Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Introdução
Ao longo do tempo a enfermagem vem se aperfeiçoando e adquirindo conhecimentos
específicos através de estudos que fundamentem sua prática. A enfermagem como ciência,
busca a comprovação de fatos da realidade através da formulação das teorias e marcos
conceitual. (CAMPEDELLI et al., 2000)
Nesse sentido, inúmeros teoristas buscaram estruturação do pensamento teórico
interrelacionando quatro conceitos principais: a pessoa, a saúde, o ambiente e a enfermagem,
que segundo George (2000), formam o metaparadigma da enfermagem. Alguns destes
teoristas foram Florence Nightingale com a Teoria Ambientalista (1859); Peplau com a Teoria
1
Interpessoal (1952); Henderson com a Teoria dos Componentes de Cuidado (1955); Johnson
com a Teoria do Sistema Comportamental (1959); Levine com a Teoria da Conservação de
Energia e da Enfermagem Holística (1967); Wanda Horta com a Teoria das Necessidades
Humanas Básicas Afetadas (1970) e Dorothea Orem com a Teoria do Autocuidado (1970).
Dorothea E. Orem, nasceu em Baltimore, Maryland - Estados Unidos em 1914 ,
graduou-se em Enfermagem em 1930. A partir de 1958, começa a desenvolver o modelo
conceitual de sua teoria, baseada no autocuidado, utilizando como referencia o modelo
ambientalista, proposto por Florence Nightingale e o de dependência e o papel da enfermagem,
identificado por Henderson.
O paradigma por ela proposto, teoriza que os indivíduos são estimulados a
desempenharem pessoalmente atividades que foram aprendidas, após avaliação da sua
capacidade para desempenhá-la, essas ações têm benefício próprio e atendem suas
necessidades com o máximo de independência, em favor da manutenção da vida, a saúde e o
bem estar.
Orem prosseguiu no desenvolvimento de sua teoria e em 1971, publicou o livro Nursing:
Concepts of pratice, que teve novas reedições em 1980, 1985 e 1991.
Orem faleceu em junho de 2007, aos 92 anos.
Para George (2000), Orem entendia a Enfermagem como uma arte de ajuda, na qual a ação
deve ser bem delimitada e o indivíduo não deve estar condicionado a uma atitude passiva, pois
cabe a Enfermagem estimular adequadamente o processo de autocuidado, já que o mesmo
está relacionado ao conceito de saúde.
Nesse sentido, autocuidado é definido como “a atividade que os indivíduos praticam em
seu benefício para manter a vida, a saúde e o bem estar”. (DIÓGINES; PAGLIUCA, 2003)
A teoria de Orem tem como fundamentação a interrelação de três teorias: a Teoria do
Autocuidado, onde considera o que o paciente pode realizar; a Teoria do Déficit de
Autocuidado, onde é avaliado o momento em que a enfermagem é necessária e a Teoria
dos Sistemas de Enfermagem, que representa avaliação das limitações para a aplicação
das ações necessárias.
Relacionar estas três teorias proporciona uma visão única da prática de enfermagem,
“[...] aplicadas para todos os pacientes individualmente e com adaptações, às unidades
multipessoais.” (GEORGE, 2000, p. 98)
Orem explica na teoria dos Sistemas de Enfermagem, que cabe ao enfermeiro avaliar
o paciente e escolher o sistema ou uma combinação de sistemas que lhe darão um plano de
ações ideal para o preenchimento dos requisitos para o autocuidado.
Alguns profissionais consideram a teoria de Orem melhor aplicável clinicamente, quando
mais de um Sistema é usado concomitantemente. (KNUST & QUARN, 1983 apud GEORGE,
2000, p. 99)
2
Para viabilizar a aplicabilidade de uma teoria, é necessária a existência de um
mecanismo que possibilite a aplicação do processo teórico à realidade prática, ou seja, uma
metodologia para o exercício profissional.
