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TEORIAS DE ENFERMAGEM

Referencias imprescindíveis para a fundamentação do processo de enfermagem. Apresentam


bases para subsidiar a assistência, revelam propósitos e limitações e direcionam as relações de
cuidado.

Elas são classificadas em: teorias baseadas nas necessidades humanas, teorias baseadas no
processo interativo e teorias baseadas no processo unitário.

TEORIAS BASEADAS NAS NECESSIDADES HUMANAS:

• Florence Nightingale – Teoria Ambientalista


• Dorothea Orem – Teoria do déficit de Autocuidado
• Betty Neuman – Modelo dos sistemas de Neuman
• Virgínia Henderson – Teoria das necessidades

TEORIAS BASEADAS NO PROCESSO INTERATIVO

• Myra Levine – Modelo de conservação


• Barbara M. Artinian – Modelo Intersistema
• Imogene M. King – Teoria do Alcance de metas
• Callista Roy – Modelo de adaptação de Roy

TEORIAS BASEADAS NO PROCESSO UNITÁRIO

• Martha Rogers – A ciência dos humanos unitários e irredutíveis


• Rosimarie Parse – Paradigma do tornar-se humano
• Margaret Newman – Saúde como conscientização expandida

TEORIA AMBIENTALISTA

A Teoria Ambientalista de Florence Nightingale baseia-se na crença de que o ambiente em que


os pacientes estão inseridos desempenha um papel crucial na promoção da saúde e na
recuperação de doenças. Ela acreditava que a atmosfera e as condições físicas do ambiente de
cuidados afetavam diretamente o bem-estar dos pacientes. A teoria enfatiza vários elementos
ambientais, incluindo ventilação, luz, calor, limpeza e ruído.

A seguir estão alguns dos princípios-chave da Teoria Ambientalista de Florence Nightingale:

1. Ventilação e ar puro: Nightingale acreditava que a circulação de ar fresco era essencial


para manter um ambiente saudável. Ela defendia a importância da ventilação adequada
para prevenir a propagação de doenças.

2. Luz natural: Nightingale reconhecia a influência positiva da luz natural no bem-estar dos
pacientes. Ela considerava a luz como um elemento vital para promover a cura e a
recuperação.

3. Limpeza e higiene: A teoria destacava a necessidade de ambientes limpos e higienizados


para prevenir infecções e melhorar as condições gerais de saúde. Nightingale foi pioneira
na promoção de práticas rigorosas de higiene nos ambientes hospitalares.

4. Alimentação adequada: A teoria também incluía a importância da nutrição apropriada


como parte integrante do ambiente de cuidados. Nightingale reconhecia a relação entre
uma dieta saudável e a capacidade do corpo de se recuperar.
5. Ruído: Nightingale enfatizava a importância de manter um ambiente tranquilo para
promover o repouso e a recuperação dos pacientes. Ela acreditava que o ruído excessivo
poderia ser prejudicial à saúde.

A Teoria Ambientalista de Florence Nightingale influenciou significativamente a prática de


enfermagem e os padrões de cuidados hospitalares. Suas ideias continuam a ser relevantes hoje,
pois a importância do ambiente na promoção da saúde e na recuperação dos pacientes é
amplamente reconhecida no campo da saúde.

A TEORIA DO DÉFICIT DO AUTOCUIDADO DE DOROTHEA OREM

A Teoria do Déficit do Autocuidado de Dorothea Orem é um modelo de enfermagem que enfatiza


a capacidade do indivíduo de realizar ações específicas para manter sua saúde e bem-estar.
Dorothea Orem, uma enfermeira teórica norte-americana, desenvolveu essa teoria para
fornecer uma estrutura conceitual que orientasse a prática de enfermagem e ajudasse os
profissionais a entenderem melhor as necessidades de autocuidado dos pacientes.

A teoria é baseada em três conceitos inter-relacionados:

1. Autocuidado: Orem define autocuidado como as atividades realizadas pelo indivíduo


para manter a sua própria saúde. Isso inclui uma variedade de ações, desde as mais
simples, como a higiene pessoal, até atividades mais complexas, como seguir um plano
de tratamento prescrito.

2. Déficit do autocuidado: O conceito de déficit do autocuidado refere-se à situação em


que um indivíduo não consegue realizar as atividades de autocuidado necessárias para
manter a sua saúde. Esse déficit pode ser temporário, como durante a recuperação de
uma doença, ou permanente, como em condições crônicas.

