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PROCEDIMENTOS INTERNOS DO
AÇÕES DO PSICOPEDAGOGO
PSICOPEDAGOGO
MÓDULO 2
Comparar a Psicopedagogia Escolar, Hospitalar e Organizacional
A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL
Agora exploraremos o papel do psicopedagogo na escola, nos hospitais e nas empresas. Você
constatará que o psicopedagogo pode exercer várias atividades importantes nestas
instituições.
Antigamente, as atividades desse profissional restringiam-se somente à área clínica, porém seu
campo de atuação se ampliou. Hoje o psicopedagogo pode desenvolver atividades no contexto
escolar, organizacional e hospitalar. Essas instituições só têm a ganhar ao valorizarem,
respeitarem e abrirem espaço para este profissional.
PSICOPEDAGOGIA ESCOLAR
As escolas estão cada vez mais preocupadas com os alunos que apresentam dificuldades de
aprendizagem. Relatam que não possuem política de intervenção capaz de contribuir para a
superação dos problemas de aprendizagem.
Dessa forma, o psicopedagogo escolar, considerado um profissional qualificado, tem condições
de trabalhar na área de Educação dando assistência a professores, a outros profissionais da
instituição escolar (supervisores, coordenadores, diretores) e aos alunos e seus familiares, para a
melhoria das condições do processo ensino-aprendizagem, bem como para a prevenção dos
problemas de aprendizagem.
MÓDULO 3
Reconhecer o desenvolvimento de estudos das questões de Educação e da Saúde no que
concerne ao processo de aprendizagem
PSICOPEDAGOGIA E A CIÊNCIA
Para dialogarmos sobre este assunto, nada melhor do que trazer as ideias da experiente e
renomada psicopedagoga Nádia Bossa. A Psicopedagogia hoje se constitui como uma área de
estudos, ou seja, busca firmar-se como Ciência. Contudo, vamos relembrar aqui que a
Psicopedagogia é objeto de pesquisa e se originou de uma prática que hoje está essencialmente
voltada para a questão da aprendizagem humana.
Estudiosos da Educação alertam sobre a necessidade de termos pesquisas na área da
Psicopedagogia. Mesmo com a dificuldade teórica exigida pela natureza do objeto de estudo, que
solicita conhecimentos de diversas disciplinas e a difícil arte de unir tais conhecimentos em uma
perspectiva interdisciplinar, é possível pensarmos neste contexto com vistas à melhoria da
formação e da prática psicopedagógica.
A reflexão acerca da prática psicopedagógica tem relação com os fatores sociais que determinam
a necessidade de construir conhecimento no campo da intervenção psicopedagógica. No Brasil,
esse campo se caracteriza como um espaço multi e interdisciplinar. Sabemos que, há mais de
três décadas, profissionais de várias áreas de formação, envolvidos no âmbito da Educação e
Saúde, têm-se ocupado da questão das dificuldades de aprendizagem, motivados por uma
questão que se faz presente no cotidiano escolar e que ainda não foi resolvido: o fracasso do
sistema educacional brasileiro (BOSSA, 2008).
Há uma diversidade de disciplinas que compõem os estudos da Psicopedagogia. Alguns autores
descrevem práticas psicopedagógicas que focam no processo de ensinoaprendizagem; outros,
na intervenção dos transtornos do processo de aprendizagem, com formas de intervenção
direcionadas tanto ao sujeito individual como ao coletivo.
SEGUNDO BOSSA (2008), AS AÇÕES DA
INTERVENÇÃO SÃO MÚLTIPLAS E DIVERSAS. POR
EXEMPLO, É POSSÍVEL TERMOS INTERVENÇÃO NO
SISTEMA EDUCATIVO, EM CLÍNICAS, HOSPITAIS,
CENTROS DE SAÚDE, ORGANIZAÇÕES
EMPRESARIAIS, CENTROS COMUNITÁRIOS.
Contudo, com relação às estratégias de intervenção, nas práticas psicopedagógicas existem
várias técnicas: entrevistas, trabalho interdisciplinar, grupos terapêuticos, técnicas de recolocação
de informação diagnóstica, estratégias terapêuticas, assessoramento e coordenação de projetos
educativos institucionais e projetos pedagógicos inovadores, entre outras (BOSSA, 2008).
