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CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA

MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

CURSO DE BUSCA E SALVAMENTO


URBANO

SÃO PAULO
2021
ÍNDICE

Lição 1 – Organização e Início de Operação Usar .................................................................1

Lição 2 - Operacionalização em Campo / Formulários Operacionais .................................45

Lição 3 - Considerações de Segurança .................................................................................55

Lição 4 – APH / Método START / Amarração INSARAG e Movimentação e Vítima ......65

Lição 5 - Técnicas de Busca e Localização / Sinalização de Vítima ...................................85

Lição 6 - Resgate em Superfície...........................................................................................98

Lição 7 – Aplicação de FEAS e Técnicas de Acesso e Aproximação ...............................112

Lição 8 – Simulado Interno ................................................................................................137

Lição 9 - Reconhecimento de Danos..................................................................................140

Lição 10 - Triagem Estrutural e Marcação INSARAG ......................................................154

Lição 11 - Técnicas de Escoramento..................................................................................171

Lição 12 - Técnicas Verticais .............................................................................................184

Lição 13 - Repasse Geral....................................................................................................190

Lição 14 – Simulado Final Externo ...................................................................................192

Material Complementar 1 - Radiocomunicação.................................................................195

Material Complementar 2 – Espaço Confinado .................................................................205


Curso de Busca e Salvamento Urbano

ORGANIZAÇÃO E INÍCIO DA
1Curso de Busca e Salvamento Urbano OPERAÇÃO DE USAR

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1 – Conhecer os três grupos Regionais do INSARAG.

2 – Citar as principais Guias do INSARAG.

3 – Definir de forma simples uma Equipe USAR.

4 – Conhecer os três Níveis de uma equipe USAR.

5 – Citar os Ciclos de resposta USAR.

6 - Conhecer os níveis de Avaliação, Busca e Salvamento.

7 – Conhecer a Categoria de Triagem do Local de trabalho.

8 – Citar a sequência de Setorização.

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Curso de Busca e Salvamento Urbano

ABREVIATURAS

- ACSU (Unidade de Apoio para Ativação e Coordenação - Activation and Coordination Support Unit);

- ASR (Avaliação, Busca e Salvamento - Assessment, Search and Rescue);

- BoO (Base de Operações - Base of Operations);

- GDACS (Sistema Global de Alerta e Coordenação para Desastres - Global Disaster Alert and
Coordination System);

- IEC INSARAG (Classificação Externa INSARAG - External Classification);


- IER INSARAG (Reclassificação Externa INSARAG - External Reclassification);
- INSARAG (Grupo Consultor Internacional de Busca e Salvamento - International Search and Rescue
Advisory Group);

- LEMA (Autoridade Nacional de Gestão de Emergências - Local Emergency Management Agency);

- NDMA (Autoridade Nacional de Manejo de Desastres - National Disaster Management Authority);

- NGOs (Organizações Não-Governamentais - Non-governmental organisations (ONGs);

- OCHA (Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários - United Nations Office for the
Coordination of Humanitarian Affairs);

- OSOCC (Centro de Coordenação e Operações no Local - On-Site Operations Coordination Center)

- OSOCC (Virtual – Centro Virtual de Coordenação de Operações sobre o local - Virtual On-Site
Operations Coordination Center);

- RDC (Centro de Recepção e Partida - Reception and Departure Center);

- SAR (Busca e Salvamento - Search and Rescue);

- SOPs (Procedimentos Operacionais Padrão - Standard Operating Procedures);

- UCC USAR (Célula de Coordenação USAR - Coordination Cell);


- UM (Nações Unidas - United Nations);

- UNDAC (Equipe das Nações Unidas para avaliação e Coordenação em Casos de Desastre - United
Nations Disaster Assessment and Coordination team);

- USAR (Busca e Salvamento Urbano - Urban Search and Rescue).

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Curso de Busca e Salvamento Urbano

INTRODUÇÃO

Com o desenvolvimento moderno, o mundo vem, ao longo dos tempos, sofrendo diversas
alterações ambientais, muitos desastres naturais ou provocados pelo homem tem ocorrido, causando
importantes danos como perda de vidas humanas e enormes prejuízos ao patrimônio. Conforme estes
desastres foram acontecendo, grupos especializados se uniram com propósito de diminuir o sofrimento
humano, minimizar os danos e ajudar na recuperação básica dos serviços essenciais para dar o mínimo
de qualidade de vida para a população atingida. Através da ONU (Organização das Nações Unidas)
foram criados vários mecanismos para atuarem de forma organizada e padronizada nos grandes desastres
internacionais.
Um destes mecanismos foi o OCHA (Escritório das Nações Unidas para os Assuntos
Humanitários) que deu origem ao INSARAG (International Search and Rescue Advisory Group) Grupo
Consutor Internacional de Busca e Salvamento, que está atuando no mundo classificando equipes
internacionais para trabalharem de forma técnica, padronizada e sob um mesmo gerenciamento dentro
dos grandes desastres.
Dezenas de países em todo o mundo já aderiram a metodologia de trabalho do INSARAG, a cada
ano que passa mais países estão se classificando, sendo possível notar nos grandes desastres a eficiência
no gerenciamento, a economia de meios e o mais importante, o número de vidas salvas.
São Paulo, através do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, tem há
pouco mais de duas décadas implantado noções da metodologia INSARAG que muito tem contribuído
na capacitação e no gerenciamento das grandes ocorrências, principalmente nas técnicas de Busca e
Salvamento, como também na segurança de todo efetivo empregado nas emergências.

1. INSARAG

INSARAG foi criado em 1991, resultado de uma sequência de iniciativas das equipes USAR
(Urban Search and Rescue – Busca e Salvamento Urbano) internacionais especializadas que operaram
juntas no terremoto do México em 1985 e no terremoto da Armênia em 1988. Definido como uma rede
humanitária inter-governamental de gestores de desastres, autoridades governamentais, organizações não-
governamentais (ONGs) e praticantes USAR, operando sob a égide da ONU, participando no apoio para
a implementação da Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (ISDR).

2. RESOLUÇÃO DA ASSEMBLEIA GERAL DA ONU 57/150/2002

A Assembleia Geral da ONU é um órgão deliberativo em que quase duzentos países têm direito a
voto para discutirem assuntos que afetam a vida de todos os habitantes do planeta. Foi em uma
Assembleia, dia 16 de dezembro de 2002, que se endossou o uso das Guias e a metodologia INSARAG
consolidando a eficácia e a Coordenação na ajuda internacioanal USAR (Urban Seanch and Rescue)
Busca e Salvamento Urbano.

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Curso de Busca e Salvamento Urbano

Tem como objetivo melhorar a cooperação e a coordenação entre as equipes USAR internacionais
nos locais de desastre, promover atividades para intensificar a preparação USAR nos países propensos a
desastres, desenvolver guias e procedimentos padronizados com a metodologia INSARAG, assim como,
definir normas de requisitos mínimos para as equipes internacionais.

3. TRÊS GRUPOS REGIONAIS INSARAG

Para facilitar a organização das equipes e o gerenciamento dos países envolvidos com o
INSARAG, o mundo foi dividido em três partes, onde cada uma delas é regido por um Diretor Regional
temporário, sendo ele o meio de ligação dos países com a Secretaria Geral do INSARAG que fica em
Genebra, na Suíça. Os três Grupos Regionais INSARAG são:

• A região da África-Europa-Oriente Médio


• A região das Américas
• A região da Ásia-Pacífico

Esses três Grupos Regionais se reúnem anualmente para a adoção de medidas de fortalecimento
na preparação para desastres nacionais e regionais e na resposta USAR. Os Grupos Regionais trabalham
para garantir que a direção estratégica e as diretrizes do Grupo de Direção sejam implementadas e as
informações relevantes assimiladas pelos países participantes.
Cada Grupo Regional é dirigido por um sistema onde há um Diretor e dois Vice-diretores,
composto por novos e antigos diretores. Eles têm um mandato de um ano e representam a Região no
Grupo de Direção. Os países e organizações são representados nos Grupos Regionais pelos seus Pontos
Focais Políticos e Pontos Focais Operacionais.

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Curso de Busca e Salvamento Urbano

Os Grupos Regionais são responsáveis pela implantação das decisões do Grupo de Direção em
nível regional, bem como se encarregarem do programa anual regional e das atividades planejadas para a
região. Juntamente com a Secretaria, trabalham em conjunto com os Escritórios Regionais para a
Coordenação de Assuntos Humanitários regionais e com os escritórios nos países para garantir a sinergia
com os planos do OCHA e das prioridades para a região. Eles também endossam a criação de grupos sub-
regionais de parceiros colaborativos e relevantes.
Os grupos sub-regionais de parcerias colaborativas são iniciados nas regiões onde eles se
estabelecem – de acordo com critérios geográficos, culturais e de linguagem – garantindo a implantação
efetiva dos encargos INSARAG.

4. GUIAS DO INSARAG

As guias do INSARAG, aprovadas internacionalmente, fornecem a metodologia para orientar os


países afetados por um desastre repentino causador de colapsos estruturais em larga escala, bem como
para equipes internacionais USAR que respondem aos países afetados. As diretrizes também traçam os
papéis das Nações Unidas na coordenação in loco da assistência aos países afetados.
A metodologia, conforme definição das diretrizes INSARAG, fornece um processo de preparação,
cooperação e coordenação para os participantes nacionais e internacionais. Isso deve então resultar em
uma melhoria na compreensão em todos os níveis governamentais dos países afetados sobre como a
assistência internacional USAR pode ser usada para aumentar a resposta nacional e garantir o uso mais
efetivo dos recursos. As guias descrevem:

• O INSARAG e como ele opera;


• Os papéis dos países afetados e dos países assistentes em respostas internacionais USAR;
• Capacitação Nacional USAR; e
• Os Sistemas de Classificação Externa INSARAG (INSARAG External Classification –
IEC) e Reclassificação Externa INSARAG (INSARAG External Reclassification – IER).
Todas as orientações do INSARAG são regidas nestas guias para facilitarem a padronização das
ações no mundo todo, as principais guias são:

❑ VOLUME I – Política
Este Volume descreve a metodologia INSARAG para operações internacionais de busca e
salvamento urbano e as políticas que as sustentam. Explica a figura de organizações patrocinadoras
nomeadas para serem Pontos Focais Políticos em um país – aquela que representa a capacidade do
país em prover ou receber assistência USAR, e outras figuras envolvidas na prestação de assistência
humanitária em um nível de políticas ou tomada de decisões.

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Curso de Busca e Salvamento Urbano

❑ VOLUME II – Preparação e Resposta.


Manual A – Desenvolvimento das Capacidades
Manual B – Operações
Manual C – Guia de Classificação e Reclassificação INSARAG

Estes manuais fornecem orientações e procedimentos para a metodologia USAR e explicam os


padrões mínimos e os procedimentos para a criação de uma equipe USAR, bem como seu treinamento,
classificação e operações. O Volume II é baseado nas capacidades requeridas, é destinado à figura
nomeada como o Ponto Focal Operacional do país-membro INSARAG.

❑ VOLUME III – Operações no Campo

Este volume fornece informações táticas e de campo rapidamente, e deve ser de conhecimento de
todos os membros de equipes USAR em treinamento e em missões.

5. EQUIPE USAR – BUSCA E SALVAMENTO URBANO (URBAN SEARCH AND RESCUE)

Recurso operacional pertencente ao sistema de resposta, em nível nacional, regional e local que
conta com uma base administrativa, organizacional e normativa exigida por organismos
internacionais. Deve ser integrado por pessoas qualificadas e preparadas sob um esquema de treinamento
contínuo, com capacidade operacional para realizar trabalhos de busca e localização, assim como transpor
com segurança obstáculos estruturais para estabilizar e resgatar pessoas em um espaço vital isolado no
interior de uma estrutura colapsada.

Equipe USAR do Peru

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Curso de Busca e Salvamento Urbano

6. NÍVEIS DE UMA EQUIPE USAR

• Nível Leve – Ter capacidade de trabalhar durante 24 h no resgate superficial.

• Nível Intermediário - Mínimo 40 pessoas, ter capacidade para trabalhar durante 24 h em um único
local durante 7 dias.

• Nível Pesado – Mínimo 59 pessoas, ter capacidade para trabalhar durante 24 h, no mínimo em
dois lugares ao mesmo, durante 10 dias.

Dentro de uma equipe USAR, independente do nível, cada componente tem uma função específica,
cumprindo o que determina a metodologia INSARAG. Os componentes de uma equipe USAR se dividem
em:

• Gestão/administração;

• Busca;

• Salvamento;

• Assitência médica; e

• Logística.

7. CICLOS DE RESPOSTA DE UMA EQUIPE USAR

Os ciclos de resposta para um desastre são:


• Preparação
• Mobilização
• Operação
• Desmobillização
• Pós-missão

Cada componente de uma equipe USAR tem uma função específica conforme a fase do ciclo de
resposta que está sendo desenvolvido no momento do desastre, cada momento está descrito conforme
segue.

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7.1 Preparação
7.1.1 Equipe USAR de Gestão
• Responsável pelo planejamento e condução de equipes, treinamento e implantação da
equipe USAR ao longo de todo o ciclo de resposta USAR sustentável.
• Responsável por respeitar o treinamento dentro dos padrões mínimos INSARAG.
• Assegurar a identificação correta das funções da equipe USAR.
• Garantir que todos sejam treinados em segurança.
• Garantir que a função de segurança seja atribuída a um membro da equipe.
• Responsável por manter a coordenação com as autoridades nacionais (Órgãos do
governo) e parceiros internacionais (Equipes INSARAG) e sendo ativo sobre o VO (Virtual OSOCC -
On-Site Operations Coordination Centre – Centro de Coordenação de Operações no Local).
• Garantir a disponibilidade da equipe USAR, todasas vezes, e que a organização de
mobilização mantenha um sistema imediato de chamada sempre atualizado.
• Responsável pelo registro da equipe USAR no Diretório USAR INSARAG.

7.1.2Equipe USAR de Busca


• Responsável por seguir as estruturas de busca técnicas e métodos, sua formação regular
e constante prontidão.
• Responsável por equipes caninas tendo a possibilidade de treinar com os outros
membros da equipe USAR (por exemplo, técnicos de busca, salvamento e médicos).
• Responsável por garantir que toda a documentação apropriada para passagem
fronteiriça para canino (por exemplo, microchip, vacinação) esteja pronto.

7.1.3Equipe USAR de Salvamento


• Responsável por estruturas de salvamento e métodos atualizados, regularmente
treinados e em constante prontidão.
• Responsável por garantir que as equipes de salvamento tenham a possibilidade de
treinar com os outros membros da equipe USAR (por exemplo, caninos, técnicos de busca e médicos).
• Responsável pelo desenvolvimento e implementação de novos métodos de
salvamento, normas e equipamentos técnicos.

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Curso de Busca e Salvamento Urbano

7.1.4 Equipe USAR Médica


• Manter um constante estado de prontidão na missão e cumprir com todos os outros
requisitos gerais, conforme determinado pela política equipe USAR.
• Ter atualizado imunizações / vacinação / Recomendado pelas autoridades sanitárias
nacionais para trabalhar no país afetado.
• Manter o material médico armazenado em recipientes claramente rotulados com lista
de inventário ligado para implantação e cruzamento de fronteira.
• Preparar processos padrões para atender de forma eficiente todo o pessoal no momento
de uma atuação, dentro dos padrões internacionais.

7.1.5 Equipe USAR de logística


• Manter uma prontidão logística para formação, implantação internacional,
equipamentos / pessoal para configurar e manter uma reserva (equipamento técnico e fornecimentos para
toda implantação).
• Ter a documentação adequada para passagem de fronteira para o pessoal de equipe
USAR e equipamentos (ou seja, passaporte, visto, certificado de vacinação, a rotulagem dos
equipamentos, o manifesto de carga, carregadores, declaração de mercadorias perigosas).
• Manter atualizada as modalidades de transporte para pronto emprego.
• Manter equipamentos de comunicação em todos os momentos prontos para
implantação e operáveis.
• Manter um sistema para ser autossuficiente (alimentos, água, combustível, etc.) para
o período de operação.

7.2 Mobilização
7.2.1 Equipe USAR Gestão
• Certifique a partida dentro de dez horas após o pedido de assistência;
. O Líder de equipe USAR tem a responsabilidade geral de pessoal, equipamentos e
operações da ativação da equipe até o seu retorno para casa.
• Recolher e analisar informações sobre o desastre e da situação real no país afetado no
VO.

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Curso de Busca e Salvamento Urbano

• Troca de informações relacionadas ao desastre com as autoridades no país de origem


e fazer recomendações para a implantação da equipe USAR.
• Aguardar o pedido de assistência internacional pelo país afetado ou oferecer
assistência através dos canais diplomáticos.
• Fornecer e atualizar o planejamento e detalhes de implantação e capacidade da equipe
e a troca de informações com a comunidade internacional através do VO (coordenação com a LEMA-
Local Emergency Management Agency – Agência Local de gerenciamento de Emergências, e outras
equipes).
• Para o planejamento, ter contatos desde o início com o país afetado, se for necessário
apoio.
• Preparar reuniões com RDC (Centro de Recepçaõ e Partida / OSOCC e o LEMA
(informações sobre as capacidades das equipes e o apoio necessário por parte das autoridades locais).
• Informar a equipe USAR sobre o desastre, o engajamento, sensibilidades culturais,
políticas do país afetada e reforçar as considerações éticas.
• Preparar para estabelecer e executar um RDC inicial, um OSOCC e, se necessário,
apoiar UNDAC.
7.2.2 Equipe USAR de Busca
• Certificar que a prontidão técnica e / ou caninos (saúde, higiene, dieta, etc.), incluindo
todas as técnicas e equipamentos (incluindo microchips), estejam prontos para operação USAR (respeitar
as normas e procedimentos internacionais).

7.2.3 Equipe USAR de Salvamento


• Assegurar que o efetivo, equipamentos e documentações necessárias para itens
restritos, estejam em condições para o pronto emprego.

7.2.4 Equipe USAR Médica


• Verificar informações antecipadas sobre o país receptor, verificando possíveis riscos
a saúde de todos, já tomando as providências cabíveis, como por exemplo, vacinas necessárias.
• Avaliar o sistema médico local para determinar se ele pode efetivamente lidar com o
impacto da situação ou se o evento é estendido para além das suas capacidades.

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• Conduzir o processo de triagem médica para o pessoal da equipe USAR e cães de


busca, bem como uma revisão da documentação internacional necessária.
• Coordenar com os outros integrantes com funções de segurança e de materiais
perigosos para esclarecer preocupações sobrepostas.
• Determinar plano médico para a fase em trânsito e estar preparada para ajustar a
caminho.

7.2.5 Equipe USAR de logística


• Assegurar a disponibilidade de transporte (aéreo ou terrestre, para dentro do país).
• Fornecer listas dos membros da equipe e equipamentos, declaração de mercadorias
perigosas e se preparar para os processos de controle de fronteiras internacionais.
• Assegurar a autossuficiência para a duração da operação (equipamentos pré-embalados
de modo a não esgotar a capacidade da equipe).
• Verificar a compatibilidade de equipamentos com sistemas locais VHF e UHF.
• Identificar as necessidades locais de apoio exigidas pela equipe e transmití-las através
da gestão ao OSOCC.

7.3 Operação
7.3.1 Equipe USAR de Gestão
• O LEMA do país afetado é a autoridade responsável geral pela resposta a desastres,
equipes USAR têm que aderir com as políticas e procedimentos do país afetado em relação às operações
de incidentes.
• Gerenciamento de equipe é responsável pela gestão de todos os aspectos das operações
da equipe, garantindo todas as áreas funcionais durante as operações. Eles também são responsáveis por
avaliar o progresso das atividades.
. Coordenar com a LEMA, RDC e OSOCC durante toda a operação; todo o
planejamento tem que ser feito em cooperação e informação através de um intercâmbio com OSOCC e o
LEMA.
• Assegurar que os esforços da equipe USAR sejam integrados com as operações locais.

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• Se for a primeira equipe USAR a chegar no local, e o RDC, OSOCC e o UCC(USAR


Coornation Cell - Célula de Coordenação USAR) não estiverem ainda sido estabelecidos, deverá montar
e assumir provisoriamente o RDC, OSOCC e o UCC, até a chegada de equipes específicas para a função.
• A equipe ao chegar poderá já iniciar as operações, conforme a gravidade, e em paralelo
montar a BoO (Base of Operations –Base de Operações).
• Estabelecer um ciclo de atividade para garantir um trabalho sustentável no local das
buscas, com períodos de descanso para sempre manter uma reserva.
• Estabelecer um ciclo de informações para instruir a base, os membros da equipe
USAR, OSOCC e o LEMA.
• Manter um histórico das operações detalhadas.
• Avaliar e respeitar permanentemente a situação e os procedimentos de segurança.
• Estabelecer e fazer cumprir as regras e regulamentos de segurança e proteção no local
de trabalho, assovios e apitos.
• Gerir e coordenar os meios de comunicação em conjunto com a LEMA / OSOCC, caso
haja necessidade, deverá providenciar um guia local para gerir as relações com os meios de comunicação.
• Conduzir o planejamento de contingência desde o início da operação (segurança,
Médico, desmobilização etc.)

7.3.2 Equipe USAR de Busca


• Executar busca técnica e / ou canina em colapso de estruturas de madeira / alvenaria,
reforçado com aço estrutural.
• Continuamente realizar uma análise de risco / perigo da área de trabalho designado
para os membros da equipe USAR e canina e tomar medidas adequadas de atenuação.
• Avaliar e respeitar permanentemente a situação e os procedimentos de segurança.

7.3.3 USAR Equipe de Salvamento


• Executar recuperação (extração e transporte) em estruturas colapsadas madeira /
alvenaria reforçado com aço estrutural (aparelhamento e elevação) em estreita cooperação com equipe
USAR de Busca a equipe USAR médica.
• Continuamente realizar uma análise de risco / perigo da área de trabalho designado
para membros da equipe USAR e tomar medidas adequadas de atenuação.
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• Avaliar e respeitar permanentemente a situação e os procedimentos de segurança.


• Estabelecer procedimentos de controle de perímetro do local de trabalho.

7.3.4 Equipe USAR Médica


• Coordenar com o OSOCC / Saúde, a disponibilidade de recursos médicos locais e
internacionais, tais como, onde entregar as vítimas, onde entregar corpos, onde fazer a eliminação de
resíduos hospitalares.
• Fornecer dados médicos em processo de tomada / planejamento de decisão da equipe
USAR.
• Coordenar com Segurança de materiais perigosos e as funções de logística para
promover práticas de saúde e higiene seguras (locais de trabalho).
• Fornecer vigilância da saúde contínua e assistência médica para os membros da equipe
USAR (para incluir caninos).
• Integrar com a equipe de busca para prestar cuidados médicos de emergência às
vítimas aprisionadas e garantir a segurança durante o desencarceramento da vítima.

