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Planejamento do processo
de Ensino e Aprendizagem
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA
Robson Braga de Andrade
Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

CONSELHO NACIONAL
Robson Braga de Andrade
Presidente

SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor Geral
Gustavo Leal Salles Filho
Diretor de Operações
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Diretor Adjunto

SENAI CETIQT

DIRETORIA EXECUTIVA COLEGIADA

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Diretor Executivo

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Esta publicação foi elaborada pela equipe da Coordenação de Educação a Distância do SENAI CETIQT do Rio
de Janeiro, com a colaboração do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os departa-
mentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI CETIQT – Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil


Coordenação de Educação a Distância – CEaD

FICHA CATALOGRÁFICA
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SOBRE A AUTORA

Maria Stela Antunes da Silva


Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal Fluminen-
se (1972), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(1982) e doutorado em Filosofia pela Universidade Gama Filho (2000). Atual-
mente é professor colaborador da Universidade da Força Aérea e professor da
Universidade Estácio de Sá. Tem experiência nas seguintes áreas de Graduação
e Pós-Graduação: Filosofia, com ênfase na evolução do conhecimento do Ho-
mem através dos tempos, utopia e o Homem e suas circunstâncias em Ortega y
Gasset; Pedagogia, estudos sobre Pesquisa e Prática em Educação (PPE); Admi-
nistração, Direito e Instituto do Ar, disciplinas de Estágio, Metodologia Científica
e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Participou da implantação da Educação
à Distância (EAD) na Universidade da Força Aérea e atua como professora. Livros
editados: 1) Metodologia da pesquisa científica: Um desafio em construção. Rio
de Janeiro: 2013; 2) E-book: Janelas do Brasil. Rio de Janeiro: 2021 –Disponível
em: https://www.amazon.com.br/Janelas-Brasil-Maria-Stela-Antunes-ebook/
dp/B09P2S2FGD; 3) Tecendo poesias. Rio de Janeiro: 2023.
6

SUMÁRIO
Sobre a autora............................................................................................................................5

Contexto e justificativa.............................................................................................................7

Planejamento em questão........................................................................................................10

Planejar para tecer....................................................................................................................25

Novos tempos, novas redes.....................................................................................................52

Referências.................................................................................................................................64
7

Rede de
conhecimentos: TEIA

CONTEXTO E JUSTIFICATIVA

“O conceito de educação ao longo da vida é a chave que abre as


portas do século XXI; ele elimina a distinção tradicional entre edu-
cação formal inicial e educação permanente. Além disso, converge
em direção a outro conceito, proposto com frequência: o da “so-
ciedade educativa” na qual tudo pode ser uma oportunidade para
aprender e desenvolver os talentos.”
(DELORS, 1998, p. 32).

A Educação pós-pandemia vem vivenciando diferentes desafios e transformações.

Tecnologia, Educação, Inovação e Aprendizagem (TEIA) sofreram mudanças significa-


tivas para atender às demandas das novas realidades, perspectivas, flexibilidades, tendo
como respaldo a pesquisa.

A pandemia acabou gerando muitos impactos, especialmente no âmbito da tecnolo-


gia, já que a Internet, os celulares e computadores passaram a ocupar um espaço primor-
dial na relação professor-aluno, uma vez que o contato presencial precisou ser evitado.
8

A vida, a saúde falavam mais alto.

Como consequência, novas estratégias foram tecidas para serem lançadas à educação.

Foi confiada à UNESCO, na Declaração de Incheon, Coreia do Sul, em maio de 2015, a


liderança e a coordenação da Educação 2030, no âmbito do Objetivo de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), que visa “assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e
promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.”

Estes objetivos têm como foco 5 princípios, iniciados com a letra “P”, que são:
1 Pessoa
2 Planeta
3 Prosperidade
4 Paz
5 Parceria.

Sem uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade e oportunidade ao longo


da vida para todos, os países não terão sucesso em alcançar a igualdade entre ho-
mens e mulheres e quebrar o ciclo de pobreza que deixa milhões de crianças, jovens
e adultos para trás.

O futuro da Educação, segundo a UNESCO: Aprender a tornar-se (2015).

É esse o nosso maior propósito: contribuir para que você professor se torne cada vez
mais eficiente/eficaz no exercício da docência, buscando e estendendo seus conhecimen-
tos a você e à sociedade.

Tal qual uma rede, o saber irá crescer e alcançar mais e mais pessoas.

Como a aranha que tece a sua teia, estamos também diante de novos desafios ao
tecermos a educação: redes de colaboração, teias sociais, teias de novos negócios, cone-
xões de pessoas e recursos tecnológicos.

A aranha parte de um ponto e vai se estendendo por fios tênues e firmes. Assim também
deve ser a relação professor/aluno para que se realize a aprendizagem. O professor tendo
sempre o objetivo de criar espaços para o aluno aprender a aprender, a buscar o saber.

É a TEIA fazendo seu percurso, se estendendo para o desenvolvimento de competên-


cias significativas, do seu perfil profissional, sempre atenta às circunstâncias, ao cresci-
mento da pessoa, do planeta, num ambiente de prosperidade e paz.
9

O presente curso tem por objetivo geral:

Capacitar indivíduos em nível superior para atuarem como docentes na educação


profissional e tecnológica, promovendo o desenvolvimento das competências requeridas
para esse perfil profissional.

Os aspectos aqui estudados irão considerar principalmente teoria/ação no Planeja-


mento do Processo Ensino/Aprendizagem. Dentre eles veremos:

1. Planejamento em questão;
2. Plano de Aula e desenvolvimento da prática docente;
3. Resultado do Processo Ensino/Aprendizagem.

Esses conhecimentos nos levam às seguintes questões:

1. Qual o papel do homem na vida?


2. Como a atuação pedagógica, numa perspectiva reflexiva, pode contribuir para o
seu desenvolvimento profissional?
3. Quais as possíveis repercussões de uma prática pedagógica inovadora para os alu-
nos da era pós-Moderna?
4. Como o homem atua na mudança?
5. Quais os elementos dos conceitos de conhecimento, habilidades e atitudes?
6. Como colocar a reflexão/inovação educacional transformadora em ação?
7. Como trabalhar com as principais tecnologias da comunicação?
8. O que, como, por que e para que avaliar?
9. Qual o professor que queremos ser?
10. Qual a importância da autoavaliação?
11. Qual o papel do aluno na Escola atualmente?
10

ETAPA 1

Planejamento em questão

Objetivos:

• Conhecer os fundamentos que caracterizam o planejamento escolar, com base nos


documentos de PDI, PPP e Plano de Curso;
• Coletar informações do Plano de Curso por meio da avaliação diagnóstica e de
outras fontes, tendo em vista a elaboração de planos de ensino e aprendizagem;
• Analisar e propor melhorias a partir das informações coletadas na avaliação diagnóstica.

Planejamento
O nosso desejo é ajudar você a transformar sua prática docente, objetivando a mudan-
ça. Mas, para que haja uma mudança significativa, nós nos deparamos com uma atividade
própria do homem chamada Planejamento.

Antes de prosseguir, responda: quais ações você planejou hoje?

De acordo com Vasconcellos (2006, p. 15), há diferentes níveis de planejamento. Veja-


mos a relação que o autor faz entre o planejamento e a educação:
existem, naturalmente, diferentes níveis de complexidades de
ações e, por- tanto, de planejamento. O planejamento educacional
é da maior importância e implica enorme complexidade justamente
por estar em pauta a formação do ser humano.
11

O planejamento é definido por Carlos Luckesi (2001, p. 115) como:


o ato de planejar, como todos os outros atos humanos, implica
escolha e, por isso, está assentado numa opção axiológica. É uma
“atividade-meio”, que subsidia o ser humano no encaminhamento
de suas ações e na obtenção de resultados desejados, e, portanto,
orientada por um fim.

O ato de planejar se assenta em opções filosófico-políticas; são


elas que estabelecm os fins de uma determinada ação. E esses fins
podem ocupar um lugar tanto no nível macro como no nível micro
da sociedade. Situa-se onde se situar, ele é um ato axiologicamente
comprometido.

Para ir além ao conceito de Luckesi, vejamos algumas anotações importantes. O ter-


mo axiologia vem do grego axios, que significa digno de ser estimado, e logos, que signi-
fica ciência, teoria.

De acordo com Hilton Japiassu (1991, p. 31), a axiologia:


[...] estima que o conhecimento tem por origem não as coisas em
si, mas a apreensão de uma relação entre as realidades e um ideal
que é um absoluto, embora posto como valor. É a relação com esse
valor que nos permite apreciar, julgar e conhecer uma realidade, um
objeto, um ato, uma ideia e uma palavra.

Em outras palavras, é tudo aquilo que se refere a um conceito de valor, isto é, os princí-
pios predominantes em uma determinada sociedade, especialmente os morais.

E o que é valor?

Segundo o conceito apresentado por José Ferrater Mora (1978), valor é o que é presti-
giado por uma pessoa, é uma escolha individual, subjetiva, produto da cultura em que o
indivíduo está inserido, ou seja, o que é mais importante para cada sujeito.

Neste momento, faça uma reflexão sobre suas atividades educacionais, relacionando
aquelas para as quais você realmente faz um planejamento e, dentre essas, liste as de maior
valor para você.

Sabemos que os professores reconhecem a importância do planejamento, mas acabam


percebendo uma série de limitações em sua realização.

Por outro lado, estudos realizados por Vasconcellos (2006) relatam que, para os pro-
fessores, a ação educativa é impossível de ser prevista por causa da dinâmica da realidade
escolar e pelo tempo necessário para desencadear um processo de planejamento significa-
tivo, sendo esse mera formalidade.
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Ainda segundo o autor, planejar é antecipar sistematicamente uma ação a ser realizada
e agir de acordo com o previsto; é buscar realizar atividades essencialmente humanas; o
real é comandado pelo ideal. É o resgate das necessidades e possibilidades do professor
que, por meio do planejamento, irão conduzir a mudanças previstas.

E o que você pensa a respeito?

À medida em que o professor planeja, ele está mais próximo de concretizar seus ideais,
participando ativamente da história. Carvalho (1992, p. 137) afirma que as ciências da plani-
ficação permitiam, sobretudo, que o homem se apercebesse da natureza e dos mecanismos
das determinações que condicionam sua vida, controlando e manipulando estas em favor
de seus projetos.

Orientado pelo planejamento, o professor pode agir sobre si e sobre o ambiente em


que está inserido de modo intencional. Vázquez (1977, p. 186), sobre planejar, afirma que:

Vários atos desarticulados ou justapostos casualmente não permitem que se fale de


atividade (de planejamento); é preciso que os atos singulares se articulem ou estruturem,
como elementos de um todo, ou de um processo total, que culmina na modificação de
uma realidade.

Para mergulharmos no planejamento educacional, vamos estudar sobre o Plano de De-


senvolvimento Institucional (PDI) proposto pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC).

PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

O que é o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)? Você já ouviu falar sobre ele?

Tomando por base o Artigo 16 do Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006, que estipula
as diretrizes para a elaboração do PDI, esse Plano é o meio pelo qual a instituição traça
suas expectativas para o futuro.

E em que consiste o PDI?

É o espaço em que se planejam os objetivos de longo prazo e as medi-


das reais necessárias para sua execução. Nesse planejamento, a instituição
elabora os caminhos a seguir, considerando as experiências do passado e o
conhecimento presente.

Observe no diagrama a seguir os pressupostos necessários para a ela-


boração do PDI. Aproveite a oportunidade e reflita sobre o papel do PDI. Será
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que estamos preparados para atender aos interesses da nossa sociedade?