Nesse sentido, o processo de enfermagem é um método através do qual a estrutura
teórica é aplicada a prática, sendo a forma sistemática dinâmica e humanizada de prestar os
cuidados de enfermagem. (SILVA; SANTOS, 2009)
O processo de enfermagem foi introduzido por Wanda Horta em 1970, aplicando a teoria
por ela idealizada , como base para a avaliação da assistência, por meio do levantamento das
necessidades humanas básicas afetadas nos pacientes, objetivando direcionar a assistência de
enfermagem para resolvê-los ou amenizá-los.
A forma de organizar e estruturar esta assistência de Enfermagem ocorreu através da
introdução da Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE), regulamentada por meio
da regulamentação nº 272 de 2002, pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN).
A SAE é a forma dinâmica do Processo de Enfermagem
3
de Terapia Intensiva, vivencio a desarticulação e a deficiência operacional da assistência aos
pacientes críticos. A aplicação deste processo exige um perfil profissional mais humanizado e
menos mecânico, tornando a prática de enfermagem uma ação dinâmica e individualizada
através da constante avaliação da capacidade do paciente engajar-se no autocuidado
associado com a evolução do quadro clínico e a terapêutica aplicada.
Este fato motivou-me a buscar como referencial Dorothea Orem e a Teoria dos Sistemas
de Enfermagem, para a aplicação da Sistematização da Assistência de enfermagem a
pacientes críticos
2. Objetivo
Propor modelo de sistematização de assistência de enfermagem, direcionado a pacientes
críticos, adotando como referencial, a Teoria dos Sistemas de Enfermagem de Orem
3. Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, realizado por meio de
revisão bibliográfica, utilizando 16 referências que foram selecionadas pela relevância, dentre
eles 06 artigos científicos em língua portuguesa disponíveis por meio eletrônico em revistas
científicas nas bases de dados Scielo e Lilacs, foram também consultadas as resoluções
normativas da ANVISA e COFEN, 05 livros relacionados ao tema exposto e 03 manuais.
O levantamento bibliográfico foi realizado no período de agosto a novembro de 2010.
O estudo de revisão bibliográfica refere-se ao levantamento de todas as publicações
relacionadas à temática escolhida para uma análise crítica que serve como base inicial de um
trabalho científico. A leitura destas publicações é uma atividade fundamental de construção do
conhecimento através da reflexão na ação investigativa. (DYNIEWICZ, 2007)
4. Desenvolvimento
O individuo doente é aquele que apresenta um desvio de saúde, podendo estar limitado
temporariamente, ou não. Neste momento, é possível identificar não somente o grau de
dependência do paciente, mas também a motivação e disponibilidade do paciente para a
adesão à prática do autocuidado. Nessa avaliação, o enfermeiro contribui auxiliando através de
um Sistema de Enfermagem que melhor se adéqüe a situação. (OREM apud FONSECA,
1997).
Mediante a necessidade de internação de um paciente em uma Unidade de Terapia
Intensiva (UTI), ocorre a exigência de uma terapêutica direcionada a gravidade potencial do
mesmo, que exigirá um serviço com recursos tecnológicos e humanos específicos, capazes de
reverter à evolução de uma doença em estágio não terminal, prevenindo a morte.
(KNOBEL,1998).
O perfil da equipe que promove a assistência ao doente internado em UTI exige uma
incorporação de habilidades e competências dos profissionais que os tornam capazes de lidar
com situações que exijam agilidade, precisão e tomada de decisão baseada no conhecimento
científico, associadas às condições fisiológicas e psicológicas do paciente, incluindo o
comprometimento e noção precisa de prioridade.
O paciente crítico, assistido em uma UTI, pode apresentar diversas demandas
terapêuticas de autocuidado tais como a gravidade potencial, isolamento social, falta de
4
conhecimento, falta de autocontrole, ausência de privacidade, desorientação, ociosidade,
dependência total ou parcial, medo da morte, ansiedade, risco de desequilíbrio emocional e
alterações fisiológicas.
Este paciente vai estar ausente de seu ambiente físico, isolado do convívio social, familiar
e profissional, e esta situação de segregação e isolamento reflete negativamente em seu estado
psicológico e fisiológico.
