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a luta
- MARÇO DE 2023 -
EXPEDIENTE
Publicação do Mandato Participativo Deputado SIGA NAS REDES
Estadual Marquinho Lemos - PT/MG 03/2023
Marquinho Lemos
Jornalista Responsável: Gabriela Fagundes J.P.13953/MG
Marquinho Lemos
Projeto gráfico: Tiago Bicalho
Diagramação: Tiago Bicalho MarquinhoLemos.com.br
Textos: Gabriela Fagundes e Isabel dos Anjos @DeputadoLemos
Edição: Gabriela Fagundes Marquinho Deputado
Fotos: Arquivos do mandato 31 9979-8441
a luta
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PUBLICAÇÃO DO MANDATO PARTICIPATIVO DEPUTADO ESTADUAL MARQUINHO LEMOS - PT/MG Mulheres que
a luta
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PUBLICAÇÃO DO MANDATO PARTICIPATIVO DEPUTADO ESTADUAL MARQUINHO LEMOS - PT/MG Mulheres que
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PUBLICAÇÃO DO MANDATO PARTICIPATIVO DEPUTADO ESTADUAL MARQUINHO LEMOS - PT/MG Mulheres que
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Legislativa representa a diversidade social: mulheres, negras, oriundas
da classe trabalhadora, de diferentes regiões do estado. A eleição do
presidente Lula é fundamental para a garantia dos direitos das mulheres.
A criação do Ministério das Mulheres, a nomeação de Mulheres nos
Ministérios e cargos estratégicos, o fortalecimento de políticas públicas
transversais dos direitos das mulheres e dos mecanismos de
participação social são fontes de esperança e sinais da importância de
coletivização da luta das mulheres.
A luta contínua, muitas inspiram a seguirmos firmes na
resistência e esperança de dias melhores.
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Maria da Penha Cabral
Belo Horizonte
Fui casada por 18 anos. Fiquei viúva aos 38
anos, com os filhos bem pequenos, dentro de uma
favela, bem pobre, tinha tudo para chutar o balde.
Trabalhei muito na minha profissão para dar conta de
educar os meus filhos, voltados para o trabalho social,
escola, catequese, grupos de reflexão da Palavra de Deus.
No ano de 1987, fiquei quatro meses esperando a pensão do meu
falecido marido, sem cabeça para trabalhar. Coloquei os joelhos no chão
e rezei: senhor tende piedade da minha família! Não nos deixe, não nos
abandone! Eu preciso de vós!
Naquele momento pensei: se o Senhor me confiou esta missão de
educar os meus filhos sozinha, por favor me dê forças Senhor. Eu
conseguirei vencer com a tua graça.
Lutei, juntamente aos moradores do bairro por pavimentação,
asfalto, água, melhoria e construção do novo Centro de Saúde Vista
Alegre, no Bairro Nova Cintra. Fui a primeira coordenadora e uma das
fundadoras ao lado da Dra. Nídia, gerente do Centro de Saúde na época.
No ano 2000, fui candidata a vereadora pelo Partido dos Trabalhadores,
onde conquistei 814 votos.
Em 2001, após meus filhos se tornarem adultos, voltei a me sentar
no banco de uma escola e completei o segundo grau. Nesse período,
também fui convidada para fazer parte da assessoria do mandato do
então vereador José Tarcísio Caixeta.
Lá, servi durante cinco anos, na Câmara Municipal de Belo
Horizonte. Após a perda do mandato do Caixeta, fiquei nove meses sem
trabalho.
Através do meu amigo e companheiro da Comunidade Eclesial de
Base, Sr. Carlindo, o então Deputado Durval Ângelo me convidou para
fazer parte do seu mandato, onde permaneci por nove anos até sua saída
da Assembleia.
O que tenho a dizer a todas as mulheres é que lutem, entreguem-se e
deixem Deus as conduzirem, se amem e se valorizem mais. Jamais
abandonem seus filhos, eles serão seus maiores apoiadores na vida.
Ninguém te amará mais do que os teus familiares.
Sejam guerreiras, defendam seus direitos com dignidade.
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Vera Salviano
Ponte Nova
Sou Vera Salviano, viúva, família criada e inde-
pendente, aposentada há 23 anos no Banco do
Brasil, ex-professora, escritora, poetisa.
Tenho muitos sonhos, sonhos natos mesmo, com
raízes lá na vivência política de meu pai, funcionário da
Prefeitura de Raul Soares até 1968. Naquela época ele já militava pelo
então PSD.
Eu menina, já sentia o desejo de lutar por esses ideais políticos,
enfrentando a família pelo lado materno, até hoje extremista de
DIREITA. Eu e meu pai apenas de ESQUERDA.
Fui professora do MOBRAL aos 15 anos, logo no início do Movi-
mento, e trabalhar como monitora, ainda estudante, na alfabetização de
adultos, pessoas carentes, com ânsia de aprender a ler, assinar o nome,
me fazia sentir importante e útil na educação e realização pessoal da
minha comunidade. De professora fui ser economiária, através de
aprovação em Concurso Público da MINASCAIXA.
Tempos depois, também fui aprovada em concurso público para o
BANCO DO BRASIL, trabalhando até 1998, quando me aposentei.
Gosto de ressaltar que tomei posse no BB em Guanhães, Minas Gerais,
cidade muito querida.
Foram longos anos trabalhando com produtores rurais, o homem
do campo. Eram felizes nas suas atividades, se realizavam até lá pelos
meados de 1990. Depois surgiram as drásticas mudanças políticas com
FHC, passou-se a falar no famoso “Novo Rosto do Banco” e veio a
correção monetária detonando com os agricultores, pecuarista, suino-
cultores, e o que era doce se acabou.
Tudo mudou nesse período, só depois veio a ter o apoio de Lula
durante seu mandato.
Vivi os dois lados da moeda.
Hoje, já nem ouso comentar… De mal pra pior.
Carrego comigo uma opção, proclamada pelo Mestre dos Mestres, a
opção preferencial pelos Pobres. E vejo no PT o campo onde posso me
liberar e ir à luta nesse novo tempo que se nos apresenta.
Há uma vontade inerente em trabalhar e batalhar pelo nosso partido
dentro da minha área.
