificações em sua organização, sendo assim, existem anti-
gas zonas de vulcanismo que atualmente estão desativadas, mas guardam marcas
de seu passado. Um vulcão se configura através de uma câmara magmática, que
carrega o magma a superfície e entra em erupção como lava formando montanhas
ou elevações através da acumulação de lavas e outros materiais eruptivos.
A composição da lava interfere na forma como é expelida, se for de forma
abrupta e explosiva, formam materiais piroclásticos. Quando um magma se prepara
para entrar em erupção, as rochas subjacentes não permitem que os materiais volá-
teis escapem, elevando a pressão até chegar num momento que ocorre uma explo-
são. Quanto maior a pressão acumulada, maior a explosão e os fragmentos piroclás-
ticos, que são classificados de acordo com seu tamanho. Os fragmentos menores,
com menos de 2 mm de diâmetro, são chamados de cinzas vulcânicas. E fragmentos
maiores são chamados de bombas vulcânicas. Os materiais menores e ainda quen-
tes se litificam-se e formam as rochas chamadas de tufos, e as rochas de sedimentos
maiores são chamadas brechas vulcânicas. Os fluxos piroclásticos são um tipo de
erupção muito explosiva e muitas vezes devastadora, ocorrem quando a cinza
quente e gases são ejetados como uma nuvem ardente que se projeta montanha
abaixo em alta velocidade.
A composição magmática varia de acordo com os elementos presentes, que
serão mais bem definidos na unidade 4, porém é possível adiantar que as lavas mais
ocorrentes são de caráter basáltico, ou seja, rico em ferro, magnésio e cálcio e com

29
baixa quantidade de sílica, logo são extremamente fluidas e podem escorrer rapida-
mente por grandes distancias, também são raramente explosivas. Geralmente é pro-
duzida em dorsais mesoceânicas e em pontos quentes do magma (hot spots).
Já as lavas de caráter andesítico, apresentam um nível intermediário de sílica,
e logo menor temperatura e fluidez. Geralmente são encontradas em cinturões de
montanhas, e também podem ocorrer a nível subterrâneo aquático, que geram
grandes explosões, pois produzem grande quantidade de vapor aquecido que en-
tram em contato com o duto vulcânico e são expelidos de forma abrupta.
As lavas de caráter riolítico, também são bastante observadas, com alto teor
de sílica, e por sua vez com menores temperaturas que as outras supracitadas, e con-
sequentemente mais viscosas e lentas. Por esta razão acumulam facilmente os gases
produzidos ao longo de grandes depósitos, gerando maiores explosões quando en-
tram em erupção. Os vulcões de composição riolítica são vulcões intensamente mo-
nitorados, é o caso do Yellow Stone nos Estados Unidos.
Os terremotos assim, como parte das atividades vulcânicas são resultados dos
movimentos das placas tectônicas. Quando as placas se movimentam, produzem
esforços para se ajustarem e a tensão liberada é sentida na crosta terrestre a quilô-
metros de distância, que chamamos de ondas sísmicas. Quanto maior a pressão exer-
cida pela placa para se ajustar, maior será o efeito do terremoto.
O local onde ocorre o abalo e gera o terremoto é chamado de epicentro, que
pode ocorrer em diferentes profundidades. Os sismógrafos são aparelhos que regis-
tram as ondas sísmicas, sendo uma ferramenta que serve para examinar locais ina-
cessíveis. Quando as ondas são captadas por esta ferramenta e entra em contato
com outras estações de medição é possível determinar o foco e a intensidade do
tremor. Para tanto, foram criadas algumas escalas que indicam a intensidade e ta-
manho dos terremotos, algumas são mais utilizadas e conhecidas, como a Escala de
Richter, criada em 1935 por Charles Richter, que determina o tamanho do terremoto.
Ele utilizou o logaritmo de maior amplitude de onda registrada pelo sismógrafo du-
rante um tremor e terra como sendo a medida do tamanho desse terremoto, defi-
nindo então uma escala de magnitude, que afere o total de energia liberada. Um
ponto na escala logarítmica significa 10 vezes mais amplitude no sismógrafo, assim
entre o ponto da escala 3 e 5 pode ter um aumento de 100 vezes na amplitude da
onda, e a cada 1 ponto na escala aproximadamente 3,2 de energia liberada, ou
seja, em uma escala 6 para 7 por exemplo, representa 30 vezes mais a quantidade

30
de energia liberada. Os terremotos mais intensos registrados ocorreram em escala 9.
Os terremotos que tem epicentro no mar geram ondas gigantescas, chama-
das de Tsunamis, que chegam a 700km/h e aturas de até 30m, quando se quebram
atingem extensas áreas litorâneas com alto poder destrutivo. Essas ondas também
podem ser efeito de erupções vulcânicas ou grandes deslizamentos de terres, mas
geralmente são resultados de movimentações das placas em assoalho oceânico.

31
32
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (CPRM/2006) O mecanismo que é geralmente apontado como causador da mo-
vimentação das Placas Tectônicas é:

a) a rotação da Terra.
b) vulcanismo.
c) compressão crustal generalizada.
d) expansão crustal generalizada.
e) correntes de convecção no Manto.

2. Os limites de placas tectônicas podem ser diferenciados como:

a) Convergentes e Discordantes.
b) Convergentes, divergentes e transformantes.
c) Divergentes e transformantes.
d) Convergentes e transformantes.
e) Transformantes e discordantes.

3. As placas tectônicas são diferenciadas quanto a sua composição e densidade.


Quando ocorre o choque entre duas placas, a de maior densidade irá mergulhar sob
a de menor densidade. Logo podemos afirmar que:

a) As placas continentais menos densas mergulham sob placas oceânicas mais densas.
b) As placas continentais mais densas mergulham sob placas oceânicas menos densas.
c) As placas oceânicas mais densas mergulham sob placas continentais menos densas
d) As placas oceânicas menos densas mergulham sob placas continentais mais densas
e) As placas oceânicas e continentais possuem densidade parecida e o movimento de
mergulho de uma sob a outra é aleatório.

33
4. Anomalias térmicas com superaquecimento do magma que ascende para a ca-
mada superior do manto até alcançar a litosfera são chamados de:

a) Canais mantélicos.
b) Hot spots.
c) Sills ou soleiras.
d) Diagênese.
e) material piroclástico.

5. (INB/2018) 37 Os estudos demonstram que, nos limites das placas tectônicas, se


verificam, de maneira mais intensa, as atividades geológicas do planeta e que as
placas podem ser divididas em três tipos. O trecho a seguir descreve um desses
tipos. “[Esse tipo de placa ocorre] onde tensões tracionais afastam uma placa da
outra, (...) com a intrusão do magma derivado da astenosfera entre elas, que se
transforma em nova crosta oceânica ao consolidar-se”.
Fonte: TEIXEIRA et al. 2009. p. 87.

O fragmento expressa características de uma placa:


a) Transformante.
b) Convergente.
c) Divergente.
d) Conservativa.
e) Limitante.

6. (Enem 2012) De repente, sente-se uma vibração que aumenta rapidamente; lus-
tres balançam, objetos se movem sozinhos e somos invadidos pela estranha sen-
sação de medo do imprevisto. Segundos parecem horas, poucos minutos são
uma eternidade. Estamos sentindo os efeitos de um terremoto, um tipo de abalo
sísmico.
(ASSAD, L., 2010)

O fenômeno físico descrito no texto afeta intensamente as populações que


ocupam espaços próximos às áreas de

34
a) Alívio de tensão geológica.
b) Desgaste da erosão superficial.
c) Atuação do intemperismo químico.
d) Formação de aquíferos profundos.
e) Acúmulo de depósitos sedimentares.

7. Os movimentos que ocorrem na crosta terrestre e formam cadeias de montanha,


são conhecidos como:

a) Epirogênese.
b) Orogênese.
c) Diagênese.
d) Terremotos.
e) Piroclásticos.

8. A placa tectônica sob a qual o Brasil se encontra, na sua borda leste e na sua
borda oeste, configuram se predominantemente os respectivos limites de placas:

a) Divergente e divergente.
b) Divergente e convergente
c) Convergente e divergente
d) Convergente e convergente
e) Convergente e transformante.

35
MINERALOGIA UNIDADE

FORMAÇÃO DOS MINERAIS

A mineralogia é o ramo da Geologia que estuda a composição, a estrutura, a


aparência, a estabilidade, os tipos de ocorrência e as associações de minerais.
Os minerais são elementos ou compostos químicos inorgânicos encontrados
naturalmente na crosta terrestre, formados a partir dos processos geológicos e tam-

Fo
bém extraterrestres. A associação de minerais por diferentes processos é denomi-
nada rocha. Cada tipo de mineral constitui uma espécie, e sempre que sua forma-
ção se der em condições ideais a sua organização atômica se mostrará em uma
forma geométrica externa, tais como faces, arestas e vértices naturais, o que cha-
mamos de cristais.

nt
Atualmente existem cerca de 4714 espécies de minerais catalogadas pela In-
ternational Mineralogical Association. Destes, talvez 150 possam ser chamados "co-
muns“, outros 50 são "ocasionais," e os restantes são "raros" ou "extremamente raros“.
Os minerais mais abundantes na crosta terrestre são aqueles que pertencem ao
grupo dos chamados silicatos, formados pela combinação de oxigênio e silício com

e
cátions de outros elementos neutros.
Para entender a formação e a estrutura dos minerais, é preciso relembrar al-
guns conceitos chaves que estão atrelados ao conhecimento de processos químicos,
por tanto a seguir iremos mencionar algumas estruturas que direcionam os estudos
de mineralogia.

d
Os minerais são formados por átomos. O átomo é considerado a menor partí-
cula de um elemento que conserva suas características físicas e químicas, e que por
sua vez se combinam em reações químicas que variam de acordo com a estrutura
atômica dos elementos químicos e formam diferentes estruturas cristalinas.
Os átomos são formados por um núcleo, que carrega toda a massa do átomo,

e
composto por partículas de carga positiva +1 (prótons) e outras partículas neutras,
sem carga (nêutrons) e pelos elétrons, que formam uma nuvem eletrônica envolta
do núcleo, cada elétron possui carga elétrica -1. Os átomos de um elemento químico
podem apresentar diferentes números de nêutrons porem o número de prótons será

36
sempre o mesmo em relação ao número de elétrons, portanto um átomo é eletrica-
mente neutro. Por exemplo, os átomos do carbono apresentam seis prótons, e é cir-
cundado por seis elétrons.
A quantidade de prótons presentes no núcleo, dirá o seu número atômico, e a
soma das massas de dos prótons e nêutrons, dirá a sua massa atômica. Como o nú-
mero de prótons é sempre o mesmo, o número atômico será sempre o mesmo, porém
o número de nêutrons pode variar, logo a massa de um mesmo elemento químico
também pode variar, formando diferentes tipos de átomos, que são chamados de
isótopos. Por exemplo, o carbono tem seis prótons, e pode ter 6, 7 ou 8 nêutrons, logo
sua massa irá variar em 12,13 ou 14 respectivamente. A massa atômica do carbono
na tabela periódica é 12,011, é próxima a 12 porque o carbono 12 é mais comum na
Terra, visto que é favorecido pelo processo de fotossíntese.
Os minerais são compostos químicos, originado de interações entre dois ou
mais elementos químicos, pela transferência ou compartilhamento de elétrons (rea-
ção química). Quando o átomo perde ou ganha elétrons através das reações quími-
cas ele é chamado de íon. Se ele for carregado positivamente é chamado de cátion,
e se for carregado negativamente é chamado de ânion. E os átomos que não rea-
gem, combinam-se quimicamente por compartilhamento de elétrons, é o caso de
alguns elementos mais abundantes na Terra, como o carbono e o silício.
Os compostos químicos formados são mantidos pela força da atração de pró-
tons e elétrons, que chamamos de ligações químicas, que por sua vez podem ser
fracas ou fortes. As ligações iônicas se formam pela atração elétrica entre íons de
cargas opostas, a força da reação diminui a medido em que a distância entre os íons
aumenta e é mais forte se a carga destes forem maiores. Aproximadamente 90% de
todos os minerais são compostos essencialmente iônicos. Já as ligações covalentes
são ligações onde os elétrons são compartilhados, sem haver perda ou ganho. E são
em geral mais fortes que as ligações iônicas, é caso das ligações de carbono que
formam o diamante.
Os minerais se formam a partir do crescimento de um sólido gasoso ou líquido,
cujos átomos constituintes agrupam-se em diferentes arranjos e composições quími-
cas, processo conhecido como cristalização. A origem dos minerais está relacionada
às condições de componentes químicos e físicos (temperaturas e pressão) no seu
ambiente de formação.

37
Os minerais se desenvolvem em diferentes formas geométricas que estão rela-
cionadas à sua composição química e seu sistema cristalino. O seu desenvolvimento
dependerá das condições físicas em que está submetido. Os principais sistemas cris-
talinos são:
Cúbicos (Isométricos) – Formado por três eixos de mesmo comprimento com
ângulos retos (90°) entre eles. Exemplos: pirita, halita, galena, entre outros;
Tetragonal – Formado por dois eixos de mesmo comprimento e um desigual,
formando um ângulo entre os três de 90°. Exemplos: Zircônio, rutílio, cassiterita, entre
outros;
Hexagonal – Formado por três eixos de 120° arranjados em um plano e um
quarto eixo, formando 90° com aqueles. Exemplos: quartzo, berílio, calcita, turmalina,
entre outros.

CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS MINERAIS.

Os minerais são classificados em diferentes grupos, segundo sua composição


química, os principais grupos serão descritos a seguir:

 Silicatos
Os silicatos são o maior e mais importante grupo de minerais formadores de
rocha. Quimicamente são compostos por tetraedros de Sílica e Oxigênio, uma estru-
tura em pirâmides com quatro faces. Como a carga do íon silicato é negativa, geral-
mente se ligam a cátions, como sódio, potássio, cálcio, magnésio, e ferro, para formar
elementos neutros. Os silicatos são divididos em isolados, quando ligados somente a
cátions, como o caso do mineral Olivina, que formam rochas com essa estrutura. E
silicatos com arranjos, que se liga com outros tetraedros de sílica, formando cadeias
simples, cadeias duplas, estruturas em folhas, estruturas tridimensionais.
 Carbonatos
Os minerais do grupo dos Carbonatos possuem o íon carbonato ligado a me-
tais e semimetais, outros grupos aniônicos, ânions complementares e H2O. Cerca de
210 minerais constituem este grupo, que podem ser classificados em subdivisões de
acordo com os elementos que se ligam. O mineral mais comum deste grupo é a cal-
cita (CaCO3).

38
 Óxidos
Os minerais do grupo dos óxidos são minerais cujo o Oxigênio é ligado a áto-
mos ou cátions de outros elementos metálicos, como Ferro, alumínio, cobre, entre
outros do grupo. É formado por cerca de 354 minerais, que podem ser agrupados em
relação à suas ligações com outros elementos. É um grupo de importância econô-
mica, pois possui minérios da maioria dos metais, tais como titânio.
Alguns minerais mais comuns deste grupo são Anatásio, Crisoberilo, Tapiolita,
entre outros.
 Sulfetos
Grupo composto de um átomo de enxofre que recebeu dois elétrons, cha-
mado de íon de Sulfeto, que é ligado a cátions metálicos. A maioria dos sulfetos pa-
recem metais, e quase todos são opacos. O sulfeto mais comum é a pirita, também
chamada de “ouro de tolo”, devido à sua aparência metálica amarelada.
 Sulfatos
Grupo composto por um tetraedro, um átomo central de enxofre circundado
por quatro íons de oxigênio. Um mineral conhecido deste grupo é a gipsita, compo-
nente primário do gesso. A Gipsita é um sulfato de cálcio, formado a partir de ele-
mentos que evaporam da água do mar.

Os minerais apresentam diferenças nas propriedades físicas e químicas, e po-


dem ser identificados a partir da observação de parâmetros como dureza, clivagem,

39
fratura, brilho, cor ou traço, gravidade específica e densidade e hábito cristalino, des-
critos a seguir.
 Dureza
É a resistência que a superfície de um mineral tem ao ser riscado. O mineralo-
gista australiano Friedrich Mohs criou uma escala de dureza que varia de 1 a 10 ba-
seado na facilidade com que um mineral consegue riscar o outro. Para aferir a du-
reza de um mineral em campo podem ser utilizados objetos comuns, como por exem-
plo, uma lamina de aço, se esta riscar um mineral ele provavelmente apresenta du-
reza maior que 5, se for riscado com a unha, a dureza é baixa, até 2, alguns exemplos
na tabela 2. A dureza de um material depende da força de fatores como:
Ligações químicas – Quanto maior a força das ligações químicas, maior a du-
reza
Estrutura cristalina – Varia entre o grupo dos silicatos entre 5 e 7, porém em
estruturas folheadas, como o talco (dureza 1), são relativamente moles, variando de
1 a 3 na escala de Mohs. Quando as estruturas químicas dos minerais são parecidas,
o que aumenta a força das ligações químicas e influenciam a dureza são fatores
como:
Tamanho- Quanto menor o tamanho dos átomos ou íons, menor a distância
entre eles, mais forte a ligação. Importante fator para o grupo de sulfetos de metais
e óxidos metálicos, como cobre, prata, ouro, que apresentam dureza de baixa, pois
os cátions metálicos são grandes e refletem na força das ligações químicas.
Carga – Quanto maior a carga de íons, maior a atração entre os mesmos, logo,
a ligação química será mais forte;
Confinamento de átomos e íons - Quanto maior o confinamento dos átomos e
íons, mais próximos eles ficam, logo mais forte a ligação química.

40
Figura 15: Minerais e número de dureza na Escala Mohls com alguns objetos utilizados na
identificação

Fonte: Grotzinger et al 2013

 Clivagem
É a tendência de constituintes das rochas se romperem e produzirem superfí-
cies planas, lisas definidas e paralelas entre si e a planos reticulares. A clivagem pode
ser qualificada pelo padrão de clivagem, ou seja, o número de planos e os padrões
que os minerais produzem em uma determinada rocha. Ou pela a qualidade da cli-
vagem pode ser descrita como perfeita, regular ou imperfeita e é definida de acordo
com a força das ligações químicas. Fortes ligações produzem clivagens imperfeitas,
como o caso do quartzo, da granada e outros minerais formados por redes tridimen-
sionais de tetraedros e silicatos formados por tetraedros isolados. Já as ligações fracas
produzem clivagem perfeita, os minerais são facilmente quebrados ao longo de seus
planos de clivagem, produzindo superfícies lisas, como o caso da muscovita, e outros
silicatos de cadeias simples (piroxênio) e duplas (anfibólios). Entre esses dois grupos
estão os minerais que apresentam ligações não tão fortes e produz uma clivagem
regular, é o caso do berilo, um silicato com estrutura em anéis.
 Fratura
É tendência do mineral se romper ao longo de superfícies irregulares, ou de
não clivagem, estando relacionadas com o modo como as forças de ligação distri-
buem-se em direções transversais aos planos cristalinos, a quebra das ligações resulta
em fraturas irregulares de diferentes tipos, sendo a mais comum à fratura conchoidal,

41
que formam curvas semelhantes à forma de concha, acontecem em minerais como
o quartzo. As fraturas também podem se apresentar nas formas fibrosa ou estilha-
çada, serrilhada, desigual, rugosa ou lisa.
 Brilho
É a proporção de luz refletida pela superfície de um mineral, é controlado pe-
los tipos de átomos presentes e suas ligações. Os minerais que refletem mais de 75%
da luz incidente exibem brilho metálico, é o caso da maioria dos minerais opacos
(minerais que absorvem completamente a luz). Em outros casos podem ser definidos
de como vítreo, resinoso, graxo, nacarado, sedoso ou adamantino, fazendo alusão
ao tipo de material que refletem a luz de forma parecida.
 Traço
É a cor do pó do mineral quando riscado em uma superfície mais dura. Pode
ser identificada quando se esfrega o mineral sobre um fragmento de porcelana ou
outro de cor branca de alta resistência, caso o mineral seja mais de dureza superior
à da porcelana a cor exibida será da porcelana e não do mineral, logo o pó do
mineral é obtido através do processo de moagem. O traço é útil na identificação de
minerais opacos e ferrosos que geralmente apresentam traços coloridos, diferente de
muitos minerais translúcidos ou transparentes que exibem traço branco.
 Habito cristalino
É a forma externa dos cristais sejam individuais ou agregados, geralmente re-
lacionados a formas geométricas. E pode ser melhor observado quando os cristais
crescem em condições geológicas ideais. Alguns termos que definem o hábito cris-
talino de minerais são aciculares, capilar, laminado, cúbico, tabular, colunar, prismá-
tico, micáceo, granular entre outros.
 Densidade relativa
A densidade refere-se a um número que indica à relação do peso do mineral
e o de um volume igual de água a 4°C. É necessária uma balança especial para
aferir este valor. A maioria dos minerais que formam as rochas apresenta um valor
entre 2,5 a 3,3 g/cm³, sendo alguns como o bário e o chumbo, superiores a 4,0g/cm³.
Existem diferentes manuais para identificação de minerais, desde métodos
mais simples até métodos mais complexos feitos com uma análise mais profunda. A
maior parte dos livros citados nesta unidade possuem tabelas indicativas para identi-
ficação dos minerais.

42
A mineralogia é objeto de grande importância às atividades humanas, é atra-
vés dela que entendemos as características físicas e químicas dos minerais, os locais
de ocorrência, e como estes podem nos beneficiar de alguma forma, seja para cons-
trução civil, gerar energia, ou criar novas tecnologias e etc.

43
44
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Os minerais se formam a partir do crescimento de um sólido gasoso ou líquido, cu-


jos átomos constituintes agrupam-se em diferentes arranjos e composições quími-
cas. Este processo é conhecido como:
a) Mineração
b) Cristalização
c) Isostasia
d) Diagênese
e) Solidificação

2. O mineral que faz parte do grupo dos silicatos é:


a) Calcita
b) Titânio
c) Pirita
d) Olivina
e) Gipsita

3. O mineral que faz parte do grupo dos carbonatos é:


a) Pirita
b) Quartzo
c) Talco
d) Calcita
e) Gipsita

4. (IBGE/2010) De acordo com a Escala de Mohs, o mineral de maior dureza é:


a) Gipsita
b) Talco
c) Fluorita
d) Calcita
e) Ortoclásio

45
5. (SAD/MT 2009) Dentre os minerais formadores de rocha, é correto afirmar.
a) Os minerais essenciais incluem normalmente ouro, prata e diamante.
b) Os minerais acessórios são responsáveis pela classificação das rochas
c) Os minerais acessórios compreendem mais de 50% da composição modal.
d) Os principais minerais essenciais das rochas magmáticas são carbonatos, fosfatos
e micas.
e) Os principais minerais formadores de rochas magmáticas são feldspatos, piroxê-
nios e micas.

6. (CASSAN/2015) A formação de minerais a partir do resfriamento do magma pro-


move uma contínua e seletiva retirada de elementos do sistema, com enriqueci-
mento relativo de voláteis e sílica nas fases tardias da cristalização magmática. Isso
possibilita, nesse estágio, a formação dos seguintes minerais:
a) Quartzo, mica, olivina e granada.
b) Quartzo, mica, piroxênio e anortita.
c) Clorita, serecita, talco e quartzo.
d) Quartzo, feldspato potássico, mica e grafite.
e) Quartzo, mica, feldspato potássico e albita.

7. Sobre a qualidade da clivagem de um mineral é possível afirmar que:


a) Fortes ligações produzem clivagem perfeita.
b) Fortes ligações produzem clivagem imperfeita
c) Ligações fracas produzem clivagem imperfeita.
d) Ligações fortes produzem clivagem regular.
e) Ligações fracas produzem clivagem regular.

8. A qualidade da clivagem do mineral muscovita está relacionada com a força de


suas ligações químicas que correspondem a:
a) Forte ligação e clivagem perfeita.
b) Ligação fraca e clivagem imperfeita.
c) Ligação fraca e clivagem perfeita.
d) Ligação covalente e clivagem regular.
e) Ligação covalente e clivagem imperfeita.

46
PRINCIPAIS TIPOS DE ROCHAS E UNIDADE
SEU CICLO

INTRODUÇÃO

As rochas são produtos da composição e dos processos do Sistema Terra (cap.


1). São como registros dos processos geológicos logo são através delas que descobri-
mos muitas partes da história da Terra. A rocha é uma porção sólida composta por
uma combinação de minerais, ou também apenas um mineral, que nesse caso é
considerado rocha e não mineral devido à extensão e proporção territorial que
ocupa (Exemplo: Rocha Calcário – formado apenas pelo mineral calcita). Existem
também rochas formadas por matéria não mineral, como o carvão, formado por res-
tos de plantas compactados a milhares de anos.

nt
A Petrologia (do grego, petra, rocha ou rochedo mais sufixo: logia, estudo de)
é a ciência dedicada ao estudo das rochas que busca analisar, em diferentes esca-
las, a textura, estrutura e composição mineralógica das rochas. As principais evidên-
cias dos tipos de rocha e seu processo geológico relacionado, podem ser observadas

e
nas estruturas e na textura do material presente na rocha. Mais à frente, veremos que
em uma rocha ígnea intrusiva, por exemplo, é possível observar a diferença entre os
minerais presentes a olho nu, já em uma rocha ígnea extrusiva de mesma composi-
ção mineralógica, não é visível a diferença entre os minerais presentes a olho nu,
apenas em uma observação mais detalhada feita em microscópio no laboratório,

foi submetida.
de
no entanto essa evidencia irá conduzir ao tipo de processo geológico que a rocha

As rochas são classificadas em três grandes grupos, de acordo com o processo


de formação: rochas ígneas (intrusivas e extrusivas) formadas a partir do resfriamento
do magma; rochas metamórficas, derivadas de rochas pré-existentes que passam

ref
por um distúrbio e alteram seu caráter, e rochas sedimentares, formadas a partir da
consolidação de sedimentos de rochas metamórficas ou ígneas. O esquema da fi-
gura a seguir, mostra a relação dos processos geológicos com os diferentes tipos de
rochas formados.

er 47
As rochas sedimentares constituem apenas 5% da crosta terrestre, sendo os
outros 95% constituída de rochas ígneas e metamórficas.

