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NEONATAL
A história da enfermagem serve para elucidar o cenário vivido e proporcionar um meio de compreensão
acerca da sua evolução;
O conhecimento da sua cultura da enfermagem, da política e história,
possibilitam que as antigas heranças e costumes possam ser
aperfeiçoados e assim, dar abertura a uma nova visão do cuidado;
Egito
Os egípcios deixaram alguns documentos sobre a medicina conhecida em sua época;
Havia “ambulatórios” gratuitos, onde era recomendada a hospitalidade e o auxílio aos desamparados.
Documentos do século VI a.C. nos dizem que os hindus conheciam: ligamentos, músculos, nervos,
plexos, vasos linfáticos, antídotos para alguns tipos de envenenamento e o processo digestivo.
Realizavam alguns tipos de procedimentos, tais como: suturas, amputações e corrigiam fraturas;
Foram os únicos, na época, que citaram enfermeiros e exigiam deles qualidades morais e conhecimentos
científicos. Nos hospitais eram usados músicos e narradores de histórias para distrair os pacientes;
O bramanismo fez decair a medicina e a enfermagem, pelo exagerado respeito ao corpo humano -
proibia a dissecção de cadáveres e o derramamento de sangue;
Entre os assírios e babilônios existiam penalidades para médicos incompetentes, tais como: amputação
das mãos, indenização, etc.
A medicina era baseada na magia - acreditava-se que sete demônios eram os causadores das doenças.
Os sacerdotes - médicos vendiam talismãs com orações usadas contra ataques dos demônios;
Conheciam a lepra e sua cura dependia de milagres de Deus, como no episódio bíblico do banho no rio
Jordão;
"Vai, lava-te sete vezes no Rio Jordão e tua carne ficará limpa".
Os sacerdotes eram divididos em três categorias que correspondiam ao grau da doença da qual se ocupava;
Anestesia: ópio.
Usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos, faziam ataduras e retiravam corpos estranhos, também
tinham casas para tratamento dos doentes;
A medicina era exercida pelos sacerdotes - médicos, que interpretavam os sonhos das pessoas.
Tratamento: banhos, massagens, sangrias, dietas, sol, ar puro, água pura mineral;
O nascimento e a morte eram considerados impuros, causando desprezo pela obstetrícia e abandono dos
doentes graves;
A medicina tornou-se científica, graças a Hipócrates, que deixou de lado a crença de que as doenças eram
causadas por maus 7 espíritos. Hipócrates é considerado o Pai da Medicina;
Seu princípio fundamental na terapêutica consistia em "não contrariar a natureza, porém auxiliá-la a reagir“;
Tratamentos usados: massagens, banhos, ginásticas, dietas, sangrias, e calmantes, ervas medicinais e
medicamentos minerais.
O indivíduo recebia cuidados do Estado como cidadão destinado a tornar-se bom guerreiro, audaz e vigoroso. Roma
distinguiu-se pela limpeza das ruas, ventilação das casas, água pura e abundante e redes de esgoto;
O cristianismo foi a maior revolução social de todos os tempos. Influiu positivamente através da reforma dos indivíduos
e da família. Os cristãos praticavam tal caridade, que movia os pagãos: "Vede como eles se amam". Desde o início do
cristianismo os pobres e enfermos foram objeto de cuidados especiais por parte da Igreja.
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A HISTÓRIA DA ENFERMAGEM – Idade Média
Alguns dos seguidores do Cristianismo passaram a dedicar sua vida à prática da caridade, o que deu
origem a inúmeras congregações religiosas, onde mulheres e homens com vocação de cuidar de pobres
e doentes passam a buscar salvação;
Durante todo período cristão e medieval, o cuidado ao ser doente toma uma conotação de atividade
caritativa, com vistas ao salvamento da alma do doente e de quem dele cuidava;
As damas da lâmpada, como eram chamadas, teriam sido o primeiro grupo organizado para visitar
doentes e cuidar deles a fim de cumprir as obras corporais de misericórdia e acolher esses doentes e
pobres;
Elas levavam os suprimentos para os pobres e doentes, iniciando um trabalho social, identificando suas
necessidades, distribuindo recursos e ajudando a empregá-lo;
Eram expedições militares organizadas pelos cristãos, que teve início no final do século XI em defesa da Igreja, para
recuperar Jerusalém do poder dos muçulmanos e era dirigida pelo papa como chefe da cristandade;
Que participava das expedições usava uma cruz vermelha nos ombros, no peito,
no estandarte ou na bandeira, o que deu o nome ao movimento “cruzada”, por
conta da cruz, que era o símbolo de Cristo, o que continua sendo até os dias
atuais;
A enfermagem nas cruzadas era feita de forma bastante simples, sem profissionalização, onde era tão
somente atender as necessidades fisiológicas dos doentes, ministrarem medicamentos, fazer curativos e
cuidar da higiene;
As cruzadas deixaram o seu legado para enfermagem através de sua rígida hierarquia (fardamento,
posto, pontualidade) e disciplina existente na vida militar e a abertura do campo da enfermagem para o
sexo masculino.