Em qual legislação está pautado o PDI?

Artigo 16 do Decreto n° 5.773 de 9 de maio de 2006

E quais são os seus pressupostos básicos?

De acordo com as Instruções elaboradas com base no Decreto n° 5.773,


de 9 de maio de 2006, idealizadas pelo Sistema de Acompanhamento
de Processos das Instituições de Ensino Superior (SAPIEnS) do MEC, são
enunciados os seguintes pressupostos básicos:

1. Devem integrar os anexos do PDI, no credenciamento de uma


Instituição, os seguintes documentos:
- Projetos de cursos previstos para o primeiro ano de vigência
do PDI;
- Regimento ou Estatuto conforme a natureza da instituição; e
- Outros documentos relevantes e complementares ao PDI.
2. A construção do PDI deverá se fazer de forma livre, para que a
Instituição exercite sua criatividade e liberdade.
3. O texto do PDI deverá ser conciso e claro.

PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL - PDI

ANEXOS:
1. PLS
2. PDTIC
3. PETI

RELACIONAMENTO
COM A AVALIAÇÃO
SOCIEDADE INSTITUCIONAL

POLÍTICAS
DE GESTÃO
INFRAESTRUTURA
FÍSICA Cronograma de Expansão
da Infraestruttura
Formato de Planilha
Compartilhado via Drive

PDI
PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO 2019 POLÍTICAS Plano de oferta
INSTITUCIONAL ACADÊMICAS de Cursos e Vagas
2023 Formato de Planilha
Compartilhado via Drive
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Ainda de acordo com as instruções elaboradas pelo SAPIEnS/MEC, os pontos essen-


ciais a serem incluídos no PDI, conforme seus eixos temáticos, são:

PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL - PDI

Perfil
Institucional

Projeto
Aspectos Pedagógico e
Financeiros Institucional

Avaliação

PDI
e Acompa- Cronograma
nhamento

Corpo
Infraestrutura Docente

Organização Corpo
Administrativa Discente

A seguir detalharemos cada um desses pontos.

PERFIL INSTITUCIONAL

No que tange ao perfil de cada instituição, serão necessários os seguintes itens:

• Histórico da implantação e desenvolvimento da instituição educacional;


• Missão;
• Objetivos;
• Metas;
• Área de atuação.
15

PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL

Aqui estão listados os pontos principais do Projeto Pedagógico Institucional (PPI), a


ser aprofundado adiante:

• Contexto social;
• Princípios filosóficos;
• Princípios técnicos/metodológicos;
• Organização didático-pedagógica da instituição;
• Concepção do cidadão;
• Concepção de profissional;
• Concepção de conhecimento;
• Concepção de currículo;
• Relação teoria e prática.

Neste contexto, a organização didático-pedagógica deve abarcar critérios gerais para


definição dos seguintes tópicos:

• Inovações consideradas significativas, especialmente quanto à flexibilidade dos


componentes curriculares;
• Oportunidades diferenciadas de integralização curricular;
• Atividades práticas de estágio;
• Desenvolvimento de materiais pedagógicos;
• Incorporação de avanços tecnológicos;
• Políticas de pesquisa;
• Políticas de extensão;
• Descrição de responsabilidade social da instituição, contribuindo para a inclusão
social e econômica da região.

PARA IR ALÉM
A célebre frase “Só sei que nada sei” de Sócrates nos faz refletir sobre o fato de
que quanto mais sabemos, mais percebemos que não sabemos nada.
São tantas coisas a aprender que é importante que você, como um aluno, vá além
das informações apresentadas neste material.
Neste momento, sugerimos que você saiba mais sobre o Decreto nº 5.773, de 9
de maio de 2006, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão
e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e
sequenciais no sistema federal de ensino.
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CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA INSTITUIÇÃO E


DOS CURSOS (PRESENCIAIS E A DISTÂNCIA)

O PDI varia desde uma dimensão mais ampla da instituição (missão, objetivos, proje-
tos pedagógicos) até questões imediatas da organização acadêmica (alunos/turma, cria-
ção de cursos), propondo que a instituição venha a concatenar ações de curto prazo com
perspectivas de longo prazo.

Lembre-se de que:

“Caminhante, não há
caminho, o caminho se faz
ao caminhar”
Antônio Machado.

É importante repensar que as transformações de um trabalho empírico para um tra-


balho científico/planejado de uma instituição não ocorrem apenas com um documento.
Elas se constroem dentro e fora do contexto educacional por meio de mobilização, refle-
xão, consciência e comprometimento de todos os atores envolvidos com a atualização
institucional.

Dentro dos critérios que devem constar no PDI, são essenciais as propostas de cursos
presenciais e a distância.

O PDI varia desde uma dimensão mais ampla da instituição (missão, objetivos, proje-
tos pedagógicos) até questões imediatas da organização acadêmica (alunos/turma, cria-
ção de cursos), propondo que a instituição venha a concatenar ações de curto prazo com
perspectivas de longo prazo.

As instituições deverão apresentar dados relativos ao número de vagas, dimensões


de turmas, turno de funcionamento e regime de matrícula de seus cursos. Além disso,
deverão informar a situação atual dos seus cursos (em funcionamento, em fase de auto-
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rização ou de futuras solicitações).


As instruções do SAPIEnS/MEC estipulam ainda o que uma instituição deve incluir no
detalhamento do PDI:

• Cursos de Graduação;
• Programas Especiais de Formação Pedagógica;
• Pós-graduação (lato sensu e stricto sensu);
• Polos de EAD;
• Campi.

PERFIL DO CORPO DOCENTE

E como fica o corpo docente no PDI, segundo as normas desse Decreto?


Para cada docente, deve ser preparado/redigido um documento em que constem sua
vida acadêmica e todo seu perfil detalhado, incluindo a titulação, o regime de trabalho e
sua experiência acadêmica e profissional.

Também deve ser discriminado um Plano de Carreira, com descrições de acessos a


novos patamares na sua vida profissional e acadêmica.

Além disso, outros itens são essenciais para a elaboração do Plano de Desenvolvimento
Institucional, tais como o estabelecimento de critérios para seleção e contratação, de um
cronograma e um plano de expansão do corpo docente, com titulação e regime de trabalho.

POLÍTICAS DE ATENDIMENTO AOS DISCENTES

E para os discentes, o que é proposto? Vejamos:

• Apoio pedagógico e financeiro (bolsas);


• Estímulos à permanência do aluno no seu curso, com atendimento psicopedagógico;
• Espaços para participação e convivência estudantil, pois é fundamental para a vida
social dos estudantes;
• Acompanhamento dos egressos, pois dessa forma podemos identificar as dificul-
dades dos ex-alunos e ajudá-los a aperfeiçoar suas competências e habilidades para
superar esses desafios.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA INSTITUIÇÃO

A organização administrativa da instituição também faz parte deste documento?


Claro que sim!

O PDI deve conter a descrição da estrutura organizacional e o organograma institu-


cional e acadêmico, além das competências e composições dos órgãos colegiados e dos
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órgãos de apoio às atividades acadêmicas.


INFRAESTRUTURA

Não podemos nos esquecer da infraestrutura, concorda?


Outro fator a se considerar no PDI é a infraestrutura da instituição, que deve ser pla-
nejada e bem detalhada. Abarca as disposições das salas de aula, da biblioteca, das insta-
lações administrativas, da sala de docentes, das coordenações, da área de lazer e outros.

E como fica a biblioteca, o coração da instituição?

Quanto à biblioteca, é necessário quantificar o acervo por área de conhecimento (livros


e periódicos, assinatura de revistas e jornais, obras clássicas, dicionários, enciclopédias,
vídeos, DVD, CD-ROM e assinaturas eletrônicas). Também deve estar registrado e descrito
o espaço físico para estudos, horário de funcionamento, pessoal técnico-administrativo,
serviços oferecidos, formas de atualização e cronograma de expansão do acervo.

Em relação aos laboratórios, as instalações e os equipamentos tanto existentes quan-


to a serem adquiridos, deve indicar-se sua correlação pedagógica com os cursos e progra-
mas previstos, os recursos de informática e a relação equipamento/aluno.

É importante ressaltar que deve haver um plano de promoção de acessibilidade e de


atendimento diferenciado as pessoas com deficiência, para que todos possam ter acesso
a todas as áreas do prédio.

Como toda instituição educacional é dinâmica, há que se repensar em um cronograma


de expansão da infraestrutura para o período de vigência do PDI.

AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

Todo o contexto educacional deve estar em constante aperfeiçoamento, por isso um pla-
no para avaliação e acompanhamento do desenvolvimento institucional se faz necessário.

ASPECTOS FINANCEIROS E ORÇAMENTÁRIOS DO PDI x

Como ficam os aspectos financeiros e orçamentários do PDI?

Em todo PDI, devem constar a demonstração da sustentabilidade financeira, incluindo


programas de expansão como novas perspectivas de investimentos, e a previsão orça-

¹ No exemplo aqui fornecido, os distintos ramos da cadeia causal consistiram de números diferentes
de elos (cinco e quatro, respectivamente). Entretanto, esse número também poderia ser igual, dependendo
de como esses diferentes ramos são concebidos.
19

mentária, com cronograma de execução para 5 anos.


Como vimos, as instruções do SAPIEnS/ MEC detalham bem a estrutura do Plano de
Desenvolvimento Institucional e todas as suas etapas. E você, já viu como a sua instituição
organizou o PDI?

Reserve um momento do seu dia e busque analisá-lo. Se houver oportunidade, apre-


sente esse documento para outros docentes da instituição.

Ninguém sabe melhor das necessidades de uma instituição do que seus próprios es-
tudantes, professores e funcionários, além da sociedade em que está inserida.
E aonde queremos chegar com essa atividade?

Queremos estimular a consciência do professor quanto ao desafio de ver o que ante-


cede, perpassa e sucede na construção do PDI da sua instituição.

Seguindo as propostas do PDI, vamos continuar viajando, aprendendo sobre o Projeto


Político Pedagógico (PPP) a ser elencado no documento em estudo, segundo determina-
ções do MEC.

Vamos lá?

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Para você ter uma boa prática educativa, é necessário o planejamento relacionado a
todas as etapas da atividade educativa.

Vamos começar definindo o que é o Projeto Político Pedagógico (PPP)?

Sobre o Projeto Político Pedagógico (PPP), Paulo Freire afirma que o professor tem
esperança e sonha e, através do PPP, pode se orientar para concretizar esses objetivos do
futuro. É uma filosofia de formação, visando dotar o aluno da melhor forma possível para
atuar em sociedade.

Este plano tem por meta uma intenção significativa, objetivando articular o trabalho da es-
cola de forma viável, de forma a todos contribuirem para que a instituição cumpra o seu papel.

E o que significa a palavra projeto?


Projeto vem do latim projectu, que significa lançar para adiante ou, conforme afirma Mo-
20

acir Gadotti (2001), lançar-se para frente, denotando o sentido de movimento ou mudança.
Segundo Vasconcellos (2002, p.143),

projeto [...] é um instrumento teórico, metodológico que visa


ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, de forma re-
fletida, consciente, sistematizada, científica e participativa. Tudo que
for criado para o bem da escola deve surgir do seu próprio cotidiano
e tornar a ele, para assim ser válido e ter respectivo valor, sucessiva-
mente dar possibilidade de todos os envolvidos de significarem seus
conceitos e valores, objetivando o bem comum.

Celso Vasconcellos, ao falar do instrumento teórico-metodológico cujo objetivo é en-


frentar os desafios do cotidiano, atendendo ao bem comum, estava se referindo ao PPP
– Projeto Político Pedagógico.