3. Enfermagem como suporte: A teoria de Orem destaca o papel da enfermagem como


um suporte ao autocuidado. Quando um indivíduo enfrenta um déficit de autocuidado,
os enfermeiros têm a responsabilidade de fornecer assistência para preencher essa
lacuna. Isso pode envolver ensinar habilidades de autocuidado, oferecer suporte
emocional e fornecer cuidados diretos quando necessário.

Além desses conceitos fundamentais, a Teoria do Déficit do Autocuidado é dividida em três


subteorias:

1. Teoria do Autocuidado: Descreve as práticas gerais que as pessoas realizam para manter
sua saúde.

2. Teoria do Déficit do Autocuidado: Identifica e explica as situações em que o autocuidado


é deficiente.

3. Teoria dos Sistemas de Enfermagem: Descreve o papel da enfermagem na promoção e


suporte ao autocuidado.

Essa teoria tem sido influente na prática de enfermagem e no desenvolvimento de protocolos


de cuidados. Ela destaca a importância de capacitar os indivíduos para que possam participar
ativamente do seu próprio autocuidado sempre que possível, promovendo assim uma
abordagem mais holística e centrada no paciente na prática de enfermagem.

A TEORIA DAS NECESSIDADES DE VIRGINIA HENDERSON


A Teoria das Necessidades de Virginia Henderson é uma das teorias de enfermagem mais
conhecidas e influentes. Desenvolvida por Virginia Avenel Henderson, uma enfermeira e
educadora norte-americana, essa teoria foi apresentada pela primeira vez na década de 1950 e
continua a ser relevante na prática de enfermagem contemporânea.

A teoria de Henderson é frequentemente chamada de "Teoria das 14 Necessidades Básicas" e é


centrada no paciente, destacando o papel da enfermagem em ajudar os indivíduos a atenderem
às suas necessidades básicas quando não conseguem fazê-lo por si mesmos. Aqui estão as 14
necessidades básicas conforme delineadas por Virginia Henderson:

1. Respirar normalmente: Refere-se à capacidade do paciente de respirar sem dificuldades


ou desconforto.

2. Comer e beber adequadamente: Envolve a ingestão suficiente de alimentos e líquidos


para manter a saúde e o bem-estar.

3. Eliminar de forma satisfatória: Relaciona-se à capacidade do paciente de eliminar


resíduos corporais de maneira eficaz.

4. Mover-se e manter uma boa postura: Enfatiza a importância do movimento e da


postura adequada para a saúde geral.

5. Dormir e descansar: Envolve a capacidade do paciente de obter um sono reparador e


descanso adequado.

6. Escolher roupas adequadas - Vestir-se e despir-se: Refere-se à habilidade do paciente


em selecionar e usar roupas apropriadas.

7. Manter a temperatura do corpo dentro da faixa normal: Destaca a importância de


manter a temperatura corporal dentro dos limites normais.

8. Manter a higiene pessoal e a integridade da pele: Envolve a capacidade do paciente de


manter a higiene pessoal e cuidar da integridade da pele.

9. Evitar os perigos do ambiente: Refere-se à habilidade do paciente de reconhecer e


evitar perigos no ambiente.

10. Comunicar-se eficientemente com os outros: Destaca a importância da comunicação


eficaz para o bem-estar emocional e social.

11. Agir de acordo com crenças e valores próprios: Envolve a capacidade do paciente de
agir de acordo com suas crenças e valores pessoais.

12. Ocupar-se em atividades recreativas: Refere-se à participação em atividades recreativas


para promover o equilíbrio emocional e mental.

13. Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade: Destaca a importância da


aprendizagem contínua e do desenvolvimento pessoal.

14. Trabalhar de forma a realizar um sentido de realização pessoal: Envolve a capacidade


do paciente de se envolver em atividades significativas para promover o sentido de
realização pessoal.
A teoria de Virginia Henderson destaca o papel fundamental da enfermagem em ajudar os
pacientes a atenderem a essas necessidades quando não conseguem fazê-lo sozinhos. Ela
enfatiza a importância da abordagem holística e centrada no paciente na prática de enfermagem.

A TEORIA DO ALCANCE DE METAS DE IMOGENE M. KING

A Teoria do Alcance de Metas de Imogene M. King é uma teoria de enfermagem que se concentra
no processo de interação entre o enfermeiro e o paciente, com ênfase na definição e alcance de
metas para a promoção da saúde. Imogene M. King, uma enfermeira teórica norte-americana,
desenvolveu essa teoria na década de 1960 como uma resposta às mudanças sociais e
tecnológicas que estavam ocorrendo na época.

