Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE IPATINGA
PRÁTICA PEDAGÓGICA
INTERDISCIPLINAR:
FUNDAMENTOS E
METODOLOGIA DO ENSINO
DA BIODIVERSIDADE
Kessy Almeida Sillman da Cunha
Ronald Assis Fonseca
1
PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR: FUNDAMENTOS E
METODOLOGIA DO ENSINO DA BIODIVERSIDADE
1ª edição
Ipatinga – MG
2021
2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
3
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo apli-
cado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são
para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com
uma função específica, mostradas a seguir:
4
UMA BREVE HISTÓRIA DO
PLANETA TERRA UNIDADE
UNI-
explicações remota às mais antigas mitologias registradas. Atualmente, a explicação
científica mais aceita, é a teoria do Big Bang (Grande Explosão), o ponto de partida
0
para formação do universo que ocorreu a cerca de 14 bilhões de anos atrás, quando
toda matéria e energia estavam concentradas em um único ponto de densidade
inconcebível resultando em uma grande explosão. DADE
Segundo os cientistas desde a Grande Explosão o universo se dilui e se expan-
1
diu. Nessa primeira fase de expansão houve o surgimento das quatro forças funda-
mentais da natureza, que são elas: força eletromagnética, as forças nucleares forte
e fraca e a força da gravidade. Conforme a temperatura e a densidade decresciam
ocorreu o processo chamado nucleogênese, a formação da matéria, dos chamados
prótons, nêutrons e elétrons.
As estrelas e as galáxias se formaram posteriormente quando o resfriamento
generalizado permitiu que a matéria se confinasse em nuvens de gás. Com a ação
da força gravitacional estas nuvens gasosas entraram em colapso, e o aquecimento
de seus núcleos levou a formação das primeiras estrelas e das galáxias.
Estima-se que as primeiras galáxias surgiram cerca de 13 bilhões de anos atrás.
A nossa conhecida Via Láctea tem aproximadamente 8 bilhões de anos e dentro
dela o nosso sistema solar originou-se a cerca de 4,6 bilhões de anos atrás.
A forma do nosso sistema solar se deve ao fato de que essa nuvem de gás,
difusa em rotação lenta se contraiu resultando em um formato de disco achatado,
que começou a girar mais rapidamente concentrando a matéria em seu centro, e
formando primeiramente um proto-sol. Logo esse disco envolvido por gás e poeira
formaram pequenos grãos que se colidiram e se agregaram em pequenos blocos,
também chamados de planetesimais. As diversas colisões e o aumento dos planete-
simais devido a força da gravidade formaram a estrutura dos planetas do Sistema
5
Solar. A massa do sistema (99,8%) se concentra no sol, com planetas girando ao seu
redor, e também diversos asteroides. Os planetas se diferenciam devido ao tipo de
evolução que sofreram. Os planetas que orbitam próximos ao sol são chamados de
interiores (internos ou terrários), e seu desenvolvimento foi notoriamente diferente dos
planetas que estão mais afastados do sol, chamados de exteriores. Entre os planetas
interiores e os planetas exteriores encontramos também o cinturão de asteroides,
como mostra a figura a seguir.
Logo nosso Sistema Solar é composto pelo Sol e todos os corpos celestes que
orbitam ao seu redor, que são os planetas interiores e exteriores e seus respectivos
satélites naturais (como nossa Lua), os planetas anãos (Plutão, Ceres, Makemake, Hu-
mea e Eris) e seus respectivos satélites, bem como os asteroides e outras partículas
espaciais.
Figura 1: O Sistema Solar
6
a do sol, possuem mais satélites e atmosferas mais espessas e embora tenham núcleos
rochosos sua composição é basicamente de Hidrogênio e Hélio, muito similares as
condições do sol e da nebulosa solar. Os materiais voláteis provindos dos planetas
interiores foram impelidos para a parte externa e fria da nebulosa, permitindo a for-
mação dos planetas exteriores gigantes.
O Cinturão de Asteroides, localizado entre Marte e Júpiter, é composto por
milhares de fragmentos rochosos de diferentes tamanhos, o maior deles chamado
Ceres, considerado um planeta anão. É provável que a maior parte dos meteoritos
que caem na Terra provenha desta área. A hipótese para que estes asteroides não
conseguiram se unir e formar um único planeta, é de que na época de acresção, às
perturbações de natureza gravitacional advindas de Júpiter impediram este pro-
cesso.
7
Além disso, o calor radioativo provindo de elementos como o urânio contribuiu
para o aquecimento e fusão dos materiais da Terra. Apesar da baixa disponibilidade
desses elementos, eles mantêm o calor interior da terra até hoje e foram considera-
velmente importantes para na evolução do planeta.
Contudo o processo inicial de formação da Terra foi a partir dos planetesimais
e remanescentes da nebulosa que sofreram alterações e se fundiram quando houve
este grande choque, o que gerou uma camada externa de centenas de quilômetros
de espessura de rocha derretida ou também chamado de “Oceano de lava”, onde
a parte interior foi aquecida um estado de menor densidade, que facilitava a loco-
moção dos materiais. O material mais pesado imergiu para o interior e formou o nú-
cleo, e o material mais leve ficou na superfície e formou a crosta, trazendo consigo o
calor interno e fazendo com que ele se dissipasse para o espaço. Desta maneira a
Terra se resfriou e grande parte se tornou sólida, passando a ser um planeta diferen-
ciado como explicitado na figura 3 mais abaixo, contendo três camadas principais:
Núcleo central, a crosta externa e o manto que separa os dois. Este é o modelo mais
aceito até hoje pelos cientistas, sobre a formação da Terra e da Lua.
A Terra é um sistema aberto que possui massa aproximada em 6x10²9g e den-
sidade de 5,52g/cm³. O raio equatorial é de 6,378,2 km e o seu volume 1,083x10¹²km³.
As três principais camadas da Terra são: O núcleo, que é composto de elementos
mais densos, como ferro e níquel, existindo uma diferença em seu interior, no cha-
mado núcleo central, que é sólido devido à alta pressão nesta região e na parte
exterior ele é liquido, no então chamado núcleo externo. A crosta terrestre que é
uma cama fina, de cerca de 40km de profundidade a qual se concentraram os ele-
mentos menos densos e fáceis de se fundirem, tais como silício, alumínio, cálcio, mag-
nésio, entre outros. E o manto localizado entre as duas camadas anteriores, que
forma a maior parte sólida da Terra, nele encontramos elementos de densidade mé-
dia composto na maioria das vezes de oxigênio com magnésio, ferro e silício. A figura
3 mostra um esquema de como estão situadas as camadas da Terra.
8
Os componentes que fazem parte da camada externa são:
9
Figura 3: Estrutura da Terra e seus principais componentes
Fonte: Adaptado pelo autor a partir da fonte CPRM. Estrutura Interna da Terra (2015)
TEMPO GEOLÓGICO
Até aqui vimos que a Terra está passando por constantes mudanças, que ape-
sar de hoje ela ser mais estável, o sistema continua a gerar transformações na paisa-
gem. O tempo geológico refere-se à escala de tempo cronológica das mudanças
que ocorreram nesses 4,5 bilhões de anos da Terra. É um desafio compreender tal
escala de tempo, pois no tempo humano estamos acostumados a relembrar fatos
de centenas de anos atrás ou até de milhares, mas imaginar uma escala de bilhão é
um exercício difícil que os geólogos fazem para entender a dinâmica da paisagem
tal como ela é hoje.
10
O tempo geológico foi dividido com a finalidade de estudar e entender a evo-
lução da Terra, chamado de unidades cronoestretigráficas, representadas pela ta-
bela geológica pelos éons, eras, períodos e épocas e idades, conforme a tabela a
seguir.
Os éons representam um intervalo de tempo muito grande, dividido em quatro:
Hadeano, Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico. Com exceção do Hadeano, os ou-
tros éons são divididos em eras.
Uma era geológica é definida pelo modo como os continentes e oceanos es-
tavam distribuídos e os seres vivos se encontravam nela. Com exceção do Arqueano
as eras também foram desmembradas em períodos.
Os períodos são unidades fundamentais na escala do tempo geológico e os
da Era Cenozóica são ainda divididos em épocas.
11
Figura 4: Tabela Geológica simplificada
12
glaciações, entre outros fatos. Atualmente existe um conceito que vem sendo am-
plamente debatido entre cientistas da Terra, que diz respeito a criação de um novo
período geológico, o Antropoceno ou Tecnógeno. Essa proposta surgiu com a con-
cepção de que o ser humano é um agente geológico, e suas ações estão interfe-
rindo, de forma direta e indireta, em mudanças permanentes na Terra. O artigo de
Ter-Stepanian G. de 1988, The beginnig of the Technogene, argumenta que as extin-
ções e outras mudanças na Terra foram decorrentes de processos naturais que mu-
daram bruscamente a situação física-geológica e fizeram gêneros inteiros, ou mesmo
ordens de plantas e animais desaparecerem, sendo incapazes de se adequarem as
novas condições. Atualmente vemos mudanças parecidas, como extinções de al-
guns animais, devido a interferência (direta ou indiretamente) da ação humana
acrescentando que:
13
14
FIXANDO O CONTEÚDO
a) a Teoria Geodésia
b) a Teoria de Gaia
c) a Teoria da Grande Explosão (Big Bang)
d) a Teoria da Universalidade
e) o Criacionismo
a) Grandes e Pequenos
b) Interiores e Exteriores
c) Quentes e Frios
d) Gasosos e terrários
e) Interiores e terrários
a) 10%
b) 6%
c) 3%
d) 1%
e) 0,1%
15
c) a força da gravidade.
d) um grande impacto de um corpo celeste que formou a lua.
e) o movimento de rotação e translação.
16
8. Pela classificação da divisão da tabela Geológica, o século XXI corresponde ao
respectivo período e época do:
a) Quaternário, Pleistoceno.
b) Neógeno, Plioceno.
c) Cenozóico, quaternário.
d) Quaternário, holoceno.
e) Cenozóico, Neógeno.
17
TECTÔNICA GLOBAL UNIDADE
TECTÔNICA GLOBAL
18
Figura 5: Organização dos continentes ao longo do tempo geológico
19
O sucesso da teoria das placas tectônicas não se deu apenas porque
ela explica as evidencias geofísicas, mas também porque apresenta
um modelo no qual dados geológicos, acumulados durantes os últi-
mos 200 anos se encaixam. Além disso conduziu as ciências da Terra
até um estágio onde ela não apenas explica o que aconteceu no
passado, o que está acontecendo no presente, as também o que
acontecerá no futuro. (Celino, Marques, & Leite, 2003)
20
Figura 6: Mosaico das placas tectônicas e distribuição de vulcões e terremotos correlacionados.
Fonte: CEPA/USP
21
Figura 7: Esquema do mecanismo do processo geológico decorrente da separação de duas
placas tectônicas em assoalho oceânico.
Fonte: CEPA/USP
22
Figura 8: Esquema do mecanismo do processo geológico decorrente da separação de duas
placas tectônicas em meio ao continente.
23
Limites convergentes de placa oceânica com placa continental
Na colisão de uma placa oceânica com uma placa continental, a placa mais
densa (oceânica) irá mergulhar sob a placa menos densa (Continental), que irá pro-
duzir um arco magmático em sua borda, caracterizada por rochas ígneas tanto in-
trusivas e quanto extrusivas (veremos mais sobre essas rochas na unidade 4), con-
forme mostra o esquema da figura 10. Um exemplo desse tipo de colisão é entre a
placa Sul-americana e a placa Nazca, que formam a cordilheira dos Andes, no oeste
da América do Sul.
24
Figura 11: Esquema do mecanismo do processo geológico decorrente do choque de duas
placas continentais
Limites transformantes
São caracterizados em bordas onde as placas deslizam se uma em relação a
outra, também conhecida como zona de cisalhamento, e geram uma serie de fa-
lhamentos, conforme mostra o esquema da figura 12. A falha de San Andreas na
Califórnia é um exemplo de onde este tipo de limite ocorre, onde a placa Norte-
Americana desliza em relação à Placa Pacífica.
25
Além de terem densidades diferentes, por conta do tipo de material presente,
elas se movem em velocidades diferentes, devido à proporção de crosta continental
presente nas placas. Outro ponto é que as placas são convexas e movimentam se
sobre uma superfície esférica em torno de um eixo (de rotação de placa) e um polo
(de expansão), que não se referem nem ao eixo de rotação da Terra nem aos polos
geográficos. O polo de expansão é definido como um ponto em volta do qual a
placa tectônica gira. Para uma determinada velocidade angular de uma placa a
velocidade de diferentes pontos será diferente, logo a velocidade aumenta à me-
dida que os pontos se afastam do polo. A partir de estações que registram frequen-
temente os dados do Sistema de Posicionamento Global (GPS) é possível determinar
o movimento e velocidade em que as placas se movem. Em média elas se movi-
mento cerca de alguns centímetros por ano.
Acredita-se que a direção em que as placas se movem é resultado das cor-
rentes de convecção no manto, esses estudos ainda intrigam os cientistas e não
existe apenas uma única forma de explicação para a ocorrência deste processo. O
princípio de uma célula de convecção pode ser observado se colocarmos, por
exemplo, um material fluido e viscoso dentro de uma panela que será aquecida na
base inferior pelo fogo, e outros dois exemplares de outro tipo de material em estado
sólido por cima desse material viscoso, o que irá ocorrer ao aquecer o centro da base
da panela, é que o material viscoso irá esquentar mais rapidamente no centro do
que nas bordas da panela, diminuindo a densidade do mesmo, em consequência a
parte mais fria localizada na borda descerá para ocupar o lugar do material que
subiu, instalando uma circulação de fluidos, e afastará os dois exemplares sólidos
para a borda, seguindo o sentido das correntes. Com base nesse processo os pesqui-
sadores tentaram explicar o mecanismo motor da tectônica de placas. Como obser-
vamos na figura 13 abaixo, dois modelos de mecanismos de correntes de convecção
são sugeridos, o primeiro (a) mostram as correntes de convecção ocorrendo somente
na astenosfera, e o segundo (b) mostram correntes de convenção envolvendo todo
o manto.
26
Figura 13: Modelos de mecanismos de correntes de convecção
27
Figura 14: Esquema do mecanismo de funcionamento de pontos quentes (hot spots) no
magma.
Fonte: CEPA/USP
OROGÊNESE E EPIROGÊNESE
28
A reação isostática ocorre em busca do equilíbrio densiométrico de massas
litosféricas sobre a astenosfera. É a reação semelhante à de corpos flutuantes sobre
um líquido. Quando essa massa desce (negativa) ocorre o processo de subsidência
e quando a massa vai para cima é chamada de soerguimento, logo os processos
relacionados aos movimentos epirogênicos são mais estáveis, e também ocorrem
em bordas não mais ativas de placas tectônicas, diferente dos processos orogêni-
cos, que são mais dinâmicos.
VULCANISMO E TERREMOTOS
Como vimos anteriormente, o movimento das placas tectônicas gera uma sé-
rie de processos geológicos decorrente das suas movimentações, como as ativida-
des vulcânicas ou vulcanismo. Ao longo do tempo geológico também vimos que os
continentes sofreram modificações em sua organização, sendo assim, existem anti-
gas zonas de vulcanismo que atualmente estão desativadas, mas guardam marcas
de seu passado. Um vulcão se configura através de uma câmara magmática, que
carrega o magma a superfície e entra em erupção como lava formando montanhas
ou elevações através da acumulação de lavas e outros materiais eruptivos.
A composição da lava interfere na forma como é expelida, se for de forma
abrupta e explosiva, formam materiais piroclásticos. Quando um magma se prepara
para entrar em erupção, as rochas subjacentes não permitem que os materiais volá-
teis escapem, elevando a pressão até chegar num momento que ocorre uma explo-
são. Quanto maior a pressão acumulada, maior a explosão e os fragmentos piroclás-
ticos, que são classificados de acordo com seu tamanho. Os fragmentos menores,
com menos de 2 mm de diâmetro, são chamados de cinzas vulcânicas. E fragmentos
maiores são chamados de bombas vulcânicas. Os materiais menores e ainda quen-
tes se litificam-se e formam as rochas chamadas de tufos, e as rochas de sedimentos
maiores são chamadas brechas vulcânicas. Os fluxos piroclásticos são um tipo de
erupção muito explosiva e muitas vezes devastadora, ocorrem quando a cinza
quente e gases são ejetados como uma nuvem ardente que se projeta montanha
abaixo em alta velocidade.
A composição magmática varia de acordo com os elementos presentes, que
serão mais bem definidos na unidade 4, porém é possível adiantar que as lavas mais
ocorrentes são de caráter basáltico, ou seja, rico em ferro, magnésio e cálcio e com
29
baixa quantidade de sílica, logo são extremamente fluidas e podem escorrer rapida-
mente por grandes distancias, também são raramente explosivas. Geralmente é pro-
duzida em dorsais mesoceânicas e em pontos quentes do magma (hot spots).
Já as lavas de caráter andesítico, apresentam um nível intermediário de sílica,
e logo menor temperatura e fluidez. Geralmente são encontradas em cinturões de
montanhas, e também podem ocorrer a nível subterrâneo aquático, que geram
grandes explosões, pois produzem grande quantidade de vapor aquecido que en-
tram em contato com o duto vulcânico e são expelidos de forma abrupta.
