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Introdução

A proteção social básica, compreendendo áreas cruciais como educação, saúde e assistência social,
desempenha um papel vital no amparo aos cidadãos e no fomento do bem-estar em uma sociedade.
Todavia, mesmo com a existência desses programas, as desigualdades sociais persistem em várias
dimensões, incluindo renda, gênero, idade e localização geográfica. Essas desigualdades representam
um desafio premente, pois limitam o acesso equitativo a serviços essenciais e perpetuam ciclos de
privação e marginalização. Neste contexto, esta pesquisa busca uma compreensão aprofundada da
interação entre a proteção social básica e a desigualdade social, com o intuito de identificar estratégias
para aprimorar as políticas de proteção social. O estudo se concentra em quatro dimensões-chave de
desigualdade: renda, gênero, idade e localização geográfica. Ao explorar como essas dimensões se
relacionam com a eficácia da proteção social, procuramos lançar luz sobre o impacto positivo que
políticas mais inclusivas e equitativas podem ter no desenvolvimento sustentável e na justiça social.

Objetivo Geral

O objetivo geral deste estudo é analisar a relação entre a proteção social básica e as desigualdades
sociais, com foco nas dimensões de renda, gênero, idade e localização territorial. Busca-se compreender
como os programas de proteção social podem atenuar ou agravar essas desigualdades e identificar
maneiras de aprimorar a eficácia dessas políticas.

Objetivos Específicos

1. Avaliar o impacto da proteção social básica na redução das desigualdades de renda, identificando
grupos mais vulneráveis.

2. Analisar como os programas de proteção social afetam a igualdade de gênero, tanto no acesso aos
serviços como na participação econômica.

3. Investigar como a idade influencia a eficácia dos sistemas de proteção social e identificar necessidades
específicas de diferentes faixas etárias.

Metodologia

A pesquisa utilizará uma abordagem mista que combina análise de dados quantitativos e pesquisa
qualitativa. Serão coletados dados por meio de pesquisas, análise de políticas e revisão da literatura. A
análise estatística será empregada para avaliar o impacto das políticas de proteção social nas
desigualdades identificadas. Entrevistas e estudos de caso serão conduzidos para obter perspectivas
qualitativas e histórias de vida relacionadas às experiências de proteção social.

Os pilares de proteção social básica


Os pilares de proteção social básica são educação, saúde e assistência social, considerados fundamentais
para garantir o desenvolvimento e a dignidade humana. Esses pilares estão diretamente ligados ao
exercício da cidadania e à promoção da igualdade de oportunidades e de direitos.

Educação

A educação é considerada um direito humano fundamental e pode ser vista como uma ferramenta para
a promoção da igualdade social e da construção da cidadania. Em Moçambique, a educação é um dos
pilares da proteção social básica, e busca garantir o acesso e a qualidade do ensino para a população,
principalmente para as camadas mais pobres da sociedade (Fundo Internacional de Desenvolvimento
Agrícola, 2016).

Para garantir o direito à educação em Moçambique, o governo adotou várias políticas, tais como a
criação do Fundo de Financiamento do Ensino Básico, a implementação da obrigatoriedade do ensino
primário, a promoção da alfabetização de adultos e a expansão do sistema de ensino técnico
profissionalizante (UNICEF, 2018).

Saúde

A saúde é outro pilar importante para a proteção social básica em Moçambique e no mundo. É uma
maneira de garantir o acesso a serviços de saúde de qualidade e equitativos, a medicamentos essenciais
e a um sistema de saúde que responda às necessidades da população. Em Moçambique, o governo tem
investido em vários programas de saúde, tais como o Programa Nacional de Saúde da Mulher e da
Criança, o Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Doenças Transmissíveis, entre outros
(Ministério da Saúde de Moçambique, 2018).

O acesso à saúde é um dos principais desafios enfrentados em Moçambique e no mundo. Segundo a


Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de metade da população mundial não tem acesso a
serviços de saúde essenciais e 100 milhões de pessoas caem abaixo da linha de pobreza anualmente por
causa de altos gastos com saúde (OMS, 2019).