Segundo Cesarino et al. (2005), o medo da morte é tido como o maior desconforto para o
paciente e família e este fato também contribui para o desequilíbrio emocional, que acaba
interferindo no processo de recuperação, além da falta de autocontrole, privacidade e
desorientação em relação ao espaço, tempo, ociosidade e dependência.
A Teoria dos Sistemas de Enfermagem de Orem se aplica adequadamente ao cuidado ao
paciente crítico, embora se discuta muito pouco sobre suas necessidades emocionais e se
coloque como determinante sua condição física e limitações, para a execução das ações de
autocuidado.
Favorecer o autocuidado ao paciente crítico implica em oferecer-lhe meios,
considerando suas limitações potenciais, de desenvolver o máximo de autonomia, liberdade e
domínio sobre si, diminuindo com isso, a sensação de impotência e assim contribuir para
minimizar a ansiedade, fator emocional que age como agravante na evolução do quadro clínico.
A necessidade da implementação de uma assistência de enfermagem qualificada e
humanizada determinou para que Orem formulasse a Teoria do Autocuidado, que sem grandes
ressalvas poderá ser utilizada em benefício dos pacientes internados em UTI.
A teoria de Orem é constituída por três vertentes que se inter-relacionam, representadas
pelo Autocuidado; Déficit de Autocuidado e Sistemas de Enfermagem. (George, 2000)
O Autocuidado é tudo que é desempenhado pelo indivíduo que tem afetado alguma
necessidade, em benefício próprio.
O Déficit de Autocuidado uma vez estabelecido faz com que a enfermagem se torne
necessária, sendo que as exigências para desempenhar o autocuidado, na maioria das vezes,
são maiores do que a capacidade do indivíduo para realizá-lo. Este déficit está associado às
limitações e a falta de efetividade do autocuidado.
Os Sistemas de Enfermagem, proposto por Orem, são baseados na avaliação da
limitação do indivíduo pelo enfermeiro e na aplicação de ações que regulam a necessidade do
paciente, com sua capacidade de realizar as ações de autocuidado.
O enfermeiro deve classificar o paciente crítico dentro de um ou mais dos três tipos de
Sistema de Enfermagem, considerando sua capacidade para promover o autocuidado na
existência do déficit entre o que o paciente pode fazer e o que precisa ser feito. Nesse caso se
torna necessário a avaliação do enfermeiro
Segundo George (2000), os Sistemas de Enfermagem classificam-se em três tipos
distintos:
Totalmente Compensatório: caracteriza-se pela incapacidade do paciente engajar-
se nas ações de autocuidado. Esta caracterização é subdividida em três grupos:
[1] Os incapazes de realizar qualquer forma de autocuidado, como os em estado de
coma.
5
[2] Os conscientes com capacidade de observação, julgamento e decisão, porém sem
condições para realizar ações de autocuidado, devido a sua condição. Nesta categoria
estão incluídos os pacientes com lesão vertebral C3-C4.
[3] Os incapazes de tomar decisões e compreender as ações de autocuidado e não
possuem comprometimento físico e podem realizar autocuidado, sob orientação e
supervisão constante, representados pelos portadores de transtorno mental severo.
Parcialmente Compensatório: As ações de autocuidado são realizadas tanto pela
enfermagem, quanto pelo paciente. O enfermeiro efetiva o cuidado necessário,
compensando as limitações do paciente, que regula algumas de suas ações e tem a
enfermagem como auxilio. Como exemplo, temos os pacientes de cirurgia abdominal
recente, hemodinamicamente estável, que podem realizar parcialmente sua higiene,
mas necessitam da enfermagem para as trocas de curativos e os pacientes com
cardiopatias, com restrição de deambulação devido ao esforço emanado, mas que
podem sentar-se na poltrona, com auxilio da enfermagem.
Apoio-Educação: O paciente com condições deve realizar as ações de autocuidado
porem, as habilidades necessárias para o desempenho estão representadas pela
tomada de decisão; controle do comportamento e o conhecimento. A
responsabilidade do enfermeiro é promover o paciente como agente de autocuidado
capacitando-o para aprimorar estas habilidades.