Onde, usarei do meu dom poético para trabalhar nossos ideais
democráticos, de lutas…De valorização de toda classe trabalhadora.
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Gláucia Helena de Souza
Contagem
Sou Gláucia Helena de Souza, nasci em 26 de
dezembro de 1969. Sou Professora de História e
moro na cidade de Contagem – MG. Sou mãe de
dois filhos, Luiz Paulo de 32 anos e João Pedro de 3
anos. Vivo em União Estável – relação homoafetiva há
10 anos.
Sou professora da rede pública de Contagem desde 1988. Iniciei
minha carreira como professora primária, alfabetizando. Tinha um
grupo de amigas com quem trocávamos as impressões do mundo. Até
que decidimos nos filiar ao Sindicato Único dos Trabalhadores e
Trabalhadoras em Educação de Contagem. Nosso primeiro
movimento foi a luta para municipalizar o ensino primário da Funec,
onde trabalhávamos e concurso público para nos efetivar.
Desta militância, fui convidada para compor vacância na Direção
do Sindicato em 1993, passando depois por eleição, onde a chapa que eu
compunha saiu vitoriosa.
No sindicato me organizei junto ao Coletivo de Mulheres do Sind-
UTE Estadual. E a partir daí, toda luta trazia o traço de discussão sobre
a igualdade de gênero. Não foi tarefa fácil, mas aos poucos fomos
convencendo mais e mais pessoas da categoria, principalmente os
dirigentes sindicais que seguiam comigo a gestão.
Formei em História no ano de 1990 e a luta e os temas de inclusão,
combate ao machismo, ao racismo, foram ficando mais nítidos e
contidos mais fundamentados em minhas ações. Filiei-me ao Partido
dos Trabalhadores em 1992, onde participei ativamente dos coletivos de
mulheres em minha cidade e no Estado.
Candidatei à vereadora na cidade de Contagem por duas vezes, em
2004 e 2008. Não fui eleita, mas exerci neste período a primeira
Coordenação de Políticas para Mulheres no Governo Municipal, com a
eleição de Marília, no primeiro e no segundo mandatos.
Fruto de nossa experiência exitosa na gestão, fui convidada para
ocupar um cargo no governo federal, na gestão de Dilma, no ano de
2011. Coordenadora da Rede de Enfrentamento à Violência Contra
Mulheres, na Secretaria da Mulher. Neste lugar, articulei diretamente
com estados e municípios a formação de redes de atendimento à
mulheres. Foi uma experiência muito positiva. Cheguei a Coordenar o
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Jandira Valério Dias
Divino
Sou casada, mãe de dois filhos. Sou filha da
Dona Maria e do Senhor Braz, tenho 14 irmãos,
minha família sempre foi muito humilde e meu pai
sempre fez questão que estudássemos até a quarta
série.
Sempre trabalhei na roça ajudando meus pais e sempre fui muito
atuante na igreja. Foi esse trabalho de comunidade e grupo de reflexão
que me levou ao trabalho político. Aos 16 anos, eu já era coordenadora
de comunidade; aos 24 anos, fui candidata pelo Partido dos
Trabalhadores e fiquei como suplente, sendo naquela eleição a segunda
mulher mais votada com 202 votos, chegando a assumir na Câmara por
um período de três meses.
Esse fato foi uma alavanca na minha vida, pois entrei para fazer o
EJA na escola e em seguida fiz o curso de serviço social. Sempre atuante
na luta pelos direitos dos menos favorecidos
Acredito na persistência e determinação. Nunca é tarde pra começar
algo, seja estudo, trabalho ou tomar uma decisão na sua vida.
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Cida de Jesus
Belo Horizonte
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Marilda Perpétuo
Contagem
Eu moro em Contagem desde de 1974.
Comecei a militância em 1978. Minha militância
surge no movimento sindical de metalúrgicos.
Havia uma mobilização na época, na década de 70,
reta final da ditadura, pela anistia e depois organizada
pela classe trabalhadora. Além dos sindicatos, tinha a
mobilização nos bairros. Eu atuei nessa época dos sindicatos no
movimento de moradia e ocupação. Isso foi muito importante para
começar a minha militância.
Com essa militância ajudei na construção do Partido em Contagem,
principalmente, a fundação do PT.
Enfrentamos muitos desafios, primeiro, porque havia uma grande
mobilização do ponto de vista da briga por anistia e fim da ditadura.
Houve uma movimentação muito grande dos movimentos sociais
contra a carestia e vários momentos da época. Foi esse cenário que me
motivou a lutar pela construção da democracia.
Depois, eu fui para o espaço partidário. Atuei por muitos anos na
assessoria partidária, desde 79 até o encerramento do mandato do
deputado Durval Ângelo.
Eu acho que só por meio da mobilização e do engajamento na luta
que a gente consegue construir nosso espaço. Só assim conseguiremos
construir o espaço das mulheres na sociedade. E isso é perpassada pela
atuação em movimentos e em todas as áreas.
O recado que deixo é que a maioria da população são mulheres e a
cada dia a mulher com todos os tropeços e falta de espaço a gente já
construí muito. Sendo a maioria e por nossa luta temos a grande
possibilidade de organização e enfrentamento dos espaços.
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Maria das Graças
Abre Campo
Sou filha de trabalhadores rurais, nascida e
criada na zona rural do distrito Granada, município
de Abre Campo. Me casei com 17 anos, tenho quatro
filhas e três netos. Eu e meu esposo sempre participa-
mos dos movimentos da igreja católica – CEBs, trabalha-
mos com medicina alternativa e nos filiamos ao Partido dos Trabalha-
dores de Abre Campo em 1993.
Em 1995, formamos a Associação de Mulheres de Granada (Asmu-
gra), foi uma luta muito grande, mas com várias conquistas. Em 2014
fiquei viúva, dificultando muito minha vida junto à comunidade, mas,
mesmo assim, com apoio da minha família, não desisti da caminhada
junto às minhas companheiras de luta da Asmugra.
Hoje, a Associação das Mulheres de Granada tem uma padaria e
uma confecção em funcionamento, a qual auxilia na renda familiar de
várias famílias e atende aos moradores do distrito de Granada.