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A HISTÓRIA DA ENFERMAGEM – Idade Moderna
O avanço da Medicina vem favorecer a reorganização dos hospitais;
A evolução crescente dos hospitais não melhorou, entretanto, suas condições de salubridade;
Diz-se mesmo que foi a época em que estiveram sob piores condições, devido principalmente, à
predominância de doenças infectocontagiosas e à falta de pessoas preparadas para cuidar dos
doentes;
Os ricos continuavam a ser tratados em suas próprias casas, enquanto os pobres, além de não terem
esta alternativa, tornavam-se objeto de instrução e experiências que resultariam num maior
conhecimento sobre as doenças em benefício da classe abastada.
A partir da segunda metade do século XIX, com Florence Nightingale, a enfermagem se transforma
radicalmente, buscando racionalizar sua prática, através de um trabalho calcado em bases mais científicas,
que vão lhe dar a configuração profissional necessária;
É neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, com o convite feito a Florence Nightingale pelo Ministro
da Guerra da Inglaterra, para trabalhar junto aos soldados feridos em combate na Guerra da Criméia.
Com o tempo, estes cuidados de saúde evoluíram e, entre os séculos V e VIII, a Enfermagem
surgiu entre os religiosos, como um sacerdócio;
No século XVI, a Enfermagem já começa a ser vista como uma atividade profissional
institucionalizada e, no século XIX, como Enfermagem moderna na Inglaterra;
A palavra Enfermeira/o se compõe de duas palavras do latim: “nutrix”, que significa mãe, e do
verbo “nutrire”, que tem como significados criar e nutrir;
É neste cenário que a enfermagem passa a atuar, quando Florence Nightingale é convidada para
trabalhar na Guerra d Criméia
Em 1820, no seio de uma família da alta sociedade britânica, nascia Florence Nightingale
(1820-1910), a mulher que, em plena Inglaterra Vitoriana, iria revolucionar a enfermagem, a
saúde e a organização dos cuidados de saúde, a nível mundial;
Soube aliar à sua vasta e abrangente educação de base, a sabedoria prática e técnica e um
considerável conhecimento de outras realidades geográficas e sociais (Alemanha, França,
Grécia, Egito) que lhe permitiram as bases para a reorganização dos serviços de saúde.
Era de uma família rica, sendo uma mulher que marcou sua época não só por rebelar-se contra o papel
convencional para as mulheres de seu status, mas por abdicar do “reino” de luxo para atender o chamado
de Deus e atender o povo.
Em 1854, rompeu a Guerra da Crimeia, originada no conflito entre russos e otomanos que,
posteriormente, envolveu outras grandes potências, como a França e a Inglaterra, prolongando-se até
1856;
Humanitariamente falando, esta Guerra representou uma verdadeira hecatombe, demonstrando que a
organização hospitalar britânica não havia evoluído grandemente desde as Guerras Napoleónicas;
Cerca de 250 mil pessoas morreram, para cada lado, em grande parte devido à alta incidência de
doenças infectocontagiosas, desorganização dos hospitais de campanha e deficientes condições
sanitárias no terreno que se traduziram em elevada mortalidade entre os soldados feridos ou doentes.
De tal forma que a preocupação da população pelo bem-estar dos soldados levou o Secretário de Estado,
Sidney Herbert, a destacar para a Guerra um grupo de enfermeiras, nomeando Florence Nightingale para
Superintendente do grupo;
Foi uma atitude sem precedentes, na medida em que nenhuma mulher havia antes sido nomeada para uma
posição oficial no Exército Britânico.
A cozinha foi equipada com elevadores para o transporte de comidas aos quartos;
Destacando-se:
Ventilação: provisão de ar fresco, sem corrente de ar. Florence dizia “conservar o ar que o paciente
respira tão puro quanto o ar exterior, sem deixa-lo sentir frio é o primeiro e ultimo princípio sobre o qual a
atenção da enfermeira deve fixar-se, sem o que todo o restante que possa fazer por ele não terá nenhum
valor...”.
