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Violência de género

3 principais formas de violência de género:

 Violência nas relações de intimidade ( na esfera privada – violência


doméstica)
 Violação (tanto pode ser na esfera privada como na publica)
 Trafico sexual (ocorre no âmbito das duas esferas)

Qual o trabalho que a sociologia pode realizar?

Violência de género: forma de discriminação, principalmente, contra mulheres, os


homens são poucos aqueles que mostram ser vítimas da violência de género

-Pode ocorrer na esfera publica ou privada

-Pode ser física, sexual, psicológica ou económica

Violência doméstica: (violência nas relações de intimidade)

Definição muito semelhante à violência de género


Muito denunciada (estudar as causas é um desafio) Esfera privada

Quando surge como crime, surge num contexto muito familiar (em cônjuge)

É necessário desconstruir a ideia de que a


violência doméstica diz apenas respeito à vida
privada

2000  Torna-se num crime publico, mostra-se cada vez mais que este crime é
mais penoso e mais denunciado (é mais simbólico como um crime). É um crime que
afeta muito a sociedade
2007  Aparece a 1º vez como violência doméstica, não conta apenas com o facto
de serem pessoas casadas em casa; namorados; união de facto; ex-companheiros em
relações homossexuais (...)

Foram desenvolvidas muitas políticas, como cada vez mais casas de abrigo para
vítimas e apoios sociais (políticas importantes, mas não suficientes)

Vários tipos de violência doméstica:


Violência sexual  não é admitida nem sequer pelas vítimas
Violência económica  controlo de dinheiro da família
As vítimas sentem muita vergonha, tanto
o homem como a mulher
Visto como uma violência demasiado privada

Algumas explicações para a violação (violência doméstica):

-Anos 60: As mulheres é que não solucionavam a situação – explicação muito


redundante, simplista.
A ideia de que a mulher é a mulher que escandaliza algo dito natural, a culpa é
em grande parte dela.

-Anos 70: O conceito muda, mas o masoquismo permanece, ou seja, já não é


gostar, mas a vítima aprende a estar naquela relação violenta (resignação)

-Anos 80: Mulher sobrevivente – há um certa distinção entre aquelas que


superam e as outras que não. (aquela que tem táticas para sobreviver à situação em
que se encontra)

Surge a sociologia na família, não se pode analisar uma situação de violência sem
uma análise social/sociológica

Feminismos interseccionais  a violência pela parte do marido é vista como


menos importante do que por um estranho. O que não devia ser, pois o “lar” é o sítio
que nos devemos sentir seguros
Violação: Ainda não muito definido
- Têm vindo a ser feito de muita alterações do valor do conceito
- Muito tem a ver com o conhecimento científico também
- Ainda não há muito consenso em relação ao que é considerado violação
- Tem sido analisada em diferentes áreas do saber

Porque é que determinados homens violam?


Fazem-no segundo:
- Questões biológicas (até meados de 1960) – marcados por preconceitos de
género, mas também por raça e etnia – isto é, os homens que o fazem são mais
racionalizados de natureza mais agressiva – socialmente mais violentos e mais
suscetíveis a isso
- Questões sociais / socializantes – superioridade de certas etnias e raças sobre
outras. – Surge aqui uma nova “visão” de classes sociais, os homens de classe mais
baixa são mais suscetíveis a cometer crimes.

Em todas estas explicações (mais nas biológicas) há uma certa culpabilização das
mulheres, mas não da parte da vítima, ou seja, a educação destes homens pela parte
das mães.