Na concepção de Paulo Freire (2006, p.7),

tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que


vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de partici-
parem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também.
Tudo que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, conside-
rando o trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de assu-
mir esse país democraticamente.

Vasconcellos (1989, p.169) define o Projeto Político Pedagógico como o

Plano Global da Instituição. Pode ser entendido como a sistema-


tização, nunca definitiva, de um Processo Participativo, que se aper-
feiçoa e que se concretiza na caminhada, que define claramente o
tipo de ação educativa que se quer realizar. É um instrumento teóri-
co-metodológico para a intervenção e mudança de realidade.

Como você pôde observar, há uma estreita ligação entre planejamento, participação e
mudança da realidade num processo inacabado.

E por que inacabado?

Porque a realidade é dinâmica, está em constante transformação, e o homem tem


objetivos a alcançar, ações a concretizar e sonhos a idealizar.
21

Você já parou para pensar sobre o significado da expressão PPP?

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP

P
Projetos PROJETO
de ação concreta a
executar durante um
determinado período

P
de tempo.

Espaço de
formação (escola) de
cidadãos conscientes,
POLÍTICO resonsáveis, reflexivos e
críticos, que irão atuar
individualmente e

P
coletivamente na socieda-
de, modificando
os caminhos que
ele vai seguir.

Define e PEDAGÓGICO
organiza as atividades
e os projetos educativos
necessários ao processo
de ensino e
aprendizagem.

As palavras que compõem o instrumento já dão pistas sobre ele.

E qual é a importância do Projeto Político Pedagógico? Qual o seu papel?

Primeiramente, atender à Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-


cional, que em seu artigo 12º, Inciso I, prevê que “os estabelecimentos de ensino, respei-
tadas as normas comuns e as de seu sistema de ensino, têm a incumbência de elaborar e
executar sua proposta pedagógica”.

Todos os integrantes da instituição são participantes do processo de planejamen-


to: alunos, professores, funcionários, pais e a sociedade. Essa união é muito importante,
uma vez que esses atores procuram a melhor maneira de adequar a educação aos novos
tempos: a globalização, o avanço da ciência e as novas tecnologias. Dessa forma, devem
contribuir através da reflexão e da discussão sobre os novos rumos da sociedade. É ne-
cessário ao educador repensar sobre a sua construção, a fim de elaborar um saber sobre
22

a prática que realiza, atendendo aos interesses do aluno e da sociedade.


Podemos afirmar que o PPP de uma instituição de ensino é elaborado a partir de um
conjunto de leituras e informações sobre as diretrizes que fundamentam princípios e mé-
todos da prática educativa e seu compromisso com a sociedade, de modo contextualizado.

No PPP, são definidas as finalidades e necessidades do aluno, do professor e da so-


ciedade, sendo entendido como um documento que está sempre em construção, con-
siderando-se que, pelas constantes mudanças tecnológicas e sociais, teorias e práticas
precisam ser revistas e modificadas dentro de determinado marco referencial.

Você já participou da elaboração


do PPP da sua instituição? Lembre-
se de que a sua participação é
fundamental.

De acordo com Vasconcellos (2006, p. 182), o marco referencial significa

a tomada de posição da Instituição que planeja em relação a sua


identidade, visão de mundo, utopia, valores, objetivos, compromis-
sos. Expressa “o rumo”, o horizonte, a direção que a Instituição esco-
lheu, fundamentado em elementos teóricos da filosofia, das ciências,
da fé. Implica, portanto, opção e fundamentação.

Ou seja, são padrões que expressam o modo de ver da sociedade, da instituição, bem
como necessidades e problemas prioritários da área de estudo no país.

Quais são as questões necessárias para a elaboração de um Projeto Político Pedagógico?

De acordo com Baffi (2002), durante a construção do PPP, devem ser observadas as
23

seguintes questões:
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP

Concepções
de Homem
e Mundo
Relação
Teoria e Concepção
Prática de Sociedade

Concepção Concepção

PPP
de Currículo de Educação

Concepção de Concepção
Conhecimento de Instituição

Concepção de Concepção
Profissional de Cidadão

Nesta construção, repensamos conteúdos, métodos e avaliação. É o momento de par-


ticipação na construção, como numa teia, do homem de hoje e do amanhã. Assim, busca-
-se a formação de profissionais competentes.

Você se recorda do conceito de competência, visto na etapa anterior? Vamos relembrar...

Segundo o Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa (INEP), “competências são as modali-


dades estruturadas de inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos para esta-
belecer relações com os objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer”.

Para facilitar o entendimento desta modalidade, utilizamos a sigla “CHA”, cujas letras
representam Conhecimento, Habilidade e Atitudes.
24

E, terminando este momento da nossa TEIA, vislumbramos seguir na busca de “novos


mundos”, um futuro melhor...

CONHECIMENTOS, HABILIDADES E ATITUDES - CHA

Conhecimentos Habilidades Atitudes

Saber Teórico Saber Fazer Ser


25

ETAPA 2

Planejar para tecer

Objetivos:
• Identificar, para fins de organização do ambiente pedagógico, as necessidades de
atendimento às diferenças individuais, sociais, cognitivas, emocionais, físicas, entre
outros, tendo em vista a preparação de atividades pedagógicas;
• Selecionar informações e experiências aplicáveis ao planejamento das atividades,
numa postura de um refazer pedagógico permanente;
• Propor ações interdisciplinares no planejamento e preparação das atividades pe-
dagógicas;
• Elaborar, de acordo com as diretrizes e metodologias institucionais, materiais di-
dáticos para o desenvolvimento das atividades pedagógicas previstas.

O FUTURO DESEJADO: PLANEJAMENTO/AÇÃO

Para o sucesso do nosso trabalho, precisamos continuar fazendo


planejamentos por acreditar que: “(...) O futuro pode ser melho-
rado por uma intervenção ativa no presente.”
(ACKOFF, 1975, p.75)
26

Portanto, não podemos desprezar a oportunidade de agir no presente para alcançar


o futuro desejado.

Para isso, toda Instituição deve tomar por base, segundo o Projeto Político Pedagógico
(PPP), um instrumento chamado Plano de Curso.

E o que é Plano de Curso?

É um documento de trabalho educacional planejado, que


possui os objetivos do curso, os conteúdos, as metodologias,
os procedimentos técnicos e a avaliação a serem utilizados
no processo ensino-aprendizagem.

Pereira (2005) afirma que o planejamento de um curso


é uma atividade multidisciplinar, tendo por objetivo a orga-
nização de um sistema de relações lógicas, dentro de um ou
vários campos do conhecimento, favorecendo ao máximo o
processo ensino-aprendizagem. Em suma, é a previsão de to-
das as atividades que o educando realiza para atingir os fins
da educação, orientado pela instituição escolar.

Façamos uma pausa em nosso estudo para refletir:

Ao iniciar uma disciplina, que passos você dá para interagir com o curso:
• Solicita o Plano de Curso utilizado pelo professor anterior?
• Pesquisa todo o material possível sobre o curso?
• Organiza o material a ser trabalhado de acordo com o Plano de Curso?
• Revê o programa, propondo sugestões?

Será que fazemos o planejamento de forma correta? E o nosso aluno? Nós nos lem-
bramos dele?

Este é o problema geral dos planejamentos: lembramos o conteúdo, o tempo e o que


vamos ensinar, mas nos esquecemos do lado dos discentes. E quanto às experiências que
nossos alunos irão viver para aprender de forma ativa, criativa, inovadora, desenvolven-
do-se holisticamente?
27

Bordenave e Pereira (2005) detalham os passos para os procedimentos de um Plane-


jamento Curricular:

1. O professor deve certificar-se da importância da disciplina, segundo as necessi-


dades sociais, culturais, econômicas e tecnológicas da região sob influência da
instituição, justificando, assim, a inclusão da matéria no currículo;

2. Determinar os serviços profissionais mais importantes que o estudante será even-


tualmente chamado a realizar na comunidade que tenham relação com a discipli-
na em pauta. Para esse fim, o professor deve consultar diversas fontes: ex-alunos,
seus empregadores, os clientes ou usuários dos serviços profissionais etc., visan-
do uma orientação objetiva em relação aos tipos de atividades mais procurados;

3. Determinar todas as operações ou tarefas específicas que devem ser dominadas


pelo aluno para executar os serviços. Trata-se de identificar os componentes de
cada trabalho, em termos de operações específicas;

4. Selecionar as operações de acordo com sua importância, desprezando aquelas


pouco significativas. Uma vez escolhidas, as operações afins ou relacionadas entre
si são agrupadas ao redor de uma mais importante.

5. Determinar as sequências mais apropriadas para o ensino das diversas Unidades:


Unidade I, II, III...;

6. Planejar a estratégia interna para o desenvolvimento de cada unidade e discrimi-


ná-las em forma de objetivos comportamentais ou expressivos;

7. Identificar as experiências que o aluno deve viver para dominar os objetivos de-
terminados. Entendemos por “experiências” as mensagens (ou conhecimentos) e
as situações as quais o aluno será exposto para que aprenda a dominar as opera-
ções necessárias de forma inteligente e pessoal. A identificação das experiências
que o aluno deve viver é importante para orientar o professor na escolha de ati-
vidades de ensino;

8. Selecionar atividades de ensino. Uma vez que o professor souber o tipo de co-
nhecimento que o aluno deve assimilar e o tipo de situações que deve vivenciar,
é natural que se preocupe em achar a melhor maneira de fornecer oportunidades
para que o aluno tenha essa experiência;

9. Determinar a forma de avaliar o domínio inteligente das operações pelos alunos (re-
alimentação). O ensino não consiste apenas na exposição do aluno aos conhecimen-
tos e situações, mas também no controle da aprendizagem das operações necessá-
rias e no esclarecimento ao aluno sobre o programa destinado à sua aprendizagem.
28

PARA IR ALÉM
Durante o material, citamos diversos autores. É interessante conhecer mais sobre
eles. Conheça agora Juan Díaz Bordenave.

Juan Díaz Bordenave nasceu na cidade de Encarnación, Paraguai, e estudou agro-


nomia na Argentina. Ampliou seus estudos nos Estados Unidos, onde fez mestrado
em jornalismo agrícola, na Universidade de Wisconsin (1955), e doutorado em Comu-
nicação, pela Universidade de Michigan (1966).

Trabalhou como especialista em comunicação agrícola pelo Instituto de Coope-


ração para Agricultura (1956-1980). Em 2002, foi reitor da Universidade Teko Arandú,
no Paraguai.

Foi consultor internacional em Comunicação e Educação. É autor de muitos livros,


dentre os quais se destacam: Estratégias de Ensino-Aprendizagem; Comunicação e
Sociedade, Planificação e Comunicação.

Busque conhecer os demais autores.

Assim, para os autores, são estes os tópicos a serem contemplados no Plano Curricular:

PLANO CURRICULAR

Objetivo Geral

Objetivos Específicos

Conteúdo Programático

Metodologia

Avaliação

Referência
29

Dessa maneira, Libâneo (1994) propõe que o Planejamento Curricular seja elaborado
de acordo com os tópicos a seguir:

Ementa da
Resumo dos conteúdos que serão trabalhados.
disciplina

Objetivo geral O que se pretende alcançar ao final do curso.

Objetivos Etapas do objetivo geral. Vão direcionar o trabalho do professor,


específicos tendo em vista a promoção da aprendizagem dos alunos.

Descrição dos conteúdos a serem desenvolvidos durante o


Conteúdo
trabalho educacional. Questão a considerar: quais os conteúdos
programático do ensino?

Indica como o professor e os alunos irão interagir no desenrolar


Metodologia
das aulas.