Assistência social

A assistência social é uma forma de garantir a proteção social básica para pessoas e famílias que são
vulneráveis ou que enfrentam dificuldades temporárias. Ela pode incluir benefícios sociais, como o Bolsa
Família, o Programa de Transferência de Renda Condicionada, entre outros (Ministério do
Desenvolvimento Social de Moçambique, 2018).

Em Moçambique, o governo tem adotado várias políticas para garantir a assistência social, tais como a
criação do Programa de Apoio Social Básico, o Programa de Reabilitação e Desenvolvimento de
Desfavorecidos e a Lei de Proteção Social Básica (Ministério do Desenvolvimento Social de Moçambique,
2018).

Os pilares de proteção social básica são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária. Em Moçambique e em todo o mundo, é necessário investir em políticas que garantam o
acesso à educação, à saúde e à assistência social para toda a população, especialmente para as camadas
mais vulneráveis. A garantia desses pilares é uma forma de combater as desigualdades sociais e os
problemas de exclusão social. Por isso, é necessário que governos, organizações internacionais e
sociedade civil se empenhem para garantir esses direitos a todos os cidadãos.

A desigualdade social

A desigualdade social é uma questão presente em vários países, em diferentes níveis e dimensões. No
mundo, a desigualdade se apresenta de diversas formas, tais como a desigualdade de gênero, de idade,
de renda e territorial, afetando diretamente a qualidade de vida das pessoas e a sua participação na
sociedade. Em Moçambique, país localizado no continente africano, a desigualdade social também é
evidente, e se manifesta de forma intensa e complexa.

Desigualdade de renda

A desigualdade de renda é um dos aspectos mais evidentes da desigualdade social no mundo. Segundo
o relatório do Banco Mundial (2019), a distribuição de renda mundial é extremamente desigual, e só
tende a aumentar. De acordo com o estudo, "a renda média dos 20% mais ricos é cerca de 60 vezes
maior do que a dos 20% mais pobres" (BANCO MUNDIAL, 2019). Em Moçambique, a desigualdade de
renda também apresenta números alarmantes. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) de
Moçambique, em 2014, "o coeficiente de Gini para Moçambique era de 0,45, o que é considerado muito
elevado e indica que a distribuição de renda é bastante desigual" (INE, 2014).

Desigualdade de gênero

A desigualdade de gênero é outra forma de desigualdade social que afeta diretamente a vida das
pessoas. No mundo, as mulheres recebem menos remuneração que os homens em trabalhos de igual
valor, têm menos acesso à educação, à saúde e a cargos de liderança. Segundo o relatório do Fórum
Econômico Mundial (2020), "as mulheres ganham, em média, cerca de 63% do que os homens ganham"
(FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL, 2020). Em Moçambique, a desigualdade de gênero também é
evidente. Segundo o relatório do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) (2019), "as
mulheres têm menos acesso a serviços de saúde, menos oportunidades educacionais e de emprego, e
estão em risco de violência" (UNFPA, 2019).

Desigualdade etária

A desigualdade etária é outra forma de desigualdade social que afeta diretamente a vida das pessoas.
No mundo, os idosos são frequentemente discriminados no ambiente de trabalho e na sociedade em
geral, sofrendo com falta de acesso a serviços de saúde e a assistência social. Segundo a ONU (2021), "a
população mundial está envelhecendo rapidamente, mas isso também significa que o número de
pessoas que vivem em idade avançada está aumentando em relação aos mais jovens" (ONU, 2021). Em
Moçambique, a desigualdade etária também é evidente. Segundo o relatório do Ministério da Saúde de
Moçambique (2019), "os idosos enfrentam muitos desafios, como a falta de acesso a serviços de saúde,
a falta de proteção social e a discriminação" (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