 Educação materna: as mulheres ensinam aos filhos que os homens são


superiores; ideia de que as mulheres são submissas

Explicações por parte dos feminismos:

1970: (Susan Brownmeller; Diane Russel) Não temos que estar a associar a violação
à raça, etnia... a violação existe porque a sociedade contribui para a assimetria do
homem e da mulher

1980: (Catherine Mackinem) Há de facto uma superioridade do homem sobre a


mulher, mas não se pode esquecer da sexualidade
A sexualidade da mulher é vista socialmente
como algo de prazer exclusivamente do homem

1990: (Influencia dos feminismos pós-modernos) Estudam/analisam a violação não


como algo tão “engajante”. Passa a haver um certa normalização de existir corpos
mais violáveis que outros (intersecionais)
Trafico:
-Trafico laboral (mais genderização)
-Tráfico sexual (mais genderização, mais mulheres e mulheres trans)
- Tráfico de órgãos (mais genderização)
- Tráfico de crianças

Coisas a tentar resolver  problemas:


-Migração
-Contexto
-Trabalho sexual/prostituição

Feminismos Estes estudos trazem as mulheres mais para o centro

Feminismo: acaba por ser um movimento social e


teórico, com o compromisso de mudança para as
- Estudos
mulheres. Transformação daquilo que “reprime” as
- Política (movimentos políticos)
mulheres.

Ondas feministas:
Vagas onde este movimento esteve mais presente (3 momentos) – No mundo
ocidental:

1º vaga: Século XIX ao início do século XX


2º vaga: Década de 1960 até meados de 1980
3º vaga: Desde 1990 até à atualidade

1º vaga: luta pelo sufrágio universal: lutam pelos direitos de voto e para
serem consideradas cidadãs. Lutam
também pela integração no mercado de
trabalho
2º vaga: Originada pela 2º guerra mundial  ainda no âmbito da integração
no mundo do trabalho

Aproveitam o facto de os homens estarem na guerra


e procuram emancipar-se no mercado de trabalho

Novas reivindicações:

- As mulheres ganharem espaço no mercado de trabalho


e não se focarem apenas nas tarefas domésticas

- Procurar realçar as diferenças que há entre os dois


géneros. As desigualdades tanto em espaço publico e
privado - O privado deve ser também uma
preocupação a nível político (“o
- Surge ainda a emancipação pelos direitos da sua
pessoal é politico”)
intimidade sexual
- O estado deve “defender” as
mulheres da violência na esfera
privada

3º vaga: Permanecem todas as lutas vindas (“nascidas” da segunda vaga,


mas denota-se um pluralidade (pluralidade pois são um grupo grande com outros grupos
pequenos internos) das próprias mulheres. Esta luta passa também mais pela “aplicação”
efetiva das leis, colocar as leis em prática

Ideias de um pós-feminismo (“4ºvaga”)  será que ainda faz sentido esta luta?

As ideias divergem muito; as opiniões variam bastante


Em Portugal: - As vagas do feminismo em Portugal rebentam na época da ditadura
- O feminismo não teve grande impacto devido à própria ditadura

A despenalização do aborto é conseguida com o refendo de 2007


Lutas: o aborto, violência de género, desigualdades salariais (...)

1960: em “pleno” regime ditatorial – os movimentos que existiam eram clandestinos

Após os 25 de abril de 1974: os movimentos feministas não surgem logo; estes


movimentos nem sempre se mostraram muito

Apesar de tudo ainda há muitas lutas que devem ser travadas

Tipos de feminismo:
Feminismo radical (mais contestado) Dá origem a uma hierarquia

- Associado à década de 60: enfatiza-se as desigualdades entre homens e mulheres

- Dá uma grande visibilidade ao patriarcado

- Uma corrente do feminismo que oferece menos consenso e também e também é a mais
criticada. Criticado por acharem que as defensoras deste tipo de feminismo se querem
sobrepor à hegemonia masculina

- Luta pela contracepssão, pela liberdade sexual, contra a pornografia

Feminismo liberal: (mais aceite)

- A corrente feminista que apresenta um discurso mais fácil que pode não ir ao encontro
das reais necessidades da mulher

- Feminismo de estado: considera que o estado pode ajudar nesta luta pela igualdade

- Apoia-se muito na ideologia liberal

- Coloca a enfase muito nas lutas individuais

- Existe uma grande tensão entre o feminismo liberal e o feminismo radical.

