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O direito ao voto é um dos

direitos mais importantes


nas democracias indiretas
porque permite que as
pessoas exerçam seus
direitos de cidadania e
participem do processo
político, elegendo seus
representantes políticos ou
concorrendo a cargos
políticos disponíveis. Até o
início do século 20 , o voto,
em quase todos os países,
era direito exclusivo dos
homens – principalmente
dos ricos No cenário de
grandes transformações do
século XX, as mulheres
ativistas que se
mobilizaram pelo direito
das mulheres à
participação política
tornaram-se sufragistas.
1- A mulher na sociedade brasileira no
século XIX Ao longo do século XIX, as
cidades brasileiras passaram por
mudanças estruturais, podemos citar
o comércio cada vez mais ativo, a
industrialização precoce, as
comunicações que ampliaram seus
espaços e maiores índices de
alfabetização, principalmente nos
centros urbanos. Como tal, eles
permitem o surgimento de novas
ideias, ideologias e visões políticas.
Não há dúvida de que a aceleração da
urbanização e o desenvolvimento da
industrialização também contribuíram
para muitas mudanças na estrutura
social da sociedade brasileira, como a
necessidade de cada vez mais mão de
obra para trabalhar nas fábricas e no
comércio, e a inclusão de muitas
mulheres e crianças nestes empregos.,
na maioria das vezes, este é um
trabalho muito instável que poucas
pessoas apreciam.  
A mulheres brasileiras no século XIX era muitas vezes responsáveis
pelo trabalho doméstico, e elas deveriam realizar atividades
relacionadas à família, como cuidar da família, cozinhar e lavar
roupas. Onde cabia ao homem a responsabilidade financeira da
família e a mulher competia todas as funções da casa, mediante a
procriação e a educação dos filhos. Havia uma grande insistência
desses pensamentos de que em seu cotidiano, a mulher deveria
manter-se afastada da vida social e considerar a reclusão no lar
como seu único e devido espaço. Dessa forma, muitas delas,
principalmente das classes com mais condições financeiras,
inicialmente não tinham interesse de instrução e nem de
participação política na sociedade, e se por acaso houvesse, essas
seriam tidas como mulheres desprezíveis, pois não se enquadravam
nos moldes conservadores que a Igreja e muitos juristas
recomendavam e faziam grandes esforços para evitar qualquer
alteração na ordem social, qual queriam consolidar cada vez mais
no país.
Nas escolas do Império, as meninas
aprendiam a ler e escrever, depois, as
quatro operações matemáticas. Outra
disciplina era conhecida como “artes do
lar”, que tinha como objetivo formar
boas senhoras do lar. Economia
doméstica era outro conteúdo
reservado às moças. Elas não
aprendiam matérias relacionadas às
ciências naturais, nem aquelas
consideradas mais lógicas, como a
geometria. Mesmo com oportunidades
de trabalho desiguais, isso foi muito
importante porque fez com que elas
circulassem no espaço público. Grande
avanço, ora, porque, no passado, as
mulheres geralmente só tinham
permissão de sair de casa para se
dedicar às atividades religiosas, como ir
às missas. Na sociedade acreditava-se
que as mulheres, como tinham o dom
de educar seus filhos, também podiam
educar outras crianças e adolescentes. 
2- O feminismo Mas pensar
que as mulheres na época
permaneceram estáticas sob
o domínio dos seus
patriarcas é inconcebível, já
que muitas mulheres –
inclusive da alta sociedade –
estavam recebendo
influências “libertinas”
inglesas e francesas. Um
número cada vez maior de
mulheres passou a criticar a
sociedade que dera aos
homens mais direitos do
que obrigações e às
mulheres mais obrigações
do que direitos. Mas os
estreitos limites da
sociedade local frustravam
suas aspirações à
independência econômica e
à cidadania que aquela
convivência alimentava.
