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muito tempo persistiu a ideia de que elas não eram dignas de diversos tipos
de direitos, pois não eram vistas como pessoas, e sim, como objetos. A
sociedade baseada na cultura patriarcal desencadeou o desequilíbrio nas
relações de convivência entre homem e mulher que sofreu preconceitos e
diversas formas de violências, situação esta, não vista como um problema
social. Os homens eram vistos como um ser superior e é com isso tinham o
domínio de controlar suas esposas. Dizia-se mulher honesta, dependendo da
sua postura sexual.
durante muito tempo as leis também contribuíram para as desigualdades de
gênero, o que só foi deixando de acontecer após as lutas feministas e a
transformação no contexto social que buscavam o equilíbrio social e a
equidade de gênero, pois havia a necessidade de uma proteção as mulheres,
titulares de direitos humanos e de terem sua dignidade humana preservada.
As mulheres perceberam que podiam gozar de direitos comuns como por
exemplo, casar, trabalhar... iniciando desta forma diversos movimentos sociais.
A partir desses movimentos surgiram as normas fundamentais, como por
exemplo da Convenção sobre a eliminação de todas as formas de
discriminação contra a mulher, o que deu respaldo e merecimento de proteção.
Esse movimento ficou reconhecido e teve dimensão internacional.
Pode-se falar também que a evolução legislativa na proteção a mulher passou
por várias fases, desde os primórdios quando a mulher era tratada com
subordinação aos homens até a fase atual onde se tem o empoderamento
feminino.
No código penal
Em relação ao âmbito penal as conquistas femininas partiram de grandes
manifestações, lutas e reinvindicações que buscavam a paridade de tratamento
em relação aos homens, no cotidiano e nas relações jurídicas.
Grande foi a resistência por parte da sociedade em relação a aceitação da
evolução do direito feminino, afetando até mesmo o judiciário brasileiro, pois foi
abolido do código penal a excludente de ilicitudes que previa a possibilidade
de o marido matar sua esposa por traição, e também surgiu nesta mesma
época a tese de legitima defesa da honra nos crimes passionais elaborados
pelos advogados da época com pensamentos patriarcais e compreendida pelos
jurados por considerar o homem superior a mulher.
Tendo como parâmetro normas jurídicas e ideologias passadas, diversas foram
as conquistas femininas, principalmente na segunda metade do século XX em
que vozes femininas começaram a se impor contra os paradigmas de
inferioridade, surgiu então o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, a
Convenção interamericana para prevenir, punir, e erradicar a violência contra a
mulher, a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), a Central de Atendimento a
Mulher, entre outros institutos de suma importância.
Em decorrência de vários casos de violência contra a mulher, viu-se a
necessidade de elaborar novas legislações em favor desse grupo. Assim no dia
15 de março de 2021 a tese da legítima defesa da honra foi declarada ADPF
( Arguição de descumprimento de preconceito Fundamental) inconstitucional
pelo STF por contrariar os princípios constitucionais da dignidade da pessoa
humana, da proteção a vida e da igualdade de gênero.
Código civil
Em relação ao código civil, se analisarmos o código civil de 1916 que tráz um
pensamento patriarcal e machista e o de 2002 as transformações são
bastantes significativas. A mulher fez com que a legislação vigente
apresentasse disposições contrastantes com a legislação do passado
conquistando um lugar na sociedade.
Os movimentos feministas surgiram buscando a conquista de direitos e de
igualdade de tratamento com relação aos homens. Isso fez com que aos
poucos fossem transformando a visão com relação a posição da mulher.
Surgiram legislações específicas como: Estatuto da Mulher casada ( Lei nº
6.515/77
No esporte
Em relação ao esporte, as mulheres por longos anos também foram excluídas
da competição, pois o “esporte não era para mulheres”, e durante muito tempo
isso prevaleceu por conta da sociedade machista. A primeira olimpíada foi
proibida para as mulheres ( aconteceu na Grécia em 1896 ) em que teve
participação apenas de homens, mulher só na plateia. Somente em 1900
aconteceu a primeira participação feminina em olimpíadas nas modalidades de
tênis e golfe. No Brasil existia um decreto- Lei que proibia as mulheres de
praticar esportes como futebol, a luta e muitos outros pois eram considerados
incompatíveis com a sua natureza. Esse decreto foi derrubado em 1979.
Na política
Na política, o papel feminino se atribui a uma atuação predominantemente no
espaço privado, daí o motivo que se pode explicar a pequena presença das
mulheres como protagonistas da cena política. Embora inseridas e atuantes na
política partidária, bem como nos diferentes contextos políticos pelo país,
raramente elas chegam a exercer um cargo político eletivo ou por nomeação
A história oficial do esporte feminino brasileiro começou com Maria Lenk, que
fez história ao se tornar a primeira mulher brasileira a disputar uma olimpíada
em 1932, nos jogos de Los Angeles. A natação feminina estreou na olimpíada
em 1912.
Várias iniciativas foram surgindo para as mulheres ocuparem também os
campos de futebol, mas em 1941 com a ditadura do governo de Getúlio Vargas
um decreto foi baixado coibindo a prática esportiva para as mulheres, não
sendo permitido a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua
natureza
Somente em 2012 as mulheres puderam participar das disputas em todas as
modalidades que os homens disputavam. Neste sentido pode-se considerar
que o caminho não foi fácil, essa conquista só foi possível por que muitas
mulheres do passado lutaram para garantir esse espaço e que ao mesmo
tempo vem deixando sementes para que muitas outras do futuro lutem
também.
Em relação a evolução legislativa, em agosto de 2006 a Lei 11.340/2006, Lei
Maria da Penha promove a proteção das mulheres, contra as violências física,
psicológica, moral, sexual e patrimonial, criando mecanismo para a diminuição
da violência de gênero. A Lei trouxe inúmeros benefícios ao gênero feminino,
porém também trouxe discussões à representação de uma desigualdade entre
os sexos.
Durante anos, as mulheres não foram reconhecidas em seus atos jurídicos,
não gozavam de direitos iguais aos homens, sendo assim, o espaço que elas
ocupam hoje na sociedade brasileira foi conquistado com muito esforço e luta
principalmente do movimento feminista.
Apesar dos direitos das mulheres ter sofrido uma grande evolução, ainda sofre
restrições e ocasiões em que se deve evoluir como por exemplo adesigualdade
salarial entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo, a diferença
entre as mulheres que se candidatam a um cargo político. Também observa-se
que o número de mulheres que se inscrevem em concursos públicos é muito
inferior a quantidade de homens.