- Nunca se afirmou tanto, em questões como a pornografia, como o feminismo radical


dai ser aceite pelo seu discurso mais vago e mais fácil
Feminismo Marxista: (baseado na teoria marxista)

- Cruzam a opressão do capitalismo com a opressão do patriarcado (alimentam-se


dualmente)

- A questão da pobreza, mão de obra mais barata, e coisas como as tarefas domesticas
têm ainda muito a “face” da mulher marcada

- Vê-se muito a marca da mulher caucasiana (mulher branca de classe média)

Feminismos negros:

- Surgem na década de 70, nos estados unidos da américa

- Os feminismos negros surgem no contexto das mulheres negras considerarem que os


feminismos existentes não as representam por diversos motivos

- Acham que os feminismo existentes estão muito moldados às necessidades da mulher


branca de classe média

- As mulheres negras, para além da procura da igualdade de género, têm ainda uma luta
acrescida, a luta pela igualdade das mesmas perante as mulheres brancas de classe
média

- Este movimento é uma tentativa de afirmação das mulheres negras

Feminismos pós-coloniais: (apoiados pelos feminismos negros)

-Pretendem desconstruir a ideia de que todas as mulheres têm as mesmas necessidades

- O ocidente tem que “dar” ouvidos aos países não ocidentais e não assumir à priori o
que realmente se vive no “Sul”. Deixar de nos centrarmos só em nós e ouvir realmente
as outras mulheres que não a mulher branca de classe média
Feminismo pós-estrutural: (pós-moderno)

- Critica as dicotomias (dicotomias = divisão em dois)

- Mulher é um conceito essencializante, estas defendem que “mulher” fluido e plural

- Feminismo de desconstrução, traz consigo 3 grandes criticas:

- Sujeito (mulher) – seja um sujeito que não encaixe apenas em dicotomia, mas
um sujeito que se vá construindo (a nível social e politico). O sujeito deve ser algo
fluido e plural. Até mesmo a ideia de género é desconstruída

- Epistemologia – a formar de construção do conhecimento é contra os grandes


dogmas e as grandes verdades

-Politica – todo o feminismo deve trazer um compromisso politico e


transformação social

Eco feminismo: (não têm grande influencia e expressão em Portugal)

- Emerge na década de 1970, ligando a ecologia às preocupações e reivindicações


feministas

- Dialogo entre feminismo e ecologia

- Várias correntes: social, mais espiritual (ligada à natureza)

Períodos de guerras:

As guerras podem ser vistas como uma oportunidade de tentativa de


emancipação feminina  mas não foi isso que aconteceu totalmente, após as duas
guerras mundiais houve emancipação em pequenos aspetos das vidas destas mulheres.

Quando se analisa a reconfiguração de um pós-guerra temos que ter em conta 3


momentos: Antes – Durante – Pós-guerra

Começa a existir mais Mas continuam a ser


visibilidade discriminadas, as industrias
mudam para fabricas de
guerra, que levam a um
trabalho mais perigoso e
menos remunerado
Pós-guerra: Pode ser uma tentativa de reconfiguração caso o antes não seja tão
opressor

Traz um nova reconfiguração pessoal e familiar

Durante: Há uma “nova ordem”, uns certos direitos. Mas tudo de forma temporária. É
muito mais difícil as mulheres lutarem pelos seus direitos. A pobreza tem um posto
muito marcadamente feminino – quando surge uma crise as mulheres são as primeiras a
ser despedidas.

As mulheres quase sempre foram associadas a despojos da guerra – um “material” que


após a guerra é “deitado” fora. As mulheres são mais facilmente trocadas e vendidas.
Muito associadas ao tráfico sexual.

Interseccionalidade
Não é um novo pensamento

Rejeita o “quadro de eixo único”, muitas vezes adotado por ambos os


intelectuais feministas e antirracistas, em vez da analise de modo como raça e género
interagem para moldar as múltiplas dimensões das experiencias das mulheres negras

Conceito qualitativo de interseccionalidade: O termo interseccionalidade, cunhado por


Kimberley Creenshaw em 1989, refere-se à “multidimensionalidade” dos indivíduos
marginalizados nas suas experiencias

Surgiu no final de 1980 e inicio de 1990 a partir das “race critical studies”, um
movimento académico nascido na academia jurídica comprometida com a
problematização do suposto daltonismo da lei, da sua neutralidade e da sua objetividade