Diante um paciente com quadro de angina, fumante e com hiperlipidemia em condições
de alta da UTI, caberá ao enfermeiro fornecer orientações sobre a necessidade da aquisição de
hábitos de vida saudável; propor metas para redução de cigarros além de fornecer orientações
sobre os efeitos da taxa elevada de colesterol na função cardiovascular.
Uma vez definido se a assistência deve ser totalmente compensatória, parcialmente
compensatória ou de apoio e educação a partir deste ponto realiza-se a prescrição dos
cuidados.
Segundo Orem, a prática das ações de auto cuidado deve ser pautada e realizada de
forma voluntária e intencional, por qualquer individuo capaz de engajar-se na execução.
Para que isso ocorra, as ações devem ser definidas em conjunto entre enfermeiro e
paciente, sendo que este deverá estar motivado e dotado de conhecimento prático das
exigências às quais será submetido. Essas características são peças chaves, que influenciam
positivamente para o alcance do objetivo.
O exercício do autocuidado pode encontrar algumas limitações representadas pela
idade, sexo, nível de cognição, orientação sócio-cultural, padrões de vida e disponibilidade do
atendimento de saúde. (GEORGE, 2000)
A demanda terapêutica de Autocuidado é representada pela declaração do
enfermeiro de que a capacidade do paciente em realizar as ações de autocuidado, está de
alguma forma prejudicada, e, portanto não preenchidas as exigências para a promoção do
Autocuidado.
A Demanda Terapêutica de Autocuidado é verificada em determinados estágios do
desenvolvimento humano , quando componentes necessários para o ciclo vital estão
prejudicados ou em déficit, ou por necessidades associadas a uma condição determinada, ou a
um evento dentro do ciclo vital dos indivíduos. (DUPAS; PINTO; MENDES; BENEDINI, 1994)
6
Mediante o exposto, a aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem, para
atender as necessidades do paciente crítico, tomando como referencial a teoria de Orem,
deverá conter:
Histórico de Enfermagem: investigação e coleta de dados, contendo dados subjetivos
obtidos através da entrevista e anamnese e dados objetivos coletados por meio do exame
físico. Segundo a teoria de Orem o levantamento de dados deve ser baseado nos problemas
relacionados aos requisitos de autocuidado universal, de desenvolvimento e desvio de saúde
para então definir a demanda terapêutica.
Cabe ao enfermeiro depois da análise da demanda terapêutica, classificar o paciente
dentro do Sistema de enfermagem, definir o Diagnóstico de Enfermagem para então criar uma
prescrição de enfermagem adequada ao paciente crítico onde estarão expressas as ações
diretas da enfermagem relacionadas à ação limitada do paciente crítico e as ações do paciente,
guiadas, orientadas ou supervisionadas pela enfermagem.
Para Orem, as ações do auto cuidado devem satisfazer o grupo de necessidades,
denominadas Requisitos de Autocuidado e classificados em:
Universais: o enfermeiro deve identificar no paciente as alterações relacionadas a
sua capacidade para manutenção de uma ingesta suficiente de ar, água e alimento,
que no paciente crítico está caracterizado pela necessidade de oxigenioterapia e
deglutição prejudicada, por exemplo; a provisão de cuidados associados com os
processos de eliminação, caracterizada pelo cateterismo vesical ou relaxamento de
esfíncter; a manutenção do equilíbrio entre atividade e repouso como a restrição ao
leito; a manutenção do equilíbrio entre a solidão e a interação social como o horário
restrito de visitas; a prevenção dos perigos a vida humana, ao funcionamento e ao
bem estar como o risco para infecções, o risco para quedas e os riscos relacionados
a terapêutica invasiva.
De desenvolvimento: representados pelas expressões de requisitos universais que
foram individualizados por processos de estágio do desenvolvimento humano como,
por exemplo, a adolescência, gravidez, adaptação as mudanças físicas,
envelhecimento e o ser diante da morte.