Mulher, você que encontra dificuldades e barreiras, pense sempre
positivo e encare a vida de frente, pois tudo que cruzar seu caminho será
para seu crescimento e Deus providenciará a força necessária para que
você possa superar.
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Natália Alves
Ouro Preto
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Neura da Silva Pereira
Lajinha
Nasci em 24/06/1958, sou casada, mãe de três
filhos, Francis, Samira e Frederico, quatro netos,
Letícia, Matheus, João Vitor e Ellena. Aposentada
como professora, residente em Lajinha – MG.
Durante minha vida toda sempre tive que lutar muito para
sobreviver nesta sociedade racista e machista. Filha de pai negro e mãe
mameluco, vivi intensamente preconceito racial, até o dia que entendi
que poderia superar tudo isso com luta, trabalho e dignidade.
Fui procurar estudar e me formar, assumindo por concurso público
a missão de professora em 1976. Na década de 90, mais precisamente
em 1992, fui eleita diretora da Escola Estadual Dr. Adalmário José dos
Santos, a maior escola do município. Em 1999 fui ser inspetora da
Regional de Manhuaçu, trabalhando nos municípios de Chalé, São José
do Mantimento e Conceição de Ipanema. Já quase no final da minha
carreira profissional (em 2008), optei por concorrer a vaga de
vereadora, sendo eleita e estou hoje no quarto mandato.
Gradativamente ao longo da minha vida percebi e ainda percebo
que a nossa luta deve ser contínua e incansavelmente forte no sentido de
romper obstáculos e transpor muralhas.
A busca pela igualdade e a justiça social é o que sempre me inspirou
nesta luta ferrenha.
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Raphaela Rodrigues Pereira
Membro do Movimento dos
Atingidos por Barragens
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Maria José Nunes de Fátima – NÁ
Periquito/MG
Sou natural de Paulistas, aposentada, casada com
Nereu Nunes (natural de Peçanha/MG), mãe de três
filhos: Nereu Jr., Marx Vinícius e Marcos Guilherme, bem
como cinco netos, que também são filhos: Ana Clara, Sávio
Gabriel, Sophia, Victor e o Arthur.
NÁ é meu apelido de infância. Sou filha de pequeno pecuaris-
ta/agricultor, vivi minha infância, adolescência/juventude no meio
rural/urbano, em uma residência rural na proximidade da cidade/Paulistas.
Sempre dediquei aos afazeres domésticos e nas atividades produtivas da
família, também participando e atuando nos movimentos estudantis, de
jovens da Igreja Católica, da comunidade social e política partidária (motiva-
da por meu saudoso pai Mário Zefina, vereador por cinco mandatos, em
Paulistas). Cursei e me formei em Curso Normal Superior.
Casei-me em 1977 e, devido trabalho do esposo na empresa Florestal
Acesita/Acesita Energética – sede em Timóteo-, mudamos para a região do
Vale do Aço, fixando residência em Serraria/Açucena, hoje distrito de
Periquito (cidade onde tenho residência).
Sempre atuei voluntariamente nos movimentos comunitários, principal-
mente na organização e nas lutas das mulheres em busca de igualdade e
equidade. Também clamo e busco por políticas públicas de qualidade para
crianças e adolescentes/jovens.
Participei de vários encontros no Mobon (Dom Cavati), bem como nos
encontros de Fé e Política. Filiando-me no PT (Partido dos Trabalhadores),
sendo eleita para o cargo de vereadora/PT, legislatura 1993/1996, quando
me tornei primeira mulher a ser eleita pelo PT em Açucena).
Atuei como Juíza Classista Representante dos Trabalhadores na antiga
4a. Junta de Conciliação e Julgamento de Contagem/MG, atual 4a. Vara do
Trabalho e após vencer mandato, atuei como Oficiala de Justiça “ad hoc” na
Justiça do Trabalho, em Governador Valadares/MG. Também tive a oportu-
nidade de exercer o cargo Secretária Municipal de Educação, município de
Periquito.
Atualmente, além dos afazeres cotidianos, tenho contribuído com a
organização e mobilização das mulheres periquitenses e contribuindo com o
PT.
Nós mulheres, independente de idade, temos o dever de organizarmos e
lutarmos contra todas as formas de discriminação e violência em desfavor da
mulher. Com indignação e destemor, vamos continuar fazendo a nossa parte,
como mulheres destemidas, na construção da Sociedade do Bem Viver.
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Maria das Dores Bicalho Aniceto
Liderança partidária e militante no
Movimento de Fé e Política
Sou filha de pequenos produtores rurais, uma
família de 10 irmãos. Iniciei minha militância na igreja
católica na década de 70. Tive cursos contínuos com
padre Renato Stormacq, ele ministrou um curso escola de
fé e vida na Pastoral Social, em João Monlevade.
Filiei-me ao PT em dezembro de 1979 para fundação do partido. Atuei na
CEB’s, ajudei na organização Inter Eclesial com o saudoso Padre Nelito.
Assessorei o vereador Ramon no trabalho de base. Trabalhei com o Deputa-
do Durval Ângelo. Fui gestora no governo da prefeita Marília Campos no seu
primeiro mandato. Fui Diretora de Segurança Alimentar e gerente de Políti-
cas Públicas para Pessoa Idosa.
Casei em janeiro de 1980 com José Antônio Aniceto, metalúrgico, tam-
bém militante na igreja e sindicato. Tivemos três filhos: Tiago Bicalho
Aniceto, Saulo Vinícius Bicalho Aniceto e Sabrina Bicalho Aniceto (in memo-
riam).
Quando casamos, moramos em Santa Mônica em BH, lá eu militava na
pastoral de favela com o saudoso Dazinho. Também atuei na igreja com o
querido amigo padre Luiz Alberto, em 1981, quando viemos para Contagem.
Atuei na paróquia São Judas Tadeu, com o meu sempre e eterno amigo Padre
Paulo Arrigue, o qual muito me ajudou na formação popular, fiz vários cursos
em São Paulo com o incentivo e apoio dele, um irmão. Assim como Padre
Ivanir, amigo, formador e outro irmão na minha vida.