Grandes sistemas de opressão:

Nota:
Capitalismo
 A discriminação de
género não é isolada

Heteropatriarcado Imperialismo/racismo
Multidimensionalidade (1989)

Dos indivíduos marginalizados

Heterogéneo
Eixos de discriminação emergentes:
Feminist disability

Combater Standards impostos studies


Combater a ideia do corpo universal
Desconstruir o corpo saudável

Patricia Collins  analisa a segregação das mulheres negras em 3 planos: (apoiando-se


sempre no contexto histórico)

- Economico: desde sempre renegadas no mercado de trabalho, mão de obra mais


desvalorizada (escravidão)

- Politico: afastamento das mulheres negras na área civil/politica. Afastadas de


movimentos

- Ideológico: construção de estereótipos quanto à mulher negra

Qualquer politica deve superar 3 tipos de injustiça (Nancy Fraser)


- Injustiças económicas – politicas de redistribuição (impostos progressivos,
legislação laboral, segurança social, educação publica, serviços públicos de saúde)

- Injustiças culturais – politicas de reconhecimento da diferença ou do direito à


diferença (processos de mudança de sensibilidade cultural, movimentos sociais,
alterações do quadro legislativo e politicas publicas de ação afirmativa)

- Injustiças politicas – politicas de representação, através da definição de


âmbitos de inclusão dos atores sociais e à tomada em consideração desses autores
sociais nas instancias de decisão (certas categorias sociais (género, religião, etc.) ao
grupos sociais ou populações (estrangeiros, migrantes, refugiados))
Eixos de discriminação que se podem cruzar:

- Classe
Defende que não se deve universalizar a ideia
- Género de corpo “perfeito”

- Etnia

- Deficiência Mais na década de 70, mais 80

- Idade - os movimentos feministas não


representavam as necessidades de mulheres
- Obesidade
com deficiência

Discriminação por idade

Identidades
Feminismo Digital: Existe uma quebra com a hegemonia de um “sistema estruturado”
infundido com a pompa e circunstância do patriarcado, aquele que por muito muito
tempo marginalizou corpos identificados como femininos e que continua a ofender as
nossas sensibilidades

Identidade de género ≠ Expressão de género

Ir ao encontro do nosso sexo biológico


“o sentido subjetivo do self
(eu) em indivíduos”

Sinto-me masculino ou
feminino sem ter em conta
o género biológico

Trans: Pessoas que se identificam com um género que não (exclusivamente) aquele que
lhe foi atribuído à nascença. Isto pode significar alguém reconhecido como do género
masculino à nascença, mas que se identifica com o feminino ou vice-versa, ou que se
identifica com as duas ou com nenhuma das categorias binarias de género comummente
aceites
Cisgénero: abarca as pessoas para as quais coincidem o sexo atribuído à nascença e a
identificação de género. Em 1979, surge o conceito de, ???, um conceito mais
globalizante que abarca todas as identidades consideradas “desviantes”

Coloca as pessoas à margem da


sociedade

Orientação sexual:

Surge relacionada com a identidade de género. Tem vindo a ganhar mais visibilidade
Heterossexuais, Homossexuais, Bissexuais, Assexuais

Alvo de discriminação  cada vez mais normalizado/visível

Corpo(s) Corpo relacionado com politicas identitárias

Logo na década de 70 (na frança): - Surge nos feminismos a ideia de o corpo ser a
chave de expressão e identidade
- A ideia de corpo é muito “moldada” à sociedade
em que no inserimos. A ideia de corpo bonito e
saudável não é a mesma construção que antes
existia.
- Publicidade incita a objetificação do corpo.