Iluminação: os doentes têm, depois do ar puro, a necessidade de iluminação. Florence afirmou que “e não
é apenas a claridade que desejam, mas a luz solar direta”.
Limpeza: um quarto sujo é fonte certa de infecção, aos pacientes, e para quem executa a assistência,
pois “remove matérias nocivas ao sistema”. Além de proporcionar alívio e conforto, a enfermeira afirma
que “deve-se estar sempre limpo, ter o cuidado de lavar as mãos frequentemente durante o dia”.
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A HISTÓRIA DA ENFERMAGEM - Florence Nightingale
Florence descreve dois tipos de Enfermagem:
Enfermagem da saúde: requer algum ensino prático e tem por objetivo a prevenção de
doenças e pode ser praticada por todas as mulheres.
Enfermagem da doença: arte e ciência que requer uma educação formal, organizada e
científica para cuidar dos que sofrem com a doença.
Para Florence, o conhecimento da enfermagem envolve o que deve ser feito a fim de que o
organismo não tema doença;
Entre 1830 e 1840, a liberdade religiosa veio permitir o estabelecimento de Irmandades que se
destinavam à formação de mulheres moralmente competentes para cuidar dos pobres e dos doentes;
A atividade das enfermeiras era, no entanto, envolvida por alguns problemas: trabalho esporádico,
desqualificado, socialmente desvalorizado e mal remunerado; ausência de especificidade de funções e de
autonomia técnica; condições de trabalho altamente penosas nos hospitais; dificuldades de recrutamento
de pessoal; ausência de estruturas de formação;
Os estudantes de medicina eram quem prestava os cuidados que atualmente fazem parte das
competências dos enfermeiros;
A classe médica teceu, imediatamente, forte oposição, pois considerava que as enfermeiras necessitavam
apenas de qualificações semelhantes às de empregadas domésticas;
Em 1860, as negociações culminaram na fundação da Nightingale School for Nurses, anexa ao St.
Thomas’s Hospital, considerada a primeira escola profissional de enfermagem em todo o mundo;
Ser independente, mas fisicamente ligada ao hospital Submeter as estagiárias à avaliação das Irmãs e matrona do
hospital
Atribuir total autoridade à matrona do hospital sobre Atribuir um pequeno salário às estagiárias, durante a formação
as enfermeiras estagiárias
Estabelecer um contrato com as estagiárias que as obrigava a,
depois da formação, aceitarem um lugar num hospital à
Disponibilizar “lar” para as estagiárias residirem
escolha do Nightingale’s Fund, sendo política desta Instituição
enviar grupos de enfermeiras formadas para outros hospitais,
Ter como “professores” das estagiárias os com o objectivo de divulgar o sistema de formação de Florence
funcionários do hospital (Irmãs e médicos) Nightingale.
Em 1934, foi criada a Fundação Internacional Florence Nightingale, tendo, naturalmente, como símbolo a
lamparina.
Florence considerava a enfermagem como uma oportunidade profissional, com um conteúdo específico
por investigar;
A sua teoria abrange três relações principais: ambiente com o doente, enfermeira com o ambiente e
enfermeira com o doente;
Considera o ambiente como o fator principal que atua sobre o doente para produzir um estado de doença;
A enfermeira deve, por isso, ser capaz de manipular o ambiente em favor do doente, para que este tenha
o mínimo dispêndio de energia possível.
“Os apontamentos seguintes não devem ser entendidos como norma segundo a qual
os enfermeiros podem aprender a exercer a sua função de prestar cuidados e muito
menos como um manual de ensino de enfermagem a enfermeiros. Pretendem, tão
simplesmente, dar pistas de reflexão para a mulher que tem a seu cargo a saúde de
outrem.” (Nightingale, 2005, p.17).
Florence, mitificada no seu tempo e elevada à condição de heroína, não é reconhecidamente a primeira enfermeira,
nem a fundadora da primeira escola de enfermagem, nem sequer a primeira enfermeira diplomada, mas deu à
enfermagem o estatuto socioprofissional que lhe faltava e uma nova representação social;
Deixou uma extensa obra escrita, resultante da intensa atividade que desenvolveu
até ao final da sua vida.
https://www.youtube.com/watch?v=L0m94DdJvwM
Em seus escritos, são encontradas informações de valor sobre o Brasil, seus habitantes primitivos,
clima e as doenças mais comuns;
Somente em 1822, o Brasil tomou as primeiras medidas de proteção à maternidade que se conhecem na legislação
mundial, graças a atuação de José Bonifácio Andrada e Silva;
Em 1832 organizou-se o ensino médico e foi criada a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A Escola de
Parteiras da Faculdade de Medicina diplomou no ano seguinte a célebre Madame Durocher, a primeira parteira
formada no Brasil.