7.3.5 Equipe USAR de logística


• Estabelecer a BoO, que serve como sede para as equipes USAR, centro de
comunicações, dormir / descanso / comer / áreas de saúde, configuração de estoque de equipamentos e
refúgio dos elementos, enquanto durar a operação.
• Montar e organizar a BoO durante toda a operação, incluindo os procedimentos de
controle de perímetro.
• Avaliar e respeitar permanentemente a situação e os procedimentos de segurança para
BoO.
• Apoiar as atividades nos locais de trabalho (por exemplo: transporte, alimentação,
equipamento, etc.).
• Certifique-se de que todo o pessoal da equipe tenha um meio confiável de
comunicação.
• Coordenar as necessidades de transporte.
• Apoiar a gestão sobre o planejamento de contingência (por exemplo: transporte para
evacuação médica).

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7.4 Desmobilização
7.4.1 Equipe USAR de Gestão
• Desmobilização tem que ser planejada e coordenada desde o início da operação. Todos
os participantes, incluindo o OSOCC e o LEMA, devem ser envolvidos no planejamento desde o início.
• Uma transferência adequada do serviço deve ser realizada para as equipes USAR que
assumem as tarefas da equipe de partida.
• As equipes são obrigadas a preencher e enviar o Formulário de Desmobilização ao
OSOCC que, com base no pedido da equipe, deve fornecer uma data e hora de previsão de partida.
• As equipes são obrigadas a preencher e enviar a documentação ao OSOCC.
• Planejar e comunicar possíveis doações para a LEMA e / ou comunidade afetada.
• Antes de deixar a área, o Líder da Equipe USAR deve se reunir com o OSOCC, a
LEMA, e os líderes políticos da comunidade, conforme apropriado, para completar a participação da
equipe.
• Se apropriado, comunicar aos meios de comunicação o fim dos trabalhos e da partida
(em coordenação com a LEMA e OSOCC).

7.4.2 Equipe USAR de Busca


• Retomar o trabalho e preparar transferência para a outra equipe que vai assumir as
tarefas.
• Preparar os cães e equipamentos para transporte de regresso.

7.4.3 Equipe USAR de Salvamento


• Retomar o trabalho e preparar transferência para a outra equipe que vai assumir as
tarefas.
• Preparar e embalar equipamentos para a desmobilização e partida.

7.4.4 Equipe USAR Médica


• Coordenar a desmobilização com as autoridades de saúde relevantes locais (ou seja,
através OSOCC / responsáveis da Saúde)
• Fornecer informações para organizações médicas relevantes.
• Identificar as doações de materiais de saúde através OSOCC / Grupo de Saúde.
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• Avaliar potenciais exposições e necessidade de acompanhamento sobre os cuidados


médicos.
• Mantenha cuidados médicos em trânsito para a equipe de base.

7.4.5 Equipe USAR de logística


• A BoO deve ser restaurada ao seu estado original, na medida do possível.
• Prepare o equipamento da BoO para transporte de regresso.
• Certifique-se de que as mercadorias perigosas são preparadas, embaladas e rotuladas
de acordo com as normas da Associação Internacional de Transporte Aéreo.
• Fornecer recursos para as necessidades logísticas durante a desmobilização
(preparação dos manifestos, embalagem e carregamento, declaração de mercadorias perigosas etc.)
• Planejar e assegurar o transporte necessário.

7.5 Pós-Missão
7.5.1 Equipe USAR de Gestão
• O processo pós-ação inclui a compilação de um Relatório Pós-Missão documentando
questões administrativas e preocupações operacionais que devem ser encaminhadas ao OCHA dentro de
45 dias após o retorno para casa. Lições aprendidas devem ser incluídas no planejamento e treinamento.
7.5.2 Equipe USAR de Busca
• O grupo canino deve preparar e entregar um relatório sobre a missão de sua equipe
USAR.
7.5.3 Equipe USAR de Salvamento
• Subsidiar o relatório da equipe e identificar as lições aprendidas.

7.5.4 Equipe USAR Médica


• Coordenar o acompanhamento médico imediato e de longo prazo das equipes USAR
de Gestão (incluindo saúde mental).
• Reabilitar o material médico USAR dentro de cronograma estabelecido pela política
da equipe USAR.
• Fornecer subsídios através de um relatório das operações da equipe pós-missão.

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Curso de Busca e Salvamento Urbano

7.5.5 Equipe USAR de Logística


• Os equipamentos de segurança e suprimentos devem ser restaurados e reabastecidos
para a próxima missão.

8. ESTRUTURA DE COORDENAÇÃO USAR

A estrutura de coordenação de uma operação internacional USAR pode envolver muitas


partes interessadas diferentes e podem diferir amplamente em cada desastre. No entanto a estrutura
central, os principais atores e como eles devem interagir, devem ser o mesmo.

8.1. Alerta Global de Desastres e Sistema de Coordenação (GDACS)

GDACS (Global Disaster Alert Coordination System) é um quadro de cooperação sob a égide da
ONU. Ele inclui gestores de desastres e sistemas de informações de desastres em todo o mundo e visa
preencher a lacuna de informação e coordenação na primeira fase após grandes catástrofes. GDACS
fornece acesso em tempo real aos sistemas de informação de desastres baseadas na web e ferramentas
de coordenação relacionados.

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O OCHA (Office for the Coordination of Humanitarian Affairs) – Escritório das Nações Unidas
para Ações Humanitárias, em Genebra, atua como o Secretariado do GDACS. O GDACS envia alertas
automáticos por e-mail e SMS para os assinantes e fornece estimativas de impacto após grandes desastres
através de seu serviço on-line de avaliação do impacto de desastres em vários ambientes. Os alertas e
estimativas de impacto do GDACS são geridos pelo Centro Comum de Investigação da Comissão
Europeia, os alertas são quase que em tempo real para a comunidade internacional de resposta a desastres
que ocorrem ao redor do mundo, utilizando de ferramentas para facilitar a coordenação da resposta.

8.2. O Centro Virtual de Coordenação de Operações no Local (VO)


GDACS fornece em tempo real pela plataforma de coordenação de desastres – o VO - um
comunicado para os gestores de desastres em todo o mundo. O VO facilita a troca de informações entre
os respondedores de desastres, a fim de estabelecer uma melhor consciência situacional nos estágios
iniciais de um desastre de início súbito, para informar a implantação de respondedores do ambiente
operacional, e para acompanhar a resposta para apoiar a tomada de decisão e coordenação. O acesso à
plataforma é restrito aos gestores de desastre de governos e organizações de resposta a desastres.
VO também serve como um mecanismo de preparação. Ele permite a troca de informações sobre
futuras reuniões, oportunidades de formação e outros temas como Reuniões, Formações e Discussões em
abas existentes. Todos os utilizadores têm acesso a um Simulador, que eles podem usar para praticar os
procedimentos de ferramentas relevantes durante os exercícios. Um banco de dados de contas de mais de
18.500 gestores de desastre e os trabalhadores humanitários em todo o mundo está disponível sob a guia
de usuários.
O VO Manual está disponível em http://vosocc.unocha.org/ .

8.3 UNDAC – Equipe das Nações Unidas de Avaliação e Coordenação em casos de


Desastres
A equipe UNDAC (United Nations Disaster Assessment and Coordination team ) é uma ferramenta
do OCHA para emprego primário em emergências de início repentino com objetivo de avaliar e coordenar
o desastre. OCHA despacha uma equipe UNDAC quando solicitado pelo governo do país afetado ou pelo
Coordenador Residente /Coordenador Humanitário das Nações Unidas no país afetado.
Membros da equipe UNDAC são gestores experientes de emergências de países, organizações
internacionais e do OCHA. A equipe UNDAC é gerenciada pela Seção de Apoio de Coordenação de
Campo do OCHA, Genebra, e trabalha sob a autoridade do Coordenador Residente/Coordenador
Humanitário das Nações Unidas e, onde existir o Escritório OCHA do país. Também trabalha no apoio e
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Curso de Busca e Salvamento Urbano

em cooperação estrita com a LEMA e a Equipe Humanitária do País (HCT). A equipe UNDAC apoia a
LEMA com a coordenação da resposta internacional incluindo as equipes USAR, avaliações de
necessidades prioritárias e gerenciamento de informações através da implantação, juntamente com outras
estruturas, de um OSOCC e um RDC, quando requeridos,

8.4 Centro de Recepção e Partida Center (RDC)


O RDC (Reception/Departure Centre) deve estar localizado no ponto de chegada de equipes de
socorro internacionais, a fim de facilitar e coordenar a sua chegada e uma maior implantação no local do
desastre. A responsabilidade principal do RDC é registrar equipes, fornecer um briefing das últimas
informações, encaminhá-los para o OSOCC/UCC e passar as informações processadas das equipes para
o OSOCC, a fim de facilitar o planejamento operacional.

Segurança

Estrutura básica do RDC e sua interação com autoridades do aeroporto.

O RDC é especialmente importante em situações de terremoto devido à chegada de um grande


número de equipes internacionais USAR. Os primeiros que chegam das equipes USAR são responsáveis
pela montagem e fornecimento de pessoal para criar um RDC provisório até que a equipe própria chegue
e assuma a responsabilidade de executar o RDC (eventualmente, com o apoio de equipes internacionais
USAR). O RDC deverá ser composto, no início com um mínimo de duas pessoas treinadas. O Gerente do

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 18


Curso de Busca e Salvamento Urbano

RDC deve pedir as próximas equipes que chegarem mais pessoas para apoiar no RDC, de modo que o
RDC pode operar 24/7 de uma forma autossustentável (alimentos, água, abrigo, etc.). Cada equipe pesada
precisa transportar o equipamento técnico adicional adequado, consistindo de rádios VHF, equipamentos
de informática, como laptops, impressoras, scanners, software do usuário e software administrativo, bem
como equipamentos elétricos, como geradores de energia, para poder ficar a disposição do RDC, caso
ainda não esteja estabelecido.

Modelo de RDC

8.5 Centro de Coordenação de Operações provisórias no local (OSOCC)


O conceito OSOCC foi originalmente desenvolvido pela OCHA e INSARAG. Ele foi
projetado para ajudar os países afetados na coordenação dos esforços de busca e salvamento internacionais
após um terremoto. Durante a última década, o conceito OSOCC tem sido utilizado durante vários
desastres como inundações, furacões, tsunamis e emergências complexas.
O papel do OSOCC é trabalhar em estreita ligação com a LEMA para facilitar a
cooperação e coordenação de assistência humanitária internacional. As primeiras equipes USAR que
chegam são responsáveis pela montagem do OSOCC provisório até que a equipe UNDAC chegue e
assuma a responsabilidade de gerir o OSOCC. As equipes USAR classificadas internacionalmente tem
que ter pessoal treinado, bem como as mesmas capacidades e equipamentos básicos para a montagem de
um RDC.
A primeira equipe deve começar com apenas dois integrantes para montar o OSOCC,
solicitando pessoal para as outras equipes que chegarem até que fique completa. O OSOCC provisório
deve estar preparado para executar 24/7. É constituído de diferentes funções, tais como Gestão da
Informação, Ligação, Segurança e Proteção, Operações, Logística e Comunicação Social.

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Curso de Busca e Salvamento Urbano

Mapa das funções do OSOCC

Modelos de OSOCC
8.6 Célula de Coordenação USAR (UCC)
A UCC (USAR Coordination Cell) será estabelecida a critério do Gestor OSOCC
dependendo das circunstâncias operacionais. Equipes INSARAG classificadas poderão ser obrigadas a
alocar pessoal para a UCC.
A UCC usa metodologia INSARAG para coordenar equipes internacionais USAR em
cooperação com outras funções OSOCC e autoridades nacionais.
O pessoal do UCC pode ser expandido com base no tamanho e complexidade da resposta
(por exemplo: gerente, planejamento, gerenciamento de informações e logística). O pessoal para o UCC
será geralmente fornecido por algumas das primeiras equipes classificadas do INSARAG.

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Curso de Busca e Salvamento Urbano

A equipe da UCC deve ter conhecimento e experiência USAR com a complexa tarefa de coordenar
várias equipes internacionais, bem como a capacidade de trabalhar como membro da equipe mais ampla
do OSOCC.

Modelo de RDC
8.7 Base de Operações - BoO (Base Of Operations)
Local designado pelo OSOCC ou pela UCC para que uma equipe USAR fique baseada
para descansar, reunir, montar seu acampamento e manter sua logística. Deve ser perto do OSOCC ou
UCC, seguro, com acesso fácil, que permita comunicação, tenha saneamento e higiene, de preferência
com no máximo 50 m², perto de toda logística e apoio da operação, que tenha sido prevista pelo OSOCC
e/ou LEMA.

Modelo de Base de Operações

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 21


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8.8. Código de Identificação da Equipe USAR


Tem como objetivo padronizar a identificação de todas as equipes USAR dentro do
sistema de coordenação de um código ou ID de identificação de cada equipe. O código é composto de
duas partes:
• Um código de três letras do país de origem da equipe.
• Um número para diferenciar as equipes do mesmo país.
Para as equipes classificadas IEC (Classificação Externa INSARAG) o número será
decidido pelo país de origem no momento da classificação e registro da equipe no Diretório INSARAG
USAR. Para as equipes não classificadas não-IEC, o mesmo sistema de código de país será usado, no
entanto, o número será designado pelo RDC com base na sequência de chegada, a partir do número de
dez. Sob este processo a questão de um ID da equipe é temporária e é retido somente para a duração da
operação específica.
Se um país indicar a INSARAG que eles não querem que o código do país de três letras
seja emitido para suas equipes, será utilizado o seguinte processo:
• As letras SAR (Busca e Salvamento) serão usadas para substituir qualquer código de
país.
• Seguido de um número a partir de 10 - isso pode envolver vários países, por exemplo:
RAE-10 (país 1), SAR-11 (país 2), etc.
Para facilidade de uso e aplicação coerente, o sistema USAR ID da equipe também será
usado como padrão para sinais de chamada de rádio para as equipes implantadas.

Nota importante: As equipes também


podem ser identificadas pelo seu nome
de equipe ou sigla, tal como previsto e
acordado com o seu ponto focal
nacional.

Exemplos de USAR de códigos de identificação de equipes.

9. Níveis de Avaliação, Busca e Salvamento

Um elemento fundamental da metodologia de coordenação INSARAG é um meio de


identificar e definir todos os níveis, ou tipo de trabalho, normalmente necessário durante um incidente
grave. Uma avaliação inicial pode variar conforme o tempo vai passando, ficando totalmente diferente da
avaliação inicial.

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 22


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Tem como objetivo uma definição clara de todos os possíveis níveis operacionais que
permite que os atores de coordenação possam fazer um trabalho específico sobre o planejamento, tarefas
e operações USAR para o desenvolvimento progressivos.

9.1 Os Níveis
Existem cinco níveis operacionais para definirem as fases do potencial trabalho
relacionado às equipes USAR. Deve ser lembrado que nem todos estes níveis serão sempre realizados
pelas equipes. Os recursos locais também atuarão nos níveis, principalmente nos primeiros. Os níveis
podem ser combinados quando apropriado e também é possível que diferentes níveis de trabalho sejam
realizados em diferentes áreas do incidente, ao mesmo tempo.
Os cinco níveis são identificados como:

• Nível 1: Avaliação de área ampla


• Nível 2: Avaliação do Setor
• Nível 3: Rápida Busca e Salvamento
• Nível 4: Pesquisa completa e Salvamento
• Nível 5: Pesquisa e Recuperação de cobertura total

Cada nível é explicado e definido mais detalhadamente nas tabelas abaixo.

9.1.1 Nivel 1 – ASR 1(Assessment Search and Rescue) Avaliação de Busca e Salvamento

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9.1.2 Nivel 2 – ASR 2(Assessment Search and Rescue) Avaliação de Busca e Salvamento

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9.1.3 Nivel 3 – ASR 3(Assessment Search and Rescue) Avaliação de Busca e Salvamento

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9.1.4 Nivel 4 – ASR 4(Assessment Search and Rescue) Avaliação de Busca e Salvamento

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9.1.5 Nivel 5 – ASR 5(Assessment Search and Rescue) Avaliação de Busca e Salvamento

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10. Categorias de Triagem dos locais de trabalho


O objetivo de Avaliação do Setor Nível 2 é identificar locais específicos e viáveis de
resgate de vivos dentro do setor alocado para permitir a atribuição de prioridades e fazer um plano de
ação. Uma das considerações para a priorização de locais de trabalho é a categoria de triagem.
As Categorias de triagem são definidas pelas letras de A a F, relacionando informações
sobre vítimas, tamanho e avaliação do trabalho a ser realizado, nível de busca e resgate necessário.

CATEGORIA TAMANHO DO NÍVEL ASR


INFORMAÇÕES DE VÍTIMAS
DE TRIAGEM ESPAÇO VAZIO NECESSÁRIO

NÍVEL 3
TODOS OS
A VÍTIMAS VIVAS CONFIRMADAS SAR
ESPAÇOS VAZIOS
RÁPIDO

NÍVEL 4
TODOS OS
B VÍTIMAS VIVAS CONFIRMADAS SAR
ESPAÇOS VAZIOS
COMPLETO

NÍVEL 3
VITIMAS POSSÍVEIS OU GRANDE ESPAÇO
C SAR
DESCONHECIDAS VAZIO
RÁPIDO

NÍVEL 3
VITIMAS POSSÍVEIS OU PEQUENO
D SAR
DESCONHECIDAS ESPAÇO VAZIO
RÁPIDO

NÍVEL 4
VITIMAS POSSÍVEIS OU GRANDE ESPAÇO
E SAR
DESCONHECIDAS VAZIO
COMPLETO

NÍVEL 4
VITIMAS POSSÍVEIS OU PEQUENO
F SAR
DESCONHECIDAS ESPAÇO VAZIO
COMPLETO
Categorias de triagem

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 28


Curso de Busca e Salvamento Urbano

As definições a seguir são úteis no processo de atribuição de uma categoria de triagem


a um local de trabalho:
• VÍTIMAS VIVAS CONFIRMADAS: Significa que a equipe de avaliação sabe que
há pessoas vivas na estrutura desmoronada.
• VÍTIMAS DESCONHECIDAS OU POSSÍVEIS VÍTIMAS: Significa que as
pessoas estão desaparecidas, mas a equipe de avaliação não sabe se estas pessoas estão vivas ou mesmo
na estrutura.
• Um ESPAÇO GRANDE é do tamanho suficiente para uma pessoa rastejar. As
chances de sobrevivência de uma vítima são maiores em grandes espaços. Grande é um termo relativo,
isto é, um espaço grande para uma criança será consideravelmente menor do que um espaço grande para
um adulto.
• Um ESPAÇO PEQUENO é o lugar onde uma pessoa mal pode se mover e tem que
ficar mais ou menos imóvel enquanto aguarda Socorro. Nestes espaços as chances de lesão são maiores,
pois as pessoas no interior têm menos espaço para se locomoverem e poderem evitar a queda de objetos
e o colapso de elementos estruturais.
O objetivo de um processo de triagem é avaliar a forma de um possível espaço vital, a
fim de comparar estruturas colapsadas e decidir a ordem de prioridade. A chave para a triagem é
consistência na comparação de fatores de triagem (maior ou menor, mais ou menos estável, menos ou
mais tempo), não o tamanho exato dos espaços ou nível de escoramento.

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 29


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11. Setorização
Um desastre que merece resposta internacional USAR é inerentemente um evento de
grande escala. A escala de destruição pode envolver apenas uma cidade ou ele pode afetar uma grande
área envolvendo várias cidades e até mesmo mais de um país. Setorização geográfica das áreas afetadas
pode ser necessário para garantir uma coordenação eficaz dos esforços de busca e salvamento. A
Setorização permite melhor planejamento operacional, utilização mais eficaz das equipes internacionais
USAR e melhor gestão global do incidente. O tamanho do setor vai depender do nível de recursos e as
necessidades da área afetada.

11.1 Plano de Setorização


Setorização deve ser realizada o mais cedo possível em uma resposta ao desastre para
garantir a sua eficácia. Espera-se que a LEMA deva ter um plano de setorização e que as equipes
internacionais USAR devam segui-lo. No entanto, se não há nenhum plano de setorização, deve ser
desenvolvido em estreita ligação com a LEMA. Isso pode ser feito pela equipe UNDAC, mas, muitas
vezes, ser feito pelo OSOCC provisório ou pela Célula de Coordenação USAR (UCC). Se a LEMA não
tem um plano de setorização, em seguida, uma Avaliação de área ampla, pode ser necessário para obter
as informações relevantes para formular um plano de setorização. O volume esperado de trabalho, o
tamanho da área atingida, características geográficas, escala de resposta, amplitude de controle e outros
fatores devem ser levados em conta ao determinar um plano de setorização.

11.2 Identificação do Setor


O sistema de identificação do setor INSARAG padrão é usar um sistema de letras
simples para codificar cada sector como, A, B, C, D e assim por diante. Um nome ou descrição local
também podem ser adicionados para garantir clareza. Se o LEMA tem o seu próprio sistema de
identificação de um sector codificado no lugar por exemplo, setor 1, 2, 3, ou vermelho, azul, verde, etc.,
deve ser adaptado e tomá-lo em qualquer documentação ou a marcação.
Os diagramas abaixo são ilustrações simples de como a setorização geográfica pode ser
feita.

Setorização das áreas afetadas em setores menores gerenciáveis.


Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 30
Curso de Busca e Salvamento Urbano

Setorizando uma área afetada usando ruas e layouts de cidade.

Setorizando uma área afetada usando características proeminentes, por exemplo Setor A norte do rio,
Setor B sul do rio.

11.3 Área de trabalho


Para permitir uma coordenação eficaz, é essencial identificar de forma exclusiva cada
Área onde ocorrem operações significativas de equipes USAR. Cada um desses sites será conhecido como
um local de trabalho.