A teoria é baseada em três sistemas dinâmicos inter-relacionados: o sistema pessoal, o sistema


interpessoal e o sistema social. Aqui estão os componentes principais da Teoria do Alcance de
Metas:

1. Sistema Pessoal: Refere-se ao indivíduo como uma totalidade, incluindo seus


pensamentos, sentimentos, percepções e experiências pessoais. O enfermeiro avalia o
sistema pessoal do paciente para entender suas necessidades e capacidades.

2. Sistema Interpessoal: Envolve as interações entre o enfermeiro e o paciente. A


comunicação é fundamental neste sistema, e o enfermeiro trabalha para estabelecer
uma relação terapêutica que facilite o alcance de metas de saúde mútuas.

3. Sistema Social: Considera os fatores externos que podem influenciar a saúde do


paciente, como a família, a comunidade e a cultura. O enfermeiro avalia esses fatores
para compreender o contexto social do paciente.

A Teoria do Alcance de Metas inclui os seguintes conceitos-chave:

• Percepção: O processo pelo qual o paciente compreende e interpreta as informações


relacionadas à sua saúde.

• Comunicação: A troca de informações entre o enfermeiro e o paciente, essencial para


estabelecer uma compreensão mútua e facilitar o alcance de metas.

• Transação: As ações e interações que ocorrem entre o enfermeiro e o paciente para


alcançar metas de saúde específicas.

• Adaptabilidade: A capacidade do paciente de se ajustar e responder a mudanças em sua


saúde e ambiente.

• Influência Social: Os fatores externos que afetam o processo de alcance de metas,


incluindo a influência da família, comunidade e cultura.

A Teoria do Alcance de Metas sugere que o enfermeiro e o paciente trabalham juntos para
estabelecer metas realistas e alcançáveis, levando em consideração os sistemas pessoal,
interpessoal e social. O enfermeiro age como um facilitador, apoiando o paciente no processo
de adaptação e alcance de metas de saúde. Essa teoria destaca a importância da colaboração e
da abordagem centrada no paciente na prática de enfermagem.

A CIÊNCIA DOS HUMANOS UNITÁRIOS E IRREDUTÍVEIS

A Ciência dos Humanos Unitários e Irredutíveis, desenvolvida por Martha E. Rogers, é uma teoria
de enfermagem que enfatiza a compreensão holística do ser humano como um ser único e
irrepetível. Martha Rogers, enfermeira e teórica norte-americana, desenvolveu essa teoria na
década de 1970, fornecendo uma abordagem inovadora que transcendeu as teorias tradicionais
da enfermagem.

Principais conceitos da Ciência dos Humanos Unitários e Irredutíveis:

1. Ser Humano Irredutível: Rogers acreditava que os seres humanos não podem ser
reduzidos a partes separadas e independentes. Em vez disso, ela propôs uma visão de
ser humano como um todo irreduzível, único e integrado.

2. Campo de Energia Pessoal: A teoria destaca a ideia de que os seres humanos são
sistemas abertos que interagem constantemente com o ambiente. Rogers utiliza o termo
"campo de energia pessoal" para descrever essa interação dinâmica entre o indivíduo e
o ambiente, incluindo fatores físicos, emocionais, sociais e espirituais.

3. Enfermagem como Facilitadora: A enfermagem, de acordo com a teoria, é vista como


uma disciplina que facilita o processo de evolução e crescimento do ser humano. Os
enfermeiros são encorajados a apoiar o paciente na compreensão e expressão de seu
campo de energia pessoal.

4. Padrões e Interações: A teoria enfatiza a importância dos padrões e interações no


desenvolvimento e na saúde do ser humano. Rogers acreditava que a enfermagem
deveria se concentrar em identificar e facilitar os padrões de movimento que promovem
o bem-estar.

5. Ressonância: A ressonância é um conceito importante na teoria de Rogers, referindo-se


à conexão e harmonia entre o campo de energia pessoal do enfermeiro e do paciente.
Acredita-se que a ressonância facilita uma compreensão mais profunda e uma interação
terapêutica mais eficaz.

A Ciência dos Humanos Unitários e Irredutíveis é considerada uma teoria de enfermagem de


ponta, desafiando abordagens mais mecanicistas e fragmentadas. Ela destaca a importância da
compreensão holística do ser humano, considerando não apenas aspectos físicos, mas também
emocionais, sociais e espirituais. Essa teoria influenciou a prática de enfermagem ao promover
uma abordagem mais integral e centrada no paciente.

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