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RESUMO: O Meio Interestelar (MI) é um objeto de pesquisas com uma série de perguntas ainda a
serem respondidas. Compreender suas características é a base para compreender diversos fenômenos
que se desenvolvem no ambiente interestelar. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é realizar uma
revisão bibliográfica e apresentar um panorama das pesquisas atuais sobre o MI, bolhas interestelares
e a Bolha Interestelar Local, na qual o Sol está inserido. Este trabalho foi realizado a partir de uma
investigação bibliográfica sobre: o MI, a formação de bolhas interestelares e a Bolha Local. As bolhas
interestelares (cavidades de baixíssima densidade no MI) provavelmente se formam a partir dos ventos
solares de estrelas massivas. Atualmente, comunidade científica está voltada para confirmar e
caracterizar a Bolha Local. Percebe-se também que, com o avanço da ciência, muito se utilizou das
novas ferramentas para se estudar a Bolha Local; ferramentas que possibilitaram a confirmação de
dados e teorias, e para outras, sua rejeição.
ABSTRACT: The Interstellar Medium (MI) is a research subject with a number of questions yet to be
answered. Understanding its characteristics is the basis for understanding various phenomena that
develop in the interstellar environment. In this context, the objective of this work is to carry out a
literature review and present an overview of current research on MI, interstellar bubbles and the Local
Interstellar Bubble, in which the Sun is inserted. This work was carried out from a bibliographical
investigation on: the MI, the formation of interstellar bubbles and the Local Bubble. Interstellar
bubbles (very low-density cavities in MI) are probably formed by the solar winds of massive stars.
Currently, the scientific community is focused on confirming and characterizing the Local Bubble. It
is also noticed that, with the advancement of science, a lot of new tools were used to study the Local
Bubble; tools that enabled the confirmation of data and theories, and for others, their rejection.
KEYWORDS: Local Bubble; Interestellar Bubbles; Supernovae, Massive Stars, Solar Winds;
Astronomy;
INTRODUÇÃO
O Meio Interestelar (MI) é a região encontrada entre as estrelas, apesar de parecer pouco
atrativo no primeiro contato, conhecer essa região é importantíssima para se entender os inúmeros
processos que nele ocorrem (DYSON e WILLIANS, 2021).
MATERIAL E MÉTODOS
Este artigo foi realizado a partir de uma revisão integrativa sobre o Meio Interestelar, formação
de bolhas interestelares e a Bolha Local, visando a definição de conceitos, a revisão de teorias e a
exposição do panorama atual a respeito do tema Bolha Local.
A busca pelo referencial teórico foi feita por meio da seleção de livros (DYSON; WILLIAMS,
2021), artigos (WEAVER, 1977), teses (BARBOSA, 1998) e dissertações (SANTOS, 2009)
encontradas a partir das plataformas: Google Acadêmico (GOOGLE, 2021), Astro-ph (ASTRO-PH,
2021) e Scielo (SCIENTIFIC ELECTRONIC LIBRARY ONLINE, 2021). Para isto foram utilizadas
palavras-chave como: composição do meio interestelar, bolhas interestelares, formação de bolhas
interestelares, a Bolha Local, etc.
Os materiais selecionados foram submetidos a uma verificação de pertinência ao tema estudado
e a confiabilidade quanto aos locais de publicação.
Por fim foram realizados estudos para extração e análise dos dados obtidos. A partir dessas
informações, foi organizado um banco de dados com os materiais da pesquisa bibliográfica. Em
seguida, foi redigido este trabalho apresentando esta revisão de maneira estruturada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Meio Interestelar
O meio interestelar (MI) como o próprio nome indica, é o espaço entre as estrelas. O MI “[...]
é preenchido por um gás tênue composto por hidrogênio e hélio e uma pitada de partículas sólidas
mais pesadas.” (TIELENS, 2005 p. 1, tradução dos autores). A origem destes componentes, em suma,
provém da morte de estrelas (supernovas). Para Dyson, J. E.; Williams, D. A (2021) tanto supernovas,
quanto estrelas menos massivas, enriquecem o meio interestelar com os “restos” da queima
termonuclear. Estes restos, são os metais, que no jargão da Astronomia, são todos os elementos mais
“pesados” que hidrogênio e hélio.