Figura 16: Diferentes processos geológicos que dão origem aos diferentes tipos de rochas.

Fonte: Press et al, 2006

ROCHAS ÍGNEAS.

O Nome Ígnea vem do latim ignis, que significa fogo, e remete ao tipo de for-
mação dessa rocha que se forma a partir da cristalização do magma. As rochas íg-
neas podem ser diferenciadas em dois tipos: intrusivas, que se formam no interior da
crosta terrestre e também conhecida como plutônicas, e extrusivas, quando é crista-
lizada fora da crosta quando a lava é expelida, ou também conhecida como rochas
vulcânicas.
Quando a rocha é derivada do resfriamento lento do magma, os cristais co-
meçam a crescer e se solidificar, quanto maior o tempo de resfriamento, maior o
tamanho e desenvolvimento do cristal. Quando o resfriamento do magma ocorre
rapidamente os minerais não conseguem se cristalizar resultando em uma rocha
composta de vidro. De acordo com o grau de cristalização (proporção cristal e vidro)
as rochas podem ser classificadas em: Holocristalinas, completamente cristalizadas;
Hipocristalina, composta por uma mistura de cristais e vidros; e Vítrea ou Hilohialina,
quando a rocha é composta quase inteiramente de vidro, ou seja, o resfriamento é
extremamente rápido.

48
As rochas ígneas intrusivas se formam a partir do magma que se resfria lenta-
mente, no interior na crosta terrestre, e por isso os cristais que se formam tem tempo
para crescerem milímetros e até centímetros antes que toda massa seja cristalizada.
Um exemplo muito conhecido de rocha ígnea intrusiva é o granito, formado pelos
minerais de quartzo, feldspato e micas (biotita e/ou muscovita).
As rochas ígneas extrusivas se formam a partir do magma expelido para su-
perfície terrestre e logo é rapidamente resfriado, não dando tempo para que os grãos
de minerais cresçam em nível de conseguirmos identificá-los a olho nu. Elas podem
pertencer a categoria rochas de lavas vulcânicas, tem aparecia variada e vai de-
pender das condições que se formaram ou da categoria de rochas piroclásticas, for-
madas por erupções vulcânicas explosivas, são fragmentos de lava lançados ao ar.
Um exemplo dessa rocha é a pedra-pome, que consiste em uma massa porosa de
vidro vulcânico.

Quando o material cristalino é identificado a olho nu, dizemos que esta rocha
é fanerítica, e quando não conseguimos identificar o material cristalino a olho nu,
essa rocha é conceituada como afanítica. Geralmente ocorre que as rochas ígneas
intrusivas são faneríticas e as rochas ígneas extrusivas são afaníticas. Alguns exemplos
na figura a seguir.

49
Figura 17: Exemplos de rochas ígneas intrusivas e extrusivas

Fonte: Adaptado de Press, F. et al 2006

A composição e estrutura da rocha dependem intrinsecamente da composi-


ção do magma que irá formá-la, onde a composição do mesmo pode variar depen-
dendo do tipo de material em fusão, das condições e taxas em que ocorreu a fusão
e a sua trajetória evolutiva do seu local de origem até seu sítio de consolidação.
Grande parte da composição dos magmas é silicática, isso quer dizer que os princi-
pais elementos constituintes são o oxigênio e o silício, também outras pequenas por-
ções de alumínio, cálcio, ferro, magnésio, sódio, potássio, manganês, titânio e fósforo.
Também são conhecidos os magmas carbonáticos e sulfetados, apesar de não te-
rem tanta expressividade quando os silicáticos.
Os magmas silicáticos variam de acordo com a quantidade de sílica presente,
que indica a porcentagem em peso de SiO2. Dentre eles, o magma granítico (supe-
rior a 60% teor de sílica) e o magma basáltico (Entre 45% e 66% no teor de sílica) se
destacam devido a sua abundancia na crosta terrestre. A temperatura e a viscosi-
dade também estão intimamente relacionadas a composição desses magmas. Os
magmas basálticos têm temperaturas mais elevadas (1000 a 1200°c) e menor visco-
sidade, enquanto os magmas graníticos são mais viscosos e apresentam menor tem-
peratura (700 a 800°c). A viscosidade do magma varia de acordo com quantidade
de sílica, temperatura, redução de conteúdo de voláteis.
De acordo com a composição magmática, as rochas ígneas podem ser dife-
renciadas por sua formação em: ácidas (mais de 66% de sílica, exemplo: granito),
intermediárias (52 a 66% de sílica, ex. sienito), básicas (45 a 52% de sílica, exemplo:

50
basalto) e ultrabásicas (menos de 45% de sílica, exemplo: peridotito). As rochas áci-
das e intermediárias que apresentam maiores quantidade de sílica resultam na cris-
talização do quartzo, e tendem a ser mais claras, enquanto as básicas e ultrabásicas,
o baixo teor de sílica implica em um aumento no teor dos demais componentes como
Magnésio, Ferro e Cálcio, logo essas rochas tendem a ser mais escuras. Os minerais
de coloração mais claros são chamados de félsicos e os de minerais de coloração
mais escura, chamados de máficos.
Um parâmetro muito utilizado para caracterização composicional de rochas
ígneas é o índice de cor (M), como esquematiza a figura a seguir.

Figura 18: Índice de cor (M) para identificação de rochas ígneas.

Fonte: Teixeira, W. et al, 2003

Os tipos de ocorrência de rochas ígneas também geram diferentes estruturas.


Em corpos intrusivos menores são representadas pelos diques e sills (soleiras), lacólitos
e necks vulcânicos. Em corpos intrusivos maiores são representadas pelos Batólitos e
pelos Stocks, conforme são descritos a seguir e mostra o esquema da figura 19:
 Diques - são formados quando o magma invade as rochas encaixantes a partir
de fraturas ou falhas, e por isso podemos reconhecê-los através de uma ati-
tude vertical, que corta as estruturas originais dessas rochas. Os diques variam
de tamanho conforme o tamanho da fratura e da disponibilidade do magma.
Geralmente os diques têm composição basáltica, por serem mais fluidos e per-
correm a fratura com mais facilidade, porém existem ocorrências de diques
de rochas fésilcas. São estruturas discordantes.
 Sills ou soleiras - são formados por camadas de rocha tabular, onde o magma
penetrou nas camadas de rocha em atitude horizontal. Geralmente constitu-
ído de rochas básicas e se formam geralmente em níveis rasos da crosta, pró-
ximos a superfície.

51
 Lacólitos - São formados quando o magma invade camadas de rocha sedi-
mentar em níveis rasos da crosta, e se diferencia do sill devido ao arqueamento
das camadas de rocha suprajacentes para obter espaço para se alojar. Ge-
ralmente são formados por magmas mais viscosos, como os graníticos.
 Necks vulcânicos - São formados pela consolidação do magma nos dutos vul-
cânicos. As rochas de material piroclásticos que formam os cones vulcânicos
são mais facilmente erodidas, e com a ação do tempo deixa exposto o neck
vulcânico no relevo.
 Batólitos e stocks – São corpos ígneos intrusivos que ser formaram em profundi-
dade, de maneira discordante, cortando as rochas encaixantes, de composi-
ção granítica se diferem apenas pelo tamanho. Os batólitos têm extensão
superior a 100km² enquanto os stocks apresentam áreas inferiores a 100km².
Ambos podem vir acompanhados de xenólitos, que são fragmentos das ro-
chas encaixantes englobados pelo magma durante sua consolidação e resis-
tiram ao processo.

Figura 19: Diferentes estruturas geradas por mecanismos de rochas ígneas.

Fonte: Grotzinger et al, 2013

ROCHAS METAMÓRFICAS.

As rochas metamórficas são derivadas de rochas ígneas ou sedimentares, que


quando são submetidas a um evento de stress, apesar de continuarem sólidas, sofre-
ram modificações de natureza mineralógica, na textura, na composição química ou

52
de todos os tipos ao mesmo tempo. Os principais agentes que atuam na metamorfi-
zação das rochas são citados a seguir:
Temperatura – O aumento da temperatura cria condições para que a
rocha sob stress se ajuste as novas condições, onde seus átomos e íons recris-
talizam-se, ligando-se a novos arranjos e criando novas assembleias minerais.
O aumento da temperatura em conjunto com o aumento da profundidade é
chamado de gradiente geotérmico (a cada 33m acrescido 1°C), esta medida
pode indicar a temperatura na qual determinada rocha se formou. O calor
também pode ser proveniente de intrusões ígneas próximas, desintegração
de substâncias radioativas, atritos de movimentos tectônicos e impactos de
corpos celestes.
Pressão – O aumento da pressão pode causar uma mudança na textura
e também na mineralogia da rocha sob stress. A pressão confinante ou litos-
táltica, é uma força que atua igualmente em todas as direções, como o pro-
cesso de soterramento de camadas de sedimentos, na medida em que as
rochas afundam são submetidas a uma pressão confinante progressivamente
maior. Já a pressão dirigida, é a força que atua em uma direção particular,
como ocorre, por exemplo, em zonas de placas convergentes. A pressão, as-
sim como a temperatura, aumenta conforme a profundidade Terrestre, e
pode ser medida em Kilobars (kbar) ou bars (1000 kbar) e registra 0,3 a 0,4 kbar
por km de profundidade. A partir de uma assembleia mineralógica especifica
é possível delimitar as variações de pressões e a qual profundidade a rocha
sob stress foi formada.
Fluidos - A partir de componentes químicos que se dissolvem em águas
termais e entram em contato com rochas nas partes rasas da crosta criam
uma reação em que alteram a composição química e mineralógica, sem mu-
dar a textura da rocha. Componentes tais como água, gás carbônico, oxigê-
nio, flúor, etc. desempenham a função de facilitar as reações e transforma-
ções mineralógicas.
As rochas das quais as rochas metamórficas se originaram, são chamadas de
protólitos, e sob o que é preservado depois do processo de transformação, é possível
fazer uma investigação para saber a trajetória de evolução de dessa rocha, por quais

53
mecanismos geológicos ela passou. O processo de metamorfismo pode ocorrer de
diferentes formas, classificados como metamorfismo regional, de contato, dinâmico,
cataclástico, de soterramento, hidrotermal, de fundo oceânico ou de impacto (des-
critos a seguir). Os mesmos são classificados a partir de parâmetros físicos, mecanismo
responsável pela transformação, localização e extensão na crosta terrestre e tam-
bém por tipos de rochas que se formaram.
Metamorfismo de regional ou dinamotermal – Ocorre em grandes extensões, e
atinge níveis profundos da crosta. Está relacionado a mecanismos de placas conver-
gentes, e devido a ação da temperatura e pressão (litostática e dirigida) durantes
milhões de anos formam estruturas como dobras e falhas. Resultam em rochas que
apresentam estrutura foliada, sendo o tipo de metamorfismo que forma a grande
maioria das rochas metamórficas.
Metamorfismo de contato ou termal – Ocorre ao redor de intrusões magmáti-
cas em rochas encaixantes e sua extensão varia de acordo com o volume e natureza
do magma invasor. A ação da temperatura emanada pelo magma intruso é o prin-
cipal agente do metamorfismo.
Metamorfismo dinâmico ou cataclástico – Ocorre em longas e estreitas faixas
próximas a zonas de cisalhamento, sendo a pressão o principal agente do metamor-
fismo. Provocando alterações na estrutura e na textura da rocha.
Metamorfismo de soterramento ou baixo grau– Ocorre em bacias sedimenta-
res, que são gradualmente soterradas. Nesse caso o aumento da pressão litostáltica
e consecutivo aumento da temperatura são os principais agentes do metamorfismo,
que causam a cristalização de novos minerais decorrente de fluidos dos sedimentos,
enquanto a textura e estrutura são preservadas.
Metamorfismo hidrotermal – Ocorre frequentemente em bordas de intrusões
graníticas de vulcanismo basáltico submarino e em campos geotermais. O aumento
da temperatura da água, fazem os minerais se recristalizarem em um novo sem-
blante.
Metamorfismo de fundo oceânico – Ocorre frequentemente em dorsais meso-
ceânicas, quando o aumento da temperatura na água causa a alteração química
das rochas basálticas. Esse tipo de metamorfismo resultante da percolação de fluidos
de alta temperatura, também pode ocorrer em continentes, quando os fluidos que
circulam próximos as intrusões ígneas transformam as rochas encaixantes.

54
Metamorfismo de impacto – Ocorre quando um meteorito (fragmentos de co-
metas e asteroides) atinge a Terra. No momento do impacto a energia é transfor-
mada em calor e ondas de choque que fraturam e deslocam as rochas, formando
crateras de calor que vaporizam o meteorito e fundem as rochas em poucos segun-
dos, elevando a pressão e causando a reequilíbrio dos minerais quase que instanta-
neamente. No entanto esse tipo de metamorfismo é raro na Terra, sua camada at-
mosférica densa destrói a maioria dos meteoritos antes da colisão. É um processo que
parece ocorrer com maior frequência em outros corpos planetários como na Lua,
que é marcado por crateras. Aqui na Terra alguns exemplos são o Meteoro Crater,
no Arizona (EUA), que criou uma cratera com cerca de 1,2km de extensão e 200m
de profundidade. No Brasil podemos encontrar essas crateras no estado de Goiás,
conhecida como o Domo do Araguainha, e também no município de São Paulo,
conhecida como Colônia.
As rochas metamórficas guardam a história de seus protólitos e de seu passado
mais recente. Por exemplo, o quartizito, é um antigo arenito que sofreu metamorfismo,
e o arenito por sua vez, é rocha sedimentar que foi compactada e transformada em
rocha a partir de sedimentos. Ou seja, era sedimento, que se compactou e se trans-
formou em rocha sedimentar (Arenito), que sofreu metamorfização e virou quartizito.
Nesse caso, quando o protólito é uma rocha sedimentar é de costume usar o termo
metassedimentar (rocha metamorfizada de origem sedimentar). Por tanto quando
identificarmos um quartzito sabemos que aquele ambiente no seu passado já foi um
ambiente de deposição, que o tempo transformou seu sedimento em rocha e um
outro grande evento geológico alterou sua textura e transformou em rocha sedimen-
tar.
Alguns exemplos de rochas metamórficas e seus protólitos são explicitadas na
figura a seguir.

55
Figura 20: Exemplos de rochas Metamórficas e seus protólitos.

Fonte: Elaborado a partir do acervo de imagens da autora (2020)

ROCHAS SEDIMENTARES.

As rochas sedimentares são formadas a partir de depósitos de sedimentos, elas


são parte de um registro das condições da superfície terrestre da época e lugar onde
os sedimentos foram depositados. Os sedimentos são provenientes da ação do in-
temperismo e da erosão na superfície terrestre, onde o primeiro tem a função de
desgastar os materiais, e o segundo transportar estes fragmentos até um ambiente
de deposição. O ambiente de deposição é o lugar onde os sedimentos de uma de-
terminada área são depositados devido à força da gravidade, e ao longo do tempo,
se tornam também ambientes de sedimentação. Logo, estes sedimentos, podem ser
derivados de rochas ígneas ou metamórficas, e também de restos de animais e plan-
tas, portanto é possível reconstruir os antepassados dos antigos depósitos que forma-
ram as rochas sedimentares, como por exemplo, o posicionamento pretérito de pla-
cas tectônicas e seus movimentos, se foram provenientes de arcos vulcânicos, vales,

56
rifts, cadeias de montanhas entre outros. Também contam hipóteses sobre o clima e
o regime de intemperismo que foram submetidos. As rochas sedimentares também
são fontes de importantes recursos econômicos, são nelas que encontramos o petró-
leo e o gás, importantes fontes de energia, além disso, outros minérios como urânio,
usados para gerar energia nuclear, o carvão, uma rocha particular que é formada a
partir do soterramento vegetal, e também rochas fosfáticas, utilizadas na produção
de fertilizantes, e muitas fontes de minério de ferro mundial.
O processo que levam os sedimentos a se transformarem em rocha se chama
Diagênese, onde ocorre na sua etapa final a litificação, que solidifica o sedimento e
o transforma em rocha. Esse processo pode ocorrer de diferentes maneiras, as princi-
pais são descritas a seguir:
• Compactação – É um processo físico que ocorre a partir da compressão exer-
cida pelo peso das camadas de sedimentos sobrepostas, que vai gradual-
mente reduzindo a porosidade (espaços vazios entre grãos);
• Cimentação – É um processo químico que ocorre a partir da precipitação de
minerais nos poros dos sedimentos atuando como um cimento, que transforma
o sedimento em rocha;
• Recristalização Diagenética – É um processo físico e químico que ocorre em
condições de soterramento dos sedimentos, quando componentes existentes
nos espaços entre grãos de sedimentos, modificam a mineralogia e textura
cristalina da rocha a ser formada, como por exemplo, a transformação do mi-
neral aragonita no mineral calcita, fenômeno conhecido como neomorfismo,
fazendo alusão a nova forma. Essa transformação também pode ocorrer no
carbonato (aragonita e/ou calcita) transformado em sílica, fenômeno conhe-
cido como substituição;
As rochas sedimentares podem ser classificadas em pelo menos dois grandes
grupos. As rochas derivadas de processos mecânicos a partir da litificação de
grãos de sedimentos rochosos, chamado de sedimentos clásticos, em algu-
mas bibliografias também conhecido como dentríticos ou terrígenos e são di-
vidas de acordo com a textura, ou tamanho da partícula do sedimento (Figura
21).

57
Figura 21: Principais classes de rochas sedimentares a partir de sedimentos clásticos

Fonte: Elaborado a partir do acervo de imagens da autora (2020)

O outro grupo são rochas com sedimentos derivados de processos químicos


ou bioquímicos, os mais conhecidos são o grupo dos sedimentos carbonáticos e eva-
poríticos, geram importantes minérios para as indústrias (Figura 22). São divididos de
acordo com a textura ou composição química.

Figura 22: Sedimentos de origem orgânica que formam importantes minérios.

Fonte: Grotzinger; Jordan (2013)

58
A imagem a seguir mostra a relação da origem dos sedimentos biológi-
cos e químicos e as principais rochas associadas.

Figura 23: Classes de rochas sedimentares a partir de sedimentos químicos e bioquímicos.

Fonte: Grotzinger; Jordan (2013)

O CICLO DAS ROCHAS

O ciclo das rochas é uma sequência de fenômenos que se repetem ou se re-


novam, um processo contínuo de transformações de um determinado tipo de rocha
em outro por diferentes processos geológicos decorrentes das interações do sistema
de tectônica de placas e do sistema clima. Como vimos anteriormente, a terra é vista
como um sistema aberto e no processo do ciclo das rochas, troca matéria e energia
entre o interior da Terra, a superfície terrestre, os oceanos e a atmosfera, sendo as
principais fontes, a energia proveniente do Sol, a energia (calor) proveniente do inte-
rior do planeta e a gravidade. Por exemplo, os processos que geram as rochas ígneas
estão relacionados com a fonte de energia interna da Terra, e quando expostas es-

59
tão continuamente sob a ação de um ou mais agentes que provocam as transfor-
mações, que por sua vez, tem o Sol como a fonte primária de energia dos processos
intempéricos e erosivos.
A figura a seguir representa um esquema de como funciona o ciclo das rochas.
Começando o ciclo com pelas rochas ígneas, que formam os relevos que por sua
vez sofrem com a ação do intemperismo e da erosão, dando origem a sedimentos
que se depositam e ao longo do tempo passam pela diagênese e geram rochas
sedimentares. Estas, que devido ao aumento da temperatura e/ou pressão também
geram rochas metamórficas. As metamórficas, por sua vez, podem sofrer fusão, for-
mando magma que logo vai originar nova rocha ígnea, fechando o ciclo.
As rochas metamórficas derivadas de ígneas também sofrem com ação do
intemperismo e da erosão e, portanto, também originam sedimentos, caindo na
etapa do ciclo em que um sedimento passa pela diagênese e se transforma em ro-
cha sedimentar. E as rochas ígneas, também podem sofrer metamorfismo, dando ori-
gem a uma rocha metamórfica. Portanto, qualquer um dos três tipos de rocha pode
originar qualquer um dos outros dois, todas passando pela etapa da fusão do
magma, que dará início novamente o ciclo das rochas.

Figura 24: Esquema do processo do ciclo das rochas.

Fonte: CARVALHO (2014)

60
61
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Assinale a opção que a rocha corresponde corretamente a sua classificação.

a) Granito – Rocha Metamórfica.


b) Basalto – Rocha Ígnea extrusiva.
c) Gabro – Rocha sedimentar.
d) Arenito – Rocha metamórfica.
e) Quartzito – Rocha sedimentar.

2. O Gabro é uma rocha com textura fanerítica. Este fato ocorre devido:

a) Ao rápido resfriamento do magma quando atinge a superfície, os minerais se cristali-


zam com maior velocidade, sendo possível diferencia-los a olho nu.
b) Ao lento resfriamento do magma dentro da crosta, os minerais se cristalizam em me-
nor velocidade, não sendo possível diferenciá-los a olho nu.
c) Ao lento resfriamento do magma dentro da crosta, os minerais se cristalizam em me-
nor velocidade, sendo possível diferencia-los a olho nu.
d) As erupções vulcânicas explosivas, que formam rochas faneríticas.
e) a composição dos magmas basálticos, que formam rochas faneríticas.

3. (CPRM/2006) Como se classificam as rochas ígneas quanto à composição (conteúdo


de SiO2) e textura? Para a composição use os limites 65%, de SiO2.

a) Ácidas > 65%; básicas e ultrabásicas: <45%


b) Ácidas > 65%; intermediarias: 55/65%; básicas e ultrabásicas: <55%.
c) Ácidas > 65%; básicas <45%
d) Ácidas < 65%; básicas > 45%
e) Ácidas < 65%; básicas e ultrabásicas > 65%

62
4. (UFRJ/2008) São formas de corpos intrusivos concordantes:

a) Sill e dique;
b) Lopólito e lacólito;
c) Neck e sill;
d) Batólito e neck;
e) Sill e batólito.

5. Os principais agentes do metamorfismo são:

a) Temperatura, pressão e fluidos.


b) Pressão e reações químicas.
c) Temperatura, clima e gases atmosféricos.
d) Intemperismo e erosão
e) Intemperismo, temperatura e gases atmosféricos.

6. O arenito é uma rocha sedimentar que quando sofre metamorfismo, se transforma em:

a) Granito
b) Basalto
c) Calcita
d) Gnaisse
e) Quartzito

7. O processo que transforma o sedimento em rocha sedimentar é chamado de:

a) Intemperismo
b) Lixiviação
c) Deposição
d) Diagênese
e) Isostasia

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8. Sobre o ciclo das rochas é correto afirmar que:

a) O ciclo das rochas se encerra quando uma rocha ígnea vira sedimento e é soterrado.
b) O ciclo das rochas se inicia sempre com a formação de uma rocha magmática ex-
trusiva.
c) O ciclo das rochas é uma sequência de fenômenos que se repetem ou se renovam,
sendo um processo contínuo de transformações, onde todos os tipos de rocha po-
dem fazer parte do processo.
d) Apenas as rochas ígneas e sedimentares fazem parte do ciclo das rochas.
e) O ciclo das rochas é um fenômeno que mostra a formação da rocha, sua evolução
até a sua etapa final, que é a deposição.

64
PROCESSOS E ESTRUTURAS UNIDADE
GEOLÓGICAS

FALHAS E DOBRAS

As falhas e as dobras são estruturas marcadas pelos processos geológicos que


foram submetidas. A Geologia Estrutural é a disciplina que versa sobre os processos
deformacionais da litosfera e as estruturas decorrentes dessas deformações em dife-

Fo
rentes escalas, busca entender o comportamento de materiais rochosos e como seus
mecanismos de deformação respondem aos eventos geológicos que são submeti-
dos.
As diferentes forças que atuam na deformação das rochas podem ocorrer si-
multaneamente no mesmo sistema direcional de placas tectônicas (limites), sendo

nt
que as forças compressivas atuam predominante em limites convergentes, as forças
extensivas atuam predominantemente em limites divergentes e as forças de cisalha-
mento atuam predominantemente em limites transcorrentes.
Existem dois tipos de fraturas, as juntas que são fissuras ao longo das quais não
houve um movimento considerável, e as falhas, que são fraturas com movimento re-

e
lativo das rochas em ambos os lados paralelos à fratura. As falhas são registros expres-
sivos em todos os ambientes de limites de placas tectônicas.
A superfície ao longo da qual a formação rochosa se fratura chama-se plano
de falha. Quando a força de extensão que orienta o movimento faz com que o plano
se deslize para cima, causando uma extensão do mesmo, ocorre a chamada falha

d
normal (Figura 25 A). Quando a força é inversa, ou seja, de compressão, e o plano
desliza-se para baixo, causando um encurtamento do mesmo, ocorre à chamada
falha inversa (Figura 25 B). Já a falha direcional ocorre quando o movimento é hori-
zontal e paralelo a direção do plano, nesse caso é a força de cisalhamento que atua

e
(Figura 25 C). E uma falha oblíqua é resultado do movimento ao longo da direção e
simultaneamente para cima ou para baixo ao longo do mergulho, nesse caso resul-
tado da soma da força de cisalhamento com a força de compressão ou estiramento
(Figura 25 D).

65
Figura 25: Tipos de falhas e forças associadas

Fonte: Grotzinger et al, 2013

As dobras são marcas que deixam as rochas encurvadas, ocorrem quando


uma estrutura que era plana se curva devido a forças horizontais ou verticais. É co-
mum em cinturões de montanhas. Dependendo do material rochoso e magnitude e
direção das forças atuantes, os dobramentos podem ser bem suaves ou também
severos. As dobras são classificadas em anticlinais, que são dobradas com a conca-
vidade para baixo, formando arcos e sinclinais, dobradas com a concavidade para
cima, formando calhas. O plano Axial é uma superfície imaginária que divide a dobra
ao meio, e mede o eixo da dobra
A linha formada pela intersecção do plano axial com as camadas é o eixo da

66
dobra. Uma dobra horizontal simétrica tem um eixo horizontal e um plano axial verti-
cal com os flancos mergulhando simetricamente para longe do eixo. A figura a seguir
sintetiza os tipos dobras e mecanismos associados.