É bom lembrar que os avanços dos direitos
femininos continuavam restritos aos grandes
centros urbanos que adaptavam seus
costumes aos cosmopolitas europeus, fora
dessas áreas (no interior) continuava as
mulheres submetidas ao julgo patriarcal.
Quanto aos direito da educação as mulheres,
permaneciam nas escolas até os doze anos
de idade quando saíam para se casar. Nas
escolas, as meninas apreendiam rudimentos
de história, geografia, aritmética, composição
literária, doutrina cristã e trabalhos de
agulha. Em razão da precária educação,
poucas mulheres estavam preparadas para
prestar os exames de seleção quando as
Faculdades de Direito, Medicina, Farmácia e
Arquitetura abriram finalmente suas portas
às mulheres em 1879. Mas apesar disso,
você pode encontrar ao findar do século
algumas mulheres entre os advogados,
dentistas e médicos. Foi destes quadros que
saíram as principais feministas.
O voto feminino no Brasil é
uma conquista dos
movimentos sufragistas
ligados ao feminismo. Esse
movimento pede que as
mulheres tenham
cidadania e participem da
seleção de representantes.
No Brasil, o governo de
Getúlio Vargas permitiu
que as mulheres votassem
apenas por meio do
Decreto de Lei Eleitoral de
1932.
A luta pelo voto feminino no Brasil O movimento
sufragista O movimento sufragista foi um amplo
movimento ocorrido em vários países democráticos do
mundo, entre o fim do século XIX e o início do século XX,
para organizar a luta das mulheres pelo direito ao
sufrágio (voto). O sufrágio feminino foi negado no início
das eras democráticas, em razão de uma organização
sexista da política, que mantinha o domínio político nas
mãos dos homens e excluía as mulheres com base na
prerrogativa preconceituosa de que as mulheres eram
incapazes de atuar no meio político. O movimento
sufragista também representou a primeira onda
do feminismo, luta histórica pela igualdade de gênero,
que buscava, em sua primeira fase, garantir às mulheres
o direito ao voto. As mulheres que haviam estudado –
em geral, filhas da classe burguesa – estavam
reivindicando os direitos femininos à educação, ao
trabalho em suas áreas de formação (vale lembrar que
as mulheres pobres já trabalhavam nas indústrias e nas
manufaturas há pelo menos 200 anos), ao divórcio e à
participação política. O movimento sufragista foi o ápice
dessa luta e, por isso, marcou a história do
feminismo como o primeiro grande movimento pela luta
contra o sexismo e a favor da igualdade de gênero.
Muitos movimentos
sufragistas presumem que
suas ações eram parte de
uma luta coletiva
expressamente
internacional, e eles
ganharam um sentido de
camaradagem universal
das mulheres, mesmo em
face da oposição interna
significativa. Outras linhas
de pensamento, ao
contrário, localizam a
mudança social nos
processos nacionais de
modernização e de
desenvolvimento político,
colocando a aquisição do
sufrágio feminino como
uma vitória nacional
peculiar.