As lavas de caráter riolítico, também são bastante observadas, com alto teor
de sílica, e por sua vez com menores temperaturas que as outras supracitadas, e con-
sequentemente mais viscosas e lentas. Por esta razão acumulam facilmente os gases
produzidos ao longo de grandes depósitos, gerando maiores explosões quando en-
tram em erupção. Os vulcões de composição riolítica são vulcões intensamente mo-
nitorados, é o caso do Yellow Stone nos Estados Unidos.
Os terremotos assim, como parte das atividades vulcânicas são resultados dos
movimentos das placas tectônicas. Quando as placas se movimentam, produzem
esforços para se ajustarem e a tensão liberada é sentida na crosta terrestre a quilô-
metros de distância, que chamamos de ondas sísmicas. Quanto maior a pressão exer-
cida pela placa para se ajustar, maior será o efeito do terremoto.
O local onde ocorre o abalo e gera o terremoto é chamado de epicentro, que
pode ocorrer em diferentes profundidades. Os sismógrafos são aparelhos que regis-
tram as ondas sísmicas, sendo uma ferramenta que serve para examinar locais ina-
cessíveis. Quando as ondas são captadas por esta ferramenta e entra em contato
com outras estações de medição é possível determinar o foco e a intensidade do
tremor. Para tanto, foram criadas algumas escalas que indicam a intensidade e ta-
manho dos terremotos, algumas são mais utilizadas e conhecidas, como a Escala de
Richter, criada em 1935 por Charles Richter, que determina o tamanho do terremoto.
Ele utilizou o logaritmo de maior amplitude de onda registrada pelo sismógrafo du-
rante um tremor e terra como sendo a medida do tamanho desse terremoto, defi-
nindo então uma escala de magnitude, que afere o total de energia liberada. Um
ponto na escala logarítmica significa 10 vezes mais amplitude no sismógrafo, assim
entre o ponto da escala 3 e 5 pode ter um aumento de 100 vezes na amplitude da
onda, e a cada 1 ponto na escala aproximadamente 3,2 de energia liberada, ou
seja, em uma escala 6 para 7 por exemplo, representa 30 vezes mais a quantidade
30
de energia liberada. Os terremotos mais intensos registrados ocorreram em escala 9.
Os terremotos que tem epicentro no mar geram ondas gigantescas, chama-
das de Tsunamis, que chegam a 700km/h e aturas de até 30m, quando se quebram
atingem extensas áreas litorâneas com alto poder destrutivo. Essas ondas também
podem ser efeito de erupções vulcânicas ou grandes deslizamentos de terres, mas
geralmente são resultados de movimentações das placas em assoalho oceânico.
31
32
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (CPRM/2006) O mecanismo que é geralmente apontado como causador da mo-
vimentação das Placas Tectônicas é:
a) a rotação da Terra.
b) vulcanismo.
c) compressão crustal generalizada.
d) expansão crustal generalizada.
e) correntes de convecção no Manto.
a) Convergentes e Discordantes.
b) Convergentes, divergentes e transformantes.
c) Divergentes e transformantes.
d) Convergentes e transformantes.
e) Transformantes e discordantes.
a) As placas continentais menos densas mergulham sob placas oceânicas mais densas.
b) As placas continentais mais densas mergulham sob placas oceânicas menos densas.
c) As placas oceânicas mais densas mergulham sob placas continentais menos densas
d) As placas oceânicas menos densas mergulham sob placas continentais mais densas
e) As placas oceânicas e continentais possuem densidade parecida e o movimento de
mergulho de uma sob a outra é aleatório.
33
4. Anomalias térmicas com superaquecimento do magma que ascende para a ca-
mada superior do manto até alcançar a litosfera são chamados de:
a) Canais mantélicos.
b) Hot spots.
c) Sills ou soleiras.
d) Diagênese.
e) material piroclástico.
6. (Enem 2012) De repente, sente-se uma vibração que aumenta rapidamente; lus-
tres balançam, objetos se movem sozinhos e somos invadidos pela estranha sen-
sação de medo do imprevisto. Segundos parecem horas, poucos minutos são
uma eternidade. Estamos sentindo os efeitos de um terremoto, um tipo de abalo
sísmico.
(ASSAD, L., 2010)
34
a) Alívio de tensão geológica.
b) Desgaste da erosão superficial.
c) Atuação do intemperismo químico.
d) Formação de aquíferos profundos.
e) Acúmulo de depósitos sedimentares.
a) Epirogênese.
b) Orogênese.
c) Diagênese.
d) Terremotos.
e) Piroclásticos.
8. A placa tectônica sob a qual o Brasil se encontra, na sua borda leste e na sua
borda oeste, configuram se predominantemente os respectivos limites de placas:
a) Divergente e divergente.
b) Divergente e convergente
c) Convergente e divergente
d) Convergente e convergente
e) Convergente e transformante.
35
MINERALOGIA UNIDADE
Fo
bém extraterrestres. A associação de minerais por diferentes processos é denomi-
nada rocha. Cada tipo de mineral constitui uma espécie, e sempre que sua forma-
ção se der em condições ideais a sua organização atômica se mostrará em uma
forma geométrica externa, tais como faces, arestas e vértices naturais, o que cha-
mamos de cristais.
nt
Atualmente existem cerca de 4714 espécies de minerais catalogadas pela In-
ternational Mineralogical Association. Destes, talvez 150 possam ser chamados "co-
muns“, outros 50 são "ocasionais," e os restantes são "raros" ou "extremamente raros“.
Os minerais mais abundantes na crosta terrestre são aqueles que pertencem ao
grupo dos chamados silicatos, formados pela combinação de oxigênio e silício com
e
cátions de outros elementos neutros.
Para entender a formação e a estrutura dos minerais, é preciso relembrar al-
guns conceitos chaves que estão atrelados ao conhecimento de processos químicos,
por tanto a seguir iremos mencionar algumas estruturas que direcionam os estudos
de mineralogia.
d
Os minerais são formados por átomos. O átomo é considerado a menor partí-
cula de um elemento que conserva suas características físicas e químicas, e que por
sua vez se combinam em reações químicas que variam de acordo com a estrutura
atômica dos elementos químicos e formam diferentes estruturas cristalinas.
Os átomos são formados por um núcleo, que carrega toda a massa do átomo,
e
composto por partículas de carga positiva +1 (prótons) e outras partículas neutras,
sem carga (nêutrons) e pelos elétrons, que formam uma nuvem eletrônica envolta
do núcleo, cada elétron possui carga elétrica -1. Os átomos de um elemento químico
podem apresentar diferentes números de nêutrons porem o número de prótons será
36
sempre o mesmo em relação ao número de elétrons, portanto um átomo é eletrica-
mente neutro. Por exemplo, os átomos do carbono apresentam seis prótons, e é cir-
cundado por seis elétrons.
A quantidade de prótons presentes no núcleo, dirá o seu número atômico, e a
soma das massas de dos prótons e nêutrons, dirá a sua massa atômica. Como o nú-
mero de prótons é sempre o mesmo, o número atômico será sempre o mesmo, porém
o número de nêutrons pode variar, logo a massa de um mesmo elemento químico
também pode variar, formando diferentes tipos de átomos, que são chamados de
isótopos. Por exemplo, o carbono tem seis prótons, e pode ter 6, 7 ou 8 nêutrons, logo
sua massa irá variar em 12,13 ou 14 respectivamente. A massa atômica do carbono
na tabela periódica é 12,011, é próxima a 12 porque o carbono 12 é mais comum na
Terra, visto que é favorecido pelo processo de fotossíntese.
Os minerais são compostos químicos, originado de interações entre dois ou
mais elementos químicos, pela transferência ou compartilhamento de elétrons (rea-
ção química). Quando o átomo perde ou ganha elétrons através das reações quími-
cas ele é chamado de íon. Se ele for carregado positivamente é chamado de cátion,
e se for carregado negativamente é chamado de ânion. E os átomos que não rea-
gem, combinam-se quimicamente por compartilhamento de elétrons, é o caso de
alguns elementos mais abundantes na Terra, como o carbono e o silício.
Os compostos químicos formados são mantidos pela força da atração de pró-
tons e elétrons, que chamamos de ligações químicas, que por sua vez podem ser
fracas ou fortes. As ligações iônicas se formam pela atração elétrica entre íons de
cargas opostas, a força da reação diminui a medido em que a distância entre os íons
aumenta e é mais forte se a carga destes forem maiores. Aproximadamente 90% de
todos os minerais são compostos essencialmente iônicos. Já as ligações covalentes
são ligações onde os elétrons são compartilhados, sem haver perda ou ganho. E são
em geral mais fortes que as ligações iônicas, é caso das ligações de carbono que
formam o diamante.
Os minerais se formam a partir do crescimento de um sólido gasoso ou líquido,
cujos átomos constituintes agrupam-se em diferentes arranjos e composições quími-
cas, processo conhecido como cristalização. A origem dos minerais está relacionada
às condições de componentes químicos e físicos (temperaturas e pressão) no seu
ambiente de formação.
37
Os minerais se desenvolvem em diferentes formas geométricas que estão rela-
cionadas à sua composição química e seu sistema cristalino. O seu desenvolvimento
dependerá das condições físicas em que está submetido. Os principais sistemas cris-
talinos são:
Cúbicos (Isométricos) – Formado por três eixos de mesmo comprimento com
ângulos retos (90°) entre eles. Exemplos: pirita, halita, galena, entre outros;
Tetragonal – Formado por dois eixos de mesmo comprimento e um desigual,
formando um ângulo entre os três de 90°. Exemplos: Zircônio, rutílio, cassiterita, entre
outros;
Hexagonal – Formado por três eixos de 120° arranjados em um plano e um
quarto eixo, formando 90° com aqueles. Exemplos: quartzo, berílio, calcita, turmalina,
entre outros.
Silicatos
Os silicatos são o maior e mais importante grupo de minerais formadores de
rocha. Quimicamente são compostos por tetraedros de Sílica e Oxigênio, uma estru-
tura em pirâmides com quatro faces. Como a carga do íon silicato é negativa, geral-
mente se ligam a cátions, como sódio, potássio, cálcio, magnésio, e ferro, para formar
elementos neutros. Os silicatos são divididos em isolados, quando ligados somente a
cátions, como o caso do mineral Olivina, que formam rochas com essa estrutura. E
silicatos com arranjos, que se liga com outros tetraedros de sílica, formando cadeias
simples, cadeias duplas, estruturas em folhas, estruturas tridimensionais.
Carbonatos
Os minerais do grupo dos Carbonatos possuem o íon carbonato ligado a me-
tais e semimetais, outros grupos aniônicos, ânions complementares e H2O. Cerca de
210 minerais constituem este grupo, que podem ser classificados em subdivisões de
acordo com os elementos que se ligam. O mineral mais comum deste grupo é a cal-
cita (CaCO3).
38
Óxidos
Os minerais do grupo dos óxidos são minerais cujo o Oxigênio é ligado a áto-
mos ou cátions de outros elementos metálicos, como Ferro, alumínio, cobre, entre
outros do grupo. É formado por cerca de 354 minerais, que podem ser agrupados em
relação à suas ligações com outros elementos. É um grupo de importância econô-
mica, pois possui minérios da maioria dos metais, tais como titânio.
Alguns minerais mais comuns deste grupo são Anatásio, Crisoberilo, Tapiolita,
entre outros.
Sulfetos
Grupo composto de um átomo de enxofre que recebeu dois elétrons, cha-
mado de íon de Sulfeto, que é ligado a cátions metálicos. A maioria dos sulfetos pa-
recem metais, e quase todos são opacos. O sulfeto mais comum é a pirita, também
chamada de “ouro de tolo”, devido à sua aparência metálica amarelada.
Sulfatos
Grupo composto por um tetraedro, um átomo central de enxofre circundado
por quatro íons de oxigênio. Um mineral conhecido deste grupo é a gipsita, compo-
nente primário do gesso. A Gipsita é um sulfato de cálcio, formado a partir de ele-
mentos que evaporam da água do mar.
39
fratura, brilho, cor ou traço, gravidade específica e densidade e hábito cristalino, des-
critos a seguir.
Dureza
É a resistência que a superfície de um mineral tem ao ser riscado. O mineralo-
gista australiano Friedrich Mohs criou uma escala de dureza que varia de 1 a 10 ba-
seado na facilidade com que um mineral consegue riscar o outro. Para aferir a du-
reza de um mineral em campo podem ser utilizados objetos comuns, como por exem-
plo, uma lamina de aço, se esta riscar um mineral ele provavelmente apresenta du-
reza maior que 5, se for riscado com a unha, a dureza é baixa, até 2, alguns exemplos
na tabela 2. A dureza de um material depende da força de fatores como:
Ligações químicas – Quanto maior a força das ligações químicas, maior a du-
reza
Estrutura cristalina – Varia entre o grupo dos silicatos entre 5 e 7, porém em
estruturas folheadas, como o talco (dureza 1), são relativamente moles, variando de
1 a 3 na escala de Mohs. Quando as estruturas químicas dos minerais são parecidas,
o que aumenta a força das ligações químicas e influenciam a dureza são fatores
como:
Tamanho- Quanto menor o tamanho dos átomos ou íons, menor a distância
entre eles, mais forte a ligação. Importante fator para o grupo de sulfetos de metais
e óxidos metálicos, como cobre, prata, ouro, que apresentam dureza de baixa, pois
os cátions metálicos são grandes e refletem na força das ligações químicas.
Carga – Quanto maior a carga de íons, maior a atração entre os mesmos, logo,
a ligação química será mais forte;
Confinamento de átomos e íons - Quanto maior o confinamento dos átomos e
íons, mais próximos eles ficam, logo mais forte a ligação química.
40
Figura 15: Minerais e número de dureza na Escala Mohls com alguns objetos utilizados na
identificação
Clivagem
É a tendência de constituintes das rochas se romperem e produzirem superfí-
cies planas, lisas definidas e paralelas entre si e a planos reticulares. A clivagem pode
ser qualificada pelo padrão de clivagem, ou seja, o número de planos e os padrões
que os minerais produzem em uma determinada rocha. Ou pela a qualidade da cli-
vagem pode ser descrita como perfeita, regular ou imperfeita e é definida de acordo
com a força das ligações químicas. Fortes ligações produzem clivagens imperfeitas,
como o caso do quartzo, da granada e outros minerais formados por redes tridimen-
sionais de tetraedros e silicatos formados por tetraedros isolados. Já as ligações fracas
produzem clivagem perfeita, os minerais são facilmente quebrados ao longo de seus
planos de clivagem, produzindo superfícies lisas, como o caso da muscovita, e outros
silicatos de cadeias simples (piroxênio) e duplas (anfibólios). Entre esses dois grupos
estão os minerais que apresentam ligações não tão fortes e produz uma clivagem
regular, é o caso do berilo, um silicato com estrutura em anéis.
Fratura
É tendência do mineral se romper ao longo de superfícies irregulares, ou de
não clivagem, estando relacionadas com o modo como as forças de ligação distri-
buem-se em direções transversais aos planos cristalinos, a quebra das ligações resulta
em fraturas irregulares de diferentes tipos, sendo a mais comum à fratura conchoidal,
41
que formam curvas semelhantes à forma de concha, acontecem em minerais como
o quartzo. As fraturas também podem se apresentar nas formas fibrosa ou estilha-
çada, serrilhada, desigual, rugosa ou lisa.
Brilho
É a proporção de luz refletida pela superfície de um mineral, é controlado pe-
los tipos de átomos presentes e suas ligações. Os minerais que refletem mais de 75%
da luz incidente exibem brilho metálico, é o caso da maioria dos minerais opacos
(minerais que absorvem completamente a luz). Em outros casos podem ser definidos
de como vítreo, resinoso, graxo, nacarado, sedoso ou adamantino, fazendo alusão
ao tipo de material que refletem a luz de forma parecida.
Traço
É a cor do pó do mineral quando riscado em uma superfície mais dura. Pode
ser identificada quando se esfrega o mineral sobre um fragmento de porcelana ou
outro de cor branca de alta resistência, caso o mineral seja mais de dureza superior
à da porcelana a cor exibida será da porcelana e não do mineral, logo o pó do
mineral é obtido através do processo de moagem. O traço é útil na identificação de
minerais opacos e ferrosos que geralmente apresentam traços coloridos, diferente de
muitos minerais translúcidos ou transparentes que exibem traço branco.
Habito cristalino
É a forma externa dos cristais sejam individuais ou agregados, geralmente re-
lacionados a formas geométricas. E pode ser melhor observado quando os cristais
crescem em condições geológicas ideais. Alguns termos que definem o hábito cris-
talino de minerais são aciculares, capilar, laminado, cúbico, tabular, colunar, prismá-
tico, micáceo, granular entre outros.
Densidade relativa
A densidade refere-se a um número que indica à relação do peso do mineral
e o de um volume igual de água a 4°C. É necessária uma balança especial para
aferir este valor. A maioria dos minerais que formam as rochas apresenta um valor
entre 2,5 a 3,3 g/cm³, sendo alguns como o bário e o chumbo, superiores a 4,0g/cm³.
Existem diferentes manuais para identificação de minerais, desde métodos
mais simples até métodos mais complexos feitos com uma análise mais profunda. A
maior parte dos livros citados nesta unidade possuem tabelas indicativas para identi-
ficação dos minerais.
42
A mineralogia é objeto de grande importância às atividades humanas, é atra-
vés dela que entendemos as características físicas e químicas dos minerais, os locais
de ocorrência, e como estes podem nos beneficiar de alguma forma, seja para cons-
trução civil, gerar energia, ou criar novas tecnologias e etc.