Maioritariamente do corpo da mulher Hipersexualização do corpo


da mulher

“os corpos articulam discursos sem necessariamente falarem porque são codificados
com e como signos, articulando códigos sociais”

O corpo está muito ligado a estereótipos. (ligados à masculinidade hegemónica)

 Rosi Braidotti (2000) define o corpo como “uma construção cultural, uma interface,
um limiar de energias heterogéneas e descontinuas, uma superfície onde se cruzam e se
inscrevem múltiplos códigos (de raça, classe, sexo, idade, etc.)”
Teoria Queer
- Desafia a critica do corpo

- Nós no corpo estamos sempre a fazer uma performance


Desempenhando os papeis sociais
- Apoia a desconstrução da objetificação do corpo

Estamos sempre sujeitos às expectativas sociais. Existem na sociedade “padrões” impostos


no corpo

Pensemos no corpo não só biologicamente, mas como uma construção cultural Entra a ideia da
intersseccionalização
O corpo não pode ser pensado como uma
Têm de ser pensado não
política localizada, temos de nos colocar
como algo universalizante,
a nós mesmos no centro, pensar no corpo
mas sim algo fluido
como algo nosso, individualizante

Traz a ideia de transformação do


corpo (fugindo a “normas”)

Corpos mutantes (transformações corporais)

Mais aceites: aparelho para os dentes (...)


Menos aceites: muitos piercings, corpo muito tatuado

Teoria Crip:
- A objeção ou repulsa que o corpo deficiente provoca nos “normais”, afeta a
relação com o outro e com o próprio corpo naquele que se sente diferente, [...] que se
soma à exigência de encaixar o outro dentro de padrões hegemónicos antropométricos,
fisiométricos e psicométrico, sendo até exterminado ou segregado, apartado do convívio
com os “perfeitos, belos e saudáveis” i

Há corpos bonitos e saudáveis que não são vistos assim


Horaway: Defende a ideia de complementaridade da tecnologia com o corpo

 Por uma lado devemos desconstruir os papeis de género que se cruzam com os
códigos impostos socialmente.

Famílias
Abordam-se as famílias aquando se trata de violência que ocorre no espaço privado
(está sempre relacionada com a esfera publica)

É a família, a entidade que transmite valores, crenças, que dificilmente vão ser alterados
pela socialização secundária

Espaço onde há um forte


vínculo de papéis de género
Ajuda na construção de uma
entidade social

Antigamente: (meados da década de 80)

- As mulheres estavam subjugadas pelo homem

- Uma mulher divorciada não podia refazer a sua vida (era mal vista pela sociedade)
Diferentes tipos de família:

- Famílias conservadoras:
- Subjugação/subjeção da mulher
- Assimetrias de papeis muito vincados
- Dessexualização da mulher do casal
- A mulher era reduzida ao trabalho doméstico

- Intermédias:
- Típicas de classe média
- Maior presença em Portugal

- Liberais:
- Realização pessoal
- A família é um coletivo com espaço para a autorrealização
- Consiste muito uma ideia de companheirismo (em que um ajuda os outros na
realização dos seus objetivos)
- Podem existir na mesma assimetrias de papeis de género

- Novas Famílias:
-Apresenta modelos de família considerados atípicos
Criadas por motivos diversos como:
- O movimento LGBT Tudo isto vem
- Famílias poliamorosas contribuir para a
- Divórcios – famílias monoparentais alteração da visão
- União de facto (sem nunca chegarem a casar) do que é a família
- Famílias sem filhos (criticadas pela sociedade)
- Famílias restruturadas (2º casamento, filhos de pais diferentes)

Questões de violência  muita entre casais

As tarefas domésticas / quotidianas ainda são muito atribuídas às mulheres

A sua vida profissional é


São vistas como mais livres
muito prejudicada e muitas
para a realização destas
vezes deixada para trás
tarefas
Sociedade providencia:

 Famílias (ajuda dentro da família)


 Ajuda não oficial – sobretudo da parte das mulheres (Ex: cuidadores informais)

- Não são apoiados a nível político e estatal


- Abdicam de tempo pessoal, da profissão
em prol de outro

Novos movimentos
LGBTQIAP+: Esta sigla nasce de outra (GLS), este é um movimento politico e social
de inclusão de pessoas de diversas orientações sexuais e identidades de género, o
conceito mudou muito e passou a incluir pessoas não heterossexuais e não cisgénero.
Assim, a sigla cresceu e incorporou diversas letras – todas elas igualmente importantes,
mas várias desconhecidas.