Figura 26: Tipos de dobras e mecanismos associados

Fonte: Grotzinger et al. (2013)

INTEMPERISMO E EROSÃO

O intemperismo e a erosão são processos importantes que ajudam a desenhar


a superfície terrestre, além de serem de extrema relevância para o acontecimento
do ciclo das rochas. O intemperismo está relacionado ao conjunto de alterações físi-
cas, químicas e biológicas, que causam o desgaste das rochas expostas na superfície
da Terra. E a erosão é responsável pela locomoção, transporte e deposição desse
material, que causa o desgaste do relevo por sua vez.
Os principais fatores que influenciam o intemperismo são:
Clima – É um dos fatores mais importantes, pois nele encontramos um dos prin-
cipais agentes do intemperismo, a água. O regime de chuvas e sua distribuição no
globo terrestre vão influenciar profundamente a ação do intemperismo, além disso,
as variações de temperatura também contribuem para a fragmentação das rochas,
estima-se que a cada 10°C que se elevam há um aumento de duas a três vezes na
velocidade das reações químicas, o que explica a maior intensidade do intempe-
rismo nos trópicos.

67
Topografia – Além de ser um fator que influencia no clima, a topografia ajuda
a regular a velocidade do fluxo da água das chuvas (sendo a vegetação outro re-
gulador importante). Em declividades mais suaves onde a agua consegue ter uma
boa infiltração, e ficam em contato por mais tempo com as rochas, as reações quí-
micas são mais intensas, e logo também será a ação do intemperismo, e o contrário
ocorre com declividade mais elevadas, onde a ação da gravidade faz com que a
velocidade das aguas seja maior, ficando menos tempo em contato com as rochas.
Nas regiões de baixada a água fica por muito tempo em contato com as rochas,
porém não se renovam facilmente, de modo a saturar os componentes solúveis, per-
dendo a capacidade de reação dos minerais. Portanto podemos dizer que nas en-
costas mais suaves é que o intemperismo age de forma mais intensa.
Material parental – Os minerais constituintes das rochas irão responder de
forma diferente a ação do intemperismo, dependendo da sua composição, textura
e estrutura irão apresentar maior ou menor resistência. Os primeiros materiais que se
cristalizam com o resfriamento do magma também são os materiais que apresentam
menor resistência a intempere, por esta razão o quartzo é o último mineral a se de-
compor em uma rocha granítica por exemplo. Já os mármores que são formados por
carbonato de cálcio, mineral altamente solúvel em água, são mais frágeis e menos
resistentes, por isso o granito é muito mais indicado para tampos de pia do que o
mármore.
A figura a seguir mostra a taxa de alteração relativa dos minerais mais comuns
sob a ação do intemperismo.

68
Figura 27: Estabilidade relativa dos minerais mais comuns sob o intemperismo

Fonte: Grotzinger et al (2013).

Tempo – Quanto mais longo o tempo em que uma rocha está exposta, maior
o tempo em que ela está sofrendo com a ação do intemperismo. Por exemplo, os
sedimentos derivados de rochas, como os cascalhos, vão ficando cada vez mais
“polidos” e arredondados conforme a ação do intemperismo ao longo do tempo. O
clima é um fator muito aliado ao tempo, visto que em lugares mais úmidos, a ação
do intemperismo é mais intensa em relação à mesma duração de tempo em lugares
mais secos.
Fauna e Flora – Fornecem matéria orgânica para reações químicas e remobi-
lizam materiais. A concentração de CO2 no solo, proveniente da decomposição da
matéria orgânica morta, favorece a acidificação da água, que favorece a dissolu-
ção mais rápida de alguns minerais. As raízes de árvores criam frestas para a pene-
tração de água aumentando a atuação do intemperismo.
O intemperismo pode acontecer de três formas descritas a seguir:
O intemperismo físico causa o processo de desagregação das rochas, sepa-
rando os grãos minerais que as compõe e fragmentando a massa rochosa original.
Isso ocorre, por exemplo, quando a variação térmica dilata e contrai o maciço ro-
choso, ocasionando fissuras que com o tempo vão se alargando. Os minerais, por sua

69
vez, possuem diferentes coeficientes de dilatação e respondem de maneira diferente
a essas variações térmicas. Em ambientes com alta amplitude térmica essas mudan-
ças são mais notáveis. Também podem ocorrer com a variação de umidade,
quando a agua se infiltra em pequenas fraturas, ou nas porosidades da rocha e sofre
um resfriamento, se a agua congelar pode aumentar em 9% o seu volume, exer-
cendo uma grande pressão sobre a rocha, e quando partes mais profundas dos cor-
pos rochosos soerguem e com o alivio da pressão se expandem e causam fraturas
ao longo do trecho da qual a pressão foi aliviada, este processo especifico e conhe-
cido como justas de alivio.
O intemperismo químico ocorre quando minerais que formam a crosta terres-
tre, interagem com novos elementos em novas condições. Como sabemos, grande
parte das rochas que hoje afloram na crosta terrestre, se formaram em condições
muito diferentes das atuais, em decorrência disso ao entrarem em contato com a
superfície seus minerais buscam se equilibrar as novas condições e se tornarem mais
estáveis. Alguns minerais quando reagem com a água e o ar, podem se dissolver e
outros podem se combinar com demais elementos terrestres.
O principal agente do intemperismo químico é a agua, e de acordo com o
tipo de mineral e seus componentes presentes irão desencadear diferentes tipos de
reações químicas, sendo mais comuns as reações de hidratação, dissolução, hidro-
lise, acdólise e oxidação.
O Intemperismo biológico ocorre através da ação de organismos e bactérias
que ajudam na decomposição de outras matérias, e desencadeiam o desgaste dos
materiais terrestres. Também pode ser dito como biofísico ou bioquímico.
Atualmente, com a discussão de uma nova era geológica, chamada de An-
tropoceno ou Tecnogeno, que coloca o ser humano como parte integrante da na-
tureza, sendo um agente geológico, é possível discutir que determinadas ações hu-
manas são também parte de um processo de intemperismo de forma direta ou indi-
reta. Por exemplo, a intensificação de chuvas ácidas e por consequência do intem-
perismo, causadas pelo incremento de substancias químicas na atmosfera, intensifi-
cadas pelo processo de industrialização.
A erosão por sua vez, é o transporte do material fragmentado. Podendo ser de
grande, média ou alta magnitude, sendo sua maior aliada, a força da gravidade.
Grandes movimentos de massa (deslizamentos de materiais do solo) são mar-
cas erosivas na paisagem, que quando acontecem em áreas ocupadas causam

70
grandes transtornos para a população.
A ação do intemperismo e da erosão ao longo do tempo é o processo forma-
dor do solo.

ESTRUTURAS GEOLÓGICAS E RELEVOS ASSOCIADOS NO BRASIL.

O relevo terrestre é gerado a partir de forças endógenas, a partir do meca-


nismo interno da Terra, como a movimentação das placas tectônicas, e por forças
exógenas, a partir de mecanismos externos como intemperismo e erosão. Assim en-
tendemos que as forças endógenas são responsáveis em grande parte por extensas
cadeias montanhosas, enquanto as forças exógenas atuam como esculpidoras da
paisagem.
Na escala de tempo geológico, verificamos que as diferentes configurações
das placas tectônicas deram origem a diferentes idades de sedimentos e rochas.
A mudança da configuração das placas tectônicas influenciou diferentes carac-
terísticas físicas das regiões. A partir da base geológica do relevo, é possível datar
o seu passado e remontar as condições pretéritas da área em análise.
Segundo o autor Ross, em seu livro Geografia do Brasil, pontua que:

Para melhor entender o relevo brasileiro, é preciso conhecer um


pouco mais o continente Sul-americano, estudando sua evolução e
dinamismo com o auxílio das novas concepções relativas à dinâmica
da litosfera e à tectônica de placas. O objetivo principal desses estu-
dos é entender que ocorreu com as estruturas e as formas do relevo
do passado remoto para a seguir associá-las com o que aconteceu
no passado recente (Ross, J.L.S., 2005).

Para o entendimento de tal questão, é preciso conhecer as macroformas es-


truturais do relevo terrestre presentes no continente Sul-americano, que são represen-
tadas pelas (1) plataformas ou crátons, (2) Bacias sedimentares e (3) cadeias orogê-
nicas ou cinturões orogênicos.

71
As plataformas ou Crátons (1) são representadas por relevos muito antigos, que
foram rebaixados ao longo do tempo pela ação de forças exógenas. Apresentam se
como baixos planaltos ou como depressões posicionadas as margens de bacias se-
dimentares dos cinturões de cadeias orogênicas muito antigas.
As bacias sedimentares (2) são estruturas formadas por grandes pacotes de
rochas sedimentares ao longo do continente. Ocupam grande parte da superfície
emersa da Terra, embora em volume as rochas sedimentares sejam pouco represen-
tativas. As bacias sedimentares podem ser mencionadas com referência a sua idade.
Por exemplo, são chamadas de bacias Fanerozóicas, as bacias sedimentares que se
formaram ao longo do Éon Fanerozóico.
Cadeias orogênicas e cinturões orogênicos (3) são estruturas representadas
pelos terrenos mais elevados na superfície terrestre, associados aos limites de placas
tectônicas (atuais e antigos) que geram intensos falhamentos, dobramentos, ativida-
des vulcânicas, terremotos e etc.
A figura a seguir, mostra as grandes macroestruturas associadas ao continente
Sul-americano.
Figura 28: Mapa de estruturas da América do Sul

Fonte: Ross (2005)

72
No território brasileiro as três macroestruturas marcam o embasamento geoló-
gico e dentro de cada uma podem ser dividas de acordo com a idade em que se
formaram, conforme o mapa da figura 29.
Os Crátons são estruturas muito antigas, com prevalecentes rochas metamór-
ficas do pré-cambriano, podem ser vistos principalmente na região Amazônica,
sendo a porção ao Norte, próximo a fronteira da Venezuela e Guianas, planaltos mais
elevados e perdem altimetria ao Sul. Algumas regiões das áreas cratônicas, foram
encobertas por sedimentos desde o início do Fanerozóico.
As áreas de cinturões orogênicos podem ser associadas até três diferentes fa-
ses de dobramentos, falhamentos, metamorfização, que remetem ao passado da
configuração continental situada em limites de placas tectônicas. O cinturão do
Atlântico é bem marcado pelas montanhas que ainda guardam o aspecto serrano
em grandes extensões, como a Serra do Espinhaço, que vai do centro-norte de Minas
Gerais até o interior da Bahia.
E as Bacias Sedimentares, são estruturas que preservam os sedimentos de pelo
menos três eras do Fanerozóico, que são as eras do Paleozoico, do Mesozoico e do
Cenozoico.

Figura 29: Mapa de estruturas da América do Sul

Fonte: Ross (2005)

73
Baseado nas estruturas do território brasileiro, e em outros trabalhos pretéritos,
que já montavam a configuração do relevo do Brasil, Jurandyr L.S. Ross, em 1990 ela-
bora um mapa geral do relevo brasileiro com enfoque na altimetria, dividido em três
grandes grupos: os planaltos, as depressões, e as planícies, conforme o mapa da fi-
gura 30.
Pontual que os planaltos são áreas mais elevadas, onde o relevo apresenta
maior resistência às ações das forças exógenas. As depressões são áreas peculiares
no território brasileiro que, com exceção da depressão amazônica ocidental, foram
geradas por intensos processos erosivos diferenciados nas bordas das bacias sedi-
mentares, e evidenciam marcas paleoclimáticas. E as planícies são áreas planas bai-
xas de deposição de sedimentos recentes de origem marinha, lacustre ou fluvial.

Figura 30: Mapa de Unidades de Relevo

74
Fonte: Ross (1990)

75
76
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (INEA/2008) Falhas normais e reversas correspondem, respectivamente, a regimes de:

a) Cisalhamento e tensão (ou distensão).


b) Cisalhamento e compressão.
c) Tensão (ou distensão) e compressão.
d) Tensão (ou distensão) e cisalhamento.
e) Compressão e tensão (ou distensão).

2. Quando o movimento da crosta ocorre simultaneamente para cima ou para baixo


ao longo do mergulho de um plano, nesse caso resultado da soma da força de
cisalhamento com a força de compressão ou estiramento, temos uma falha do tipo:

a) Normal
b) Oblíqua
c) Direcional
d) Reversa
e) Paralela

3. (FUVEST/2017) A figura mostra corte transversal A-B em área serrana embasada por
rochas metamórficas entre os municípios de Apiaí e Iporanga, no Vale do Ribeira,
sul do estado de São Paulo.

77
As rochas representadas são de idade pré-cambriana e formam estruturas em
um sistema de:
a) Soleiras e diques.
b) Dobras anticlinais e sinclinais.
c) Plataformas e bacias sedimentares
d) Intrusões e extrusões
e) Falhas verticais e horizontais.

4. O intemperismo físico causa a fragmentação de uma rocha por diversos mecanis-


mos. Um exemplo de mecanismo físico é:
a) Acidificação do solo devido à decomposição de material orgânico que causa a
fragmentação da rocha.
b) Minerais que ao entrarem em contato com superfície buscam se reequilibrar, onde
pode causar a dissolução de alguns elementos e consequente fratura do material
rochoso.
c) Ação da umidade na rocha, que leva a fragmentação da mesma.
d) Reações de oxidação que causam fragmentação da rocha.
e) Elevada amplitude térmica que causa a fragmentação da rocha.

5. Os minerais respondem ao intemperismo em velocidades diferentes. Das alternati-


vas a seguir, o mineral que apresenta menor resistência ao processo intempero é:
a) Halita.
b) Olivina.
c) Feldspato.
d) Biotita.
e) Quartzo.

78
6. (UFRJ/2008) A agricultura praticada, sem a adoção de práticas conservacionistas,
causa uma série de danos ambientais nos locais onde ocorre. Entre esses danos, o
mais expressivo, que pode ser visto em diversos municípios brasileiros, é:
a) a lixiviação;
b) a erosão;
c) o intemperismo;
d) o assoreamento;
e) a poluição.

7. (UFRJ/2008) Os principais depósitos de carvão do Brasil estão localizados ao sul do


país, na Bacia do Paraná, que são do período:
a) Devoniano;
b) Permiano;
c) Cretáceo;
d) Ordoviciano;
e) Triássico.

8. Na plataforma brasileira, a unidade de relevo de planalto que está relacionado às


estruturas geológicas de bacias sedimentares, pode ser encontrado:
a) no planalto da Borborema.
b) nos planaltos de serras de Goiás- Minas.
c) nos planaltos da Serra do atlântico.
d) no planalto da Amazônia Oriental.
e) no planalto Sul-Rio-Grandense

79
GEOLOGIA E SOCIEDADE UNIDADE

INTRODUÇÃO

Ao longo da apostila, foi possível perceber o quanto o conhecimento sobre


as Geociências, e neste caso específico da Geologia pode inferir na vida terrestre.
O objetivo de cada unidade foi mostrar o conhecimento geológico e partir daí po-
der refletir como ele pode se relacionar com as questões pertinentes aos estudos

Fo
espaciais, em particular a Geografia, que é a disciplina responsável por investigar as
relações (de caráter físico e social) que acontecem no espaço ao longo do tempo.
A busca por recursos que atendam às necessidades humanas, desde seus pri-
mórdios, como material para habitação, fontes energéticas, bens minerais, trans-
porte, entre outros, sempre estiverem presentes na sociedade. O conhecimento ge-

nt
ológico sistêmico possibilita uma ampla visão ao longo do tempo, da compreensão
da dinâmica dos processos naturais que ocorrem na Terra, e nos fornecem respostas
e caminhos para nossa passagem por este planeta tão único no sistema solar. Por-
tanto é imprescindível que os profissionais das geociências tenham sempre em
mente a responsabilidade de se comunicar com a sociedade.

e
As relações da geologia com a sociedade estão muito atribuídas ao campo
econômico, tamanha a importância dos recursos minerais provenientes das rochas.
Ao longo do tempo histórico, as diferentes demandas e os diferentes usos dos recur-
sos minerais criaram marcas na paisagem, como por exemplo a “corrida do Ouro”
no Brasil colônia, até os dias atuais com a instalação de polos Petroquímicos, alaga-

d
mento de extensas áreas para criação de grandes usinas hidroelétricas, e barragens
para extração de minérios.

RECURSOS MINERAIS

e
A história do Brasil, que já carrega em seu nome marcas da exploração dos
recursos naturais (pau-brasil), foi invadido e explorado pelos Europeus em busca de
recursos minerais, que logo depois da invasão, no final do século XVII, a descoberta
de ouro em solos brasileiros, acarretou na famosa “corrida do ouro”, que incentivou

80
a busca e mineração desse elemento químico natural, gerando grandes transforma-
ções no espaço social.
O ouro é um elemento químico que raramente se combina com outros ele-
mentos, por isso, muitas vezes é encontrado no estado nativo de formação. O ouro
costuma ocorrer em aluviões (depósitos de sedimentos clásticos formado por um sis-
tema fluvial) e em veios de quartzo associados a rochas intrusivas ácidas. Quanto
às características físicas do ouro, é comum encontra-lo na forma de escamas, mas-
sas irregulares (pepitas) ou fios irregulares. É opaco, seu brilho é metálico e sua dureza
está entre 2,5 e 3,0, sendo possível riscá-lo com um canivete ou um pedaço de vidro.
Na sociedade o ouro é usado principalmente como moeda financeira, e tam-
bém na fabricação de joias e ornamentos decorativos. Passou a ser usado na odon-
tologia, com próteses de dentes feitas de ouro, e mais recentemente, na fabricação
de muitos produtos da indústria eletrônica.
O Brasil foi o maior produtor de ouro do mundo entre 1700 e 1850, providos em
grande parte das aluviões na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Per-
dendo expressividade global na metade do século XIX, quando países, como os EUA,
fizeram descobertas de ouro aluviar em seus territórios. Atualmente a representativi-
dade da produção deste minério está associada a países como África do Sul, EUA,
Austrália, China e Peru.
A história do ouro no Brasil foi apenas o começo de tantos outros minerais que
vieram a ser explorados economicamente. Em 2016 no livro, Recursos Minerais no
Brasil: problema e desafios, organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC),
traz uma tabela da produção mineral brasileira, com base nos dados disponíveis
pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e do Instituto Brasileiro
de Mineração (IBRAM), que sintetiza a situação das reservas, da produção e do mer-
cado internacional, bem como elenca as principais minas de commodities do Brasil
para os anos de 2012 e 2013. Está disponível na figura a seguir.

81
Figura 31: Reservas, produção e situação no mercado das commodities minerais e principais
minas brasileiras em 2012/2013.

Fonte: Melfi, A.J. et al. (2016) apud (Lima, T.M et al., 2013)

Tal cenário mostra que o conhecimento sobre os eventos geológicos pretéri-


tos no Brasil foi de extrema importância na busca dos recursos minerais aplicados na
economia. As cicatrizes dos impactos ambientais deixadas pelas atividades de mi-
neração devem ser amplamente estudadas para que a capacidade de exploração
mineral seja feita de forma responsável e diminua danos futuros. O alto potencial do
uso desses recursos, também acarreta em grandes desafios, que atualmente se es-
barram no paradigma do desenvolvimento sustentável.

82
RECURSOS ENERGÉTICOS

Os recursos minerais também são fontes de energia. Ao longo da história o ser


humano criou diferentes mecanismos para gerar energia e com o avanço da indus-
trialização aumentou potencialmente a demanda para desenvolver atividades de
diferentes tipos, seja na agricultura, nas indústrias ou nas tarefas domesticas. Ao pas-
sar do tempo, as fontes energéticas foram mudando, buscando superar crises e tam-
bém menores impactos ambientais. Além de o consumo ser diferenciado em cada
país, eles apresentam recursos diferentes, e por isso criam mecanismos de acordo
com suas fontes. Segundo, Farias; Sellito (2011) no artigo, Uso da energia ao longo
da história: evolução e perspectivas futuras, analisam quem fatores como a disponi-
bilidade de recursos, interesses comerciais, domínio de tecnologias e a preservação
do meio ambiente levaram os países a diferentes escolhas para a composição de
suas matrizes.
As fontes de energia renováveis são aquelas que não se esgotam na natureza,
tais como energia solar, eólica, geotérmica, hidroelétrica, biomassa e etc... Já as fon-
tes de energia não renováveis são atribuídas as fontes de combustíveis fosseis, tais
como petróleo, carvão mineral e gás natural, e de usinas nucleares, que em sua mai-
oria utilizam o urânio para gerar energia.
O Carvão mineral foi o primeiro combustível fóssil a ser utilizado em larga escala
como fonte energética, foi um importante motor no processo de industrialização, po-
rém seu impacto na atmosfera também se mostrou muito significativo. A chegada
da indústria petroquímica em 1930 declinou o carvão mineral como fonte de energia,
e ainda fomentou a criação de diversos subprodutos a partir da extração do Petró-
leo.
O Petróleo é uma fonte esgotável de energia, e uma das mais importantes no
mundo, por isso sua notoriedade no cenário dos recursos energético. Segundo o geó-
logo Branco, P.M:

Das muitas teorias sobre o surgimento do petróleo, a mais aceita diz


que ele se formou a partir da decomposição de matéria orgânico
(principalmente algas), decomposição esta causada pela pouca oxi-
genação e pela ação de bactérias. Esses seres teriam se acumulado
no fundo dos mares e lagos e, com o passar de milhões de anos, o
peso dos sedimentos sobre eles depositados teria promovido compac-
tação e aquecimento, levando às transformações que deram origem
ao petróleo. A temperatura mínima para deflagrar esse processo é 49
ºC, mas ela pode chegar a 177ºC. Isso corresponde a profundidades

83
de 1.500 e 6.400 metros, respectivamente. Se a matéria orgânica for
levada a profundidades maiores, ou seja, submetida a temperaturas
superiores a 177º C, transforma-se em gás ou grafita. Esse processo de
formação é, como se viu, extremamente lento daí se considerar o pe-
tróleo um recurso não renovável. (Branco, P.M., 2014)

As maiores reservas de Petróleo do mundo estão localizadas na região do Ori-


ente Médio, o que por um lado, traz um beneficiamento econômico expressivo, e por
outro geram conflitos internacionais.
No Brasil, a Bacia de Campos tem expressiva produção nacional e mais recen-
temente, a extração em depósitos chamados de pré-sal, situados no oceano a gran-
des profundidades, colocou o Brasil como uma importante fonte mundial deste re-
curso.
A discussão acerca das fontes energias não esgotáveis e que geram menores
impactos ambientais é amplamente debatida, visto que as ciências apontam cami-
nhos sinuosos para a manutenção da atual forma de explorar os recursos minerais.

84
GEOLOGIA E VALORIZAÇÃO SOCIAL, CULTURAL E HISTÓRICA: EXEMPLO DO
GEOPARK ARARIPE – CE.

Apesar de esta ciência ser muito relacionada ao campo econômico, tal como
nossa relação com a natureza, ela também adentra as questões culturais e históricas.
Um bom exemplo disso no Brasil que imprime estes valores de forma categórica é o
exemplo do Geopark Araripe.
O Geopark Araripe está localizado na parte sul do Estado do Ceará, região
nordeste brasileira. Envolve os municípios de Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Mis-
são Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri. Tem uma área de aproximadamente
3.790km², está inserida na porção cearense de estrutura de bacia sedimentar do Ara-
ripe. A região é caracterizada pela sua imensa importância geológica do período
Cretáceo, com destaque para seu tesouro paleontológico, com registros de 150 a 90
milhões de anos muito bem preservados e de enorme diversidade paleobiológica.
Em 2005, sabendo de sua riqueza geológica, a Universidade Regional do Cariri
(URCA) tomou a iniciativa, através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação
Superior (SECITECE) do Governo do Estado do Ceará, de encaminhar à Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), uma proposta
de candidatura do Geopark do Araripe para a inserção deste na Rede Global de

85
Geoparques (GGN). Logo em setembro de 2006, o Geopark do Araripe foi reconhe-
cido pela GGN como o primeiro Geoparque das Américas, e ganhou apoio de dife-
rentes instituições nacionais.
O Geopark Araripe menciona em sua página da web que tem como alguns
objetivos:
• Proteger e conservar os sítios de maior relevância geológica/paleontológica,
territorialmente denominados geossítios;
• Proporcionar à população local e aos visitantes, oportunidades de conhecer
e compreender tanto os contextos científicos das várias eras geológicas (Pré-
Cambriano, Paleozoico e Mesozoico), bem como de outros enquadramentos
regionais importantes, como o complexo cultural do Cariri e o ecossistema am-
biental da região;
• Possibilitar o conhecimento e a divulgação dos registros arqueológicos de po-
voamento ancestral da região;
• Intensificar relações com todo um espectro de atividades (científicas, culturais,
turísticas e econômicas), com ênfase na história evolutiva da Terra e da Vida;
• Divulgar a história da ocupação do território, a cultura regional e suas manifes-
tações, e as formas de utilização sustentável dos recursos naturais na região;
• Promover a inclusão social para além da proteção e promoção dos registros
geológicos, paleontológicos, antropológicos, ambientais, paisagísticos e cul-
turais, considerando a participação da sociedade como um dos pilares do
desenvolvimento do Geopark Araripe enquanto território de ciência, educa-
ção e cultura;
• Incentivar um turismo de qualidade, baseado nas múltiplas valências do terri-
tório, através de uma estratégia de promoção e divulgação de nível interna-
cional;
• Cooperar em articulação estreita com os stakeholders e os poderes públicos
municipal, estadual e federal, de forma a garantir um contínuo desenvolvi-
mento do território.
A criação do Geopark assumiu um papel importante dentro das questões so-
ciais e culturais do espaço nesta região, relatando sua importância histórica humana
e geológica. Contanto o beneficiamento econômico não é ausente, ele vem como
consequência do desenvolvimento das práticas mencionadas anteriormente. Atual-

86
mente o Park além de ser muito visitado por turistas, também é espaço para ativida-
des escolares, e de lazer dos moradores, conforme a figura 32 que mostram as últimas
notícias do site do Geopark Araripe acessado em junho de 2020. Este foi um exemplo,
de muitos outros, que relacionam o conhecimento geológico com a sociedade, de
forma a desenvolver questões do espaço sociocultural.