Depreendemos que as disciplinas que dão suporte à prática psicopedagógica são:
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
TEORIA DA APRENDIZAGEM
TEORIA DA EDUCAÇÃO
TEORIA PSICANALÍTICA
PSICOLOGIA PSICODINÂMICA
PSICOLOGIA SOCIAL E ORGANIZACIONAL
SOCIOLOGIA
NEUROCIÊNCIAS
DIDÁTICA
EPISTEMOLOGIA
Mesmo sabendo que a prática psicopedagógica cresce significativamente, aumentando o espaço
de ação e as formas de intervenção, há muito a ser feito no que diz respeito ao campo da
investigação científica, para que se possa de fato fazer frente à demanda que a originou.
Apenas pesquisas realizadas no contexto acadêmico poderão oferecer uma produção de
conhecimento que tenha condições de mudar tal realidade (BOSSA, 2008).
Há muito a ser feito no campo da investigação científica ligada à Psicopedagogia.
Vários esforços se unem atualmente no campo de conhecimento científico para proporcionar à
Psicopedagogia mais espaço na academia, para que possamos ter os subsídios e o apoio à
pesquisa em nosso país. Ao longo do tempo, temos trabalhado com determinação, vencendo
obstáculos e acreditando na ideia de que esses conhecimentos representam enorme evolução no
desenvolvimento do ser humano.
ESTUDOS CIENTÍFICOS NA ÁREA DE EDUCAÇÃO E SAÚDE RELACIONADOS AO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM
A Psicopedagogia preocupa-se, estuda e intervém nos processos de aprendizagem humana. Seu
campo de atuação, como vimos até aqui, relaciona-se às escolas, às clínicas, às empresas e aos
hopsitais. A busca por uma Psicopedagogia científica é constante e desafiadora, por isso vamos
apresentar alguns relatos de pesquisas científicas realizadas na área da Educação e Saúde que
apontam sua importância no espaço psicopedagógico.
Os estudos que ora apresentamos têm como propósito mostrar os benefícios que trazem para a
evolução da Psicopedagogia como Ciência e, ao mesmo tempo, como contribuem para amenizar
os problemas gerados pelo não aprender.
Campagnolo e Marquezan (2019) realizaram uma pesquisa cujo objetivo foi analisar as
publicações recentes sobre o psicopedagogo escolar, a fim de compreender de que forma o
psicopedagogo tem se inserido na escola, como se dá a sua atuação no contexto escolar, como
ele desenvolve seu trabalho e quais as relações que estabelece com os demais atores escolares.
A metodologia apoiou-se na pesquisa bibliográfica do tipo Estado do Conhecimento; e o
levantamento dos dados se deu por meio de publicações em artigos da Revista da Associação
Brasileira de Psicopedagogia (ABPP) — versão on-line. Como resultado, foram selecionados sete
artigos relativos à escola e definidas três categorias de análise: o psicopedagogo, o aluno e o
professor.
ESTADO DO CONHECIMENTO
Referência ao estágio atual de conhecimento científico sobre um objeto de análise ou de estudo.
A pesquisa concluiu que o psicopedagogo é um profissional necessário e muito importante em
diferentes instâncias na escola, que precisa ter conhecimentos específicos de diferentes áreas
profissionais (como os transtornos mentais e psicológicos de comportamento e as questões
sociais que interferem na aprendizagem) e, principalmente, entender o funcionamento do
ambiente e das especificidades do ambiente escolar.
Já o estudo de Bittencourt et al. (2019), a partir de revisão integrativa, teve como objetivo
compreender a atuação do psicopedagogo em relação à inovação no ambiente escolar,
considerando as novas demandas, os desafios e as necessidades de transformação. Foram
selecionados e analisados 22 artigos. Os resultados revelaram a necessidade do
desenvolvimento de pesquisas que demonstrem a importância e a diversidade de atuação do
psicopedagogo para atender às novas demandas de inovação no contexto de aprendizagem
escolar, contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento científico da área, dos
profissionais e, principalmente, para o potencial de aprendizagem dos indivíduos.
Smerdel e Murgo (2018) realizaram um relato sobre a atuação do psicopedagogo no contexto
hospitalar como membro da equipe multidisciplinar do hospital. Com base na reflexão teórica e
prática, analisaram o atendimento psicopedagógico realizado na pediatria de um hospital. Os
encontros foram divididos em dez sessões semanais de intervenções baseadas em atividades
individuais e em leito hospitalar e dez sessões semanais de intervenções grupais realizadas na
brinquedoteca com atividades lúdicas. Foi possível verificar a importância da intervenção
psicopedagógica para o aprender e para a qualidade de vida de crianças e adolescentes em
idade escolar no processo de hospitalização.