Sou leiga Trinitária. As irmãs Servas da Santíssima Trindade, fazem parte
da minha vida. Na formação, na amizade, na presença forte comigo.
Em 12 de outubro de 1998, aconteceu um acidente de carro, o meu mari-
do Zezé e a Sabrina faleceram. Com ajuda da Trindade Santa e Nossa Senho-
ra, eu consegui levar a vida à frente, o Tiago e o Saulo fizeram faculdade.
Em 2008 tive o diagnóstico de um CA de médula, um caso raro Mielo
fibrose.
Nunca desisti da luta por uma sociedade melhor para todos! Sempre em
defesa dos menos favorecidos. Sou muito grata a todos os amigos, pelo apoio
e pela amizade.
A fé, união e formação humana são alicerces para a construção de uma
sociedade mais justa e igualitária.
Fé e política caminham juntas e nós, mulheres, precisamos utilizá-las para
fazer o bem para todos, porque somos fortes, temos garra e sabedoria para
colocá-las em prática.
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Lourdes Lomba
Rio Vermelho
Sou a filha primogênita de seis irmãos. Nasci numa
família muito pobre, mal tínhamos o que comer, dormir
nem se fala: era um colchãozinho de palha de milho para
dividir com os irmãos que vinham chegando, uma escadinha.
Além de todas as dificuldades, meu pai era muito ignorante,
vivia brigando com minha mãe. Por diversas vezes dormimos
em pleno tempo de chuva no mato sobre o capim-gordura.
A minha mãe vivia meses e meses colocando folha de café no lenço para
amenizar a vontade de tomar café o que lhe trazia muita dor de cabeça. Carne que
comíamos era apenas de bicho do mato. Passamos por toda sorte de humilhações
advindas do dono da terra onde morávamos. Passei minha infância carregando
lenha verde nas costas para fazer carvão, o que nos proporcionava pelo menos
algum tipo de alimento com mais fartura em casa. Ainda criança, com cinco anos
de idade, já trabalhava fora ajudando na semeadura de milho e feijão para as pesso-
as, que nos pagavam algumas moedas o que raramente dava para comprar fubá
para fazer angu, mas sempre tive sonho e vontade de estudar, o que foi mudando
gradativamente a minha vida e a dos meus familiares.
Como minha comunidade era muito pequena, não tinha na escola nem a
antiga quarta série. Tive que sair de casa aos nove anos para estudar fora. Morava
na casa de uma tia não muito longe da nossa comunidade. Passava toda sorte de
humilhações, mas mesmo assim não desisti do meu sonho. Terminada a quarta
série, voltei para minha casa aguardando os tão esperados 14 anos para estudar no
supletivo da cidade. Vinha uma vez por mês quando meu pai deixava, porque não
era sempre que ele deixava eu vir com minha tia que saia comigo às 3h30 da
madrugada para vir a pé à cidade.
Mesmo assim, eu amava aquela oportunidade, estudei praticamente sozinha o
tempo todo. Ainda no final do supletivo, consegui um trabalho de servente escolar
por quatro meses numa licença de gestação de uma servente escolar em uma
comunidade próxima a minha, mesmo assim tinha que morar na casa dos outros,
pois meu pai não me deixava vir sozinha e nem queria que eu trabalhasse fora.
Brigava com minha mãe, mesmo assim não me curvei. Ganhava na época
R$65,00, tirava R$15,00 para pagar os donos da casa onde eu ficava durante a
semana e o restante era passado para minha mãe comprar comida para nossa
família.
Neste meio tempo, surgiu o telecurso 2000. Como a prefeitura precisava
formar seus professores rapidamente por causa de uma lei que obrigava, eu acabei,
por insistência, convencendo a secretária de educação da época a entrar na turma.
Daí, ela percebendo todo o meu esforço, me convidou para dar aula em uma
escola longe da minha casa, ninguém queria ir pra lá, eu fui toda feliz. Era minha
oportunidade de continuar na educação.
Trabalhava com gosto e ainda sobrava um pouco mais para ajudar minha família.
No final do telecurso, que para essa turma durou seis meses apenas (eu amava as
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aulas, mas nesse tão pouco tempo foi impossível aprender física, química e mate-
mática), tenho dificuldade até hoje nessas matérias. Já as outras, graças a deus, por
gostar muito de leitura e interpretação, consegui me dar bem, inclusive eu estudei
quase todo o tempo da minha vida sozinha, mas fui superando.
Com toda essa dificuldade, consegui fazer duas faculdades e passei em dois
concursos bem classificada. Aliás, um da prefeitura e outro do estado, todos na
área da educação. Sou muito grata a deus por isso, mas os meus maiores desafios
não foram esses apenas.
No final de 1998, fui convidada para fazer um teste na rádio comunitária da
cidade, porque eu também, nessa época, participava ativamente da catequese na
zona rural. De imediato, fui contratada para trabalhar na rádio onde estou até hoje
e sou apaixonada por essa missão. Mas, os problemas políticos surgiram demasia-
damente a partir daí. Até então, eu não entendia nada de política e pra falar a
verdade meu primeiro voto foi em FHC. Mas daí conheci a Lília, presidente do
partido PT em Rio Vermelho, que com o passar do tempo me convidou para
morar na casa dela porque ficou sabendo que eu e meu irmão quando vínhamos
para eu trabalhar na rádio, dormíamos numa casinha na periferia da cidade que
não era casa. Tinha apenas os tijolos sem uma única madeira para cobrir(era a casa
sem porta sem janela: a casa engraçada). Trazíamos um pano para colocar no chão
e dormíamos bem no cantinho até dar 3h30 da manhã, pois eu trabalhava na rádio
aos domingos de 5h às 8h.