Desvio de saúde: caracterizados pela situação em que o individuo encontram-se
acidentado, doente, incapacitado ou sob diagnóstico ou tratamento médico,
considera-se as alterações e resultados de exames laboratoriais, radiológicos e
complementares, toda a terapêutica necessária utilizada na UTI, como procedimentos
invasivos e não invasivos (GEORGE, 2000)
Sempre que ocorre a diminuição do controle das funções orgânicas, o sentimento de
segurança, autoestima, pertencimento e auto-realização do paciente é reduzido ou perdido,
convém ao enfermeiro identificar esta necessidade e aumentar a sensação de segurança e
controle do paciente evitando a fadiga fisiológica ou psicológica resultante de patologia ou do
ambiente como, no paciente crítico da UTI, por exemplo, uma restrição por acesso venoso, a
insônia por desconforto, dispnéia e sobrecarga sensorial, a restrição ao leito ou a delimitação
ao redor do leito e as limitações associadas que isto envolve, o profissional enfermeiro deve
reconhecer estas necessidades fazendo com que a assistência tenha uma abordagem holística.
7
Este levantamento de problemas dará subsídios para a construção do julgamento clínico
que serve como base para formular os Diagnósticos de Enfermagem, onde se determina
porque o indivíduo necessita de cuidados de enfermagem.
8
necessários de acordo com a evolução, são descritos as mudanças que ocorreram no processo
em relação ao paciente, saúde e autocuidado.
Nesta fase os sistemas de enfermagem pré-determinados podem sofrer alteração, pois
são reavaliados à medida que a capacidade para o autocuidado vai se restabelecendo,
conseqüentemente ocorre a reformulação da assistência.
Determina-se se os objetivos foram alcançados de acordo com os resultados esperados
e modifica-se ou elimina-se algum Diagnóstico de Enfermagem anterior baseado em novos
dados do paciente relacionados à demanda terapêutica de autocuidado.
Com a finalidade de atingir o objetivo proposto, anexo, apresento a Sistematização da
Assistência de Enfermagem, direcionada à pacientes críticos, adotando como diretriz
norteadora a teoria de Dorothea Orem..
5. Conclusão
A elaboração desse estudo permite concluir que a implantação da Sistematização de
Assistência de Enfermagem, para pacientes críticos, seguindo o referencial teórico de Orem,
exige que os profissionais de enfermagem que desempenham atividades em Unidade de
Terapia Intensiva, alem de capacitados estejam motivados e sensibilizados para aderirem ao
paradigma proposto. É fundamental que alem de treinamentos que lhes proporcionarão
conhecimento teórico para o exercício da prática a fim de aprimorar suas habilidades, é
necessário que concomitantemente sejam desenvolvidas ações, que propicie uma mudança do
olhar destes profissionais, direcionando-o para o ser humano e suas necessidades pessoais,
fisiológicas e emocionais e não apenas para as necessidades que estão relacionadas ao
processo da doença, que infelizmente é uma característica do modelo atual.
A importância desta proposta está em não apenas preencher os requisitos de
autocuidado, ou seja, suas necessidades, mas em não medir esforços para devolver ao
paciente crítico a capacidade de autocuidar-se e assim, sua autonomia ao devolver-lhe a
capacidade de manutenção da própria vida, saúde e bem estar. È importante ressaltar que
estreitar a relação enfermagem/paciente ao promover-lhe capacidade para executar o
autocuidado, não exclui a enfermagem de sua responsabilidade e não diminui sua atuação, já
que este processo exige maior interação com o paciente.
O foco do cuidado não deve estar voltado apenas para a recuperação, ou seja, retirar o
paciente do processo de doença, mas para a promoção de saúde ao favorecer o paciente seu
retorno ao convívio social, tendo como referência o seu potencial para realizações.
6. Referências
9
COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução Cofen n.358, de 15 de outubro de
2009. Brasília. [Internet] Disponível em: http://inter.coren-sp.gov.br/node/4001
DUPAS, G.; PINTO, I. C.; MENDES, M. D.; BENEDINI, Z. Reflexão e síntese acerca do modelo
do autocuidado de Orem. Fonte Acta Paul. Enf., São Paulo, v. 7, n. 1, p. 19-26, jan/mar,1994
DYNIEWICZ, Ana Maria. Metodologia da pesquisa em saúde para iniciantes. São Caetano do
Sul, SP: Difusão, 2007.