Quanto à composição do gás interestelar, temos as seguintes proporções: “O gás é composto
predominantemente por hidrogênio, seguido 10% de hélio e por fim 0,1% de átomos de carbono,
nitrogênio ou oxigênio.” (DYSON e WILLIANS, 2021, p. 26, tradução dos autores). A partir dessas
informações é possível inferir que quanto maior a massa do elemento, menor é a participação do
mesmo na composição do gás interestelar. Já a poeira interestelar é composta por materiais sólidos
com dimensões muito pequenas e que se assemelham à fumaça, com raio variando entre 10-9 a 10-7 m
(DYSON e WILLIANS, 2021).
Quanto à densidade, pode-se afirmar que não há nenhum local no universo que não exista
matéria, ou seja, gás e poeira estelar são encontrados em toda a extensão do MI, e, de acordo com
Maciel (2002, p. 20) “A característica mais marcante do meio interestelar é, provavelmente, sua
Figura 1: (à esquerda) leitura em UV da região da Bolha Local, o gás interestelar em altas temperaturas seria
transparente a essa radiação, permitindo ver as estrelas nessa região (CHAISSON, E.; MCMILLAN, S. 2017). (à
direita) Visão esquemática da posição das nuvens moleculares na vizinhança da Bolha Local, de acordo com o
mapeamento de CO de Dame et al. (1987). (SANTOS, 2019)
CONCLUSÕES
Apesar de muito estudar as Bolhas Interestelares e principalmente a BL, conclui-se que este é
um objeto de estudo que não possui respostas conclusivas. Pode-se atribuir, em primeiro momento,
que esse comportamento é esperado, pois o seu estudo é recente, iniciado há aproximadamente cinco
décadas.
Embora muito se debateu sobre a confirmação da existência da Bolha Local no passado, a
comunidade científica atual está mais voltada para sua confirmação e caracterização, buscando agora,
compreender melhor o seu processo de origem e suas dimensões.
Percebe-se também que, com o avanço da ciência, muito se utilizou das novas ferramentas para
se estudar a Bolha Local; ferramentas que possibilitaram a confirmação de dados e teorias, e para
outras, sua rejeição.
REFERÊNCIAS
ASTRO-PH. Astrophysics. Disponível em: < https://arxiv.org/archive/astro-ph>. Acesso em:
19 ago. 2021.
BARBOSA, W. J. C. O Meio Interestelar Local na Direção das Nuvens Escuras Saco de
Carvão e Chamaeleon-Musca. Tese (Doutorado em Física) - Departamento de Física – ICEx,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1998.
CHAISSON, E.; MCMILLAN, S. Astronomy: A Beginner’s Guide to the Universe. 8. ed.
[s.n.]: Pearson, 2017.
DYSON, J. E.; WILLIAMS, D.A. The Phisics of the Interestellar Medium. 3. ed. Boca
Raton e Oxon: CRC Press, 2021.
GOOGLE. Google Acadêmico. Disponível em: < https://scholar.google.com.br/?hl=pt>.
Acesso em: 19 ago. 2021.
MACIEL, J. M. Astrofísica do Meio Interestelar. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2002. v. 41.
REIS JUNIOR, W. Três aspectos fundamentais da Bolha Local. 2011. Tese (Doutorado em
Física) – Departamento de Física – ICEx, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,
2011.
RENDÓN, B.P. et al. Formación de borujas y cascarones alredor de estrelas de alta
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SANTOS, F. P. Polarização Interestelar na Região de Interação entre as Bolhas Local e
Loop I. Dissertação (Mestrado em Física) - Departamento de Física – ICEx, Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.
SCIENTIFIC ELECTRONIC LIBRARY ONLINE. Scielo. Disponível em <
https://www.scielo.org/pt/>. Acesso em: 19 jul. 2021.
TIELENS, A. G. G. M. The Phisics and Chemistry of the Interestellar Medium. New
York: Cambridge University Press, 2005.
WEAVER, R. et al. Interestelar Bubbles II. Structure and Evolution. The Astrophysical
Journal, [S.I.], v. 218, p.377-395, dez, 1977.