Quando comecei a conviver com a Lília, devagarinho fui descobrindo o que
era as tais questões sociais que tanto nos afligia. Ela não forçou nada, até então não
me tinha falado nada do PT, pois respeitava muito o que percebia em mim. Mesmo
assim, não demorou muito para eu abrir os olhos e ver também as tantas corrup-
ções no nosso governo local. Daí vieram as denúncias, chegando o prefeito da
época a ser preso e ter seus direitos cassados. A rádio acabou se envolvendo e eu
era linha de frente na conscientização da comunidade. Passei por várias ameaças,
perseguições, perdi meu emprego na educação e fiquei por mais de dois anos
longe da sala de aula, mas daí terminei com muita luta e sem dinheiro minha
primeira faculdade à distância na UFOP. Passei maus pedaços que não me cabe
relatar agora. Daí passei a trabalhar pela primeira vez na rede estadual de educação
no ano de 2005, onde com muita luta e sacrifício morando em outra cidade, tendo
que abdicar da rádio que era minha paixão.
Voltei pra minha cidade em 2006. Passei também no concurso da prefeitura e
agora em 2020, depois de três candidaturas a vereadora, fui eleita vereadora no
município que tem uma cultura ultra-machista para as mulheres na política. Os
desafios são diversos, mas vamos superando a cada dia.
Um recado para as mulheres: nunca desista dos seus sonhos. Vá à luta a cada
dia sem desanimar. A vida é realmente dura para quem luta, mas não podemos
desanimar. A vitória vem com sacrifícios, mas sempre vem.
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Maria Fátima de Souza Lima
Alvarenga
Nasci em Alvarenga no dia 11 de julho de 1961.
Sou casada com Geraldo de Souza Lima, com quem
tenho uma filha, Fernanda. Ainda jovem, mudei-me
de cidade para fazer o ensino fundamental, e anos
depois obtive licenciatura em Matemática, consolidando
minha profissão como professora e me espelhando na trajetória de
minha mãe, Sílvia.
Trabalhei na área da educação em Alvarenga e na cidade de São
Paulo, dedicando-me com afinco e comprometimento ao alcance de
uma educação pública de qualidade. Em 1988, participei da fundação do
Partido dos Trabalhadores em Alvarenga, concorrendo à vereadora na
legislatura 1989-1992, tendo sido a primeira mulher eleita do município.
Em 2013, assumi a presidência do Diretório do PT, defendendo as
diretrizes do partido, pautando meu trabalho na defesa dos
trabalhadores, na participação feminina na política e na defesa da
democracia. Fui eleita vice-prefeita de Alvarenga pelo PT na legislatura
2017/2020, exercendo também o cargo de secretária Municipal de
Educação no período 2019/2020. Como vice-prefeita, empenhei-me
para que a Administração valorizasse a qualidade de vida da população,
por meio de obras e serviços de qualidade.
Minha mensagem a todas as mulheres no Dia Internacional da
Mulher é que busquem, incansavelmente, a igualdade de seus direitos,
lutando por mais espaço, reconhecimento e respeito, não permitindo
retrocesso nos avanços obtidos nas políticas públicas e sociais ao longo
dos anos.
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Rosa Preta
João Monlevade
Sou Rosângela Benícia De Morais Lima,
conhecida como Rosa Preta. Nasci no dia 23 de
agosto de 1961. Vim de uma família pobre, sem
muitas condições, porém o mais importante nós
tínhamos: a felicidade.
Sou mãe de quatro filhos: Henrique, Fabiana, Ivanilde e Ricardo.
Eles são a razão do meu viver, e da minha felicidade diária.
Como nem tudo são flores, minha mãe faleceu quando eu tinha
meus 10 anos. Foi uma época de muita dor e incertezas.
Devido à falta de oportunidade e por meu pai não conseguir
manter todos os meus irmãos, me mudei para São Paulo, onde
consegui um emprego como empregada doméstica na casa de uma
família. Lá aprendi muitas coisas, inclusive a lutar pela minha vida e
por meus direitos, como mulher negra.
Porém, quando eu estava com 27 anos, perdi o meu pai, senti
muita dor.
Essa dor se transformou em muitos pensamentos, o qual me fez
retornar para a minha cidade João Monlevade/MG, de forma
definitiva.
Com meu retorno à cidade que tanto amo, consegui um emprego, e o
destino colocou novamente em minha vida o meu grande amor da
infância.
Nessa minha vida, tive momentos de dor e de alegria. Fiz deles
momentos que posso me orgulhar da Mulher, Negra e de Luta que me
tornei.
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Suely Maria Martins Freitas
Santa Bárbara do Leste
Eu me chamo Suely Maria Martins Freitas, nasci no
dia 22 de fevereiro de 1968, sou lavradora, moro no
córrego do Lage, Santa Bárbara do Leste, tenho três
filhos, Adriane, Marco Antônio e Eduardo e uma netinha
chamada Maria Cecília, sou casada há 30 anos com Otair
Rocha Freitas que também é lavrador.
Sempre trabalhei na agricultura, sempre tive um sonho de ajudar agricul-
tores e agricultoras. Comecei a minha história como líder comunitária da
região onde moro, pois próximo a minha casa tinha uma fazenda onde existi-
am muitas mulheres que trabalhavam na roça para ajudar no sustento da
família e daquelas famílias que viviam apenas com a renda obtida com o dia
trabalhado para os patrões. Observando essa situação, despertou em mim a
vontade de buscar alternativas para que essas mulheres tivessem também
outra forma de renda para poder oferecer pra suas famílias e pra si mesmas
melhores condições de vida, pois naquela época nossa comunidade pertencia
ao município de Caratinga e não tinham acesso a benefícios sociais e era
escasso também a assistência à saúde. Procurei, então, a secretaria de ação
social de Caratinga para que fossem cadastradas as famílias para que pudes-
sem receber os benefícios sociais que lhes eram de direito.
Alguns anos depois, Santa Bárbara do Leste foi emancipada, meu sonho
pra nossa comunidade, era um posto de saúde para atender as famílias com
dignidade. Na época, a prefeitura alegava que não tinha condições de cons-
truí-lo, ofereci minha casa para o atendimento médico e foi assim durante
vários anos, minha casa se transformou num posto de saúde com atendimen-
to semanalmente. Até que um dia um dos candidatos a prefeito da época me
convidou a candidatar a vereadora, aceitei o convite e me candidatei, fiquei
suplemente do meu partido, o candidato eleito a prefeito me convidou a ser
secretária de Ação Social, aceitei o desafio e, graças a Deus, considero que foi
um sucesso. Implantei vários projetos e programas para nossa cidade, dentre
eles ,o restaurante popular, o CRAS, trouxe para nossa cidade o Conselho
Tutelar, realizei projetos que buscavam trazer uma melhor condição de vida
para as pessoas da terceira idade. Também implementamos vários cursos para
homens e mulheres que pudessem ajudá-los a aumentar a renda familiar.