L  lésbicas: Mulheres cis ou transgénero que possuem uma relação homoafetiva com
outra mulher.

G  gays: Homens cis ou transgénero que possuem uma relação homoafetiva com
outro homem

B  bissexualidade: Homens e mulheres que sentem atração afetiva (sexual) pelos


géneros masculinos e femininos. Sentem por ambos os sexosc

T  transexualidade e transgénero: Pessoas que se identificam com outro género que


não aquele atribuído à nascença, inclusive dentro do espetro não-binário. Trata-se de um
conceito relacionado à identidade de género e não à orientação sexual afetiva

Q  queer: É um termo “guarda-chuva” para minorias sexuais e de género que não são
heterossexuais ou cis. Termo normalmente utilizado por quem está na fase de
questionamento

I  intersexualidade: Pessoas cujo desenvolvimento sexual corporal expressado em


hormonas, genitais, cromossomas, entre outras características biológicas não se encaixa
na norma binária.
A  assexualidade: Pessoas que não sentem atração sexual por outras pessoas,
independentemente do género

P  pansexualidade: É a atração sexual, amor romântico ou atração emocional por


pessoas de qualquer sexo ou identidade de género. As pessoas pansexuais acreditam que
género e sexualidade são insignificantes ou irrelevantes para determinar se são atraídos
sexualmente por outras pessoas

+  Abriga todas as diferentes possibilidades de orientação sexual e/ou de identidade


de género que existem

Epistemologias feministas
No inicio da sociologia ou se ignorava as diferenças e violências de género ou
perpetuava-se as mesmas

Século XIX
August conte  a mulher devia manter o seu papel doméstico e devia ser
sustentada pelo homem. A mulher tinha um papel importante

Visão muito Spencer  Ideias semelhante a Conte; apresentava uma visão mais organicista
estereotipada da sociedade – as mulheres eram absolutamente fundamentais para a organização da
da mulher vida social, mas deviam guardar-se para a gestação (reprodução e educação dos filhos)

Durkheim  Olhava para as diferenças entre o homem e a mulher de forma


muito biológica; a mulher era naturalmente mais afetiva e naturalmente mais propensa
para a vida familiar e para cuidadora

Weber  Ignorou a mulher na sociedade mesmo a sua mulher sendo uma


grande socióloga feminista
Todos olhavam para a mulher de forma muito estereotipada; eram fundamentais para a
vida social, mas deviam estar submetidas ao ambiente domestico.

Era algo tão roteiro que, Betty freman veio dizer que a sociologia tem um papel
transformador da vida social, mas o que está a acontecer é que ela não está, nos seu
estudos científicos, a melhorar a vida das mulheres, pelo contrario a sociologia estava a
legitimar as condições precárias da vida da mulher

Legitimava cientificamente os
estereótipos de género

Então tinha de haver uma


transformação neste paradigma

Passou a existir uma perspetiva de género sobre os estudos da sociologia e com a


sua introdução passou a ser mais descritiva e não interrogativa de que havia
desigualdades de género que deviam ser acautelados.
Mas progressivamente, e muito graças à progressiva atuação do governo,
começa a haver uma perspetiva mais critica, ou seja, não vamos estudar as diferenças de
género única e exclusivamente como mais uma variável a ter em atenção quando
realizamos estudos, mas ver estas diferenças segundo uma abordagem mais critica.

Como chegamos às epistemologias feministas?


- Não há propriamente uma definição clara e consensual daquilo que são
epistemologias feministas, mas vê-se em alguns pontos comuns que elas têm vindo a ter
contributos dos diferentes tipos de feminismos
Segundo as epistemologias feministas, há criticas que devem ser tidas em conta para
produzir conhecimento cientifico que seja efetivamente feminista/transformador:
 Critica à objetividade: a produção de conhecimento não pode ser
contaminada com ideias (crenças individuais e estereotipadas)
 Critica à neutralidade: não é preciso sermos neutros na ciência que
produzimos
- Sujeito mulher (não é homogénea)
 Critica à universalidade: Nem tudo é universal, Ex:
- Teorias/conhecimento (o conhecimento
que se produz não é universal)

 Critica à produção de conhecimento androcentrico: o conhecimento não


pode ser masculino e masculinizante (1º grande critica). A vivencia dos homens não
representa a vivencia de toda a gente.