As sufragistas Desde o século XIX, inúmeros projetos de reformulação do sistema eleitoral foram apresentados no
Brasil por deputados que defendiam o sufrágio feminino, mas nenhum deles foi aprovado. Mais tarde, já no
século XX, os movimentos sufragista e feminista ganharam espaço no país. Em 1910, a professora baiana Leolinda
Daltro fundou o Partido Republicano Feminino e, doze anos depois, Bertha Lutz deu início à Federação Brasileira
pelo Progresso Feminino. Ambas as organizações buscavam pressionar o governo em prol da obtenção de direitos
para a mulher, como o de votar, realizando congressos, passeatas e abaixo-assinados. No final da década de 1920,
grandes avanços na causa sufragista aconteceram. As mulheres ainda não tinham direito de votar por uma lei
federal, mas o voto feminino avançou em um estado brasileiro, sinal de que tinha cada vez mais legitimidade
perante a sociedade. Além disso, uma mulher ocupou um cargo político pela primeira vez em nosso país.Em 25
de outubro de 1927, foi aprovada a lei estadual nº 660, no estado do Rio Grande do Norte. Essa lei, que só
vigorava no território potiguar, determinava que as mulheres teriam direito ao voto. Esse fato representou um
grande avanço para a causa sufragista, e uma grande divulgação da lei aconteceu com o objetivo de promover a
causa nacionalmente. A primeira mulher que se alistou nesse estado foi a professora Celina Guimarães, na cidade
de Mossoró. O Rio Grande do Norte também foi pioneiro em outro fato: em uma cidade desse estado, a primeira
mulher tomou posse de um cargo político eletivo. Isso se deu em 1928, quando Alzira Soriano venceu a eleição
para a prefeitura de Lages. Ela recebeu 60% dos votos e foi empossada como prefeita da cidade potiguar em 1º
de janeiro de 1929.Sua gestão ficou conhecida pelo desenvolvimento de obras de infraestrutura, como a
construção de estradas e escolas e melhorias no sistema de iluminação pública. O mandato de Alzira, no entanto,
não foi longo. Ela foi afastada da prefeitura após a Revolução de 1930, pois não concordava com o movimento
que levou Vargas à presidência.
No mesmo ano, a advogada
mineira Mietta Santiago notou que
a proibição do voto feminino
contrariava um artigo da
Constituição brasileira de 1891,
que estava em vigor. Mietta
recorreu à justiça e ganhou o
direito de votar e se candidatar. Ela
concorreu a um cargo de deputada
federal e deu o seu primeiro voto
em si mesma. Em 1930, começou a
tramitar no Senado o projeto que
garantiria o direito de voto às
mulheres, mas com a revolução
ocorrida naquele ano, as atividades
parlamentares foram suspensas.
Depois da vitória das forças
democráticas, foi nomeado um
grupo de juristas encarregado de
elaborar o novo código eleitoral –
dentre eles estava Bertha Lutz.
Conclusão Foi durante a presidência de Getúlio
Vargas que as mulheres, finalmente, tiveram seu
direito ao voto garantido. A plataforma que levou
Vargas ao poder tinha na reforma do Sistema
Eleitoral uma de suas prioridades, e a reforma desse
sistema também era fundamental para que o
presidente conseguisse enfraquecer a oligarquias.
Pouco mais de um ano da subida de Vargas à
presidência, foi anunciado o decreto nº 21.076. Esse
decreto foi emitido no dia 24 de fevereiro de 1932 e
ficou conhecido como Código Eleitoral, estabelecendo
uma padronização para o Sistema Eleitoral de nosso
país. Por meio dele, as restrições de gênero ao voto
foram abolidas. Com isso, as mulheres brasileiras
tornaram-se aptas a alistarem-se eleitoralmente. De
toda forma, o direito ao voto feminino –
acompanhado do direito de se candidatar e ser
eleita – foi conquistado com lutas históricas de longa
duração com mulheres desbravadoras que lideraram
as primeiras conquistas feministas e mostraram que
lugar de mulher é também nos centros de decisão do
país.
O Brasil foi o primeiro país da América
Latina a permitir o voto feminino. Os
critérios para que as mulheres
pudessem votar eram: ter mais de 21
anos e ser alfabetizadas. Em 1934, o
voto feminino tornou-se um direito
constitucional, uma vez que foi incluído
na Constituição de 1934. Nos dias
atuais, as mulheres têm seu direito ao
voto assegurado pela Constituição
Cidadã, promulgada em 1988. O Sistema
Eleitoral atual do Brasil é o mais
democrático de nossa história, uma vez
que permite que todos os cidadãos
maiores de 16 anos possam votar. A
conquista do voto feminino é celebrada
atualmente por meio de uma data
comemorativa: o Dia da Conquista do
Voto Feminino no Brasil, comemorado
no dia 24 de fevereiro.

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