No começo do século XX, grande número de teses médicas foram apresentadas sobre Higiene Infantil e Escolar,
demonstrando os resultados obtidos e abrindo horizontes e novas realizações. Esse progresso da medicina,
entretanto, não teve influência imediata sobre a Enfermagem;
Assim sendo, na enfermagem brasileira do tempo do Império, raros nomes de destacaram e, entre eles, merece
especial menção o de Anna Nery.
https://www.youtube.com/watch?v=HmsOkJ21T-8
A Enfermagem exercida desde a fundação das primeiras Santas Casas tinham um cunho
essencialmente prático; daí por que eram excessivamente simplificados os requisitos para o
exercício das funções de enfermeiro, não havendo exigência de qualquer nível de escolarização
para aqueles que as exerciam;
Essa situação perdurou desde a colonização até o início do século XX, ou seja, uma Enfermagem
exercida em bases puramente empíricas.
Por meio Decreto nº 791/1890, a qual seguia mais o sistema francês que o Sistema Nightingale, já
então espalhado por todo o mundo de língua inglesa;
A formação de pessoal de Enfermagem para atender inicialmente aos hospitais civis e militares e,
posteriormente, às atividades de saúde pública, principiou com a criação, pelo governo, da Escola
Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, no Rio de Janeiro, junto ao Hospital Nacional de
Alienados do Ministério dos Negócios do Interior;
Esta escola, que é de fato a primeira escola de Enfermagem brasileira, foi criada pelo Decreto
Federal nº 791, de 27 de setembro de 1890, e denomina-se hoje Escola de Enfermagem Alfredo
Pinto, pertencendo à Universidade do Rio de Janeiro - UNI-RIO.
- Art.1º: Instituiu no Hospício Nacional de Alienados uma Escola destinada a preparar profissionais de
enfermagem para atuar nos hospícios e hospitais civis e militares. Colocando assim, sob a
responsabilidade do Estado, a formação de mão-de-obra qualificada para a assistência de
enfermos de diferentes instituições.
- Art.4º: Determina as condições de matrículas. Sendo o candidato maior de 18 anos; saber ler e escrever;
conhecer aritmética elementar; e apresentar atestado de bons costumes.
- Art.5º: O decreto confere prêmios de 50$ (mil reis) aos alunos com melhor desempenho nos exames. –
- Art.6º: Dispunha da duração do curso, com o mínimo de dois anos para a realização, será conferido ao aluno
um diploma passado pelo Diretor-Geral da Assistência Legal dos Alienados.
- Art.7º: O diploma dará preferência para os empregos nos hospitais a que se refere o art. 5º, e o exercício
profissional, durante 25 anos, á aposentadoria na forma das leis vigentes.
- Art.8º: Enquanto permanecerem no estabelecimento, ficarão os alunos sujeitos às penas disciplinares impostas
nas instruções do serviço interno aos respectivos empregados.
Com o Estado Novo e a guerra, acirraram-se também certos conflitos entre as enfermeiras
"profissionais" oficialmente reconhecidas pelo governo federal a partir da enfermagem "moderna"
ensinada na Escola Anna Nery – a Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas, primeira
entidade sindical das enfermeiras, fundada em 1926;
Pelo menos quatro escolas de enfermagem já existiam no país, três no Rio de Janeiro e uma em
São Paulo, antes da criação da Escola Anna Nery, em 1923;
A Escola Alfredo Pinto, no Rio de Janeiro (1890), nos moldes franceses; a Escola de Enfermeiras
do Hospital Samaritano de São Paulo (1901), nos moldes ingleses; a Escola da Cruz Vermelha no
Rio de Janeiro (1916), algumas literaturas apontam essa como a segunda Escola de Enfermagem
do Brasil; e a Escola do Exército (1921).
Com a implantação da Reforma Universitária em 1968, o curso de enfermagem teve um grande impulso como
profissão, aumentando o número de vagas a serem oferecidas e com a implantação do curso de pós-graduação
lato-sensu;
Em 1970, a ineficácia na formação de novas escolas de enfermagem de nível técnico, levou o atendimento de
enfermagem ao caos;