Considerando os objetivos e as demais etapas anteriores, serão


Avaliação previstas as avaliações com o intuito de trabalhar as dificuldades
dos alunos, aprimorando o trabalho educacional.

Relacionar o material consultado para o planejamento/ação das


Referências
atividades educativas.

Você já pensou o quanto aprendemos nesta nossa TEIA? Quanto mais aprendemos,
mais temos a aprender...

Tendo por base o seu curso, realize uma análise do Plano Curricular, observando o
seguinte roteiro:

• Ementa;
• Objetivo geral;
• Objetivo específico;
• Conteúdo programático;
• Metodologia;
• Avaliação.

² Extraído de Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica: Série história


e avanços institucionais: 2003-2016.
30

Observe a preocupação com a criatividade/inovação:

PARA REFLETIR
Docência online
De: Maria Stela Antunes da Silva

O mundo digital invadiu o nosso dia a dia e, comprovadamente, o âmbito escolar,


o que pode ser constatado pelo alto número de cursos oferecidos nas escolas e nas
universidades, muitas vezes substituindo professores nas disciplinas. Por que isso
vem ocorrendo? Por quais fatores? Como tem acontecido? Quais ações devemos ter
neste momento?

De acordo com Marco Silva (2011, p.11),


Esse crescimento vem sendo potencializado pela confluência de
fatores como a demanda social por flexibilidade espaço-temporal em
sua formação, a rápida evolução da web e da banda larga, o alastra-
mento da presença do computador, tablet, celular no cotidiano das
pessoas e a constituição de novas práticas comunicacionais como
e-mails, weblogs, webcams, chats e redes sociais.

Temos conhecimento de que a formação de professores tem procedência nos mode-


los da pedagogia de transmissão.

Atualmente, o ambiente online tem estimulado os professores a atuarem no proces-


so ensino/aprendizagem, ajustando as renovações ao novo cenário social e tecnológico
e, consequentemente, aos novos modos de se fazer cultura, o que é relativo por causa
de sua formação.

Entretanto, é importante destacar que a tecnologia por si só não educa ninguém.


"Ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se
educam em comunhão, mediatizados pelo mundo". (PAULO FREIRE, 1998)

Como aponta Nóvoa (2021), "Não nos esqueçamos de que a aprendizagem de uma
disciplina não se destina apenas a adquirir uma " competência", destina-se acima de tudo,
a formar um ser humano. Esse processo não pode ser substituído por um chip.”. Portanto,
torna-se necessário que nós, professores, formadores de opinião, estejamos conscientes
da necessidade de um trabalho sistematizado, integrado, de partilha.

Tal como a teia, somos um todo, pois a pedagogia atua como rede de conhecimentos,
tecnologia e de relação humana. O digital pode ser útil para nos conectarmos, conhecer-
mos, mantermos laços, mas nunca vai substituir o encontro pessoal, porque o sonho é um
elemento central da educação. As máquinas podem até sentir, mas nunca poderão sonhar.
31

Olho no olho, sentir o outro e perceber emoções são características que destacam
o homem dos outros animais. Nóvoa e Alvim (2021) explicam que as emoções têm valor
significativo e que não é possível separar o sentir do saber.

Damásio (2020, p.532) afirma que "O universo dos afetos constitui o alicerce para essa
inteligência mais elevada que as mentes conscientes vieram gradualmente a desvendar,
a expandir e a impor."

Só o humano sabe que há passado, presente e futuro, segundo a neurociência.

Então professor, como proceder?

Este é mais um tempo de inventar, reinventar, unir, generalizar, construir outra edu-
cação, que se destaca pela criatividade e reflexão a favor de um ser humano que interaja
mais com as suas circunstâncias: com ele, com o outro, com a tecnologia, com a natureza
e com o mundo.

As atividades pedagógicas de um curso são planejadas dentro de um cenário teórico,


tecnológico, sociológico, prático, que serve de fundamento para a construção de prática
pedagógica inovadora, característica essa própria do homem atual.

Segundo Alarcão (1996, p.174), o Homem deste final de século é um ser inquieto, ques-
tionador. É um homem que anseia por ser capaz de gerir os seus próprios destinos e os do
mundo, numa atitude de reconquista da liberdade e emancipação, próprias do humano.

É a teoria/ação visando à reflexão, à inovação. Reflexão porque o professor deve co-


meçar a pensar sobre as situações vividas com seus alunos, relacionando-as com situa-
ções que irão fazer parte do planejamento do seu ensino. Isso favorece a mudança de sua
prática pedagógica, resultando, assim, em ações inovadoras. A aula passa a ser construida
onde o aluno tambem é sujeito. É coparticipante.

E o que é mesmo prática pedagógica inovadora?

Recordando a etapa anterior:

Como colocar a reflexão/inovação educacional transformadora em ação?


Você já pensou a respeito? E qual o papel do aluno no Plano de Aula? E o papel
do professor?

Para ajudá-lo nesta reflexão, vamos primeiro definir: o que é o Plano de Aula?
32

Para Libâneo (1994), é uma forma predominante de organização do processo de en-


sino. Na aula, há oportunidade de criar, desenvolver e transformar as condições signifi-
cativas para que os alunos assimilem conhecimentos, habilidades, atitudes, tornando-se
profissionais reflexivos/inovadores, construtores da ação educativa.

Vejamos agora as principais características dos paradigmas conservador e inovador


de um Plano de Aula:

Paradigma conservador Paradigma inovador

Aulas exclusivamente
Ênfase no aprender a aprender.
expositivas.

Baseia-se na repetição e Encoraja a exploração de sentimentos, intuição,


memorização. pensamento divergente.

Valoriza a reprodução dos Estimula os alunos a novas e próprias produções,


modelos propostos pelo professor. utilizando teoria, pesquisa e criatividade.

Valoriza quantidade Utiliza todos os recursos disponíveis na instituição: meios


e não a qualidade. eletrônicos, telecomunicações, parcerias com empresas etc.

Baseia-se no treino de Provoca a capacidade de problematizar, investigar,


habilidades. estudar, refletir e sistematizar o conhecimento.

Aula ocorre no espaço físico Incentiva a reflexão e a conscientização da realidade.

Portanto, tendo em vista que o Plano de Aula é uma importante ferramenta para al-
cançar métodos inovadores, é sugerido que se acompanhe as seguintes etapas na hora
de sua construção.

PLANO DE AULA

Plano Objetivos Síntese do


Tema
de Aula Específicos assunto/conteúdo

Recursos Métodos e
Feedback Avaliação
Didáticos Técnicas de Ensino
33

Para facilitar o entendimento sobre essas etapas, vejamos a definição apresentada


por Libâneo para cada uma delas:

• Tema: centro do conteúdo a ser desenvolvido;


• Objetivos específicos: elaborados em termos de favorecer a aprendizagem dos
alunos e sua mudança de comportamento;
• Síntese do assunto/conteúdo: são os conhecimentos e habilidades que devem ser
desenvolvidos pelos estudantes.

Os conhecimentos referem-se aos conceitos, fatos, princípios, teorias, interpretações


e ideias organizadas. As habilidades, ao que se deve aprender para o desenvolvimento de
suas capacidades intelectuais, como:

a) Organizar seu estudo ativo e independente;


b) Aplicar fórmulas em exercícios;
c) Observar, coletar e organizar informações sobre determinado assunto;
d) Raciocinar com dados da realidade;
e) Formular hipóteses;
f) Usar materiais e instrumentos necessários em sua vida profissional.
Para propor fontes de estudo, podem ser utilizados meios tecnológicos variados.

• Métodos e técnicas de ensino: indica o que o professor e os alunos farão durante a


realização da aula, com ações interdisciplinares no planejamento e preparação das
atividades pedagógicas;
• Recursos didáticos: indicação dos instrumentos necessários à aula (datashow, com-
putador, notebook, celulares, mapas, máquinas);
• Avaliação: discriminar o que vai ser realizado para avaliar a aprendizagem dos alunos.

O feedback é uma palavra da língua inglesa que significa realimentar.

Professor, sabemos que planejar requer tempo, dedicação, pesquisa. Porém, por meio
dessa técnica, as chances de se alcançar seu objetivo principal, que é provocar mu-
danças significativas na aprendizagem dos seus alunos, aumentam exponencialmente.

Demo (2008, p. 86) diz sobre o trabalho do professor:

a maior parte de seu tempo teria de ser utilizada para atividades


tipicamente reconstrutivas, nas quais, sob a orientação do professor,
constroem sua autonomia, manejam os métodos científicos e pas-
sam a lidar com conteúdos com criatividade.
34

No processo de educação, utilizamos diversas formas de comunicação com os alunos.


Segundo Moraes (2007, p. 43),
na comunicação, os parceiros estão abertos e querem trocar
ideias, vivência, experiências, das quais ambos saem enriquecidos. O
discurso é franco, objetivo, participativo. A fala do outro tem reper-
cussão em mim. Me ajuda a pensar e a, eventualmente, modificar-me.
[...] Mas o importante é essa atitude de busca, de querer comunicar-
-se, de trocar, crescer, de sair de onde estamos. É essa a verdadeira
interação, comunicação, onde não há jogos rituais, nem jogos de po-
der, mas atitude de comunicação honesta, crescente e dinâmica.

Portanto, como professor, tenha cuidado ao falar e ao se apresentar.

O volume da sua voz deve ser adequado ao tamanho do ambiente, variando para
não tornar monótona a apresentação. A variação também é importante e deve-se evi-
tar os excessos. Se muito rápido, corre o risco de não ser atendido e, se muito lento,
a monotonia e o desinteresse poderão tomar conta da turma. Gírias também devem
ser evitadas.

A correção no trajar e a higiene pessoal são fundamentais para a aceitação


do professor. A gesticulação e a movimentação dão vitalidade à apresentação
de sua aula.

Lembre-se de que você é um MODELO para seus alunos!

Vejamos agora outro fator que pode deixar a sua aula mais dinâmica: a interdiscipli-
naridade. E o que é a interdisciplinaridade? Qual sua relação com a educação? Como usar
em sala de aula?

Japiassú (2001, p. 74) afirma que “a interdisciplinaridade se caracteriza pela intensidade


das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de
um mesmo projeto de pesquisa”. De mesmo modo, Fazenda (2002, p. 39), sobre este assunto,
declara que “ter-se-ia uma reciprocidade, de mutualidade, ou melhor dizendo, um regime
de copropriedade que iria possibilitar o diálogo entre os interessados. Neste sentido, pode
dizer-se que a interdisciplinaridade depende basicamente de uma atitude.”
35

Portanto, a interdisciplinaridade escolar busca lidar com um determinado objeto com


o olhar de diferentes campos do conhecimento, de modo que possa ser compreendido de
forma mais abrangente pelo educando. Esse método extrapola a criação de novos campos
de aprendizagem a partir de parcelas de determinados desafios, como vemos, por exem-
plo, na Pedagogia, na Psicologia, na Matemática, nas Letras, no Design, entre outros.

PINTURA DE TECIDOS

1. Estudo sobre
as cores
(Letras e Artes)
7. Desenho
da pintura
(Design)

2. Mistura
de cores
(Artes)

6. Tipos de Pintura
pinturas
(Artes)
de
Tecidos
3. Significado
das Cores
para o homem
(Psicologia)
5. Técnicas
das pinturas
(Artes)
4. Preço
referente
às tintas
(Matemática)

No planejamento das aulas, esse termo é aplicado para definir o retorno das ações
empregadas. Ou seja, trata-se de uma avaliação sobre a aula realizada e que serve de
base para que o professor aprimore suas atividades educacionais.