Todas estas criticas devem estar sempre presentes (mais ou menos vincadas)

Há 3 grandes correntes: (Sandra Hording)


- Empirismo feminista (mais expressão)  década de 70/80 e está muito ligado
à critica do conhecimento androcentrico. Esta teoria não põe em causa a produção de
conhecimento, mas sim faz uma critica ao processo de pesquisa, ou seja, não quer uma
rutura epistemológica. Quer que seja alterada a metodologia e a amostra escolhida para
que os estudos se tornem mais feministas. - Critica o processo de pesquisa
- Ideia fundamental: Identificar o preconceito - Preconceito na investigação
do sexismo no processo de pesquisa -Critica a grande resistência em trazer mulheres
para a investigação
- Standpoint feminista: Vai buscar algumas ideias do primeiro, mas ao contrario do 1º,
pede por uma rotura no conhecimento. Tem que haver uma nova forma de produção de
conhecimento. Para entender temos de perceber o que é a posicionalidade, ou seja,
temos de entender que o conhecimento cientifico é parcial e situado. Parcial, pois, o
conhecimento não serve para todas as mulheres de todo o mundo. E situado devido a
termos de entender a posição do lugar de fala das pessoas que estamos a estudar e a
posição do lugar do investigador e estes dois devem entrar em sintonia, devem entrar
em dialogo. (ter em conta os contextos históricos, sociais, políticos tanto do
investigador como do sujeito de estudo). É a ideia que o investigador caminha ao lado
do sujeito e não sobre ele.
Ideia fundamental: a ideia de posicionalidade quer do sujeito de investigação quer do
investigador.

-Feminismo pós-moderno: Retoma com a rutura epistemológica e do


conhecimento situado. Critica ao essencialismo. Acredita que o sujeito mulher deve ser
desconstruído pois ainda está muito ligado à dicotomia homem – mulher. Critica
à universalidade, não só o conhecimento não é universal como o sujeito também deve
ser desconstruído e propõe outros sujeito (ex. cyborg, não-binários ...) que não estão
ancorados a este essencialismo biológico

O conhecimento cientifico é politizado / comprometido com a mudança, mas


não deixa de ser objetivo.

Um outro atributo que devia ser mais notório são os feminismo pós-coloniais

- Que criticas pode este trazer?


 Este modelo de pensar as questões de género é muito eurocêntrico. Até podemos
estar a introduzir uma perspetival interseccional, mas não conseguimos sair do norte
global. Para além de todas estas questões, nós temos que aprender a olhar para o sul
global, aprender a estar no Sul e aprender com o Sul. Devemos abrir espaço para que as
vozes dessas mulheres sejam ouvidas, mas de forma a não impormos os nossos
conceitos, os nossos modelos (...). Ex: estudar os direitos humanos é diferente
dependendo do contexto onde estamos.
Maria Lugones:
Diz que temos estudado muito as questões de radicalização e diz que a raça é
algo social pois não há nenhuma base biológica que sustente a ideia de raça. A ideia de
raça foi construída na época do colonialismo, e legitimava a ideia de que há grupos
inferiores e grupos superiores. Os indivíduos racializados eram vistos como alguém que
necessitava de ser socializado e civilizado. Foi criado para inferiorizar algumas pessoas
como as da africa e ou / da asia. Para além da colonialidade do poder temos de ter em
conta também a colonialidade do género. Temos de estudar a racialização /
imperialismo em diálogo com as questões de género. Ou seja, se já entendemos que a
racialização e as raças são uma ficção porque não fazer isso também com o género. A
justificação é que dentro das mulheres subalternas existem algumas ainda mais
subalternas como a mulher negra ou indígena que era para além de subalterna para os
homens também era para as mulheres e que devia ser disciplinada/civilizada. (Ex: As
mulheres negras eram tão subalternas e renegadas que se um homem se deitasse com
outra mulher branca era traição, mas com uma negra não)

Perspetivas de género
Género: É um construção social e cultural sobre o sexo biológico e prende-se com as
expectativas sociais em termos do comportamento tido como apropriado aos membro de
cada sexo. Por género não se entendem os atributos físicos em termos dos quais os
homens e as mulheres diferem, mas os traços formados socialmente de masculinidade e
feminilidade.