Candidatei-me, novamente, a vereadora e fui eleita por dois mandatos,
sempre apoiando e buscando formas que pudessem trazer melhorias para
nossa cidade. Hoje continuo lutando, incentivando e apoiando associações de
agricultores familiares de minha cidade e região e sonho com uma cooperativa
que já está em andamento, para agregar valores a nossos produtos.
A mensagem que eu deixo para todas as mulheres é que não deixem de
sonhar e correr o risco de viver seus sonhos, o esforço nunca será em vão e os
frutos serão colhidos por nós e pelas futuras gerações.
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Ana Rosa Campos
Escrivã da Polícia Civil de Minas Gerais,
bacharel em direito e especialista
em violência doméstica
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Mabinha Cadedo
Ex-presidente da Câmara Municipal
de Visconde do Rio Branco
Sou mãe de dois filhos, Javé e Ana Lígia. Minha
vida foi de muita luta para que eu pudesse me tornar
a pessoa que sou hoje, os desafios para mim nunca
foram empecilhos, pelo contrário, foram eles que me
deram força para continuar.
Em 2016, fui eleita a vereadora na cidade de Visconde do Rio
Branco, esse foi um grande desafio, mas cumpri o meu papel com
honestidade e venci. Prezei pela eficiência e economia na administração
das coisas públicas. Consegui economizar em meu mandato mais de R$
5 milhões, que devolvemos a prefeitura para concretização de muitas
obras.
Nós mulheres podemos chegar onde quisermos, basta traçar metas
e procurar trabalhar para alcançar. Enfrentei muitas desigualdades por
ser mulher na política, desde de falas ríspidas ao olhar de descrédito, mas
com trabalho sério provei que a mulher pode fazer e faz bem.
Mulher é mãe, filha, avó, amiga, empreendedora, somos uma
infinidade de coisas e temos um imenso valor. Nós podemos sempre
mais.
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Nádia de Oliveira Rocha
Médica veterinária e professora
aposentada de biologia, Inhapim/MG
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Zaíde da Paz Almeida
Trabalhadora rural, Datas/MG
Sou viúva, trabalhadora rural, aposentada,
residente no município de Datas, mãe de oito
filhos (Regina, Marcilene, Meire, Sandra, Elizabete,
Álida, Vagner-in memória e Vagson). Salvo o que
faleceu criança, todos graduados em Ensino Superior.
A minha trajetória não foi nada fácil, pois a vida do campo é
desafiadora. Mas jamais me curvei diante das dificuldades, sempre
acreditei que poderia construir uma vida e uma família vitoriosa! Hoje
vivo bem realizada, com vários netos e uma bisneta, assistindo o sucesso
das filhas que são educadoras, advogadas e enfermeira e um filho
advogado.
Minha mensagem é que, primeiro, nunca tenham medo da luta,
jamais se curvem diante das dificuldades. Aprendam a tirar algo de bom
das derrotas, acreditem num futuro melhor e sempre tenham a certeza
de que há mais força dentro de nós do que realmente imaginamos. Só
vence quem não tem medo da luta.
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PUBLICAÇÃO DO MANDATO PARTICIPATIVO DEPUTADO ESTADUAL MARQUINHO LEMOS - PT/MG Mulheres que
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Ana Lívia Silva Coelho
Estudante de psicologia, Caputira/MG
Sou Ana Lívia Silva Coelho, nasci em 12 de
Fevereiro de 2001, tenho 20 anos. Sou de
Caputira. Atualmente estou cursando o 3° período
de Psicologia. Ser mulher nunca foi fácil,
enfrentamos o machismo desde a infância quando
meninas são limitadas a tudo. Fui educada por uma mulher sozinha, mãe
solteira, que me ensinou desde pequena a lutar por quem eu quero ser e,
principalmente, a lutar pelos espaços que quero alcançar.
Aos 16 anos, contribui para a criação do Movimento Grito,
movimento este que visa dar visibilidade e credibilidade para a
comunidade LGBTQIA+, negros e negras, jovens e mulheres de
Manhuaçu e região.
Nas eleições municipais de 2020, fui candidata à vereadora pela
Cidade de Caputira, fui a candidata mais jovem com apenas 19 anos.
Enfrentei dois grandes desafios: ser jovem e ser mulher. O jovem,
infelizmente é visto como “irresponsável”, e a política, ainda é vista por
uma grande maioria, como não fosse espaço para nós, mulheres.
Venci minha campanha, deixando para todos em forma de vídeos
ou visitas que eu sou uma jovem responsável, que estava em busca de
representar a juventude buscando espaços e oportunidades, e mostrei a
grande importância da ocupação da mulher em espaços de poder, e que
nós mulheres devemos e podemos estar onde queremos, que lutamos
por igualdade e respeito.
Nós, mulheres, devemos lutar todos os dias por nós mesmas, pelos
nossos espaços, pelos nossos sonhos, pelos nossos direitos. E devemos,
acima de tudo, mostrar que o dia 8 de Março é mais um dia de luta para
nós, é mais um dia de mostrarmos nossas forças, mostrarmos que
queremos ser amadas, respeitadas, queremos espaços e oportunidades
em todos os outros 364 dias do ano.
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PUBLICAÇÃO DO MANDATO PARTICIPATIVO DEPUTADO ESTADUAL MARQUINHO LEMOS - PT/MG Mulheres que
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Mariana Aparecida Gomes
da Silva Correia
Agricultora, Espera Feliz/MG
Eu sou Mariana Aparecida Gomes da Silva
Correia, mulher negra nascida no dia 21 de agosto de
1981, sou agricultora, moro em Espera Feliz MG, mãe
do Carlos Emmanuel e da Mariah. Casada com Adriano Carlos Correia.
