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Os direitos das mulheres como direitos humanos

Júlia Marina Gomes Simão


Talita Agnes Barbosa Leite Magalhães
Resumo
Este artigo tem como objetivo mostrar como as mulheres conseguiram igualdade de
gênero e respeito à dignidade. Conta como elas eram tratadas no passado, de forma
desigual, cruel e humilhante, sendo vítima de violência doméstica e no trabalho
sofrendo com o baixo salário, assédio sexual e moral, crimes contra a honra e os
crimes contra a liberdade individual. As mulheres vem lutando contra a desigualdade
há anos, e atualmente vem ganhando mais espaço em uma sociedade menos
machista.
Palavras-chaves: Respeito; Liberdade; igualdade.

Abstract
The objective of this article is to show how women achieved gender equality and
respect for dignity. It tells how they were treated in the past, in an unequal, cruel and
humiliating way, being victims of domestic and work violence, suffering from low ages
to sexual and moral harassment and even crimes against honor and individual
freedom. Women have been fighting inequality for years, and are currently achieving
more space in a less sexist society.
Keywords: Respect; Freedom; Equality.

Resumen
Este artículo pretende mostrar cómo las mujeres lograron la igualdad de género y el
respeto a la dignidad. Cuenta cómo fueron tratados en el pasado, de manera desigual,
cruel y humillante, siendo víctimas de violencia doméstica y laboral, padeciendo
salarios bajos, acoso sexual y moral, delitos contra el honor y delitos contra la libertad
individual. Las mujeres llevan años luchando contra la desigualdad, y actualmente
están ganando más espacio en una sociedad menos sexista.
Palabras llaves: Respeto; Libertad; Igualdad.
Introdução
No mundo de hoje, os direitos humanos são inerentes a todos os seres
humanos, independentemente de raça, gênero, etnia, idioma, religião ou qualquer
outra condição.
Basicamente, quando falamos de direitos das mulheres, nos referimos a
leis que garantem os seus direitos básicos. Como o direito à vida, à igualdade, à
liberdade e aos direitos civis e políticos. Essas garantias decorrem da necessidade de
reconhecer as mulheres como um grupo específico, que há muito é discriminado,
criando um ambiente de desigualdade social, econômica, política e outras.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 35% das mulheres
sofrem algum tipo de violência, seja física ou sexual, durante a vida. Esse tipo de
violência pode impactar negativamente na saúde mental, física, sexual e reprodutiva,
aumentando significativamente o risco de doenças graves e/ou sequelas, afetando a
qualidade de vida. A partir disso, pode-se constatar que ainda não tomamos medidas
efetivas para lidar com as desvantagens e injustiças que as mulheres vivenciam
simplesmente por serem mulheres.
A criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945 e a
emergência dos direitos humanos como questão global evidenciaram a necessidade
de colocar as questões relativas às mulheres e suas dimensões na agenda da
comunidade internacional da ONU.