Figura 32: Ultimas notícias no site do Geopark Araripe

Fonte: http://geoparkararipe.urca.br/

Um Geoparque Global da Unesco (Unesco Global Geopark) usa sua herança


geológica, em conexão com todos os outros aspectos do patrimônio natural e cultu-
ral da área, para aumentar a conscientização e compreensão dos principais proble-
mas enfrentados pela sociedade, tais como usar os recursos da Terra de forma sus-
tentável, mitigar os efeitos da mudança climática e reduzir riscos relacionados a de-
sastres naturais.

87
A falta de incentivo à pesquisa, ainda esbarra na elaboração e concretização
de geoparques no Brasil, este é um dos motivos pelos quais, um país tão diverso (tanto
na biologia, na geomorfologia, na geologia...), conta apenas o registro de apenas
um Geopark.
O conhecimento geológico, neste e em diversos outros exemplos pelo mundo,
são fundamentais para se criarem relações íntimas do ser humano com o espaço e
a sua própria natureza. É necessário o incentivo às pesquisas que buscam esta rela-
ção, que vai além da questão econômica, e integre a ciência em conjunto com a
sociedade, com os diferentes saberes e com os conhecimentos tradicionais.
As Geociências contribuem para uma visão integrada do ambiente, visando
à compreensão sistêmica dos processos que ocorrem na Terra em diferentes escalas
ao longo do tempo e do espaço, incluindo as diferentes formas de conhecimento.
Este parece um dos caminhos para que o ser humano se entenda como parte da
natureza e não algo que está fora dela. Cuidar da natureza é cuidar de si.

88
FIXANDO O CONTEÚDO
1. O termo minério é designado para:

a) Estudar a formação dos minerais.


b) Minerais com composição metálica.
c) Minerais que são explorados economicamente.
d) Minerais óxidos.
e) Minerais que compõem as rochas sedimentares.

2. Das opções a seguir, assinale a que representa uma fonte de energia renovável

a) Petróleo.
b) Gás natural.
c) Carvão.
d) Hidroelétrica.
e) Usina nuclear.

3. (DRM/2011) As alternativas às fontes de energia de combustíveis fósseis são:

1. Gás natural, energia nuclear e energia solar.


2. Energia nuclear, energia solar e energia geotérmica.
3. Energia eólica, gás natural e biomassa.
4. Energia nuclear, energia solar e carvão.
5. Hidrocarbonetos, energia eólica e energia solar.

4. O Brasil possui importantes commodities minerais que se destacam no cenário glo-


bal, atualmente um deles que se destaca é:

a) Carvão.
b) Zinco.
c) Estanho.
d) Fosfato
e) Nióbio.

89
5. Crimes ambientais são muitas vezes irreparáveis e ameaçam diferentes formas de
vida na Terra. O crime ambiental que se repetiu e marcou o ano de 2019, com a
morte e desaparecimento de 270 pessoas, e causou alta degradação ambiental
e posteriores problemas relacionados à saúde humana, no Brasil foi:

a) O rompimento da barragem de Brumadinho.


b) O derramamento de óleo na baia de Guanabara.
c) O incêndio na Ultra cargo.
d) A contaminação por mercúrio nos rios devido à mineração.
e) Desmatamento da Amazônia para garimpo.

6. Uma das fontes mais importantes de energia no mundo são os combustíveis fosseis,
como o Petróleo. Sobre o processo de formação do Petróleo é possível afirmar que:

a) O Petróleo é derivado de rochas ígneas, formadas por pontos quentes no magma


(hot spots) e se encontram apenas em áreas oceânicas.
b) O Petróleo é formado a partir do processo de metamorfismo de rochas plutônicas
em grandes profundidades.
c) O Petróleo é formado pela decomposição de matéria orgânica, que se acumulou
durante milhões de anos e foram compactadas e aquecidas.
d) O Petróleo é formado por metamorfismo de impacto, que alteram a textura e com-
posição das rochas, transformando-as em material viscoso.
e) O Petróleo é formado pelo processo de litificação de sedimentos clásticos ao
longo de milhões de anos.

7. (DRM/2011) O único geoparque brasileiro reconhecido pela UNESCO está locali-


zado:

a) Na Chapada do Araripe
b) Na Chapada dos Guimarães
c) Na Chapada Diamantina
d) Na Chapada dos Parecis
e) Na Chapada do Apodi

90
8. O conceito de Geoparque está relacionado com:

a) Áreas de alto potencial para exploração de recursos minerais.


b) Áreas geográficas únicas e unificadas, onde locais e paisagens tenham significado
internacional e são gerenciadas com uma perspectiva holística de proteção, edu-
cação e desenvolvimento sustentável.
c) Áreas geográficas que apresentam rochas e minerais raros para serem explorados
por empresas de mineração de grande porte.
d) Áreas que estão inseridas em clima árido e semiáridos que precisam ser conserva-
das.
e) Áreas florestadas que precisam ser conservadas para não intensificar o aqueci-
mento global.

91
BIOGEOGRAFIA: DEFINIÇÕES E
CONCEITOS

INTRODUÇÃO

Para começarmos a entender o que é biogeografia, é necessário descrever


os conceitos e definições que deram origem a essa área tão importante para com-
preender onde estamos, onde vivemos, e porque vivemos aqui.
A geografia é a ciência que aborda e interpreta os fenômenos físicos-naturais,
socioeconômicos, e sua relação de interdependência com a sociedade. Berry, em
1969, descreveu a geografia como a ciência que estuda as interações e as organi-
zações espaciais. “Geografia” é uma palavra de origem grega, e é formada pelos
radicais “geo” + “grafos” que significa Terra e descrição respectivamente. Ou seja,
descrever a Terra e os fenômenos que ocorrem em sua superfície (Sposito, 2004). Já
a Biologia, é a ciência que estuda os seres vivos: animais, plantas, microrganismos.
Onde, “bio” significa vida e “logia” estudo, indicando que se refere ao estudo da
vida.
Portanto, quando juntamos as ciências, encontramos a Biogeografia que é o
ramo da Geografia que se dedica a estudar as relações entre os seres vivos e estes
com o meio físico que os rodeia bem como os fatores que interferem na sua distribui-
ção (Figueiró, 2015).

É possível já, até aqui entender que a Biogeografia vai estudar os seres vivos e sua distri-
buição no globo terrestre. Você consegue pensar em fatores que poderiam limitar a distri-
buição de espécies animais e vegetais em nosso planeta?

A biogeografia, portanto, que engloba o estudo das interações dos seres vivos
(fatores bióticos) com os fatores abióticos distribuídos no Planeta Terra, originou-se
segundo Cox, Moore e Ladle (2019) em meados do século XVIII. Naquele período, a
grande maioria da população acreditava literalmente nas afirmações da Bíblia, do
que ouviam de sacerdotes e religiosos, do domínio do Cristianismo que dizia que

92
tanto a Terra, quanto todos os seres vivos que vivem hoje nela, foram criados em uma
simples série de eventos. As pessoas acreditavam que a criação de tudo havia ocor-
rido há alguns milhares de anos e que tudo era originado de Deus de forma perfeita
e imutável. Ou seja, os organismos, animais e plantas eram considerados perfeitos, e
que o mundo sempre foi da mesma forma como conhecemos hoje, sem extinção,
sem mudanças.

A - Fatores bióticos: São organismos que possuem células, se reproduzem, se alimentam,


ou seja, animais, plantas, microrganismos.

B - Fatores Abióticos: Elementos não vivos que interagem com os organismos, como
água, solo, vento, calor, relevo, entre outros.

Figura 33: Representação dos fatores bióticos e abióticos

Fonte: França (2019)

A história da biogeografia veio sendo escrita e modificada a medida que a


percepção de que tanto o mundo vivo quanto o planeta em que habitava estão em
constante mutação, ocasionada por dois fatores preponderantes: o mecanismo bio-
lógico da evolução e o mecanismo geológico da tectônica de placas (Cox, Moore,
& Ladle, 2019).
Podemos observar no quadro 1 como as observações sobre o surgimento da
vida foram contribuindo para compreender as transformações e as demais caracte-
rísticas que deram início aos estudos da biogeografia.

93
Quadro 1: Contribuições de naturalistas sobre o surgimento da vida
Período
Contribuições Pensador
(ano)
 Cada organismo se originava de uma espécie imutável que ha-
via sido criada por Deus;
1735  Sugeriu que os diferentes ambientes encontrados em diferentes Lineu – Na-
altitudes, desde a tundra até os desertos, teriam sido colonizados turalista su-
por animais da arca à medida que as águas recuavam e, pro- eco
gressivamente, teriam descoberto níveis de terra cada vez mais
baixos;
 Registrou em qual tipo de ambiente cada espécie fora encon-
trada e, assim, deu início ao que hoje denominamos biogeogra-
fia ecológica.
 A primeira pessoa a perceber que diferentes regiões do mundo
continham agrupamentos de organismos diferentes;
1761  Observou que muitos mamíferos da América do Norte, tais Georges
como ursos, cervos, esquilos, ouriços e toupeiras, também eram Buffon -
encontrados na Eurásia, e salientou que eles só poderiam ter se naturalista
deslocado entre esses dois continentes através do Alasca; francês
 Muitos mamíferos tropicais da América do Sul são diferentes da-
queles encontrados na África.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

Sendo assim, com as descobertas sobre as características dos seres vivos, a


definição de biogeografia foi sendo escrita. De Martonne (1954) entende e descreve
A Biogeografia como o estudo da repartição dos seres vivos na superfície da Terra e
a análise de suas causas de distribuição". Já Brown e Lomolino (2006) descreve como
uma ciência que se preocupa em documentar e compreender os padrões espaciais
da Biodiversidade.
Portanto, nota-se que a Biogeografia é uma ciência que estuda a distribuição
dos seres vivos no espaço através do tempo, buscando a compreensão dos padrões
de organização espacial e os processos que interagem entre si.

94
 “Os Viajantes e a Biogeografia” é um artigo publicado por Papavero e Teixeira (2001)
que aborda um breve panorama das principais teorias da biogeografia mostrando os
conhecimentos dos naturalistas adquiridas através da observação. Disponível em:
https://bit.ly/39GwBpz. Acesso em: 21 dez. 2021.

 Para entender um pouco mais sobre a Biogeografia da América do Sul, leia no livro
“Biogeografia da América do Sul: Análise de tempo, espaço e forma” o cápitulo 5 “Pan-
Biogeografia da América do Sul” escrito por Heads (2016). Disponível em:
https://bit.ly/36Bp1dY. Acesso em: 21 dez. 2021.

A Biogeografia é considerada uma ciência multidisciplinar, pois engloba as ci-


ências geográficas, históricas, biológicas, além das áreas de climatologia, ecologia,
geologia e evolução (Armando, 2019).
Já é possível a você leitor, compreender que o estudo da Biogeografia tem
por base a biosfera onde se estudam todos os organismos e suas interações. Vamos
compreender a partir deste material:

 O que permite que uma espécie vive onde está?


 O que impede de conquistar outras áreas?
 Onde as espécies podem ser encontradas?
 Onde viveram seus ancestrais?
 Como os eventos históricos contribuem na distribuição de uma espécie?

Para isso vamos estudar alguns conceitos importantes para a biogeografia.

95
Figura 34: Origem da palavra Biogeografia

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

7.2 CONCEITOS IMPORTANTES DE BIOGEOGRAFIA

Quando estudamos ciências vimos diversos conceitos e definições sobre o sur-


gimento da vida e as interações que existem entre as espécies e o ambiente que
buscam explicar a origem, o habitat, as formas de vida e adaptação das espécies,
para compreender a dinâmica da biosfera.
Para tal, vamos entender as definições que serão importantes para o decorrer
desta disciplina.

Habitat: É o “endereço” da espécie, ou seja, o local específico onde uma es-


pécie pode ser encontrada no ecossistema. Exemplos:

 Leões e girafas são encontrados na savana africana;


 Urso polar são encontrados nas regiões polares;

96
 A onça pintada pode ser encontrada na floresta amazônica e no pantanal.

Figura 35: Arte representando a Savana africana

Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

Organismo: É uma forma individual de vida, ou seja, possui características


como células, órgãos, organelas ou outras estruturas que interagem fisiologicamente,
executando os diversos processos necessários à vida.

Exemplos:

 Cada um de nós, seres humanos somos um organismo;


 Os animais são organismos, como um cão, um gato ou um coelho;
 A abelha é um organismo;
 Uma bactéria é um organismo;
 Uma árvore é um organismo.

Figura 36: Exemplo de um organismo (coelho)

97
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

População: Indivíduos da mesma espécie que vivem em determinada região


formam uma população.
Exemplos:

 Os hipopótamos encontrados nos rios formam uma população;


 As araras azuis da Amazônia são uma população;
 A plantação de eucalipto é uma população.

Figura 37: Exemplo de uma população (flamingos)

Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

Comunidade: É o conjunto de populações de diversas espécies que habita


uma mesma região num determinado período.

Exemplos:

98
 Os organismos que vivem em uma floresta, que vivem no oceano, que vivem
em um aquário, que vivem em um rio.
 Dentro de um aquário podemos ter algas, plantas e peixes diferentes, formando
uma comunidade, onde possui populações de espécies diferentes.
 Na Savana diversas populações interagem entre si em busca de alimento.

Figura 38: Exemplo de uma comunidade

Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

Ecossistema: É o conjunto de interações, relações e fatores entre a fauna e a


flora, os microrganismos (fatores bióticos) e o ambiente (fatores abióticos) que são
os elementos não vivos como solo, água, atmosfera, entre outros.
Todos estes fatores encontram-se interligados através das relações ecológicas
que serão abordadas mais a frente neste material. Quando existem alguma altera-
ção destes elementos, pode causar algum desequilíbrio.

Figura 39: Exemplo de um ecossistema

99
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

Monoculturas afetam a harmonia e o equilíbrio de um ecossistema, já que se


retira a vegetação nativa e diversificada para inserir um único tipo de cultura alte-
rando as relações ecológicas existentes.
O desmatamento ocasiona desequilíbrio, pois altera as condições naturais do
ecossistema podendo levar espécies animais a abandonarem seus hábitos em
busca de outros lugares para sobrevivência.

Monoculturas - Consideradas plantios de uma única cultura realizada em grandes propri-


edades, onde o foco é a quantidade, como as grandes plantações de soja, café e milho,
por exemplo. As monoculturas empobrecem os solos, causa desmatamento e perda da
biodiversidade podendo causar desequilíbrio do ecossistema.

7.3 BIOSFERA

Como já vimos nesta unidade, “Bio” significa vida e “sfera” significa esfera, ou
seja, esfera da vida, o Planeta Terra, uma esfera, com todas as partes onde existem
vida. São as condições ambientais em que se processa a vida animal e vegetal na
terra.
Engloba outros fatores como o solo, o ar, a água, a luz, o calor e os alimentos,
que fornecem condições necessárias no desenvolvimento da vida.

100
Figura 40: As esferas da vida

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

ATMOSFERA – Camada composta pelo ar em geral que é o componente principal desse tipo de ambiente,
sendo constituído basicamente por dois gases: o oxigênio e o hidrogênio.

CRIOSFERA – São as porções da superfície da Terra, onde a água está presente no estado sólido. Se apre-
senta nas formas de geleiras, blocos de gelo, os lagos e rios congelados, áreas cobertas de neve.

HIDROSFERA - A hidrosfera é a camada da Terra formada por água (que, por sinal, compõe a maior parte
da parte externa de nosso planeta, cobrindo cerca de 70% de toda a sua superfície.

LITOSFERA – É a parte da estrutura física e sólida propriamente dita do nosso planeta. Estrutura essa que
inclui, por exemplo, rochas, formas de relevo e dinâmicas relacionadas à formação desse mesmo relevo,
como é o caso do movimento das placas tectônicas, do vulcanismo e dos terremotos.

A biosfera, portanto, engloba todos os ecossistemas presentes na Terra, que


vão desde as mais altas montanhas, que podem chegar a aproximadamente 10.000
m de altitude até as profundezas do oceano que chegam até cerca de 10.000 m de
profundidade. Esses locais possuem características diferentes, condições e formas de
vidas das mais variáveis que se adaptaram a estes locais. O ar, a água, o solo, a luz,

101
o gelo são fatores determinantes para a vida nestes ambientes remotos (Armando,
2019).

7.4 BIOGEOGRAFIA ECOLÓGICA E HISTÓRICA

Para compreendermos melhor a biogeografia é importante que se faça a se-


paração desta grande área em duas vertentes diferentes que estão interligadas, po-
rém são trabalhadas de forma sistêmica. De Candolle em 1820 dividiu a Biogeografia
em duas subáreas, a Biogeografia Ecológica e a Biogeografia Histórica.
Por que o leão vive na savana? Por que o peixe-boi vive na Amazônia? Por
que não existe camelo no Brasil? Essas perguntas são respondidas quando se com-
preende a biogeografia ecológica, pois ela busca investigar, analisar, compreender
e explicar por que uma espécie vive confinada em determinada região, do que se
alimenta, o que a impede de expandir para novas áreas. Essa parte da biogeografia
busca entender como o solo, o clima, a latitude interage com os organismos vivos,
como limitam sua distribuição.
Segundo o botânico suíço De Candolle (1820) a biogeografia ecológica busca
entender como processos ecológicos que ocorrem a curto prazo atuam sobre o pa-
drão de distribuição dos organismos, analisando a distribuição dos seres vivos em fun-
ção de suas adaptações às condições atuais do meio (Aguilar, 2009).
A Biogeografia ecológica, portanto, consiste na tentativa de explicar o que
controla a diversidade de espécies em determinada região e como algumas delas
conseguem viver em locais remotos. Estuda a organização dos seres vivos em relação
a sua localidade, habitat, distribuição e modo de vida, compreendidos na ordem
biológica: Subespécies, espécies, gêneros, família, ordem e filo são progressivamente
maiores unidades de classificação biológica. Cada um é conhecido como um tá-
xon (plural: taxa) (Cox, Moore, & Ladle, 2019).
Já a Biogeografia Histórica busca compreender e explicar como determinado
táxon de distribui, se existiram eventos geológicos e climáticos capazes de separar e
modificar espécies, devido à necessidade de adaptação, verifica-se quais as espé-
cies tem relações parentais e qual a história da espécie, em relação a sua chegada,
seu desenvolvimento, sua adaptação, onde viveram seus ancestrais. Desta forma,
envolve períodos de grande duração, eras, intervalos de tempo longínquos, as gran-
des áreas globais.

102
Em todas as unidades deste livro, ao final, será apresentado um mapa mental
para facilitar o entendimento e resumir todo o conteúdo estudado por unidade.
O mapa mental é um resumo na forma de fluxograma, desenho, esquema
que facilita na hora de revisar o conteúdo e permite fixar o conteúdo estudado du-
rante a unidade em questão.

Figura 41: Mapa Mental: O Que É A Biogeografia

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

103
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A biogeografia engloba o estudo das interações dos seres vivos (fatores bióticos)
com os fatores abióticos distribuídos no Planeta Terra, no qual originou-se, segundo
Cox, Moore e Ladle (2019), em meados do século XVIII. Marque a alternativa que
apresentar apenas fatores abióticos.

a) Salinidade, plantas aquáticas e temperatura.


b) Água, plâncton e solos.
c) Ventos, água e salinidade.
d) Fungos, protozoários e rochas.
e) Rochas, água e algas marinhas.

2. Diversas foram as contribuições de cientistas e naturalistas de séculos passados


para definirmos atualmente os padrões de distribuição e fatores limitantes para os
seres vivos. Além disso, para agrupar os organismos, as características observadas
desde os primórdios foram contribuições relevantes para agruparmos os seres vi-
vos como são hoje. Contudo, houve uma pessoa que foi o primeiro a perceber
que diferentes regiões do mundo continham agrupamentos de organismos dife-
rentes potencializando novos estudos na área da biogeografia. Dentre as opções
abaixo, marque aquela que apresenta o naturalista pioneiro na observação de
organismos com características diferentes, nas diferentes regiões do mundo.

a) Filósofo grego Aristóteles.


b) Naturalista francês Georges Buffon.
c) Naturalista sueco Lineu.
d) Charles Darwin.
e) De Candolle.

104
3. Observe a imagem abaixo:

É possível observarmos fatores bióticos e abióticos que interagem entre si ocasionam equilíbrio
do ecossistema. Ao analisar a imagem é possível dizer que se trata de

a) um ecossistema.
b) uma população.
c) um organismo.
d) um bioma.
e) uma comunidade.

105
4. O deserto é um ecossistema onde as es-
pécies encontram dificuldades para so-
brevivência, porém ao mesmo tempo de-
senvolvem adaptações capazes de per-
mitir a vida em um ambiente com tantas
restrições. Água, alimento, parceiros para
reprodução, competição, são fatores
que as espécies do deserto costumam
enfrentar para a sobrevivência e mesmo
assim é o lar de muitos organismos. Na
imagem ao lado é possível observar or-
ganismos. Marque a alternativa correta quanto à quantidade de organismos (não
considere as gramíneas) presentes nesta imagem.

a) 3 organismos.
b) 4 organismos.
c) 2 organismos.
d) 5 organismos.
e) 1 organismo.

5. Julgue as afirmativas abaixo em verdadeiro e falso e marque a opção correta em


relação a Biogeografia ecológica.

1 – ( ) Segundo o botânico suíço De Candolle (1820) a biogeografia ecológica busca entender como
processos ecológicos que ocorrem a curto prazo atuam sobre o padrão de distribuição dos orga-
nismos.

2 –( ) A biogeografia ecológica consiste na tentativa de explicar o que controla


a diversidade de espécies em determinada região e como algumas delas conse-
guem viver em locais remotos.
3 –( ) Estuda a organização dos seres vivos em relação apenas sua localidade e
habitat, compreendidos na ordem biológica.

Estão corretas as afirmativas

106
a) 1 e 3.
b) 1 e 2.
c) 2 e 3.
d) Apenas a 2.
e) Apenas a 1.

6. “São as condições ambientais em que se processa a vida animal e vegetal na


terra. Engloba outros fatores como o solo, o ar, a água, a luz, o calor e os alimentos,
que fornecem condições necessárias no desenvolvimento da vida” esta definição
diz respeito a(ao)

a) comunidade.
b) ecossistema.
c) habitat.
d) organismo.
e) biosfera.

7. “Em um lago é possível identificar 2 hipopótamos, 5 garças, 3 crocodilos em busca


de alimento e um grupo de 8 abutres aguardando as sobras de alguma carcaça
abandonada pelos predadores”.
Este lago representa um ecossistema, pois além dos organismos citados, existem peixes, microorga-
nismos, plantas, algas e fatores abióticos.

Marque a alternativa correta. Possui neste lago, de acordo com o que foi citado no texto:

a) 4 populações e 4 organismos.
b) 18 populações e 1 comunidade.
c) 4 populações e 18 organismos.
d) 16 organismos e 1 população.
e) 18 organismos e 1 população.

107
8. Busca compreender e explicar como determinado táxon de distribui, se existiram
eventos geológicos e climáticos capazes de separar e modificar espécies, devido
a necessidade de adaptação, verifica-se quais as espécies têm relações parentais
e qual a história da espécie, em relação a sua chegada, seu desenvolvimento, sua
adaptação, onde viveram seus ancestrais. Essa definição representa as caracte-
rísticas de qual área?

a) Biogeografia Histórica.
b) Biogeografia.
c) Biogeografia Ecológica.
d) Ecossistema.
e) Padrões de Distribuição.

108
OS GRANDES BIOCICLOS DA
TERRA

8.1 INTRODUÇÃO

Como sabemos a Biosfera representa todas as partes da Terra onde existe a


vida, e são diversos fatores, condições e interações que compreendem a vida na
Terra. Existe vida em quase todas as partes da Terra, desde as zonas mais quentes as
mais frias, nas montanhas mais altas e nas grandes profundezas do oceano.
Segundo Armando (2019) a Biosfera pode ser dividida em biociclos (Figura 10),
ou seja, ciclos de vida, nos mais diversos ambientes que o nosso planeta possui. Para
facilitar nosso entendimento vamos explicar de forma separada cada um deles. Por-
tanto, são três os biociclos indicados na figura:

Figura 42: Divisão dos ciclos da Terra

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

São assim agrupados, o Talassociclo (biocíclo marinho) é o que agrupa todos


os ecossistemas de água salgada, os seres que habitam e todas as interações exis-

109
tentes. Epinociclo (biocíclo terrestre) agrupa todos os ecossistemas das terras emer-
sas; Limnófilo (biocíclo dulcícola) – agrupa todos os ecossistemas de água doce
(Armando, 2019).

8.2 TALASSOCICLO - MARES E OCEANOS

Ocupa aproximadamente 75% da superfície terrestre e é caracterizado por


todos os ambientes de água salgada do planeta, incluindo oceanos e mares. As con-
dições ambientais costumam ser bastante estáveis, especialmente nos oceanos. O
oceano é o maior bioma da Terra, ocupando cerda de 3/4 de sua superfície e com
uma profundidade média de cerca de 3 km embora chegue a mais de 10 mil metros
em alguns pontos. Existem correntes que movimentam os seres vivos e o alimento,
contendo diversas substâncias como sais e gases, já que a água é considerada um
solvente universal (Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).
Nestes ecossistemas a profundidade é um fator significativo para a sobrevivên-
cia, já que limita a luminosidade responsável pela fotossíntese nestes ambientes, o
que caracteriza um local onde existem organismos que se adaptaram para garantir
a sobrevivência.

Ambientes extremos

A grande maioria dos seres vivos vivem entre certos limites de tolerância (temperatura,
umidade, altitude, salinidade) porém, foram encontrados seres vivos nos lugares mais ines-
perados. São as bactérias que vivem nesses ambientes extremos, como as que vivem nas
salinas em alta concentração de sais, nos gelos antárticos, em temperaturas extrema-
mente baixas, água ácida, fontes hidrotermais. Essas bactérias recebem o nome de extre-
mófilos. Assista o vídeo do canal “Nerdologia” intitulado “Vida Extrema” para entender
mais do assunto. Disponível em: https://bit.ly/3jhG3D1. Acesso: 22 dez. 2021.

110
Figura 43: Subdivisão do oceano de acordo com a profundidade

Fonte: Paula (2016)

Como a profundidade se torna um fator limitante devido à ausência de luz,


cada zona do oceano possui características que determinam suas formas de vida.
Portanto, vamos entender como é a classificação das zonas do oceano de acordo
com a profundidade e luminosidade.