43
44
FIXANDO O CONTEÚDO
45
5. (SAD/MT 2009) Dentre os minerais formadores de rocha, é correto afirmar.
a) Os minerais essenciais incluem normalmente ouro, prata e diamante.
b) Os minerais acessórios são responsáveis pela classificação das rochas
c) Os minerais acessórios compreendem mais de 50% da composição modal.
d) Os principais minerais essenciais das rochas magmáticas são carbonatos, fosfatos
e micas.
e) Os principais minerais formadores de rochas magmáticas são feldspatos, piroxê-
nios e micas.
46
PRINCIPAIS TIPOS DE ROCHAS E UNIDADE
SEU CICLO
INTRODUÇÃO
nt
A Petrologia (do grego, petra, rocha ou rochedo mais sufixo: logia, estudo de)
é a ciência dedicada ao estudo das rochas que busca analisar, em diferentes esca-
las, a textura, estrutura e composição mineralógica das rochas. As principais evidên-
cias dos tipos de rocha e seu processo geológico relacionado, podem ser observadas
e
nas estruturas e na textura do material presente na rocha. Mais à frente, veremos que
em uma rocha ígnea intrusiva, por exemplo, é possível observar a diferença entre os
minerais presentes a olho nu, já em uma rocha ígnea extrusiva de mesma composi-
ção mineralógica, não é visível a diferença entre os minerais presentes a olho nu,
apenas em uma observação mais detalhada feita em microscópio no laboratório,
foi submetida.
de
no entanto essa evidencia irá conduzir ao tipo de processo geológico que a rocha
ref
por um distúrbio e alteram seu caráter, e rochas sedimentares, formadas a partir da
consolidação de sedimentos de rochas metamórficas ou ígneas. O esquema da fi-
gura a seguir, mostra a relação dos processos geológicos com os diferentes tipos de
rochas formados.
er 47
As rochas sedimentares constituem apenas 5% da crosta terrestre, sendo os
outros 95% constituída de rochas ígneas e metamórficas.
Figura 16: Diferentes processos geológicos que dão origem aos diferentes tipos de rochas.
ROCHAS ÍGNEAS.
O Nome Ígnea vem do latim ignis, que significa fogo, e remete ao tipo de for-
mação dessa rocha que se forma a partir da cristalização do magma. As rochas íg-
neas podem ser diferenciadas em dois tipos: intrusivas, que se formam no interior da
crosta terrestre e também conhecida como plutônicas, e extrusivas, quando é crista-
lizada fora da crosta quando a lava é expelida, ou também conhecida como rochas
vulcânicas.
Quando a rocha é derivada do resfriamento lento do magma, os cristais co-
meçam a crescer e se solidificar, quanto maior o tempo de resfriamento, maior o
tamanho e desenvolvimento do cristal. Quando o resfriamento do magma ocorre
rapidamente os minerais não conseguem se cristalizar resultando em uma rocha
composta de vidro. De acordo com o grau de cristalização (proporção cristal e vidro)
as rochas podem ser classificadas em: Holocristalinas, completamente cristalizadas;
Hipocristalina, composta por uma mistura de cristais e vidros; e Vítrea ou Hilohialina,
quando a rocha é composta quase inteiramente de vidro, ou seja, o resfriamento é
extremamente rápido.
48
As rochas ígneas intrusivas se formam a partir do magma que se resfria lenta-
mente, no interior na crosta terrestre, e por isso os cristais que se formam tem tempo
para crescerem milímetros e até centímetros antes que toda massa seja cristalizada.
Um exemplo muito conhecido de rocha ígnea intrusiva é o granito, formado pelos
minerais de quartzo, feldspato e micas (biotita e/ou muscovita).
As rochas ígneas extrusivas se formam a partir do magma expelido para su-
perfície terrestre e logo é rapidamente resfriado, não dando tempo para que os grãos
de minerais cresçam em nível de conseguirmos identificá-los a olho nu. Elas podem
pertencer a categoria rochas de lavas vulcânicas, tem aparecia variada e vai de-
pender das condições que se formaram ou da categoria de rochas piroclásticas, for-
madas por erupções vulcânicas explosivas, são fragmentos de lava lançados ao ar.
Um exemplo dessa rocha é a pedra-pome, que consiste em uma massa porosa de
vidro vulcânico.
Quando o material cristalino é identificado a olho nu, dizemos que esta rocha
é fanerítica, e quando não conseguimos identificar o material cristalino a olho nu,
essa rocha é conceituada como afanítica. Geralmente ocorre que as rochas ígneas
intrusivas são faneríticas e as rochas ígneas extrusivas são afaníticas. Alguns exemplos
na figura a seguir.
49
Figura 17: Exemplos de rochas ígneas intrusivas e extrusivas
50
basalto) e ultrabásicas (menos de 45% de sílica, exemplo: peridotito). As rochas áci-
das e intermediárias que apresentam maiores quantidade de sílica resultam na cris-
talização do quartzo, e tendem a ser mais claras, enquanto as básicas e ultrabásicas,
o baixo teor de sílica implica em um aumento no teor dos demais componentes como
Magnésio, Ferro e Cálcio, logo essas rochas tendem a ser mais escuras. Os minerais
de coloração mais claros são chamados de félsicos e os de minerais de coloração
mais escura, chamados de máficos.
Um parâmetro muito utilizado para caracterização composicional de rochas
ígneas é o índice de cor (M), como esquematiza a figura a seguir.
51
Lacólitos - São formados quando o magma invade camadas de rocha sedi-
mentar em níveis rasos da crosta, e se diferencia do sill devido ao arqueamento
das camadas de rocha suprajacentes para obter espaço para se alojar. Ge-
ralmente são formados por magmas mais viscosos, como os graníticos.
Necks vulcânicos - São formados pela consolidação do magma nos dutos vul-
cânicos. As rochas de material piroclásticos que formam os cones vulcânicos
são mais facilmente erodidas, e com a ação do tempo deixa exposto o neck
vulcânico no relevo.
Batólitos e stocks – São corpos ígneos intrusivos que ser formaram em profundi-
dade, de maneira discordante, cortando as rochas encaixantes, de composi-
ção granítica se diferem apenas pelo tamanho. Os batólitos têm extensão
superior a 100km² enquanto os stocks apresentam áreas inferiores a 100km².
Ambos podem vir acompanhados de xenólitos, que são fragmentos das ro-
chas encaixantes englobados pelo magma durante sua consolidação e resis-
tiram ao processo.
ROCHAS METAMÓRFICAS.
52
de todos os tipos ao mesmo tempo. Os principais agentes que atuam na metamorfi-
zação das rochas são citados a seguir:
Temperatura – O aumento da temperatura cria condições para que a
rocha sob stress se ajuste as novas condições, onde seus átomos e íons recris-
talizam-se, ligando-se a novos arranjos e criando novas assembleias minerais.
O aumento da temperatura em conjunto com o aumento da profundidade é
chamado de gradiente geotérmico (a cada 33m acrescido 1°C), esta medida
pode indicar a temperatura na qual determinada rocha se formou. O calor
também pode ser proveniente de intrusões ígneas próximas, desintegração
de substâncias radioativas, atritos de movimentos tectônicos e impactos de
corpos celestes.
Pressão – O aumento da pressão pode causar uma mudança na textura
e também na mineralogia da rocha sob stress. A pressão confinante ou litos-
táltica, é uma força que atua igualmente em todas as direções, como o pro-
cesso de soterramento de camadas de sedimentos, na medida em que as
rochas afundam são submetidas a uma pressão confinante progressivamente
maior. Já a pressão dirigida, é a força que atua em uma direção particular,
como ocorre, por exemplo, em zonas de placas convergentes. A pressão, as-
sim como a temperatura, aumenta conforme a profundidade Terrestre, e
pode ser medida em Kilobars (kbar) ou bars (1000 kbar) e registra 0,3 a 0,4 kbar
por km de profundidade. A partir de uma assembleia mineralógica especifica
é possível delimitar as variações de pressões e a qual profundidade a rocha
sob stress foi formada.
Fluidos - A partir de componentes químicos que se dissolvem em águas
termais e entram em contato com rochas nas partes rasas da crosta criam
uma reação em que alteram a composição química e mineralógica, sem mu-
dar a textura da rocha. Componentes tais como água, gás carbônico, oxigê-
nio, flúor, etc. desempenham a função de facilitar as reações e transforma-
ções mineralógicas.
As rochas das quais as rochas metamórficas se originaram, são chamadas de
protólitos, e sob o que é preservado depois do processo de transformação, é possível
fazer uma investigação para saber a trajetória de evolução de dessa rocha, por quais
53
mecanismos geológicos ela passou. O processo de metamorfismo pode ocorrer de
diferentes formas, classificados como metamorfismo regional, de contato, dinâmico,
cataclástico, de soterramento, hidrotermal, de fundo oceânico ou de impacto (des-
critos a seguir). Os mesmos são classificados a partir de parâmetros físicos, mecanismo
responsável pela transformação, localização e extensão na crosta terrestre e tam-
bém por tipos de rochas que se formaram.
Metamorfismo de regional ou dinamotermal – Ocorre em grandes extensões, e
atinge níveis profundos da crosta. Está relacionado a mecanismos de placas conver-
gentes, e devido a ação da temperatura e pressão (litostática e dirigida) durantes
milhões de anos formam estruturas como dobras e falhas. Resultam em rochas que
apresentam estrutura foliada, sendo o tipo de metamorfismo que forma a grande
maioria das rochas metamórficas.
Metamorfismo de contato ou termal – Ocorre ao redor de intrusões magmáti-
cas em rochas encaixantes e sua extensão varia de acordo com o volume e natureza
do magma invasor. A ação da temperatura emanada pelo magma intruso é o prin-
cipal agente do metamorfismo.
Metamorfismo dinâmico ou cataclástico – Ocorre em longas e estreitas faixas
próximas a zonas de cisalhamento, sendo a pressão o principal agente do metamor-
fismo. Provocando alterações na estrutura e na textura da rocha.
Metamorfismo de soterramento ou baixo grau– Ocorre em bacias sedimenta-
res, que são gradualmente soterradas. Nesse caso o aumento da pressão litostáltica
e consecutivo aumento da temperatura são os principais agentes do metamorfismo,
que causam a cristalização de novos minerais decorrente de fluidos dos sedimentos,
enquanto a textura e estrutura são preservadas.
Metamorfismo hidrotermal – Ocorre frequentemente em bordas de intrusões
graníticas de vulcanismo basáltico submarino e em campos geotermais. O aumento
da temperatura da água, fazem os minerais se recristalizarem em um novo sem-
blante.
Metamorfismo de fundo oceânico – Ocorre frequentemente em dorsais meso-
ceânicas, quando o aumento da temperatura na água causa a alteração química
das rochas basálticas. Esse tipo de metamorfismo resultante da percolação de fluidos
de alta temperatura, também pode ocorrer em continentes, quando os fluidos que
circulam próximos as intrusões ígneas transformam as rochas encaixantes.
54
Metamorfismo de impacto – Ocorre quando um meteorito (fragmentos de co-
metas e asteroides) atinge a Terra. No momento do impacto a energia é transfor-
mada em calor e ondas de choque que fraturam e deslocam as rochas, formando
crateras de calor que vaporizam o meteorito e fundem as rochas em poucos segun-
dos, elevando a pressão e causando a reequilíbrio dos minerais quase que instanta-
neamente. No entanto esse tipo de metamorfismo é raro na Terra, sua camada at-
mosférica densa destrói a maioria dos meteoritos antes da colisão. É um processo que
parece ocorrer com maior frequência em outros corpos planetários como na Lua,
que é marcado por crateras. Aqui na Terra alguns exemplos são o Meteoro Crater,
no Arizona (EUA), que criou uma cratera com cerca de 1,2km de extensão e 200m
de profundidade. No Brasil podemos encontrar essas crateras no estado de Goiás,
conhecida como o Domo do Araguainha, e também no município de São Paulo,
conhecida como Colônia.
As rochas metamórficas guardam a história de seus protólitos e de seu passado
mais recente. Por exemplo, o quartizito, é um antigo arenito que sofreu metamorfismo,
e o arenito por sua vez, é rocha sedimentar que foi compactada e transformada em
rocha a partir de sedimentos. Ou seja, era sedimento, que se compactou e se trans-
formou em rocha sedimentar (Arenito), que sofreu metamorfização e virou quartizito.
Nesse caso, quando o protólito é uma rocha sedimentar é de costume usar o termo
metassedimentar (rocha metamorfizada de origem sedimentar). Por tanto quando
identificarmos um quartzito sabemos que aquele ambiente no seu passado já foi um
ambiente de deposição, que o tempo transformou seu sedimento em rocha e um
outro grande evento geológico alterou sua textura e transformou em rocha sedimen-
tar.
Alguns exemplos de rochas metamórficas e seus protólitos são explicitadas na
figura a seguir.
55
Figura 20: Exemplos de rochas Metamórficas e seus protólitos.
ROCHAS SEDIMENTARES.
56
rifts, cadeias de montanhas entre outros. Também contam hipóteses sobre o clima e
o regime de intemperismo que foram submetidos. As rochas sedimentares também
são fontes de importantes recursos econômicos, são nelas que encontramos o petró-
leo e o gás, importantes fontes de energia, além disso, outros minérios como urânio,
usados para gerar energia nuclear, o carvão, uma rocha particular que é formada a
partir do soterramento vegetal, e também rochas fosfáticas, utilizadas na produção
de fertilizantes, e muitas fontes de minério de ferro mundial.
O processo que levam os sedimentos a se transformarem em rocha se chama
Diagênese, onde ocorre na sua etapa final a litificação, que solidifica o sedimento e
o transforma em rocha. Esse processo pode ocorrer de diferentes maneiras, as princi-
pais são descritas a seguir:
• Compactação – É um processo físico que ocorre a partir da compressão exer-
cida pelo peso das camadas de sedimentos sobrepostas, que vai gradual-
mente reduzindo a porosidade (espaços vazios entre grãos);
• Cimentação – É um processo químico que ocorre a partir da precipitação de
minerais nos poros dos sedimentos atuando como um cimento, que transforma
o sedimento em rocha;
• Recristalização Diagenética – É um processo físico e químico que ocorre em
condições de soterramento dos sedimentos, quando componentes existentes
nos espaços entre grãos de sedimentos, modificam a mineralogia e textura
cristalina da rocha a ser formada, como por exemplo, a transformação do mi-
neral aragonita no mineral calcita, fenômeno conhecido como neomorfismo,
fazendo alusão a nova forma. Essa transformação também pode ocorrer no
carbonato (aragonita e/ou calcita) transformado em sílica, fenômeno conhe-
cido como substituição;
As rochas sedimentares podem ser classificadas em pelo menos dois grandes
grupos. As rochas derivadas de processos mecânicos a partir da litificação de
grãos de sedimentos rochosos, chamado de sedimentos clásticos, em algu-
mas bibliografias também conhecido como dentríticos ou terrígenos e são di-
vidas de acordo com a textura, ou tamanho da partícula do sedimento (Figura
21).
57
Figura 21: Principais classes de rochas sedimentares a partir de sedimentos clásticos
58
A imagem a seguir mostra a relação da origem dos sedimentos biológi-
cos e químicos e as principais rochas associadas.
59
tão continuamente sob a ação de um ou mais agentes que provocam as transfor-
mações, que por sua vez, tem o Sol como a fonte primária de energia dos processos
intempéricos e erosivos.
A figura a seguir representa um esquema de como funciona o ciclo das rochas.
Começando o ciclo com pelas rochas ígneas, que formam os relevos que por sua
vez sofrem com a ação do intemperismo e da erosão, dando origem a sedimentos
que se depositam e ao longo do tempo passam pela diagênese e geram rochas
sedimentares. Estas, que devido ao aumento da temperatura e/ou pressão também
geram rochas metamórficas. As metamórficas, por sua vez, podem sofrer fusão, for-
mando magma que logo vai originar nova rocha ígnea, fechando o ciclo.
As rochas metamórficas derivadas de ígneas também sofrem com ação do
intemperismo e da erosão e, portanto, também originam sedimentos, caindo na
etapa do ciclo em que um sedimento passa pela diagênese e se transforma em ro-
cha sedimentar. E as rochas ígneas, também podem sofrer metamorfismo, dando ori-
gem a uma rocha metamórfica. Portanto, qualquer um dos três tipos de rocha pode
originar qualquer um dos outros dois, todas passando pela etapa da fusão do
magma, que dará início novamente o ciclo das rochas.
60
61
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Assinale a opção que a rocha corresponde corretamente a sua classificação.
2. O Gabro é uma rocha com textura fanerítica. Este fato ocorre devido:
62
4. (UFRJ/2008) São formas de corpos intrusivos concordantes:
a) Sill e dique;
b) Lopólito e lacólito;
c) Neck e sill;
d) Batólito e neck;
e) Sill e batólito.
6. O arenito é uma rocha sedimentar que quando sofre metamorfismo, se transforma em:
a) Granito
b) Basalto
c) Calcita
d) Gnaisse
e) Quartzito
a) Intemperismo
b) Lixiviação
c) Deposição
d) Diagênese
e) Isostasia
63
8. Sobre o ciclo das rochas é correto afirmar que:
a) O ciclo das rochas se encerra quando uma rocha ígnea vira sedimento e é soterrado.
b) O ciclo das rochas se inicia sempre com a formação de uma rocha magmática ex-
trusiva.
c) O ciclo das rochas é uma sequência de fenômenos que se repetem ou se renovam,
sendo um processo contínuo de transformações, onde todos os tipos de rocha po-
dem fazer parte do processo.
d) Apenas as rochas ígneas e sedimentares fazem parte do ciclo das rochas.
e) O ciclo das rochas é um fenômeno que mostra a formação da rocha, sua evolução
até a sua etapa final, que é a deposição.