KNOBEL, Elias. Conduta do Paciente Grave. 6 ed. São Paulo: Atheneu, 1998.
OLIVEIRA, Ana Luisa de; RODRIGUES, Mariene Coutinho. Manual de referencia para
trabalho científico. Ribeirão Preto: Biblioteca UNAERP, 2008. 44 p.
OLIVEIRA, Ana Luisa de; RODRIGUES, Mariene Coutinho. Manual de citação para trabalho
científico. Ribeirão Preto: Biblioteca UNAERP, 2008. 18 p.
OLIVEIRA, Ana Luisa de; RODRIGUES, Mariene Coutinho. Manual para apresentação de
trabalho científico. Ribeirão Preto: Biblioteca UNAERP, 2008. 34 p.
10
ANEXO
HISTÓRICO (ADMISSÃO)
NOME____________________________________________IDADE__________ PRONTUÁRIO_______________LEITO_______
NOME DA MÃE________________________________FONE:_________________________/__________________________________
PROCEDÊNCIA:_________________________________________________________________________________________________
DIAGNÓSTICO MÉDICO_________________________________________________________________________________________
CRENÇAS:___________________________________________ RELIGIÃO:__________________________________________________
HÁBITOS ALIMENTARES__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
CIRURGIAS ANTERIORES__________________________________________________________________________________________
DOSE/DIA________________________________________________________________________________________________________
ENFERMEIRO_________________________________________COREN________________________________DATA____/_____/_____
NOME:__________________________________________LEITO_____IDADE_____GÊNERO____PRONTUÁRIO__________
DOR ( ) SIM ( ) NÃO RELATO VERBAL ( ) SIM ( ) NÃO EXPRESSÃO FACIAL ( ) SIM ( ) NÃO
COMPORTAMENTO: ( ) EXPRESSIVO ( ) GEMENTE ( ) IRRITADO ( ) CHOROSO
( ) LOCALIZADA/REGIÃO______________________ ( ) IRRADIADA/REGIÃO_________________________________
DESENCADEANTE____________________________________AGRAVANTE____________________________________
12
FATORES DE ALÍVIO__________________________________________________________________________________
TIPO: ( ) QUEIMAÇÃO ( ) PONTADA ( ) PULSÁTIL ( ) CÓLICA ( ) CONTÍNUA ( ) CONSTRITIVA
DURAÇÃO: ( ) – 1h ( ) 1 a 2h ( )3a4h ( ) + 6h
|_______|_______|_______|_______|_______|_______|________|_______|_______|________|________| MANHÃ_________
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
|_______|_______|_______|_______|_______|_______|________|_______|_______|________|________| TARDE__________
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
|_______|_______|_______|_______|_______|_______|________|_______|_______|________|________| NOITE__________
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
AVALIAÇÃO CARDIO-CIRCULATÓRIA
13
TEMP______________________________ ( ) PVC ( )+ ( ) --
CIANOSE___________________________ ARRITMIAS: ( ) SIM ( ) NÃO
AVALIAÇÃO GASTRINTESTINAL
ASCITE____________ CICATRIZ/REGIÃO_______________________
PONTO DOLOROSO__________________________TIPO____________________INTESIDADE___________________
INCISÃO CIRURGICA/REGIÃO_____________________________ASPECTO__________________________________
PELE: ( ) INTEGRA
UMIDADE: ( ) NORMAL ( )RESSECADA ( ) SUDOREICA
TEXTURA: ( ) NORMAL ( ) LISA ( ) ASPERA ( ) ENRUGADA