Quadro 2: Classificação do ambiente marinho (Talassociclo)


Profundidade Luminosidade
Litorânea Eufótica
Nerítica Disfótica

111
Batial Afótica
Abissal Mar aberto
Hadal Zona pelágica
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

Também podemos classificar os organismos que vivem no ambiente marinho


(talassocíclo) (quadro 3) de acordo com o seu comportamento e sua morfologia
(Fragoso Jr, Ferreira, & Marques, 2009).
Quadro 3: Classificação dos organismos marinhos
Plâncton Nécton Bentos
Inclui organismos microscópi- Inclui organismos macroscó- Inclui organismos macros-
cos, como algumas peque- picos, como peixes e baleias, cópicos, como algumas
nas algas e larvas de crustá- que nadam ativamente na grandes algas estrelas-do-
ceos, que são movidos pela coluna d’água. mar, que dependem do
correnteza. substrato para se fixarem
ou se locomoverem.

Fonte: Adaptado de Fragoso, Ferreira e Marques (2009)

Cadeias Alimentares

Assim como em todos os ecossistemas, nos mares e oceanos para existir equilíbrio é neces-
sário que as cadeias e teias alimentares estejam sempre em manutenção, pois, os orga-
nismos dependem uns dos outros para sobreviverem, por isso a poluição do ecossistema
marinho é um risco para toda a forma de vida já que altera as cadeias alimentares e
potencializa o desequilíbrio ambiental.

8.3 LIMNOCICLO

Este ecossistema é constituído pelas águas doces (rios, lagoas, pântanos, bre-
jos). É considerado o menor dos biociclos (apenas 0,017% da água do planeta). Possui
menor salinidade e profundidade em comparação com o mar.

112
Pode ser dividido em (quadro 4):

 Província lêntica: Ecossistema constituído pelos lagos e lagoas em que


não há movimento da água.
 Província lótica: A província lótica é formada pelos rios e riachos, que
apresentam água em movimento.

Quadro 4: Divisão do ecossistema aquático


Província lêntica Província lótica
Lagos e Lagoas – água parada. Rios e cachoeiras - Água doce em
movimento.

Disponível em: https://bit.ly/3rjlk4I. Disponível em: https://bit.ly/2Mxxh87.


Acesso em: 25 nov. 2021. Acesso em: 25 nov. 2021.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

8.4 EPINOCICLO

Agora é sua vez! Atualmente é necessário que o professor desenvolva atividades lúdicas,
dinâmicas e práticas com os alunos buscando a interdisciplinaridade e a motivação dos
alunos potencializando maior aprendizado e fixação do conteúdo. Como seria possível
trabalhar o Limnociclo com os alunos de forma lúdica, dinâmica e prática que levasse o
aluno a participar efetivamente e obter mais conhecimento?

Os ecossistemas terrestres representam o epinociclo onde se destaca por sua


maior diversidade em relação aos demais biociclos, e mesmo representando ¼ da

113
biosfera, o que corresponde a 28% da superfície do planeta, possui vasta biodiversi-
dade.
A grande variação do clima e a presença de barreiras geográficas promovem
a formação de novas espécies. Apresentam grandes variações de temperatura,
pressão atmosférica, umidade do ar e luz solar. Os organismos que caracterizam a
fauna e flora são bem representativos, mas é a flora que determina a fauna pois po-
tencializa variados ecossistemas que ainda serão vistos neste livro, caracterizados pe-
las florestas, campos, montanhas, desertos, mangues, praias, ilhas, solos e cavernas
(Begon, Townsend, & Harper, 2009)(BEGON et al., 2009; RAMOS e AZEVEDO, 2009).

8.5 ECOSSISTEMAS

Florestas: Apresentam uma grande variação florística com predominância


contínua de árvores, onde a fauna se apresenta com grande diversidade, onde as
espécies desenvolvem adaptações como bico, garras, olfato e audição bastante
apuradas. Possui pouca luminosidade com poucos ventos, temperatura mais ou me-
nos constante e possui grande umidade.

Figura 44: Arte exemplificando uma floresta

Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

114
Campos: presenta predominância das gramíneas, apresenta poucas árvores
espaçadas ou não apresenta árvores o que ocasiona maior luminosidade e ventos
permitindo durante o dia alta temperatura e baixando a noite.

Figura 45: Arte exemplificando campo

Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

Montanha: Esse ecossistema apresenta vegetação variável, porém se destaca


baixa presença de fauna, onde a maioria dos animais possui pigmentação forte em
contraste com o branco da neve nos picos. A radiação solar é muito mais intensa
com um baixo teor de oxigênio, e baixa temperatura.

Figura 46: Arte exemplificando montanhas

115
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

Deserto: Apresentam vegetação pobre composta de plantas ombrófitas que


germinam rapidamente quando chove, e as plantas xerófitas; As chuvas são irregu-
lares com precipitações anuais abaixo dos 250 mm a 300mm e baixa umidade do ar.

Figura 47: Arte exemplificando deserto

Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

Mangue: Locais que ocorre a invasão do mar durante as marés altas. Apresen-
tam solos lodosos com vegetação tipo halófitas e os vegetais hidrófitos.

116
Figura 48: Arte exemplificando mangue

Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

Praia: Conhecida como região de transição, já que se encontra entre os ecos-


sistemas terrestres e aquáticos, ou seja, área que fica entre o mar e as terras emersas.
Lugar onde a salinidade do solo é elevada com uma vegetação pobre devido à
proximidade com mar, porém a de restinga que fica um pouco mais afastada é mais
rica.

Figura 49: Arte exemplificando praias

Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

117
Ilhas: Podem ser oceânicas ou continentais, onde as oceânicas apresentam
fauna e flora características e podem apresentar forte endemismo.

Figura 50: Arte exemplificando ilhas

Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

Solos: O solo também é considerado um ecossistema, já que vivem ali diversos


organismos interagindo com diversos fatores abióticos, esses apresentam baixas flu-
tuações de temperatura, luminosidade, evaporação, ventos e umidade.

118
Figura 51: Arte exemplificando o solo

Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

Cavernas: Nesses ambientes há a ausência de luz ou existe uma pequena pe-


netração de raios solares e de ventos, com alta unidade e temperatura constante,
possui uma flora muito pobre representada pelos fungos.

Figura 52: Arte exemplificando cavernas

Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)

119
Agora que já sabemos que o solo também é um ecossistema, imagine a riqueza de biodi-
versidade que pode ser encontrada neste local. Para isso sugerimos a leitura do livro “So-
bre solo fértil: como identificar grandes oportunidades para empreendimentos em alta
tecnologia” de Shane (2007) para compreender melhor como ocorre a fertilidade do solo
através da ação dos microrganismos e as relações que ocorrem neste ecossistema. Dispo-
nível em: https://bit.ly/3oKxqSs. Acesso em: 23 jan. 2021.

Podemos perceber a variedade de ecossistemas que fazem parte do epinoci-


clo o que caracteriza este biociclo como o que apresenta grande biodiversidade de
espécies. Assim, é possível conhecer e estudar os fatores que influenciam a existência
destes organismos, bem como os que permite sua adaptação, reprodução, e o que
muitas vezes os limitam aos diferentes ecossistemas.

Ombrófitas – São plantas que vivem em florestas úmidas e densas.


Xerófitas – São plantas adaptadas para viverem em regiões de climas semiárido e desér-
tico (árido). Os cactos são as plantas xerófitas mais conhecidas.
Halófitos – Plantas que se desenvolvem em ambientes com alta concentração de salini-
dade.
Hidrófitos – Plantas que crescem na água ou ambiente saturado por água.
Terras emersas – Terras que não estão cobertas pela água.
Endemismo – Grupos que se desenvolveram em uma região restrita só existindo naquele
local.

120
Figura 53: MAPA MENTAL – Os grandes biociclos da Terra

Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

121
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Julgue as afirmativas abaixo em verdadeiro e falsa e marque a alternativa correta.

1 ( ) o Talassociclo (biocíclo marinho) é o que agrupa todos os ecossistemas de água salgada, os seres
que habitam e todas as interações existentes, incluindo praias e mangues.

2 ( ) Epinociclo (biocíclo terrestre) agrupa todos os ecossistemas das terras emersas, incluindo
praias e mangues.

3 ( ) Limnófilo (biocíclo dulcícola) – agrupa todos os ecossistemas de água doce.

Estão corretas

a) Todas as afirmativas.
b) Apenas 1 e 2.
c) Apenas a 2.
d) Apenas 2 e 3.
e) Apenas 1 e 3.

2. São fatores que interferem na sobrevivência e adaptação dos seres vivos no ta-
lassociclo:
a) Luminosidade, umidade e profundidade.
b) Luminosidade, profundidade e salinidade.
c) Luminosidade e profundidade.
d) Ventos, relevo e luminosidade.
e) Profundidade apenas.

3. Como a profundidade se torna um fator limitante devido à ausência de luz, cada


zona do oceano possui características que determinam suas formas de vida.
Aqueles seres vivos que sobrevivem a grandes profundidades na ausência de luz
pertencem a qual região?

122
a) Zona costeira.
b) Zona eufótica.
c) Zona Batial.
d) Zona Abissal.
e) Mar aberto.

4. No ecossistema aquático (Limnociclo) existem organismos que que vivem disper-


sos na coluna d'água, que devido à pouca mobilidade são carregados pelo mo-
vimento das águas. De acordo com as características descritas, o micro-organismo
em questão é um

a) bento.
b) nécton.
c) plâncton.
d) organismo.
e) população.

5. UEMA (2012) - Sítios RAMSAR correspondem às zonas úmidas estabelecidas por


meio de critérios criados durante a Convenção Internacional de Áreas Úmidas em
1971 na cidade de Ramsar, Irã, cujos objetivos implicam sua conservação e uso
sustentável. Dentre os oito sítios brasileiros, destacam-se os maranhenses: Área de
Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses, onde se encontra o Oceano
Atlântico; Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense, onde se encontra
o Lago de Viana, e Parque Nacional Marinho Parcel de Manuel Luiz, onde se en-
contram grandes recifes de corais.

Quando destacamos essas áreas, estamos tratando respectivamente dos bioci-


clos:

a) talassociclo, talassociclo e limnociclo.


b) talassociclo, limnociclo e talassociclo.
c) limnociclo, talassociclo e limnociclo.
d) epinociclo, talassociclo e limnociclo.
e) talassociclo, limnociclo e limnociclo.

123
6. Apresenta predominância das gramíneas, apresenta poucas árvores espaçadas
ou não apresenta árvores o que ocasiona maior luminosidade e ventos permitindo
durante o dia alta temperatura e baixando a noite. A descrição se refere a um
ecossistema do epinociclo identificado como:
a) Florestas.
b) Campos.
c) Montanhas.
d) Mangues.
e) Cavernas.

7. (FATEC) Associe as colunas abaixo e marque a alternativa que contém a associa-


ção correta.

COLUNA A

I. Plâncton
II. Nécton
III. Bentos

COLUNA B:

1. Organismos capazes de nadar ativamente contra as correntes marinhas.

2. Organismos característicos do fundo do mar.

3. Organismos flutuantes incapazes de nadar contra as correntes marinhas.

a) I - 2; II - 3; III – 1
b) I - 3; II - 1; III – 2
c) I - 1; II - 3; III – 2
d) I - 2; II -1; III – 3

124
e) I - 3; II - 2; III – 1

8. Associe as colunas:
Locais que ocorre a invasão do mar durante as ma-
I rés altas. Apresentam solos lodosos com vegetação tipo
halófitas e os vegetais hidrófitos.
Conhecida como região de transição, já que se en-
contra entre os ecossistemas terrestres e aquáticos, ou seja,
II área que fica entre o mar e as terras emersas. Lugar onde
a salinidade do solo é elevada com uma vegetação pobre
devido à proximidade com mar, porém a de restinga que
fica um pouco mais afastada é mais rica.
Podem ser oceânicas ou continentais, onde as
III oceânicas apresentam fauna e flora características e po-
dem apresentar forte endemismo.

A – Praia

B – Mangue

C – Ilha

Marque a alternativa correta:

a) I – A; II – C; III – B
b) I – B; II – C; III – A
c) I – A; II – B; III – C
d) I – B; II – A; III – C
e) I – C; II – A; III – B

125
PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO
GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES

9.1 INTRODUÇÃO

Já vimos que existem divisões na Biogeografia, como a histórica e a ecológica,


bem como os biociclos onde existem as interações entre os fatores bióticos e abióti-
cos capazes de caracterizar um ecossistema o que por sua vez, caracterizam as es-
pécies presentes nestes locais. Agora veremos como as espécies se distribuem e quais
os fatores que permitem ou limitam esta distribuição.
Também foi possível compreender a organização dos seres vivos, que vão
desde o organismo em si, como unidade básica, até o conjunto deles formando po-
pulações, comunidades e assim até chegarmos à biosfera, ou seja, todas as partes
onde existem vida no planeta Terra. Cada espécie de ser vivo é organizada a partir
das características individuais de seus indivíduos. Com a evolução constantemente
ocorrendo, algumas dessas espécies podem apresentar subdivisões ou podem ainda
hibridizar com outras espécies (Cox, Moore, & Ladle, 2019).

Hibridação

Hibridação é considerado o processo de reprodução entre dois animais considerados de


espécies diferentes. Quando essas espécies são geradas são chamados de mestiços ou
animais híbridos. A maioria das espécies de híbridos são inférteis, porém existem exceções.
O fenômeno de hibridação pode ser visto tanto como uma discriminação dos limites da
espécie que poderia eventualmente resultar na perda de espécies puras ou a formação
de uma nova espécie (Arnold & Meyer, 2006).

Os ciclos biológicos, geológicos e químicos que se processam na Terra produ-


zem variações climáticas e influenciam na evolução dos seres vivos, no desenvolvi-
mento da vida e na adaptação aos diversos tipos de ambientes. Cada região da
biosfera apresenta características diversas à flora e a fauna, em função das adapta-
ções evolutivas a condições climáticas e ambientais e a disponibilidade de alimentos

126
para se nutrirem (Ribeiro, [1998] 2009).

Quadro 5: Contribuições de naturalistas para a distribuição, adaptação e caracterização dos seres


vivos
Quem? O que?
Mendel Estudou a genética e a hereditariedade responsável
pela transmissão de informações de um indivíduo a
outro.

Desmond Morris e Konrad Lorenz Compararam o comportamento animal no habitat na-


tural e em cativeiro.

Lamarck Necessidade dos animais, fatores de evolução, carac-


teres novos e influência do meio ambiente na trans-
missão de características para as novas gerações.

Darwin Variação aleatória e da mutação, seleção natural e a


sobrevivência dos mais aptos; diversidade, caracterís-
ticas adquiridas pelos animais submetidos a condi-
ções ambientais variáveis.
Fonte: Adaptado de Ribeiro ([1998] 2009)

É fato que a biogeografia foi sendo aperfeiçoada ao longo do tempo, assim como a Evo-
lução das espécies em nosso planeta. Por isso, indicamos a obra de Ridley (2007) “Evolu-
ção” capaz de abordar e explanar as teorias e hipóteses da evolução capazes de agre-
gar maior entendimento em relação a biogeografia. Disponível em: https://bit.ly/3pKZiaC.
Acesso em: 23 jan. 2021.

O desafio encontrado pelo biogeógrafo está presente ao estudar os proble-


mas dos intervalos de diferentes organismos e explicá-los em termos climáticos, geo-
lógicos e históricos. Existem fatores limitantes para os padrões de distribuição das es-
pécies e subespécies, como por exemplo, os fatores físicos e químicos, podendo ser
uma variação de temperatura e salinidade ou até a competição e as demais rela-
ções ecológicas existentes que ainda serão estudadas neste livro. Neste sentido, co-
nheceremos os fatores que influenciam os limites de distribuição das espécies e como
interagem dentro dos ecossistemas.
Percebemos como o planeta Terra possui variadas espécies e ecossistemas,
organismos diferentes e outros tão semelhantes, que são organizados em grupos que

127
possuem características e traços em comum que recebe o nome de espécie. Nota-
damente a grande maioria das espécies são definidas por sua morfologia, fisiologia,
comportamento e aparência, mas mesmo assim dentro das espécies existem ainda
grande variação.
A taxonomia é a ciência que classifica os organismos e é vista hoje como a
área mais antiga da biologia. O Dicionário de Oxford descreveu a taxonomia como
o ramo da ciência voltado à classificação, especialmente, de organismos; à sistemá-
tica; a classificação de algo, em especial, organismos; um esquema de classificação
(OXFORD DICTIONARY ONLINE, 2013).
Em seu início, sem tanto o conhecimento da genética, a taxonomia era base-
ada na morfologia dos animais, posteriormente com o avanço das pesquisas sobre
as estruturas do DNA permitiu a melhor determinação das características das espé-
cies, nem sempre as estruturas corporais são confiáveis para determinar as semelhan-
ças entre as espécies, podendo ser de famílias diferentes. Os estudos na área da ge-
nética têm cada vez mais potencializado o entendimento das relações entre as es-
pécies (Cox, Moore, & Ladle, 2019).
Em todos os livros de ciências e biologia encontramos a origem da classifica-
ção dos serres vivos, bem como os mesmos eram organizados, partiu de Aristóteles
(384-322 a.C.) que propôs um sistema que classificava os animais em terrestres, aqu-
áticos e aéreos, enquanto as plantas eram divididas em ervas, arbustos e árvores.

Figura 54: Modelo de classificação descrito por Aristóteles

Fonte: Paulo Aragão (2018)

128
É possível compreender, porém que essa classificação permitiu colocar ani-
mais bem distintos dentro do mesmo grupo, pois tanto os mamíferos e as aves esta-
riam juntos dentro de um mesmo grupo, assim como no ambiente aquático, animais
como golfinhos, baleias e tubarões que possuem características anatômicas seme-
lhantes eram classificados como sendo do mesmo grupo.

Figura 55: Semelhança morfológica entre espécies aquáticas que pertencem a grupos diferentes.

Fonte: Adaptado de https://shutr.bz/2YFD5ii. Acesso em: 23 jan. 2021

Como não havia padronização e consenso entre os pesquisadores, Lineu de-


senvolveu um sistema para padronizar a classificação dos seres vivos baseado nas
características comuns entre eles. Foi então que o naturalista sueco Carl von Linné
(1707-1778), conhecido como Lineu quem criou e definiu as bases da nomenclatura
biológica moderna, cada espécie deveria ser referida por um binômio latino exclu-
sivo.

129
Classificação dos Seres Vivos

Lineu, como é conhecido em português, foi um naturalista sueco, médico e professor. Karl
von Linée, responsável por criar um sistema de classificação e de nomenclatura, em 1735,
que é usado até hoje com poucas modificações.

Esse sistema classifica os seres vivos em 7 diferentes categorias. Onde a maior e mais abran-
gente é o reino. Cada reino é dividido em filos. Cada filo é subdividido em classes. Cada
classe é subdividida em ordens. Cada ordem é subdividida em famílias. Cada família é
subdividida em gênero. Cada gênero é subdividido em espécies:

REINO → FILO → CLASSE → ORDEM → FAMÍLIA → GÊNERO → ESPÉCIE

A partir daí, muitos cientistas, biólogos e pesquisadores já descreveram e no-


mearam formalmente cerca de 1,7 milhão de espécies.
Sabe-se porem que este número é pequeno em relação à biodiversidade do
planeta que se estima entre 5 milhões e 50 milhões de espécies, incluindo microrga-
nismos (bactérias e protistas), animais, fungos e plantas (Costa, Eiterer, & Paleari,
2010).

130
Vimos que Aristóteles organizou os animais em grupos de acordo com características mor-
fológicas, porém, as características fisiológicas eram muito distintas fazendo com que or-
ganismos bem diferentes fossem classificados em um mesmo grupo. No caso de baleias e
tubarões, pesquisa quais são as principais semelhanças morfológicas e quais as principais
diferenças fisiológicas existentes entre eles.

Schmarda, em 1853, fez o primeiro estudo de conjunto da distribuição geográ-


fica de todos os ramos do reino animal (Aguilar, 2009). No século XIX, naturalistas co-
nhecendo os padrões de distribuições que se repetem fez com que Slater (1858) e
Wallace (1878) criassem e propusessem a classificação do mundo em regiões bioge-
ográficas para os organismos terrestres, sendo consideradas até os dias atuais como
regiões: Neotropical, Neártica, Etiópica, Paleártica, Oriental e Australiana (Figura 24)
(Recoder, 2011).
Cada uma das diferentes espécies de animais e vegetais ocupa uma área
especifica na qual os indivíduos se encontram espalhados em uma extensão variável
e de forma espontânea.
Alexandre Von Humboldt (1769 a 1859) foi outro naturalista de destaque que
realizou viagens pelos diversos continentes buscando comparar, analisar, correlacio-
nar e explicar os aspectos da vegetação. Suas análises incluem estudos especializa-
dos sobre a flora e alguns aspectos da fauna da América do Sul (Aguilar, 2009).

Figura 56: Regiões Biogeográficas do planeta

Fonte: Puente et al. (2008)

131
9.2 DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES

Quanto à distribuição das espécies, atualmente a classificação se da seguinte


forma:

 Endêmicas (limitadas a determinadas áreas);


 Cosmopolita (distribuição generalista, em todo o globo);
 Disjuntas (distribuídas descontinuamente em mais de uma região, mas dispersas
entre si).

Endêmicas

As espécies endêmicas são aquelas que existem apenas em uma região, que
estão limitadas a determinada área, devido a diversos fatores que serão vistos poste-
riormente.
Esses fatores diferentes originaram os padrões de plantas e animais que vivem
em nossa biosfera. Estes organismos podem estar limitados em sua distribuição e mui-
tas vezes dentro de áreas em que evoluíram e ditas endêmicas a essa região.
O endemismo está relacionado com uma barreira qualquer que em certo mo-
mento, ocasionou o isolamento da espécie em uma região em relação as regiões
vizinhas. Essas barreiras podem ser genéticas, geográficas ou ecológicas.
O Parque Natural Ecológico Sagui da Serra localizado no município de Manhu-
mirim, na zona da mata de Minas Gerais recebe este nome pois possui uma espécie
endêmica, o sagui da serra (Callithrx flaviceps) (Figura 25). O parque possui 90% de
sua área coberta por Mata Atlântica Montana em elevado grau de conservação, o
ecossistema é o habitat deste raríssimo primata que só ocorre nesta região e em mais
nenhum outro local do planeta, motivo de sua raridade. A espécie ocorre somente
em florestas úmidas localizadas em altitudes superiores a 500 metros, conferindo a
característica de espécie endêmica.

132
Figura 57: Sagui da Serra espécie endêmica da Zona da Mata de Minas Gerais

Disponível em: https://bit.ly/3tpuTRi. Acesso em: 23 jan. 2021

Cosmopolitas

Consideradas as espécies generalistas que possuem em toda a parte do


globo, ou melhor, quase toda parte, em pelo menos 2/3 da superfície terrestre e estão
presentes em todos os continentes com exceção da Antártida.
Para entender melhor sobre a distribuição das espécies cosmopolitas é neces-
sário citar os exemplos. As batuíras (Charadriidae) representam uma família de aves
limícolas cosmopolita. Dentro da família, com cerca de 67 espécies, o próprio gê-
nero Charadrius é cosmopolita e tem espécies representativas em todos os continen-
tes do mundo, com a exceção normalmente da Antártida. Mas as diferentes espé-
cies de Charadrius variam consideravelmente em seu alcance geográfico e sua eco-
logia. O membro mais comum nas Américas, principalmente na América do Norte
pertence ao gênero borrelho-de-dupla-coleira (Charadrius vociferus) (Figura 26) que
é uma espécie de pássaro extremamente vocal.

133
Figura 58: Diferentes espécies da família charadruis

Disponível em: https://bit.ly/2Ljn4vs. Acesso em: 23 jan. 2021

Outros exemplos encontrados são das borboletas-azuis, pertencente à família


das Lycaenidae. Estima-se que existam aproximadamente 5000 espécies nesta famí-
lia cosmopolita, que na América do Norte recebe o título poético de gossamer
wings (asas de gaze) (Cox, Moore, & Ladle, 2019). As borboletas-azuis formam um
grupo distinto e são encontradas em praticamente todos os ambientes.

Disjuntas

Quando existe uma área de distribuição separada por outras áreas nas quais
não permite a espécie viver junta, mesmo existindo condições ambientais apropria-
das. Fatores de distanciamento fazem com que a espécie não viva no mesmo local.
Na distribuição disjunta, as áreas têm que estar ocupadas simultaneamente, não se
referindo o termo à espécies migratórias.
Caso que ocorre com os gorilas (Figura 27) (espécie Gorilla), um gênero de
mamíferos com distribuição disjunta. As duas populações (Figura 28) são agora con-
sideradas como espécies distintas: Gorilla gorilla, o gorila de planície ocidental, e Go-

134
rilla beringei, o gorila oriental, que consiste em duas subespécies: o gorila de monta-
nha (G. b. beringei) e o gorila da planície oriental (G. b. graueri).
Figura 59: Distribuição dos gorilas na África, caracterizando com espécie disjunta

Fonte: Cox, Moore e Ladle (2019)

Figura 60: Espécies de gorilas

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/2YFoGmf. Acesso em: 23 jan. 2021

9.3 O PAPEL DOS FATORES LIMITANTES NA DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS

Uma espécie sempre terá à frente vários desafios para sua sobrevivência e

135
manutenção no ecossistema, sendo potencializados sua distribuição ou sucesso evo-
lutivo por fatores limitantes que podem ser determinados por barreiras (Quadro 6).