Batista, Goncalves e Andrade (2015), com base em uma avaliação psicopedagógica, buscaram
descrever a queixa de alterações no desenvolvimento de uma criança. O caso estudado foi o de
um menino de 9 anos de idade, atendido em clínica-escola de instituição da grande São Paulo. O
relatório médico reportou alterações no desenvolvimento, especificamente atraso do
desenvolvimento neuropsicomotor, desatenção e dificuldade de aprendizado, com diagnóstico de
transtorno específico misto do desenvolvimento e outro transtorno comportamental e emocional
especificado com início habitualmente na infância ou adolescência.
Foram feitas oito sessões em que foram aplicados os seguintes instrumentos:
DESENHO DA FAMÍLIA
DESENHO DA FAMÍLIA CINÉTICA
DESENHO DO PAR EDUCATIVO
HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
SONDAGEM DA ESCRITA
PROVAS PIAGETIANAS
Os resultados revelaram, de acordo com a avaliação psicopedagógica, um atraso na
aprendizagem da escrita, no desenvolvimento cognitivo e, também, dificuldades de coordenação
motora, interação e comunicação.
O estudo concluiu que a avaliação psicopedagógica foi fundamental, pois permitiu uma análise
abrangente do sujeito e de sua aprendizagem, incluindo sugestões de encaminhamentos
baseadas nos resultados alcançados.
A avaliação psicopedagógica com a criança
Lima e Natel (2010) fizeram um levantamento das contribuições da Psicopedagogia para o
Atendimento Pedagógico Hospitalar. Realizaram estudos sobre o processo de hospitalização
infantil e a forma de aprendizagem neste contexto, as atribuições e legislações sobre classe
hospitalar, assim como a Psicopedagogia Institucional como abordagem para atender tal
demanda. Realizou-se uma entrevista com a psicopedagoga que atuava em uma classe
hospitalar, com o propósito de entender a realidade desse tipo de atendimento.
O estudo aponta que a Psicopedagogia, a partir de uma visão institucional e sistêmica, contribui
significativamente com o atendimento pedagógico hospitalar não somente em casos de possíveis
dificuldades de aprendizagem, mas, principalmente, no planejamento das atividades e na
formação dos educadores.
ATENÇÃO
Com esses cinco estudos relatados, queremos afirmar que as pesquisas científicas na área da
Psicopedagogia contribuem para a construção de conhecimento e podem ser consideradas
grandes aliadas no processo da aprendizagem humana. Não tivemos a pretensão de esgotar o
assunto, mas queríamos que você soubesse que conhecer pesquisas científicas é fundamental
para sua formação.
Na visão de Bossa (2008, p. 47), ainda que os obstáculos sejam muitos, a Psicopedagogia se
constrói incessantemente e propõe auxiliar o ser humano a superar-se nas adversidades por
meio da aprendizagem. Assim, entende que o fato de a Psicopedagogia argumentar sobre seu
direito de existir já é prova de sua existência. Sabe-se que existindo e, consciente de sua
responsabilidade, reivindica tenazmente espaço para sua autoria.
MÓDULO 4
Definir o trabalho multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar na
Psicopedagogia
A DIFERENÇA ENTRE A MULTIDISCIPLINARIDADE E A INTERDISCIPLINARIDADE
Para que você compreenda o trabalho multidisciplinar e interdisciplinar na Psicopedagogia,
inicialmente é preciso entender a diferença entre esses dois conceitos fundamentais. Fique
atento!
MULTIDISCIPLINARIDADE
Na opinião de Costa (2007), a multidisciplinaridade requer a proximidade de diversas disciplinas
que, porém, não estão relacionadas entre si. Não pressupõe, necessariamente, trabalho em
equipe e coordenação. Na multidisciplinaridade, não se acordam conceitos e métodos.
INTERDISCIPLINARIDADE
Considera o grau de integração entre as disciplinas e a intensidade de trocas entre os
especialistas. Desse processo interativo, todas as disciplinas saem enriquecidas. Não basta
somente tomar de empréstimo elementos de outras disciplinas, mas também comparar, julgar e
incorporar elementos na produção de uma disciplina modificada.