ESPESSURA: ( ) NORMAL ( ) ATRÓFICA ( ) ESPESSA
COLORAÇÃO: ( ) CORADA ( ) HIPOCORADA____________ ( ) CIANOSE______________ ( ) ICTÉRICA
TEMPERATURA: ( ) NORMAL ( ) AUMENTADA/LOCAL___________( )DIMINUIDA/LOCAL________________
ELASTICIDADE: ( ) NORMAL ( ) DIMINUIDA ( ) HIPERELASTICA
LINGUA: ( ) INTEGRA ( ) NÃO INTEGRA/ ASPECTO:__________________________________________
MUCOSAS:
COLORAÇÃO: ( ) CORADA ( ) HIPOCORADA__________ ( ) CIANOSE___________________
UMIDADE: ( ) NORMAL ( )RESSECADA
MUCOSAS COM ALTERAÇÃO: ( ) CONJUNTIVA______________________________________________________
( ) LABIOBUCAL______________________________________________________
( ) GENGIVAL_________________________________________________________
PERCEPÇÃO SENSORIAL
ALTERAÇÃO
NUTRIÇÃO
ALIMENTAÇÃO/HIDRATAÇÃO: ( ) INDEPENDENTE
ELIMINAÇÃO
VESICAL: ( ) SANITÁRIO
( ) FRALDA MOTIVO:_____________________________________
( )COMADRE/COMPADRE MOTIVO:_____________________________________
( ) DISPOSITÍVO URINÁRIO MOTIVO:_____________________________________
( ) SVD ( ) 2V ( ) 3V ( ) dias ( ) IRRIGAÇÃO ( ) PIA: ( ) + ( ) -- ( ) CISTOSTOMIA
INTESTINAL: ( ) SANITÁRIO
( ) FRALDA MOTIVO:_________________________
( ) COMADRE MOTIVO:________________________
( ) OSTOMIA ( ) FUNCIONANTE ( ) NÃO FUNCIONANTE
( ) ENTEROCLISMA ( ) SATISFATÓRIO ( ) INSATISFATÓRIO
( ) CONSTIPAÇÃO ( ) FECALOMA ( ) DIARRÉIA ( ) MELENA ( ) ENTER ORRAGIA
NUTRIÇÃO/HIDRATAÇÃO
DEPENDENCIA: ( ) TOTAL ( ) PARCIAL
MOTIVO:_____________________________________________________________________________________
ESTÍMULO:___________________________________________________________________________________
RESPOSTA:___________________________________________________________________________________
ATIVIDADE/REPOUSO
REPOUSO NO LEITO: ( ) ABSOLUTO ( ) RELATIVO MOTIVO:____________________________________
MOBILIDADE NO LEITO: ( ) ATITUDE VOLUNTÁRIA ( ) INVOLUNTÁRIA
( ) SENTAR NA PONTRONA PERIODO____________________ PERMANÊNCIA_______________________
ATIVIDADES QUE CAUSAM DISPNÉIA___________________________________________________________
( ) DEAMBULASÃO DEPENDENTE PERÍODO______________ TEMPO____________________
( ) DEAMBULAÇÃO INDEPENDENTE
15
( ) CONTENSÃO ( ) MSD ( ) MSE ( ) MID ( ) MIE MOTIVO:______________________________________
HIGIENE
( ) BANHO NO LEITO ( ) TOTALMENTE DEPENDENTE ( ) PARCIALMENTE DEPENDENTE
( ) BANHO DE ASPERSÃO SEM AUXILIO
( ) BANHO DE ASPERSÃO EM CADEIRA DE BANHO COM AUXILIO
( ) BANHO DE ASPERSÃO EM CADEIRA DE BANHO COM AUXILIO PARCIAL
DÉFICT DE AUTOCUIDADO PARA:
( ) HIDIENE ORAL ( ) TOTAL ( ) PARCIAL MOTIVO:___________________________________
( ) CABELOS ( ) TOTAL ( ) PARCIAL MOTIVO:___________________________________
( ) HIGIENE ÍNTIMA ( ) TOTAL ( ) PARCIAL MOTIVO:___________________________________
( ) TRICOTOMIA ( ) TOTAL ( ) PARCIAL MOTIVO:___________________________________
( ) CORTAR AS UNHAS ( ) TOTAL ( ) PARCIAL MOTIVO:___________________________________
PROBLEMAS:
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM
16
EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM
17
ENFERMEIRO_____________________________________COREN__________________________DATA_____/_____/___
ANOTAÇÃO DE ENFERMAGEM
18
19