Estereótipos de género:
Crenças generalizadas sobre características e o comportamento das mulheres e
dos homens sejam elas compartilhadas ou individuais:
- “Os homens são fortes”
- “As mulheres são sensíveis”
- “O azul é para meninos”
- “O rosa é para meninas”
Construção de ideias de masculinidade:
A masculinidade homogénea  É a forma dominante de masculinidade na
hierarquia de género. Na maioria das sociedades ocidentais dos nossos dias, a
masculinidade hegemónica encontra-se associada ao ser-se branco, à
heterossexualidade, ao casamento e à rudeza física. A masculinidade Hegemónica é
normativa, uma vez que “incorpora a forma mais honrada de ser um homem, ela exige
que todos os outros homens se posicionem em relação a ela e legitima ideologicamente
a subordinação global das mulheres aos homens”.

Nós como seres sociais deixamo-nos levar pela masculinidade e pela


feminilidade.

Construção de ideais de feminilidade:


Feminilidade enfatizada: Termo associado aos escritos de R. W. Connell sobre
a hierarquia de género na sociedade. A feminilidade enfatizada constitui um
complemento importante da masculinidade hegemónica, porque é orientada para
acomodar os interesses das mulheres nos meios de comunicação e na publicidade.

A masculinidade surge ligada à masculinidade hegemónica e / ou toxica. Só a


feminilidade surge como uma enfatização.

Quem não se identifica com algo é posto de lado.

Segregação sexual no trabalho

Há uma falta de reconhecimento das desigualdades, nomeadamente no mercado de


trabalho.

Desigualdades entre homens e mulheres

Têm sido um movimento longo para


estabelecer as desigualdades
Vivemos atualmente num “ambiente” politico onde estas desigualdades na lei já não
existem, mas e na prática?

Manifestações informais das Tenta mostrar que não há

desigualdades desigualdades, mas...

Na pratica é que se revelam muitas das desigualdades entre


homens e mulheres

A área de trabalho é uma área onde se vê perfeitamente as desigualdade de género

Várias manifestações de desigualdades no mercado de trabalho:


- Segregação vertical (glass ceiling) – dificuldade na obtenção de cargos mais elevados
por parte das mulheres  são posto mais entraves às mulheres para chegarem a estes
cargos
- Segregação horizontal (glass wall) – Ideia de que as mulheres são mais indicadas
para certas profissões e os homens para outras

A vida das mulheres portuguesas é bastante complicada, trabalham a tempo inteiro, têm
ainda a família, o trabalho em casa; muitas mulheres trabalham em “dupla jornada”

Segregação no mercado de trabalho:


 segregação horizontal: - moldada por diversos fatores sociais
- segregação que deriva das escolhas educativas

 segregação vertical: - mais visível na origem desta segregação está a


segregação horizontal
- dificuldade na obtenção de cargos de poder por parte
das mulheres
- gender pay gap (as profissões consideradas mais
femininas são aquelas que não são bem remuneradas)
- poder de tomada de decisão
Gap salarial  a diferença de salários ainda é notável (não é uma diferença assim tão
ligeira)

Um dos fatores que condiciona e que contribui para este tipo de segregação é a questão
do tempo  o tempo que dedicam ao trabalho pago e não pago

Há um outro tipo de segregação, “penhascos de vidro”

Quando algo está em risco. Por exemplo quando


uma empresa está quase a falir, coloca-se uma
mulher no poder. Quando é para fracassar têm a
“tendência” de colocar lá uma mulher

Quando isto acontece,


culpa-se a mulher mesmo
os problemas já virem de
trás

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