Você está na página 1de 4

As mulheres pertencem a um grupo considerado vulnerável a qual durante

muito tempo persistiu a ideia de que elas não eram dignas de diversos tipos
de direitos, pois não eram vistas como pessoas, e sim, como objetos. A
sociedade baseada na cultura patriarcal desencadeou o desequilíbrio nas
relações de convivência entre homem e mulher que sofreu preconceitos e
diversas formas de violências, situação esta, não vista como um problema
social. Os homens eram vistos como um ser superior e é com isso tinham o
domínio de controlar suas esposas. Dizia-se mulher honesta, dependendo da
sua postura sexual.
durante muito tempo as leis também contribuíram para as desigualdades de
gênero, o que só foi deixando de acontecer após as lutas feministas e a
transformação no contexto social que buscavam o equilíbrio social e a
equidade de gênero, pois havia a necessidade de uma proteção as mulheres,
titulares de direitos humanos e de terem sua dignidade humana preservada.
As mulheres perceberam que podiam gozar de direitos comuns como por
exemplo, casar, trabalhar... iniciando desta forma diversos movimentos sociais.
A partir desses movimentos surgiram as normas fundamentais, como por
exemplo da Convenção sobre a eliminação de todas as formas de
discriminação contra a mulher, o que deu respaldo e merecimento de proteção.
Esse movimento ficou reconhecido e teve dimensão internacional.
Pode-se falar também que a evolução legislativa na proteção a mulher passou
por várias fases, desde os primórdios quando a mulher era tratada com
subordinação aos homens até a fase atual onde se tem o empoderamento
feminino.

Em 1932, as mulheres passaram a ter o direito de votar e serem voltadas. O


que foi ratificada pelo código eleitoral em 1934 estabelecendo o direito de
mulheres votarem e serem votadas.
Em novembro de 1988, 0 artigo 7º inciso XXX da Constituição Federal
estabeleceu a proibição de salários, de exercícios de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
A partir de janeiro de 2003, com o novo código civil de 2002 em vigor, a falta de
virgindade deixou de ser motivo para anular o casamento, acabando também
com o dispositivo que permitia o pai utilizar a “desonestidade da filha” como
motivo para deserdá-la.
Em março de 2005, a Lei 11.106/2005 descriminalizou o adultério, revogando o
artigo 140 do código penal, em que se configurava em crime apenas para
mulheres.

No código penal
Em relação ao âmbito penal as conquistas femininas partiram de grandes
manifestações, lutas e reinvindicações que buscavam a paridade de tratamento
em relação aos homens, no cotidiano e nas relações jurídicas.
Grande foi a resistência por parte da sociedade em relação a aceitação da
evolução do direito feminino, afetando até mesmo o judiciário brasileiro, pois foi
abolido do código penal a excludente de ilicitudes que previa a possibilidade
de o marido matar sua esposa por traição, e também surgiu nesta mesma
época a tese de legitima defesa da honra nos crimes passionais elaborados
pelos advogados da época com pensamentos patriarcais e compreendida pelos
jurados por considerar o homem superior a mulher.
Tendo como parâmetro normas jurídicas e ideologias passadas, diversas foram
as conquistas femininas, principalmente na segunda metade do século XX em
que vozes femininas começaram a se impor contra os paradigmas de
inferioridade, surgiu então o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, a
Convenção interamericana para prevenir, punir, e erradicar a violência contra a
mulher, a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), a Central de Atendimento a
Mulher, entre outros institutos de suma importância.
Em decorrência de vários casos de violência contra a mulher, viu-se a
necessidade de elaborar novas legislações em favor desse grupo. Assim no dia
15 de março de 2021 a tese da legítima defesa da honra foi declarada ADPF
( Arguição de descumprimento de preconceito Fundamental) inconstitucional
pelo STF por contrariar os princípios constitucionais da dignidade da pessoa
humana, da proteção a vida e da igualdade de gênero.