A autora Fazenda (2001) amplia nossa reflexão sobre o conceito de interdisciplinar, ao apontar
que interdisciplinaridade não é somente um conhecimento, mas ação. Ela também nos
direciona ao duvidar sobre “o que seriam atividades de conhecimento”. A interdisciplinaridade se
desenvolveria a partir do desenvolvimento das próprias disciplinas.
SE A INTERDISCIPLINARIDADE APONTA A RELAÇÃO
ENTRE DUAS OU MAIS DISCIPLINAS, ATRAVÉS DO
TRABALHO INTERDISCIPLINAR É POSSÍVEL
ESTABELECER TROCAS DE CONHECIMENTO AO
PROMOVER UMA COMUNICAÇÃO E UMA
ABORDAGEM NÃO FRAGMENTADA E UM
ATENDIMENTO PARA A PESSOA EM SUA INTEGRALIDADE.
A atuação dos profissionais de forma interdisciplinar promove trocas de saberes e contribuições
no meio científico com possibilidades de mudanças em instituições e na sociedade, gerando
maior qualidade de vida às pessoas atendidas e aos familiares (TRINDADE, 2020). A
interdisciplinaridade pode também ser entendida como um campo de aspectos políticos e sociais,
como uma visão do sujeito psicossocial.
ATENÇÃO
É importante apontar que um conceito não se sobrepõe ao outro. O trabalho multiprofissional
pode ser realizado, como é visível em alguns momentos do estudo do objeto, de forma separada.
O trabalho interdisciplinar, ou em equipe, implica um trabalho em conjunto, no qual cada
profissional coloca o que conhece, domina, o que sente e, também, expõe as suas expectativas
em função de um objetivo partilhado (COSTA, 2007).
A atuação dos profissionais de forma interdisciplinar promove trocas de saberes.
O TRABALHO INTERDISCIPLINAR E MULTIDISCIPLINAR NA PSICOPEDAGOGIA
Vamos explorar agora a visão de Griz (2006) acerca do trabalho interdisciplinar e multidisciplinar
na Psicopedagogia.
Vimos que a Psicopedagogia visa intervir nos processos de aprendizagem e sabemos que, por
diversas razões, encontramos crianças que não conseguem aprender, não conseguem
acompanhar os conteúdos em sala de aula e nem ter um desempenho semelhante ao de seus
colegas. Afinal, cada ser tem sua individualidade, sua subjetividade, é único em sua forma de
aprender e se relacionar com o mundo.
Imagem: Shutterstock.com
A Psicopedagogia não foi diferente de outras áreas do conhecimento ao buscar um corpo teórico
consistente para responder aos diversos problemas de aprendizagem. Ao realizar esse
movimento, tornou-se inicialmente multidisciplinar. Mas a ação psicopedagógica também não
pôde explicar a questão do não aprender em sua totalidade. Essa prática era ainda exercida por
profissionais que procuravam intervir nos problemas de aprendizagem, cada um com sua
formação acadêmica trabalhando isoladamente, com seus pontos de vista e procedimentos.
A PARTIR DE TROCAS TEÓRICAS E DE UMA AÇÃO
CONJUNTA ENTRE OS PROFISSIONAIS DA
PEDAGOGIA, PSICOLOGIA, FONOAUDIOLOGIA,
PSICANÁLISE, NEUROLOGIA E PSICOLOGIA SOCIAL,
UMA NOVA PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA FOI
CONSTRUÍDA, EM UMA VISÃO INTERDISCIPLINAR, NA
QUAL O INDIVÍDUO QUE NÃO APRENDIA ERA VISTO DE FORMA INTEGRAL.
Vale lembrar que, para analisar e solucionar os problemas de aprendizagem, os profissionais de
diversas áreas começaram a observar cada aspecto do aprendiz, levando em consideração as
diversas áreas de conhecimento. A partir de então, um modelo de intervenção psicopedagógica
foi se desenvolvendo de maneira mais ampla, observando também a relação entre a
aprendizagem e a queixa escolar. Essa posição interdisciplinar deu suporte para uma postura
científica da Psicopedagogia.