Professor, sabemos que planejar requer tempo, dedicação, pesquisa. Porém, esta ma-
neira é muito mais segura para alcançar seu objetivo principal, que é provocar mudanças
significativas na aprendizagem dos seus alunos.

Veja um exemplo de como trabalhar a interdisciplinaridade:


A interdisciplinaridade inclui diferentes campos do conhecimento, na medida em que
o tratamento dos conteúdos acadêmicos seja pensado a partir de estratégias didáticas,
relacionadas a temas específicos de cada disciplina.

Viu como funciona? Assim, formamos um processo de aprendizagem bem mais dinâ-
mico, sistematizado. É um desafio às atividades a serem realizadas pelo professor.
36

Na realidade, nas nossas vidas, as coisas não acontecem separadamente, mas de for-
ma integrada, estando tudo entrelaçado, como uma teia.

Entretanto, para que a aprendizagem realmente aconteça, existem princípios que pre-
cisam ser considerados.

Segundo afirmação de Abreu et al. (1990, p. 9), os princípios comuns à aprendizagem são:

1. Toda aprendizagem, para que realmente aconteça, precisa ser significativa para o
aprendiz, isto é, precisa envolvê-lo como pessoa, como um todo (ideias, sentimen-
tos, cultura, sociedade);
2. Toda aprendizagem é pessoal. É um processo que envolve mudança de compor-
tamento ou de situação do aprendiz, o que só acontece na pessoa do aprendiz e
pela pessoa do aprendiz. É como afirma Paulo Freire (1979, p. 28) “o homem deve
ser sujeito de sua própria educação. Não pode ser objeto dela. Por isso, ninguém
educa ninguém”;
3. Toda aprendizagem precisa visar a objetivos realísticos. Isto é, que possam de fato
ser significativos para aqueles alunos e concretamente atingidos nas circunstân-
cias em que o curso é ministrado;
4. Toda aprendizagem precisa ser acompanhada de feedback (realimentar) imediato.
A aprendizagem se faz num processo contínuo, e esse retorno é elemento inte-
grante desse processo, pois deverá fornecer ao aluno e ao professor dados para
corrigir e iniciar a aprendizagem;
5. Toda aprendizagem precisa ser embasada em um bom relacionamento interpes-
soal entre os elementos que participam do processo, ou seja, aluno, professor e
colegas de turma. São características desse relacionamento: diálogo, colaboração,
participação, trabalho em conjunto e clima de confiança.

Dependendo do método e da técnica empregados em sua aula, esses princípios de


aprendizagem certamente serão aplicados.

E o que são métodos e técnicas de ensino? Qual a diferença entre eles? Como escolher
os ideais para colocar em ação com seus alunos?

Método Quer dizer caminho para chegar a um fim; aspectos gerais.

Técnica Modo de agir, ação para se alcançar objetivos.


37

Veja um exemplo de como trabalhar a interdisciplinaridade:

A interdisciplinaridade inclui diferentes campos do conhecimento, na medida em que


o tratamento dos conteúdos acadêmicos seja pensado a partir de estratégias didáticas,
relacionadas a temas específicos de cada disciplina.

Viu como funciona? Assim, formamos um processo de aprendizagem bem mais dinâ-
mico, sistematizado. É um desafio às atividades a serem realizadas pelo professor.

Na realidade, nas nossas vidas, as coisas não acontecem separadamente, mas de for-
ma integrada, estando tudo entrelaçado, como uma teia.

Entretanto, para que a aprendizagem realmente aconteça, existem princípios que pre-
cisam ser considerados.

Como assim?

O método me indica o caminho a seguir. A técnica é o meio que uso para trilhar o caminho.

De acordo com Bordenave (1977, p.123), a escolha de uma técnica adequada para de-
senvolver bem uma aula deve considerar:

BORDENAVE (1977, p. 123)

Estrutura
Tipos Tempo do assunto de
de alunos disponível aprendizagem

01 02 03

Experiência
Aceitação e
Objetivos didática e tipo
experiências
educacionais de professor
dos alunos
envolvido

04 05 06

Contribuições
Etapa do
Facilidades e limitaçõe
processo de
físicas das atividades
ensino
de ensino

07 08 09
38

Professor, você pode dinamizar bem sua aula utilizando não apenas os métodos, mas
também técnicas variadas que tornarão sua aula mais prazerosa e certamente contribui-
rão para um processo ensino-aprendizagem mais sólido. Tecendo a sua aula... a sua arte
de ensinar!

Para Petrucci e Batiston (2006, p.263):

ensinar requer arte por parte do docente, que precisa envolver o


aluno e fazer com que ele se encante com o saber. O professor precisa
promover a curiosidade, a segurança e a criatividade para que o prin-
cipal objetivo educacional, a aprendizagem do aluno, seja alcançado.

E você? Qual é a técnica mais aplicada em suas aulas?

O uso de procedimentos de ensino deve ser selecionado considerando-se os objeti-


vos a serem alcançados e o tipo de aluno que temos, observando o seu interesse e suas
necessidades.

Na realidade, estamos utilizando estratégias de ensino para que haja uma mudança
de comportamento: a aprendizagem.

E o que vem a ser estratégia?

De acordo com Rocha (2006, p. 30),

ao elaborar e adotar uma estratégia, deve-se analisar a organi-


zação e o ambiente na qual está inserida, com a finalidade de iden-
tificar quais são os caminhos alternativos e os programas de ação
que devem ser seguidos para alcançar os objetivos previamente de-
finidos.

Observe que, para envolvermos o aluno, devemos utilizar estratégias adequadas à


proposta de aprendizagem.

Vamos conhecer diferentes estratégias de ensino, lançando mão de técnicas variadas,


tendo por base as ideias de Bordenave (1994).

Procure praticá-las! Você vai se surpreender com o resultado.


39

BORDENAVE (1994)

Avaliação Objetivo

Aluno
Estratégia

Conteúdo

TEMPESTADE CEREBRAL

• O que é?

Fundamenta-se no plano de copiar ideias em estado nascente. Estimula-se a geração


de novas ideias de forma espontânea e natural, deixando funcionar a imaginação. Não
há certo ou errado. Solicita-se ao grupo que deixe funcionar a sua criatividade, evitando o
controle, seja a respeito dos critérios de coerência interna da série de ideias produzidas,
seja a respeito de critérios exteriores à atividade presente.

Sem pretender opor-se ou sobrepor-se às técnicas clássicas de reflexão, a tempes-


tade cerebral trata de preservar a parte da imaginação, organizando ciclos de exercícios
para a criatividade.

• Como gerar ideias?

Os participantes devem expressar, em frases ou palavras curtas, todas as ideias sur-


gidas pela questão proposta, com liberdade e conforme surjam em suas mentes.

Deve-se eliminar toda atitude crítica que levaria a emitir um juízo e selecionar as
ideias próprias ou as dos outros.

Como exercício de imaginação, os participantes podem emitir ideias originais, ainda


que inspiradas nas ideias emitidas por outros.
40

• Como aplicar?

Como sugestão, para obter a participação de todos, o professor formula a mesma


questão para cada aluno, que deverá responder quando chegar a sua vez.

Faça um teste! Escolha um tema e discuta com os colegas da sua escola como seria a
aplicação com seus alunos.

ESTUDO DE CASO

• O que é?

Consiste em apresentar, de forma sucinta, uma situação real ou fictícia para ser dis-
cutida em grupo. É desafiadora para o aluno.

• Por que utilizar?

Para motivar, já que o caso em geral envolve uma situação verdadeira ou não, passí-
vel de diversas interpretações pelos alunos. Desenvolve a capacidade analítica e o espíri-
to científico. Contribui para que os alunos aprendam novos conceitos e se capacitem para
a tomada de decisões.

• Como aplicar?

Selecione o caso. Como por exemplo:


1. A experiência e a vida do professor;
2. A experiência e a vida dos alunos;
3. Textos de jornais e revistas;
4. Textos didáticos;
5. Relatórios técnicos;

Etapas do estudo de um caso:

1. O professor anuncia que em seguida será estudado o caso X;


2. Apresente o caso aos alunos (fotocópias, filmes, textos);
3. Peça aos alunos que se inteirem do caso durante um breve período de tempo. Ex-
plique que não se deseja chegar a uma única solução, mas analisar a dinâmica da
situação e propor diferentes respostas;
4. Peça que anotem os fatos que mais lhes chamem a atenção e algumas perguntas
ou dúvidas sustentadas pelo caso;
5. Inicie a discussão com perguntas orientadas, como por exemplo: o que lhe chamou
mais a atenção neste caso? O que é de maior interesse?;
6. Dê sucessivamente a palavra aos que a solicitarem;
7. Provoque o debate realizando questionamentos.
41

PAINEL

• O que é?

É uma discussão informal de um grupo de pessoas (estudantes ou especialistas con-


vidados) que apresentam pontos antagônicos sobre o mesmo tema.

• Por que utilizar?

O painel é uma forma ativa de apresen tar um tema, já que um grupo de pessoas que
discute entre si desperta mais interesse nos alunos que uma só pessoa expondo. A finali-
dade do painel é ajudar os alunos a analisar diversos aspectos de um tema ou problema.
Não tem como objetivo chegar a uma solução completa.

• Como aplicar?

1. Escolha o tema de acordo com os objetivos do curso;


2. Selecione um “moderador” ou coordenador de painel;
3. O moderador estuda a estratégia a seguir e propõe o tempo para os convidados e
o tempo de pergunta para o auditório.
4. Antes do dia do painel, o moderador reúne-se com os painelistas para tomarem
conhecimento da estratégia (assunto geral, áreas de discussão, sequências de as-
sunto, limites de tempo);
5. A função do moderador no dia do Painel consiste em:

• Apresentar o tema e o objetivo da discussão;


• Apresentar os membros da esquerda para a direita, ou em ordem de hierarquia;
• Explicar o tempo de duração da discussão;
• Explicar o período em que o público irá fazer as perguntas.

No dia do painel, o local utilizado para sua realização deve estar organizado de acor-
do com o tipo escolhido: painel de interrogação ou de debate.

VOCÊ SABIA?
Painelistas são os especialistas em algum determinado assunto, convidados para a
apresentação de seus conhecimentos sobre o tema em questão para uma plateia. O
ideal é que haja ao menos um especialista defendendo conceitos divergentes do outro,
a fim de que se possa obter um debate mais dinâmico.

³ Gráfico extraído de: Miniguia Jeduca. Educação Profissional: desafios e possibilidades de cobertura (2022).
42

No painel de interrogação, até três especialistas são questionados por um painel de


alunos. O espaço utilizado deve estar organizado da seguinte forma:

PAINEL DE INTERROGAÇÃO

Moderador

Interrogados

Interrogadores

Já no painel de debate, dois grupos de panelistas, frente a frente, apresentam pontos


de vista, sob a coordena ‹o do moderador que regula o debate.

PAINEL DE DEBATE

Moderador

Grupo A Grupo B
43

Durante a discussão
“interna” do painel, não
é aconselhável permitir a
intervenção do auditório.

SIMPÓSIO

• O que é?

É uma série de breves apresentações de diversas pessoas sobre diferentes aspectos


de um mesmo tema ou problema.
Pode ser apresentado em um mesmo dia ou em dias diferentes.

• Por que utilizar?

Possibilita o desenvolvimento de habilidades sociais, de investigação e a ampliação


da experiência sobre um conteúdo específico. Além disso, desenvolve a habilidade de
estabelecer relações.

• Como aplicar?

