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Nome: Sarah Vitarelli Percegoni Vidal

RA: 321110178

Turma: BIO1AM-GJA

OSD 5 – Igualdade de Gênero


Abolir todas as formas de discriminação de mulheres é considerado além de um direito humano
básico, um vetor crucial para a aceleração da sociedade no desenvolvimento sustentável. Alguns
dos principais vetores acerca da igualdade de gênero e no que tange a estratégias de
empoderamento de mulheres e meninas são contemplados pelo ODS 5 (FREY et al., 2020).

Segundo a matéria publicada pelo Instituto Aurora e dados recolhidos do relatório Gender
equality: women’s right in reviw 25 yaers after Beijing (2020), vários aspectos apresentam
melhoras positivas para as mulheres no século XXI. Entre os anos de 1995 e 2015, a porcentagem
de pessoas vivendo em extrema pobreza caiu 26% no mundo, sendo que: entre os 25 e 34 anos,
as mulheres tem 25% mais chances de viver em extrema pobreza do que os homens. Nesse
mesmo período, a proporção de mulheres que se casam ainda quando crianças diminuiu numa
taxa de 15% enquanto que a taxa de mortalidade materna caiu 38% entre o ano de 2000 e 2017.
Ainda assim, quase meio bilhão de mulheres e meninas com 15 anos ou mais são analfabetas e
cerca de 12 milhões de meninas ainda se casam – anualmente – antes de completarem 18 anos,
no mundo.

Com base nos dados da ONU, o gênero feminino representa metade da população mundial, o
que significa, por consequência, metade do potencial humano no mundo. A melhora na
qualidade de vida e igualdade de gênero real, é essencial para que vários benefícios possam
repercutir de maneira global em toda a sociedade e até mesmo provocar melhora significativa
no índice de educação e saúde como um todo, atingindo inevitavelmente outras ações como as
ODS’s 2, 3 e 4.

Ao adotar essa perspectiva, o ODS 5 se aproxima da ideia de “não deixar ninguém para trás”,
apontando para a necessidade de efetivar políticas públicas, ações privadas e mudanças
culturais que combatam as desigualdades de forma integrada (IPEA, 2019).

Um projeto desenvolvido entre a Agencia Espacial Brasileira (AEB) em parceria com o Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2020) incentiva a participação de mulheres
nas carreiras do setor aeroespacial. Entre as ações previstas, estão ações educacionais nas áreas
de ciências, tecnologia, artes e matemática. A parceria foi firmada em dezembro de 2020 e prevê
uma duração de quatro anos, contando com um investimento de quase R$18 milhões, visando
ampliar as atividades do Centro Vocacional Tecnológico Espacial do Brasil (CVT-E).

Dados extraídos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no ano


de 2017 apontam que as mulheres representavam apenas 13,7% do total de trabalhadores da
indústria aeroespacial brasileira.

Já em um cenário mais amplo, a plataforma latino-americana e caribenha de formação para


mulheres na política, ATENEA – realiza neste mês de março (2021) os três primeiros cursos que
visa acelerar a participação política paritária das mulheres na América Latina e no Caribe. Os
cursos foram criados em parceria com a organização IDEA Internacional e a faculdade FLACSO
Argentina e tratam de assuntos como: “Políticas Públicas e agendas legislativas com enfoque de
gênero”, “Gestão política e social em tempos de crise” e “Violência contra mulheres na política”.

As iniciativas tem por objetivo o fortalecimento e o protagonismo de mulheres na resposta e


gestão de crises e pós-crise, frente à COVID-19, aprofundando os conhecimentos sobre seus
direitos políticos, além de fornecer ferramentas de inovação para novas formas de exercer a
política.

Um estudo conduzido pelo projeto em 2020 mostrou que o Brasil está entre os países com os
piores indicadores regionais do que se diz respeito aos direitos políticos das mulheres e à
paridade política entre homens e mulheres (PNUD, 2021).

Outra ação tomada por parte do PNUD propõe renda básica temporária para as mulheres mais
pobres, uma vez que as mulheres foram mais afetadas que os homens diante do cenário
pandêmico que vivemos. Além de comporem a maior parcela em perda de renda nessa época,
assumiram também o trabalho de cuidar de doentes e outros grupos vulneráveis. Segundo
Achim Steiner, administrador do PNUD, uma alocação orçamentária nominal para os próximos
seis meses, com o objetivo de ajudar mulheres em situação crítica, contribuiria também para
dar a elas maior controle financeiro sobre suas vidas (PNUD, 2021).