Quadro 6: Fatores limitantes para os seres vivos


Fatores limitantes Característica
Altas cadeias de montanha, extensões de água.
Barreiras físicas
regiões áridas de deserto.
Barreiras Quando ocorre um evento climático prolongado como geadas e
climáticas Secas.
A geologia e seu efeito sobre a química e a estrutura do solo são limitantes
Barreiras
para as plantas e para animais invertebrados e micróbios que vivem no solo.
geológicas
Superar essas barreiras geológicas exige estratégias eficazes de dispersão.
Uma espécie florestal pode ser impedida de atravessar uma área de pastagem,
Natureza do
ou um organismo de pântano pode não trafegar através de hábitats secos para
habitat
chegar à próxima área de zonas úmidas.
Quando um organismo é sujeito a maior predação, parasitismo, doença ou
Barreiras
competição de espécies mais resistentes, caso o organismo ultrapasse os limi-
biológicas
tes de área específica.
Mudanças no padrão de massas de terra sobre a superfície da Terra resultaram
Fatores históricos na criação de barreiras físicas, muitas vezes entre táxons estreitamente relaci-
onados.
A chegada de um inseto por causa do vento ou de uma semente em um deter-
Acaso minado ponto no espaço não pode ser prevista com certeza, e os primeiros a
chegar podem ter uma vantagem sobre os que chegam mais tarde.
Fonte: Adaptado de Cox, Moore e Ladle (2019)

Outros fatores limitantes que devem ser considerados são a água, a luz e a
temperatura que influenciam em diversas situações desde a sobrevivência até a de-
finição do sexo de indivíduos. Esses fatores ainda serão abordados neste material.
Para determinar a adequação dos ambientes e habitats das espécies à inte-
ração que ocorre entre organismo e ambiente é caracterizada por fatores bióticos e
abióticos que já foram apresentados neste livro.

136
Figura 61: Mapa Mental - padrões de distribuição geográfica das espécies

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

137
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Muitos foram os naturalistas que contribuíram para os estudos na biogeografia


atrelados aos vários fatores de observação e distribuição das espécies. Dentre
eles, Mendel foi muito importante para a ciência moderna. Marque a alternativa
abaixo que diz respeito a principal contribuição deste pesquisador.

a) Estudou a genética e a hereditariedade responsável pela transmissão de informa-


ções de um indivíduo a outro.
b) Compararam o comportamento animal no habitat natural e em cativeiro.
c) Necessidade dos animais, fatores de evolução, caracteres novos e influência do
meio ambiente na transmissão de características para as novas gerações.
d) Variação aleatória e da mutação, seleção natural e a sobrevivência dos mais ap-
tos; diversidade, características adquiridas pelos animais submetidos a condições
ambientais variáveis.
e) Estudou a classificação dos seres vivos.

2. A classificação de Aristóteles sobre os seres vivos permitiu colocar animais bem dis-
tintos dentro do mesmo grupo, pois tanto os mamíferos e as aves estariam juntos
dentro de um mesmo grupo, assim como no ambiente aquático, animais como
golfinhos, baleias e tubarões que possuem características anatômicas semelhan-
tes eram classificados como sendo do mesmo grupo. Hoje sabemos que é impos-
sível classificarmos baleias e tubarões no mesmo grupo, pois

a) ambos são peixes, mas os tubarões são cartilaginosos e as baleias ósseos.


b) a baleia é um anfíbio e o tubarão um peixe.
c) a baleia é um mamífero e o tubarão um peixe.
d) ambos são mamíferos, mas respiram de forma diferente.
e) baleias são sexuadas e tubarões assexuados.

3. (UNIFOR, 2018) Dois seres vivos pertencentes à mesma ordem são necessariamente

a) da mesma raça.

138
b) da mesma espécie.
c) do mesmo gênero.
d) da mesma classe.
e) da mesma família.

4. (CESGRANRIO) Se reunirmos as famílias Canidae (cães), Ursidae (ursos), Hienidae


(hienas) e Felidae (leões), veremos que todos são carnívoros, portanto, pertencem
à(ao) mesma(o):

a) espécie.
b) ordem.
c) subespécie.
d) família.
e) gênero.

5. “O Ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) é considerado um dos animais mais pe-


culiares da face da Terra, sendo a única espécie viva da família Ornithorhynchi-
dae e do gênero Ornithorhynchus. Possui o corpo todo coberto por pelos de colo-
ração marrom escura, os membros são curtos e robustos, os pés possuem mem-
brana interdigital e a cauda parece com a de um castor. O focinho é alongado,
semelhante a um bico de pato”.
São encontrados apenas na Oceania em climas tropicais e temperaturas eleva-
das.
Fonte: Trecho extraído do Blog infoescola, 2021.

De acordo com o texto e a descrição do animal, ele pode ser considerado como:

a) Espécies híbrida.
b) Espécie disjunta.
c) Espécie cosmopolita.
d) Espécie exótica.
e) Espécie endêmica.

139
6. A chegada de um inseto por causa do vento ou de uma semente em um determi-
nado ponto no espaço não pode ser prevista com certeza, e os primeiros a che-
garem podem ter mais vantagem sobre os que chegam mais tarde. Esse é um
caso de fator limitante para os seres vivos conhecido como:

a) Barreira física.
b) Acaso.
c) Barreira natural.
d) Barreira climática.
e) Fatores históricos.

7. No século XIX naturalistas conhecendo os padrões de distribuições que se repetem


fez com que Slater (1858) e Wallace (1878) criassem e propusessem a classificação
do mundo em regiões biogeográficas para os organismos terrestres, sendo consi-
deradas até os dias atuais. Qual destas regiões está localizado o Brasil?

a) Neotropical.
b) Neártica.
c) Etiópica.
d) Paleártica.
e) Oriental.

8. Observe o mapa com as regiões biogeográficas do mundo:

140
A região de maior extensão corresponde em maior parte ao continente

a) Europeu.
b) Asiático.
c) Americano.
d) Oceania.
e) África.

141
AS RELAÇÕES ECOLÓGICAS E
AS GRANDES FORMAÇÕES
BIOLÓGICAS DO BRASIL E DO
MUNDO

10.1 INTRODUÇÃO

Animais, plantas, microrganismos habitam diversos ambientes como já foi visto,


e além disso, cada um desses ecossistemas possui características diferentes que per-
mitem a vida dos organismos. Muitos deles, porém, tiveram que se adaptar e enfren-
tam a cada dia uma verdadeira luta pela sobrevivência, pelo alimento, pelo parceiro
para acasalamento, reprodução, abrigo e espaço.
Portanto, as espécies estão distribuídas heterogeneamente sobre a Terra ocu-
pando um espaço vital característico com condições e fatores ambientais distintos e
peculiares.
A biogeografia ajuda a explicar as características de cada região para com-
preender os hábitos de vida das espécies que habitam em nosso planeta.
Vamos estudar a partir desta unidade um pouco mais sobre as grandes forma-
ções biológicas do mundo, onde existem fatores bióticos e abióticos interagindo en-
tre si, como os animais, as plantas e os microrganismos se relacionando com o espaço
onde vivem, a procura do alimento, a procura por um parceiro para acasalamento,
e diversas outras estratégias de sobrevivência na intensa luta pela perpetuação da
espécie dentro do ambiente.
Neste sentido, para melhor entender como as espécies se comportam no am-
biente, foram definidas as relações ou interações ecológicas, que podem ocorrer en-
tre indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes, veremos a seguir.

10.2 RELAÇÕES E INTERAÇÕES ECOLÓGICAS ENTRE AS ESPÉCIES

As relações ecológicas são o conjunto de fatores, atitudes e interações que


ocorrem entre as espécies que caracterizam o ecossistema, as cadeias alimentares,
o fluxo de energia, entre outros.

142
As relações ecológicas existentes entre indivíduos da mesma espécie são cha-
madas de intraespecíficas e podem ser:

 Sociedade;
 Colônia;
 Competição;
 Canibalismo.

A seguir veremos como ocorre cada uma dessas relações entre indivíduos da
mesma espécie e compreender a importância para a caracterização de uma popu-
lação por exemplo.

10.2.1 Sociedade

Também chamada de associação social, são grupos constituídos de seres da


mesma espécie que apresentam comportamento cooperativo, com hierarquia, ou
seja, divisão de trabalho, ou ainda que apresentam comunicação entre si, sem serem
ligadas anatomicamente.
É possível verificar entre as espécies, diferentes comportamentos de socie-
dade, como por exemplo alguns grupos de aves se alimentam juntas e constroem
ninhos próximos umas as outras.
Outros exemplos:

 Mamíferos como zebras e gnus se alimentam juntos e se comunicam quando


chega um predador;
 Formigas formam formigueiros onde as fêmeas são operárias, os machos são
reprodutores e existe a rainha, que realiza a postura de ovos para novos indiví-
duos;
 As abelhas e cupins também apresentam a forma de vida em sociedade apre-
sentando divisão do trabalho, assim como as formigas;
 Primatas formam grupos nos quais os indivíduos machos mais fortes defendem o
grupo e possuem preferência para reprodução.

143
Figura 62: Sociedade existente entre as abelhas

Disponível em: https://bit.ly/3pKiRzR. Acesso em: 22 de jan. 2021.

Essas associações entre indivíduos da mesma espécie podem ser dividas em:

 Associação familiar – Espécies que vivem em bandos ou clãs, podendo ser ma-
triarcal onde existe a fêmea dominante ou do tipo harém, onde o macho é o
dominante.
 Associação social – Forma grupos de indivíduos que dividem o trabalho, cons-
truindo uma hierarquia, são chamados de insetos sociais.
 Associação gregária – Constitui manadas, de cervos, elefantes entre outros,
com machos, fêmeas e filhotes, que convivem e se alimentam juntos, se defen-
dem, se deslocam sempre em colaboração. As aves que realização migração
se mantem em formação durante o voo, se comunicando com sinais sonoros.
Cardumes de peixes se locomovem em alta velocidade sem se tocar por causa
da comunicação entre eles (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk,
kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).

144
Figura 63: Associação familiar representada por um bando de leões com o macho dominante. Asso-
ciação Social onde existe a hierarquia como nas colmeias e Associação Gregária representada pela
manada de elefantes.

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pOFDqq. Acesso em: 04 jan. 2021

 Canibalismo entre primatas - Em 2019, a morte de um bebê macaco capuchinho-de-


rosto-branco-panamenho serviu como ponto de partida para uma série de estudos que
abordam o “fenômeno” do canibalismo dentro da espécie. Considerado o primeiro
registro histórico deste tipo de acontecimento entre esses animais, a comunidade cien-
tífica decidiu analisar o contexto da situação. Veja a matéria completa: em
https://bit.ly/2MM4DzQ. Acesso em: 12 de jan. 2021.

 Para compreender melhor sobre relações ecológicas Acesse também o livro o livro
“Ecologia Geral” de Stein (2018). Disponível: https://bit.ly/3oDKUzC. Acesso em: 12 de
jan. 2021.

Colônia: Indivíduos da mesma espécie que se mantem ligados anatomica-


mente, ou seja, uma ligação corporal entre si, são chamados de colônias.
O exemplo mais comum é de um organismo pertencente ao grupo dos cnidá-
rios, conhecido como caravela-portuguesa (Figura 32), que possui tentáculos onde
os indivíduos estão ligados entre si. Cada um deles desempenham as suas funções
vitais, alguns capturam e digerem os alimentos e outros realizam a defesa utilizando
filamentos que liberam toxina contra os predadores, outro individuo ainda realiza a
flutuação (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, &
lkajskajskajskjaskj., 2008).

145
Figura 64: Caravela portuguesa que possuem cnidários anatomicamente unidos que desempenham
funções específicas para a sobrevivência.

Adaptado de: https://bit.ly/36Blbli. Acesso em: 04 de jan. 2021

Certas bactérias e fungos vivem em colônias e podem ser vistos no microscó-


pio, já corais, formam colônias extensas, que possuem vários pólipos unidos ao exoes-
queleto calcário.

As relações ecológicas são também estudadas na biologia. O professor de ciências bioló-


gicas também abordará esses conteúdos com seus alunos. Este conteúdo é interessante
para promover a interdisciplinaridade, ou seja, a possibilidade de outros professores traba-
lharem juntos uma matéria podendo promover a interação entre as disciplinas e entre os
alunos, criando uma aula diferente, dinâmica e atraente. Você como futuro professor, é
capaz de pensar em alguma aula diferente para seus alunos junto com o professor de
biologia ou ciências promovendo a interdisciplinaridade, utilizando as relações ecológi-
cas? Reflita.

Competição: Organismos da mesma espécie disputam a sobrevivência (Figura


33), em diversas situações e recursos, seja na alimentação, no abrigo, na incessante
luta pela reprodução, entre machos por exemplo, na conquista pelo território e água.

146
No reino vegetal também é notório a competição entre os recursos como luz,
sais, água e espaço (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk,
kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).

Figura 65: A batalha pela sobrevivência no reino animal chamada competição intraespecífica.

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3cDrh8A. Acesso em: 04 de jan. 2021

Canibalismo: Se em filmes, documentários e livros de história o canibalismo é


assustador, no reino animal, é considerada uma relação ecológica recorrente entre
certas espécies. Este comportamento é observado em aranhas, peixes, tubarões,
louva-a-deus, gafanhotos (Figura 34) entre outros.

Figura 66: Gafanhotos se alimentam de organismos da mesma espécie

147
Disponível em: https://bit.ly/2NU0eLE. Acesso em: 04 jan. 2021

Entre algumas aranhas, após se acasalarem, as fêmeas matam e se alimentam


dos machos o que favorece a produção de ovos e uma maior reprodução. Coisa de
filme, mas também da natureza. Tubarões que se desenvolvem dentro do corpo da
mãe lutam e se devoram até que sobre apenas o mais forte e vigoroso para nascer.

Figura 67: Relações Ecológicas Intraespecíficas

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Existem também relações ecológicas que ocorrem entre espécies diferentes


que contribuem com o equilíbrio dos ecossistemas e favorece o processo seletivo que
culmina com a preservação das formas de vida mais bem adaptadas ao ambiente
e com a extinção dos indivíduos com baixo poder adaptativo. Quando essas intera-
ções ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes recebe o nome de relações

148
ecológicas interespecíficas, que podem ser:

 Mutualismo
 Comensalismo HARMÔNICAS
 Inquilinismo e epifitismo
 Protocooperação

 Predatismo
 Parasitismo
DESARMÔNICAS
 Competição
 Herbivoria
 Amensalismo

As relações ecológicas harmônicas são aquelas que apresentam benefícios


para ambos os organismos envolvidos, ou pelo menos para um deles, sem prejudicar
ou causar dano ao outro. Já as relações ecológicas desarmônicas são aquelas que
causam dano a uma ou as duas espécies envolvidas, podendo ocorrer a morte de
alguma delas.
Mutualismo: Trata-se de uma associação obrigatória ou não entre organismos
na qual as duas espécies envolvidas são beneficiadas.
Um exemplo pode ser a relação que existe entre o boi/vaca e certas bactérias
em seus estômagos que realizam a digestão da celulose, presente no capim, incapaz
de ser digerida pelos mamíferos que abrigam essas bactérias para realizar a digestão.
Enquanto o gado consegue utilizar a celulose digerida pelas bactérias, essas bacté-
rias recebem o alimento em um ambiente seguro e com temperatura controlada fa-
zendo assim com que exista uma relação harmônica entre os organismos chamada
mutualismo, uma ajuda mutua entre o gado e a bactéria que permite a sobrevivên-
cia de ambos (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, &
lkajskajskajskjaskj., 2008).

Figura 68: Abelhas que polinizam as plantas em uma dependência mutua entre elas

149
Disponível em: https://bit.ly/39OG7Hz. Acesso em: 04 de jan. 2021

Existem casos em que o mutualismo não é obrigatório, ou seja, os organismos


conseguem sobreviver sem que haja essa associação, porém, quando ocorre, traz
benefícios para as espécies envolvidas, como é o caso do pássaro palito e o croco-
dilo africano, onde o pássaro entra na boca do crocodilo, que deixa aberta proposi-
talmente, pois a ave retira a sanguessuga que parasitam os repteis. Ambos se bene-
ficiam, o pássaro palito se alimenta e o crocodilo fica livre dos parasitas. Ambos po-
dem viver separados sem que isso provoque desequilíbrio (Armenio, 2002; Paulino,
2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).
Comensalismo: Essa relação ecológica também ocorre entre espécies diferen-
tes, porém, apenas uma se beneficia sem causar danos ou prejuízo a outra. A espécie
beneficiada é chamada de comensal e na maioria das vezes se alimenta de restos
alimentares do outro indivíduo.
Um exemplo comum é da rêmora ou peixe piolho que vive fixada na região
ventral de um tubarão (Figura 37), sendo transportado por ele. Quando o tubarão se
alimenta os restos da presa que ficam flutuando são devorados pela rêmora que ob-
tém assim seu alimento. Essa é uma interação neutra para o tubarão, porém é muito
importante para a rêmora que além do alimento é transportado pelos tubarões
(Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj.,
2008).

Figura 69: Tubarão se alimentam e os restos ficam para as rêmoras

150
Disponível em: https://bit.ly/3pY5IDz. Acesso em: 04 de jan. 2021

Inquilinismo: Quando um ser vivo vive dentro do outro, ele se torna um inquilino,
por isso este nome para esta relação, como por exemplo os protozoários que vivem
dentro do intestino dos mamíferos sem nos causar dano ou prejuízo, apenas se ali-
mentando, sendo o hospedeiro considerado neutro. Geralmente o indivíduo benefi-
ciado obtém abrigo, proteção e suporte no corpo da espécie hospedeira, como o
peixe palhaço com as anêmonas (Figura 38) (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente,
kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).

Figura 70: Peixe palhaço que vive e deposita seus ovos em anêmonas para garantir proteção.

Disponível em: https://bit.ly/36EmgbU. Acesso em: 04 de jan. 2021

151
Epifitismo: Orquídeas e bromélias são plantas epífitas, ou seja, crescem sobre
outras sem causar nenhum dano, somente em busca da luminosidade com mais fa-
cilidade sendo um beneficio para elas, mas indiferente para a árvore hospedeira,
como é o caso da bromélia (Figura 39) (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente,
kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).

Figura 71: Bromélia vivendo sob uma árvore

Disponível em: https://shutr.bz/39LZpgG. Acesso em: 04 de jan. 2021

Protocooperação: Também chamado de cooperação, é um tipo de relação


que proporciona benefícios as duas espécies envolvidas, onde ambas podem viver
sozinhas, porém, juntas podem obter vantagens. Capivaras e pássaros realizam a pro-
tocooperação (Figura 24) onde os pássaros se alimentam de carrapatos nos pelos,
enquanto isso a capivara se vê livre destes parasitas.

Figura 72: Enquanto a capivara fornece o alimento para o pássaro, o pássaro retira o parasita da ca-
pivara.

152
Disponível em: https://bit.ly/36DMmMg. Acesso em: 04 de jan. 2021

Outro exemplo é o caranguejo-eremita do gênero paguros e algumas anêmo-


nas, onde o caranguejo vive dentro de conchas de caramujos mortos. O caranguejo
coloca a anêmona em cima da concha. Por possuir células especializadas na defesa
do organismo raras vezes são predadas, dessa forma, com a anêmona morando em
cima do caranguejo, o mesmo tem proteção e a anêmona ganha o transporte e as
sobras de alimento do eremita (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk,
kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).

Figura 73: Relações Ecológicas Interespecíficas

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Até aqui vimos as relações onde as espécies obtêm benefícios para sua sobre-
vivência, e agora vamos conhecer as relações ecológicas que apresentam desvan-
tagens e causam danos aos organismos, mas que são de grande importância para

153
o sucesso evolutivo e equilíbrio dos ecossistemas.
Predatismo: Quem nunca viu um documentário ou cena de filme onde o leão
corre atrás de sua presa, uma zebra ou uma gazela, como mostra a Figura 42? Essa
relação é extremamente comum no ambiente natural e é chamada de predatismo,
ou seja, um predador caça sua presa para se alimentar. Existem casos em que a
presa pode exercer fator preponderante para a extinção de uma espécie, mas ge-
ralmente o predador atua como regulador contribuindo com as cadeias alimentares
ocasionando o controle da população mantendo o equilíbrio do ecossistema.

Figura 74: Guepardos atacando uma gazela para se alimentarem

Disponível em: https://bit.ly/3oIS7hW. Acesso em: 04 de jan. 2021

A ação dos predadores evita que as presas entrem em superpopulação cau-


sando desequilíbrio ambiental ou levando indivíduos a morte devido a falta de ali-
mento por excesso de consumidores. Outro fator importante é que muitas vezes os
predadores realizam a ação seletiva já que as presas capturadas são as mais fracas
e debilitadas, devido a velhice, doença ou outros fatores (Armenio, 2002; Paulino,
2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).

Figura 75: Exemplos de predatismo – relação presa e predador

154
Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3tpFHPh. Acesso em: 04 jan. 2021

Parasitismo: Essa relação ecológica ocorre entre o parasita e o hospedeiro,


onde o primeiro se beneficia e causa dano ao outro. O parasita explora o hospedeiro
durante a vida ou determinado tempo causando lesões, intoxicações, deformações
e eventualmente a morte.
Doenças causadas por parasitas causam diversas complicações nos seres hu-
manos, que são os hospedeiros. Esses parasitas podem ser bactérias, vírus, protozoá-
rios, fungos e vermes. Existem outros casos de parasitismo, como pulgas, carrapatos,
piolhos, cipó em árvores, entre outros (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente,
kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).

Figura 76: Exemplos de parasitismos

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pPlJeE. Acesso em: 04 jan. 2021

Competição: Já vimos que a competição pode ocorrer dentro da própria es-


pécie, sendo considerada uma relação ecológica intraespecífica, porém, ela pode
ocorrer entre espécies diferentes, sendo chamada de interespecífica. Neste caso, in-
divíduos de espécies diferentes competem por alimento, território, abrigo, água, lu-
minosidade (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, &
lkajskajskajskjaskj., 2008).

155
Figura 77: Nas savanas felinos disputam as presas ou as caças já abatidas.

Disponível em: https://bit.ly/2YIVMlk. Acesso em: 04 jan. 2021

Herbivoria: um tipo de relação na qual uma espécie se alimenta de partes


vivas das plantas, ou seja, o animal recebe os nutrientes e prejudica as plantas, pois
perdem parte importantes para sua sobrevivência e reprodução (Armenio, 2002;
Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).

Figura 78: Coalas se alimentam de plantas (no caso o eucalipito) em um caso de herbivoria.Folhas
de eucalipto liberam substância que inibe o crescimento de outras espécies vegetais.

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3oMOxDc. Acesso em: 04 jan. 2021

Amensalismo: Uma das espécies é prejudicada reduzindo sua população e a


outra espécie não é afetada, como ocorre com os elefantes nas Savanas que piso-
teiam a grama impedindo seu desenvolvimento. No amensalismo existe ainda a an-
tibiose que ocorre quando uma espécie libera toxina para impedir o crescimento de

156
outra ao seu redor. Ocorre por exemplo com a folha do eucalipto que libera toxina
que impede o crescimento de outras espécies (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente,
kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).
Figura 79: Relações Ecológicas Intraespecíficas desarmônicas

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Podemos perceber como as relações ecológicas são importantes para manter


o equilíbrio natural dos ecossistemas, seja no controle de superpopulações de indiví-
duos, seja no processo de seleção e vantagens adaptativas.

As relações ecológicas permitem diversas atividades para serem trabalhadas dentro e for
da sala de aula, portanto, explore os conteúdos da internet e seja criativo buscando tra-
balhar de forma lúdica, didática e potencializando a participação efetiva dos alunos.

Confira este artigo escrito por Santos et al., (2020) com uma excelente opção para traba-
lhar as relações ecológicas. O artigo, intitulado: “O jogo das relações ecológicas como
estratégia metodológica no ensino da biologia”. Disponível em: https://bit.ly/2YBYJUD.
Acesso em: 10 jan. 2021.

A biogeografia que aborda a distribuição das espécies em nosso planeta se


apoia também nas relações ecológicas para compreender como as espécies se
comportam dentro de cada ambiente e quais os fatores que influenciam na luta pela
sobrevivência.

157
Quadro 7: Relações ecológicas intraespecíficas
Classificação Relação Característica Exemplo

Sociedade Harmônica Hierarquia e divisão do trabalho

Colônia Harmônica Organismos unidos anatomicamente

Competem por parceiro para acasala-


Competição Desarmônica
mento e outros recursos

Se alimentam de organismos da
Canibalismo Desarmônica
mesma espécie

Fonte: Elaborado pelo Autor (artes de Pedro Fonseca) (2021)

Quadro 8: Relações Ecológicas Interespecíficas


Classificação Relação Característica Exemplo

Duas espécies precisam da outra mu-


Mutualismo Harmônica
tuamente para sobreviverem.

Uma espécie se beneficia sem causar


Comensalismo Harmônica
dano a outra.

158
Duas espécies se beneficiam, mas po-
Protocooperação Harmônica
dem viver separadas.

Uma espécie vive dentro ou sobre a


Inquilinismo Harmônica
outra sem prejudicá-la.

Uma espécie de planta que vive sob a


Epifitismo Harmônica
outra sem causar dano.

Uma espécie se alimenta da outra.


Predatismo Desarmônica
Relação presa/predador.

Uma espécie vive a custas da outra


Parasitismo Desarmônica causando prejuízos. Relação hospe-
deiro/parasita.

Organismos de espécies diferentes


Competição Desarmônica
competem por recursos e abrigo.

Uma espécie que se alimenta de par-


Herbivoria Desarmônica
tes de plantas causando danos.

Uma espécie libera substância ou to-


Amensalismo Desarmônica xina que inibe o crescimento de ou-
tra.

Fonte: Elaborado pelo Autor (artes de Pedro Fonseca) (2021)

159
10.3 BIOMAS TERRESTRES

Agora que já vimos sobre as relações ecológicas que existem entre as espé-
cies, vamos entender como estão divididas as grandes regiões biológicas em nosso
planeta, quais as espécies animais e vegetais mais comuns e as adaptações destes
organismos as condições de cada região.

Gelos Polares e Tundra

Os gelos polares, também conhecidos como Zonas Polares situam-se em altas


latitudes, sendo a região Ártica e Antártica, conhecidas respectivamente como Polo
Norte e Polo Sul. Como o próprio nome sugere, são extensas regiões cobertas de gelo
(Armenio, 2002; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).Para
entender melhor observe o quadro 9:

Quadro 9: Diferenças entre Ártico e Antártida


ÁRTICO ANTÁRTIDA
 Oceano rodeado por continen-  Continente rodeado por oceanos;
tes;  Desabitados;
 Habitado;  Presença de pinguins.
 Presença de ursos polares.
Clima: temperaturas baixas durante o ano todo Clima: o continente mais frio do planeta, varia de – 33
(entre -5 ºC e -25 ºC) – inverno frio e longo, verão ºC a -56 ºC.
curto e fresco. Vegetação: ausente. Vegetação: liquens, musgos e algas;
Fauna: ursos e focas que possuem uma espessa Fauna: pinguins e baleias.
camada de gordura para controlar o frio.