A história dos Direitos das Mulheres


Durante séculos, as mulheres não puderam participar do espaço público
ou ser reconhecidas como cidadãs. Por exemplo, nos tempos antigos, em
sociedades como a do Egito e da Grécia, as mulheres não sabiam ler, escrever, ou
ser educadas. Elas não podem participar da política, se concentrar nas tarefas
domésticas e cuidar da família. Na Idade Média, a situação não era muito diferente.
As mulheres ainda não tem direitos políticos, nem liberdade, nem independência na
sociedade. Além disso, a Idade Média foi marcada pela perseguição às mulheres
pelo movimento da Inquisição. Todas que desobedecerem aos comportamentos
prescrito e ao dogma da Igreja foram consideradas bruxas; muitas foram queimadas
vivas como punição. Os primeiros fundamentos dos direitos das mulheres não
surgiram até depois da Revolução Francesa em 1789. Isso se deve às
reivindicações e denúncias na Europa das ativistas políticas Olympe de Gouges e
Mary Wollstonecraft. A dupla criticou a situação das mulheres excluídas, que não
tiveram acesso a direitos básicos como a educação, e exigiu direitos iguais;
alimentadas por suas lutas, a pressão pelo reconhecimento da cidadania feminina
cresceu em todo o mundo. Mas não foi até 1893 na Nova Zelândia que as mulheres
receberam o direito de votar pela primeira vez após um período de protestos e
campanhas eleitorais. Isso significa que leva muito tempo para os Direitos das
Mulheres sejam reconhecidos em todo o mundo. Isso só aconteceu após a criação
das Nações Unidas em 1945.
A ONU e os direitos das Mulheres
Após a Segunda Guerra Mundial, as Nações Unidas redigiram a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, que visa proteger a dignidade de todas
as pessoas, sem exceção, com base no princípio da igualdade. A partir desse
momento, a consciência das especificidades e necessidades de grupos
historicamente desfavorecidos, como as mulheres, tornou-se mais evidente. Assim,
na Conferência Mundial sobre a Mulher, organizada pelas Nações Unidas em 1975,
ficou evidente a importância de se desenvolver instrumentos para garantir os
Direitos das Mulheres em nível internacional. Como resultado, a Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher foi promulgada
em 1979. O documento, destinado a promover a luta contra a desigualdade de
gênero e a discriminação contra as mulheres, define: "Considera-se discriminação
contra a mulher toda distinção, exclusão ou limitação baseada no sexo."
É o primeiro documento de direito Internacional que aborda de forma
abrangente as questões de gênero relacionadas aos direitos civis, políticos,
econômicos, sociais e culturais das mulheres. A Convenção continua sendo o
principal Tratado Internacional sobre os direitos das Mulheres até hoje. Além disso,
desde a promulgação da Convenção, os direitos sexuais e reprodutivos das
mulheres foram reconhecidos internacionalmente, garantindo o direito das mulheres
de tomar decisões independentes sobre seu próprio corpo, o direito de expressar
livremente sua orientação sexual e o direito de tomar decisões sobre a gravidez.
Direitos Sexuais e Reprodutivos
Eles tratam de sexo e reprodução, garantindo que todos tenham o direito
de decidir livremente sobre essas questões. No caso das mulheres, estes direitos
dizem respeito às questões sexuais e reprodutivas como parte integrante da
cidadania e dizem respeito ao seu bem-estar físico, psicológico e social, permitindo-
lhes exercer livremente a sua sexualidade. Esses direitos também ajudam a proteger
as mulheres da violência sexual, como a mutilação genital feminina, que segundo a
Organização Mundial da Saúde afeta 200 milhões de mulheres em todo o mundo,
incluindo crianças e adolescentes. No Brasil, os direitos sexuais e reprodutivos são
protegidos pela Constituição Federal de 1988. Garante o direito à saúde, métodos
contraceptivos, informação e educação sexual, e o direito de expressar livremente a
orientação sexual. Esses direitos também se referem ao aborto, que é permitido pelo
Código Penal quando a vida da gestante estiver em perigo, quando ela tiver sido
estuprada e quando o feto for anencéfalo.
Os Direitos das Mulheres no Brasil
De fato, a Constituição Federal é o principal instrumento legislativo em
defesa dos direitos das mulheres e o primeiro no Brasil a tratar com profundidade as
questões de gênero. Entre suas conquistas, além dos direitos sexuais e