Venho de uma base familiar muito humilde, mas também muito
honesta e batalhadora. Foi movida por essa base e inspiradas nesses
conceitos, que eu, numa busca constante pelo fazer, procurei agir e
transformar. Comecei a participar ainda muito nova nas comunidades
eclesiais de base, liderar movimento de jovens, militar no movimentos
sociais, fazer curso superior, ser dirigente sindical, a estar nos
movimentos de mulheres, ingressar na vida política e me tornar uma
liderança política no meu município.
Fui vice-prefeita por um mandato, candidata a prefeita, ficando em
segundo lugar nas eleições passadas.
Agora, estou aqui contando um pouco da minha história para
inspirar a outras companheiras a lutarem, a acreditarem no seu
potencial, na sua capacidade e nas suas verdades. Desafios são
constantes em nossas vidas, pois ainda vivemos numa sociedade
machista, preconceituosa e racista. Não é fácil, mas tudo isso vai se
desconstruindo quando nós mulheres entendemos o quanto temos o
poder, a dádiva de construirmos e transformar o que nos oprime em no
que de fato nos valoriza, nos liberta e nos faz sermos mulheres de
verdade!
DIA 08 DE MARÇO, DIA DE FAZER VALER A NOSSA VOZ
E A NOSSA PARTICIPAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DE UM
MUNDO MAIS HUMANO!!
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Lourdes Guillén
Assistente Social, Contagem/MG
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Erivan Costa dos Santos
Funcionária Pública, Inhapim/MG
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Cléo Barbosa
Assessora Parlamentar, Belo Horizonte
Tive meu primeiro filho aos 22 anos, fruto de um
relacionamento nada estável. Esse fato mudou a
minha vida. Nunca me imaginei casada, mas sempre
sonhei em ser mãe. Foram tempos difíceis de rejeição e
cobranças, os quais hoje compreendo. Uma situação tão
inesperada pra mim quanto para minha família.
Sem prévio aviso, de adolescente, eu me vi mulher responsável por uma
vida pela qual eu já estava apaixonada: meu pequeno Gabriel.
Quatro anos depois do nascimento do Gabriel, deixei meu primeiro
emprego, pois, embora não tivesse nenhum relacionamento com o pai dele,
não me sentia confortável encontrá-lo todos os dias. Comecei a trabalhar
como recepcionista em uma agência de publicidade e marketing político
onde conheci Ronaldo, pai de Giulia, pai por escolha do Gabriel, um pai
carinhoso e cuidadoso, já como companheiro, não posso dizer o mesmo. Pra
mim, ele foi uma escola. A partir dai, tive meu primeiro contato com a políti-
ca, com a esquerda e com os movimentos sociais.
Participei de projetos de alfabetização de jovens e adultos, onde conheci
a realidade da periferia, suas dificuldades e suas potencialidades anuviadas
por uma vida cheia de privações.
Durante mais de 12 anos, atuei como projetista e mobilizadora para
organização de redes produtivas de artesanato, agricultura familiar e catado-
res de materiais recicláveis.
Minha trajetória profissional se confunde com a de muitas mulheres,
mães solteiras, que não se deram por vencidas diante dos obstáculos de um
sistema regido por uma sociedade machista e patriarcal. Sempre tive que ser
muito melhores que eles para sobreviver, e eu venci.
Minha motivação? Meus filhos, minha integridade, minha liberdade.
Os tempos mudaram, algumas poucas conquistas foram alcançadas pelo
universo feminino, por meio de muita luta e determinação. Talvez as dificul-
dades sejam diferentes das que eu vivi, nem piores, nem melhores, apenas
diferentes. Busquem motivação naquilo que vocês acreditam, naquilo que as
fortalece, naquilo que faz acender a sua força interior e faz de você uma
fortaleza. Ninguém nunca disse que seria fácil, mas é necessário e vale muito
o sacrifício. Eu gosto muito do resultado que alcancei. Eu gosto muito da
mulher que sou.
O dia 8 de março não é de comemoração. Não é um dia de se receber
flores, ou bombons, ou homenagens efêmeras que duram apenas essa data.
É um dia de se reafirmar como mulher, de guerra, de batalha, de quem não
tem medo de se posicionar, que não tem medo da luta, que não tem medo de
lutar.
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PUBLICAÇÃO DO MANDATO PARTICIPATIVO DEPUTADO ESTADUAL MARQUINHO LEMOS - PT/MG Mulheres que
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Maria Ângela Coelho de Magalhães
Funcionária pública aposentada
e artesã, Virginópolis/MG
Nasci e vivi a vida toda em Virginópolis. Sou a
terceira de uma família de 13 irmãos: seis mulheres e sete
homens. Vivi minha infância, como toda criança de Virgi-
nópolis, com os companheiros da mesma rua, correndo, brincando de pic,
jogando birosca, andando na enxurrada, enfim fazendo todas as estripuli-
as de uma criança daquela época.
Aos sete anos, fui matriculada na Grupo Escolar N. S. do Patrocínio,
onde fui alfabetizada, depois cursei os próximos quatro anos no Colégio
Virginópolis, sempre passando as férias na zona rural, para onde era leva-
da com toda a família. Em seguida, fui cursar o Curso Normal, em Itamba-
curi, como aluna interna, já que aqui só tinha até a oitava série.
Ficava internada um semestre inteiro, sem vir em casa. Formada,
comecei minha vida profissional de professora, e trabalhei durante 30
anos na mesma E. E. N. Sra. do Patrocínio, onde por quase 18 anos fui
diretora e onde me aposentei, deixando um rastro de realizações, graças a
uma grande equipe de trabalho de vice diretores, especialistas, professores
e todo o pessoal administrativo. Após 20 anos, sem estudar, ajudando a
família a estudar os outros 10 irmãos, fiz vestibular e continuei meus
estudos em cursos superiores: administração, supervisão, orientação e
inspeção na área de Educação e pós em administração hospitalar.
Aposentada, fui logo convidada a assumir um cargo na direção do
Hospital São José, ficando lá por quase sete anos como administradora,
trabalho voluntário que exerci com muito amor e dedicação e agradeço
também aos médicos e equipe pelo acolhimento. Inclusive há muitos anos,
aprendi a dedicar algumas horas na saúde, desde aos 20 anos de idade,
junto com a saudosa D. Edith, na construção da Maternidade N. Sra. das
Graças (hoje APAE) e depois por muitos anos com Ir. Arnolda e demais
Irmãs dominicanas que viveram aqui doando seu trabalho ao povo de
Virginópolis.