1. Atribua diversos aspectos do tema e marque o limite de tempo para cada exposi-
ção, que deverá ser de aproximadamente 10 minutos;
2. Você deve orientar seus alunos a buscar as referências mais indicadas para cada
aspecto, de modo a adquirir informações que possam ser transmitidas com respaldo
de pesquisadores;
3. É importante que se faça uma reunião prévia com os alunos para demarcar os limi-
tes de suas respectivas contribuições, evitando assim duplicações e contradições;
4. No dia do evento, o professor anuncia o tema, apresenta os responsáveis pelo sim-
pósio e explica o papel de cada um. Ao final do simpósio, abre-se o debate de todos
os temas;
5. O tempo para discussão é de 30 minutos, no mínimo, e 1 hora e meia, no máximo;
6. Para encerrar, o moderador deve mencionar que o tempo está esgotado e faz um
breve resumo dos principais pontos, agradece aos panelistas e ao público e dá por
encerrado o evento.
44

Veja o arranjo físico sugerido para o dia do Simpósio:

SIMPÓSIO

Presidente

Oradores

Público

SEMINÁRIO

• O que é?

É um espaço em que as ideias devem germinar ou serem semeadas. Portanto, é o


lugar em que o grupo discute ou debate temas ou problemas que são colocados em dis-
cussão sob a orientação de um professor.

• Por que utilizar?

Os seminários podem ser utilizados para:


• Identificar problemas;
• Apresentar informações pertinentes;
• Propor pesquisas necessárias para resolver os problemas;
• Acompanhar o progresso das pesquisas;
• Apresentar resultados aos demais membros do grupo;
• Receber comentários, críticas e sugestões dos companheiros e do professor.

• Como aplicar?

1- Sob a orientação do professor, os alunos escolhem seus temas e fazem as pesquisas;


2- Antes da apresentação, no dia marcado, os grupos apresentam o trabalho por es-
crito, com cópias suficientes para todos os participantes da turma, ou enviam o arqui-
vo por e-mail;
3- Apresentam o trabalho à turma.
45

• Como aplicar?

1- Sob a orientação do professor, os alunos escolhem seus temas e fazem as pesquisas;


2- Antes da apresentação, no dia marcado, os grupos apresentam o trabalho por es-
crito, com cópias suficientes para todos os participantes da turma, ou enviam o arqui-
vo por e-mail;
3- Apresentam o trabalho à turma.

SEMINÁRIO

Apresentador

Turma
No dia do seminário, é importante que o ambiente separado para o seminário esteja
organizado da seguinte forma:

Em turmas muitos numerosas, o


ideal é sortear o número suficiente
de grupos para a apresentação. Fica
a critério do professor estipular o
número de grupos e de seus com-
ponentes de acordo com o tempo
disponível para as apresentações.

4
Extraído de Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica: Série história
e avanços institucionais: 2003-2016.
46

Muito bem, professor! Você observou quantas estratégias pode utilizar para renovar a
sua aula? É preciso renovar para inovar!

Agora que já vimos as estratégias e as técnicas relativas à dinâmica das aulas, preci-
samos considerar as tecnologias da comunicação que colaboram para que as mensagens
atinjam, de fato, os seus objetivos.

Vale lembrar que o professor é o responsável por tecer as redes da comunicação, fa-
vorecendo a práxis do processo ensino-aprendizagem.

Lembremo-nos de que nenhuma técnica de comunicação, do te-


lefone à internet, traz por si mesma a compreensão. A compreensão
não pode ser quantificada. Educar para compreender a matemática
ou uma disciplina determinada é uma coisa; educar para compreen-
são humana é outra. Nela, encontra-se a missão propriamente espi-
ritual da educação: ensinar a compreensão entre as pessoas como
condição e garantia de solidariedade intelectual e moral da humani-
dade. (MORIN, 2004, p. 93).

Portanto, para haver comunicação e educação, é necessária a compreensão das mensa-


gens que chegam até nós. Os meios estão aí para contribuir com o entendimento do que se
passa no nosso mundo e são resultantes de progressos advindos de pesquisas, favorecendo
a real comunicação. É a tecnologia sendo utilizada por professores conscientes, para formar
pessoas críticas, inovadoras, éticas, mais realizadas na vida, humanizadas.

Conforme afirma Morin (2001, p. 23 e 24), “educar é aprender a gerenciar valores. Não
bastam só informação e conhecimento... A educação tem sentido, se trabalharmos com
valores que nos ajudam a sermos mais felizes”.

O segredo não é qual tecnologia vamos utilizar, mas como e por que aplicá-la. Para
utilizarmos a tecnologia a favor da educação, temos vários recursos que vamos passar a
conhecer ou mesmo rever, tais como:
47

MICROSOFT® POWERPOINT

A utilização do 6.6 Microsoft® PowerPoint requer alguns cuidados. Para que a men-
sagem seja bem compreendida, sugerimos que sejam adotadas as seguintes sugestões:

Utilizar cada slide como um guia, Adaptar o número de slides ao tempo


destacando apenas os principais tópicos. destinado à exposição.

Os tópicos devem servir para orientar Procure treinar com antecedência


o expositor a desenvolver o conteúdo, para ter ciência do tempo de que sua
devendo, portanto, evitar o excesso apresentação dispõe.
de informações no slide.

Realizar um teste com antecedência do


Explorar figuras coloridas. material a ser apresentado.

As figuras ajudam que o receptor Esse cuidado é importante para que


tenha uma compreensão melhor do você se familiarize com os
conteúdo apresentado. equipamentos e o ambiente.

O tamanho da letra deve ser: Ter em mãos uma cópia de sua


28 para os títulos e 24 para os textos. apresentação e sempre utilizar diversas
formas de armazenamento em meio digital.

Essa sugestão colabora para uma


melhor visualização do receptor. Ao salvar uma cópia do seu trabalho
em um pen drive, nos seus e-mails ou
em CDs, você evita passar por
qualquer tipo de contratempo.
Observar o contraste da letra com a cor do
fundo do slide – um claro e outro escuro.
Verificar se há alguém disponível para
Devemos ter cuidado para que a passar os slides ou se há um controle
projeção não prejudique a remoto para fazê-lo.
visualização do receptor.
Não se postar entre o projetor e o slide
durante a exposição, pois atrapalha a
visualização da apresentação.
48

• INTERNET

Professores que somos, sabemos da dificuldade que é integrar as tecnologias às nos-


sas aulas de forma significativa, trazendo o mundo real para as atividades. Com a utiliza-
ção dos recursos de multimídia, podemos notar melhores resultados no ensinar/apren-
der. Vejamos como a internet pode ser explorada como recurso em sala de aula.

De acordo com Ann Heide (2000, p. 31), a internet pode ser utilizada em muitas situa-
ções, conforme figura abaixo:

ANN HEIDE (2000, p. 31)

Projetos Desenvolvimento Pesquisa


Profissional Estudantil
• Colaborações
• Pesquisas • Cursos • Textos on-line
• Coleta de dados • Conferências • Bibliotecas
• Relatórios de • Bancos de dados
Pesquisa • Notícias

Comunicações Interesse
INTERNET Pessoal
• Grupos de discussão
• Amigos por
correspondência NA SALA • Viagem
• Saúde
• Perguntas a um
DE AULA
• Cozinha
especialista • Passatempos
• Tutores on-line • Esportes

Publicações Suporte de Sala Exploração


de Aula Educativa
• Notícias da escola
• Ensaios relatos • Software • Museus
• << Kidsopédia >> • Troca de ideiais • Expedições on-line
• Páginas da Web • Planos de aula • Sites interativos

Acessando diversos sites, sendo alguns deles considerados ferramentas fundamentais


para a pesquisa dos mais variados temas, você e seu aluno irão descortinar novos mundos.

Você já pensou que, em vez de falar sobre as cores, você pode mostrar aos seus alu-
nos vídeos ou animações que explicam como elas são formadas? Com o tempo, os pró-
prios alunos terão a iniciativa de buscar os vídeos e os conteúdos.
49

Vamos lá, experimente! Compartilhe esta informação com os seus alunos!

FÓRUNS

Os fóruns on-line são grupos de discussões que tem por finalidade fomentar a de-
bate sobre diversos assuntos. Nesses espaços, você pode inserir observações, sugestões
ou perguntas sobre um determinado assunto e deixá-las disponíveis para que outras
pessoas possam respondê-las ou consultá-las. Esses ambientes proporcionam a troca de
conteúdos e de experiências.

Está vendo como a internet pode ser uma importante ferramenta de consulta para
novos conhecimentos ou esclarecimentos?

E-LEARNING

A aprendizagem on-line, também conhecida como e-learning, é a utilização da Tecno-


logia da Informação e Comunicação para criar experiências que facilitem o processo de
educação das pessoas.

Segundo Dailton Felipini (2014), o e-learning é “o ensino realizado através de meios


eletrônicos. É basicamente um sistema hospedado no servidor da empresa que vai trans-
mitir, através da internet ou intranet, informações e instruções aos alunos, visando agre-
gar conhecimentos específicos.”

E você sabe como funciona?

No e-learning, as etapas de ensino são programadas, divididas em módulos e utiliza-


das por diversos recursos tecnológicos como e-mail, textos e imagens digitalizadas, sala
de bate papo, links, vídeos, teleconferências, e-books (livros eletrônicos), entre outros.

E quais as vantagens?
• Rompimento de barreiras geográficas (pode ser feito em qualquer lugar do planeta)
e temporais (o aluno gerencia o seu tempo disponível);
• Reprodução do conteúdo, pois uma vez elaborado pode ser usado por milhões de alunos;
• Baixo custo devido ao número de alunos que terão acesso ao curso.

O e-learning é uma nova ferramenta potencializada pela internet e perfeitamen-


te ajustada às características de nosso tempo, marcada pela agilidade, velocidade e
gigantescos volumes de informações a serem digeridos.
50

INFORMÁTICA

De acordo com Tajra (2001, p. 56), as modalidades de aplicação da informática na


educação estão relacionadas à proposta pedagógica, e podemos classificar a utilização do
computador de duas formas:

POR DISCIPLINA

Os computadores são utilizados como reforço, complementação


ou sensibilização para os conteúdos abordados em sala. É uma
ação individual, orientada pelo professor, conforme a necessidade
identificada na disciplina que está sendo trabalhada.

POR PROJETOS EDUCACIONAIS

A informática é utilizada nas disciplinas integradas, de acordo


com os temas de projetos específicos.

De acordo com Tajra (2001, p. 57),

O uso dos computadores nesta metodologia ocorre durante toda


a constru ção da pesquisa, seja para fazer uma busca de informações
na internet e/ou CDs, para rever alguns conteúdos disciplinares bá-
sicos para o desenvolvimento do projeto ou para elaborar os rascu-
nhos, textos, apresentações e gráficos como forma de exibição dos
resultados das pesquisas realizadas.
51

Os passos para a estruturação dos projetos com a utilização do computador são:

PASSO A PASSO PARA A ESTRUTURAÇÃO DOS PROTEJOS

1.
Apresentação
2.
Discussão com os
3.
Elaboração por
do tema ou da alunos sobre os parte dos alunos
escolha do tema conhecimentos já de um roteiro de
do projeto para acumulados no estudo do tema
os alunos. cotidiano sobre o selecionado.
tema escolhido.

6.
Elaboração
5.
Localização de
4.
Apresentação dos
de pesquisa bibliografia para roteiros individuais
sobre os tópicos a pesquisa. para estudo.
do projeto.

7.
Construção de
8.
Apresentação
9.
Avaliação
um dossiê sobre da pesquisa. da pesquisa
o projeto. realizada.

Você já pensou no melhor recurso a ser utilizado em suas aulas? Durante a escolha,
considere o interesse da sua turma, os objetivos a atingir e o conteúdo a ser desenvolvido.