É sabido que o trabalho realizado pelas mulheres em todos o mundo tende a ter remuneração
mais baixa, não oferece proteção social e redes de segurança e estão, em sua maioria, situados
nos setores mais afetados pelo lockdown. As mulheres também assumiram uma parcela maior
do trabalho não remunerado, foram cada vez mais afastadas do mercado de trabalho e
enfrentam um surto de violência doméstica, em confinamentos que as forçam a permanecer
inseguras dentro das próprias casas (PNUD, 2021).

A renda básica temporária, proposta pelo PNUD mostra que um investimento mensal de 0,07%
do PIB dos países em desenvolvimento poderia dar segurança financeira a 613 milhões de
mulheres em idade ativa em situação de pobreza, aliviando assim pressões econômicas
enfrentadas por elas no dia a dia (PNUD, 2021).

Empresas privadas também atuam diretamente no comprometimento para alcançar os


objetivos estipulados pelas Nações Unidas, em relação à igualdade de Gênero e o
empoderamento das mulheres e meninas, previsto na ODS 5, como é o caso do grupo Iberdrola,
líder do setor energético global e uma das maiores empresas de energia elétrica em valor de
mercado no mundo.

Segundo o próprio site da empresa, a companhia foi, pelo quarto ano consecutivo, reconhecida
por suas políticas de igualdade de oportunidades e de gênero, de acordo com o índice Gender-
Equality Index 2021, da Bloomberg. Entre as ações executadas pelo grupo, destaca-se a
igualdade salarial entre homens e mulheres, contemplando uma remuneração idêntica pelo
mesmo trabalho desempenhado; apoio financeiro que promove políticas de igualdade em
âmbito regional; ampliação do Programa Universo Mulher, para promover e desenvolver o
esporte praticado por mulheres; adesão desde o ano de 2019 aos Princípios de Empoderamento
das Mulheres (Women’s Empowerment Principles) da ONU além de ser uma empresa referência
no Ibex 35 em presença de mulheres no Conselho de Administração (IBERDROLA, 2021).
Outro destaque dentro do cenário nacional se da na categoria Educação, onde a participação
feminina em altos cargos de gestão conferiu ao Grupo Ânima Educação o prêmio nacional nesta
categoria. O destaque se deu por meio do quesito Liderança Feminina, segundo a pesquisa da
Woman in Leadership in Latin America (WILL), que conferiu ao grupo uma posição entre as 22
melhores empresas do país (ANIMA, 2020).

Referência Bibliográfica
Ânima Educação. 2021. Liderança feminina: Ânima recebe prêmio nacional na categoria
Educação - Ânima Educação. [online] Available at: <https://animaeducacao.com.br/lideranca-
feminina-anima-recebe-premio-nacional-na-categoria-educacao/> [Accessed 10 March 2021].

Frey, K., Torres, P., Jacobi, P. and Ramos, R., 2020. ODS 5 - Igualdade de Gênero. Objetivos
do Desenvolvimento Sustentável - Desafios para o planejamento e a governança ambiental
na Macrometrópole Paulista, 1st ed. [online] São Paulo: Editora UFABC, pp.105-116. Available
at: <https://www.researchgate.net/profile/Edson-Grandisoli/publication/346920676_ODS_4_-
_Educacao_de_Qualidade/links/5fd211d7299bf188d407b5d2/ODS-4-Educacao-de-
Qualidade.pdf#page=108> [Accessed 10 March 2021].

Iberdrola. 2021. A Iberdrola e seu firme compromisso com a igualdade de gênero. [online]
Available at: <https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/comprometidos-objetivos-
desenvolvimento-sustentavel/ods-5-igualdade-de-genero> [Accessed 10 March 2021].

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, 2019. ODS 5 - O que mostra o retrato do Brasil.
Brasília: IPEA.
PNUD, 2020. Projeto incentiva participação de mulheres nas carreiras do setor
aeroespacial.

PNUD, 2021. Estudo global do PNUD propõe renda básica temporária para mulheres mais
pobres.

PNUD, 2021. Plataforma latino-americana para mulheres na política realiza cursos em


março.

Wasil, A., 2020. Gender equality: Women’s rights in review 25 years after Beijing. In: 1st ed.
New York: UN Women Headquarters.

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