É importante destacar que a Psicopedagogia, como área de conhecimento que caminha em
busca da verdade, também se constitui em uma área que não se completou. Ela não se esgota
nessa busca. Da mesma forma que procura construir no sujeito a capacidade de ser sempre
aprendente, ela se posiciona como construtora do conhecimento, também na condição de
aprendente, e como reprodutora de conhecimento, na condição de quem aprende.
A Psicopedagogia é, pois, uma área do conhecimento que permite ao ser humano ser
protagonista de seu pensamento, oferece novas oportunidades, dando a esse sujeito uma
aprendizagem significativa.
TRANSDISCIPLINARIDADE E PSICOPEDAGOGIA: UM NOVO OLHAR E NOVAS
POSSIBILIDADES DE AGIR
A transdisciplinaridade nos revela o que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, por meio das
diferentes disciplinas e além das disciplinas. Seu objetivo é a compreensão do mundo atual — e
um dos pontos chaves para isso é o conhecimento. Baseia-se em novos aspectos de
realidade, trabalha nas lacunas, “entre”, “através” e “além” das disciplinas.
A TRANSDISCIPLINARIDADE SE INTERESSA, ACIMA
DE TUDO, NO QUE ATRAVESSA AS ESPECIALIDADES,
NO TRABALHO QUE OCORRE ENTRE AS
DISCIPLINAS, NO IR ALÉM DAS FRONTEIRAS, A
MOVIMENTAÇÃO DA DEFINIÇÃO DE UM CAMPO DE
SABER PARA OUTRO E A UNIÃO DO CONHECIMENTO.
ELA VAI MAIS ALÉM: NÃO SE RESTRINGE ÀS
INTERAÇÕES E ÀS RECIPROCIDADES ENTRE AS DISCIPLINAS, UMA VEZ QUE PROPÕE A
AUSÊNCIA DE FRONTEIRAS ENTRE ELAS (COSTA, 2007).
Ora, a Psicopedagogia também caminha nessa direção. Não se limita a uma visão multidisciplinar
e interdisciplinar. Ela caminha pelo conhecimento das diversas disciplinas, transcendendo-as
para ocupar um espaço que é seu, firmar-se no estudo, na análise e na solução do problema do
sujeito que apresenta dificuldades no seu processo de aprender.
A Psicopedagogia surge na condição de dependente de uma série de outras Ciências — ciências
essas que se relacionam, devendo tornar-se transdisciplinares e construir novos conceitos, novas
maneiras de olhar o ser humano para poder encontrar direções para a solução dos problemas de
aprendizagem.
É com essa visão transdisciplinar que a Psicopedagogia ouve o sujeito e analisa a queixa de
dificuldade na aprendizagem, tendo uma compreensão dinâmica e levando em consideração as
contradições e tensões da mente humana. Com o olhar transdisciplinar, a Psicopedagogia vai
além e procura também entender os conflitos e as tensões presentes na comunicação da escola,
ao mesmo tempo que olha o sujeito da aprendizagem.
A Psicopedagogia ouve os diferentes discursos que estão constituídos no sujeito e pelo sujeito. É
dessa maneira que ele trabalha, com as incertezas e os conflitos que acontecem na sua prática
clínica, como na sua atuação na instituição. A Psicopedagogia irá sempre analisar seus
fundamentos e construir novos instrumentos, ampliando espaços para novas buscas do
conhecimento no processo de aprendizagem humana.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste material, discutimos o campo de atuação e as funções do psicopedagogo clínico,
escolar, hospitalar e organizacional. Vimos o quanto esse profissional é imprescindível nesses
espaços, os quais têm suas particularidades.
Não existe um campo de atuação melhor do que o outro; o psicopedagogo visa sempre auxiliar
as pessoas que, de certa forma, encontram-se em sofrimento e buscam uma nova relação com o
aprender, incluindo o aprender a viver melhor.
A Psicopedagogia tem procurado caminhos sólidos que apontem estudos consistentes que
contribuam para a formação e a atuação do psicopedagogo. Ela ganhou espaço no meio
científico e isso fortalece os profissionais que ainda esperam o reconhecimento em sua carreira.
Entendemos que o trabalho multidisciplinar foi importante no surgimento da Psicopedagogia.
Contudo, embora ainda esteja presente e seja necessário em alguns momentos do estudo do
objeto de pesquisa, a multidisciplinaridade foi superada pela interdisciplinaridade e pela
transdisciplinaridade, hoje fundamentais para a prática psicopedagógica.