Você está na página 1de 3

CURSISTA: JANIELI LOPES FERREIRA

 Problematize como sua prática de sala de aula pode contribuir para


ultrapassar essas dicotomias classistas e racistas, fruto do modo de vida
eurocêntrico, que tenta separar mente e corpo, trabalho intelectual e
trabalho intelectual.
Na prática da sala de aula, confrontar as dicotomias classistas e racistas
provenientes do modo de vida eurocêntrico é um desafio vital. Essas dicotomias, que
tentam separar mente e corpo, assim como trabalho intelectual e manual, são reflexos de
estruturas que perpetuam desigualdades. A abordagem pedagógica busca não apenas
reconhecer, mas desconstruir essas barreiras.
1. Integração de Saberes:
 Desafio: A dicotomia entre "mente e corpo" frequentemente relega o trabalho
manual a um papel inferior, enquanto o intelectual é valorizado.
 Prática: Proporcionar atividades que integrem teoria e prática, reconhecendo a
importância igualitária de ambas. Projetos interdisciplinares que envolvem
pesquisa teórica e aplicação prática podem quebrar essa dicotomia.
2. Valorização de Diversos Conhecimentos:
 Desafio: O eurocentrismo muitas vezes desvaloriza saberes não ocidentais,
perpetuando uma hierarquia cultural.
 Prática: Incorporar autores e perspectivas diversos no currículo, proporcionando
uma gama mais ampla de conhecimentos. Incluir literatura, filosofia e ciência
produzidas por pensadores africanos, indígenas e de outras origens é um passo
fundamental.
3. Educação Crítica e Desconstrução de Estereótipos:
 Desafio: Estereótipos raciais e de classe permeiam muitas estruturas educacionais,
criando visões limitadas sobre capacidades e potenciais.
 Prática: Implementar uma educação crítica que desafie estereótipos, incentivando
a análise e a desconstrução de preconceitos. Diálogos abertos sobre
representatividade na literatura, ciência e história são fundamentais.
4. Abordagem Interseccional:
 Desafio: As dicotomias muitas vezes ignoram as interseccionalidades entre raça,
classe e gênero.
 Prática: Integrar uma abordagem interseccional nas discussões em sala de aula,
reconhecendo as complexas interações entre diferentes formas de discriminação.
Isso pode ser feito através de leituras, debates e projetos que abordem questões
interseccionais.
5. Empoderamento e Participação Ativa:
 Desafio: Estruturas educacionais muitas vezes não capacitam todos os alunos de
maneira igualitária, perpetuando desigualdades de poder.
 Prática: Promover a participação ativa dos alunos, incentivando a expressão de
suas vozes e experiências. Empoderar os estudantes para que se tornem agentes
críticos de mudança em suas comunidades.
Ao abordar essas dicotomias na sala de aula, a prática pedagógica busca não apenas
desconstruir, mas reconstruir um ambiente educacional mais inclusivo, crítico e
capacitador. Essa abordagem visa cultivar uma consciência reflexiva nos alunos,
capacitando-os a contribuir para a superação de estruturas que perpetuam desigualdades
classistas e racistas.

 Selecione um poema ou uma letra de música, tentando ressaltar alguns


movimentos presentes em sua prática pedagógica, de cariz interdisciplinar
e/ou transdisciplinar, capaz de mexer nos dualismos citados. A letra da
música pode ser uma paródia de uma música existe, ou pode ser uma letra
inédita, também. Comente, em seguida, a razão de sua escolha.

(Inspiração: Poesia da interconexão e quebra de dualismos)

Na sala de aula, onde mentes e corpos dançam,


Desfaço os nós da dicotomia que cansam.
Eurocêntrico, o dualismo desafia,
No eco da poesia, a verdade se anuncia.
Corpos e mentes em sintonia a girar,
A dança da aprendizagem, sem se separar.
Integrando disciplinas, numa coreografia,
Contra o dualismo, uma resposta ousadia.
O Rito da Transdisciplinaridade
Ciências e letras, juntas a dialogar,
Num rito transdisciplinar, a se entrelaçar.
Quebrando barreiras, construindo pontes,
O conhecimento se faz em várias fontes.
Trabalho Intelectual, Trabalho Manual
Do intelecto à mão, uma só trajetória,
Rompendo com o mito da dicotomia ilusória.
No laboratório e na arte, um mesmo chão,
Onde mente e corpo entrelaçam a educação.
Resistência contra o Eurocentrismo
Descontruindo eurocentrismo, olhar ampliado,
Valorizando saberes de quem foi marginalizado.
A diversidade é a riqueza da nossa sala,
Contra o eurocentrismo, uma aula que não cala.

Comentários sobre a Escolha:

A escolha desse poema surge da necessidade de refletir sobre a prática pedagógica


como um espaço de desconstrução dos dualismos que perpetuam desigualdades e limitam
as possibilidades de aprendizado. A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade
emergem como ferramentas poderosas para superar barreiras impostas pelo
eurocentrismo.
A letra enfatiza a importância de integrar disciplinas, reconhecendo a
interconexão entre diferentes formas de conhecimento. Ao destacar a dança da integração,
a poesia sugere que mente e corpo não são entidades separadas, mas elementos
intrinsecamente entrelaçados no processo educativo.
A alusão ao rito da transdisciplinaridade reforça a ideia de quebrar limites entre
áreas de estudo, fomentando uma abordagem holística do conhecimento. A inclusão de
versos sobre trabalho intelectual e trabalho manual busca desmistificar a ideia de
hierarquia entre diferentes formas de trabalho, desafiando a dicotomia tradicional.
Ao mencionar a resistência contra o eurocentrismo, a poesia propõe uma
abordagem inclusiva que valoriza saberes marginalizados. Essa escolha reflete o
compromisso de criar uma sala de aula que celebra a diversidade, desafia preconceitos e
busca uma educação mais equitativa e consciente.

Você também pode gostar