64
PROCESSOS E ESTRUTURAS UNIDADE
GEOLÓGICAS
FALHAS E DOBRAS
Fo
rentes escalas, busca entender o comportamento de materiais rochosos e como seus
mecanismos de deformação respondem aos eventos geológicos que são submeti-
dos.
As diferentes forças que atuam na deformação das rochas podem ocorrer si-
multaneamente no mesmo sistema direcional de placas tectônicas (limites), sendo
nt
que as forças compressivas atuam predominante em limites convergentes, as forças
extensivas atuam predominantemente em limites divergentes e as forças de cisalha-
mento atuam predominantemente em limites transcorrentes.
Existem dois tipos de fraturas, as juntas que são fissuras ao longo das quais não
houve um movimento considerável, e as falhas, que são fraturas com movimento re-
e
lativo das rochas em ambos os lados paralelos à fratura. As falhas são registros expres-
sivos em todos os ambientes de limites de placas tectônicas.
A superfície ao longo da qual a formação rochosa se fratura chama-se plano
de falha. Quando a força de extensão que orienta o movimento faz com que o plano
se deslize para cima, causando uma extensão do mesmo, ocorre a chamada falha
d
normal (Figura 25 A). Quando a força é inversa, ou seja, de compressão, e o plano
desliza-se para baixo, causando um encurtamento do mesmo, ocorre à chamada
falha inversa (Figura 25 B). Já a falha direcional ocorre quando o movimento é hori-
zontal e paralelo a direção do plano, nesse caso é a força de cisalhamento que atua
e
(Figura 25 C). E uma falha oblíqua é resultado do movimento ao longo da direção e
simultaneamente para cima ou para baixo ao longo do mergulho, nesse caso resul-
tado da soma da força de cisalhamento com a força de compressão ou estiramento
(Figura 25 D).
65
Figura 25: Tipos de falhas e forças associadas
66
dobra. Uma dobra horizontal simétrica tem um eixo horizontal e um plano axial verti-
cal com os flancos mergulhando simetricamente para longe do eixo. A figura a seguir
sintetiza os tipos dobras e mecanismos associados.
INTEMPERISMO E EROSÃO
67
Topografia – Além de ser um fator que influencia no clima, a topografia ajuda
a regular a velocidade do fluxo da água das chuvas (sendo a vegetação outro re-
gulador importante). Em declividades mais suaves onde a agua consegue ter uma
boa infiltração, e ficam em contato por mais tempo com as rochas, as reações quí-
micas são mais intensas, e logo também será a ação do intemperismo, e o contrário
ocorre com declividade mais elevadas, onde a ação da gravidade faz com que a
velocidade das aguas seja maior, ficando menos tempo em contato com as rochas.
Nas regiões de baixada a água fica por muito tempo em contato com as rochas,
porém não se renovam facilmente, de modo a saturar os componentes solúveis, per-
dendo a capacidade de reação dos minerais. Portanto podemos dizer que nas en-
costas mais suaves é que o intemperismo age de forma mais intensa.
Material parental – Os minerais constituintes das rochas irão responder de
forma diferente a ação do intemperismo, dependendo da sua composição, textura
e estrutura irão apresentar maior ou menor resistência. Os primeiros materiais que se
cristalizam com o resfriamento do magma também são os materiais que apresentam
menor resistência a intempere, por esta razão o quartzo é o último mineral a se de-
compor em uma rocha granítica por exemplo. Já os mármores que são formados por
carbonato de cálcio, mineral altamente solúvel em água, são mais frágeis e menos
resistentes, por isso o granito é muito mais indicado para tampos de pia do que o
mármore.
A figura a seguir mostra a taxa de alteração relativa dos minerais mais comuns
sob a ação do intemperismo.
68
Figura 27: Estabilidade relativa dos minerais mais comuns sob o intemperismo
Tempo – Quanto mais longo o tempo em que uma rocha está exposta, maior
o tempo em que ela está sofrendo com a ação do intemperismo. Por exemplo, os
sedimentos derivados de rochas, como os cascalhos, vão ficando cada vez mais
“polidos” e arredondados conforme a ação do intemperismo ao longo do tempo. O
clima é um fator muito aliado ao tempo, visto que em lugares mais úmidos, a ação
do intemperismo é mais intensa em relação à mesma duração de tempo em lugares
mais secos.
Fauna e Flora – Fornecem matéria orgânica para reações químicas e remobi-
lizam materiais. A concentração de CO2 no solo, proveniente da decomposição da
matéria orgânica morta, favorece a acidificação da água, que favorece a dissolu-
ção mais rápida de alguns minerais. As raízes de árvores criam frestas para a pene-
tração de água aumentando a atuação do intemperismo.
O intemperismo pode acontecer de três formas descritas a seguir:
O intemperismo físico causa o processo de desagregação das rochas, sepa-
rando os grãos minerais que as compõe e fragmentando a massa rochosa original.
Isso ocorre, por exemplo, quando a variação térmica dilata e contrai o maciço ro-
choso, ocasionando fissuras que com o tempo vão se alargando. Os minerais, por sua
69
vez, possuem diferentes coeficientes de dilatação e respondem de maneira diferente
a essas variações térmicas. Em ambientes com alta amplitude térmica essas mudan-
ças são mais notáveis. Também podem ocorrer com a variação de umidade,
quando a agua se infiltra em pequenas fraturas, ou nas porosidades da rocha e sofre
um resfriamento, se a agua congelar pode aumentar em 9% o seu volume, exer-
cendo uma grande pressão sobre a rocha, e quando partes mais profundas dos cor-
pos rochosos soerguem e com o alivio da pressão se expandem e causam fraturas
ao longo do trecho da qual a pressão foi aliviada, este processo especifico e conhe-
cido como justas de alivio.
O intemperismo químico ocorre quando minerais que formam a crosta terres-
tre, interagem com novos elementos em novas condições. Como sabemos, grande
parte das rochas que hoje afloram na crosta terrestre, se formaram em condições
muito diferentes das atuais, em decorrência disso ao entrarem em contato com a
superfície seus minerais buscam se equilibrar as novas condições e se tornarem mais
estáveis. Alguns minerais quando reagem com a água e o ar, podem se dissolver e
outros podem se combinar com demais elementos terrestres.
O principal agente do intemperismo químico é a agua, e de acordo com o
tipo de mineral e seus componentes presentes irão desencadear diferentes tipos de
reações químicas, sendo mais comuns as reações de hidratação, dissolução, hidro-
lise, acdólise e oxidação.
O Intemperismo biológico ocorre através da ação de organismos e bactérias
que ajudam na decomposição de outras matérias, e desencadeiam o desgaste dos
materiais terrestres. Também pode ser dito como biofísico ou bioquímico.
Atualmente, com a discussão de uma nova era geológica, chamada de An-
tropoceno ou Tecnogeno, que coloca o ser humano como parte integrante da na-
tureza, sendo um agente geológico, é possível discutir que determinadas ações hu-
manas são também parte de um processo de intemperismo de forma direta ou indi-
reta. Por exemplo, a intensificação de chuvas ácidas e por consequência do intem-
perismo, causadas pelo incremento de substancias químicas na atmosfera, intensifi-
cadas pelo processo de industrialização.
A erosão por sua vez, é o transporte do material fragmentado. Podendo ser de
grande, média ou alta magnitude, sendo sua maior aliada, a força da gravidade.
Grandes movimentos de massa (deslizamentos de materiais do solo) são mar-
cas erosivas na paisagem, que quando acontecem em áreas ocupadas causam
70
grandes transtornos para a população.
A ação do intemperismo e da erosão ao longo do tempo é o processo forma-
dor do solo.
71
As plataformas ou Crátons (1) são representadas por relevos muito antigos, que
foram rebaixados ao longo do tempo pela ação de forças exógenas. Apresentam se
como baixos planaltos ou como depressões posicionadas as margens de bacias se-
dimentares dos cinturões de cadeias orogênicas muito antigas.
As bacias sedimentares (2) são estruturas formadas por grandes pacotes de
rochas sedimentares ao longo do continente. Ocupam grande parte da superfície
emersa da Terra, embora em volume as rochas sedimentares sejam pouco represen-
tativas. As bacias sedimentares podem ser mencionadas com referência a sua idade.
Por exemplo, são chamadas de bacias Fanerozóicas, as bacias sedimentares que se
formaram ao longo do Éon Fanerozóico.
Cadeias orogênicas e cinturões orogênicos (3) são estruturas representadas
pelos terrenos mais elevados na superfície terrestre, associados aos limites de placas
tectônicas (atuais e antigos) que geram intensos falhamentos, dobramentos, ativida-
des vulcânicas, terremotos e etc.
A figura a seguir, mostra as grandes macroestruturas associadas ao continente
Sul-americano.
Figura 28: Mapa de estruturas da América do Sul
72
No território brasileiro as três macroestruturas marcam o embasamento geoló-
gico e dentro de cada uma podem ser dividas de acordo com a idade em que se
formaram, conforme o mapa da figura 29.
Os Crátons são estruturas muito antigas, com prevalecentes rochas metamór-
ficas do pré-cambriano, podem ser vistos principalmente na região Amazônica,
sendo a porção ao Norte, próximo a fronteira da Venezuela e Guianas, planaltos mais
elevados e perdem altimetria ao Sul. Algumas regiões das áreas cratônicas, foram
encobertas por sedimentos desde o início do Fanerozóico.
As áreas de cinturões orogênicos podem ser associadas até três diferentes fa-
ses de dobramentos, falhamentos, metamorfização, que remetem ao passado da
configuração continental situada em limites de placas tectônicas. O cinturão do
Atlântico é bem marcado pelas montanhas que ainda guardam o aspecto serrano
em grandes extensões, como a Serra do Espinhaço, que vai do centro-norte de Minas
Gerais até o interior da Bahia.
E as Bacias Sedimentares, são estruturas que preservam os sedimentos de pelo
menos três eras do Fanerozóico, que são as eras do Paleozoico, do Mesozoico e do
Cenozoico.
73
Baseado nas estruturas do território brasileiro, e em outros trabalhos pretéritos,
que já montavam a configuração do relevo do Brasil, Jurandyr L.S. Ross, em 1990 ela-
bora um mapa geral do relevo brasileiro com enfoque na altimetria, dividido em três
grandes grupos: os planaltos, as depressões, e as planícies, conforme o mapa da fi-
gura 30.
Pontual que os planaltos são áreas mais elevadas, onde o relevo apresenta
maior resistência às ações das forças exógenas. As depressões são áreas peculiares
no território brasileiro que, com exceção da depressão amazônica ocidental, foram
geradas por intensos processos erosivos diferenciados nas bordas das bacias sedi-
mentares, e evidenciam marcas paleoclimáticas. E as planícies são áreas planas bai-
xas de deposição de sedimentos recentes de origem marinha, lacustre ou fluvial.
74
Fonte: Ross (1990)
75
76
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (INEA/2008) Falhas normais e reversas correspondem, respectivamente, a regimes de:
a) Normal
b) Oblíqua
c) Direcional
d) Reversa
e) Paralela
3. (FUVEST/2017) A figura mostra corte transversal A-B em área serrana embasada por
rochas metamórficas entre os municípios de Apiaí e Iporanga, no Vale do Ribeira,
sul do estado de São Paulo.
77
As rochas representadas são de idade pré-cambriana e formam estruturas em
um sistema de:
a) Soleiras e diques.
b) Dobras anticlinais e sinclinais.
c) Plataformas e bacias sedimentares
d) Intrusões e extrusões
e) Falhas verticais e horizontais.
78
6. (UFRJ/2008) A agricultura praticada, sem a adoção de práticas conservacionistas,
causa uma série de danos ambientais nos locais onde ocorre. Entre esses danos, o
mais expressivo, que pode ser visto em diversos municípios brasileiros, é:
a) a lixiviação;
b) a erosão;
c) o intemperismo;
d) o assoreamento;
e) a poluição.
79
GEOLOGIA E SOCIEDADE UNIDADE
INTRODUÇÃO
Fo
espaciais, em particular a Geografia, que é a disciplina responsável por investigar as
relações (de caráter físico e social) que acontecem no espaço ao longo do tempo.
A busca por recursos que atendam às necessidades humanas, desde seus pri-
mórdios, como material para habitação, fontes energéticas, bens minerais, trans-
porte, entre outros, sempre estiverem presentes na sociedade. O conhecimento ge-
nt
ológico sistêmico possibilita uma ampla visão ao longo do tempo, da compreensão
da dinâmica dos processos naturais que ocorrem na Terra, e nos fornecem respostas
e caminhos para nossa passagem por este planeta tão único no sistema solar. Por-
tanto é imprescindível que os profissionais das geociências tenham sempre em
mente a responsabilidade de se comunicar com a sociedade.
e
As relações da geologia com a sociedade estão muito atribuídas ao campo
econômico, tamanha a importância dos recursos minerais provenientes das rochas.
Ao longo do tempo histórico, as diferentes demandas e os diferentes usos dos recur-
sos minerais criaram marcas na paisagem, como por exemplo a “corrida do Ouro”
no Brasil colônia, até os dias atuais com a instalação de polos Petroquímicos, alaga-
d
mento de extensas áreas para criação de grandes usinas hidroelétricas, e barragens
para extração de minérios.
RECURSOS MINERAIS
e
A história do Brasil, que já carrega em seu nome marcas da exploração dos
recursos naturais (pau-brasil), foi invadido e explorado pelos Europeus em busca de
recursos minerais, que logo depois da invasão, no final do século XVII, a descoberta
de ouro em solos brasileiros, acarretou na famosa “corrida do ouro”, que incentivou
80
a busca e mineração desse elemento químico natural, gerando grandes transforma-
ções no espaço social.
O ouro é um elemento químico que raramente se combina com outros ele-
mentos, por isso, muitas vezes é encontrado no estado nativo de formação. O ouro
costuma ocorrer em aluviões (depósitos de sedimentos clásticos formado por um sis-
tema fluvial) e em veios de quartzo associados a rochas intrusivas ácidas. Quanto
às características físicas do ouro, é comum encontra-lo na forma de escamas, mas-
sas irregulares (pepitas) ou fios irregulares. É opaco, seu brilho é metálico e sua dureza
está entre 2,5 e 3,0, sendo possível riscá-lo com um canivete ou um pedaço de vidro.
Na sociedade o ouro é usado principalmente como moeda financeira, e tam-
bém na fabricação de joias e ornamentos decorativos. Passou a ser usado na odon-
tologia, com próteses de dentes feitas de ouro, e mais recentemente, na fabricação
de muitos produtos da indústria eletrônica.
O Brasil foi o maior produtor de ouro do mundo entre 1700 e 1850, providos em
grande parte das aluviões na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Per-
dendo expressividade global na metade do século XIX, quando países, como os EUA,
fizeram descobertas de ouro aluviar em seus territórios. Atualmente a representativi-
dade da produção deste minério está associada a países como África do Sul, EUA,
Austrália, China e Peru.
A história do ouro no Brasil foi apenas o começo de tantos outros minerais que
vieram a ser explorados economicamente. Em 2016 no livro, Recursos Minerais no
Brasil: problema e desafios, organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC),
traz uma tabela da produção mineral brasileira, com base nos dados disponíveis
pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e do Instituto Brasileiro
de Mineração (IBRAM), que sintetiza a situação das reservas, da produção e do mer-
cado internacional, bem como elenca as principais minas de commodities do Brasil
para os anos de 2012 e 2013. Está disponível na figura a seguir.
81
Figura 31: Reservas, produção e situação no mercado das commodities minerais e principais
minas brasileiras em 2012/2013.
Fonte: Melfi, A.J. et al. (2016) apud (Lima, T.M et al., 2013)
82
RECURSOS ENERGÉTICOS
83
de 1.500 e 6.400 metros, respectivamente. Se a matéria orgânica for
levada a profundidades maiores, ou seja, submetida a temperaturas
superiores a 177º C, transforma-se em gás ou grafita. Esse processo de
formação é, como se viu, extremamente lento daí se considerar o pe-
tróleo um recurso não renovável. (Branco, P.M., 2014)
84
GEOLOGIA E VALORIZAÇÃO SOCIAL, CULTURAL E HISTÓRICA: EXEMPLO DO
GEOPARK ARARIPE – CE.
Apesar de esta ciência ser muito relacionada ao campo econômico, tal como
nossa relação com a natureza, ela também adentra as questões culturais e históricas.
Um bom exemplo disso no Brasil que imprime estes valores de forma categórica é o
exemplo do Geopark Araripe.
O Geopark Araripe está localizado na parte sul do Estado do Ceará, região
nordeste brasileira. Envolve os municípios de Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Mis-
são Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri. Tem uma área de aproximadamente
3.790km², está inserida na porção cearense de estrutura de bacia sedimentar do Ara-
ripe. A região é caracterizada pela sua imensa importância geológica do período
Cretáceo, com destaque para seu tesouro paleontológico, com registros de 150 a 90
milhões de anos muito bem preservados e de enorme diversidade paleobiológica.