São muitas histórias, muitas crianças que passaram por minhas mãos e
de Ir. Arnolda, da Márcia do Timotheo, que está ai pra contar. Naquela
época, não tinha médicos na cidade e os partos aconteciam com pessoal
leigo. Quantos sustos!!!! Quantas alegrias!!!! Muito antes, aos 13 anos, já
ajudava D. Helena a distribuir alimentos que vinham da Caritas para os
necessitados. Trabalho social é o que não faltou em minha vida. Daí eu
gostar até hoje de Associações, Cooperativas, Sindicatos, zona rural,
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PUBLICAÇÃO DO MANDATO PARTICIPATIVO DEPUTADO ESTADUAL MARQUINHO LEMOS - PT/MG Mulheres que
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porque reconheço que, só através da participação de toda a comunidade,
resolveremos os problemas de nossa cidade.
Militância política
Minha vida social e política: Sou festeira desde criança, nasci em uma
família festeira e nos encontramos todos os anos para festejar a vida, mas
alguns pontos chamam atenção. Meu pai foi um dos fundadores do antigo
Clube recreativo e Arpa Clube, e me deixava frequentar os bailes, especial-
mente carnaval, só para observar os foliões; depois, quando jovem, nunca
deixei de participar dos bailes e grupos carnavalescos… Os bailes de
debutantes lindíssimos… nasceram de iniciativa do Clube de Jovens sob a
minha direção; festivais da jabuticaba..todos até hoje, inclusive na coorde-
nação do ano de 1984, festas na Escolas várias… desfiles inesquecíveis…
Festas da nossa paróquia, inclusive festeira por três vezes da Festa de nossa
padroeira. Estive presente em todas as manifestações populares de Virgi-
nópolis.
Na política, comecei cedo. Acompanhei meu pai em todos os momen-
tos políticos, na campanha para prefeito. Dele, recebi o melhor ensina-
mento, quando na época de eleições dizia: trabalhe na campanha de um
modo que no outro dia, após as eleições, ganhando ou perdendo, possa
sair de cabeça erguida na rua, porque não mentiu, não fez fofocas, não
falou mal do adversário, não tenha vergonha de nada.
Acompanhei todas as eleições de deputados; fui vereadora na gestão
87-90 e relatora da primeira Lei orgânica do município; candidata a prefei-
ta em 2008, vereadora 2018/22, sempre exercendo estas funções com
respeito, dignidade, compromisso, trabalhando em prol de nossa cidade.
Em 2020, coloquei-me como candidata a prefeita de nossa cidade, mas fui
derrotada.
O que sempre me motivou foi a fé, que me deu coragem para enfren-
tar todas as dificuldades nos setores pessoal, social e político, dando
testemunho para outras mulheres que vale a pena e que já conquistamos
muitas coisas e ainda temos muito que batalhar, buscando uma sociedade
melhor para se viver.
Mulher, faça acontecer, independente das opiniões, do cenário ou
estatísticas. Acredite, em seu ideal, corra riscos, seja diferente. Mude sua
vida hoje…não deixe para o futuro, aja agora, sem atrasos. Vá tão longe
quanto sua mente permitir. Você é capaz e forte. FÉ.
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Vânia Carneiro de Carvalho
Prefeita, Bonito de Minas/MG
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Regina Aparecida de Castro
Agricultora Familiar, Carangola/MG
Nasci em 23 de Novembro de 1968, minha
profissão Agricultora Familiar, moro em Carangola-
Minas Gerais, tenho dois filhos Aleks de Castro
Oliveira e o Felippe de Castro Oliveira. Sou divorciada,
me separei há 20 anos.
Tive uma vida muito difícil, não tive infância, sou a
mais velha de oito irmãos, trabalhei duro no cabo da enxada desde criança.
Aos 17 anos casei, vivi 14 anos casada e separei, dai continuei a luta na roça e
criei meus filhos sozinha, estudei mais um pouco, fui convidada para o
movimento sindical, fui presidente, diretora financeira do Sindicato, ajudei
a constituir vários Conselhos Municipais em Carangola, entre eles destaco
(CMDRS), que fui presidente por dois mandatos.
Filiei ao PT, envolvi na política, coordenação das Mulheres Rurais, fui
vereadora pelo PT, secretária de Agricultura, participei e ajudei a criar vários
Conselhos Municipais, sou sócia fundadora do sistema de Credito, a Cresol
Minas Gerais, estou no Conselho de Administração, também estou da
Unicafes Minas com a missão de trabalhar a inclusão na Secretaria de
Mulheres, continuo apoiando e ajudando a pensar estratégias junto ao
Sindicato dos Trabalhadores Rurais e também na Cooperativa de Produção.
Os desafios da minha vida foram tantos que não é fácil, mais sempre me
pautei por não desistir, sempre me posicionei colocando meu ponto de
vista, muitas vezes cai e levantei, nunca baixei a cabeça, tanto no profissio-
nal quanto na vida pessoal, enfrentei os preconceitos da época, morando
em comunidade rural, minha motivação pra continuar foi sempre a espe-
rança de vencer os obstáculos e a criação dos filhos.
Então, não podia esmorecer, acredito que se lutarmos podermos ir
onde nosso sonho alcance. O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8
de Março, surgiu para nos propor uma reflexão através da história. É
momento de parar e pensar como está a vida das mulheres que sofrem
todos os tipos de violência, como o feminicídio que cresce em nosso Brasil.
Como vivem nossas companheiras do campo e da cidade? Como está sua
liberdade financeira? Meu convite é que em cada canto onde estamos que
puxamos esta conversa em pequenos grupos, ou via plataforma, devido a
pandemia, não podemos nos calar. É preciso resistir sempre a toda forma
de opressão que nossas irmãs companheiras sofrem, as prosas e trocas de
ideias fortalecem para encontrar saídas, vamos juntas levantar as bandeiras
da luta e da esperança.
Como diz a música: “Pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer,
participando sem medo de ser Mulher…”
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Mulheres que
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