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 31


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Uma Área de trabalho pode significar coisas diferentes, mas a definição mais simples é
“Qualquer site onde sejam executadas operações significativas USAR”. As operações significativas
USAR normalmente ocorrem apenas quando se pensa que há potencial para um salvamento de pessoas
com vida. As Áreas de trabalho geralmente são um prédio onde uma equipe ou várias equipes USAR, está
trabalhando devido a um possível salvamento. Mas uma Área de trabalho pode ser muito maior ou muito
menor. Um grande edifício ou complexo de edifícios, um hospital, pode ser identificado como uma única
Área de trabalho. Alternativamente, o local de um único resgate em uma área de apenas alguns metros
quadrados também seria identificado como um local de trabalho.
11.4 Identificação da Área de trabalho
Quando for decidido que uma área precisará de operações significativas de USAR, ela
deve receber sua própria Identificação, que aprimora o uso da identificação geográfica primária que deve
ser o nome da rua e o número do prédio existente, quando possível. Isso pode ser feito durante a Avaliação
do Setor (consulte a seção sobre Níveis de SAR), mas os locais também podem ser alocados pelo LEMA.
Em qualquer caso, cada site deve receber seu próprio ID de local de trabalho usando o seguinte protocolo:
• A primeira parte é a carta de Setor atribuída à área em que o local se encontra em “A”.
• Uma Área de trabalho é identificada através de um número é então alocado
sequencialmente 1, 2, 3, etc.
A carta do setor e número atribuído produz o único ID da Área de trabalho por exemplo,
A-1, A-2, A-3 equipes etc. Se mais de uma equipe é do mesmo setor, a UCC instruirá quais números
utilizar por exemplo Equipe 1 usará de 1 a 20, Equipe 2 usará de 21 a 40 etc.
Se o Lema usa um código de setor diferente, por exemplo, números, então este deve ser
usado como a primeira parte do ID do local, por exemplo 1-1, em vez de A-1. Em ambos os casos o código
de setor tem de ser separado a partir do número do local por um hífen para evitar qualquer possível
confusão.
Nota importante: Se a setorização não tiver sido concluída, recomenda-se o uso de
números simples, esses números podem ser posteriormente integrados ao sistema completo do ID do local
de trabalho, uma vez estabelecido. O controle do uso de números é necessário para conseguir fornecer aos
grupos de pesquisa lotes de números de 1 a 19, 20 a 39, 40 a 59 etc.

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 32


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Setorizar a área de operação através da atribuição de uma carta para cada área.

Como locais de possíveis salvamentos são identificados, eles são numerados e acrescentados à carta de
setor para produzir um local de trabalho um único ID para cada local.

11.5 Locais de trabalho dentro de uma Área de trabalho


É provável que um local de trabalho relativamente grande, ex. um hospital, que é
inicialmente identificado como uma única Área de trabalho, ex. B-2, pode acabar com mais de um local
de salvamento em locais diferentes. Para fins de coordenação, é útil identificar cada um deles
separadamente. Para fazer isso, o único ID original do local de trabalho deve ser mantido para cada local,
mas com uma letra de sufixo adicionada, por exemplo, B-2a, B-2b, B-2c etc. para fornecer um “endereço”
exclusivo para cada um.

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 33


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Um exemplo de locais de trabalho dentro de uma grande área única inicial.

Exemplo acima, todo o local foi inicialmente identificado como uma Área de trabalho
(B-2) com possibilidades de salvamentos, mas quando as equipes fizeram uma pesquisa detalhada eles
descobriram três locais de salvamento separados. Para fins de coordenação, por exemplo, localização
exata, apoio logístico, relatórios etc.; é importante que cada local de trabalho tenha seu próprio endereço.
Nota importante: equipes internacionais USAR são implantadas para apoiar a LEMA.
Qualquer mecanismo existente em uso será adaptado pelas equipes internacionais, a fim de melhor
aumentar os recursos nacionais já implantados para o trabalho de resgate.

12. Gestão da informação


Operações USAR maiores, mais complexas e frequentes resultam em aumento de cargas
de trabalho e, potencialmente, em perda de consciência situacional se as informações coletadas não forem
gerenciadas adequadamente. Portanto, para garantir a resposta coordenada de várias equipes
internacionais USAR, o gerenciamento de informações torna-se uma questão crítica em toda a estrutura e
em todas as etapas do ciclo de resposta. Todas as informações coletadas em relação às vítimas devem ser
tratadas como confidenciais.

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 34


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Reconhece-se que a captura, o processamento, a disseminação e o uso eficiente e efetivo da


informação sustentará o sucesso dos esforços de coordenação em larga escala. Particularmente, o
gerenciamento de informações é necessário para melhorar a coordenação de campo nas operações das
equipes USAR para obterem eficiência e eficácia. Também é reconhecido que as equipes de resposta
querem limitar o tempo e o esforço gastos no gerenciamento de informações. Portanto, os requisitos foram
restritos às informações essenciais absolutas que são críticas para a coordenação da equipe USAR. É
reconhecido que informações mais amplas são frequentemente necessárias para vários outros propósitos,
mas este manual cobre apenas os requisitos essenciais de coordenação da USAR.
Todas as partes interessadas da comunidade do INSARAG precisam de gerenciamento
de informações, daí a necessidade de uma abordagem padronizada e sistemática para coletar e relatar
informações em todos os níveis. Um sistema de gerenciamento de informações foi projetado e construído
para suportar a metodologia de coordenação. Os seguintes princípios básicos foram considerados no
processo de design:
• Campo orientado: As ferramentas foram projetadas para facilidade de uso no campo,
representando as dificuldades encontradas em tal ambiente.
• Confiável: As informações coletadas e armazenadas no sistema devem ser confiáveis
e prontamente disponíveis para a estrutura de coordenação, mesmo sob condições adversas e recursos
limitados.
• Escalável: O sistema deve adaptar-se a diferentes escalas de resposta.
• Adaptável: A resposta a desastres precisa se adaptar a diferentes tipos de desastres e
ambientes.
• Rastreável: A responsabilidade pelas informações gerenciadas deve estar disponível
para permitir processo de escrutínio e de tomada de decisão,
• Integrante: O sistema deve cobrir como muitos dos diferentes aspectos da resposta
USAR quanto possível em busca de padronização.

Nas subseções seguintes os componentes básicos de gestão de informação são


explicados.

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 35


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Ferramentas desenvolvidas
Ferramentas para gestão da informação foram desenvolvidas e agrupadas em duas
categorias principais como segue:

• Equipes USAR: Estes são um conjunto de ferramentas a serem utilizadas pelas


equipes USAR e foram projetados principalmente para coletar informações no campo e são formatados
para uso fácil e conclusão.
• Coordenação USAR: Conjunto de ferramentas para ser usado principalmente dentro
da Coordenação do Setor, UCC, OSOCC ou RDC para coordenar a resposta global, facilitando a gestão
da informação através da integração e análise de informações, a fim de manter a consciência situacional.
Ferramentas específicas foram desenvolvidas para os diferentes componentes da
estrutura de coordenação USAR, reduzindo a carga de trabalho e a atenção necessária para concluir tarefas
de gerenciamento de informações. Isso evita a sobrecarga das equipes USAR e a estrutura de coordenação,
mas ainda alcança a conscientização e a coordenação da situação. As duas tabelas a seguir resumem as
ferramentas essenciais de gerenciamento de informações nessas duas categorias.

Formulários utilizados pelas equipas USAR

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 36


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Ferramentas usadas por Coordenação USAR

Nota importante: As ferramentas desenvolvidas incluem notas de orientação


detalhados que explicam como usá-los, fornecendo instruções para cada campo que é necessário para ser
concluída. Estes formulários estarão disponíveis para as equipes em vários formatos eletrônicos para
facilitar a entrada para o OSOCC.

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 37


Curso de Busca e Salvamento Urbano

13. Formulários Utilizados pela Coordenação e pelas Equipes USAR

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 38


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 39


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 40


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 41


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 42


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 43


Curso de Busca e Salvamento Urbano

FONTE: GUIAS INSARAG ESCRITÓRIO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A


COORDENAÇÃO DE ASSUNTOS HUMANITÁRIOS (OCHA).

Rev. ABRIL 2021 Organização e Início da Operação de USAR MP 1 - Pg 44


Curso de Busca e Salvamento Urbano

OPERACIONALIZAÇÃO EM
2 Curso de Busca e Salvamento Urbano CAMPO / FORMULÁRIOS
OPERACIONAIS

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1 – Citar as categorias de formulários que são utilizadas em uma operação USAR;


2 – Preencher corretamente os formulários a serem entregues no RDC;
3 – Preencher corretamente os formulários a serem entregues no OSOCC;
4 – Preencher corretamente os formulários que serão utilizados nas ações de busca
e resgate pela Equipe.

Rev. ABRIL 2021 Operacionalização em campo / Formulários Operacionais MP 2 - Pg 45


Curso de Busca e Salvamento Urbano

OPERACIONALIZAÇÃO EM CAMPO / FORMULÁRIOS OPERACIONAIS

Nas operações USAR em grandes desastres, com a enorme quantidade de edificações


afetadas, pessoas mortas e feridas, bem como de equipes e recursos atendendo ao desastre, caso não haja
organização da resposta, certamente haverá desperdício de recursos que serão empenhados de forma
duplicada, bem como grande perda de informações cruciais para o salvamento de vítimas. Desta forma, a
organização do atendimento é uma das bases do atendimento das equipes USAR.
A coordenação da emergência feita pelo LEMA, juntamente com o OSOCC, será feita
a partir de 3 locais:
1. Coordenação no Aeroporto (RDC)
2. Coordenação na Internet (GDACS e VOSOCC)
3. Coordenação em Campo (OSOCC, OCC, SCC)

Para cada uma destas Coordenações, o fluxo de informações é feito através de um


conjunto de formulários específicos para cada finalidade. Este conjunto de formulários podem ser
divididos em 3 categorias:
1. Formulários para Equipes USAR
2. Formulários para LEMA / OSOCC / UCC
3. Displays de parede para RDC / UCC / SCC

Neste capítulo trataremos apenas dos formulários para Equipes USAR. Tais formulários
frequentemente terão que ser entregues a um dos participantes dos Sistema INSARAG. Em outras
ocasiões a Equipe USAR receberá formulários destes mesmos participantes do Sistema INSARAG É
importante que os integrantes da equipe saibam não somente preencher o formulário, mas também o
momento em que devem entregar ou receber um determinado formulário.
É importante lembrar que tais formulários estão disponíveis na página de internet da
INSARAG e estão disponíveis em língua Inglesa ou Espanhola. Desta forma, os integrantes das equipes
devem reconhecer o formulário em qualquer uma das línguas.

Rev. ABRIL 2021 Operacionalização em campo / Formulários Operacionais MP 2 - Pg 46


Curso de Busca e Salvamento Urbano

FORMULÁRIOS PARA EQUIPES – FASE DE MOBILIZAÇÃO

Os formulários para Equipes USAR na fase de mobilização são os seguintes:

1. Informação da área afetada / Affected Area Info


Este formulário é usado para pesquisar e compilar informações da área afetada para que
se tenha informações básicas sobre o local afetado pelo desastre.
No formulário é encontrada uma seção com informações básicas do desastre (tipo, área
afetada, data do evento, hora local do evento, escala/magnitude, informes iniciais). Também devem ser
inseridas informações sobre segurança (safety e security), bem como informações básicas sobre a área
afetada, informações geográficas, características predominantes das construções, clima, condições das
estruturas críticas (aeroportos, estradas etc.), condições dos serviços de saúde, bem como outras
informações adicionais.

Acesse o formulário “Informação da


área afetada / Affected Area Info”
através do QR Code

2.

Este formulário deve ser preenchido assim que a Equipe tiver conhecimento de um
desastre. Quanto mais informações ela possuir do local antes de se deslocar até ele, melhor preparada ela
estará para enfrentar as condições do local.
Este formulário, quando for preenchido por alguma equipe local que tenha informações
mais detalhadas da situação, será feito upload para o VOSOCC, para que outras equipes tenham acesso
às informações.

Rev. ABRIL 2021 Operacionalização em campo / Formulários Operacionais MP 2 - Pg 47


Curso de Busca e Salvamento Urbano

2. Ficha Técnica da Equipe / Team Fact Sheet


Este formulário é usado para inserir informações técnicas da Equipe, bem como as
necessidades de suporte da equipe e contatos de alguns de seus integrantes.
Nas informações básicas, serão inseridas informações como Identificação da Equipe,
número de pessoas, cães, classificação da equipe, de quais capacidades a equipe dispõe (busca técnica,
busca com cães, resgate, médico, detecção HazMat, Engenheiros estruturais, suporte ao RDC/OSOCC e
UCC. A equipe também deve declarar sua autonomia em dias (água/comida), bem como data prevista de
chegada e de saída do país.
Nos requisitos de suporte, serão solicitados o transporte local para a equipe, bem como
suprimentos (gasolina, diesel, oxigênio médico, gás para corte e espaço para a Base de Operações-BoO)

Acesse o formulário “Ficha Técnica da


Equipe / Team Fact Sheet” através do
QR Code

Este formulário deve ser preenchido e feito upload no VOSOCC antes da saída do país
e também deve ser entregue impresso ao RDC/UCC quando da chegada no país afetado.

FORMULÁRIOS PARA EQUIPES – FASE DE OPERAÇÕES


Os formulários para Equipes USAR na fase de operações são divididos em duas sub-
fases, reconhecimento e operações.

Formulários da subfase de reconhecimento


Os formulários da fase de reconhecimento são os utilizados para que a Equipe avalie a
situação, caso ainda não tenha sido feita tal avaliação e preenchimento dos formulários. Os formulários
da subfase de reconhecimento são os seguintes:

Rev. ABRIL 2021 Operacionalização em campo / Formulários Operacionais MP 2 - Pg 48


Curso de Busca e Salvamento Urbano

3. Avaliação de Área Ampla / Wide Area Assessment


Este formulário é usado para relatar as informações obtidas na Avaliação de Área Ampla
(ASR-1)
No formulário devem ser inseridas informações estimadas sobre quantidade de
construções afetadas, sítios de trabalho, feridos, desaparecidos e mortos. Serão inseridas também
problemas de segurança (safety e security), potencial local para a Base de Operações (BoO), bem como
as condições de acesso à área avaliada (estradas, pontes, aeroportos e portos)

Acesse o formulário “Avaliação de


Área Ampla / Wide Area
Assessment” através do QR Code

4.

Este formulário é entregue ao OSOCC/UCC ou SCC após preenchido pela Equipe


USAR caso ela seja a primeira a chegar no local. Em alguns casos, a UNDAC faz esta avaliação.

4. Avaliação de Setores / Sector Assessment


Este formulário é usado para relatar as informações obtidas na Avaliação de Setores
(ASR-2).
Neste formulário são inseridas informações que detalham os setores, identificando-os
por um número único e indicando sua localização por coordenadas e outras referências como ruas, por
excemplo. Também são inseridas outras informações sobre o setor, se houver, bem como se houver
alguma informação solicitada pelo LEMA sobre aquele setor.
Nos requisitos de suporte, será solicitado o transporte local para a equipe, bem como
suprimentos (gasolina, diesel, oxigênio médico, gás para corte e espaço para a Base de Operações-BoO).
Os setores serão identificados através de letras maiúsculas para cada setor: A, B, C, D e
assim por diante.

Rev. ABRIL 2021 Operacionalização em campo / Formulários Operacionais MP 2 - Pg 49


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Acesse o formulário “Avaliação de


Setores / Sector Assessment” através
do QR Code

Este formulário é entregue ao OSOCC/UCC ou SCC após ser preenchido pela Equipe
USAR.

5. Avaliação de Sítios de Trabalho / Work Site Triage


Este formulário é usado para identificar Sítios de Trabalho (WS) com oportunidades de
serem efetuados resgates, e é feito durante a Avaliação de Setores (ASR-2).
Neste formulário são inseridas informações que identificam Sítios de Trabalhos (WS)
dentro de Setores. Além de informações básicas de localização, nesta avaliação é necessária a
classificação do Sítio de Trabalho (WS) em uma categoria, de acordo com a existência confirmada de
vítimas vivas e com o Nível de atividade SAR requerida para resgatar as vítimas neste sítio de trabalho.
A classificação é feita por letras, de A até F, da seguinte forma:
EM RELAÇÃO AO NÍVEL
CAT. EM RELAÇÃO ÀS VÍTIMAS SAR REQUERIDO PARA
RESGATAR AS VÍTIMAS

A Vítimas vivas confirmadas ASR-3

B Vítimas vivas confirmadas ASR-4

C Vítimas não confirmadas e grandes espaços vitais isolados ASR-3

D Vítimas não confirmadas e grandes espaços vitais isolados ASR-4

E Vítimas não confirmadas e pequenos espaços vitais isolados ASR-3

F Vítimas não confirmadas e pequenos espaços vitais isolados ASR-4

Rev. ABRIL 2021 Operacionalização em campo / Formulários Operacionais MP 2 - Pg 50


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Desta forma, é possível perceber que os Sítios de Trabalho (WS) com vítimas vivas
confirmadas e que necessitam de menos tempo e recursos para terem suas vítimas resgatadas (A) terão
prioridade, e tal classificação vai prosseguindo em aumento de complexidade / diminuição de
possibilidade de vítimas até que se chegue na última classificação (F), sendo que os Sítios de Trabalho
(WS) com esta classificação serão os com menor prioridade.
Vale lembrar que tal classificação é somente utilizada para Sítios de Trabalho (WS)
onde possa haver possíveis vítimas vivas. Se não houver, este local não é classificado como um Sítio de
Trabalho (WS) e não será identificado, e a ASR-2 deve continuar. Para isso, é importante que seja usado
um mapa mostrando a exata localização das áreas já avaliadas, com os Sítios de Trabalho (WS) claramente
marcados nele.
Os Sítios de Trabalho (WS) serão identificados por um número que segue o Setor no
qual ele está inserido. Por exemplo, dentro do setor A, temos os Sítios de Trabalho (WS) A-1, A-2, A-3 e
assim por diante.

Acesse o formulário “Avaliação de


Sítios de Trabalho / Work Site
Triage” através do QR Code

Este formulário é entregue ao OSOCC/UCC ou SCC após ser preenchido pela Equipe
USAR.

Formulários da subfase de operações


Os formulários da fase de operações são os utilizados quando a equipe trabalha em um
Sítio de Trabalho (WS). Os formulários da subfase de operações são os seguintes:

Rev. ABRIL 2021 Operacionalização em campo / Formulários Operacionais MP 2 - Pg 51


Curso de Busca e Salvamento Urbano

6. Relatório de Sítios de Trabalho / Work Site Report


Este formulário é usado para relatar as atividades realizadas por uma Equipe USAR em
um Sítio de Trabalho (WS). Este formulário deve ser preenchido nas fases ASR-3, ASR-4 e ASR-5, ou
seja, nas fases onde são realizadas atividades de Busca e Resgate.
Neste formulário são inseridas informações sobre a identificação da Equipe e suas ações
dentro do Sítio de Trabalho, especialmente as vítimas vivas resgatadas ou corpos recuperados. Para cada
vítima viva resgatada ou corpo recuperado, será necessário fazer um outro formulário além deste. Estes
formulários adicionais também devem ser referenciados neste formulário.
Também são inseridas informações sobre a segurança do Sítio de Trabalho (WS), bem
como se o trabalho foi finalizado ou não. Devem ser lançadas informações adicionais que auxiliem no
planejamento, como por exemplo necessidades logísticas e esboço do Plano de Ação para o próximo
período operacional.

Acesse o formulário “Relatório de


Sítios de Trabalho / Work Site
Report” através do QR Code

Este formulário é entregue ao OSOCC/UCC ou SCC após ser preenchido pela Equipe
USAR.

7. Extração de Vítima / Victim Extrication


Este formulário é usado para coletar informações básicas de todas as vítimas extraídas
dos Sítios de Trabalho (WS) durante as atividades de Busca e Resgate.
Neste formulário são inseridas informações sobre a identificação do Sítio de Trabalho,
além de informações sobre a vítima extraída. Tais informações incluem desde sua localização e andar
onde foi localizada na edificação, bem como informações sobre o nível de trabalho exigido para extrair a
vítima. Por fim, devem ser inseridas informações para onde a vítima foi conduzida.
Este formulário deve ser preenchido para todas as vítimas vivas e corpos recuperados,
sem exceções.
Rev. ABRIL 2021 Operacionalização em campo / Formulários Operacionais MP 2 - Pg 52
Curso de Busca e Salvamento Urbano

Acesse o formulário “Extração de


Vítima / Victim Extrication” através
do QR Code

Este formulário é entregue ao OSOCC/UCC ou SCC após ser preenchido pela Equipe
USAR.

8. Relatório de Situação de Setor / Sector Situation Report


Este formulário é usado para resumir as operações e a situação em um setor. Este
formulário pode ser utilizado para a mesma finalidade em um incidente como um todo.
Neste formulário são inseridas informações sobre o início e fim do período reportado,
bem como informações sobre os Sítios de Trabalho (WS) ativos, pendentes e completos, bem como
informações sobre vítimas vivas resgatadas e corpos recuperados.
Além disso, são inseridas informações sobre a situação de segurança (safety e security)
e informações que ajudam no planejamento, como por exemplo objetivos para o próximo período
operacional e recursos adicionais necessários.

Acesse o formulário “Relatório de


Situação de Setor / Sector Situation
Report” através do QR Code

Este formulário é entregue ao OSOCC/UCC ou SCC caso a equipe USAR seja solicitada
a preenchê-lo, ou quando ela é responsável por um setor, ao término de um período operacional.

Rev. ABRIL 2021 Operacionalização em campo / Formulários Operacionais MP 2 - Pg 53


Curso de Busca e Salvamento Urbano

FORMULÁRIOS PARA EQUIPES – FASE DE DESMOBILIZAÇÃO

Na fase de desmobilização há somente um formulário a ser preenchido pela Equipe


USAR:

9. Formulário de Desmobilização / Demobilisation Form


Este formulário é usado para entregar ao OSOCC/UCC as informações de
desmobilização da Equipe USAR.
Neste formulário são inseridas informações sobre a saída da Equipe do País e suas
necessidades para que isso seja feito. Ele visa somente fornecer informações para que a saída das Equipes
USAR se dêem de forma ordenada, tanto do local onde estão sendo executados os trabalhos quanto do
país afetado.

Acesse o formulário “Relatório de


Situação de Setor / Sector Situation
Report” através do QR Code

Este formulário é entregue ao OSOCC/UCC ou SCC quando da saída da Equipe USAR


do local onde estão sendo executados os trabalhos. Agora, porém, de forma inversa ao que ocorreu quando
da chegada da Equipe USAR ao país afetado, o OSOCC irá encaminhar a equipe ao RDC para que haja
controle das equipes ainda presentes no país.

Rev. ABRIL 2021 Operacionalização em campo / Formulários Operacionais MP 2 - Pg 54


Curso de Busca e Salvamento Urbano

CONSIDERAÇÕES DE
3
Curso de Busca e Salvamento Urbano SEGURANÇA

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1) Citar os riscos que pode enfrentar um resgatista em uma operação USAR;


2) Definir Ação Insegura e Condição Insegura;
3) Aplicar as normas de segurança do curso durante as atividades em campo;
4) Explicar as considerações de segurança para cada fase de uma missão
USAR;
5) Descrever as funções e importância de ter um assessor de segurança na
equipe usar;
6) Identificar as quatro partes do plano de segurança USAR e descrever
brevemente cada uma;
7) Descrever o propósito das instruções de segurança (BRIEFING DE
SEGURANÇA) e listar seus oito componentes.