Em 2005, sabendo de sua riqueza geológica, a Universidade Regional do Cariri
(URCA) tomou a iniciativa, através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação
Superior (SECITECE) do Governo do Estado do Ceará, de encaminhar à Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), uma proposta
de candidatura do Geopark do Araripe para a inserção deste na Rede Global de
85
Geoparques (GGN). Logo em setembro de 2006, o Geopark do Araripe foi reconhe-
cido pela GGN como o primeiro Geoparque das Américas, e ganhou apoio de dife-
rentes instituições nacionais.
O Geopark Araripe menciona em sua página da web que tem como alguns
objetivos:
• Proteger e conservar os sítios de maior relevância geológica/paleontológica,
territorialmente denominados geossítios;
• Proporcionar à população local e aos visitantes, oportunidades de conhecer
e compreender tanto os contextos científicos das várias eras geológicas (Pré-
Cambriano, Paleozoico e Mesozoico), bem como de outros enquadramentos
regionais importantes, como o complexo cultural do Cariri e o ecossistema am-
biental da região;
• Possibilitar o conhecimento e a divulgação dos registros arqueológicos de po-
voamento ancestral da região;
• Intensificar relações com todo um espectro de atividades (científicas, culturais,
turísticas e econômicas), com ênfase na história evolutiva da Terra e da Vida;
• Divulgar a história da ocupação do território, a cultura regional e suas manifes-
tações, e as formas de utilização sustentável dos recursos naturais na região;
• Promover a inclusão social para além da proteção e promoção dos registros
geológicos, paleontológicos, antropológicos, ambientais, paisagísticos e cul-
turais, considerando a participação da sociedade como um dos pilares do
desenvolvimento do Geopark Araripe enquanto território de ciência, educa-
ção e cultura;
• Incentivar um turismo de qualidade, baseado nas múltiplas valências do terri-
tório, através de uma estratégia de promoção e divulgação de nível interna-
cional;
• Cooperar em articulação estreita com os stakeholders e os poderes públicos
municipal, estadual e federal, de forma a garantir um contínuo desenvolvi-
mento do território.
A criação do Geopark assumiu um papel importante dentro das questões so-
ciais e culturais do espaço nesta região, relatando sua importância histórica humana
e geológica. Contanto o beneficiamento econômico não é ausente, ele vem como
consequência do desenvolvimento das práticas mencionadas anteriormente. Atual-
86
mente o Park além de ser muito visitado por turistas, também é espaço para ativida-
des escolares, e de lazer dos moradores, conforme a figura 32 que mostram as últimas
notícias do site do Geopark Araripe acessado em junho de 2020. Este foi um exemplo,
de muitos outros, que relacionam o conhecimento geológico com a sociedade, de
forma a desenvolver questões do espaço sociocultural.
Fonte: http://geoparkararipe.urca.br/
87
A falta de incentivo à pesquisa, ainda esbarra na elaboração e concretização
de geoparques no Brasil, este é um dos motivos pelos quais, um país tão diverso (tanto
na biologia, na geomorfologia, na geologia...), conta apenas o registro de apenas
um Geopark.
O conhecimento geológico, neste e em diversos outros exemplos pelo mundo,
são fundamentais para se criarem relações íntimas do ser humano com o espaço e
a sua própria natureza. É necessário o incentivo às pesquisas que buscam esta rela-
ção, que vai além da questão econômica, e integre a ciência em conjunto com a
sociedade, com os diferentes saberes e com os conhecimentos tradicionais.
As Geociências contribuem para uma visão integrada do ambiente, visando
à compreensão sistêmica dos processos que ocorrem na Terra em diferentes escalas
ao longo do tempo e do espaço, incluindo as diferentes formas de conhecimento.
Este parece um dos caminhos para que o ser humano se entenda como parte da
natureza e não algo que está fora dela. Cuidar da natureza é cuidar de si.
88
FIXANDO O CONTEÚDO
1. O termo minério é designado para:
2. Das opções a seguir, assinale a que representa uma fonte de energia renovável
a) Petróleo.
b) Gás natural.
c) Carvão.
d) Hidroelétrica.
e) Usina nuclear.
a) Carvão.
b) Zinco.
c) Estanho.
d) Fosfato
e) Nióbio.
89
5. Crimes ambientais são muitas vezes irreparáveis e ameaçam diferentes formas de
vida na Terra. O crime ambiental que se repetiu e marcou o ano de 2019, com a
morte e desaparecimento de 270 pessoas, e causou alta degradação ambiental
e posteriores problemas relacionados à saúde humana, no Brasil foi:
6. Uma das fontes mais importantes de energia no mundo são os combustíveis fosseis,
como o Petróleo. Sobre o processo de formação do Petróleo é possível afirmar que:
a) Na Chapada do Araripe
b) Na Chapada dos Guimarães
c) Na Chapada Diamantina
d) Na Chapada dos Parecis
e) Na Chapada do Apodi
90
8. O conceito de Geoparque está relacionado com:
91
BIOGEOGRAFIA: DEFINIÇÕES E
CONCEITOS
INTRODUÇÃO
É possível já, até aqui entender que a Biogeografia vai estudar os seres vivos e sua distri-
buição no globo terrestre. Você consegue pensar em fatores que poderiam limitar a distri-
buição de espécies animais e vegetais em nosso planeta?
A biogeografia, portanto, que engloba o estudo das interações dos seres vivos
(fatores bióticos) com os fatores abióticos distribuídos no Planeta Terra, originou-se
segundo Cox, Moore e Ladle (2019) em meados do século XVIII. Naquele período, a
grande maioria da população acreditava literalmente nas afirmações da Bíblia, do
que ouviam de sacerdotes e religiosos, do domínio do Cristianismo que dizia que
92
tanto a Terra, quanto todos os seres vivos que vivem hoje nela, foram criados em uma
simples série de eventos. As pessoas acreditavam que a criação de tudo havia ocor-
rido há alguns milhares de anos e que tudo era originado de Deus de forma perfeita
e imutável. Ou seja, os organismos, animais e plantas eram considerados perfeitos, e
que o mundo sempre foi da mesma forma como conhecemos hoje, sem extinção,
sem mudanças.
B - Fatores Abióticos: Elementos não vivos que interagem com os organismos, como
água, solo, vento, calor, relevo, entre outros.
93
Quadro 1: Contribuições de naturalistas sobre o surgimento da vida
Período
Contribuições Pensador
(ano)
Cada organismo se originava de uma espécie imutável que ha-
via sido criada por Deus;
1735 Sugeriu que os diferentes ambientes encontrados em diferentes Lineu – Na-
altitudes, desde a tundra até os desertos, teriam sido colonizados turalista su-
por animais da arca à medida que as águas recuavam e, pro- eco
gressivamente, teriam descoberto níveis de terra cada vez mais
baixos;
Registrou em qual tipo de ambiente cada espécie fora encon-
trada e, assim, deu início ao que hoje denominamos biogeogra-
fia ecológica.
A primeira pessoa a perceber que diferentes regiões do mundo
continham agrupamentos de organismos diferentes;
1761 Observou que muitos mamíferos da América do Norte, tais Georges
como ursos, cervos, esquilos, ouriços e toupeiras, também eram Buffon -
encontrados na Eurásia, e salientou que eles só poderiam ter se naturalista
deslocado entre esses dois continentes através do Alasca; francês
Muitos mamíferos tropicais da América do Sul são diferentes da-
queles encontrados na África.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)
94
“Os Viajantes e a Biogeografia” é um artigo publicado por Papavero e Teixeira (2001)
que aborda um breve panorama das principais teorias da biogeografia mostrando os
conhecimentos dos naturalistas adquiridas através da observação. Disponível em:
https://bit.ly/39GwBpz. Acesso em: 21 dez. 2021.
Para entender um pouco mais sobre a Biogeografia da América do Sul, leia no livro
“Biogeografia da América do Sul: Análise de tempo, espaço e forma” o cápitulo 5 “Pan-
Biogeografia da América do Sul” escrito por Heads (2016). Disponível em:
https://bit.ly/36Bp1dY. Acesso em: 21 dez. 2021.
95
Figura 34: Origem da palavra Biogeografia
96
A onça pintada pode ser encontrada na floresta amazônica e no pantanal.
Exemplos:
97
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
Exemplos:
98
Os organismos que vivem em uma floresta, que vivem no oceano, que vivem
em um aquário, que vivem em um rio.
Dentro de um aquário podemos ter algas, plantas e peixes diferentes, formando
uma comunidade, onde possui populações de espécies diferentes.
Na Savana diversas populações interagem entre si em busca de alimento.
99
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
7.3 BIOSFERA
Como já vimos nesta unidade, “Bio” significa vida e “sfera” significa esfera, ou
seja, esfera da vida, o Planeta Terra, uma esfera, com todas as partes onde existem
vida. São as condições ambientais em que se processa a vida animal e vegetal na
terra.
Engloba outros fatores como o solo, o ar, a água, a luz, o calor e os alimentos,
que fornecem condições necessárias no desenvolvimento da vida.
100
Figura 40: As esferas da vida
ATMOSFERA – Camada composta pelo ar em geral que é o componente principal desse tipo de ambiente,
sendo constituído basicamente por dois gases: o oxigênio e o hidrogênio.
CRIOSFERA – São as porções da superfície da Terra, onde a água está presente no estado sólido. Se apre-
senta nas formas de geleiras, blocos de gelo, os lagos e rios congelados, áreas cobertas de neve.
HIDROSFERA - A hidrosfera é a camada da Terra formada por água (que, por sinal, compõe a maior parte
da parte externa de nosso planeta, cobrindo cerca de 70% de toda a sua superfície.
LITOSFERA – É a parte da estrutura física e sólida propriamente dita do nosso planeta. Estrutura essa que
inclui, por exemplo, rochas, formas de relevo e dinâmicas relacionadas à formação desse mesmo relevo,
como é o caso do movimento das placas tectônicas, do vulcanismo e dos terremotos.
101
o gelo são fatores determinantes para a vida nestes ambientes remotos (Armando,
2019).
102
Em todas as unidades deste livro, ao final, será apresentado um mapa mental
para facilitar o entendimento e resumir todo o conteúdo estudado por unidade.
O mapa mental é um resumo na forma de fluxograma, desenho, esquema
que facilita na hora de revisar o conteúdo e permite fixar o conteúdo estudado du-
rante a unidade em questão.
103
FIXANDO O CONTEÚDO
1. A biogeografia engloba o estudo das interações dos seres vivos (fatores bióticos)
com os fatores abióticos distribuídos no Planeta Terra, no qual originou-se, segundo
Cox, Moore e Ladle (2019), em meados do século XVIII. Marque a alternativa que
apresentar apenas fatores abióticos.
104
3. Observe a imagem abaixo:
É possível observarmos fatores bióticos e abióticos que interagem entre si ocasionam equilíbrio
do ecossistema. Ao analisar a imagem é possível dizer que se trata de
a) um ecossistema.
b) uma população.
c) um organismo.
d) um bioma.
e) uma comunidade.
105
4. O deserto é um ecossistema onde as es-
pécies encontram dificuldades para so-
brevivência, porém ao mesmo tempo de-
senvolvem adaptações capazes de per-
mitir a vida em um ambiente com tantas
restrições. Água, alimento, parceiros para
reprodução, competição, são fatores
que as espécies do deserto costumam
enfrentar para a sobrevivência e mesmo
assim é o lar de muitos organismos. Na
imagem ao lado é possível observar or-
ganismos. Marque a alternativa correta quanto à quantidade de organismos (não
considere as gramíneas) presentes nesta imagem.
a) 3 organismos.
b) 4 organismos.
c) 2 organismos.
d) 5 organismos.
e) 1 organismo.
1 – ( ) Segundo o botânico suíço De Candolle (1820) a biogeografia ecológica busca entender como
processos ecológicos que ocorrem a curto prazo atuam sobre o padrão de distribuição dos orga-
nismos.
106
a) 1 e 3.
b) 1 e 2.
c) 2 e 3.
d) Apenas a 2.
e) Apenas a 1.
a) comunidade.
b) ecossistema.
c) habitat.
d) organismo.
e) biosfera.
Marque a alternativa correta. Possui neste lago, de acordo com o que foi citado no texto:
a) 4 populações e 4 organismos.
b) 18 populações e 1 comunidade.
c) 4 populações e 18 organismos.
d) 16 organismos e 1 população.
e) 18 organismos e 1 população.
107
8. Busca compreender e explicar como determinado táxon de distribui, se existiram
eventos geológicos e climáticos capazes de separar e modificar espécies, devido
a necessidade de adaptação, verifica-se quais as espécies têm relações parentais
e qual a história da espécie, em relação a sua chegada, seu desenvolvimento, sua
adaptação, onde viveram seus ancestrais. Essa definição representa as caracte-
rísticas de qual área?
a) Biogeografia Histórica.
b) Biogeografia.
c) Biogeografia Ecológica.
d) Ecossistema.
e) Padrões de Distribuição.
108
OS GRANDES BIOCICLOS DA
TERRA
8.1 INTRODUÇÃO
109
tentes. Epinociclo (biocíclo terrestre) agrupa todos os ecossistemas das terras emer-
sas; Limnófilo (biocíclo dulcícola) – agrupa todos os ecossistemas de água doce
(Armando, 2019).
Ambientes extremos
A grande maioria dos seres vivos vivem entre certos limites de tolerância (temperatura,
umidade, altitude, salinidade) porém, foram encontrados seres vivos nos lugares mais ines-
perados. São as bactérias que vivem nesses ambientes extremos, como as que vivem nas
salinas em alta concentração de sais, nos gelos antárticos, em temperaturas extrema-
mente baixas, água ácida, fontes hidrotermais. Essas bactérias recebem o nome de extre-
mófilos. Assista o vídeo do canal “Nerdologia” intitulado “Vida Extrema” para entender
mais do assunto. Disponível em: https://bit.ly/3jhG3D1. Acesso: 22 dez. 2021.
110
Figura 43: Subdivisão do oceano de acordo com a profundidade
111
Batial Afótica
Abissal Mar aberto
Hadal Zona pelágica
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)
Cadeias Alimentares
Assim como em todos os ecossistemas, nos mares e oceanos para existir equilíbrio é neces-
sário que as cadeias e teias alimentares estejam sempre em manutenção, pois, os orga-
nismos dependem uns dos outros para sobreviverem, por isso a poluição do ecossistema
marinho é um risco para toda a forma de vida já que altera as cadeias alimentares e
potencializa o desequilíbrio ambiental.
8.3 LIMNOCICLO
Este ecossistema é constituído pelas águas doces (rios, lagoas, pântanos, bre-
jos). É considerado o menor dos biociclos (apenas 0,017% da água do planeta). Possui
menor salinidade e profundidade em comparação com o mar.
112
Pode ser dividido em (quadro 4):
8.4 EPINOCICLO
Agora é sua vez! Atualmente é necessário que o professor desenvolva atividades lúdicas,
dinâmicas e práticas com os alunos buscando a interdisciplinaridade e a motivação dos
alunos potencializando maior aprendizado e fixação do conteúdo. Como seria possível
trabalhar o Limnociclo com os alunos de forma lúdica, dinâmica e prática que levasse o
aluno a participar efetivamente e obter mais conhecimento?
113
biosfera, o que corresponde a 28% da superfície do planeta, possui vasta biodiversi-
dade.
A grande variação do clima e a presença de barreiras geográficas promovem
a formação de novas espécies. Apresentam grandes variações de temperatura,
pressão atmosférica, umidade do ar e luz solar. Os organismos que caracterizam a
fauna e flora são bem representativos, mas é a flora que determina a fauna pois po-
tencializa variados ecossistemas que ainda serão vistos neste livro, caracterizados pe-
las florestas, campos, montanhas, desertos, mangues, praias, ilhas, solos e cavernas
(Begon, Townsend, & Harper, 2009)(BEGON et al., 2009; RAMOS e AZEVEDO, 2009).
8.5 ECOSSISTEMAS
114
Campos: presenta predominância das gramíneas, apresenta poucas árvores
espaçadas ou não apresenta árvores o que ocasiona maior luminosidade e ventos
permitindo durante o dia alta temperatura e baixando a noite.
115
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
Mangue: Locais que ocorre a invasão do mar durante as marés altas. Apresen-
tam solos lodosos com vegetação tipo halófitas e os vegetais hidrófitos.
116
Figura 48: Arte exemplificando mangue
117
Ilhas: Podem ser oceânicas ou continentais, onde as oceânicas apresentam
fauna e flora características e podem apresentar forte endemismo.
118
Figura 51: Arte exemplificando o solo
119
Agora que já sabemos que o solo também é um ecossistema, imagine a riqueza de biodi-
versidade que pode ser encontrada neste local. Para isso sugerimos a leitura do livro “So-
bre solo fértil: como identificar grandes oportunidades para empreendimentos em alta
tecnologia” de Shane (2007) para compreender melhor como ocorre a fertilidade do solo
através da ação dos microrganismos e as relações que ocorrem neste ecossistema. Dispo-
nível em: https://bit.ly/3oKxqSs. Acesso em: 23 jan. 2021.
120
Figura 53: MAPA MENTAL – Os grandes biociclos da Terra
121
FIXANDO O CONTEÚDO
1 ( ) o Talassociclo (biocíclo marinho) é o que agrupa todos os ecossistemas de água salgada, os seres
que habitam e todas as interações existentes, incluindo praias e mangues.
2 ( ) Epinociclo (biocíclo terrestre) agrupa todos os ecossistemas das terras emersas, incluindo
praias e mangues.