Código civil
Em relação ao código civil, se analisarmos o código civil de 1916 que tráz um
pensamento patriarcal e machista e o de 2002 as transformações são
bastantes significativas. A mulher fez com que a legislação vigente
apresentasse disposições contrastantes com a legislação do passado
conquistando um lugar na sociedade.
Os movimentos feministas surgiram buscando a conquista de direitos e de
igualdade de tratamento com relação aos homens. Isso fez com que aos
poucos fossem transformando a visão com relação a posição da mulher.
Surgiram legislações específicas como: Estatuto da Mulher casada ( Lei nº
6.515/77

No esporte
Em relação ao esporte, as mulheres por longos anos também foram excluídas
da competição, pois o “esporte não era para mulheres”, e durante muito tempo
isso prevaleceu por conta da sociedade machista. A primeira olimpíada foi
proibida para as mulheres ( aconteceu na Grécia em 1896 ) em que teve
participação apenas de homens, mulher só na plateia. Somente em 1900
aconteceu a primeira participação feminina em olimpíadas nas modalidades de
tênis e golfe. No Brasil existia um decreto- Lei que proibia as mulheres de
praticar esportes como futebol, a luta e muitos outros pois eram considerados
incompatíveis com a sua natureza. Esse decreto foi derrubado em 1979.

Na política
Na política, o papel feminino se atribui a uma atuação predominantemente no
espaço privado, daí o motivo que se pode explicar a pequena presença das
mulheres como protagonistas da cena política. Embora inseridas e atuantes na
política partidária, bem como nos diferentes contextos políticos pelo país,
raramente elas chegam a exercer um cargo político eletivo ou por nomeação
A história oficial do esporte feminino brasileiro começou com Maria Lenk, que
fez história ao se tornar a primeira mulher brasileira a disputar uma olimpíada
em 1932, nos jogos de Los Angeles. A natação feminina estreou na olimpíada
em 1912.
Várias iniciativas foram surgindo para as mulheres ocuparem também os
campos de futebol, mas em 1941 com a ditadura do governo de Getúlio Vargas
um decreto foi baixado coibindo a prática esportiva para as mulheres, não
sendo permitido a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua
natureza
Somente em 2012 as mulheres puderam participar das disputas em todas as
modalidades que os homens disputavam. Neste sentido pode-se considerar
que o caminho não foi fácil, essa conquista só foi possível por que muitas
mulheres do passado lutaram para garantir esse espaço e que ao mesmo
tempo vem deixando sementes para que muitas outras do futuro lutem
também.
Em relação a evolução legislativa, em agosto de 2006 a Lei 11.340/2006, Lei
Maria da Penha promove a proteção das mulheres, contra as violências física,
psicológica, moral, sexual e patrimonial, criando mecanismo para a diminuição
da violência de gênero. A Lei trouxe inúmeros benefícios ao gênero feminino,
porém também trouxe discussões à representação de uma desigualdade entre
os sexos.
Durante anos, as mulheres não foram reconhecidas em seus atos jurídicos,
não gozavam de direitos iguais aos homens, sendo assim, o espaço que elas
ocupam hoje na sociedade brasileira foi conquistado com muito esforço e luta
principalmente do movimento feminista.
Apesar dos direitos das mulheres ter sofrido uma grande evolução, ainda sofre
restrições e ocasiões em que se deve evoluir como por exemplo adesigualdade
salarial entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo, a diferença
entre as mulheres que se candidatam a um cargo político. Também observa-se
que o número de mulheres que se inscrevem em concursos públicos é muito
inferior a quantidade de homens.

Dos pontos que carecem de melhoria

Após longos anos em busca de seus direitos, as mulheres conquistaram


diversas coisas, mas ainda assim, não demonstra ser algo levado tão a sério,
no sentido de que na lei é tudo muito lindo, mas na prática, sabemos que não é
assim que funciona. E com isso, ainda existem pontos que carecem de
melhorias, como por exemplo, a violência contra a mulher, que apesar da lei a
qual as defenda, ainda são crimes que não chegam ao conhecimento do
controle social, e com isso, se tornam um desafio ainda maior a ser enfrentado.
Vale ressaltar a participação da mulher na política. Ao analisarmos a história da
nossa constituição, podemos observar que na maioria das vezes quem
estavam à frente do poder eram homens, e ainda nos dias de hoje observamos
que raramente uma mulher chega ao poder, pois o machismo ainda prevalece
nos dias atuais. Está junto não só dos homens, mas também de muitas
mulheres. Conviver em uma sociedade machista foi algo que criou muitas
barreiras para as mulheres, pois desde os tempos mais primórdios, a mulher
se formava para servir ao seu marido. E mesmo depois de muita luta , também
deve se destacar a desigualdade salarial, que ainda é algo que está presente
na vida de muitas delas. Pode parecer não estar presente no nosso cotidiano,
mas está! E não podemos fechar os olhos para isso. Nós mulheres devemos
ter coragem para viver nesse tipo de sociedade e ir em busca dos nossos
direitos. Devemos mostrar que somos capazes e que merecemos respeito

Você também pode gostar