Rev. ABRIL 2021 CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA MP 3 - Pg 55


Curso de Busca e Salvamento Urbano

EM UMA OCORRÊNCIA DE USAR TODOS SOMOS ASSESSORES DE


SEGURANÇA.

Não há nada mais frustrante que um resgatista resgatado.

A primeira responsabilidade do líder de uma equipe USAR é a de garantir a integridade


física de seu pessoal, sendo ele o primeiro reponsável pela segurança dos membros da equipe.
Apesar de não existir na equipe uma posição específica de assessor de segurança, é
essencial que todos os integrantes da equipe USAR reconheçam a alta prioridade que tem a segurança na
operação e que todos assumam sua responsabilidade com ela.
Todo o pessoal da equipe USAR tem a responsabiliade de sinalizar e prevenir a
ocorrência de atos ou condições inseguras durante qualquer das fases da missão USAR.

1 – RISCOS EM UMA OPERAÇÃO USAR


Em toda operação USAR existem potencialmente os seguintes riscos que podem afetar
a segurança dos resgatistas. Cada um deles deve ser prevenido ou afastado com ações concretas.
- Ar e água contaminados;
- Ferramentas e equipamentos de operação perigosa;
- Vandalismo, roubo ou furto;
- Levantamento de cargas pesadas, fadiga e estresse;
- Condições meteorológicas adversas;
- Cenários de trabalho desconhecidos;
- Trabalho em áreas confinadas;
- Estruturas instáveis;
- Excesso de ruídos, pó e fumaça;
- Possibilidade de incêndio;
- Réplicas de terremoto ou acomodação de estruturas;
- Vazamento de gases;
- Eletricidade.

Rev. ABRIL 2021 CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA MP 3 - Pg 56


Curso de Busca e Salvamento Urbano

2 – DEFINIÇÃO DE AÇÃO INSEGURA E CONDIÇÃO INSEGURA


- Condição Insegura: que por si só ameaça a segurança de uma operação USAR, é
relacionada ao ambiente de trabalho;
- Ação Insegura: ato executado durante uma operação USAR violando normas de
segurança, é relacionada ao pessoal envolvido.

3 – NORMAS DE SEGURANÇA DO CURSO DURANTE AS PRÁTICAS E


EXERCÍCIOS
3.1 – Não é permitido entrar nas áreas de operações (exercícios práticos) sem
autorização do líder (instrutor) ou do comandante do incidente (coordenador do curso);
3.2 – Ao entar na área de operações (exercícios práticos) sempre deverá ter sido
colocado de maneira correta todo o equipamento de proteção individual exigido;
3.3 – Durante toda a operação ou exercícios práticos existirá um assessor de segurança,
identificado e visível, o qual cuidará da segurança de toda a operação. Será a máxima autoridade no que
se refere à segurança. Poderá interromper parcial ou totalmente as operações caso seja necesário;
3.4 – Cada líder de equipe (instrutor) também cuidará da segurança de seu pessoal e em
caso de observar um ato ou condição insegura, avisará imediatamente ao assessor de segurança. Eles
disporão de um apito para poder avisar com o código estabelecido em caso de alerta e alarme;
3.5 – O assessor de segurança, bem como todo o pessoal disporá de um apito com o qual
poderá dar sinais de alerta e alarme ao pessoal na área de trabalho, de acordo com o seguinte código
sonoro:
>>> 1(um) silvo longo – parar tudo o que está fazendo, cessar qualquer ruído e atividade,
fazendo silêncio absoluto, prestando atenção a novos comandos ou a qualquer anormalidade ocorrida;
>>> 1(um) silvo longo e 1(um) silvo curto – retomar as atividades normalmente;
>>> 3 (três) silvos curtos – situação de emergência, todos deverão largar imediatamente
qualquer atividade se dirigindo a local seguro através de rota de fuga estabelecidos na instrução de
segurança.
3.6 – Todo o pessoal deverá lavar as mãos com sabão antes de entrar na área de trabalho
e depois de sair da área de trabalho, antes e depois de comer, bem como antes e depois de usar os serviços
sanitários, evitando qualquer contaminação ou enfermidade;

Rev. ABRIL 2021 CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA MP 3 - Pg 57


Curso de Busca e Salvamento Urbano

3.7 – O assessor estabelecerá uma zona de segurança para evacuação do pessoal,


próxima à area de trabalho, bem como a preparação de uma rota de fuga as quais serão utilizadas em caso
de apresentar-se uma emegência que requeira uma evecuação imediata;
3.8 - Estarão disponíveis na área de trabalho material de atendimento pré-hospitalar e
um sistema de comunicação que garanta uma resposta de ambulância ou socorro não maior que 15
(quinze) minutos em caso de acionamento;
3.10 – Estará disponível na área de trabalho um extintor portátil de 6 (seis) quilos de pó
químico seco para ser utilizado em caso de princípio de incêndio, especialmente durante o uso ou
reabastecimento de combustível e lubrificantes dos equipametnos utilizados nas operações (exercícios
práticos);
3.11 – Todo o pessoal deverá portar recipiente (cantil, bolsa de hidratação ou similiar)
de pelo menos 1 (um) litro de capacidade com água potável, a fim de se prevenir da desidratação durante
o trabalho. Também se proverá um posto de hidratação geral para todo o pessoal, localizado próximo à
área de trabalho;
3.12 – Toda ferramenta, acessório ou equipamento deverá ser utilizado, ter sua
manutenção realizada e armazenado de acordo com as normas de operação, segurança e manutenção
estabelecidas em seus manuais respectivos e de acordo ao estabelecido pelo encarregado de logística
(instrutor) da operação (exercício prático);
3.13 – Cada equipe de trabalho USAR deverá cumprir rodízio de pessoal de acordo com
o estabelecido pelo assessor de segurança, levando em conta as condições meteorológicas do lugar,
normalmente o rodízio acontece a cada 15 (quinze) minutos;
3.14 – Não é permitido jogar lixo na área de trabalho;
3.15 – Não é permitido fumar ou consumir alimentos na área de trabalho;
3.16 – A critério do assessor de segurança o trabalho poderá ser interrompido de acordo
com as condições meteorológicas;
3.17 – Todos os objetos ou locais que representem perigos ou riscos às esquipes deverão
ser identificados com fitas de perímetro ou com cones de segurança;

Rev. ABRIL 2021 CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA MP 3 - Pg 58


Curso de Busca e Salvamento Urbano

3.18 – Todas as operações que impliquem no uso de ferramentas ou equipamentos


deverão ser efetuadas em duplas na qual um dos resgatistas irá operar a ferramentas ou equipamentos,
enquanto o outro cuidará da segurança do primeiro. Este último utilizará um código de sinais com seu
companheiro, onde 1 (um) toque no ombro significa parar, 2 (dois) toques no ombro continuar a operação,
3 (três) toques no ombro é situação de emergência, devendo abandonar o trabalho e seguir via rota defuga
para área de evacuação;
3.19 – Qualquer resgatista (aluno) que reincida em falhas de segurança colocando em
perigo sua segurança e a da equipe, pode, a critério do comandante do incidente (coordenador do curso),
ser suspenso de toda a atividade e retirado da operação (curso);
3.20 – Qualquer outro assunto de segurança não abordado nestas normas será resolvido
pelo assessor de segurança ou pelo comandante das operações (coordenador do curso).

4 – CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA INERENTES A CADA


FASE DE UMA MISSÃO USAR
As considerações de segurança devem ser inseridas em todas as fases da missão USAR.

4.1 - Durante a fase de PREPARAÇÃO


4.1.1 – Desenvolver em todos os integrantes da equipe uma atitude positiva, buscando
a máxima segurança durante as sessões de capacitação e de treinamento;
4.1.2 – Escrever procedimentos e protocolos que contemplem sempre o reforço das
normas de segurança;
4.1.3 – Cuidar para que a operação, manutenção e armazenamento dos equipamentos
seja feita de forma adequada;
4.1.4 – Zelar pela constante preparação física e mental do pessoal;
4.1.5 – Exigir capacitação técnica com conhecimentos, habilidades e destrezas variados
sobre os equipamenteos e técnicas utilizados;
4.1.6 – Certificar-se que todos são conhecedores dos procedimentos administrativos,
funcionais e dos problemas que precisam lidar;
4.2 - Durante a fase de ATIVAÇÃO E MOBILIZAÇÃO;
4.2.1 – Estabelecer procedimentos e práticas seguras desde o início da missão;
4.2.2 – Enfatizar com prioridade a segurança em todos os briefings;

Rev. ABRIL 2021 CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA MP 3 - Pg 59


Curso de Busca e Salvamento Urbano

4.2.3 – Checar se todos os membros da equipe USAR têm seu equipamento de proteção
pessoal em condições, se têm boas condições física e mental e se retiraram anéis ou outras jóias que
possam oferecer riscos durante a operação;
4.2.4 – Reforçar a segurança durante as viagens, bem como nos embarques e
desembarques de aviões, helicópteros, caminhões e ônibus;

4.3 - Durante a fase de OPERAÇÕES, a fase mais arriscada de todas, a segurança


deve ser reforçada;
4.3.1 – Identificar corretamente os riscos na:

A) Base de Operações
- Localização;
- Montagem da base;
- Uso de combustíveis;
- Sentinelas;
- Limpeza e armazenamento dos alimentos, etc;

B) Cena de Trabalho;
Todos os riscos previamente discutidos;

4.3.2 – Incluir nos briefings operacionais diários:


1) sinais de alerta e alarme;
2) rotas de escape e área de reunião;
3) designção de assessor de segurança, caso apropriado;
4) uso de coletes de identificação;
5) lugar e método de traslado até a atenção médica em caso de acidente;

4.3.3 – Regras de segurança a seguir durante o trabalho na cena:


1) incluir as consideraçãoe de segurança no plano de trabalho;
2) monitorar continuamente as operações e as atividades logísticas quanto ao
cumprimento de regras de segurança;

Rev. ABRIL 2021 CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA MP 3 - Pg 60


Curso de Busca e Salvamento Urbano

3) assegurar-se que os perigos próprios do tipo de cenário tenham sido


identificados;
4) monitorar continuamente as comunicações por rádio;
5) reforçar o controle de pessoal;
6) reforçar o revezamento e descanso do pessoal;
7) monitorar o pessoal por fadiga, esgotamento e estresse;
4.3.4 – Os líderes da equipe USAR devem se assegurar que todo o pessoal cumpra as
normas de higiene pessoal especialmente antes e depois de consumir alimentos;
4.3.5 – Comunicar e reportar lesões ou acidentes;

4.4. – Durante a fase de DESATIVAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO.


Considerações similares à fase de ativação e mobilização reforçando o fator de fadiga,
estresse e síndrome pós-impacto (tept – transtorno estresse pós-traumático).

4.5 – Durante a fase de ATIVIDADES PÓS-MISSÃO;


4.5.1 – Documentar o mais prontamente possível os aspectos de segurança fortes e
fracos da missão;
4.5.2 – Concentrar toda a informação em um relatório de missão que inclua as lições
aprendiadas;
4.5.3 – Uma sessão de crítica e avaliação deve ser efetudada com todos os membros da
equipe usar a fim de avaliar todas as facetas da missão. Esta reunião recebe o nome de “reunião pós
incidentes – RPI”;
4.5.4 – Incluir no relatório final como melhorar procedimentos específicos de segurança
com o qual melhorará a proficiência da equipe USAR;
4.5.5 – Deverão ser efetuadas sessões de tratamento de síndrome de estresse pós-evento
como parte da saúde preventiva dos integrantes;
4.5.6 – Reparar o equipamento pessoal ou geral de segurança desgastado ou deteriorado,
assegurando os índices de segurança alcançados.

Rev. ABRIL 2021 CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA MP 3 - Pg 61


Curso de Busca e Salvamento Urbano

5 – FUNÇÕES E IMPORTÂNCIA DE TER UM ASSESSOR DE


SEGURANÇA NA EQUIPE USAR

O assessor de segurança é responsável por garantir que as operações USAR se executem


de maneira segura. O assessor de segurança monitora as ações e condições de operação;
O resgatista que cumpre esta função deve resistir a tentação de participar ativamente das
operações táticas. Isto requer autodisciplina. Há de se levar em conta que o êxito da missão depende
diretamente da habilidade de minimizar os riscos antes que se convertam em verdadeiros perigos.
- O assessor de segurança trabalha de um ponto seguro, com vista clara e direta de toda
a zona de trabalho.
- Esta pessoa não deve participar nas tarefas físicas da operação. Sua participação
limitaria sua habilidade de observar objetiva e ativamente para identificar riscos.
- O assessor de segurança deve ser facilmente identificado por todos, por sua designação
de rádio e por seu colete indicando “segurança”. Caso trate-se de uma pequena equipe, basta que se
identique claramente a pessoa no briefing de segurança.

Categorias do assessor de segurança:

A) assessor de segurança geral: para a operação USAR completa

B) assessor de segurança específico: para uma zona de trabalho

C) assessor de segurança de riscos especiais: pode tratar-se de uma pessoa ou mais


designada a um local específico para monitorar um risco especial. Esta poderia ser uma pessoa designada
para vigiar uma caixa elétrica enquanto os outros resgatistas trabalham em um espaço confinado, ou uma
equipe de dois que devam escalar até um ponto superior de uma represa para servir de vigias para outros
resgatistas durante réplicas de terremotos.

Rev. ABRIL 2021 CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA MP 3 - Pg 62


Curso de Busca e Salvamento Urbano

6 – AS QUATRO PARTES DO PLANO DE SEGURANÇA USAR


O plano de segurança é uma guia sobre os elementos básicos da segurança consta de 4
(quatro) partes, que são:
6.1 – Vigilância permanente;
6.2 – Comunicações;
6.3 – Vias de escape;
6.4 – Zona segura;

6.1 – Vigilância permanente: esta é normalmente a função designada ao assessor de


segurança. Esta pessoa como observador objetivo não participa das funções físicas da operação. O
assessor de segurança se dedica a vigiar a operação inteira para poder identificar situações potencialmente
perigosas (ações e condições inseguras) e tomar as precauções necessárias para prevenir acidentes.

6.2 – Comunicações: o líder da unidade de comunicações que está subordinado a seção


de logística é o que desenvolve o plano de comunicações. Neste plano identifica as freqüências de rádio
para comando, táticas e outras necessidades especiais. Esta função serve de vínculo ao mundo exterior
para os resgatistas, para recursos, suporte e segurança.
É importante que no briefing de segurança o plano de comunicações conste as
padronizações de sinais de alerta e de emergência, exemplo:
- Sinais de apito
- Sinais de buzina
- Sinais de texto
- Ruídos via rádio comunicador

6.3 – Vias de escape: a via de escape é uma rota pré-estabelecida para chegar a uma
zona segura de refúgio. A forma mais segura de sair da área de trabalaho nem sempre é a forma mais
direta, por exemplo:
- Depois de um terremoto muitas colunas podem estar de pé, mas propensas a cair em
caso de réplica, a via mais curta em uma zona segura poderia passar diretamente pela zona de colapso de
uma coluna. A via de escape que permite uma ampla distância das colunas seria melhor.
- Outra opção é de permanecer imóvel. Caso a zona de trablaho já tenha sido reforçada
com escoramento e se existe muito risco ao tentar evacuar a zona, é melhor permanecer no local.

Rev. ABRIL 2021 CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA MP 3 - Pg 63


Curso de Busca e Salvamento Urbano

- Ao desenvolver-se o plano de escape cada membro da equipe deve estar ciente e


inteirado, bem como entender as possíveis mudanças realizadas em razão da mudança da área de trblaho,
deve-se receber uma confirmação de cada membro da equipe ter compreendido as mudanças.
- Se os mebros da equipe não podem repetir as ordens dadas é muito pravável que o
novo plano não tenha sido claro a todos. Isto pode resultar em lesões ou mortes e o plano deve ser
esclarecido.

6.4 – Zonas seguras: as zonas seguras são áreas pré-estabelecidas de refúgio seguro, ou
seja, que estão livres de perigos. Estas podem ser áreas designadas fora da zona de trabalho ou de uma
área segura determinada dentro da zona de trabalho. Em caso de ser este o último, os resgatistas tenderão
a construir a zona segura ao redor deles mesmos e das vítimas. Por exemplo, encontra-se uma vítima
dentro de uma estrutura colapsada enquanto os resgatistas colocam escoramentos e assoalhos nas
imediações. Neste caso, a resposta adequada pelos resgatistas seria de manter suas posições durante uma
réplica.
Parte integral do plano de segurança é designar uma zona segura onde seja possível fazer
uma recontagem de pessoal. Esta recontagem deve ser comunicada imediatamente ao próximo na cadeia
de comando para assegurar um rendimento de contas com 100% de eficácia em caso de emergência.

7 – PROPÓSITO DAS INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA (BRIEFING DE


SEGURANÇA) E SEUS OITO COMPONENTES

Briefing de segurança é uma reunião curta onde o assessor de segurança transmite a todo
o pessoal envolvido em uma operação USAR uma série de componentes que garantam a segurança para
o período operacional do trabalho para o período operacional seguinte.
Componentes do plano de segurança:
1. cadeia de comando;
2. identidade do assessor de segurança;
3. plano de segurança;
4. plano de comunicações;
5. plano médico;
6. plano de reabilitação;
7. riscos especiais;
8. mensagens gerais de segurança.
Rev. ABRIL 2021 CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA MP 3 - Pg 64
Curso de Busca e Salvamento Urbano

4Curso de Busca e Salvamento Urbano APH E MÉTODO S.T.A.R.T.

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1. Compreender as técnicas de controle de hemorragias em cenários de Desastres.

2. Indentificar Síndrome de Esmagamento e Síndrome Compartimental.

3. Realizar a triagem de campo utilizando o MÉTODO START em um Incidente


com Múltiplas Vítimas (IMV).

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 65


Curso de Busca e Salvamento Urbano

CONTROLE DE HEMORRAGIAS

A hemorragia pode ser definida como uma perda súbita de sangue que ocorre
em decorrência do rompimento de vasos sanguíneos.

Classificação:
✓ Externa: Quando o sangue extravasa para o meio externo e pode ser visível.
✓ Interna: Sangramentos que não extravasam para o meio externo e ficam contidos em
regiões corporais, principalmente em cavidades como tórax, abdome e pelve, podendo
ser identificadas através do exame físico, sinais e sintomas.

Tipos:
a) Arterial
Rompimento de artérias, a perda sanguínea é rápida e abundante, sai em
forma de jatos que acompanham o pulsar dos batimentos cardíacos e o sangue é vermelho vivo.
b) Venosa
O sangue está saindo de uma veia, o sangramento é moderado e contínuo,
com tonalidade mais escura.
c) Capilar
O sangue está escoando de uma rede de capilares. A cor é vermelha,
normalmente menos viva que o sangue arterial e o fluxo é lento ou em gotículas.

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 66


Curso de Busca e Salvamento Urbano

CLASSIFICAÇÃO SUBJETIVA POR PERDA SANGUÍNEA

Atenção: Esta tabela subjetiva de classificação expressa valores estimados, podendo sofrer
alterações de caso para caso.

Hemorragias identificação e tratamento:

A hemorragia exsanguinante (volumosa) pode matar em poucos minutos uma


vítima e por sinal é uma das lesões que mais matam as vítimas de trauma, pois é possível
sangrar até a morte por uma lesão arterial significativa não controlada. Portanto, esse tipo de
sangramento deve ser controlado imediatamente. Esse tratamento deve ser realizado
imediatamente quando uma hemorragia externa grave for encontrada.
Atualmente a avaliação primária de uma vítima com trauma enfatiza o
controle do sangramento externo, potencialmente fatal, como primeira etapa na sequência.
Embora as etapas da avaliação primária sejam ensinadas e mostradas de maneira sequencial,
muitas das etapas podem e devem ser realizadas de forma simultânea entre a equipe. As etapas
podem ser realizadas usando didaticamente o mnemônico XABCDE.
O controle da hemorragia externa significativa e evidente precede
imediatamente a obtenção da via aérea e o início da oxigenioterapia, podendo ser realizado
simultaneamente com essas etapas se houver assistência suficiente. Mesmo um pequeno
gotejamento de sangue pode levar a substancial perda sanguínea se for ignorado por tempo
suficiente, como exemplo: nos casos de feridos em escombros. Assim na vítima com traumas
multissistêmicos, nenhum sangramento pode ser ignorado e cada hemácia conta para garantir a
Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 67
Curso de Busca e Salvamento Urbano
perfusão adequada dos tecidos corporais.

Etapas do tratamento de hemorragias externas na cena:


▪ Torniquetes;
▪ Preenchimento de Ferimentos (gazes ou agentes hemostáticos);
▪ Compressão Manual Direta;
▪ Curativos Compressivos (empacotamento) – ataduras ou bandagens.

Uso de Torniquete
Uma vez identificado grandes hemorragias em ocorrências de estruturas colapsadas, de
imediato aplique o torniquete sem perder tempo, seja rápido e preciso, seguindo as etapas:
❑ Ao identificar a lesão coloque o torniquete 5 a 8 cm acima da lesão, caso não visualize
a lesão coloque o torniquete o mais alto e apertado no membro ferido;
❑ Não aplique sobre articulações;
❑ Aperte o torniquete o suficiente para cessar o sangramento.
❑ Marcar horário da aplicação;
❑ Até 2:30 de aplicação sem danos;
❑ Não remover;
❑ Não cobrir o torniquete (deixar visível);
❑ Não use torniquete de treinamento em vítimas reais, pode não funcionar;
❑ O torniquete pode ser aplicado sobre as vestimentas, observando se não está sobre
nenhum objeto ou recurso que impeça sua efetividade.

Obs.: Vítimas que perdem grande volume de sangue podem apresentar queda gradativa de temperatura corporal
(hipotermia).

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 68


Curso de Busca e Salvamento Urbano

SÍNDROME DO ESMAGAMENTO

A Síndrome do Esmagamento, também conhecida como Rabdomiólise Traumática, é uma condição


clínica caracterizada por insuficiência renal e morte, após uma lesão muscular grave.
Uma lesão por esmagamento verifica-se quando uma parte do corpo é submetida a uma força ou
pressão de alto grau, normalmente em situações de encarceramento, soterramento, desabamento,
aprisionamento de membros ou grandes regiões corporais pressionadas.