Estão corretas
a) Todas as afirmativas.
b) Apenas 1 e 2.
c) Apenas a 2.
d) Apenas 2 e 3.
e) Apenas 1 e 3.
2. São fatores que interferem na sobrevivência e adaptação dos seres vivos no ta-
lassociclo:
a) Luminosidade, umidade e profundidade.
b) Luminosidade, profundidade e salinidade.
c) Luminosidade e profundidade.
d) Ventos, relevo e luminosidade.
e) Profundidade apenas.
122
a) Zona costeira.
b) Zona eufótica.
c) Zona Batial.
d) Zona Abissal.
e) Mar aberto.
a) bento.
b) nécton.
c) plâncton.
d) organismo.
e) população.
123
6. Apresenta predominância das gramíneas, apresenta poucas árvores espaçadas
ou não apresenta árvores o que ocasiona maior luminosidade e ventos permitindo
durante o dia alta temperatura e baixando a noite. A descrição se refere a um
ecossistema do epinociclo identificado como:
a) Florestas.
b) Campos.
c) Montanhas.
d) Mangues.
e) Cavernas.
COLUNA A
I. Plâncton
II. Nécton
III. Bentos
COLUNA B:
a) I - 2; II - 3; III – 1
b) I - 3; II - 1; III – 2
c) I - 1; II - 3; III – 2
d) I - 2; II -1; III – 3
124
e) I - 3; II - 2; III – 1
8. Associe as colunas:
Locais que ocorre a invasão do mar durante as ma-
I rés altas. Apresentam solos lodosos com vegetação tipo
halófitas e os vegetais hidrófitos.
Conhecida como região de transição, já que se en-
contra entre os ecossistemas terrestres e aquáticos, ou seja,
II área que fica entre o mar e as terras emersas. Lugar onde
a salinidade do solo é elevada com uma vegetação pobre
devido à proximidade com mar, porém a de restinga que
fica um pouco mais afastada é mais rica.
Podem ser oceânicas ou continentais, onde as
III oceânicas apresentam fauna e flora características e po-
dem apresentar forte endemismo.
A – Praia
B – Mangue
C – Ilha
a) I – A; II – C; III – B
b) I – B; II – C; III – A
c) I – A; II – B; III – C
d) I – B; II – A; III – C
e) I – C; II – A; III – B
125
PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO
GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES
9.1 INTRODUÇÃO
Hibridação
126
para se nutrirem (Ribeiro, [1998] 2009).
É fato que a biogeografia foi sendo aperfeiçoada ao longo do tempo, assim como a Evo-
lução das espécies em nosso planeta. Por isso, indicamos a obra de Ridley (2007) “Evolu-
ção” capaz de abordar e explanar as teorias e hipóteses da evolução capazes de agre-
gar maior entendimento em relação a biogeografia. Disponível em: https://bit.ly/3pKZiaC.
Acesso em: 23 jan. 2021.
127
possuem características e traços em comum que recebe o nome de espécie. Nota-
damente a grande maioria das espécies são definidas por sua morfologia, fisiologia,
comportamento e aparência, mas mesmo assim dentro das espécies existem ainda
grande variação.
A taxonomia é a ciência que classifica os organismos e é vista hoje como a
área mais antiga da biologia. O Dicionário de Oxford descreveu a taxonomia como
o ramo da ciência voltado à classificação, especialmente, de organismos; à sistemá-
tica; a classificação de algo, em especial, organismos; um esquema de classificação
(OXFORD DICTIONARY ONLINE, 2013).
Em seu início, sem tanto o conhecimento da genética, a taxonomia era base-
ada na morfologia dos animais, posteriormente com o avanço das pesquisas sobre
as estruturas do DNA permitiu a melhor determinação das características das espé-
cies, nem sempre as estruturas corporais são confiáveis para determinar as semelhan-
ças entre as espécies, podendo ser de famílias diferentes. Os estudos na área da ge-
nética têm cada vez mais potencializado o entendimento das relações entre as es-
pécies (Cox, Moore, & Ladle, 2019).
Em todos os livros de ciências e biologia encontramos a origem da classifica-
ção dos serres vivos, bem como os mesmos eram organizados, partiu de Aristóteles
(384-322 a.C.) que propôs um sistema que classificava os animais em terrestres, aqu-
áticos e aéreos, enquanto as plantas eram divididas em ervas, arbustos e árvores.
128
É possível compreender, porém que essa classificação permitiu colocar ani-
mais bem distintos dentro do mesmo grupo, pois tanto os mamíferos e as aves esta-
riam juntos dentro de um mesmo grupo, assim como no ambiente aquático, animais
como golfinhos, baleias e tubarões que possuem características anatômicas seme-
lhantes eram classificados como sendo do mesmo grupo.
Figura 55: Semelhança morfológica entre espécies aquáticas que pertencem a grupos diferentes.
129
Classificação dos Seres Vivos
Lineu, como é conhecido em português, foi um naturalista sueco, médico e professor. Karl
von Linée, responsável por criar um sistema de classificação e de nomenclatura, em 1735,
que é usado até hoje com poucas modificações.
Esse sistema classifica os seres vivos em 7 diferentes categorias. Onde a maior e mais abran-
gente é o reino. Cada reino é dividido em filos. Cada filo é subdividido em classes. Cada
classe é subdividida em ordens. Cada ordem é subdividida em famílias. Cada família é
subdividida em gênero. Cada gênero é subdividido em espécies:
130
Vimos que Aristóteles organizou os animais em grupos de acordo com características mor-
fológicas, porém, as características fisiológicas eram muito distintas fazendo com que or-
ganismos bem diferentes fossem classificados em um mesmo grupo. No caso de baleias e
tubarões, pesquisa quais são as principais semelhanças morfológicas e quais as principais
diferenças fisiológicas existentes entre eles.
131
9.2 DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES
Endêmicas
As espécies endêmicas são aquelas que existem apenas em uma região, que
estão limitadas a determinada área, devido a diversos fatores que serão vistos poste-
riormente.
Esses fatores diferentes originaram os padrões de plantas e animais que vivem
em nossa biosfera. Estes organismos podem estar limitados em sua distribuição e mui-
tas vezes dentro de áreas em que evoluíram e ditas endêmicas a essa região.
O endemismo está relacionado com uma barreira qualquer que em certo mo-
mento, ocasionou o isolamento da espécie em uma região em relação as regiões
vizinhas. Essas barreiras podem ser genéticas, geográficas ou ecológicas.
O Parque Natural Ecológico Sagui da Serra localizado no município de Manhu-
mirim, na zona da mata de Minas Gerais recebe este nome pois possui uma espécie
endêmica, o sagui da serra (Callithrx flaviceps) (Figura 25). O parque possui 90% de
sua área coberta por Mata Atlântica Montana em elevado grau de conservação, o
ecossistema é o habitat deste raríssimo primata que só ocorre nesta região e em mais
nenhum outro local do planeta, motivo de sua raridade. A espécie ocorre somente
em florestas úmidas localizadas em altitudes superiores a 500 metros, conferindo a
característica de espécie endêmica.
132
Figura 57: Sagui da Serra espécie endêmica da Zona da Mata de Minas Gerais
Cosmopolitas
133
Figura 58: Diferentes espécies da família charadruis
Disjuntas
Quando existe uma área de distribuição separada por outras áreas nas quais
não permite a espécie viver junta, mesmo existindo condições ambientais apropria-
das. Fatores de distanciamento fazem com que a espécie não viva no mesmo local.
Na distribuição disjunta, as áreas têm que estar ocupadas simultaneamente, não se
referindo o termo à espécies migratórias.
Caso que ocorre com os gorilas (Figura 27) (espécie Gorilla), um gênero de
mamíferos com distribuição disjunta. As duas populações (Figura 28) são agora con-
sideradas como espécies distintas: Gorilla gorilla, o gorila de planície ocidental, e Go-
134
rilla beringei, o gorila oriental, que consiste em duas subespécies: o gorila de monta-
nha (G. b. beringei) e o gorila da planície oriental (G. b. graueri).
Figura 59: Distribuição dos gorilas na África, caracterizando com espécie disjunta
Uma espécie sempre terá à frente vários desafios para sua sobrevivência e
135
manutenção no ecossistema, sendo potencializados sua distribuição ou sucesso evo-
lutivo por fatores limitantes que podem ser determinados por barreiras (Quadro 6).
Outros fatores limitantes que devem ser considerados são a água, a luz e a
temperatura que influenciam em diversas situações desde a sobrevivência até a de-
finição do sexo de indivíduos. Esses fatores ainda serão abordados neste material.
Para determinar a adequação dos ambientes e habitats das espécies à inte-
ração que ocorre entre organismo e ambiente é caracterizada por fatores bióticos e
abióticos que já foram apresentados neste livro.
136
Figura 61: Mapa Mental - padrões de distribuição geográfica das espécies
137
FIXANDO O CONTEÚDO
2. A classificação de Aristóteles sobre os seres vivos permitiu colocar animais bem dis-
tintos dentro do mesmo grupo, pois tanto os mamíferos e as aves estariam juntos
dentro de um mesmo grupo, assim como no ambiente aquático, animais como
golfinhos, baleias e tubarões que possuem características anatômicas semelhan-
tes eram classificados como sendo do mesmo grupo. Hoje sabemos que é impos-
sível classificarmos baleias e tubarões no mesmo grupo, pois
3. (UNIFOR, 2018) Dois seres vivos pertencentes à mesma ordem são necessariamente
a) da mesma raça.
138
b) da mesma espécie.
c) do mesmo gênero.
d) da mesma classe.
e) da mesma família.
a) espécie.
b) ordem.
c) subespécie.
d) família.
e) gênero.
De acordo com o texto e a descrição do animal, ele pode ser considerado como:
a) Espécies híbrida.
b) Espécie disjunta.
c) Espécie cosmopolita.
d) Espécie exótica.
e) Espécie endêmica.
139
6. A chegada de um inseto por causa do vento ou de uma semente em um determi-
nado ponto no espaço não pode ser prevista com certeza, e os primeiros a che-
garem podem ter mais vantagem sobre os que chegam mais tarde. Esse é um
caso de fator limitante para os seres vivos conhecido como:
a) Barreira física.
b) Acaso.
c) Barreira natural.
d) Barreira climática.
e) Fatores históricos.
a) Neotropical.
b) Neártica.
c) Etiópica.
d) Paleártica.
e) Oriental.
140
A região de maior extensão corresponde em maior parte ao continente
a) Europeu.
b) Asiático.
c) Americano.
d) Oceania.
e) África.
141
AS RELAÇÕES ECOLÓGICAS E
AS GRANDES FORMAÇÕES
BIOLÓGICAS DO BRASIL E DO
MUNDO
10.1 INTRODUÇÃO
142
As relações ecológicas existentes entre indivíduos da mesma espécie são cha-
madas de intraespecíficas e podem ser:
Sociedade;
Colônia;
Competição;
Canibalismo.
A seguir veremos como ocorre cada uma dessas relações entre indivíduos da
mesma espécie e compreender a importância para a caracterização de uma popu-
lação por exemplo.
10.2.1 Sociedade
143
Figura 62: Sociedade existente entre as abelhas
Essas associações entre indivíduos da mesma espécie podem ser dividas em:
Associação familiar – Espécies que vivem em bandos ou clãs, podendo ser ma-
triarcal onde existe a fêmea dominante ou do tipo harém, onde o macho é o
dominante.
Associação social – Forma grupos de indivíduos que dividem o trabalho, cons-
truindo uma hierarquia, são chamados de insetos sociais.
Associação gregária – Constitui manadas, de cervos, elefantes entre outros,
com machos, fêmeas e filhotes, que convivem e se alimentam juntos, se defen-
dem, se deslocam sempre em colaboração. As aves que realização migração
se mantem em formação durante o voo, se comunicando com sinais sonoros.
Cardumes de peixes se locomovem em alta velocidade sem se tocar por causa
da comunicação entre eles (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk,
kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).
144
Figura 63: Associação familiar representada por um bando de leões com o macho dominante. Asso-
ciação Social onde existe a hierarquia como nas colmeias e Associação Gregária representada pela
manada de elefantes.
Para compreender melhor sobre relações ecológicas Acesse também o livro o livro
“Ecologia Geral” de Stein (2018). Disponível: https://bit.ly/3oDKUzC. Acesso em: 12 de
jan. 2021.
145
Figura 64: Caravela portuguesa que possuem cnidários anatomicamente unidos que desempenham
funções específicas para a sobrevivência.
146
No reino vegetal também é notório a competição entre os recursos como luz,
sais, água e espaço (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk,
kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).
Figura 65: A batalha pela sobrevivência no reino animal chamada competição intraespecífica.
147
Disponível em: https://bit.ly/2NU0eLE. Acesso em: 04 jan. 2021
148
ecológicas interespecíficas, que podem ser:
Mutualismo
Comensalismo HARMÔNICAS
Inquilinismo e epifitismo
Protocooperação
Predatismo
Parasitismo
DESARMÔNICAS
Competição
Herbivoria
Amensalismo
Figura 68: Abelhas que polinizam as plantas em uma dependência mutua entre elas
149
Disponível em: https://bit.ly/39OG7Hz. Acesso em: 04 de jan. 2021
150
Disponível em: https://bit.ly/3pY5IDz. Acesso em: 04 de jan. 2021
Inquilinismo: Quando um ser vivo vive dentro do outro, ele se torna um inquilino,
por isso este nome para esta relação, como por exemplo os protozoários que vivem
dentro do intestino dos mamíferos sem nos causar dano ou prejuízo, apenas se ali-
mentando, sendo o hospedeiro considerado neutro. Geralmente o indivíduo benefi-
ciado obtém abrigo, proteção e suporte no corpo da espécie hospedeira, como o
peixe palhaço com as anêmonas (Figura 38) (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente,
kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).
Figura 70: Peixe palhaço que vive e deposita seus ovos em anêmonas para garantir proteção.
151
Epifitismo: Orquídeas e bromélias são plantas epífitas, ou seja, crescem sobre
outras sem causar nenhum dano, somente em busca da luminosidade com mais fa-
cilidade sendo um beneficio para elas, mas indiferente para a árvore hospedeira,
como é o caso da bromélia (Figura 39) (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente,
kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).
Figura 72: Enquanto a capivara fornece o alimento para o pássaro, o pássaro retira o parasita da ca-
pivara.
152
Disponível em: https://bit.ly/36DMmMg. Acesso em: 04 de jan. 2021
Até aqui vimos as relações onde as espécies obtêm benefícios para sua sobre-
vivência, e agora vamos conhecer as relações ecológicas que apresentam desvan-
tagens e causam danos aos organismos, mas que são de grande importância para
153
o sucesso evolutivo e equilíbrio dos ecossistemas.
Predatismo: Quem nunca viu um documentário ou cena de filme onde o leão
corre atrás de sua presa, uma zebra ou uma gazela, como mostra a Figura 42? Essa
relação é extremamente comum no ambiente natural e é chamada de predatismo,
ou seja, um predador caça sua presa para se alimentar. Existem casos em que a
presa pode exercer fator preponderante para a extinção de uma espécie, mas ge-
ralmente o predador atua como regulador contribuindo com as cadeias alimentares
ocasionando o controle da população mantendo o equilíbrio do ecossistema.
154
Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3tpFHPh. Acesso em: 04 jan. 2021
155
Figura 77: Nas savanas felinos disputam as presas ou as caças já abatidas.
Figura 78: Coalas se alimentam de plantas (no caso o eucalipito) em um caso de herbivoria.Folhas
de eucalipto liberam substância que inibe o crescimento de outras espécies vegetais.
156
outra ao seu redor. Ocorre por exemplo com a folha do eucalipto que libera toxina
que impede o crescimento de outras espécies (Armenio, 2002; Paulino, 2004; Puente,
kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).
Figura 79: Relações Ecológicas Intraespecíficas desarmônicas
As relações ecológicas permitem diversas atividades para serem trabalhadas dentro e for
da sala de aula, portanto, explore os conteúdos da internet e seja criativo buscando tra-
balhar de forma lúdica, didática e potencializando a participação efetiva dos alunos.
Confira este artigo escrito por Santos et al., (2020) com uma excelente opção para traba-
lhar as relações ecológicas. O artigo, intitulado: “O jogo das relações ecológicas como
estratégia metodológica no ensino da biologia”. Disponível em: https://bit.ly/2YBYJUD.
Acesso em: 10 jan. 2021.
157
Quadro 7: Relações ecológicas intraespecíficas
Classificação Relação Característica Exemplo
Se alimentam de organismos da
Canibalismo Desarmônica
mesma espécie
158
Duas espécies se beneficiam, mas po-
Protocooperação Harmônica
dem viver separadas.
159
10.3 BIOMAS TERRESTRES
Agora que já vimos sobre as relações ecológicas que existem entre as espé-
cies, vamos entender como estão divididas as grandes regiões biológicas em nosso
planeta, quais as espécies animais e vegetais mais comuns e as adaptações destes
organismos as condições de cada região.
160
Os elementos que se destacam na paisagem são:
Calotas polares – Camada extensa de gelo;
Banquisa – Camada fina que é rompida por navios quebra-gelos;
Icebergs – Grandes blocos de gelo que se soltam das calotas e flutuam nos
mares;
Permafrost – Solo profundo congelado.
Figura 80: Elementos da paisagem das regiões polares - A – Calota polar. B – Banquisa. C – Ice-
berg. D – Permafrost
161
Localização e Clima
Flora:
Fauna:
162
como floresta boreal ou aciculifoliada e está localizada na América do Norte, Europa
e Ásia. É comparado a tundra em relação ao inverno rigoroso, porém com duração
menor (Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj., 2008).