Fonte: Adaptado de Puente et al., (2008)

160
Os elementos que se destacam na paisagem são:
 Calotas polares – Camada extensa de gelo;
 Banquisa – Camada fina que é rompida por navios quebra-gelos;
 Icebergs – Grandes blocos de gelo que se soltam das calotas e flutuam nos
mares;
 Permafrost – Solo profundo congelado.

Figura 80: Elementos da paisagem das regiões polares - A – Calota polar. B – Banquisa. C – Ice-
berg. D – Permafrost

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/2MQWrye. Acesso em: 10 jan. 2021

Próximas as zonas temperadas existe a tundra, que apresenta vegetação ca-


racterística sem árvores composta por vegetação herbácea, musgos, liquens e ar-
bustos. Nestes locais, a temperatura é baixa e as chuvas escassas.

Quadro 10: Características das Zonas Polares e Tundra

161
Localização e Clima

Zonas congeladas e próximas aos polos -


temperaturas muito baixas durante todo
o ano.

Temperaturas: média inferior a -10 ºC.

Flora:

Musgos, líquens, ervas e arbustos com


raízes rasas.

Fauna:

Renas, alces, raposas, lebres, bois almis-


carados, perdizes da neve e roedores.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Figura 32: Outros animais presentes na Tundra e Gelos Polares.

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

4.3.2 Florestas de Coníferas - Taiga

Na literatura encontramos várias nomenclaturas para esta grande região,

162
como floresta boreal ou aciculifoliada e está localizada na América do Norte, Europa
e Ásia. É comparado a tundra em relação ao inverno rigoroso, porém com duração
menor (Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).

Figura 81: Paisagem típica da região de Taiga

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

A vegetação que se destaca predominantemente são as coníferas como os


pinheiros e cedros, mas além desta vegetação é possível encontrar arbustos, herbá-
ceas, musgos e liquens. As folhas das coníferas possuem folhas em forma de agulha
e cutícula espessa sendo a importante característica de adaptação para suportar
baixas temperaturas e evitar a perda de água (Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk,
kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).
A fauna é representada por espécies migratórias e outras que hibernam du-
rante o inverno. Urso-pardo, raposas, lobos, doninhas, renas, alce e cervo são os mais
comuns.

163
Quadro 11: Características da região de taiga

Localização e Clima

Zonas com clima temperado a frio com invernos frios e ve-


rões temperados e úmidos. Solo raso e pedregoso.

Flora

As coníferas se destacam como pinheiros, abetos e cedros –


folhas em forma de agulha adaptadas a baixas temperatu-
ras.

Fauna

Ursos, alces, lobos, esquilos, lebres e raposas.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Figura 82: Outros animais presentes na floresta de coníferas ou taiga

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

4.3.3 Florestas Temperadas Decíduas

Florestas e bosques que apresentam as quatro estações bem definidas, com


domínio de vegetação caducifólia, cuja localização se estende dos Estados Unidos

164
a Europa Ocidental e na Ásia, em países como China, Japão e Coreia.
Dentre os grandes domínios de vegetação apresentados até aqui, é o que
apresenta maior diversidade de espécies com vegetação predominantemente ar-
bórea: álamos, carvalhos faias, castanheiros, também se destacam arbustos e vege-
tação herbácea.

Figura 83: Paisagem típica das florestas temperadas

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Uma das adaptações mais característica desse domínio é a perda de folhas


durante a estação fria, onde não ocorre a fotossíntese e consequentemente a planta
perde menos água, uma forma de sobrevivência encontrada por essa vegetação
chamada de caducifólia. A fauna é representada por ursos, veados, esquilos, rapo-
sas, repteis, anfíbios, aves e insetos.

Quadro 12: Características das Florestas Temperadas

165
Localização e Clima

Clima chuvoso com verões de temperaturas amenas e inver-


nos frios, com solos férteis.

Flora

Árvores caducifólias, arbustos e herbáceas.

Fauna

Ursos, cervos, lobos, javalis, roedores.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Figura 84: Animais representantes das florestas temperadas

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Savana

Forma a maior paisagem natural nas zonas tropicais e possui pequenas


arvores e variadas formações herbáceas. É comum a savana mudar de cor conforme

166
a estação, ficando esverdeada durante o período úmido e de tonalidades amarela-
das durante a estação seca. A acácia e o baobá são arvores símbolos desta grande
região, que também apresenta muitos arbustos espinhosos. Raízes extensas que bus-
cam profundas zonas úmidas (Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, &
lkajskajskajskjaskj., 2008).

Figura 85: Paisagem típica da Savana

Disponível em: https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Incontáveis são as espécies animais, como os mamíferos (elefantes, rinoceron-


tes, hipopótamos, girafas zebras, leões, antílopes, gnus, leopardos, hienas, etc.) tam-
bém encontramos muitas aves (avestruz, abutres, casuar, entre outros.) os insetos
como gafanhotos e formigas (Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, &
lkajskajskajskjaskj., 2008).

Quadro 13: Características das savanas

Localização e Clima

Estação chuvosa curta e outra seca longa. Temperatura em


torno de 23 ºC Bioma próprio da Africa com equivalentes na
América e Asia.

Flora

Gramíneas e herbáceas, com arbustos espinhosos dispersos e


baobás e acácias como vegetações maiores.

167
Fauna

Zebras, gazelas, elefantes, leões. Avestruzes, hienas, búfalos en-


tre outros.

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Figura 86: Animais na Savana

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Vegetação rasteira: campos, estepes e pradarias

As estepes e pradarias estão localizadas nas zonas temperadas do planeta e


são típicos das regiões continentais que não possuem interferência marítima que
pode alterar a temperatura.

Figura 87: Paisagem típica dos campos, pradarias e estepes

168
Disponível em: https://bit.ly/2YE0f8R. Acesso em: 10 jan. 2021

Ausência de árvores de grande porte e densas caracterizam estas regiões, que


é composta por extensas áreas de gramíneas, corresponde aos grandes campos.
Possui solos férteis com elevada matéria orgânica que potencializa a fertilidade com
umidade suficiente para manter a vegetação natural composta por capins de folhas
finas. Apresenta espécies animais coiotes, lobos, bisões, grous, abetardas, e ainda
cavalos selvagens e gazelas.
Quadro 14: Características dos campos, estepes e pradarias

Localização e Clima

Zonas no interior dos continentes com clima temperado e preci-


pitações variáveis.

Flora

Gramíneas predominam com alguns arbustos dispersos.

Fauna

Bisão, marmotas, chacal, aves e roedores.

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/2YE0f8R. Acesso em: 10 jan. 2021

Figura 88: Outros animais presentes nas pradarias e estepes

169
Disponível em: https://glo.bo/3pPE5w4. Acesso em: 10 jan. 2021

Desertos e semi-desertos (caatinga)

Conhecidos por serem locais secos e com precipitação extremamente baixa,


os desertos são pobres em vida animal, vegetal e humana. A aridez é a principal
característica com temperaturas que oscilam abruptamente do dia para a noite.

Figura 89: Paisagem típica de um deserto

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Mesmo com a dificuldade para a sobrevivência, diversos animais e plantas

170
desenvolveram suas adaptações para habitarem estes locais que possuem ventos
constantes e violentos provocados por tempestade de areias. Possui solo raso e are-
noso.
A insuficiência hídrica faz com que as espécies, na luta pela sobrevivência,
criem suas estratégias. Cactos são as plantas que se destacam, pois são plantas xe-
rófitas que acumulam água durante o período curto de precipitação e utiliza durante
o período seco, sendo assim, é uma alternativa aos animais que se alimentam dessas
plantas para obter água. Outras espécies arbustivas possuem raízes profundas para
chegarem ao lençol freático.
As condições extremas deste local não são suficientes para torná-lo inabitável
e muitos animais que ali vivem são noturnos, onde o calor e a evaporação são mais
amenos. As tocas e pedras atuam como abrigo, onde escorpiões e répteis passam o
dia. Camelos acumulam gordura em sua corcova o que os fazem economizar água
reduzindo a transpiração.

Quadro 15: Características dos desertos

Localização e Clima

Temperaturas elevadas que variam abruptamente entre o dia e a noite,


seco e com precipitação escassa.

Flora

Florestas formada por pinheiros, abetos e cedros (coníferas) árvores com


folhas em forma de agulha adaptadas a baixas temperaturas.

Fauna

Camelos, serpentes, coiotes, puma e insetos.

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Figura 90: Outros animais encontrados no deserto

171
Disponível em: https://bit.ly/3pYBLmR. Acesso em: 10 jan. 2021

Floresta Tropical

Com estações úmidas e com precipitações concentradas em certos meses do


ano, estas zonas se encontram em partes da América Central e do Sul, África, Índia
e Norte da Austrália.

Figura 91: Paisagem típica das florestas tropicais

Disponível em: https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Solos profundos com rica camada de húmus inerente a degradação da ma-


téria orgânica promovida por agentes biológicos. Apresenta grande diversidade e
densidade de espécies vegetais, com uma intensa variação de flores e folhas du-
rante o período chuvoso, com arvores com copas altas podendo chegar a 20 metros
de altura. A fauna também é bastante variada e abundante com primatas e aves
bem característicos da região como saguis, araras, papagaios e etc.

Quadro 16: Características das florestas tropicais

172
Localização e Clima

Zonas com clima tropicais com chuvas concentradas e abun-


dantes.

Flora

Diversidade de espécies de médio e grande porte.

Fauna

Araras, onça, papagaios, saguis, gorilas, chimpanzés, orango-


tango e tigre.

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Figura 92: Animais presentes na diversa floresta tropical

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Floresta Equatorial

Encontrada na região da bacia Amazônica, regiões da África e ilhas do su-


deste asiático até nordeste da Austrália. Com temperaturas constantes com precipi-
tação alta e constante apresentando alta umidade.

Figura 93: Paisagem típica das florestas equatoriais

173
Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Solos profundos recobertos por matéria orgânica com alta decomposição e


incorporação inerentes a ação de agentes biológicos. Árvores altas que podem atin-
gir 50 metros de altura com raízes tubulares que auxiliam na sustentação da árvore,
árvores dispersas e com ampla diversidade. Além de árvores de médio e pequeno
porte que formam um sub-bosque com cipós, trepadeiras, orquídeas e bromélias. A
riqueza de fauna impressiona devido a abundancia de alimento, araras, papagaios,
gaviões, anfíbios e répteis, além de insetos e mamíferos, como a onça.

Figura 94: Características das florestas equatoriais

Localização e Clima

Temperaturas constantes com chuvas abundantes.

Flora

Diversidade de espécies de médio e grande porte como mogno,


jacarandá, embaúba, orquídeas e bromélias.

174
Fauna

Araras, onça, papagaios, saguis, bonobos, entre outros.

Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021

Figura 95: Outros animais que representam a rica fauna da floresta equatorial

Disponível em: https://bit.ly/3ri8OlL. Acesso em: 10 jan. 2021

Figura 96: Mapa Mental

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Quadro 17: Grandes Formações Biológicas do Mundo


Formação Clima Solo Fauna Flora

175
Temperaturas
Urso-polar, pinguins, Musgos e lí-
Gelos polares muito baixas du- Solo congelado
focas quens
rante todo o ano
Temperaturas
Renas, alces, perdizes
Tundras baixas durante Solo congelado Ervas e arbustos
da neve
todo o ano
Invernos frios e Solo raso e pedre- Pinheiros e ce-
Taiga Ursos, alces, raposas
verão temperado goso dros
Castanheiras e
Invernos frios e
Floresta tempe- carvalhos – Es-
verão ameno – Fértil Ursos, cervos, lobos
rada pécies caducifó-
clima chuvoso
lias
Estepes e prada- Invernos frios e Bisões, marmotas, cha- Gramíneas e er-
Solos férteis
rias verões quentes cal. vas
Estações bem de-
Solos férteis na Elefante, girafas, leões, Gramíneas, Bao-
Savana finidas – chuvosa
época úmida. zebras bás e acácias
e seca.
Chuvas escassas
e grandes varia- Arenoso, raso e po- Camelos, coiotes, ser- Cactos e espé-
Deserto
ções de tempera- bre pentes cies xerófitas
turas
Árvores de
Solo com grande
Gorilas, araras, tuca- grande porte e
Floresta Tropical Úmido e quente quantidade de ma-
nos grande diversi-
téria orgânica
dade
Árvores de
Úmido e quente Solo com grande
Floresta Equato- Pererecas, onça, pri- grande porte e
– chuvas abun- quantidade de ma-
rial matas grande diversi-
dantes téria orgânica
dade
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

176
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Na Savana, assim como todos os grandes biomas terrestres é possível identificar


relações ecológicas que caracterizam a vida dos animais presentes neste ecos-
sistema. Ao se imaginar uma paisagem com girafas, zebras e leões é possível
estabelecer relações ecológicas interespecíficas desarmônicas como:
a) Competição e parasitismo.
b) Competição e canibalismo.
c) Competição e predatismo.
d) Mutualismo e predatismo.
e) Predatismo e sociedade.

2. O caranguejo eremita do gênero paguros quando encontra uma concha aban-


donada de um molusco, logo se encarrega de agarrá-la e passa a viver ali, logo
depois procura uma anêmona para que ela possa subir e aderir a concha e
passam a viver juntos em uma harmônica relação de benefício para ambos.
Podemos perceber no texto duas relações ecológicas existentes, entre o caran-
guejo eremita e a concha do molusco e entre o caranguejo e a anêmona que
podem ser representados respectivamente por:

a) Comensalismo e mutualismo.
b) Competição e protocooperação.
c) Inquilinismo e mutualismo.
d) Inquilinismo e protocooperação.
e) Predatismo e protocooperação.

177
3. (FATEC SP/2018) A análise dos padrões genéticos e ecológicos de diversas espé-
cies foi fundamental para a emergência de um novo campo de pesquisa no final
do século XX: a Sociobiologia, segundo a qual a predominância do trabalho cole-
tivo sobre o individual é uma das condições para a existência de sociedades com-
plexas, como as encontradas entre os Hymenoptera (formigas, abelhas), os Isop-
tera (cupins) e os Homo sapiens. Entretanto, algumas espécies perderam evoluti-
vamente a capacidade de traba-
lhar coletivamente. A predominân-
cia do trabalho individual sobre o
coletivo nas espécies que perde-
ram a capacidade de trabalhar
coletivamente é, necessaria-
mente, explicada por alterações
nas relações ecológicas do tipo

a) intraespecífica desarmônica.
b) intraespecífica harmônica.
c) interespecífica neutra.
d) interespecífica harmônica.
e) interespecífica desarmônica

4. (ENEM 2011) Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos para se atra-
írem para o acasalamento. O macho reconhece a fêmea de sua espécie e, atra-
ído por ela, vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo de vaga-lume, o Photuris,
cuja fêmea engana e atrai os machos de outro tipo, o Photinus gênero. Quando o
macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris, muito maior que ele, é atacado
e devorado por ela.
BERTOLDI, O. G.; VASCONCELLOS, J. R. Ciência & sociedade: a aventura da vida, a aventura da tecnologia. São Paulo:
Scipione, 2000 (adaptado).

A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris e o macho do gênero Photinus, é
um exemplo de

178
a) comensalismo.
b) inquilinismo.
c) protocooperação.
d) predatismo.
e) canibalismo.

5. (UEPA/2014 - adaptado) Um convidado em um programa de televisão comentou


sobre questões ambientais o seguinte: … “os grandes problemas da conservação
da natureza estão, na realidade, intimamente ligados aos da sobrevivência do
próprio ser humano na Terra e que certos filósofos não hesitam em afirmar que a
humanidade está mal encaminhada. Não nos cabe fazer julgamentos, mas de
acordo com todos os biólogos, o ser humano comete um erro capital pensando
poder isolar-se da natureza. Existe já há muito tempo um divórcio entre o ser hu-
mano e o ambiente, com seu clima e seus biomas”.

Adaptado de: Sônia Lopes – BIO. A caminho de uma reconciliação entre os humanos e a natureza. 2008.

Quanto às palavras em destaque no texto, leia as afirmativas abaixo:

I. Nas Florestas Tropicais, a vegetação é exuberante com folhas largas e perenes.


II. A Tundra é um bioma que no degelo apresenta árvores que perdem as folhas
no inverno.
III. Nas regiões com Florestas Temperadas evidenciam-se as quatro estações do
ano.
IV. Há discreta variação climática e de temperatura nos diversos biomas mundiais.

A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é

a) I, II e III.

b) I, III e IV.

179
c) II, III e IV.

d) III e IV.

e) I e II.

6. (UPE/2004) Relacione os biomas terrestres com algumas de suas características.

1 - Tundra

2 - Campos

3 - Deserto

4 - Taiga

(__) As plantas apresentam poucas folhas ou estas são modificadas em espinhos, que as protegem
dos animais; geralmente possuem caules verdes e largos que armazenam água e realizam a fotos-
síntese.

(__) A vegetação rasteira permite a sobrevivência de animais herbívoros. Os animais carnívoros se


alimentam dos herbívoros e, em geral, são animais velozes, adaptados ao ambiente, como os antí-
lopes, zebras e hienas.

(__) O bioma permanece congelado a maior parte do tempo, embora o verão seja um período em
que não cai neve e dura cerca de 3 meses, com temperatura em torno dos 10 º C.

(__) Localiza-se em áreas do Canadá, da Sibéria e dos Estados Unidos, mas estando mais próximo ao
Equador, recebe maior quantidade de energia solar. As árvores típicas são as coníferas, como o
cedro e o pinheiro.

Assinale a alternativa CORRETA.

180
a) 3, 2, 1, 4.

b) 3, 1, 2, 4.

c) 2, 3, 4, 1.

d) 2, 4, 1, 3.

e) 1, 3, 4, 2.

7. (UNEMAT 2007) Em qual Bioma da Terra encontramos as seguintes características:


O tipo de clima predominante é o tropical, com período de seca e chuva, bem
definido. As precipitações anuais estão entre 1.000 a 2.000mm, dependendo da
maior ou menor proximidade com o oceano. A temperatura média varia entre 25º
a 30 º. A fauna é formada por lagartos, cobras, cotia, gambá, carcará entre outros.
A flora é formada por espécies como o mandacaru, juazeiro, umbu, xiquexique, e
outros.

Assinale alternativa CORRETA.

a) Tundra.

b) Floresta temperada e subtropical.

c) Floresta boreal ou taiga.

d) Desertos.

e) Savanas (cerrado ou caatinga).

8. Muitos biomas mundiais são conhecidos pelas suas espécies animais que possuem
características que permitem reconhecer cada ecossistema. Dentre os biomas
mundiais, aquele que é possível encontrar grandes manadas de zebras, elefantes
e girafas é

a) Savana.
b) Deserto.

181
c) Floresta tropical.
d) Tundra.
e) Taiga.

182
FORMAÇÕES BIOLÓGICAS DO
BRASIL: OS BIOMAS BRASILEIROS

11.1 INTRODUÇÃO

Com a facilidade dos serviços tecnológicos, internet, redes sociais, entre outros
meios de veiculação de informação é possível ver paisagens exuberantes e marcan-
tes em nosso país. Brasil, um país continental de grande extensão possui diversos ecos-
sistemas com características peculiares e que caracterizam cada região.
É possível observar locais frios, quentes, úmidos, secos, com muita ou pouca
vegetação, com muita ou pouca chuva e com uma gama de espécies de animais
e vegetais. As grandes formações do mundo como vistas anteriormente, estão pre-
sentes em nosso país, que ainda, devido a peculiaridades recebem nomes diferentes.

11.2 AMAZÔNIA

Este bioma corresponde a aproximadamente 40% da superfície total do Brasil


e é composto tipicamente por floresta pluvial equatorial úmida, sendo a maior do
planeta com esta característica e que possui florestas altas, várzeas e manchas de
cerrado.
É considerado por suas características, um dos biomas mais importantes da
Terra por sua incontável diversidade e pela influência no clima do planeta (PAULINO,
2004; PUENTE, 2008).
Localização: Localiza-se nos estados Amazonas, Pará, Acre, Rondônia,
Amapá, Roraima e parte do Mato Grosso, Goiás e Maranhão.
Clima: Quente e úmido
Solo: Pobre em nutrientes minerais, mas rico em húmus devido a decomposi-
ção da matéria orgânica por agentes biológicos.
Flora: Vegetação variada e densa, com castanheiras, guaraná, seringueira,
pau rosa, vitória-régia e palmeiras diversas, cipós e epífitas.

183
Figura 97: Mapa do bioma Amazônia

Fonte: Orthopthera (2020)

Figura 98: Representantes da densa e diversificada flora amazônica

Fonte: Brasil Biomas (2011)

184
Fauna: Galo da serra, uacari da cara vermelha, pererecas multicoloridas, pri-
matas, onça pintada, araras azuis e vermelhas.
Figura 99: Representantes da rica e exuberante fauna amazônica

Fonte: O Globo, (2015); Amazônia Atual, (2019)

Ações antrópicas

Já ouvimos muito falar sobre a Amazônia ser o pulmão do mundo, porém, este
termo é utilizado de maneira errônea, já que a própria floresta consome grande parte
do oxigênio produzido. Mas é verdadeiro a necessidade de proteção e conservação
deste bioma que interfere no clima de praticamente todo o mundo e a abertura de
novas áreas para lavouras, florestas plantadas para retirada de madeira e celulose,
assim como abertura para a agricultura e pecuária tem devastado grandes áreas
deste bioma.
O desmatamento é elevado e liderado por grandes fazendeiros que fazem as
derrubadas em áreas de difícil acesso para driblar a fiscalização. Queimadas e a
caça também são ações antrópicas que afetam este bioma.

11.3 CAATINGA

Do idioma tupi, veio seu nome que significa mata branca, uma referência em
relação a vegetação seca e sem folhas durante a época seca. Estende-se por cerca
de 740 mil Km2 abrangendo a maior parte do território nordestino do nosso país.

185
Figura 100: Paisagem típica da Caatinga

Fonte: Rural Pecuária (2016)

Localização: Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Pernam-


buco, alagoas, Sergipe, Bahia e norte de Minas Gerais.

Figura 101: Localização do Bioma Caatinga

186
Fonte: Orthopthera (2020)

Clima: Semi-árido, com chuvas escassas e irregulares e temperatura média ele-


vada.
Solo: Raso e pedregoso.
Flora: Representada por cactos (mandacaru, xique-xique e facheiro), arbustos
e pequenas árvores (juazeiro e maniçoba).

Figura 102: Presença de plantas xerófitas constituem a paisagem da Caatinga

Fonte: Brasil Biomas (2011)

Fauna: Avoante, rato das dunas, lagartixa das pedras, ararinha azul, roedores.

Figura 103: Representantes da fauna da Caatinga

Fonte: Brasil Biomas (2011)

187
Ações antrópicas

A degradação deste bioma ocorre pelo desmatamento e a retirada de lenha


para o uso em olarias e siderúrgicas bem comuns na região. Além disso, a pecuária
extensiva e a agricultura de irrigação que esgota lençóis freáticos levando a saliniza-
ção e contaminação do solo com agrotóxicos. A desertificação neste bioma é cons-
tante e irreversível.

11.4 CERRADO

Localizado na região central do Brasil, ocupa cerca de 2 milhões de km (25%


da superfície do país) com diferentes paisagens e variados gradientes de vegetação,
solo, clima e topografia com grande semelhança as savanas africanas.

Figura 104: Paisagem típica do bioma Cerrado

Fonte: Brasil Biomas (2011)

Localização: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Maranhão e
Piauí.

Figura 105: Localização Bioma Cerrado

188
Fonte: Orthopthera (2020)

Clima: Semi-úmido tropical – uma estação seca e outra chuvosa.


Solo: Solo permeável, porém, ácido (rico em alumínio) e pobre em nutrientes.
Flora: Vegetação com troncos retorcidos, casca espessa e grossa com raízes
profundas. Angico, barbatimão, barba-de-bode, copaíba, pau-terra, sucupira e pe-
qui.

Figura 106: Flora representante do Cerrado

Fonte: Brasil Biomas (2011)

Fauna: Ema, mãe da lua, lobo guará.

Figura 107: Fauna representante do Cerrado

189
Fonte: Brasil Biomas (2011)

Ações antrópicas

A ocupação humana para criação de gado e lavouras constituem a degra-


dação do cerrado, que através da pratica de queimadas abre grandes espaços
para pastos e monocultura.
11.5 MATA ATLÂNTICA

Também considerada uma floresta pluvial tropical, possui grande biodiversi-


dade de fauna e flora, sendo considerado um dos maiores do planeta, com florestas
úmidas e florestas costeiras. Atualmente ocupa aproximadamente 8% da área do
país.

Figura 108: Exuberância da paisagem típica da Mata Atlântica

Fonte: Brasil Biomas (2011)

190
Localização: Ao longo da costa litorânea, do Rio Grande do Norte até o Rio
Grande do Sul.

Figura 109: Localização bioma Mata Atlântica

Fonte: Orthopthera (2020)

Clima: Clima quente e úmido.


Solo: Fértil devido a matéria orgânica.
Flora: Jequitibá, pau-brasil, jacarandá, peroba, ipê, jatobá, samambaias, mus-
gos, avencas e epífitas.

Figura 110: Biodiversidade presente na Mata Atlântica

Fonte: Brasil Bioma (2011)

191
Fauna: Gato maracajá, tucano de bico verde, mico leão dourado.

Figura 111: Representantes da fauna da Mata atlântica

Fonte: Brasil Biomas, (2011); O Globo, (2019)

5.5.1 Ações antrópicas

O bioma mais explorado e devastado em nosso país que já perdeu aproxima-


damente 93% de sua cobertura original. Crescimento industrial, pecuária extensiva e
abertura de áreas para lavouras e plantações caracterizam a devastação deste bi-
oma.

11.6 PANTANAL

É conhecida como a maior planície inundável do mundo, com 210 mil Km com
140 mil Km no território brasileiro.