Fisiopatologia

Se origina de uma lesão do tipo esmagamento em grandes massas musculares, em geral envolvendo
região da coxa ou panturrilha.
Pacientes com síndrome do esmagamento são identificados por: aprisionamentos prolongados, lesão
traumática à massa muscular e circulação comprometida na área lesionada.
Com a lesão muscular ocorre libertação de conteúdo metabólico das células nos tecidos
circunvizinhos. O cálcio é um dos componentes mais destrutivos libertados pelas células musculares, durante
a síndrome do esmagamento, causando níveis baixo de cálcio no sangue.
A continuidade lesiva consequentemente, aumenta mais a destruição das células musculares e ainda
mais a liberação de substâncias como potássio, fosfato, mioglobina, creatina quinase e ácido úrico na
corrente sanguínea.
A mioglobina é nefrotóxica (ação tóxica sobre os rins).
A lesão das células musculares e dos vasos sanguíneos causa perda de volume intravascular (sangue)
e consequente hipovolemia.
A hipercalemia (níveis elevados de potássio no sangue) e a hipocalcemia (níveis baixos de cálcio no
sangue) podem causar arritmias e parada cardíaca.
A acidose metabólica provocada pela hipovolemia e pelo choque pode aumentar a arritmia cardíaca.
A presença aumentada de acido úrico e fosfato no sistema renal contribui para a lesão renal
(complicação mais grave da síndrome de esmagamento). Cerca de metade dos doentes com síndrome de
esmagamento desenvolvem insuficiência renal aguda e aproximadamente metade destes necessitam de
diálise.
Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 69
Curso de Busca e Salvamento Urbano

Principais Cenários
O bombeiro pode se deparar com vítimas de síndrome compartimental nos principais tipos de
ocorrências:
1. Vítimas presas em ferragens;
2. Soterramento e Desabamento;
3. Aprisionamentos prolongados de grandes áreas corporais;
4. Compressões prolongadas de áreas como tórax, abdome e pelve.

Obs.: Durante o processo de retirada é importante que o bombeiro entenda que as toxinas estão se acumulando
dentro do membro aprisionado e depois de liberado o membro preso, as toxinas acumuladas seguem para a
circulação, similar a um bolus de veneno.

Sinais e Sintomas

Compressão mecânica de parte do corpo, ausência de pulsos periféricos, ausência ou redução de


perfusão capilar, parestesias ou paralisias, hipotermia do membro acometido, são sinais tardios e indicam
comprometimento prolongado do fluxo capilar e mau prognóstico.

Tratamento

▪ As intervenções diagnósticas e medicamentosas devem ser iniciadas o mais rápido possível


antes mesmo da liberação da vítima;
▪ Uma vítima não diagnosticada e não medicada no local, pode entrar em PCR (Parada
Cardiorrespiratória) durante a retirada, devido à rápida liberação de ácido metabólico e potássio na
corrente sanguínea, quando a compressão corporal é aliviada. Desse modo, o sucesso depende da
minimização dos efeitos tóxicos da mioglobina e potássio acumulados, antes da liberação do
membro.
▪ Acione o COBOM e solicite apoio do SAV para o local;
▪ Realize avaliação primária;
▪ Controle grande hemorragias caso haja;
Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 70
Curso de Busca e Salvamento Urbano
▪ Administre Oxigênio;
▪ Monitore constantemente os sinais vitais e atualize o COBOM;
▪ Prepare a equipe e os recursos materiais para a liberação após avaliação e atendimento
do SAV.

Síndrome Compartimental
Se refere a uma situação que oferece risco à vida, na qual o fornecimento de sangue para uma
extremidade fica comprometido devido ao aumento de pressão dentro desse membro.

Os músculos das extremidades são envoltos por tecido conjuntivo denso, chamado fáscia.
Essas fáscias formam diversos compartimentos nos membros em que os músculos estão contidos.
Basicamente o antebraço possue três compartimentos, e a perna (panturrilha) tem quatro.

▪ A fáscia do músculo tem elasticidade mínima, e qualquer volume a mais que aumente a
pressão dentro dos compartimentos pode resultar em síndrome compartimental.

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 71


Curso de Busca e Salvamento Urbano

➢ As causas mais comuns de síndrome compartimental são hemorragias dentro de um


compartimento (fáscias), devido a fraturas, lesão vascular, edema, picada de animais
peçonhentos, reperfusão do tecido muscular após ficar um período de tempo de redução ou
ausência de fluxo sanguíneo.
➢ Uma tala ou atadura demasiadamente apertada podem produzir síndrome compartimental.
➢ Conforme a pressão no compartimento aumenta, devido a síndrome compartimental além da
pressão capilar, o fluxo para os capilares fica prejudicado (restrito) e o tecido irrigado por
esses vasos torna-se privado de sangue e oxigênio (isquêmico).
➢ A pressão pode continuar a subir até o ponto em que mesmo o fluxo arterial pode ficar
comprometido, por compressão nas artérias.

Sinais e Sintomas
▪ Dor;
▪ Edema;
▪ Parestesias (sensação anormais como ardência, prurido, sensação de agulhadas, ou
formigamento) na extremidade envolvida;
▪ Ausência de pulso distal;
▪ Palidez do membro afetado;
▪ Paralisia.
▪ Complicações: Quando a síndrome compartimental está instalada, existe um risco real
de dano muscular com necrose.

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 72


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Tratamento

▪ Essa síndrome somente pode ser tratada de modo definitivo no hospital;


▪ No hospital a síndrome compartimental é tratada com intervenção cirúrgica
(fasciotomia), por uma incisão através da pele e fáscia até os compartimentos afetados,
levando-os à sua descompressão.
▪ No APH o bombeiro deve monitorar sinais vitais através da avaliação de
vítima;
▪ Trate demais lesões caso à vítima apresente (sangramentos, fraturas);
▪ Uma vez identificado a Síndrome Compartimental, evite imobilizações e
curativos apertados;
▪ Administre oxigênio se necessário;
▪ Informe o COBOM e priorize o apoio do SAV ou Transporte Imediato.

ATENDIMENTO A MÚLTIPLAS VÍTIMAS

Neste tipo de atendimento onde num primeiro momento os recursos


REGIONAIS são insuficientes para dar uma assistência completa a todas elas, será preciso
decidir sobre quem atender primeiro, ou seja, fazer uma “triagem” e estabelecer “prioridades de
atendimento e transporte” até que obtenha o apoio suficiente.

ORIGEM DA TRIAGEM DE VÍTIMAS


A triagem teve origem na I Guerra Mundial por parte dos médicos franceses
que prestavam cuidados de emergência nos hospitais de campanha perto das frentes de batalha.
Muito se deve ao trabalho de Dominique Jean Larrey durante as Guerras Napoleônicas.
Triagem é uma palavra de origem francesa que significa separar. A triagem é
um processo usado para definir a prioridade para o tratamento e transporte. No ambiente de
emergência a triagem é usada em dois contextos diferentes, sendo:
a) Recursos suficientes estão disponíveis para o atendimento de todas as

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 73


Curso de Busca e Salvamento Urbano
vítimas (nessa situação de triagem as vítimas com lesões mais graves são tratadas e
transportadas antes, e aqueles com lesões menores são tratados e transportados depois).

b) Número de vítimas excede a capacidade imediata dos recursos na cena


(nesse tipo de triagem o objetivo é garantir a sobrevivência do maior número possível de
vítimas. Separando essas vítimas em categorias, e os cuidados devem ser racionalizados, pois o
número de vítimas excede os recursos disponíveis. Relativamente poucos profissionais de
emergência já vivenciaram um (IMV) incidente com múltiplas vítimas com 50 a 100 ou mais
vítimas simultaneamente, mas muitos estarão envolvidos em um incidente de vítimas em massa
com 10 a 20 pessoas feridas, e a grande maioria já atendeu ocorrências com 2 a 10 vítimas.

PRINCÍPIO DE TRIAGEM DE VÍTIMAS NA ORIGEM


Os responsáveis pela remoção dos feridos de um campo de batalha ou pelos
cuidados médicos dividiam as vítimas em três categorias:
Aqueles que é provável que vivam, independentemente do tratamento recebido;
Aqueles que é provável que morram, independentemente do tratamento recebido;
Aqueles a quem a atenção médica imediata pode ter influência no prognóstico
(recuperação).

SICOE – Sistema de Comando para Operações em Emergências

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 74


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Método START (Simple Triage and Rapid Treatment)

O modelo S.T.A.R.T. (do Inglês Simple Triage and Rapid Treatment, ou Triagem Simples e
Tratamento Rápido) é um sistema de triagem simples que pode ser executado em situações
de emergência por leigos ou pessoal com pouca formação médica.

Sistema de triagem criado pelo Hoag Memorial Hospital e o Corpo de Bombeiros de


Newport Beach da Califórnia -EUA.

A aplicação do MÉTODO START é de responsabilidade do socorrista em função de


comando de guarnição que primeiro chegar ao local do acidente com múltiplas vítimas.
Deve montar um esquema e separar as peças de um desastre de forma a propiciar o melhor
cuidado possível a cada pessoa envolvida, solicitando recursos adicionais e reforço para atender
adequadamente a ocorrência.

A classificação da prioridade da vítima pelo MÉTODO START é baseado em CÓDIGO


DE CORES, sendo elas, pela gravidade “VERMELHA”, “AMARELA”, “VERDE” e “PRETA”.

MODELO DE CARTÃO DE TRIAGEM

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 75


Curso de Busca e Salvamento Urbano

PREENCHIMENTO DO CARTÃO

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 76


Curso de Busca e Salvamento Urbano

*TEC – Tempo de Enchimento Capilar (Perfusão Capilar)

IMPORTANTE!
AO ANALISAR A RESPIRAÇÃO DEVEMOS OBSERVAR TAMBÉM
SE ELA ESTÁ COM FREQUÊNCIA ABAIXO DE 10 RPM, CASO
ESTEJA, A VÍTIMA DEVERÁ SER CLASSIFICADA COMO VERMELHA.

TERMINOU A TRIAGEM! TRATE!

Primeiro, as vítimas VERMELHAS – (Crítico)


Segundo, as vítimas AMARELAS – (Urgente)
Terceiro: vítimas VERDES – (Pode Aguardar)
Por último vítimas PRETAS – (Irrecuperável)

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 77


Curso de Busca e Salvamento Urbano

VEJA NO CARTÃO START A INDICAÇÃO DA PRIORIDADE DE TRATAMENTO

SEGURANÇA NO LOCAL DE DESASTRE

A Equipe de Segurança é a responsável pelo salvamento de vítimas que se encontram


em locais inacessíveis ou perigosos.
Enquanto a equipe de segurança não liberar o local, a equipe de triagem não poderá
entrar ou deverá sair, caso esta indique a necessidade.

TRIAGEM
VÍTIMA VERDE
Um dos socorristas entra na cena da emergência, identifica e conduz (poderá ser
utilizado um megafone para isso) as vítimas que conseguem caminhar, mesmo com ajuda, para
uma área de concentração previamente delimitada. Elas serão, posteriormente, identificadas
como um cartão que a identifica como uma “VÍTIMA VERDE”

VÍTIMA VERMELHA
Serão classificadas como vítimas vermelhas aquelas vítimas que são incapazes de
caminhar, mesmo com auxílio e apresentam quaisquer das alterações abaixo, na sequência
de avaliação:
(A) Respiram, mas somente depois da liberação das vias aéreas;
(B) Possuem frequência respiratória maior que 30 RPM ou menor que 10 RPM;
(C) A perfusão capilar está superior a 2 segundos ou pulso radial ausente;
(D) Não responde às ordens simples do triador.
Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 78
Curso de Busca e Salvamento Urbano

VÍTIMA AMARELA
Serão classificadas como Vítimas Amarelas aquelas vítimas que são incapazes de
caminhar, mesmo com auxílio, mas não apresentam quaisquer alterações nos critérios de
avaliação do Método START:
(A) Respiram, normalmente;
(B) Possuem frequência respiratória menor que 30 RPM e maior que 10 RPM;
(C) Perfusão capilar inferior a 2 segundos ou o pulso radial está presente;
(D) Responde às ordens simples do triador.

VÍTIMA PRETA
Serão classificadas como vítimas PRETAS aquelas vítimas que não respiram mesmo
depois da abertura das vias aéreas.
A parada respiratória ou cardíaca resultante de trauma tem prognóstico ruim. Se todos
os seus recursos forem investidos nesta vítima, outras deixarão de ter os cuidados necessários
para uma recuperação mais rápida e também evoluirão para o óbito.
Serão classificadas como vítimas pretas também aquelas vítimas que estejam com
sinais evidentes de morte.
Sequer serão avaliadas, pois os sinais evidentes de morte aplicáveis neste caso são:
decapitação, esmagamento completo de cabeça e tórax; carbonização ou calcinação e
secção completa de tronco sem sinais vitais.
Estas vítimas serão identificadas em momento oportuno.

POSTO MÉDICO AVANÇADO OU ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE VÍTIMAS


Existirá um PMA ou quando houver um MÉDICO ou ENFERMEIRO que pertença ao
Sistema de Emergência Médica local ou Regional (HOSPITAL, GRAU, SAMU, SAME,
RESGATE SAÚDE) e que se responsabilize pela “triagem avançada” e a “priorização de
transporte” das vítimas.
Na ausência destes profissionais denominaremos esse local somente como ACV (Área
de Concentração de Vítimas).
Será montado na ZONA FRIA.

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 79


Curso de Busca e Salvamento Urbano
ÁREA VERMELHA

Destinada ao recebimento, triagem e tratamento das vítimas classificadas como


“VERMELHAS” pelo Método START na Zona Quente.
Deve contar, preferencialmente, com trabalho de Médico e Enfermeiro.

ÁREA AMARELA

Destinada ao recebimento, triagem e tratamento das vítimas classificadas como


“AMARELAS” pelo Método START na Zona Quente.
Deve contar, preferencialmente, com trabalho de Médico e Enfermeiro.

ÁREA VERDE

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 80


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Destinada ao recebimento, triagem e tratamento das vítimas classificadas como


“VERDES” pelo Método START na Zona Quente.
Deve contar, preferencialmente, com Bombeiros e/ou Profissionais de Saúde.

ÁREA PRETA

Destinada ao recebimento, triagem e tratamento das vítimas classificadas como


“PRETAS” pelo Método START na Zona Quente.
Deve contar, preferencialmente, com Profissionais de Segurança Pública e Profissionais
de Saúde.

TRANSPORTE PARA A ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE VÍTIMAS


- Vítimas verdes: encaminhadas sozinhas ou com acompanhamento de Socorristas.
- Vítimas vermelhas e amarelas: obrigatoriamente em maca cesto ou prancha longa com restrição
do movimento da coluna.
- Vítimas PRETAS: retiradas em prancha longa ou maca cesto.

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 81


Curso de Busca e Salvamento Urbano
MUDANÇA DE PRIORIDADE
“ O processo de triagem deve ser contínuo”
- Ao longo do atendimento se houver a necessidade, reclassifique a vítima, ou seja,
mude a sua prioridade.
- Uma vítima verde, pode apresentar lesão interna e evoluir para choque, ou lesão de
crânio com piora do níevl de consciência: Reclassifique-a como “vermelha”.

TRIAGEM AVANÇADA
Realizada por médicos ou enfermeiros no PMA:
A Tabela CRAMP é o método utilizado para reclassificar as vítimas na triagem
avançada no PMA.
Uma vítima inicialmente classificada como amarela poderá mudar de classificação para
vermelha ou vice-versa, com a triagem avançada.

TABELA CRAMP CLASSIFICAÇÃO CRAMP

COORDENADOR MÉDICO - PMA


Havendo reclassificação com a aplicação da Tabela CRAMP o cartão será
atualizado com a retirada da tarjeta de menor gravidade ou mudança de cartão, se necessário.
Um médico na função de Coordenador Médico solicitará ao Coordenador de Transporte
uma viatura (ambulância) adequada para transportar a vítima de acordo com a gravidade.

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 82


Curso de Busca e Salvamento Urbano
TIPO DE AMBULÂNCIA ADEQUADA
O ideal é que as vítimas vermelhas, PREFERENCIALMENTE, encaminhadas ao
hospital com ambulância de suporte avançado vida (SAV) terrestre ou aéreo.
Sabemos que num local de múltiplas vítimas os recursos de SAV são escassos, logo
teremos vítimas vermelhas e amarelas transportadas normalmente em viaturas (ambulâncias) de
Suporte Básico de Vida (SBV).

TRANSPORTE – VÍTIMAS VERDES


As vítimas verdes, geralmente, não necessitam de transporte em ambulância, pois
não apresentam lesões graves; habitualmente recebem tratamento definitivo no PMA pela equipe
médica local.
O transporte de vítimas verdes poderá ser realizado para um hospital por meio de
microonibus, van e até em veículos particulares, caso não haja, ambulâncias disponíveis.
Estas vítimas podem ser liberadas pelos médicos para a residência com um responsável
(familiar ou conhecido) com a orientação de que se houver piora do quadro (cefaléia, vômitos,
desmaios, entre outros) procure imediatamente auxílio médico.

CONTROLADORES DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE VÍTIMAS OU PMA


Na entrada da ACV deve haver um encarregado de direcionar as vítimas para as
respectivas áreas de tratamento.
Na saída da ACV deverá haver um encarregado de controlar o transporte das vítimas ao
hospital de destino.

VÍTIMAS ENCARCERADAS

Serão classificadas normalmente pelo Método START.

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 83


Curso de Busca e Salvamento Urbano
Será resgatada somente quando houver pessoal e equipamentos disponíveis.
Se houver uma equipe médica como os médicos e enfermeiros do GRAU treinados
com o Curso de BREC, EPI adequado e houver segurança para intervir, o atendimento
poderá ser feito no local.

TRIAGEM - CRIANÇAS
É coerente considerar a vítima criança como “a mais vermelha dentre as vermelhas, a
mais amarela dentre as amarelas”!
Remova-a o mais rápido possível para um centro hospitalar, dentro de sua prioridade,
desde que isso não implique em prejuízos para vítimas adultas mais graves.

CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS
Com relação às reações de histeria, é responsabilidade do profissional de triagem
iniciar o atendimento reduzindo o pânico proporcionando calma, informação e direção.
Aspectos fundamentais:
1. Tempo é o verdadeiro inimigo do socorrista. O ideal é triar uma vítima no tempo inferior a 60
segundos;
2. Estímulos visuais e sonoros são fatores que podem desviar a atenção do triador e do médico.

Rev. ABRIL 2021 Atendimento Pré-Hospitalar MP 4 - Pg 84


Curso de Busca e Salvamento Urbano

TÉCNICAS DE BUSCA E
5 LOCALIZAÇÃO
Curso de Busca
e Salvamento
Urbano

Objetivos

Ao finalizar esta Lição o participante será capaz de:

1 – Definir Busca e Localização e nomear sua importância no êxito da operação

USAR;

2 – Descrever a composição e materiais básicos para um grupo de buscas;

3 – Citar os Passos a seguir para efetuar a busca e localização;

4 – Definir espaço vital isolado e definir sua provável existência nos quatro tipos de
colapsos;

5 – Descrever os métodos, tipos, procedimentos e padrões para efetuar uma busca;

6 – Citar ao menos seis recomendações a seguir para a comunicação e contato com a


vítima durante a fase de busca e localização;

7 – Demonstrar nos dois exercícios os passos de uma busca e localização física,


utilizando dois padrões.

Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 85


Curso de Busca e Salvamento Urbano

1. Busca e Localização
Aplicação de técnicas e procedimentos tendentes a obter respostas ou
indícios de existência de vítimas com vida em algum espaço isolado da estrutura colapsada.

2. Importância da Busca
As probabilidades de encontrar vítimas com vida decrescem rapidamente
com o decorrer do tempo.
A metade das vítimas geralmente caem na superfície e são resgatadas pelos
próprios habitantes locais e voluntários espontâneos. Os outros 50% se distribuem entre vítimas
moderadamente presas (35%) e vítimas presas em espaços vitais (15%) que requerem uma busca
imediata dentro das primeiras 24horas.

Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 86


Curso de Busca e Salvamento Urbano

3. Composição de uma equipe de Busca e Localização

• Líder da equipe
É o responsável pelo desenvolvimento do Plano de Busca, elaboração dos diagramas,
documentação e de fazer recomendações ao comandante do incidente.
O Líder também cumpre a função de segurança. É o responsável de cuidar da segurança da
operação de busca.

• Resgatistas
São os que efetuam a operação de busca cumprindo o plano designado pelo Líder da
Equipe, segundo o modo, tipo ou padrão de busca utilizado, cada integrante da equipe poderá seguir
diferentes tarefas.

4. Materiais necessários para uma equipe de busca

• Equipamento de proteção individual completo e de primeiros socorros;


• Equipamento mínimo para operar sem assistência ao menos por 12 horas: água,
gerados, alimentação, abrigo para descanso das equipes, etc.;
• Ferramentas básicas;
• Equipamentos de radiocomunicação pessoal com o Posto de Comando (HT);
• Material para marcar: Spray, giz, fitas, bandeiras, marcadores, etc.;
• Material para chamar, avisar ou alertar: megafone, apito, lanterna, rádio, etc.;
• Material para revisão e reconhecimento: máquina digital, trena, lanterna manual;
• Diagramas e croquis de busca, lápis, canetas coloridas, tábuas de apoio;
• Equipamento de busca técnica especializada ou improvisada;
• Outros materiais adicionais (Manual de resposta em caso de acidente com produtos
perigosos, detectores);

Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 87


Curso de Busca e Salvamento Urbano

5. Passos para Busca e Localização

1) Pesquisar e analisar as informações disponíveis utilizando o formulário


correspondente;
2) Assegurar a cena;
3) Revisar e avaliar a estrutura;
4) Resgatar as vítimas na superfície e de fácil acesso, caso não tenha sido feito
anteriormente;
5) Fazer marcação na estrutura (INSARAG), caso não tenha sido feito
anteriormente;
6) Elaborar o diagrama da estrutura;
7) Selecionar áreas de busca;
8) Decidir o método de busca a utilizar;
9) Efetuar o padrão de busca e colocar as marcas de vítimas (INSARAG) nos pontos
onde sejam detectadas na estrutura e também no diagrama;
10) Analisar continuamente os resultados e reavaliar o plano (fazer os ajustes
necessários);
11) Iniciar o procedimento de manejo de atenção à vítima;
12) Confirmar a existência e a localização das possíveis vítimas com recursos e
equipamentos disponíveis;
13) Proceder ao passo seguinte de acesso à vítima (resgate);

6. Espaço Vital Isolado

Definição: Lugar dentro de uma estrutura colapsada onde existem condições de sobrevivência
para as pessoas ali presas.

Cada tipo de colapso tem características particulares que requerem técnicas


particulares para trabalhar neles.

Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 88


Curso de Busca e Salvamento Urbano
Nos diagramas a seguir são apresentadas as localizações dos espaços vitais
isolados nos quatro tipos básicos de colapso.
• Apoiado ao piso: produz-se quando uma ou várias das paredes ou
pisos, fraturam-se ou separam em suas juntas, causando que um de seus extremos caia e repouse
no piso inferior.