A forma como você irá apresentar e explorar os recursos com seus alunos e envol-
vê-los de maneira dinâmica, interagindo, indo além das mensagens, dando margem à
criação e à inovação é que resultará na diferença do seu trabalho.
52

ETAPA 3

Novos tempos, novas redes

Objetivos:
• Diferenciar os diferentes instrumentos de avaliação dos processos de ensino
aprendizagem;
• Refletir, investigar e analisar tecnicamente ao propor melhorias para os processos
de ensino, aprendizagem e avaliação;
• Comprometer-se com o aluno, considerando suas necessidades individuais, seu de-
sempenho e resultado.

E agora? Precisamos verificar o que realmente ficou registrado sobre os novos desa-
fios desvendados e o que fazer para tirar melhor proveito dos resultados obtidos.

O que e como avaliar? Por que e para que avaliamos?

Conforme Luckesi (1995, p.65).

[...] a avaliação consiste em emitir uma apreciação qualitativa


sobre o nível de aprendizagem e de desenvolvimento do aluno, nas
situações de ensino. Implica também emitir um julgamento de valor
sobre o conhecimento do aluno, para tomar decisões importantes.

Libâneo (1991, p. 190) diz que “a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados
relevantes do processo ensino-aprendizagem, que auxilia o professor a tomar decisões
sobre seu próprio trabalho”
53

E para você, professor, o que é a apreciação qualitativa? Como é realizada?

A apreciação qualitativa ocorre quando envolve juízo de valor do que pesa mais, do
que é mais importante para a sociedade. É realizada por meio de provas, tarefas, exercí-
cios e participação dos alunos.

Para que a avaliação seja realizada, devemos saber aonde queremos chegar. Tal
meta deve ser definida ao traçar objetivos, que funcionam como parâmetros para a to-
mada de decisões.

Apreciação
Ação de avaliar (algo ou
alguém) para estimar o
seu valor, a sua natureza.

Hoffmann (1995, p. 18) nos diz que:

a avaliação é a reflexão transformada em ação. Ação, essa, que


nos impulsiona a novas reflexões. Reflexão permanente do educador
sobre sua realidade, e acompanhamento, passo a passo, do educan-
do, na sua trajetória de construção do conhecimento. Um processo
interativo, através do qual educandos e educadores aprendem sobre
si mesmos e sobre a realidade escolar no ato próprio da avaliação.

Com o resultado das pesquisas científicas sobre inteligência emocional e inteligências


múltiplas, muitos educadores entendiam, de forma equivocada, que o aluno só aprendia se
tivesse prazer no ato da aprendizagem. De acordo com Pedro Demo (2004, p. 118):

é fútil fazer coincidir emoção com prazer, ainda que este lhe
seja parte integrante. Deixa-se de lado que, na vida, aprende-se
principalmente do sofrimento. Precisamos aprender também o que
muitas vezes não nos dá prazer, pelo menos prazer imediato. Apren-
der implica esforço, dispêndio de energia, dedicação sistemática,
atividade produtiva.
54

Muitas vezes, não temos prazer imediato no que fazemos, mas, para que haja aprendi-
zagem, há necessidade do envolvimento pessoal. Nós nos envolvemos com o que gostamos
e com o que não gostamos, dependendo da necessidade. Por isso, professor, é importante
que você exponha o conhecimento de forma atraente, prazerosa, justificando a importância
do conteúdo, evitando o cansaço desnecessário dos nossos alunos, uma vez que o resul-
tado da avaliação é fruto do trabalho desenvolvido durante as aulas.

A avaliação já deixa o aluno temeroso, ansioso, pois, segundo Demo (2004), ela tem a pre-
tensão de classificar, comparar, escalonar pessoas. São utilizados procedimentos que tentam
simplificar questões complexas, reduzindo a avaliação à memorização de conteúdos.

O autor (2004, p. 120) afirma, no entanto, que tudo e todos devem ser avaliados no con-
texto educacional, chegando a citar pontos que devem ser considerados:

a) Avaliar o avaliador, para evitar qualquer impunidade;


b) O avaliado precisa entender como se dá o processo avaliativo, em particular os
critérios de avaliação;
c) O avaliado deve ter o direito de recalcitrar, questionar, ainda que sempre com de-
vidos argumentos;
d) O avaliado deve poder refazer sempre o que fez de modo equivocado ou incompleto;
e) O processo avaliativo deve ser pedagógico – destina-se a garantir o direito do alu-
no de aprender;
f) Avalia-se para promover;
g) Toda avaliação é questionável.

Vejamos o que entendemos sobre os pontos acima apresentados por Demo:


DEMO (2004, p. 120)

2. O aluno precisa conhecer


como se constitui a avaliação
1. O professor também e os critérios envolvidos,
é elemento da avaliação pertinentes, para melhor
e, desta forma, tem a envolvimento neste processo.
oportunidade de se
aprimorar.

3. Apesar de o professor
ser o formulador da
7. Para que o avaliação, o aluno tem o
professor atue de direito de tirar suas
forma democrática, é dúvidas, mesmo durante o
importante que ele processo de avaliação,
permita o desde que apresente
questionamento da argumentos plausíveis.
avaliação aplicada.

4. Devemos lembrar
6. O objetivo da avaliação é que o importante
favorecer o aluno no avançar não deve ser
da aquisição de novos somente a nota, mas
conhecimentos, crescendo. a oportunidade de o
5. Reiterando a aluno aprender.
argumentação anterior,
devemos garantir a
aprendizagem do aluno.
55

Portanto, até aonde a prova deve ser aplicada? Como ela deve ser elaborada? Como
utilizar os seus resultados?

De acordo com Barbosa (2008), a avaliação deixa de ser um momento final do processo
educativo para se transformar na busca incessante de compreensão das dificuldades do
educando e na dinamização de novas oportunidades de conhecimento.

E como funciona a avaliação? Repense um pouco.

Você acha que devemos acabar com as provas?

Demo (2004, p. 122) afirma que a prova é necessária quando tem por finalidade a se-
leção de alunos, como o vestibular e concursos muito concorridos. Nesse caso, as provas
devem ser objetivas e, de preferência, apresentar o cartão de respostas, para logo se com-
putar e ter os resultados. Atualmente, se queremos ir ao encontro do saber pensar do aluno,
seus conhecimentos e aplicações, não há como se evitar provas de variadas questões, que
levem a perceber a maneira de interpretar, argumentar e fundamentar do discente. O autor
ainda sugere que, em sala de aula, o professor inovador procure superar a prova fazendo
uso de procedimentos mais inteligentes, por exemplo,

se o aluno pesquisa e elabora de modo constante, pode deter


farto material próprio, o que substitui facilmente a prova. Não se
deixa de avaliar. Avalia-se com maior pertinência e respeito. A prova
é a prova mais cabal do instrucionismo reprodutivo que campeia nas
escolas e universidades marcadas por aulas em série, um “café ve-
lho” esticado a torto e a direito.

E agora? Sua opinião mudou com relação à utilização da prova como instrumento de
avaliação? Pense a respeito!

De acordo com Libâneo (1994), nos diversos momentos do processo ensino-aprendiza-


gem, a avaliação tem as funções de verificação, de qualificação e de apreciação qualitativa:

Ocorre por meio de coleta de dados sobre o resultado dos


alunos através de provas, exercícios, tarefas, trabalhos,
1. Verificação observações. É uma avaliação quantitativa que se utiliza de
equipamentos específicos de medição. Para isso, utilizamos
gráficos, tabelas, com representações numéricas..
É a comprovação dos objetivos alcançados, atribuindo notas
2. Qualificação
ou conceitos.

3. Apreciação É a avaliação propriamente dita dos resultados, tomando por


qualitativa base padrões de desempenho esperados.
56

Vamos aproveitar este momento para fazer uma pausa e repensar a avaliação. Reflita
sobre as seguintes questões: como você conceitua o processo de avaliação? Como a tem
praticado? Como utiliza os resultados das avaliações de seus alunos para pensar ou repen-
sar seu planejamento didático?

De acordo com Luckesi (2010), hoje, a avaliação escolar é entendida como um exame,
que é um ato mais seletivo e classificatório. As provas aplicadas são de natureza duvidosa,
pois são corrigidas, os pontos são contados e concluímos se os alunos serão aprovados ou
reprovados. Na realidade, é uma tradição autoritária, centrada na pessoa do professor e no
sistema de ensino, não em quem aprende.

O autor defende ainda a ideia da avaliação constituída de instrumentos de diagnóstico,


que levam a uma intervenção na aprendizagem do aluno com o intuito de recuperação, ou
seja, melhoria da aprendizagem. Nesse caso, a avaliação defendida é a inclusiva, pois ajuda
o estudante a adquirir os conhecimentos e habilidades necessários.

PARA IR ALÉM
Cipriano Carlos Luckesi é licenciado em filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciên-
cias Humanas da Universidade Católica de Salvador, Bahia (1970). Mestre em Ciências
Sociais pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da
Bahia (1976) e Doutor em Educação: História, Política e Sociedade, pelo Programa de
Pós-Graduação da Universidade Católica de São Paulo (1992). Atualmente é professor
orientador dos cursos de Mestrado e Doutorado.

Seu campo de atuação de pesquisa atinge os seguintes temas: Filosofia da Edu-


cação, Teoria do Ensino, Didática, Educação e Ludicidade e Avaliação da Aprendiza-
gem Escolar, tema no qual, ao longo do tempo, tornou-se um especialista.

De acordo com Benjamim Bloom (1983, p.100), a avaliação está classificada em três tipos:

BENJAMIM BLOOM (1983, p. 100)

Processo
ENSINO-APRENDIZAGEM

Avaliação Avaliação Avaliação


Diagnóstica (Durante) (Depois)
57

Portanto, vejamos a seguir as características de cada uma dessas avaliações.

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

É a concepção da avaliação como instrumento de compreensão do estágio de aprendi-


zagem em que se encontra o aluno, objetivando tomar decisões para que esse possa avan-
çar no processo de aquisição do conhecimento. Como analogia, é como se fosse verificado
se certo local está bom para se edificar uma casa. Levanta-se o conhecimento do aluno
sobre um determinado assunto para ver qual deve ser o ponto de partida, visando alcançar
objetivos.

O resultado da avaliação diagnóstica pode apontar uma necessidade de revisão, de


trabalhar conteúdos necessários aos temas a serem desenvolvidos. Esse trabalho pode ser
feito individualmente ou coletivamente. De acordo com Luckesi (2010, p. 81), falando sobre
avaliação diagnóstica,
não seria tão somente um instrumento para a aprovação ou re-
provação dos alunos, mas sim, um instrumento de diagnóstico de
sua situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos ade-
quados para a sua aprendizagem. Se um aluno está defasado, não
há que, pura e simplesmente, reprová-lo e mantê-lo nessa situação.

Portanto, a avaliação diagnóstica vai contribuir para que você trabalhe as dificuldades
dos seus alunos no dia a dia. Por exemplo, como professor, você vai ensinar sobre porcen-
tagem, porém identifica que seus alunos encontram-se bastante confusos e que não con-
seguem resolver as questões propostas. Você, então, passa a observá-los individualmente e
identifica que apresentam dificuldades nas quatro operações. O que você faria? Continuaria
explicando sobre porcentagem ou trabalharia as quatro operações paralelamente? Mudaria
para um outro assunto?