Desigualdade territorial

A desigualdade territorial é uma forma de desigualdade social que afeta diretamente a vida das pessoas
que vivem em áreas rurais. No mundo, as áreas rurais frequentemente sofrem com falta de acesso a
serviços básicos, como transporte e saúde, além de apresentarem maiores taxas de pobreza e menor
acesso a educação. Segundo a ONU (2021), "as zonas rurais abrigam cerca de 40% da população
mundial, mas muitas vezes não são integradas ao resto da economia" (ONU, 2021). Em Moçambique, a
desigualdade territorial também é evidente. Segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) (2019), "as áreas rurais de Moçambique apresentam menores indicadores
sociais, incluindo acesso a serviços de saúde e educação, e maior falta de infraestrutura e emprego"
(PNUD, 2019).

Em suma, a desigualdade social é uma questão presente em diversos países, em diferentes dimensões, e
que afeta diretamente a qualidade de vida das pessoas. No mundo, a desigualdade se apresenta de
diversas formas, tais como a desigualdade de renda, de gênero, etária e territorial. Em Moçambique, a
desigualdade social também é evidente, e se manifesta de forma intensa e complexa. Portanto, é
importante que sejam implementadas políticas públicas para reduzir as desigualdades e promover o
desenvolvimento social e econômico do país.

Conclusão

À luz das complexas interações entre proteção social básica e desigualdades sociais, esta pesquisa
reforça a importância de uma abordagem abrangente e equitativa para as políticas sociais. A análise das
dimensões de renda, gênero, idade e localização geográfica demonstrou que as desigualdades
persistem, mesmo com programas de proteção social em vigor. Para alcançar um impacto positivo e
sustentável, é crucial que as políticas de proteção social sejam desenhadas de maneira a considerar as
necessidades específicas de grupos vulneráveis em cada uma dessas dimensões. Reduzir as disparidades
de renda, promover a igualdade de gênero, abordar as necessidades de diferentes faixas etárias e
superar as diferenças regionais na oferta de serviços devem ser prioridades para os formuladores de
políticas.Nesse sentido, esta pesquisa oferece insights valiosos que podem informar a elaboração e
aprimoramento de políticas públicas. Esperamos que os resultados deste estudo inspirem a
implementação de programas de proteção social mais inclusivos e justos, garantindo que todos os
cidadãos tenham acesso igualitário a serviços essenciais de educação, saúde e assistência social. A
redução das desigualdades é não apenas um imperativo moral, mas também um componente crucial
para o progresso social e econômico sustentável em qualquer sociedade.

Referências bibliográficas:

Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola. (2016). Proteção social em Moçambique: Como ela
está transformando vidas. Disponível em: https://www.ifad.org/documents/10180/dcc80e0c-eec1-4fa3-
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Ministério da Saúde de Moçambique. (2018). Programas de saúde em Moçambique. Disponível em:


http://www.misau.gov.mz/programas-de-saude/

Ministério do Desenvolvimento Social de Moçambique. (2018). Proteção social em Moçambique.


Disponível em: http://www.mds.gov.mz/pt/acoes/protecao-social

Organização Mundial da Saúde. (2019). Cobertura universal de saúde. Disponível em:


https://www.who.int/es/news-room/fact-sheets/detail/universal-health-coverage-(uhc)

UNICEF. (2018). Educação em Moçambique. Disponível em: https://www.unicef.org/mozambique/educa


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BANCO MUNDIAL. Poverty and Shared Prosperity 2018: Piecing Together the Poverty Puzzle.
Washington DC: Banco Mundial, 2019.

FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL. The Global Gender Gap Report 2020. Geneva: Fórum Econômico
Mundial, 2020.

INE. Inquérito aos Orçamentos Familiares 2014/15: Resultados Preliminares. Maputo: Instituto Nacional
de Estatística, 2014.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional do Idoso. Maputo: Ministério da Saúde, 2019.

ONU. Population Ageing: United Nations, 2021.

PNUD. Relatório de Desenvolvimento Humano 2019. Maputo: Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, 2019.

UNFPA. State of World Population 2019. Nova York: Fundo das Nações Unidas para a População, 2019.

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