Este colapso resulta em um espaço em forma de triângulo, o que se


considera que é um espaço para a sobrevivência, isto é a área onde se supõe que a sobrevivência
da vítima é alta. Recorde que o extremo que fica apoiado está em estabilidade precária. Esta área
pode necessitar estabilização com escoramento se os resgatistas devem fazer exploração ou
extração. Os resgatistas podem encontrar vítimas dentro do espaço e sobre os escombros que
caíram durante o colapso.
• Forma de “V”: Localizados em ambos os lados do piso paralisado e o
ângulo formado pelo chão e as partes inferiores das paredes em pé. Isto ocorre também quando a
placa ou parte dela ao cair fratura por golpear com outra parte da estrutura ou algum volume que
se encontre no piso inferior provocando uma figura similar a uma “V”.

Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 89


Curso de Busca e Salvamento Urbano
• Empilhamento: produz-se quando as paredes ou colunas falham por
completo, e os pisos superiores caem horizontalmente sobre os inferiores. Localizados sobre ou
debaixo dos pisos colapsados, onde os escombros têm maior volume, neste tipo de espaço vital a
vítima fica sepultada, ficando espaço livre suficiente para que possa respirar e manter-se com vida.

Os espaços empilhados prevalecem nos colapsos que se dão em edificações


de concreto de vários pisos, que caem um sobre outro. Os espaços resultantes são limitados e de
difícil acesso, especialmente em estruturas de concreto. Assim, o resgate se faz com acesso
horizontal através dos orifícios criados, onde em algumas situações é necessário fazer acessos
forçados.

• Suspenso (ninho de andorinha): produz-se quando as paredes


colapsam, e um ou várias extremidades dos pisos ficam suspensas no ar, enquanto que os outros
extremos dos pisos estão ainda engastados às paredes.
Localizados sobre ou debaixo dos pisos suspensos, realmente este tipo de
espaço vital, tem por característica que a vítima só se encontra impossibilitada de abandonar esse
espaço por seus próprios meios, requerendo somente apoio de pessoal de resgate, nestes casos o
perigo é mais para os resgatistas por queda de material sobre estes, que para a vítima.

Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 90


Curso de Busca e Salvamento Urbano
Este tipo de colapso é extremamente perigoso por sua instabilidade, requer
escoramento imediato e de extremo cuidado.
Cada um destes tipos de colapso permite encontrar espaços vitais isolados,
pelo qual é importante reconhecer o tipo de estrutura, a forma em que pode colapsar, assim como
os materiais de que é composta, para desta maneira dar início à localização de espaços vitais
isolados e das vítimas com possibilidades de sobrevivência.
Conhecendo os tipos de estruturas, passemos a analisar as etapas que
conformam a busca e localização em uma estrutura colapsada.

7. Modos de Busca
7.1. Busca Superficial
Este modo de Busca é aquele que se efetua de maneira rápida para detectar a
presença de sobreviventes na superfície ou em espaços vitais de fácil acesso.
7.2. Busca Extensiva
Este modo de Busca é aquele que se efetua de maneira metodológica e
cobrindo detalhada e lentamente toda a área designada. Inclui a aplicação de diversas técnicas e
padrões de busca.

8. Tipos de Busca

8.1. Busca física

Não requer equipamentos especiais nem de especialistas. Só requer a


capaciade humana, seus sentidos e alguns procedimentos pré-estabelecidos.
Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 91
Curso de Busca e Salvamento Urbano
Esse tipo de busca muitas vezes é o único disponível pelas equipes locais de
primeira resposta que não disponham de recursos técnicos ou caninos.

8.2. Busca canina

Na busca canina se utiliza o agudo sentido do olfato de cães treinados.


Equipes de cães certificados, altamente especializados e treinados permitem
localizar vítimas presas no menor tempo possível. Os cães podem entrar em áreas que seriam
estreitas e instáveis para uma pessoa. Podem ser utilizados na Busca Superficial e na Busca
Extensiva.

8.3. Busca Técnica

Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 92


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Requer equipamentos e pessoal treinado/especializado em detecção de sons,


temperatura, vídeo, vibrações, etc. Pode ser efetuada com equipamentos desenhados
especialmente para isso ou com equipamentos improvisados de adaptação local.

9. Procedimentos de Busca

9.1. Busca por chamado e escuta


1) Distribuem-se os membros de uma equipe USAR na área colapsada conforme o
padrão de busca necessário;
2) Faz-se silêncio absoluto e um dos resgatistas, com a voz, ou com o uso de
megafone, ou batendo fortemente em uma estrutura metálica da edificação, pede-se
à possível vítima presa que grite ou faça algum ruído batendo em algum objeto
sólido (ao menos 3-5 vezes);
3) Ao produzir-se a chamada da vítima ou algum som de batida, os outros três
resgatistas apontam na direção de onde ouviram o ruído;
4) Traçam-se linhas imaginárias a partir de cada resgatista até o lugar de origem do
som. O ponto onde se interceptam as três linhas é o lugar provável onde se encontra
a vítima;

5) É recomendável se utilizar um diagrama de busca de tal maneira que se possa


localizar o ponto com certa precisão. A vítima estará localizada provavelmente nas
coordenadas cruzadas;
Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 93
Curso de Busca e Salvamento Urbano
6) Podem ser utilizadas coordenadas geográficas (norte, sul, leste e oeste) ou as horas
do relógio (tomando as 12 horas como o Norte).

O padrão do colapso, o tipo de materiais de construção ou outras variáveis podem


facilitar a identificação da origem pela voz, melhor do que as batidas e vice-versa.
Utilize ambos para maior segurança.

9.2. Busca por transmissão de sons


Utilizam-se os mesmos elementos de localização quando o procedimento
utilizado é por transmissão de sons através de alguns dos componentes estruturais, sejam
tubulações ou partes da mesma estrutura utilizadas pela vítima para fazer notar sua presença.

10. Padrões de Busca Física


De acordo com o tipo de estrutura a buscar, ao tipo de colapso existente e a
análise da informação prévia recolhida, se podem utilizar diversos tipos de padrões de busca.
Analisaremos alguns dos mais típicos:

Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 94


Curso de Busca e Salvamento Urbano
10.1. Padrão de Busca em habitações múltipla
Utiliza-se quando caem sem colapsar várias habitações completas. O padrão
a seguir sempre é entrar à direita e continuar sempre à direita, para que se consiga uma cobertura
completa de busca e retorno ao local de partida.

10.2. Padrão de Busca em Paralelo


Uma vez que a área de busca tenha sido selecionada, colocam-se os
resgatistas em linha com uma separação entre eles de 1,5 metros. O líder se mantém detrás deles
de tal maneira que possa observá-los.

A linha de resgatistas é numerada sequencialmente da esquerda para a


direita.
O líder solicita em voz alta ou com um megafone: “SILÊNCIO, TODOS
EM SILÊNCIO, INICIANDO A BUSCA”.
Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 95
Curso de Busca e Salvamento Urbano
Sob as ordens do líder a linha se move de 2 a 3 metros para frente sobre os
escombros e todos os resgatistas se agacham colocando a orelha o mais próximo possível do piso.
O Resgatista número 1 chama “ATENÇÃO, SOU DO CORPO DE BOMBEIROS, SE ALGUEM
ME OUVE GRITE OU BATA TRÊS VEZES!”.
Todos os resgatistas tentam ouvir uma resposta durante 15 a 20 segundos.
Caso não tenha resposta o Resgatista número 1 grita “NADA SE OUVE”.
Agora o Resgatista número 2 faz o chamado e todos escutam e assim
se segue depois com o Resgatista número 3 e os demais até completar a linha de resgatistas. Agora
se movem os resgatistas até adiante de 1,5 a 3 metros e todo o processo se repete. Uma grande
área do colapso pode se cobrir com esse padrão de busca.
Se algum dos resgatistas escuta algo deverá levantar seu braço até que o
Líder veja. Todos os demais apontam com o seu braço até aonde surge o ruído e não se moverão
de sua posição até que o Líder os autorize. O Líder poderá enviar ao lugar outros membros do
grupo a fim de checar e marcar o lugar.

10.3. Padrão de Busca Circular Externo


Pode se utilizar esse padrão quando é impossível ou difícil o acesso por
cima da pilha de escombros. Pode ser efetuado por quatro resgatistas localizados
perpendicularmente. Fazem o procedimento de chamada e escuta e se não escutam vão fazendo
1/12 de giro na direção dos ponteiros do relógio e repetem o procedimento de chamada e escuta
nas quatro paradas que cada resgatista faz, assim cobrem e detalhes toda a circunferência da área.
/não é tão preciso quanto o padrão de busca em paralelo. Utilizam-se os mesmos códigos de
palavras nas chamadas e reportes.
Caso algum som seja escutado, aponta-se até onde provem o som e se
triangula a possível localização da vítima.

Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 96


Curso de Busca e Salvamento Urbano

11. Modos de Busca


Essas recomendações devem aplicar-se desde o momento em que se inicia a
busca até a localização e resgate da vítima.
11.1. Recomendações a seguir durante o processo de busca
• Não faça comentários inconvenientes;
• Assuma que a vítima sempre está escutando as conversações no exterior da
estrutura;
• Seja positivo no que comenta. Seus comentários podem influir na sobrevivência da
vítima;
• Quando chamar demonstre confiança e incite a vítima a sobreviver;
• Identifique-se e projete com sua voz tranquilidade, confiança e segurança no que
faz;
• Pergunte à vítima os seguintes dados: nome, idade, tipos de lesões que tem,
condição de hidratação, frio ou calor, como está preso seu corpo, se há outras
vítimas próximas e suas condições;
• Avise-a em caso de ausência, em que haja perda do contato, mesmo que seja por
períodos curtos de tempo;
• Informe-a do progresso da operação para resgatá-la;
• Construa abrigo na medida de suas possibilidades;
• Considere a intervenção direta ou indireta de algum parente ou conhecido da
vítima;
• Assim que possível, inicie a assistência médica.
PRÁTICA
O instrutor deverá providenciar para que as equipes sejam divididas e executem em
pistas de escombros as práticas dos padrões de busca, com técnica de chamada e escuta, deverá ainda
exigir dos alunos a marcação externa de área de trabalho.
2 Bases de Padrão de Busca em Paralelo e 2 Bases De Busca Circular Externa
Ao final da prática a equipe do canil do CBPMESP fará uma demonstração de uma
busca canina bem como explanará conceitos de cinotecnia.

Rev. ABRIL 2021 Técnicas de Busca e Localização MP- 5 Pg 97


Curso de Busca e Salvamento Urbano

6 Curso de Busca e Salvamento Urbano RESGATE EM SUPERFÍCIE

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1) Identificar os fatores de maior relevância no processo de remoção de

escombros;

2) Enumerar os fatores a considerar antes de levantar uma carga;

3) Definir alavanca, seus componentes e explicar suas três classes;

4) Demonstrar o procedimento de levantamento, movimentação e estabilização de


cargas;

5) Demonstrar a técnica de dobradiça para resgate vertical.

Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 98


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Técnicas de Resgate

Em uma operação de resgate em estruturas colapsadas nível leve, a extração de


vítimas superficiais é uma prioridade e a forma como se desenvolvem as atividades visa garantir que
possamos salvar o maior número possível de pessoas.

Estas atividades requerem:

- Avaliação da situação e dos riscos presentes tanto para as vítimas como para os
resgatistas;
- Classificação rápida das vítimas com a finalidade de priorizar sua atenção;

- Atenção no local e evacuação dos pacientes.

Algumas vítimas superficiais, para sua evacuação, necessitarão de acesso dos


resgatistas através de técnicas de resgate em superfície, como:

- Remoção de escombros;

- Estabilização de cargas;

- Técnicas de resgate vertical.

1. Remoção de escombros
REGRA GERAL PARA RETIRADA DE ESCOMBROS
1º PEÇAS GRANDES SOLTAS
2º PEÇAS PEQUENAS SOLTAS
3º PEÇAS PEQUENAS PRESAS
4º PEÇAS GRANDES PRESA

Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 99


Curso de Busca e Salvamento Urbano

a) Verificar a forma como a edificação sofreu o colapso e como ficaram seus


componentes, com a finalidade de localizar espaços vitais isolados ou possíveis VÍTIMAS.

b) A remoção de escombros deve ser metódica e progressiva; o procedimento que


deve ser utilizado quando os escombros não estão amontoados em grande altura, caso contrário, deverá
evacuar o local. Para retirar os escombros manualmente, começa-se tirarando as peças soltas de maior
tamanho (madeira, pedra, móveis), que se encontrem soltas;

c) Ao mover as peças grandes, tenha o maior cuidado com a ligação que estas
podem ter com outras partes da estrutura, suportando ou servindo de ancoragem;

d) Não mova escombros que sofram pressão, pois poderão estar servindo de base
para escombros superiores e, ao retirá-los, pode criar-se um ambiente instável. Ao encontrar esta
situação, reporte ao líder e troque de rota;

e) Abrir um caminho entre os escombros, aprofundando o necessário e com


diâmetro adequado para circulação;

f) Organize uma cadeia humana para retirar os escombros;

g) Utilize posições ERGONÔMICAS adequadas durante o trabalho.

2. Levantamento e estabilização de cargas

A) Fatores a serem considerados antes de levantarmos uma carga:

1. Peso da Carga: É necessário estimar o peso do material ou objeto para verificar


se o sistema ou ferramentas, serão capazes de realizar o trabalho. Exemplos:
- O concreto reforçado pesa entre 2 e 2,4 Ton/m3;
- Um piso de concreto de 15 a 20 cm de espessura pesa aproximadamente 440 a 732
kg/m2;
Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 100
Curso de Busca e Salvamento Urbano
- Uma construção leve de estrutura em madeira pesa aproximadamente 49 a 122
kg/m2.
2. Se a estrutura que vamos levantar encontra-se presa a outras estruturas;
3. Se existe algum escoramento prévio ou algo que sustente a estrutura;
4. Se existe área suficiente para efetuar a movimentação;
5. Perigos potenciais presentes, que podem ser gerados com o levantamento da carga;
6. Efeito do levantamento da carga sobre a vítima.

B) Cálculo do peso de um elemento estrutural:

É importante que possamos calcular o peso de qualquer elemento estrutural que


devamos levantar ou deslocar. As variáveis requeridas são:

- Dimensões do elemento a levantar/deslocar (comprimento x largura x


profundidade);
- Peso do material do qual está conformado o elemento em questão;
- Altura x Largura x Profundidade = Dimensão do Elemento a Mobilizar (DEM) e
- DEM x Peso do Material o qual trabalhamos = Peso do Elemento a Mover.

C) Sistema para levantar cargas:

Como vimos, o levantamento de cargas requer de um conjunto de condições e


procedimentos, orientados à realização de um trabalho seguro e eficiente, seja este realizando de forma
manual ou utilizando equipamentos e/ou maquinários.

Alavanca, “a máquina mais simples”

Elemento rígido que, partindo de um ponto de apoio (fulcro), permite


transmitir um movimento a um objeto pesado a fim de levantá-lo ou movê-lo.

Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 101


Curso de Busca e Salvamento Urbano
Componentes de uma alavanca:

• Elemento rígido;
• Força;
• Carga;
• Ponto de apoio (fulcro) da alavanca.

Classes de Alavancas:
Classe 1: Ponto de APOIO está entre a FORÇA e a CARGA;
FORÇA – APOIO - CARGA
Utilização: Para levantamento ou retirada. Exemplos: a gangorra e o martelo.

Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 102


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Classe 2: A CARGA está entre a FORÇA e o APOIO.


FORÇA - CARGA - APOIO
Utilização: Para transportar carga, movê-la de um local para outro. Exemplo:
carrinho-de-mão.

Classe 3: A força está entre o apoio e a carga.


APOIO – FORÇA – CARGA
Utilização: Uso de uma pá ou as gruas que transportam veículos

OPERAÇÃO PARA ELEVAÇÃO DE CARGAS COM SISTEMA DE ALAVANCAS

Esta operação é extremamente arriscada, devendo o comandante da equipe avaliar


todos os riscos envolvidos, principalmente no tocante a estabilização da carga, que será elevada e dos
efeitos que ela terá sobre a vítima.

Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 103


Curso de Busca e Salvamento Urbano

MATERIAL NECESSÁRIO:

- Todo o EPI individual dos operadores;


- Barras metálicas (alavancas) quantas forem necessárias, de acordo com o número
de alavanqueiros;
- 02 (dois) pés de cabra e;
- Blocos de madeira (servirão como fulcros e para a estabilização).

FUNÇÕES DOS OPERADORES USAR:

- LÍDER OU COMANDANTE;
- SEGURANÇA E;
- ALAVANQUEIROS;

OPERAÇÃO PARA MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS COM SISTEMA DE ROLETES


Esta operação deve ser feita com o máximo sincronismo de toda a equipe, sendo
todos os movimentos coordenados pelo comandante.

Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 104


Curso de Busca e Salvamento Urbano
MATERIAL NECESSÁRIO:
- Todo o EPI individual dos operadores;
- Barras metálicas (alavancas) quantas forem necessárias, de acordo com o número
de impulsionadores, direcionadores e freio;
- Roletes de metal em quantidade e dimensões adequadas à carga;
- Caibros de madeira que servirão de trilho e;
- Blocos de madeira para efetuar a elevação da carga, caso necessário.

FUNÇÕES DOS OPERADORES USAR:


- LÍDER OU COMANDANTE;
- SEGURANÇA;
- IMPULSIONADOR;
- DIRECIONADOR;
- FREIO E;
- REPOSITOR DE ROLETES.

Sistema de assoalhos para suportar e estabilizar cargas

Consiste na colocação de uma quantidade de blocos de madeira de forma pré-


determinada para suportar uma carga.

Os 02 (dois) tipos de assoalhos devem ser construídos sobre uma base sólida de 04
(quatro) blocos para a garantia de uma maior estabilidade.

Consiste em empilhar blocos de madeira de 10 x 10 cm de espessura na


configuração de dois ou três blocos por lance sobre uma base sólida de quatro blocos para ter uma
maior estabilidade. Através da superposição de lances, obtém-se a altura necessária para manter uma
carga e deixar liberado um espaço pelo qual se pode passar.

Recomenda-se que a peça a levantar faça contato com todas as superfícies dos blocos
de madeira e que os blocos estejam bem alinhados. Isto garantirá que as capacidades de suporte sejam
as máximas.
Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 105
Curso de Busca e Salvamento Urbano

Deve-se tratar de que a carga repouse sempre sobre os quatro pontos de contato de
um piso de madeira.

Quando a situação obriga a usar assoalhados que não sejam de forma quadrada com
menos de quatro pontos de contato com a carga, a altura do piso de madeira deve diminuir para
garantir estabilidade e não deve ser maior que uma vez o tamanho da base.

A resistência total do piso de madeira corresponde à carga perpendicular que exerce


o elemento suportado sobre os pontos de apoio criados no piso de madeira. Por exemplo, em um piso
de madeira de 2 x 2, criam-se 4 pontos de apoio, em um piso de madeira de 3 x 3, geram-se 9 pontos
de apoio.

Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 106


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Casos em que o piso de madeira não seja quadrado (é menos estável) deve-se limitar
a altura a uma vez a maior dimensão do bloco de madeira, para os casos de elevação de carga e a duas
vezes essa dimensão para escoramento de estruturas já suspensas. Em todos os casos, devem-se deixar
livres ao menos 10 cm a partir das pontas dos blocos para assegurar que o modo de falha por
compressão seja lento e avise.
A madeira para assoalhado deve cumprir as seguintes condições:
- Podem ser obtidas comercialmente em medidas de 4” x 4” (10 cm x 10 cm), e de
um comprimento apropriado de 20 polegadas (50 cm);
- A madeira selecionada para assoalhar deve ser sólida, reta e livre de falhas como
nós, ocos ou rachaduras;
- As superfícies dos blocos de madeira devem estar livres de qualquer pintura ou
acabamento, já que isto pode fazer as superfícies escorregadias, sobre tudo quando estão molhadas;
- As cunhas são obtidas dos próprios blocos, cortando-os em forma oblíqua; e
- As madeiras utilizadas para assoalhar devem estar em capacidade de suportar ao
menos 500 PSI (libras por polegada quadrada), ou 35,15 Kg/cm2. Recomenda-se identificar nos países
o tipo de madeira que cumpre com estas características.

Um bom sistema de assoalho de madeira permite manter levantada, sustentada e estabilizada


uma carga

Tipos de Assoalho
a. Plataforma (3 x 3): É construído colocando-se os blocos em camadas, com cada
camada perpendicular à anterior (transversal ou cruzada sobre a anterior). São construídos sobre uma
base sólida.

Tem uma capacidade de suporte de:


- Em madeira pinus ou eucalipto 4x4 polegadas
(10X10 cm) = 2.400 kg por ponto de apoio, perfazendo um total
de 21.600 Kg.

Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 107


Curso de Busca e Salvamento Urbano

b. Caixa (2 X 2): Se constroem colocando uma linha de dois blocos paralelos


seguida de outra linha com dois blocos paralelos entre si, porém perpendiculares em relação a primera
linha.

Tem uma capacidade de suporte de:


Em madeira pinus ou eucalipto 4x4
polegadas (10X10 cm) = 2.400 kg por ponto de apoio,
perfazendo um total de 9.600 Kg

Procedimento para levantar e estabilizar uma carga:

1) Abrir o entalhe inicial utilizando uma cunha e uma marreta. Separar a carga do
chão a fim de abrir espaços para trabalhar com a barra que se utiliza como alavanca.
2) Inserir uma alavanca grande (ou ferramenta similar) e utilizar a classe de
alavanca mais eficiente para levantar a carga: Alavanca Classe 1 (força – apoio – carga).
3) Levantar o suficiente para colocar os blocos do primeiro nível. Utilizar no
mínimo 04 blocos para a base;
4) Subir o ponto de apoio para colocar o segundo nível do assoalho; e
5) Repetir o passo 4 até que haja espaço suficiente para remover o paciente.

Normas Gerais para Assoalhos:

1) A primeira camada deve ser sólida para distribuir a carga que será levantada;
2) O limite de altura é de 01 (uma) vezes o tamanho da base (lado);
3) Espaçar os blocos com 10 cm para manobrá-los; e
4) O tamanho dos blocos deve ser de 50 cm para que 10 cm das bordas sobrem
para garantir maior estabilidade ao assoalho.

Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 108


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Normas de Segurança:

1) “Polegada levantada, polegada calçada!”


2) AS MÃOS NUNCA FICAM SOB A CARGA!!!

É possível improvisarmos assoalhos com rodas de automóveis, móveis ou postes de


madeira, porém devemos sempre nos certificar previamente da resistência e capacidade de carga do
material empregado.