163
Quadro 11: Características da região de taiga
Localização e Clima
Flora
Fauna
164
a Europa Ocidental e na Ásia, em países como China, Japão e Coreia.
Dentre os grandes domínios de vegetação apresentados até aqui, é o que
apresenta maior diversidade de espécies com vegetação predominantemente ar-
bórea: álamos, carvalhos faias, castanheiros, também se destacam arbustos e vege-
tação herbácea.
165
Localização e Clima
Flora
Fauna
Savana
166
a estação, ficando esverdeada durante o período úmido e de tonalidades amarela-
das durante a estação seca. A acácia e o baobá são arvores símbolos desta grande
região, que também apresenta muitos arbustos espinhosos. Raízes extensas que bus-
cam profundas zonas úmidas (Paulino, 2004; Puente, kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, &
lkajskajskajskjaskj., 2008).
Localização e Clima
Flora
167
Fauna
168
Disponível em: https://bit.ly/2YE0f8R. Acesso em: 10 jan. 2021
Localização e Clima
Flora
Fauna
169
Disponível em: https://glo.bo/3pPE5w4. Acesso em: 10 jan. 2021
170
desenvolveram suas adaptações para habitarem estes locais que possuem ventos
constantes e violentos provocados por tempestade de areias. Possui solo raso e are-
noso.
A insuficiência hídrica faz com que as espécies, na luta pela sobrevivência,
criem suas estratégias. Cactos são as plantas que se destacam, pois são plantas xe-
rófitas que acumulam água durante o período curto de precipitação e utiliza durante
o período seco, sendo assim, é uma alternativa aos animais que se alimentam dessas
plantas para obter água. Outras espécies arbustivas possuem raízes profundas para
chegarem ao lençol freático.
As condições extremas deste local não são suficientes para torná-lo inabitável
e muitos animais que ali vivem são noturnos, onde o calor e a evaporação são mais
amenos. As tocas e pedras atuam como abrigo, onde escorpiões e répteis passam o
dia. Camelos acumulam gordura em sua corcova o que os fazem economizar água
reduzindo a transpiração.
Localização e Clima
Flora
Fauna
171
Disponível em: https://bit.ly/3pYBLmR. Acesso em: 10 jan. 2021
Floresta Tropical
172
Localização e Clima
Flora
Fauna
Floresta Equatorial
173
Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pHAW1o. Acesso em: 10 jan. 2021
Localização e Clima
Flora
174
Fauna
Figura 95: Outros animais que representam a rica fauna da floresta equatorial
175
Temperaturas
Urso-polar, pinguins, Musgos e lí-
Gelos polares muito baixas du- Solo congelado
focas quens
rante todo o ano
Temperaturas
Renas, alces, perdizes
Tundras baixas durante Solo congelado Ervas e arbustos
da neve
todo o ano
Invernos frios e Solo raso e pedre- Pinheiros e ce-
Taiga Ursos, alces, raposas
verão temperado goso dros
Castanheiras e
Invernos frios e
Floresta tempe- carvalhos – Es-
verão ameno – Fértil Ursos, cervos, lobos
rada pécies caducifó-
clima chuvoso
lias
Estepes e prada- Invernos frios e Bisões, marmotas, cha- Gramíneas e er-
Solos férteis
rias verões quentes cal. vas
Estações bem de-
Solos férteis na Elefante, girafas, leões, Gramíneas, Bao-
Savana finidas – chuvosa
época úmida. zebras bás e acácias
e seca.
Chuvas escassas
e grandes varia- Arenoso, raso e po- Camelos, coiotes, ser- Cactos e espé-
Deserto
ções de tempera- bre pentes cies xerófitas
turas
Árvores de
Solo com grande
Gorilas, araras, tuca- grande porte e
Floresta Tropical Úmido e quente quantidade de ma-
nos grande diversi-
téria orgânica
dade
Árvores de
Úmido e quente Solo com grande
Floresta Equato- Pererecas, onça, pri- grande porte e
– chuvas abun- quantidade de ma-
rial matas grande diversi-
dantes téria orgânica
dade
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
176
FIXANDO O CONTEÚDO
a) Comensalismo e mutualismo.
b) Competição e protocooperação.
c) Inquilinismo e mutualismo.
d) Inquilinismo e protocooperação.
e) Predatismo e protocooperação.
177
3. (FATEC SP/2018) A análise dos padrões genéticos e ecológicos de diversas espé-
cies foi fundamental para a emergência de um novo campo de pesquisa no final
do século XX: a Sociobiologia, segundo a qual a predominância do trabalho cole-
tivo sobre o individual é uma das condições para a existência de sociedades com-
plexas, como as encontradas entre os Hymenoptera (formigas, abelhas), os Isop-
tera (cupins) e os Homo sapiens. Entretanto, algumas espécies perderam evoluti-
vamente a capacidade de traba-
lhar coletivamente. A predominân-
cia do trabalho individual sobre o
coletivo nas espécies que perde-
ram a capacidade de trabalhar
coletivamente é, necessaria-
mente, explicada por alterações
nas relações ecológicas do tipo
a) intraespecífica desarmônica.
b) intraespecífica harmônica.
c) interespecífica neutra.
d) interespecífica harmônica.
e) interespecífica desarmônica
4. (ENEM 2011) Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos para se atra-
írem para o acasalamento. O macho reconhece a fêmea de sua espécie e, atra-
ído por ela, vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo de vaga-lume, o Photuris,
cuja fêmea engana e atrai os machos de outro tipo, o Photinus gênero. Quando o
macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris, muito maior que ele, é atacado
e devorado por ela.
BERTOLDI, O. G.; VASCONCELLOS, J. R. Ciência & sociedade: a aventura da vida, a aventura da tecnologia. São Paulo:
Scipione, 2000 (adaptado).
A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris e o macho do gênero Photinus, é
um exemplo de
178
a) comensalismo.
b) inquilinismo.
c) protocooperação.
d) predatismo.
e) canibalismo.
Adaptado de: Sônia Lopes – BIO. A caminho de uma reconciliação entre os humanos e a natureza. 2008.
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
179
c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) I e II.
1 - Tundra
2 - Campos
3 - Deserto
4 - Taiga
(__) As plantas apresentam poucas folhas ou estas são modificadas em espinhos, que as protegem
dos animais; geralmente possuem caules verdes e largos que armazenam água e realizam a fotos-
síntese.
(__) O bioma permanece congelado a maior parte do tempo, embora o verão seja um período em
que não cai neve e dura cerca de 3 meses, com temperatura em torno dos 10 º C.
(__) Localiza-se em áreas do Canadá, da Sibéria e dos Estados Unidos, mas estando mais próximo ao
Equador, recebe maior quantidade de energia solar. As árvores típicas são as coníferas, como o
cedro e o pinheiro.
180
a) 3, 2, 1, 4.
b) 3, 1, 2, 4.
c) 2, 3, 4, 1.
d) 2, 4, 1, 3.
e) 1, 3, 4, 2.
a) Tundra.
d) Desertos.
8. Muitos biomas mundiais são conhecidos pelas suas espécies animais que possuem
características que permitem reconhecer cada ecossistema. Dentre os biomas
mundiais, aquele que é possível encontrar grandes manadas de zebras, elefantes
e girafas é
a) Savana.
b) Deserto.
181
c) Floresta tropical.
d) Tundra.
e) Taiga.
182
FORMAÇÕES BIOLÓGICAS DO
BRASIL: OS BIOMAS BRASILEIROS
11.1 INTRODUÇÃO
Com a facilidade dos serviços tecnológicos, internet, redes sociais, entre outros
meios de veiculação de informação é possível ver paisagens exuberantes e marcan-
tes em nosso país. Brasil, um país continental de grande extensão possui diversos ecos-
sistemas com características peculiares e que caracterizam cada região.
É possível observar locais frios, quentes, úmidos, secos, com muita ou pouca
vegetação, com muita ou pouca chuva e com uma gama de espécies de animais
e vegetais. As grandes formações do mundo como vistas anteriormente, estão pre-
sentes em nosso país, que ainda, devido a peculiaridades recebem nomes diferentes.
11.2 AMAZÔNIA
183
Figura 97: Mapa do bioma Amazônia
184
Fauna: Galo da serra, uacari da cara vermelha, pererecas multicoloridas, pri-
matas, onça pintada, araras azuis e vermelhas.
Figura 99: Representantes da rica e exuberante fauna amazônica
Ações antrópicas
Já ouvimos muito falar sobre a Amazônia ser o pulmão do mundo, porém, este
termo é utilizado de maneira errônea, já que a própria floresta consome grande parte
do oxigênio produzido. Mas é verdadeiro a necessidade de proteção e conservação
deste bioma que interfere no clima de praticamente todo o mundo e a abertura de
novas áreas para lavouras, florestas plantadas para retirada de madeira e celulose,
assim como abertura para a agricultura e pecuária tem devastado grandes áreas
deste bioma.
O desmatamento é elevado e liderado por grandes fazendeiros que fazem as
derrubadas em áreas de difícil acesso para driblar a fiscalização. Queimadas e a
caça também são ações antrópicas que afetam este bioma.
11.3 CAATINGA
Do idioma tupi, veio seu nome que significa mata branca, uma referência em
relação a vegetação seca e sem folhas durante a época seca. Estende-se por cerca
de 740 mil Km2 abrangendo a maior parte do território nordestino do nosso país.
185
Figura 100: Paisagem típica da Caatinga
186
Fonte: Orthopthera (2020)
Fauna: Avoante, rato das dunas, lagartixa das pedras, ararinha azul, roedores.
187
Ações antrópicas
11.4 CERRADO
Localização: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Maranhão e
Piauí.
188
Fonte: Orthopthera (2020)
189
Fonte: Brasil Biomas (2011)
Ações antrópicas
190
Localização: Ao longo da costa litorânea, do Rio Grande do Norte até o Rio
Grande do Sul.
191
Fauna: Gato maracajá, tucano de bico verde, mico leão dourado.
11.6 PANTANAL
É conhecida como a maior planície inundável do mundo, com 210 mil Km com
140 mil Km no território brasileiro.
192
Fonte: Brasil Biomas (2011)
Clima: Úmido com chuvas frequentes de outubro a abril e raras entre maio e
setembro.
Solo: Solo rico em sedimentos e nutrientes caracterizando um solo fértil.
Flora: Carandá, figueira mata pau, jenipapo.
193
Figura 114: Flora presente no Pantanal
Ações Antrópicas
11.7 PAMPA
194
Figura 116: Paisagem típica do Pampa
195
de gato e pau de leite. Erva mate e hipérico são bem comuns.
Ações Antrópicas
196
11.8 MATA DE ARAUCÁRIA
Localização: No sul do país, entre Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
197
Clima: Temperado, com chuvas regulares e estações definidas.
Solo: Fértil e variado.
Flora: Araucárias.
Fauna: Gralha azul.
Ações Antrópicas
Mesmo existindo legislações como normas e regulamentos para proteção dos biomas
e a biodiversidade brasileira, é comum vermos noticiários sobre crimes ambientais en-
volvendo diversas atividades antrópicas dentro destas áreas que deveriam ser protegi-
das. São vários os motivos que estão levando a degradação dos biomas brasileiros.
Acompanhe a matéria sobre os impactos ambientais nos biomas neste site:
https://glo.bo/2MUAazs. Acesso em: 23 jan. 2021.
Para leitura complementar “Ecologia Geral” de Stein (2018), que aborda a importância
dos biomas para o nosso planeta. Disponível: https://bit.ly/3oDKUzC. Acesso em: 23 jan.
2021.
198
Figura 123: Mapa Mental
199
FIXANDO O CONTEUDO
1. (UFPR- 2011) – O território brasileiro possui diversos biomas, entre os quais se desta-
cam a Floresta Amazônica, o Cerrado e a Mata Atlântica. Sobre esses biomas, é
correto afirmar:
2. “Presença de árvore com troncos retorcidos, com solo raso, pedregoso e com ele-
vada acidez”. O trecho acima se refere ao bioma
a) Cerrado.
b) Caatinga.
c) Pampa.
d) Pantanal.
e) Mata Atlântica.
200
3. A vegetação dos Pampas é composta, principalmente, por
4. - O Pantanal é um tipo de bioma que se caracteriza por ser uma das maiores pla-
nícies inundáveis do planeta. Marque a alternativa que corresponde aos estados
brasileiros que possuem esse bioma.
201
5. “Bioma que teve aproximadamente 97% de sua cobertura original devastada”, é
ser representado pela letra
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
a) Cerrado.
b) Caatinga.
c) Pantanal.
d) Pampa.
e) Mata de Araucária.
I – Floresta densa, com grande biodiversidade, úmida e com uma grande camada
de matéria orgânica depositada no solo.
II – Campos abertos, rico em gramíneas e ervas.
III – Chove pouco, solo arenoso e pobre, plantas xerófitas presentes.
202
8. Embora existam legislações para a proteção de várias áreas dentro dos biomas, é
notório que o homem ainda explora de forma exacerbada e predatória os recur-
sos naturais disponíveis. Muita madeira é retirada para ser utilizada em fornos de
siderurgia e olarias. Esse tipo de exploração é comum em qual bioma?
a) Cerrado.
b) Pantanal.
c) Pampa.
d) Caatinga.
e) Mata Atlântica.
203
AS UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO, RESERVAS
LEGAIS E ÁREAS DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTES E
A LEGISLAÇÃO PERTINENTE
12.1 INTRODUÇÃO
204
Em outras palavras, Bacha (1992) descreve as Unidades de Conservação (UC)
como uma área delimitada para haver preservação de pelo menos um ecossistema,
ou de uma beleza natural, histórica ou cultural, ou de um banco genético ou de um
recurso natural (como a água, o solo, a flora e a fauna). A área em questão pode ser
terrestre ou aquática, e sobre ela pode variar o grau de atividade humana.
Para a biogeografia se torna importante a manutenção, preservação e con-
servação dos recursos naturais, pois são eles que caracterizam um ambiente, o terri-
tório, o habitat e as relações ecológicas existentes entre as espécies que permitem o
equilíbrio dos ecossistemas. Mediante a isto, delimitar áreas para o uso conservacio-
nista é permitir com que as espécies se desenvolvam e vivam em harmonia com o
homem.
É possível existir ecossistemas com atividade humana e outros necessitam da
ausência dessa ação. O grau de intervenção humana sobre o ambiente natural é
um dos fatores na definição dos tipos de Unidades de Conservação (Bacha, 1992).
O SNUC separa as unidades de conservação (UC) em dois grupos, de acordo
com seus objetivos de manejo e tipos de uso, são elas as de Proteção Integral e Uso
Sustentável.
205
Dentro deste agrupamento, ainda é possível classificar as Unidades de Con-
servação no Brasil, de acordo com Bacha (1992) em 15 tipos que podem ser:
Parque;
Monumento Natural;
Reserva Biológica;
Estação Ecológica;
Reserva Florestal;
Monumento Cultural;
Floresta Nacional;
Reserva Extrativista;
Reserva do Patrimônio Mundial;
Área de Preservação Permanente;
Reserva Ecológica;
Área Especial;
Local de Interesse Turístico;
Área de Proteção Ambiental;
Área de relevante Interesse Ecológico;
Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Além desses 15 tipos de Unidades de Conservação, Bacha (1992) ainda apresenta mais 7 ou-
tros tipos definidos, mas ainda não implantados no Brasil. São eles:
Santuário;
Refúgio da Vida Silvestre;
Estrada Parque;
Rio Cênico;
Parque de Caça;
Parque Natural;
Reserva de Fauna e Reserva da Biosfera.
206
Outras categorias existentes que não se enquadram como Unidades de Conservação, devido
a finalidade ser diferente da estabelecida para este conceito, não são para preservar o ecossistema
ou a beleza natural, ou bancos genéticos e recursos naturais. São elas:
Reserva Indígena;
Jardim Botânico;
Jardim Zoológico;
Para compreender mais sobre a Conservação das UC’s acesse o livro intitulado
“Quanto vale o verde: a importância econômica das unidades de conservação brasi-
leira” organizado por Young e Medeiros (2018). Disponível em: https://bit.ly/3pUdVso.
Acesso em: 21 jan. 2021.
207
Posteriormente, com a edição da Lei 7.803/1989, altera-se o regime da RL
acrescentando dois parágrafos ao art. 16, que institui um mínimo de 20% em qualquer
região, inclusive na área de Cerrado (Brasil, 1989). Além desta modificação, houve
um período onde as mesmas foram mais intensas e notórias, sob a presidência de
Fernando Henrique Cardoso (período de maior modificações no Novo Código Flores-
tal – 1965) chamadas de Medidas Provisórias (MPs), ocasionaram um papel impor-
tante no que diz respeito à proteção das áreas de ARLs, pois com a MP 1.511, de
25/7/1966 alterou-se a proteção da RL, com percentual mínimo de 50% das proprie-
dades, inclusive no norte da Região Centro-Oeste e na Região Norte, e ainda, 80%
nas áreas de cobertura arbórea que se constitui de fitofisionomias florestais (Brasil,
1996).