Figura 112: Maior planície inundável do planeta

192
Fonte: Brasil Biomas (2011)

Localização: Mato Grosso e Mato Grosso do sul.

Figura 113: Região do Pantanal

Fonte: Orthopthera (2020)

Clima: Úmido com chuvas frequentes de outubro a abril e raras entre maio e
setembro.
Solo: Solo rico em sedimentos e nutrientes caracterizando um solo fértil.
Flora: Carandá, figueira mata pau, jenipapo.

193
Figura 114: Flora presente no Pantanal

Fonte: O Globo (2011)

Fauna: Jacaré, sucuri e muitas aves, como o tuiuiú.

Figura 115: Animais comuns no Pantanal

Fonte: Brasil Biomas, (2011)

Ações Antrópicas

A caça e pesca predatória, além do desmatamento para abertura de pasta-


gens e lavouras.

11.7 PAMPA

O Bioma Pampa representa a maior extensão de pastagens naturais do


mundo, abrangendo o estado do Rio Grande do Sul no Brasil, Uruguai e Argentina,
com paisagens que variam de campos a matas ciliares e afloramentos rochosos.

194
Figura 116: Paisagem típica do Pampa

Fonte: Brasil Biomas, (2011)

Localização: Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Figura 117: Localização do Pampa

Fonte: Orthopthera (2020)

Clima: Chuvas regulares.


Solo: Fértil.
Flora: Predominância de gramíneas e algumas árvores espaçadas como unha

195
de gato e pau de leite. Erva mate e hipérico são bem comuns.

Figura 118: Vegetação típica dos pampas

Fonte: Brasil Bioma (2011)

Fauna: Gato palheiro, perdiz, graxaim do mato.

Figura 119: Espécies comuns nos campos dos Pampas

Fonte: Brasil Biomas (2011)

Ações Antrópicas

Agricultura e pecuária extensiva causando arenização em algumas partes do


bioma, além do intensivo uso de agrotóxicos.

196
11.8 MATA DE ARAUCÁRIA

Ela se encontra ao longo do Planalto Meridional, nos estados do Paraná, Rio


Grande do Sul e Santa Catarina cujo clima, relevo e altitude garantem características
tão peculiares.

Figura 120: Paisagem da Mata de Araucária

Fonte: Brasil Biomas (2011)

Localização: No sul do país, entre Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Figura 121: Localização Mata de Araucária

Fonte: Brasil Biomas (2011)

197
Clima: Temperado, com chuvas regulares e estações definidas.
Solo: Fértil e variado.

Figura 122: Símbolos deste bioma a araucária e a gralha-azul

Fonte: Brasil Biomas (2011)

Flora: Araucárias.
Fauna: Gralha azul.

Ações Antrópicas

Desmatamento para abertura de áreas para pecuária extensiva e agropecu-


ária, e retirada de madeira para carvão, indústrias moveleiras, pasta de celulose e
para área civil.

 Mesmo existindo legislações como normas e regulamentos para proteção dos biomas
e a biodiversidade brasileira, é comum vermos noticiários sobre crimes ambientais en-
volvendo diversas atividades antrópicas dentro destas áreas que deveriam ser protegi-
das. São vários os motivos que estão levando a degradação dos biomas brasileiros.
Acompanhe a matéria sobre os impactos ambientais nos biomas neste site:
https://glo.bo/2MUAazs. Acesso em: 23 jan. 2021.

Para leitura complementar “Ecologia Geral” de Stein (2018), que aborda a importância
dos biomas para o nosso planeta. Disponível: https://bit.ly/3oDKUzC. Acesso em: 23 jan.
2021.

198
Figura 123: Mapa Mental

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

199
FIXANDO O CONTEUDO

1. (UFPR- 2011) – O território brasileiro possui diversos biomas, entre os quais se desta-
cam a Floresta Amazônica, o Cerrado e a Mata Atlântica. Sobre esses biomas, é
correto afirmar:

a) O cerrado, que se localiza na região central do Brasil, tem como característica a


formação em solos pobres e arenosos e, em consequência, é pouco ameaçado
pela expansão agrícola.
b) A Floresta Amazônica, formação localizada notadamente no norte do Brasil, tende
a desaparecer nas próximas décadas, haja vista que o desmatamento e as quei-
madas têm seus índices elevados ano a ano, evidenciando a ausência de políticas
públicas voltadas à conservação daquela floresta.
c) A Mata Atlântica, formação que se estendia desde o litoral nordestino ao Rio
Grande Sul, onde se localiza boa parte dos maiores centros brasileiros, foi o bioma
mais desmatado do país, motivo pelo qual seus remanescentes foram transforma-
dos em unidades de conservação, o que lhe garante a maior extensão em áreas
preservadas do Brasil.
d) Uma característica comum entre esses três biomas é que todos apresentam ele-
vada biodiversidade e presença de espécies endêmicas, evidenciando que todos
precisam ser igualmente preservados.
e) No Norte do Brasil, a urbanização excessiva das cidades tem como consequência
o desmatamento e as queimadas, comprometendo a conservação da floresta,
fato que frequentemente ganha grande dimensão na imprensa

2. “Presença de árvore com troncos retorcidos, com solo raso, pedregoso e com ele-
vada acidez”. O trecho acima se refere ao bioma

a) Cerrado.
b) Caatinga.
c) Pampa.
d) Pantanal.
e) Mata Atlântica.

200
3. A vegetação dos Pampas é composta, principalmente, por

a) Árvores de grande porte.


b) Árvores de pequeno porte.
c) Plantas xerófilas.
d) Gramíneas.
e) Plantas higrófilas.

4. - O Pantanal é um tipo de bioma que se caracteriza por ser uma das maiores pla-
nícies inundáveis do planeta. Marque a alternativa que corresponde aos estados
brasileiros que possuem esse bioma.

a) Goiás e Mato Grosso.


b) Bahia e Minas Gerais.
c) Pará e Amazonas.
d) Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
e) Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Observe a imagem a seguir para responder as questões de 5 e 6:

201
5. “Bioma que teve aproximadamente 97% de sua cobertura original devastada”, é
ser representado pela letra

a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

6. Observando o mapa do Brasil, qual bioma é representado pela letra F:

a) Cerrado.
b) Caatinga.
c) Pantanal.
d) Pampa.
e) Mata de Araucária.

7. Leia atentamente as afirmativas abaixo e marque a opção correta.

I – Floresta densa, com grande biodiversidade, úmida e com uma grande camada
de matéria orgânica depositada no solo.
II – Campos abertos, rico em gramíneas e ervas.
III – Chove pouco, solo arenoso e pobre, plantas xerófitas presentes.

As afirmativas se referem respectivamente a

a) Cerrado, Pampa, Caatinga.


b) Amazônia, Pampa, Cerrado.
c) Amazônia, Cerrado e Caatinga.
d) Amazônia, Pampa e Mata Atlântica.
e) Mata Atlântica, Pampa e Caatinga.

202
8. Embora existam legislações para a proteção de várias áreas dentro dos biomas, é
notório que o homem ainda explora de forma exacerbada e predatória os recur-
sos naturais disponíveis. Muita madeira é retirada para ser utilizada em fornos de
siderurgia e olarias. Esse tipo de exploração é comum em qual bioma?

a) Cerrado.
b) Pantanal.
c) Pampa.
d) Caatinga.
e) Mata Atlântica.

203
AS UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO, RESERVAS
LEGAIS E ÁREAS DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTES E
A LEGISLAÇÃO PERTINENTE

12.1 INTRODUÇÃO

Apesar da exuberância, importância e incontável biodiversidade dos biomas


brasileiros, onde existem diversas espécies, muitas delas endêmicas, é notório que as
ações antrópicas estão cada vez mais atingindo e degradando esses ecossistemas,
ocasionado pelo intenso modelo de produção e o crescimento do agronegócio.
Cada vez mais se tornam necessárias ações e medidas que buscam a preser-
vação e conservação dos biomas brasileiros através do desenvolvimento sustentável
e ações de educação ambiental que buscam a harmonia da relação do homem
com a natureza.
A Constituição Federal de 1988 (CF/88), no art. 225, §1º, inciso VII, trata dos
espaços territorialmente protegidos, que são as Unidades de Conservação (UCs), as
Áreas de Preservação Permanente (APPs), e as áreas de reservas florestais, que po-
derão ser criadas por lei, decreto, portaria ou resolução, num dispositivo autoaplicá-
vel (Gonçalves, 2018).

12.2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) (Lei nº


9.985, de 18 de julho de 2000) define Unidades de Conservação (UC’s) como as áreas
naturais passíveis de proteção por suas características especiais. São definidos como:

[...] espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas ju-


risdicionais, com características naturais relevantes, legalmente institu-
ído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites defini-
dos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garan-
tias adequadas de proteção (Brasil, 2000a, p. Art. 2º).

204
Em outras palavras, Bacha (1992) descreve as Unidades de Conservação (UC)
como uma área delimitada para haver preservação de pelo menos um ecossistema,
ou de uma beleza natural, histórica ou cultural, ou de um banco genético ou de um
recurso natural (como a água, o solo, a flora e a fauna). A área em questão pode ser
terrestre ou aquática, e sobre ela pode variar o grau de atividade humana.
Para a biogeografia se torna importante a manutenção, preservação e con-
servação dos recursos naturais, pois são eles que caracterizam um ambiente, o terri-
tório, o habitat e as relações ecológicas existentes entre as espécies que permitem o
equilíbrio dos ecossistemas. Mediante a isto, delimitar áreas para o uso conservacio-
nista é permitir com que as espécies se desenvolvam e vivam em harmonia com o
homem.
É possível existir ecossistemas com atividade humana e outros necessitam da
ausência dessa ação. O grau de intervenção humana sobre o ambiente natural é
um dos fatores na definição dos tipos de Unidades de Conservação (Bacha, 1992).
O SNUC separa as unidades de conservação (UC) em dois grupos, de acordo
com seus objetivos de manejo e tipos de uso, são elas as de Proteção Integral e Uso
Sustentável.

Quadro 18: Agrupamento das Unidades de Conservação estabelecido pelo SNUC

Tipo Objetivo Atividades permitidas Exemplos

Preservar a natureza, sendo Recreação em contato com Estações ecológicas, Re-


Unidades de admitido apenas o uso indi- a natureza, turismo ecoló- servas Biológicas, Par-
proteção reto dos seus recursos natu- gico, pesquisa científica, ques Nacionais, Monu-
rais, ou seja, aquele que não educação e interpretação mentos Naturais.
integral envolve consumo, coleta ou ambiental, entre outras.
dano aos recursos naturais.

Compatibilizar a conservação Atividades que envolvem APP (Área de preserva-


da natureza com o uso sus- coleta e uso dos recursos ção permanente); FLONA
Unidades de tentável dos recursos, concili- naturais são permitidas, (Florestas Nacionais);RE-
uso ando a presença humana nas desde que praticadas de SEX (Reserva Extrati-
áreas protegidas. uma forma a manter cons- vista); REF (Reserva de
sustentável tantes os recursos ambien- Fauna); RDF (Reserva de
tais renováveis e processos Desenvolvimento Sus-
ecológicos. tentável).

Fonte: Elaboado pelo Autor (2021)

205
Dentro deste agrupamento, ainda é possível classificar as Unidades de Con-
servação no Brasil, de acordo com Bacha (1992) em 15 tipos que podem ser:

 Parque;
 Monumento Natural;
 Reserva Biológica;
 Estação Ecológica;
 Reserva Florestal;
 Monumento Cultural;
 Floresta Nacional;
 Reserva Extrativista;
 Reserva do Patrimônio Mundial;
 Área de Preservação Permanente;
 Reserva Ecológica;
 Área Especial;
 Local de Interesse Turístico;
 Área de Proteção Ambiental;
 Área de relevante Interesse Ecológico;
 Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Além desses 15 tipos de Unidades de Conservação, Bacha (1992) ainda apresenta mais 7 ou-
tros tipos definidos, mas ainda não implantados no Brasil. São eles:

 Santuário;
 Refúgio da Vida Silvestre;
 Estrada Parque;
 Rio Cênico;
 Parque de Caça;
 Parque Natural;
 Reserva de Fauna e Reserva da Biosfera.

206
Outras categorias existentes que não se enquadram como Unidades de Conservação, devido
a finalidade ser diferente da estabelecida para este conceito, não são para preservar o ecossistema
ou a beleza natural, ou bancos genéticos e recursos naturais. São elas:

 Reserva Indígena;
 Jardim Botânico;
 Jardim Zoológico;

 Para compreender mais sobre a Conservação das UC’s acesse o livro intitulado
“Quanto vale o verde: a importância econômica das unidades de conservação brasi-
leira” organizado por Young e Medeiros (2018). Disponível em: https://bit.ly/3pUdVso.
Acesso em: 21 jan. 2021.

Sugerimos a leitura complementar do livro “Gerenciamento de Unidades de Conserva-


ção” de Pires et al., (2018)para compreender as atividades realizadas dentro destes
ambientes. Disponível em: https://bit.ly/36JPPsu. Acesso em: 21 jan. 2021.

12.3 RESERVA LEGAL

A Constituição Federal de 1988 ao abordar a proteção da flora, dispõe a pre-


ocupação de tal forma, que é vedada qualquer prática que coloque em risco sua
função ecológica ou provoque a extinção de espécies. Na proteção constitucional
da flora, está presente o instituto da Reserva Legal (RL) com uma função ecológica
bem definida pela lei atual, que desde quando foi elaborada passou por diversas
modificações.
O “Novo Código Florestal”, instituído em 1965 com A Lei 4.771 (Brasil, 1965), co-
nhecida apenas como “Código Florestal”, advinda do projeto “Daniel de Carvalho”
trouxe avanços na proteção da flora, surgindo importantes institutos da Área de ARL
(Área de Reserva Legal) (que ainda não tinha essa nomenclatura) e APP (Gonçalves,
2018). No art. 16 da referida lei ainda com percentuais de preservação bem distintos
nas propriedades rurais, e por regiões preestabelecidas, variando entre 20% e 50% de
proteção florestal. Esta lei trazia avanços no reconhecimento da importância do
meio ambiente na busca pela preservação e integração entre ambiente e bem-estar
social.

207
Posteriormente, com a edição da Lei 7.803/1989, altera-se o regime da RL
acrescentando dois parágrafos ao art. 16, que institui um mínimo de 20% em qualquer
região, inclusive na área de Cerrado (Brasil, 1989). Além desta modificação, houve
um período onde as mesmas foram mais intensas e notórias, sob a presidência de
Fernando Henrique Cardoso (período de maior modificações no Novo Código Flores-
tal – 1965) chamadas de Medidas Provisórias (MPs), ocasionaram um papel impor-
tante no que diz respeito à proteção das áreas de ARLs, pois com a MP 1.511, de
25/7/1966 alterou-se a proteção da RL, com percentual mínimo de 50% das proprie-
dades, inclusive no norte da Região Centro-Oeste e na Região Norte, e ainda, 80%
nas áreas de cobertura arbórea que se constitui de fitofisionomias florestais (Brasil,
1996).
Outras modificações foram ocorrendo com o passar dos tempos buscando
melhorar a preservação das florestas. Fato que ocorreu com a edição da MP 1.605-
17, de 20/11/1997, que se acrescentaram três parágrafos ao art. 44 do Novo Código
Florestal, favorecendo a agropecuária familiar e determinando a realização do Zo-
neamento Ecológico Econômico (ZEE) (Brasil, 1997). Já a MP 1.736-31, de 14/12/1998,
inovou no sentido de possibilitar o cômputo para alcançar o percentual de RL nas
áreas relativas às florestas e demais formas de vegetação natural consideradas de
preservação permanente (Brasil, 1998).
Outro importante marco para as características da RL nos dias atuais, está
na edição ocorrida em 2000, com a MP 1.956-50,10 (2000b) que acrescentou ao art.
1º, §2º, o inc. III na Lei 4.771/1965, surgindo, então, o conceito de RL:

[...] III – Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade


ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária
ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação
dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao
abrigo e proteção de fauna e flora nativas.

Gonçalves (2018) menciona que os objetivos da RL são claros e expressos em


lei, que tem como finalidade concretizar o uso sustentável dos recursos naturais, con-
servar e reabilitar os processos ecológicos, conservar a biodiversidade e dar abrigo e
proteção à fauna e à flora nativas.

208
Quando lembramos que a biogeografia é o estudo da distribuição das es-
pécies no planeta, podemos interligar o conceito aos objetivos expressos pela RL,
que busca a reabilitação dos processos ecológicos essenciais que podem ser defini-
dos como aqueles responsáveis pela manutenção da dinâmica dos ecossistemas
atrelados aos mecanismos de autorregulação e homeostase e, que, se forem altera-
dos, através de processos de degradação, provocam efeitos de difícil reversibilidade
em raios de ação bastante significativos. A reabilitação dos processos ecológicos é
uma forma de manter a dinâmica dos ecossistemas presentes no meio ambiente,
inerentes a qualquer tipo de propriedade rural que desenvolva algum tipo de ativi-
dade exploratória (Guapyasssú & Hardt, 1998).
Segundo Gonçalves (2018) as discussões em torno da nova legislação florestal
foram intensas entre ambientalistas e ruralistas, até que a aprovação da Lei
12.651/2012 com alguns vetos da presidente Dilma Rousseff, entrou em vigor em 28/5/
2012.
Com tantas modificações lideradas pela bancada ruralista, mais favorecia o
produtor rural do que protegia a natureza. Visto que, tanto as APPs quanto a RL “que
aparentemente perderam sua função ecológica no novo texto, constituem impor-
tantes instrumentos não apenas para a estabilidade do clima, e para viabilizar o de-
senvolvimento da vida, senão a garantia da própria atividade econômica (Leite &
Ayala, 2014).
Dentre as varias modificações, outra que chama atenção é a possibilidade
de plantio de espécie exótica para fins de recomposição da RL, desde que não
exceda 50% da área total a ser recuperada, fato que, é criticado pois a introdução
de espécies exóticas advindas de outro país, pode ter efeito grave nas características
do ecossistema. Sendo assim, a possibilidade de plantio de espécies exóticas pode
afetar a função da conservação da biodiversidade, suas funções ecológicas e os
serviços ecossistêmicos, causando desequilíbrio nos ecossistemas (Silva, 2013).

12.4 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

O arcabouço jurídico ambiental brasileiro é um dos mais completos e extensos


do mundo, possuindo diversas legislações, normas e regulamentações que buscam
o desenvolvimento sustentável, a preservação e a conservação do meio ambiente
e a harmonia da relação homem x natureza. Porém, devido a grande extensão a

209
mesma é deficiente em sua implementação o que a torna lenta e pouco eficaz na
prática (Eugenio, Santos, Luppi, & Feitosa, 2013).
Neste sentido, como já abordado nesta unidade, A Lei nº 4.771, de 1965 (Brasil,
1965), e alterada pelas Leis nºs 7.803/1989, 11.284/2006 (Conselho Nacional de Meio
Ambiente, 2006) e pela Medida Provisória nº 2.166-67/2001 (Brasil, 2001) estabelece as
APPs. Já o novo Código Florestal, Lei nº 12.651 (2012) Artigo 1º, §2º, II, as APPs consti-
tuem aquelas cobertas ou não por vegetação nativa, “[...] com a função ambiental
de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversi-
dade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas”.
Em outras palavras, como descreve Balbinot et al. (2008) As Áreas de Preserva-
ção Permanente (APP) foram criadas para proteger o ambiente natural e restringir
qualquer alteração de uso do solo, sendo proibida qualquer atividade humana e que
devem estar cobertas por vegetação nativa, tendo como ação ambiental de pre-
servar os recursos hídricos.
O site da Embrapa apresenta as categorias de APPs, assim como implementa-
das e dispostas pelo Novo Código Florestal, que apresenta:
Margens de Rios: As faixas marginais de qualquer curso d'água natural perene
e intermitente, excluídos os cursos d'água efêmeros, desde a borda da calha do leito
regular, em largura mínima de:

Tabela 1: Faixas de APP de acordo com a largura dos cursos d’água


Largura do curso d’água (m) Faixa de APP (m)
Até 10 30
Entre 10 e 50 50
Entre 50 e 200 100
Entre 200 e 600 200
Superior a 600 500
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Entorno de lagos: As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa


com largura mínima.

Tabela 2: Faixa marginal de APP em relação à superfície do espelho d’água


Localização Área da superfície do espelho d’água (ha) Faixa marginal de APP (m)
Até 20 50
Zonas rurais
Acima de 20 100
Zonas urbanas 30

210
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Entorno de reservatórios: As áreas no entorno dos reservatórios d'água artifici-


ais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d'água naturais.
Nascentes: As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes,
qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros.
Encostas: As encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equi-
valente a 100% na linha de maior declive.
Área de restinga: As restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de
mangues.
Área de mangue: Os manguezais, em toda a sua extensão.
Chapadas: As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do
relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais.
Topo de morros: No topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura
mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir
da curva de nível correspondente a 2/3 da altura mínima da elevação sempre em
relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície
ou espelho d'água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela
mais próximo da elevação.
Áreas de altitude: As áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que
seja a vegetação.
Veredas: Em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura
mínima de 50 metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
Embora o Código Florestal e o SNUC apresentem dispositivos acerca da legis-
lação brasileira buscando a proteção dos recursos naturais e a biodiversidade pre-
sente no país, é de válido mencionar que cada nação possui sua legislação bus-
cando atingir os mesmos objetivos.

Você como professor deverá enfrentar diversos desafios para abordar conteúdos interdis-
ciplinares durante as aulas, seja ele para qualquer nível de escolaridade. Sendo assim,
pense e anote em seu caderno como seria possível trabalhar o tema “Unidades de Con-
servação” fora da sala de aula, como uma aula prática, dinâmica e lúdica e que envolva
o aluno.

211
Muitas mudanças ocorreram desde a criação do Código Florestal com muita polêmica por parte de profissi-
onais, cientistas exercendo forte pressão sobre o dispositivo legal.

Acompanhe as principais mudanças ocorridas em: https://bit.ly/3cD3qpq. Acesso em: 21 jan. 2021.

Essas áreas definidas e a correta aplicação da legislação permite que as es-


pécies desempenhem suas funções e sobrevivam dentro de um equilíbrio e o ser hu-
mano consiga usufruir de recursos naturais de forma a manter e preservar os recursos
naturais existentes favorecendo a correta relação ecológica entre as espécies e os
fatores abióticos que constituem o ecossistema.

212
FIXANDO O CONTEÚDO

1. “Recreação em contato com a natureza, turismo ecológico, pesquisa científica,


educação e interpretação ambiental, entre outras”. As Atividades descritas são
permitidas por lei dentro:

a) Unidades de Proteção Fundamental.


b) Unidades de Proteção Biológica.
c) Unidades de Proteção Integral.
d) Unidades de Uso Sustentável.
e) Jardins zoológicos.

2. Dentro de um agrupamento é possível classificar as Unidades de Conservação no


Brasil, de acordo com Bacha (2020) em 15 tipos. Marque a alternativa que possui
um exemplo de UC.

a) Estrada Parque.
b) Rio Cênico.
c) Parque de Caça.
d) Parque Natural.
e) Floresta Naciona.

3. De acordo com o Novo Código Florestal existe a possibilidade de plantio de espé-


cies exóticas nas áreas de Reserva Legal. O que se sabe também é que esse plan-
tio pode afetar a função da conservação da biodiversidade, suas funções ecoló-
gicas e os serviços ecossistêmicos, causando desequilíbrio nos ecossistemas (SILVA,
2013).

De acordo com o Novo Código Florestal é possível realizar o plantio de espécie exótica

a) em toda a área de Reserva Legal.


b) em até 20 % da Reserva Legal.
c) desde que não exceda 50% da Reserva Legal

213
d) em 90% da Reserva Legal.
e) em 75% da Reserva Legal.

4. (Prefeitura Municipal de Areal - Biólogo (GUALIMP - 2019) Adaptado. - Conforme


estabelecido na da Lei nº 12.651/2012, ___________________ é uma área protegida,
coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facili-
tar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas.

a) Área de Preservação Permanente.


b) Reserva Legal.
c) Florestal Nacional.
d) Unidade de Conservação.
e) Parque Cênico.

5. O Novo Código Florestal, Lei nº 12.651/12. Artigo 1º, §2º, II, definem que as APPs
constituem aquelas áreas cobertas ou não por vegetação nativa, “com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica,
a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas”.

Dentre as alternativas abaixo marque aquela que representa uma APP:

a) Nascente.
b) Topo de morro acima de 20º de inclinação.
c) Cursos d'água efêmeros.
d) Lagos construídos.
e) Plantação de árvores exóticas.

6. (Prefeitura Municipal de Areal - Biólogo (GUALIMP - 2019) Adaptado). A lei que


estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação

214
Permanente e as áreas de Reserva Legal, sobre a exploração florestal, o supri-
mento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o
controle e prevenção dos incêndios florestais e prevê instrumentos econômicos e
financeiros para o alcance de seus objetivos é conhecida como:

a) Sistema Nacional de Unidades de Conservação.


b) Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
c) Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa.
d) Novo Código Florestal Brasileiro.
e) Constituição Federal.

7. “Locais com altura mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25°, as
áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 da altura mínima
da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado por planície ou espelho d'água adjacente ou, nos relevos ondulados,
pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação”.

Esta descrição que se encontra no Novo Código Florestal diz respeito a uma APP denominada

a) encosta.
b) topo de morros.
c) nascente.
d) veredas.
e) chapadas.

8. (CONSED-GO - Fiscal Ambiental (IDCAP - 2019)Área de Preservação Permanente


é a área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambi-
ental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar
o bem-estar das populações humanas. Assinale a alternativa correta correspon-
dente a largura mínima em zona urbanas com áreas no entorno dos lagos e lagoas
naturais.

215
a) 100 m.
b) 50 m.
c) 40 m.
d) 30 m.
e) 20 m.

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 B

216
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 C

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B

UNIDADE 07 UNIDADE 08

QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 B

UNIDADE 09 UNIDADE 10

QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B

217
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 A

UNIDADE 11 UNIDADE 12

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 D

UNIDADE 13 UNIDADE 14

QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B

218
REFERÊNCIAS

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