3. Técnica básica de resgate vertical “DOBRADIÇA”

A descida do paciente no plano vertical com emprego da maca e da escada será feito
diante da impossibilidade de se evacuar a vítima por vias normais (escadas, elevadores) e,
principalmente, se esta apresentar sinais de lesão na coluna, quadril e membros inferiores, ou diante de
outras situações adversas.
Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 109
Curso de Busca e Salvamento Urbano

É necessária a intervenção de uma equipe de 05 (cinco) pessoas (01 líder e 04


resgatistas) e o seguinte material:
- 01 (uma) escada em alumínio, de 3,6 m (12 pés) de alcance;
- 01 (um) cabo de 25 m;
- 02 (dois) cabos da vida;
- 01 (uma) maca ou prancha rígida; e
- Fitas ou cabos para a amarração do paciente.

3.1. Técnica empregada pela equipe USAR


- Ao comando de: “preparar para a retirada de vítima utilizando escada prolongável e maca”, o
chefe de guarnição determina aos auxiliares n.º 1 e n.º 2 para que armem a escada, seguindo as vozes de
comando de armação da escada;
- Os auxiliares n.º 1 e n.º 2 transportam a maca até o local mais próximo da escada, deixando-a
no solo;
- O auxiliar n.º 3 sobe a escada, levando consigo a corda que será usada como cabo guia e dois
cabos da vida. Chegando no local, lança o chicote ao solo;
- O auxiliar n.° 4 sobe para ajudar o auxiliar n.° 3;
- O auxiliar n.º 2 recolhe o chicote e confecciona um lais de guia na maca. Depois, ele dá o
pronto à amarração da maca e grita: “Içar maca”;
- O auxiliar n.º 3, junto com o auxiliar n.° 4, fazem o içamento da maca;
- Os auxiliares n.º 3 e n.º 4 colocam a maca próxima à vítima;
- Os auxiliares n.º 3 e n.º 4 colocam a vítima na maca e a posicionam para fixá-la à escada;
- Os auxiliares n.º 3 e n.º 4, munidos dos cabos da vida, fixam a maca na escada executando as
seguintes amarrações: nos punhos de sustentação da maca executam o nó volta do fiel, utilizando a
ponta da corda; e nos banzos e degrau da escada, executam o nó volta do fiel, deixando um espaço entre
a maca e a escada de 15 cm aproximadamente. Os dois dão o pronto para a amarração;
- O chefe determina aos auxiliares n.º 1 e n.º 2 que encostem o pé da escada junto à parede na
vertical;
- Após o pronto dos auxiliares n.º 1 e n.º 2, o chefe determina que eles comecem a inclinar a
escada seguindo, lado a lado, voltados para a escada;

Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 110


Curso de Busca e Salvamento Urbano

- Enquanto os auxiliares n.º 1 e n.º 2 inclinam a escada, o auxiliar n.º 4 guia a maca, juntamente
com o auxiliar n.° 3, mantendo uma descida lenta e constante até que os auxiliares n.º 1 e n.º 2 estejam
prontos.
- Antes da escada tocar o solo, o auxiliar n.º 1 a segura na altura do joelho, e o auxiliar n.º 2
desloca-se para os pés da maca e a segura;
- O auxiliar n.º 1 desfaz a amarração dos fiéis e, auxiliado pelo n.º 2, retira a maca de cima da
escada, ambos colocam a maca com a vítima no solo, dão o pronto e elevam a escada para a descida da
guarnição na mesma sequência de subida: o auxiliar n.º 4 e o auxiliar n.º 3.
- Após a descida do último homem, o chefe de guarnição determinará que seja desarmada a
escada. É dada por encerrada a operação.

Rev. ABRIL 2021 Resgate em Superfície MP 6 - Pg 111


Curso de Busca e Salvamento Urbano

APLICAÇÃO DE FEAS E TÉCNICAS


7Curso de Busca e Salvamento Urbano DE ACESSO E APROXIMAÇÃO

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1) Definir Ferramenta, Equipamento e Acessório (FEA);

2) Reconhecer a classificação das FEAs segundo seu uso para os materiais a que

se destina;

3) Enumerar os passos gerais a seguir antes, durante e depois de usar as FEAs;

4) Conhecer as maneiras e técnicas de manuseio de FEAs em locais com restrição

de espaço;

5) Conhecer as formas de acesso e suas particularidades;

6) Conhecer o conceito de “Quebra Limpa”;

7) Conhecer as técnicas de aproximação;

8) Demonstrar nas estações práticas a operação e aplicação correta das FEAs em

locais com restrição de espaço e movimentação e a criação de acessos e

aproximações de acordo com as técnicas ensinadas.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 112


Curso de Busca e Salvamento Urbano

1. Definições

1.1. FERRAMENTA
Objeto manual que serve para realizar uma tarefa com a energia que provém
diretamente do operador.
Ex.: Martelo, serrote, guilhotina manual

1.2. EQUIPAMENTO
Máquina ou aparelho de certa complexidade que serve para realizar uma tarefa e cujo
princípio de ação consiste na transformação de energia para aumentar a capacidade de trabalho.
Ex.: Gerador elétrico, torre de iluminação, motoabrasivo

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 113


Curso de Busca e Salvamento Urbano

1.3. ACESSÓRIO
Objeto que individualmente complementa e, em conjunto com outros, pode conformar
um equipamento ou ferramenta, permitindo ampliar ou melhorar as capacidades operativas ou realizar
uma tarefa.
Ex.: Discos para corte de metal

2. Ferramentas, Equipamentos e Acessórios usados em Operações USAR,


segundo seu uso:
Ex.: Martelo, pá, furadeira de mão, gerador elétrico portátil, fita métrica.

2.1. PARA MATERIAIS PERIGOSOS (MATPEL)


Ex.: Detectores de gases, binóculos, roupa e equipamento de proteção individual
contra produtos químicos, Guia de Resposta em Emergências (ABQUIM) etc.
2.2. PARA ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH)
Compreendido por: colares cervicais, imobilizadores laterais de cabeça, prancha,
bandagens triangulares, etc.

Ex.: Colar cervical, imobilizadores laterais, prancha

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 114


Curso de Busca e Salvamento Urbano
2.3. PARA BUSCA
São aquelas FEAs utilizados para busca e localização de vítimas presas em uma
estrutura colapsada.

2.4. PARA RESGATE


São aquelas FEAs utilizadas para penetrar, ganhar acesso e resgatar a vítima em uma
operação USAR. Aqui se agrupam os equipamentos cuja função principal é romper, cortar, perfurar,
levantar e abrir.

2.5. PARA TRABALHO EM ALTURA


Conformado por: cordas, mosquetões descensores, polias, arnês.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 115


Curso de Busca e Salvamento Urbano

2.6. PARA SUPORTE OPERACIONAL


São aquelas FEAs que permitem o desenvolvimento sistemático de uma operação
USAR e apoiam as atividades de resgate. Facilitam e dão funcionabilidade à atividade de resgate, com
funções de ventilação, iluminação e outras.

2.7. PARA PROTEÇÃO INDIVIDUAL


Referem-se a todos aqueles implementos que o resgatista usa para proteger-se de lesões
ou danos durante uma operação USAR. Garantem que, embora esteja em uma área de máximo perigo
com o propósito de salvar vidas, o resgatista está protegido do meio ambiente e de suas características
hostís.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 116


Curso de Busca e Salvamento Urbano

3. Equipamentos segundo ao seu mecanismo de ação


3.1. EQUIPAMENTOS ELÉTRICO
Os Equipamentos elétricos são os que usam energia elétrica para funcionar, seja por
bateria ou corrente alternada. Permitem trabalhar em locais fechados, mas são inadequados para
ambientes molhados ou expostos a chuva.

3.2. EQUIPAMENTOS PNEUMÁTICOS


Os Equipamentos pneumáticos são os que utilizam ar comprimido como fonte de
energia e requerem que uma pressão determinada seja fornecida por um compressor ou por um cilindro de
pressão.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 117


Curso de Busca e Salvamento Urbano

3.3. EQUIPAMENTOS DE COMBUSTÃO INTERNA


Estes equipamentos utilizam um motor à combustível (combustão interna) de 2 a 4
tempos como fonte de energia. Não são adequados para trabalhar em ambientes fechados, nos quais é
importante controlar a ventilação nos lugares onde sejam utilizados. Alguns exemplos:

- Injetores de ar;
- Motoserra;
- Motoabrasivos;
- Compressores;

3.4. EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS


Estes equipamentos funcionam com fluidos sob pressão, normalmente óleos especiais.
Podem ser operados manualmente, por uma fonte elétrica ou de combustão interna.

3.5. OUTROS
Pertencem a esta categoria os equipamentos mecânicos, acionados por alavanca, etc;

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 118


Curso de Busca e Salvamento Urbano

4. Passos gerais no uso e manutenção de FEA


Devem-se considerar os passos gerais abaixo que devem ser seguidos quando se opere
qualquer ferramenta, equipamento ou acessório em uma Operação USAR. Estes devem ser aplicados em
conjunto com as instruções específicas dos mesmos.

4.1. ANTES de iniciar uma operação:


- Colocar todo o equipamento de proteção pessoal adequado;
- Verificar a disponibilidade de combustível e/ou fontes de energia;
- Verificar o funcionamento correto do equipamento;
-Verificar os acessórios necessários para cada ferramenta e equipamento; e
- Conhecer e cumprir todas as normas de segurança (da operação USAR e do
fabricante).

4.2. DURANTE a operação:


- Aplicar as normas de segurança e trabalhar sempre em duplas;
- Não ultrapassar as capacidades das FEAs;
- Usá-las nos trabalhos para os quais foram desenhados;
- Operá-las adequadamente; e
- Verificar que os acessórios estejam colocados adequadamente.

4.3. DEPOIS
- Seguir os procedimentos corretos de limpeza e manutenção para cada ferramenta,
equipamento ou acessório;
- Armazenamento em local adequado;
- Verificação de combustível e partes vitais; e
- Controle (Ficha de Vida Útil ou Ficha de Manutenção)

4.4. Guia geral para uso de Equipamentos


- Use sempre a lâmina ou broca adequada para o material que irá penetrar/romper e
assegure que esteja firmemente instalada no equipamento antes de começar;
Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 119
Curso de Busca e Salvamento Urbano
- Não operar uma furadeira até que a broca faça contato com o material que irá penetrar;
- Por outro lado, quando operar uma serra circular ou motoabrasivo, a lâmina deve
chegar à velocidade máxima antes de fazer contato com o material;
- Quando usar a furadeira ou serra circular não desligue enquanto a broca ou lâmina
esteja dentro do material. Deve-se primeiro extrair completamente a broca ou lâmina do material antes de
diminuir a velocidade do equipamento;
- Caso a broca da furadeira trave no material e não seja possível removê-la com a
atuação normal da furadeira, NÃO faça força de alavanca com a furadeira, solte a broca com o madril e
use ferramentas de mão para liberar a broca.

Manutenção das FEAs


As FEAs devem receber manutenção em dois níveis:

PREVENTIVO
- Realizar uma inspeção ao mês que garanta seu bom funcionamento;
Ex.: troca de fluidos, revisão de níveis e desgaste das partes

CORRETIVO
É o momento no qual se arrumam e corrigem os danos e falhas que se detectem.
Ex.: Mudança de peças gastas ou deterioradas, solução de problemas inesperados
como a ruptura de um acessório.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 120


Curso de Busca e Salvamento Urbano
Planilha de Uso e Manutenção de Equipamentos
Equipamento: Marca:

Modelo: Identificador:

Nº de sárie: Data da Aquisição:

Valor: Serviço Técnico:

Especificações:

Acessórios:

Registro de Manutenção

Vencimento da
Data Descrição da ação Realizada por Garantia

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 121


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Registro de Uso

Data Período de Operação Operador (a) Observações

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 122


Curso de Busca e Salvamento Urbano
5. Técnicas para uso de FEAs em locais de restrição de espaço
O uso das diversas FEAs deve ser adaptado de acordo com o local onde o resgatista
esteja trabalhando, não é raro em operações USAR que o profissional necessite trabalhar em posições
pouco ergonômicas ou em que sua força de trabalho não seja utilizada da melhor forma, por isso são
importantes o revezamento e o correto cumprimento dos turnos de trabalho.
Vale ressaltar que durante qualquer operação USAR os profissionais deverão fazer uso
de técnicas padronizadas ou de subterfúgios e meios de fortuna para que o trabalho seja realizado de
forma mais rápida e eficaz, sempre levando em conta o fator segurança. A seguir serão apresentadas
algumas situaçãoes de uso de FEAs em operações USAR.

USO DE LANTERNA PARA SUPRIR A DEFICIÊNCIA DE ILUMINAÇÃO

FEAs SENDO UTILIZADAS EM LOCAIS COM RESTRIÇÃO DE ESPAÇO

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 123


Curso de Busca e Salvamento Urbano

FEAs SENDO UTILIZADAS EM LOCAIS ONDE O SOLO NÃO APRESENTA


SEGURANÇA, NÃO OFERECENDO POSSIBILIDADE PARA A RECUPERAÇÃO DO
MATERIAL EM CASO DE QUEDA

FEA SENDO UTILIZADA ATRAVÉS DE ACESSO POR CORDAS, COM ANCORAGEM


EM NÍVEL SUPERIOR

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 124


Curso de Busca e Salvamento Urbano

ROMPIMENTO VERTICAL DE CIMA PARA BAIXO HÁ NECESSIDADE DE


ANCORAGEM DAS FEAs PARA EVITAR QUE CAIAM NÍVEL ABAIXO

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 125


Curso de Busca e Salvamento Urbano

EXEMPLOS ESQUEMÁTICOS PARA ANCORAGEM DE FEA EM ROMPIMENTO


VERTICAL DE BAIXO PARA CIMA

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 126


Curso de Busca e Salvamento Urbano

USO DE FEA PARA ACESSO VERTICAL DE BAIXO PARA CIMA SEM


ANCORAGEM

ANCORAGEM DE FEAs DURANTE ROMPIMENTO VERTICAL DE BAIXO


PARA CIMA, PROPORCIONA MENOS GASTO DE ENERGIA POR PARTE
DO OPERADOR

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 127


Curso de Busca e Salvamento Urbano
6. FORMAS DE ACESSO
Uma vez que se tenha cumprido a fase de busca e localização de uma vítima
presa devemos passar a decidir qual estratégia utilizar para chegar a ela.

ACESSO VERTICAL
DE CIMA PARA BAIXO

ACESSO HORIZONTAL

ACESSO VERTICAL
DE BAIXO PARA CIMA

6.1. Estratégia de acesso vertical superior e inferior.


Utiliza-se desta estratégia caso não exista possibilidade de fazê-lo por dutos, fossos de
elevadores, galerias que permitam o acesso ou por acessos horizontais onde a penetração seja mais fácil.

6.2. Estratégia de acesso horizontal


Esta estratégia pode resultar em acesso mais fácil já que é onde existe maior
probabilidade de encontrar alvenaria (paredes e tijolos) enquanto que os verticais têm maior probabilidade
de encontrar placas de concreto.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 128


Curso de Busca e Salvamento Urbano
ESTRATÉGIA DE ACESSO VANTAGENS DESVANTAGENS

- Para cima é mais difícil e cai escombro


no socorrista,
VERTICAL - Para baixo é mais fácil

- Para baixo cai escombro na vítima,

- Limpeza mais difícil

- Não cai escombro na vítima, - O acesso é se arrastando pelos


HORIZONTAL
penetração é mais fácil escombros

- Maior perigo de réplicas

ACESSO VERTICAL É CÔNICO, INDEPENDENTE DE SEU FORMATO

ACESSO HORIZONTAL É EM FORMA DE TRIÂNGULO

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 129


Curso de Busca e Salvamento Urbano
7. QUEBRA LIMPA

Este conceito proporciona com que os acessos sejam feitos de forma ordenada e
padronizada, permitindo ao operador USAR o máximo controle dos dejetos originados das quebras, bem
como menores possibilidades de partes da construção atingir vítimas ou os próprios socorristas.

Na Quebra Limpa primamos para que a maior parte do material retirado da estrutura
fique para o lado dos socorristas para tanto é necessário seguir alguns passos.

Veremos a seguir os procedimentos para efetuar a Quebra Limpa, vale salientar que os
conceitos de FURO DE INSPEÇÃO e FURO DE SUPORTE servem para todos os tipos de materiais
construtivos (concreto armado, alvenaria, placa cimentícia, madeira, metal ou outros) sendo que cada tipo
de material terá as FEAs adequadas para sua transposição.

7.1. Quebra Limpa para acesso horizontal


1º - Verificar o local onde se deseja fazer o acesso, desenhando um triângulo de 1(um)
metro de lado, podendo ser reduzido de acordo com a situação fática, porém levando em conta que
triângulos menores do que 70 (setenta) centímetros podem dificultar sobremaneira a operação de
aproximação e extração de vítimas.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 130


Curso de Busca e Salvamento Urbano
2º - Fazer o FURO DE INSPEÇÃO (Inspection Hole) no vértice superior do triângulo,
para executar a técnica de chamada e escuta, bem como efetuar a inspeção visual do local. É importante
que o furo seja feito a uma altura que não atinja possíveis vítimas sentadas enconstadas na parede.

IMPORTANTE

CASO HAJA VÍTIMA NO LOCAL ESCOLHIDO PARA


ACESSO, SOLICITAR QUE ELE SE ARRATE PARA
LONGE DA PAREDE, SE ESTIVER INCONSCIENTE O
OPERADOR DEVERÁ ESCOLHER OUTOR LOCAL
PARA ACESSO.

3º - Fazer o FURO DE SUPORTE (Support Hole) no centro de massa do acesso, as


dimensões dele devem ser suficientes para que por ele seja passada uma talhadeira ou ponteira, ou ainda
um vergalhão metálico que fará a trava no lado oposto ao que está sendo sendo efetuado o trabalho, após
passar tal material pelo furo, prendê-lo com uma fita tubular, cordelete ou algo similar. Para METAL ou
MADEIRA já deve ser efetuada a ancoragem e feito o corte do triângulo com as FEAs adequadas.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 131


Curso de Busca e Salvamento Urbano
4º - Para concreto armado, alvenaria ou placa cimentícia iniciar a furação do triângulo, o
ideal é que seja utilizada furadeira de impacto, pois ela propicia menor geração de resíduos no lado
oposto ao trabalho, dessa forma tornando a quebra mais limpa. Caso não possua a furadeira os furos
podem ser feitos com martelete rompedor dotado de ponteira, porém deve-se levar em conta a maior
geração de resíduos.

5º - Após efetuar a ancoragem da peça que será removida começar a fazer a união dos
furos do triângulo, com a FEA mais adequada ao caso, podendo ser motoabrasivo, martelete rompedor,
conjunto talhadeira e marreta ou outros. Caso haja ferragens a serem cortadas, iniciar o corte delas pela
parte de baixo do triângulo.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 132


Curso de Busca e Salvamento Urbano
6º - Retirar a peça cortada para o alado da equipe tomando cuidado com o peso do
material, descartando-o em local que não afete a segurança dos trabalhos.

7º - O resultado esperado é um acesso com o mínimo de resíduos para o lado em que se


pretende acessar, bem como um triângulo de dimensões suficientes para a passagem de socorristas,
equipamentos e vítimas.

7.2. Quebra Limpa para acesso vertical


Para a quebra verrical também devem ser feitos os furos de inspeção, porém o de
suporte apenas para as quebras de cima para baixo, lembrando que o formato não necessariamente será
triangular e a retirada da peça é mais trabalhosa. Na quebra de baixo para cima os detritos cairão sobre o
socorrista, portanto não devemos retirar peças grandes.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 133


Curso de Busca e Salvamento Urbano

8. TÉCNICAS DE APROXIMAÇÃO
Após assegurar o acesso será necessário efetuar a aproximação ou deslocamento para o
local onde estão as vítimas ou continuar as buscas, para tanto existem algumas formas de deslocamento.
8.1. RASTEJO ALTO deslocamento em 6 apoios (engatinhar), esse deslocamento mais
rápido, feito com o apoio das mãos, joelhos e pontas dos pés, pode ser mais alto ou mais baixo, podendo
apoiar os cotovelos e antebraços no lugar das mãos, proporciona uma aproximação menos desgastante em
locais com pouca restrição de espaço. O rastejo alto também pode ser feito de costas, utilizando os pés
cotovelos para efetuar o movimento.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 134


Curso de Busca e Salvamento Urbano
Em locais acessados por rastejo alto a retirada de vítima pode ser feita com menos
dificuldade.

8.2. RASTEJO BAIXO deslocamento em locais com muita restrição de espaço superior,
porém com relativo espaço lateral pode ser feito com o apoio total do corpo ao solo, utilizando os
antebraços, maõs, parte interna das pernas e os pés para que seja efetuado o deslocamento.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 135


Curso de Busca e Salvamento Urbano

8.3. RASTEJO MINHOCA (earthworm crawling) deslocamento em locais com muita


restrição de espaço superior e lateral é a forma de deslocamento mais desgastante e em locais de piores
condições é feito com todo o corpo estendido, e o deslocamento se dará pela força de tração das mãos e
pontas dos pés. Tal rastejo pode ser feito também de costas, onde a tração será por conta dos calcanhares
e de movimentos sinuosos do corpo.

Em locais acessados por rastejo baixo ou ratejo minhoca a retirada é muito dificultosa,
podendo ser utilizados meios de fortuna, tais como lonas, pranchas, cordas ou fitas para auxiliar no
trabalho.

Rev. ABRIL 2021 Aplicação de Feas e Técnicas de Acesso e Aproximação MP 7 - Pg 136


Curso de Busca e Salvamento Urbano

8Curso de Busca e Salvamento Urbano SIMULADO INTERNO

Objetivos

Aferir se os alunos, como integrantes de uma equipe de Resposta


Intermediária, no contexto de um simulado, serão capazes de:

1. Adotar as medidas administrativas para admissão da equipe em ambiente


internacional;

2. Aplicar os métodos de avaliação de local de trabalho (ASR 1 a 5);

3. Aplicar a triagem de local de trabalho de “A” a “F”;

4. Efetuar a planificação de dados de acordo com os formulários padrão da


INSARAG;

5. Aplicar corretamente o método START;

6. Aplicar as técnicas de busca e sinalização INSARAG;

7. Aplicar as técnicas de remoção, levantamento e estabilização de cargas, bem


como os acessos em profundidade e verticais para o resgate de vítimas, e

8. Estabilizar e retirar corretamente as vítimas vivas e mortas encontradas.

Rev. ABRIL 2021 SIMULADO INTERNO MP 8 - Pg 137


Curso de Busca e Salvamento Urbano

SIMULADO INTERNO

Cada grupo de trabalho disporá de um cenário simulado e contará com as FEA´s designadas;
os grupos deverão completar o exercício seguindo as técnicas e procedimentos apresentados e
praticados durante o curso.