Outras modificações foram ocorrendo com o passar dos tempos buscando
melhorar a preservação das florestas. Fato que ocorreu com a edição da MP 1.605-
17, de 20/11/1997, que se acrescentaram três parágrafos ao art. 44 do Novo Código
Florestal, favorecendo a agropecuária familiar e determinando a realização do Zo-
neamento Ecológico Econômico (ZEE) (Brasil, 1997). Já a MP 1.736-31, de 14/12/1998,
inovou no sentido de possibilitar o cômputo para alcançar o percentual de RL nas
áreas relativas às florestas e demais formas de vegetação natural consideradas de
preservação permanente (Brasil, 1998).
Outro importante marco para as características da RL nos dias atuais, está
na edição ocorrida em 2000, com a MP 1.956-50,10 (2000b) que acrescentou ao art.
1º, §2º, o inc. III na Lei 4.771/1965, surgindo, então, o conceito de RL:
208
Quando lembramos que a biogeografia é o estudo da distribuição das es-
pécies no planeta, podemos interligar o conceito aos objetivos expressos pela RL,
que busca a reabilitação dos processos ecológicos essenciais que podem ser defini-
dos como aqueles responsáveis pela manutenção da dinâmica dos ecossistemas
atrelados aos mecanismos de autorregulação e homeostase e, que, se forem altera-
dos, através de processos de degradação, provocam efeitos de difícil reversibilidade
em raios de ação bastante significativos. A reabilitação dos processos ecológicos é
uma forma de manter a dinâmica dos ecossistemas presentes no meio ambiente,
inerentes a qualquer tipo de propriedade rural que desenvolva algum tipo de ativi-
dade exploratória (Guapyasssú & Hardt, 1998).
Segundo Gonçalves (2018) as discussões em torno da nova legislação florestal
foram intensas entre ambientalistas e ruralistas, até que a aprovação da Lei
12.651/2012 com alguns vetos da presidente Dilma Rousseff, entrou em vigor em 28/5/
2012.
Com tantas modificações lideradas pela bancada ruralista, mais favorecia o
produtor rural do que protegia a natureza. Visto que, tanto as APPs quanto a RL “que
aparentemente perderam sua função ecológica no novo texto, constituem impor-
tantes instrumentos não apenas para a estabilidade do clima, e para viabilizar o de-
senvolvimento da vida, senão a garantia da própria atividade econômica (Leite &
Ayala, 2014).
Dentre as varias modificações, outra que chama atenção é a possibilidade
de plantio de espécie exótica para fins de recomposição da RL, desde que não
exceda 50% da área total a ser recuperada, fato que, é criticado pois a introdução
de espécies exóticas advindas de outro país, pode ter efeito grave nas características
do ecossistema. Sendo assim, a possibilidade de plantio de espécies exóticas pode
afetar a função da conservação da biodiversidade, suas funções ecológicas e os
serviços ecossistêmicos, causando desequilíbrio nos ecossistemas (Silva, 2013).
209
mesma é deficiente em sua implementação o que a torna lenta e pouco eficaz na
prática (Eugenio, Santos, Luppi, & Feitosa, 2013).
Neste sentido, como já abordado nesta unidade, A Lei nº 4.771, de 1965 (Brasil,
1965), e alterada pelas Leis nºs 7.803/1989, 11.284/2006 (Conselho Nacional de Meio
Ambiente, 2006) e pela Medida Provisória nº 2.166-67/2001 (Brasil, 2001) estabelece as
APPs. Já o novo Código Florestal, Lei nº 12.651 (2012) Artigo 1º, §2º, II, as APPs consti-
tuem aquelas cobertas ou não por vegetação nativa, “[...] com a função ambiental
de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversi-
dade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas”.
Em outras palavras, como descreve Balbinot et al. (2008) As Áreas de Preserva-
ção Permanente (APP) foram criadas para proteger o ambiente natural e restringir
qualquer alteração de uso do solo, sendo proibida qualquer atividade humana e que
devem estar cobertas por vegetação nativa, tendo como ação ambiental de pre-
servar os recursos hídricos.
O site da Embrapa apresenta as categorias de APPs, assim como implementa-
das e dispostas pelo Novo Código Florestal, que apresenta:
Margens de Rios: As faixas marginais de qualquer curso d'água natural perene
e intermitente, excluídos os cursos d'água efêmeros, desde a borda da calha do leito
regular, em largura mínima de:
210
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
Você como professor deverá enfrentar diversos desafios para abordar conteúdos interdis-
ciplinares durante as aulas, seja ele para qualquer nível de escolaridade. Sendo assim,
pense e anote em seu caderno como seria possível trabalhar o tema “Unidades de Con-
servação” fora da sala de aula, como uma aula prática, dinâmica e lúdica e que envolva
o aluno.
211
Muitas mudanças ocorreram desde a criação do Código Florestal com muita polêmica por parte de profissi-
onais, cientistas exercendo forte pressão sobre o dispositivo legal.
Acompanhe as principais mudanças ocorridas em: https://bit.ly/3cD3qpq. Acesso em: 21 jan. 2021.
212
FIXANDO O CONTEÚDO
a) Estrada Parque.
b) Rio Cênico.
c) Parque de Caça.
d) Parque Natural.
e) Floresta Naciona.
De acordo com o Novo Código Florestal é possível realizar o plantio de espécie exótica
213
d) em 90% da Reserva Legal.
e) em 75% da Reserva Legal.
5. O Novo Código Florestal, Lei nº 12.651/12. Artigo 1º, §2º, II, definem que as APPs
constituem aquelas áreas cobertas ou não por vegetação nativa, “com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica,
a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas”.
a) Nascente.
b) Topo de morro acima de 20º de inclinação.
c) Cursos d'água efêmeros.
d) Lagos construídos.
e) Plantação de árvores exóticas.
214
Permanente e as áreas de Reserva Legal, sobre a exploração florestal, o supri-
mento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o
controle e prevenção dos incêndios florestais e prevê instrumentos econômicos e
financeiros para o alcance de seus objetivos é conhecida como:
7. “Locais com altura mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25°, as
áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 da altura mínima
da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado por planície ou espelho d'água adjacente ou, nos relevos ondulados,
pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação”.
Esta descrição que se encontra no Novo Código Florestal diz respeito a uma APP denominada
a) encosta.
b) topo de morros.
c) nascente.
d) veredas.
e) chapadas.
215
a) 100 m.
b) 50 m.
c) 40 m.
d) 30 m.
e) 20 m.
UNIDADE 01 UNIDADE 02
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 B
216
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B
UNIDADE 03 UNIDADE 04
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 C
UNIDADE 05 UNIDADE 06
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B
UNIDADE 07 UNIDADE 08
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 B
UNIDADE 09 UNIDADE 10
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
217
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 A
UNIDADE 11 UNIDADE 12
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 D
UNIDADE 13 UNIDADE 14
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B
218
REFERÊNCIAS
219
Brasil. (1998). Medida Provisória Nº 1.736-31, de 14 de Dezembro de 1998. Dá nova
redação aos arts. 3o, 16 e 44 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, e dispõe
sobre a proibição do incremento da conversão de áreas florestais em áreas
agrícolas na região Norte e na parte Norte da região Centro-Oeste [...]. Acesso em
12 de 01 de 2021, disponível em https://bit.ly/2LhwZl1
Brasil. (2000a). Lei Nº 9.985, de 18 de Julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o,
incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação da Natureza e dá outras providências. Acesso em 12 de 01 de
2021, disponível em https://bit.ly/39KTSXu
Brasil. (2000b). Medida Provisória Nº 1.956-49, de 27 de Abril de 2000. Dá nova
redação aos arts. 3º, 16 e 44 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, e dispõe
sobre a proibição do incremento da conversão de áreas florestais em áreas
agrícolas na região Norte e na parte Norte da região Centro-Oeste [...]. Acesso em
19 de 12 de 2020, disponível em https://bit.ly/36AhtYU
Brasil. (2001). Medida Provisória Nº 2.166-67, de 24 de Agosot de 2001. Altera os arts.
1º, 4º, 14, 16 e 44, e acresce dispositivos à Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,
que institui o Código Florestal, bem como altera o art. 10 da Lei no 9.393, de 19 de
dezembro de 1996 [...]. Acesso em 22 de 12 de 2020, disponível em
https://bit.ly/2Yzk3u1
Brasil. (2012). Lei Nº 12.651, de 25 de Maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da
vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de
dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771,
de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989 .. Acesso em 12 de 01 de
2021, disponível em https://bit.ly/3oOrl7V
Brown, J. H., & Lomolino, M. V. (2006). Biogeografia (2 ed.). Ribeirão Preto, SP:
FUNPEC.
Carvalho, A. G. (2014). Sedimentogênese, uma parcela do ciclo das rochas. . Sopas
de Pedra.
Celino, J., Marques, E., & Leite, O. (2003). Da deriva dos continentes a teoria da
tectônica de placas: uma abordagem epistemológica da construção do
conhecimento geológico, suas contribuições e importância didática. UFB Geo.br,
11-23.
Cervato, C., & Frodeman, R. (2012). A importância do tempo geológico:
desdobramentos culturais, educacionais e econômicos. The Geological Society of
America, 19-27.
Conselho Nacional de Meio Ambiente. (2006). Resolução CONAMA nº 369, de 28 de
março de 2006. Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse
social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de
vegetação em Área de Preservação Permanente-APP (Publicação DOU nº 061, de
29/03/2006, págs. 150-151). Acesso em 20 de 12 de 2020, disponível em
https://bit.ly/2YEzkd4
Costa, F. A., Eiterer, M., & Paleari, L. M. (2010). Classificação biológica: desafios na
história da biologia. Em L. M. Paleari, R. S. Campos, H. Otsuka, & M. B. Carvalho, (Ed.)
Experimentando ciência: Teoria e prática para o ensino da biologia (pp. 89-110).
220
São Paulo: Cultura Acadêmica (UNESP). Acesso em 21 de 12 de 2020, disponível em
https://bit.ly/39Hdn3c
Cox, B., Moore, P. D., & Ladle, R. J. (2019). Biogeografia: Uma Abordagem Ecológica
E Evolucionária. Rio de Janeiro: LTC.
De Martonne, E. (1954). Panorama da Geografia (Vol. 3 vols). (P. d. Physique, Trad.)
Lisboa: Cosmos.
Eugenio, F. C., Santos, A. R., Luppi, A. S., & Feitosa, L. S. (jan./jun. de 2013).
Identificação e quantificação das áreas em conflito com a legislação ambiental
brasileira para Alegre, Espírito Santo (ES)-Brasil. Revista Geográfica Venezolana,
54(01), 31-45. Acesso em 24 de 12 de 2020, disponível em https://bit.ly/2Yz94R8
Figueiró, A. S. (2015). Biogeografia: dinâmicas e transformações da natureza. São
Paulo: Oficina de Textos.
Fragoso Jr, R., Ferreira, R. C., & Marques, D. M. (2009). Modelagem ecológica em
ecossistemas aquáticos. São Paulo: Oficina dos Textos.
GEOPARK ARARIPE. (s.d.). GEOPARK ARARIPE - UM TERRITÓRIO DIVERSO. Acesso em
25 de 02 de 2020, disponível em http://geoparkararipe.urca.br/
Gonçalves, J. S. (2018). A evolução da proteção da Reserva Florestal Legal no Brasil
e a segurança jurídica. Revista Direito Ambiental e Sociedade, 08(01), 237-264.
Acesso em 22 de 12 de 2020, disponível em https://bit.ly/39Hipg6
Grotzinger, J., & Jordan, T. (2013). Para Entender a Terra (6 ed.). Bookman.
Guapyasssú, M. d., & Hardt, L. P. (jan./dez. de 1998). Avaliação de fragilidade
ambiental: uma nova abordagem metodológica para unidades de conservação
de uso indireto em áreas urbanas. Floresta e Ambiente (FLORAM), 05(01), 55-67.
Acesso em 24 de 12 de 2020, disponível em https://bit.ly/3oEozlh
Heads, M. (2016). Pan-biogeografia da América do Sul. Em C. J. Carvalho, & E. A.
Almeida, (Ed.). Biogeografia da América do Sul: Análise de tempo, espaço e forma
(2 ed., pp. 53-103). Rio de Janeiro: Roca.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica . (2020). Atlas Geográfico Escolar. Acesso
em 25 de 02 de 2020, disponível em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica :
https://atlasescolar.ibge.gov.br/
Leite, J. R., & Ayala, P. A. (2014). Dano ambiental: do individual ao coletivo
extrapatrimonial: teoria e prática (6 ed.). rev. atual. e ampl. São Paulo: RT.
Lima, T., & Neves, C. (2013). Sumário Mineral Brasileiro (Vol. 33). Brasília: DNPM/MME.
Lundgren, R. (2015). Acesso em 17 de 01 de 2020, disponível em O papel da
liderança na pesquisa científica: https://bit.ly/3gzfBT4
Mansur, K. (2013). Teoria da Tectônica de Placas. Acesso em 25 de 02 de 2020,
disponível em Departamento de Recursos Minerais: https://bit.ly/3fbcmjo
Menezes, S. (2012). Minerais comuns e de importância econômica: um manual fácil.
(2 ed.). São Paulo: Oficina de textos.
Nunes, B. (1999). Introdução à Filosofia da Arte. São Paulo: Ática.
221
Onary-Alves, S., Becker-Kerber, B., Valentin P, .., & M.L.A.F, P. (2015). O conceito de
geoparque no Brasil: reflexões, perspectivas e propostas de divulgação (2 ed., Vol.
11). Terra e Didatica.
OXFORD DICTIONARY ONLINE. (2013). British and World Version. Oxford: Oxford
University Press. Acesso em 17 de 11 de 2020, disponível em https://bit.ly/3jeGZIj
Papavero, N., & Teixeira, D. M. (2001). Os viajantes e a biogeografia. Hist. Ciênc.
Saúde, 8, 1015-1037. Acesso em 21 de 12 de 2020, disponível em
https://bit.ly/39GwBpz
Paulino, W. R. (2004). Biologia: série novo ensino médio (Vol. ÚNICO). São Paulo:
Ática.
Pena, R. F. (s/d ). Eras Geológicas. Acesso em 25 de 03 de 2020, disponível em Alunos
Online : https://bit.ly/39DUpc2
Pires, A. S., Stein, R. T., Oliveira, F. C., & Leão, M. F. (2018). Gerenciamento de unidades
de conservação. Porto Alegre: SAGAH.
Popp, J. (2017). Geologia Geral (7 ed.). Rio de Janeiro: LTC.
Press, F., Grotzinger, J., R., S., & Jordan, T. (2006). Para Entender a Terra (4 ed.).
Bookman.
Puente, M. A., kjaskakjskjsk, kjaskjajskjaskjk, & lkajskajskajskjaskj. (2008). Enciclopédia
do estudante: Ecologia. (N. C. Júnior, Trad.) Moderna: São Paulo.
Recoder, R. (2011). Biogeografia baseada em eventos: uma introdução. Revista da
Biologia, Esp. Biogeografia, 18-25. Acesso em 24 de 12 de 2020, disponível em
https://bit.ly/39GW2HS
Ribeiro, M. A. ([1998] 2009). Ecologizar: princípios para a ação (Vol. 1). rev. e ampl.
Brasília: Universa.
Ridley, M. (2007). Evolução (3 ed.). (H. B. Ferreira, L. Passaglia, & R. Fischer, Trads.) São
Paulo: Artmed.
Ross, J. (2005). Geografia do Brasil (5 ed.). São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo.
Santos, T. d., Santos, A. P., José Eudes da Silva Texeira de Carvalho, L. M., Almeida,
M. C., & Aciole, E. H. (06 de 2020). O jogo das relações ecológicas como estratégia
metodológica no ensino da biologia. Braz. J. of Develop., 06(06), 35246-35254.
Acesso em 10 de 12 de 2021, disponível em https://bit.ly/2YBYJUD
Serviço Geológico do Brasil- CPRM . (S/D). Geoparques. Acesso em 20 de 02 de 2020,
disponível em Serviço Geológico do Brasil- CPRM : https://bit.ly/3g41GUY
Shane, S. A. (2007). Sobre solo fértil : como identificar grandes oportunidades para
empreendimentos em alta tecnologia. (W. Loeffler., Trad.) Bookman: Porto Alegre.
Silva, J. A. (2013). Direito Ambiental Constitucional (10 ed.). atual. São Paulo:
Malheiros.
Sobrinho, C. (2016). A falácia do desenvolvimento sustentável: Uma análise a partir
da sociedade de consumo. 2016. 198 f. Tese (Doutorado em Ciencias Sociais) -
222
Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília. Acesso em
26 de 02 de 2020, disponível em https://bit.ly/3g90tvA
Sposito, E. S. (2004). Geografia e filosofia: contribuição para o ensino do pensamento
geográfico. São Paulo: Editora UNESP.
Stein, R. T. (2018). Ecologia geral. Porto Alegre: SAGAH.
Teixeira, W. (2013). Tectonica Global. Em W. Teixeira, Geologia Ambiente na Terra .
Licenciatura em ciências-USP/ Univesp.
Teixeira, W., Toledo, M., Fairchild, T., & Taioli, F. (2003). Decifrando a Terra. São Paulo
.
Ter Stepanian, G. (1988). The beginnig of the Technogene. Bulletin of International
Association of Engineering Geology. Acesso em 25 de 02 de 2020
Warnavin, L., & Araújo, W. (2016). Estudo das transformações da paisagem e do
relevo. Curitiba: InterSaberes.
Young, E. F., & Medeiros, R. (2018). Quanto vale o verde: a importância econômica
das unidades de conservação brasileiras. Rio de Janeiro: Conservação
Internacional.
223