reprodutivos, está o compromisso com a igualdade entre homens e mulheres.
Ampliar os direitos civis, sociais e econômicos das mulheres. A igualdade de direitos
e obrigações em uma sociedade de marido e mulher representa uma união com o
objetivo de formar uma família e não é juridicamente vinculativa. Definição do
Princípio da Não Discriminação Sexual. É proibida a discriminação contra as
mulheres no mercado de trabalho. Mas a Constituição não é suficiente para garantir
a igualdade entre homens e mulheres. Por exemplo, no mercado de trabalho, apesar
dos avanços nos direitos trabalhistas da mulher, como a consolidação da Lei do
Trabalho de 1943, que garantiu a proteção da mulher e o livre acesso ao mercado
de trabalho, as mulheres ainda enfrentam dificuldades. E vulnerabilidade. Segundo a
agência Patrícia Galvão, cerca de 76% das mulheres empregadas já sofreram
violência ou assédio no ambiente de trabalho. E, segundo o IBGE, as mulheres
ganham em média 22% menos que os homens e, segundo o Fórum Econômico
Mundial, o Brasil está entre os países com pior igualdade salarial. Em termos de
representação, apenas 15% dos membros do Congresso são mulheres. E, mesmo
que houvesse cotas eleitorais, de acordo com a Lei Eleitoral de 1997, as cotas
estipulavam que os partidos políticos deveriam ter 30% de mulheres entre seus
candidatos. Quando olhamos para a violência contra a mulher no Brasil, ainda
vemos um quadro alarmante. Segundo a Agência Patrícia Galvão, pelo menos 3
mulheres são vítimas de feminicídio todos os dias no país. Porque, de acordo com o
Atlas da Violência, 68% dos assassinados eram negras.
Lei Maria da Penha
Atualmente, a principal lei do país contra esse tipo de violência é a Lei
Maria da Penha.
Em 1983, a farmacêutica Maria da Penha Fernandes foi assassinada
duas vezes pelo marido. Como resultado, Maria ficou paraplégica aos 38 anos.
Mesmo com a denúncia dela, até 1998, ou seja, 15 anos depois, o caso ainda era
infrutífero. Nesse mesmo ano, 1998, Maria conseguiu levar seu caso à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, com a qual o Brasil se comprometeu como
membro da Organização dos Estados Americanos (OEA). Assim, em 2001, a
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher, da qual o Brasil era signatário, condenou a negligência e inação do governo
brasileiro em relação à violência. Maria da penha sofre. A pedido do tribunal, a
Assembleia Nacional elaborou a lei Maria da Penha. É considerado um avanço na
legislação nacional que visa ao desenvolvimento de medidas mais efetivas de
combate à violência de gênero, recomendando a elaboração de uma política pública
que considere o combate à violência de forma multidisciplinar e integrada. Isso
significa que a Lei Maria da Penha é a mais importante lei do país ao buscar eliminar
a discriminação contra a mulher e dar proteção em casos de violações físicas,
sexuais, psicológicas e morais. Mas, como já foi dito, sabemos que apesar dos
avanços e conquistas dos direitos das mulheres, a realidade está longe do ideal.
Isso significa que o fato de termos leis, direitos e outros instrumentos legais não é
suficiente para acabar com essa desigualdade. O cumprimento desses direitos está
intimamente ligado à nossa cultura, à nossa sociedade e ao reconhecimento das
mulheres como um grupo diverso. Em outras palavras, a garantia de direitos está
diretamente relacionada a comportamentos e estereótipos de gênero construídos
por sociedades que não respeitam a voz das mulheres. Esses estereótipos se
somam a outras formas de discriminação baseadas em classe, raça, orientação
sexual, dando a algumas mulheres menos direitos do que outras. Precisamos de
políticas públicas que protejam as mulheres de sua diversidade, e todos nós
precisamos reconsiderar nossas ações e ações como indivíduos. Só assim
alcançaremos a igualdade de gênero.
Considerações finais
Com base nessa pesquisa, foi possível perceber que as mulheres vem
ganhando mais destaque em um mundo menos machista. Dessa forma é possível
citar a Lei Maria da Penha e a ONU, como um dos maiores motivos que levou as
mulheres a conseguirem seus direitos no mundo atual, o que significa algo ótimo
para construção de uma sociedade cada vez mais igualitária. Assim, a adoção desse
movimento, resultaria em ações que conscientize cada vez mais a importância dos
direitos tanto das mulheres como os direitos humanos.

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