AVALIAÇÃO FORMATIVA

É realizada durante todo o processo ensino-aprendizagem. É mais bem aproveitada


quando o resultado é fornecido para os alunos, permitindo que possam corrigir seus er-
ros e sanar suas dúvidas, contribuindo para recuperar o aluno em relação ao que faltou
compreender.

Acontece no dia a dia da sala de aula durante todas as atividades desenvolvidas


pelo professor.

É importante utilizar meios diferentes de avaliação criando situações de participação


ativa do aluno no processo de educar/aprender.
58

AVALIAÇÃO SOMATIVA

Geralmente é realizada ao final de um curso ou um período letivo e é conhecida como


“prova”, ou seja, classifica se o aluno “passou” ou não. É também utilizada em concursos.

Na realidade, um bom processo ensino-aprendizagem não exclui os tipos de avaliação


entre si. Uma avaliação pode ter características diagnóstica, formativa e somativa ao mes-
mo tempo. Geralmente, o educador que negligencia um dos tipos de avaliação não colherá
bons resultados, podendo a turma apresentar um grande índice de reprovação.

É este o professor que queremos ser?

Luckesi (2010, p. 99) afirma que


a prática de avaliação de aprendizagem, em seu sentido pleno,
só será possível na medida em que se estiver efetivamente interes-
sado na aprendizagem do educando, ou seja, há que se estar inte-
ressado que o educando aprenda o que está sendo ensinado. Parece
um contrassenso esta afirmação, na medida em que podemos pensar
que quem está trabalhando no ensino está interessado em que os
educandos aprendam e, todavia, não é o que ocorre.

De acordo com estudos realizados, para um resultado eficaz do processo ensino-apren-


dizagem, é necessário que os alunos saibam os objetivos que são esperados e o modo de
trabalhar e avaliar este objetivo.

A avaliação é uma condição para melhorar o ensino.

Instrumentos e técnicas de avaliação exigem estudo e pesquisas, tanto dos do-


centes quanto dos discentes, buscando sempre aprimoramento.

E como devemos elaborar as questões de uma avaliação?

QUESTÕES SUBJETIVAS

São conjuntos de questões ou temas que devem ser respondidos pelos alunos com
suas próprias palavras.

A questão deve ser clara quanto à habilidade mental que se deseja: comparar, relacio-
nar e apresentar argumentos.
59

Tipos de questões dissertativas, de acordo com Bossolan (2011):

1. Relacionar
É uma exposição que exige apenas a recordação.
ou Enumerar

Neste caso, os elementos devem ser dispostos de forma a


2. Organizar
assumir uma estrutura.

Supõe uma escolha fundamentada em normas de julgamentos


3. Selecionar
ou apreciação.

O item solicita a exposição das características de um objeto,


4. Descrever
fato, processo ou fenômeno.

Pressupõe uma análise em que o aluno expõe suas ideias,


5. Discutir questiona, apresenta argumentos contra ou a favor, estabelece
relações entre as ideias.

Consiste em anunciar os atributos essenciais e específicos de


6. Definir
um objeto, fato, processo ou fenômeno.

Consiste em confirmar uma regra ou demonstrar uma verdade.


7. Exemplificar
A questão exige aplicação do conhecimento aprendido

Consiste em elucidar a relação entre fatos ou ideias. É uma


8. Explicar
questão de causa e efeito.

Consiste na análise simultânea de objetos, fatos, processos


9. Comparar ou fenômenos para determinar semelhanças e diferenças e
indicar relações.
Consiste em fazer um resumo, expondo de forma concisa e
10. Sintetizar abreviada uma ideia ou assunto, apresentando seus aspectos
essenciais.
É uma espécie de síntese, que exige uma organização do
11. Esquematizar assunto em tópicos e subtópicos, dando ênfase às relações e
funções entre os elementos.

Consiste em analisar o significado das palavras, textos, ideias.


12. Interpretar
Exige capacidade de compreender e realizar tarefas.

Supõe análise crítica, julgamento, avaliação do texto, livros,


ideias. O aluno deve demonstrar a correção e a adequação
13. Criticar
de uma ideia, apresentar sugestões para o aprimoramento ou
razão para refutar as ideias analisadas.
60

Vejamos então um exemplo de questão subjetiva.

QUESTÕES OBJETIVAS

Nesta forma de elaboração de questões, pede-se que o aluno escolha uma resposta
dentre diferentes alternativas.

As provas de questões objetivas avaliam a extensão do conhecimento e as habi-


lidades. Favorecem uma correção mais rápida, pois cada item apresenta apenas uma
resposta correta.

As questões objetivas exigem um conhecimento técnico por parte do professor, de


modo a evitar o “palpite ou chute” por parte do aluno.

Tipos de questões, segundo Libâneo (1994, p. 207):

QUESTÕES CERTO-ERRADO (C OU E)

O aluno escolhe a resposta entre duas ou mais alternativas. Cada item é uma afirma-
ção que pode estar certa ou errada. Exemplo:

Leia as frases a seguir e, em seguida, marque C para as afirmativas certas e E para as


afirmativas erradas:

(C) (E) No nosso século, surgiram novas necessidades de formação de alguns profis-
sionais com alta qualificação, realidade inexistente no artesanato.
(C) (E) As diferentes funções do trabalho coletivo exigem diferentes graus de forma-
ção, o que cria valores diversos.
(C) (E) O trabalhador individual deve ser anexado a uma função única por toda a vida.

QUESTÕES MÚLTIPLA ESCOLHA

Entre 1508 e 1512, Miguelangelo pintou o teto da Capela Sistina no Vaticano, um marco
da civilização ocidental.

Revolucionária, a obra chocou os mais conservadores, pela quantidade de corpos


nus, possivelmente resultado de seus secretos estudos de anatomia, uma vez que, no seu
tempo, era necessário autorização da Igreja para a dissecação de cadáveres.
61

Recentemente, foram descobertas algumas peças anatômicas camufladas entre as


cenas que compõem o teto.

Uma das cenas mais conhecidas é A criação de Adão.

Esta obra-prima de Michelangelo expressa:

(a) O criador dando a coerência ao ser humano.


(b) A separação entre o bem e o mal.
(c) A evolução da humanidade.
(d) A esperança no futuro da humanidade.
(e) A diversidade humana.
Assinale a alternativa correta.

Dentre os Estados mais populosos do Brasil, estão:

(a) Rio de Janeiro e São Paulo


(b) Rio de Janeiro e Minas Gerais
(c) Minas Gerais e São Paulo
(d) São Paulo e Bahia

Assinale as alternativas que caracterizam a população urbana.

I – População cuja maioria trabalha em atividades rurais.


II – População cujo estilo de vida se caracteriza por intensas relações sociais e acen-
tuada receptividade a inovações.
III – População cujo estilo de vida é predominantemente conservador, muitas vezes
resistente a inovações.
IV – População cuja maioria trabalha em atividades econômicas primárias.
62

São verdadeiros os itens:

a) I, III e IV
b) II, III e IV
c) I e II
d) III e IV

Educador, estes são alguns dos tipos de questões que poderemos utilizar como parte
da avaliação dos nossos alunos. Há muitos outros tipos, os quais você está convidado a
levantar. Claro que só serão utilizados de acordo com os objetivos de terminados por você.

Agora vamos parar para refletir sobre o processo de autoavaliação. Como fica a sua
aprendizagem? Quando começa e quando termina?

Aprendemos realmente quando conseguimos transformar nossa


vida em um processo permanente, paciente, confiante e afetuoso de
aprendizagem. Processo permanente, porque nunca acaba. Paciente,
porque os resultados nem sempre aparecem imediatamente e sempre
se modificam. Confiante, porque aprendemos mais se temos uma ati-
tude confiante, positiva, diante da vida, do mundo e de nós mesmos.
Processo afetuoso, impregnado de carinho, de ternura, de compreen-
são, porque nos faz avançar muito mais. (MORIN, 2006, p. 24)

Atualmente, nosso mundo vem sendo marcado por grandes e rápidas mudanças. Te-
mos muito a aprender, a desaprender e a nos organizar para aprender a aprender. Isso se
chama educação continuada!

Portanto, você deve pensar numa educação permanente, continuada, para que possa
realizar-se como ser, como profissional, colaborando para o progresso da sua empresa,
da sociedade e do mundo. É a relação do homem com a vida, interagindo com o outro,
inovando, criando.

Ao se comprometer com a formação dos alunos, o professor ensina, educando para


a autonomia, aprendendo a conhecer, a fazer, a viver juntos e a ser, formando os quatro
pilares básicos da educação do século XXI, definidos pela UNESCO.

DEVOLUTIVAS PEDAGÓGICAS

Qual sua importância? O que são?

Consiste numa análise do desempenho dos alunos nas avaliações objetivando ir mui-
to além das notas.
63

Hollander (2021) afirma que as Devolutivas Pedagógicas permitem que os alunos to-
mem consciência de quais são seus pontos fortes e os que precisam desenvolver, ajudan-
do a direcionar seus estudos. Desse modo, as avaliações deixam de ser usadas apenas
como métricas e se tornam ferramentas para promover o desenvolvimento do aprendiza-
do dos alunos.

Além disso, os professores podem utilizar as informações para aprimorar as suas prá-
ticas de ensino, ajudando a melhorar o desempenho dos discentes.

Os erros e acertos de cada disciplina são comparados, permitindo a revisão de cada


questão respondida. Assim, os alunos podem trabalhar os pontos que necessitam, dando
mais atenção e estudos objetivamente.

Geralmente, os relatórios das análises devem conter os tópicos:

• Percentual dos acertos e erros das provas;


• Acertos e erros totais;
• Disciplinas de melhor desempenho;
• Disciplinas de pior desempenho;
• Comparação de acertos e erros por disciplina;
• Gabarito comentado.

Quais as vantagens das Devolutivas Pedagógicas para os professores e alunos?

• Aprimorar a comunicação entre professores e alunos;


• Oferecer uma visão ampla dos pontos fortes e fracos , favorecendo a direção dos
estudos por parte dos alunos em relação às suas dificuldades;
• Os professores identificam qual ponto da matéria precisam retomar rapidamente,
mudando o seu planejamento de aulas e aumentando a probabilidade de os estudan-
tes obterem resultados mais satisfatórios.

Caro professor, terminamos aqui o nosso mergulho no mundo do conhecimento, bus-


cando o aprimoramento das atividades profissionais junto aos nossos alunos e contri-
buindo efetivamente para a construção da nossa história.

Esta é apenas uma parada provisória sobre o conhecimento, uma vez que a educa-
ção do professor é permanente. É preciso acreditar, ter esperança, semeando e colhendo
educação teórica, prática, crítica e inovadora, além de contribuir para a realização das
pessoas, tornando-as mais felizes num mundo melhor. Tecendo sempre.
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FICHA TÉCNICA

SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL


UNIEP - UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
Felipe Esteves Pinto Morgado
Superintendente de Educação Profissional e Superior

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Sinara Sant’Anna Celistre


Gestora do Programa SENAI da Prática Pedagógica

SENAI CETIQT - CENTRO DE TECNOLOGIA DA INDÚSTRIA QUÍMICA E TÊXTIL


Robson Wanka
Gerente de Educação

Renata Rottweiller
Coordenadora de Educação a Distância

Ana Claudia Lopes


Coordenadora de Ensino Superior

Josie Costa Barbosa


Juliana Gomes de Macedo
Revisão Técnica

Maria Stela Antunes da Silva


Conteudista

Neli dos Reis


Designer Instrucional

Flávio Freitas
Projeto Gráfico e Capa

Tatiana Moralima
Diagramação e Ilustração

Lívia Duarte
Revisora Gramatical

Biblioteca SENAI CETIQT


Normalização
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