NORMAS DE SEGURANÇA

- Não é permitido entrar na área de trabalho sem autorização do Coordenador do curso;


- Ao entrar na área de trabalho recorde que sempre devemos ter colocado de maneira correta o
Equipamento de Proteção Individual completo;
- Em toda operação deve haver um Encarregado de Segurança devidamente identificado;
- Cada integrante da equipe também será um assistente de segurança;
- Recorde os sistemas de alerta: um som longo significa alerta, um som longo e um curto
significa continuar o trabalho, três sons curtos significam sinal de alarme, terá que evacuar
imediatamente;
- Importante: lavar as mãos antes e depois de ingressar na área de trabalho;
- O encarregado de segurança estabelecerá uma zona de Segurança para a evacuação e
reunião;
- Deve-se ter um Kit de Primeiros Socorros e comunicações que garantam resposta de alguma
ambulância a tempo em caso de necessidades;
- Sempre se deve ter na zona de trabalho um extintor de incêndio de 6 kg de Pó Químico
Seco, no reabastecimento de combustível dos equipamentos utilizados na operação;
- Ter sempre um cantil com água para evitar a desidratação;
- Devem-se estabelecer turnos de 15 minutos para as condições normais de rodízio;
- Não é permitido deixar resíduos, lixos na área de trabalho;
- Não se deve fumar nem consumir mantimentos na área de trabalho;
- Segundo as condições atmosféricas o encarregado de segurança determinará se é possível
continuar ou se deverá parar os trabalhos de resgate;

Rev. ABRIL 2021 SIMULADO INTERNO MP 8 - Pg 138


Curso de Busca e Salvamento Urbano

- Todas as áreas e objetos que representem perigo para os resgatistas devem ser demarcadas;
- Qualquer pessoa que gere uma falha de segurança ou uma ação insegura repetitivamente,
deverá ser retirada da área;
- O encarregado de segurança da equipe será responsável pela segurança de todo seu pessoal;
- Toda FEA deverá ser utilizada, manutenido e armazenado de acordo com às instruções
dadas pelo Coordenador do curso; e
- Todas as operações que impliquem o uso de FEA´s deverão efetuar-se em dupla, onde um
executará a operação e o outro fará a segurança.

Rev. ABRIL 2021 SIMULADO INTERNO MP 8 - Pg 139


Curso de Busca e Salvamento Urbano

9 Curso de Busca e Salvamento Urbano RECONHECIMENTO DE DANOS

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1) Definir material de construção e classificá-lo segundo sua composição e seu uso.


2) Definir e explicar as três forças que afetam os materiais.
3) Enunciar três características básicas do concreto, aço e madeira.
4) Descrever os dois métodos de construção.
5) Enumerar os quatro tipos de estruturas mais comuns.
6) Citar ao menos três características de uma edificação do prisma da engenharia;
7) Descrever e identificar os dois tipos de danos que podem se apresentar em uma
edificação.
8) Citar e descrever os quatro tipos de colapsos.

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 140


Curso de Busca e Salvamento Urbano

1. MATERIAL DE CONSTRUÇÃO É TODO TIPO DE MATERIAL NATURAL


OU ELABORADO PELO HOMEM UTILIZADO NA CONSTRUÇÃO.

1.1. Classificação segundo sua composição:


A – Pétreos: são utilizados em elementos que requerem resistência estrutural
Exemplo: pedra, brita, areia, mármore, granito.
B – Orgânicos: são utilizados para elementos decorativos.
Exemplo: madeira, aglomerado.
C – Metálicos: são utilizados para estruturas e fechamentos.
Exemplo: vergalhão, chapas, ferro, aço, alumínio.
D – Aglomerantes: são utilizados para agregar entre si os demais componentes, bem
com para fins de acabamento e decoração.
Exemplo: cal, cimento, gesso.
E – Cerâmicos: são utilizados para fins decorativos, de acabamento e higiene.
Exemplo: azulejos, pisos, louças
F – Vítreos: são utilizados para fechamentos, compartimentação, acabamentos,
decoração e conforto.
Exemplos: paredes de vidro, revestimentos de vidro.
G – Plásticos: são utilizados para fins decorativos e de acabamento.
Exemplos: poliuretano, polietileno, polipropileno, poliestireno.

1.2. Classificação segundo seu uso na construção:


A – Elementos resistentes (pilares ou colunas e vigas): areia, cimento, granito, metal.
B – Elementos decorativos (revestimentos): madeira, fórmica, alumínio, aglomerado,
vidro.
C – Elementos de cobertura (tetos): telhas (cerâmica, barro, fibrocimento, zinco)
D – Elementos de fechamento (paredes, muros): tijolos, blocos, madeira, vidro,
plástico.

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 141


Curso de Busca e Salvamento Urbano

2. FORÇAS QUE AFETAM OS MATERIAIS

2.1. Força de tração


É uma força que tende a esticar ou alargar o material

2.2. Força de compressão


É uma força que tende a comprimir ou amassar o material

2.3. Força de cisalhamento


São forças que trabalham em direções paralelas sobre diferentes planos e em sentidos
contrários que tendem a cortar, cisalhar ou quebrar o material. São variantes da força de cisalhamento a
torção, flexão ou flambagem.

As forças de tensão, compressão, cisalhamento e suas combinações são as que afetam


os materiais, as estruturas e causam os danos que poderão ocasionar o colapso.

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 142


Curso de Busca e Salvamento Urbano

3. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS MATERIAIS


As características dos materiais construtivos são importantes para decidir as ações a
tomar em uma operação brec.
3.1. Concreto: material de construção que consiste em uma mistura de cimento, pedra,
areia e outros materiais inertes, água e uma pequena quantidade de ar.
- Resistente ao fogo e à força de compressão.
- Fraco contra as forças de tração e cisalhamento.
- Aumenta sua dureza com o tempo até a cura que é de aproximadamente 30 dias.
Extremamente pesado, sendo que 1 m³ (um metro cúbico) pesa em torno de 2.400 kg (dois mil e
quatrocentos quilogramas).
- O concreto é pré curado por hidratação, isto é, quer dizer que requer água para
endurecer. Uma vez seco, no concreto sempre aparecem gretas ou rachaduras que não necessariamente
indicam uma falha. O concreto é muito forte contra a compressão, porém fraco contra tração, por isso são
usadas barras de aço em vigas, colunas, pisos e lajes de concreto.
- Para apreciar a importância do concreto na construção e nas operações de resgate,
deve-se saber que seu peso aproximado está entre 2.400 e 3.000 quilos por metro cúbico. Para poder
comparar em uma escala menor, um pedaço de concreto de 15x30x30 cm pesa aproximadamente 35
quilogramas.
3.2. Aço:
- Pode-se dobrar sem quebrar, é maleável, possui grande coeficiente elástico.
- Resistente às forças de tração.
- Bom transmissor de calor, eletricidade e som.

Construção de aço estrutural


Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 143
Curso de Busca e Salvamento Urbano

3.3. Madeira:

- Não resiste ao fogo


- Fácil de cortar.
- Leve
- Bom isolante, não transmite a eletricidade.
- Geralmente avisa com sons antes de romper-se.
- Peso entre 900 a 1.000 quilogramas por metro cúbico na construção estrutural e 400 a
1.000 quilogramas por metro cúbico quando não estrutural.

Construção de madeira estrutural

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 144


Curso de Busca e Salvamento Urbano

4. MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO

Os métodos de construção utilizados em uma edificação darão indícios de como se


produzirá seu colapso. A experiência tem demonstrado que há padrões de colapsos estruturais. Portanto
este conhecimento é útil para determinar a localização provável de espaços vitais isolados onde se poderão
encontrar vítimas com vida, e em selecionar as técnicas adequadas para extraí-las.
As estruturas podem ser construídas utilizando dois métodos básicos: constução sem
armação e construção com armação.

4.1. Construção sem armação são aquelas em que o peso dos pavimentos e do teto são
suportados por paredes portantes, ou paredes estruturais. Estas construções são mais sujeitas a colapsos
por ações de instabilidade de terreno, gerando menor probabilidade de espaços vitais isolados.
Normalmente o resgate neste tipo de estrutura colapsada é mais longo e perigoso, os espaços vitais
isolados serão formados pelos maquinários e móveis existentes no interior das edificações, bem como os
escombros têm a tendência de sererem menores.

4.2. Construção com armação são aquelas que se constroem com um esqueleto estrutural
de aço ou concreto reforçado, composto de colunas ou pilares, vigas e lajes.
Os pavimentos e o teto não dependem das paredes para sustentar-se. Um colapso pode
ser mais localizado, mas as estruturas mais antigas ou mal dimensionadas podem sofrer colapso tipo
empilhamento. Normalmente neste tipo de construção, quando colapsadas resultam em maior
probabilidade de espaços vitais isolados, e apresentam colapsos apoiados à parede, suspensos ou em “v”.

5. TIPOS DE ESTRUTURAS
Com base na experiência e análise de colapsos, as estruturas se dividem em 4 (quatro)
tipos. Cada um com padrão distinto de colapso.
5.1. De armação leve: casas residenciais e edifícios de apartamentos com um máximo
de 4 pavimentos, construídos principalmente de madeira. A fraqueza principal deste tipo está na pouca
resistência das paredes e conexões ou amarrações.

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 145


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Os resgatistas que operam em uma construção de armação leve devem investigar


problemas potenciais de instabilidade, buscando paredes inclinadas ou com rachaduras severas,
descolamento da estrutura de sua fundação ou o piso inclinado nos pavimentos.

Construção de armação leve

5.2. De paredes pesadas: são os edifícios de até 6 (seis) pavimentos de altura, podem ser
residenciais, comerciais, industriais ou de uso misto. São construídos normalmente por alvenaria seja de
paredes estruturais ou por armações, podendo ainda possuir armações e fechamento por madeira ou placas
de gesso. Quando se trabalha neste tipo de estrutura deve-se investigar se há paredes falsas (decorativas,
gesso, madeira, vidro), e se há amarrações rachadas ou danificadas nas estruturas.

Construção de paredes pesadas


5.3. De pisos ou placas pesadas: as estruturas deste tipo podem ser de usos diversos,
sendo predominantes em grandes construções urbanas, tais como pontes e viadutos. Os resgatistas devem
avaliar a estabilidade da estrutura revisando condições tais como a existência de fissuras, rachaduras,
danos em vigas e colunas ou pilares e a integridade das amarrações.

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 146


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Construção de pisos ou placas pesadas

5.4. De concreto pré-fabricado: neste tipo de estrutura os pavimentos e as paredes são


muito pesados e na maioria das vezes em peças únicas e grandes. São utilizados para diversos fins de
ocupação e utilização, sendo mais comum em unidades industriais ou comerciais com grande circulação
de pessoas, tais como shoppings centers. Geralmente apresentam grande quantidade de pavimentos. Os
colapsos normalmente se darão por debilidades nas junções entre as placas com as vigas, colunas, paredes
e pisos.

Os resgatistas que trabalham neste tipo de colapso devem investigar se existem paredes
severamente rachadas, amarrações entre as colunas e vigas com ferragens expostas ou com excesso de
ferrugem, descolamento de placas e painéis de suas amarrações junto às colunas e vigas.

6. CARACTERÍSTICAS DAS EDIFICAÇÕES


Logo após um movimento sísmico ou qualquer outro evento capaz de provocar dano em
seus elementos estruturais e não estruturais, é importante correlacionar as características de uma
edificação e os danos sofridos pela mesma.

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 147


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Deve-se conhecer as características dos aspectos a seguir:

6.1. Quanto às informações gerais


- Uso da edificação.
- Modificações do projeto original, caso existam.
- Localização de sistemas vitais
- Conteúdos.
- Número de ocupantes.
6.2. Quanto à arquitetura
- Forma do edíficio, fundações e solo no entorno.
- Altura e número de pavimento, bem como existência de subsolo.
- Número de subsolos.
- Presença de vãos livres, áreas de entrada de ar e clarabóias.
- Localização dos dutos ou núcleos de circulação vertical (caixas de escada, poços de
elevadores, dutos de serviço).
6.3. Quanto à construção e dimensões dos elementos estruturais
- Colunas ou pilares e seu tipo se são quadradas redondas, dimensões, etc.
- Vigas.
- Placas de piso e de teto, bem como elementos destes.
- Muros e paredes estruturais.
- Fundações (infraestrutura)
6.4. Quanto aos elementos não estruturais
- Paredes
- Janelas, portas e outras aberturas.
- Fachadas, parapeitos e outros.
- Instalações, incluindo os sistemas vitais ou de serviço para os casos de instalações
comerciais.

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 148


Curso de Busca e Salvamento Urbano

7. DANOS ÀS EDIFICAÇÕES
Os danos podem ser classificados em estruturais e não estruturais. Os danos estruturais
afetam os elementos de uma edificação, por conseguinte, os danos não estruturais afetam os elementos
não estruturais da mesma. Estes últimos geralmente não chegam a comprometer a edificação, entretanto,
podem ser indicadores de danos estruturais não apreciáveis a simples vista. Ambos os tipos de danos
podem apresentar riscos de contaminação, lesões, mortes e outros riscos.

7.1. Danos estruturais

Os danos estruturais são aqueles que comprometem a capacidade portante da estrutura


e que poderão afetar:

- Pavimentos, tetos e/ou paredes inclinadas

- Pisos e tetos colapsados

- Colunas colapsadas em um ou mais pisos

- Descolamento apreciável e permanente na estrutura

- Rachaduras em colunas, vigas e engastes ou amarrações

- Fundação rachada

- Caixa de elevador ou escada com rachaduras

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 149


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8. TIPOS DE COLAPSOS

8.1. Colapso suspenso

Este tipo de colapso, também conhecido como “ninho de passarinho” resulta quando
ocorre um colapso parcial de um piso ou teto e este permanece suspenso em cima do piso inferior ao lado
onde ocorreu o colapso. O outro extremo do piso ou teto continua unido à parede em seu ponto de conexão
original. Este colapso é altamente instável e perigoso.

Colapso do tipo suspenso

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 150


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8.2. Colapso apoiado ao piso

Este tipo de colapso ocorre quando a falha de uma parede causa a queda de um lado de
um piso ou seção do teto, enquanto que o outro extremo permanece conectado e apoiado. Geralmente
resulta em um espaço vital isolado triangular. É importante recordar que a conexão da parede do extremo
apoiado poderá ser muito fraca.

Colapso do tipo apoiado ao piso

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 151


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8.3. Colapso empilhamento

Este tipo de colapso se produz quando uma ou mais placas de piso se empilham uma em
cima da outra. Os espaços vitais isolados são muito limitados e difíceis de acessar, particularmente em
estruturas de concreto.

Colapso do tipo empilhamento

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 152


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8.4. Colapso em forma de “v”

O colapso em forma de “v” se produz quando um piso ou teto se colapsa em seu centro
por falhas em seus suportes centrais ou por sobrecarga do piso. Geralmente resulta na criação de espaços
vitais isolados em ambos os lados do piso colapsado.

Colapso em forma de “V”

Rev. ABRIL 2021 RECONHECIMENTO DE DANOS MP 9- Pg 153


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TRIAGEM ESTRUTURAL E
10 Curso de Busca e Salvamento Urbano MARCAÇÃO INSARAG

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1) Definir triagem estrutural;


2) Enumerar ao menos cinco critérios gerais a seguir para executar a triagem
estrutural;
3) Citar os nove fatores a considerar para a triagem estrutural;
4) Definir o sistema de marcação insarag;
5) Explanar sobre os seis tipos de marcação;
6) Demonstrar em um exercício prático o uso do sistema de marcação.

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 154


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1. TRIAGEM ESTRUTURAL

Avaliação e priorização rápida de edificações colapsadas, com o propósito de selecionar


aquelas onde há uma maior probabilidade de encontrar e resgatar vítimas com vida.
A triagem estrututal é realizada em duas grandes fases:
1) A avaliação global da área de impacto;
2) A seleção das edificações em cada cenário.

2. CRITÉRIOS GERAIS PARA A TRIAGEM ESTRUTURAL


1) Efetua-se quando há mais de uma edificação designada a uma mesma
equipe USAR;
2) É efetuada só por especialistas em estruturas e materiais perigosos;
3) Em cada equipe de edificações designadas a uma equipe USAR, a triagem
deverá ser completar em um tempo não maior que 15 minutos por edificação e não maior que 2 horas
para o processo inteiro;
4) As operações de busca e resgate não se iniciarão até completar a triagem
e estabelecer prioridades;
5) Uma vez selecionadas e priorizadas as edificações, será efetuada a
avaliação detalhada e marcação das estruturas junto com a busca inicial;
6) A triagem poderá ser reavaliada quando se localizarem vítimas com vida;
depois que ocorra uma réplica; ou depois que se tenha usado máquinas pesadas;
7) Se existem mais de 8 edificações deverão ser enviadas 2 ou mais equipes
para efetuar a triagem, mantendo em cada equipe um componente para avaliar a parte estrutural e um
componente para avaliar a área de materiais perigosos;
As edificações em que haja perigo para realizar operações USAR se colocará o aviso não entrar.

3. FATORES A CONSIDERAR PARA A TRIAGEM ESTRUTURAL

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 155


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Quando se efetua a triagem estrutural, é necessário pesquisar a maior quantidade de


informação possível. Os seguintes fatores deverão ser considerados no momento de priorizar as
edificações:
1 - Ocupação do imóvel
Industrial, comercial, residencial, etc.

2 - Tipo de estrutura
Armação leve, concreto pré-fabricado, etc.

3 - Tipo de colapso
Por empilhamento, em v, suspenso, etc.

4 - Dia e hora da ocorrência


Importante quando se combina o tipo de ocupação com a hora de ocorrência. Ex: escola.

5 - Informações de testemunhas locais


Dirigido a conhecer com certeza se há vítimas presas.

6 - Presença de vítimas
Através de gritos, gemidos ou golpes.

7 - Disponibilidades de recursos
Definir necessidades além das disponíveis nesse momento.

8 - Condições estruturais do edifício


O que mostrará a necessidade de escoramento ou não.

9 - Localização das chaves de acesso dos serviços públicos

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 156


Curso de Busca e Salvamento Urbano

TRIAGEM ESTRUTURAL

Pesquisar as informações
sobre as estruturas

Analizar possíveis resgates de vítimas


X
Riscos para a equipe USAR

Analizar recursos
X
Necessidades de resgate

Designar prioridades aos


diferentes sítios

Iniciar operações de busca e resgate

4. SISTEMA DE MARCAÇÃO INSARAG


Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 157
Curso de Busca e Salvamento Urbano

Sistemas de marcação são ferramentas essenciais usadas em operações USAR para exibir e
compartilhar informações importantes entre as equipes de resgate e outro pessoal de campo.
Eles também devem ser um mecanismo para reforçar a coordenação e minimizar a
duplicação.
Para maximizar o valor da utilização de um sistema de marcação de um evento é necessário
identificar e universalmente utilizar uma metodologia única, comum.
Para esta metodologia ser eficaz, deve ser usado por todos os respondedores, continuar a ser
simples de aplicar, simples de entender, ser eficiente no uso de recursos e tempo, comunicar as
informações de forma eficaz e ser aplicadas de forma consistente.
O sistema de marcação do insarag utilizado pelas equipes USAR se divide em 6 tipos:
• Marcação de área geral
• Orientação da estrutura
• Marcação de cordão
• Marcação no local de trabalho
• Marcação de vítima
• Marcação de apuramento rápido (rcm)

As marcas devem ser efetuadas bem a vista e com uma cor fluorescente que contraste com o lugar que
será feita a marcação.

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 158


Curso de Busca e Salvamento Urbano

4.1. Marcação de área geral


Às vezes, será necessário aplicar uma marcação geral para auxiliar na navegação e
coordenação. Isso deve ser limitado apenas à informação essencial e ser o mais conciso possível.
• A marcação geral da área pode ser aplicada usando tinta em spray, lápis de construção,
adesivos, cartões à prova d’água, etc. Conforme determinação da equipe;
• A cor deve ser altamente visível e contrastante com o fundo;
• Pode incluir: o endereço ou localização física, o marco ou nome de código (por exemplo,
edifício da fábrica de açúcar 1), a área designada ou locais de trabalho devem ser identificados
individualmente (ver marcação no local de trabalho);
• Se não houver mapas disponíveis, mapas de esboço devem ser produzidos e apresentados
ao osocc / lema;
• Ao produzir mapas, a identificação geográfica primária deve ser o nome da rua existente e
o número do prédio, quando possível, se isso não for possível, os pontos de referência devem ser
usados como referência e devem ser usados universalmente por todos os atores.

Exemplo de marcação de área geral

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 159


Curso de Busca e Salvamento Urbano

4.2. Marcação de orientação de estrutura


A marcação de orientação de estrutura inclui tanto uma identificação exterior quanto interior:
• Identificação exterior: o lado do endereço (frontal) da estrutura deve ser definido como
"1". Outros lados da estrutura devem ser atribuídos numericamente no sentido horário a partir de
―”1”(vide figura).
• Identificação interior: o interior da estrutura será dividido em quadrantes. Os quadrantes
devem ser identificados alfabeticamente no sentido dos ponteiros do relógio, começando pela esquina
onde o lado 1 (frente) e 2 se encontram. O quadrante “e” (saguão central, elevadores, escadas entre
outros) se aplica a edifícios com vários andares. (veja figura).

- Estruturas de vários andares devem ter cada andar claramente identificado.


- Se não for óbvio, os pisos devem ser numerados como vistos do exterior.
- O piso térreo seria designado como “piso térreo” e, subindo o andar seguinte, seria
“piso 1”, etc.
- Por outro lado, o primeiro andar abaixo do nível do solo seria “porão 1”, o segundo
“porão 2”, e assim por diante. (veja gráfico).

4.3. Marcação de cordão (fitas de isolamento)


Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 160
Curso de Busca e Salvamento Urbano

Marcações de cordão são usadas para identificar zonas de trabalho operacionais, bem como
áreas de risco, a fim de restringir o acesso e avisar de perigos.

Entrada permitda para o pessoal de serviço

Entrada proibida para todos, inclusive pessoal de serviço

4.4. Marcação de local de trabalho ou área de trabalho

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 161


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Marcação de local de trabalho se destina unicamente para identificar locais específicos e


potenciais de resgate e é, portanto, uma parte essencial do sistema de coordenação. Ele exibe
informações críticas e simples de entender e aplicar. Ele permite que locais de trabalho possam ser
facilmente reconhecidos e devem ser aplicadas em estruturas colapsadas avaliadas por equipes
USAR. A marcação deve ser colocada perto do ponto de entrada no exterior da estrutura desmoronada
que oferece a melhor visibilidade. Todos os resultados da avaliação devem ser comunicados ao
OSOCC imediatamente.

Exemplo de marcação de local de trabalho onde todas as atividades foram concluídas.

Método de marcação

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 162


Curso de Busca e Salvamento Urbano

A marcação do local de trabalho deve ser aplicada durante a avaliação do setor asr nível 2
iniciais, depois que um local for considerado como um local de trabalho. A marcação deve ser
aplicada à frente (ou o mais próximo possível) ou entrada principal do local de trabalho.

O método a seguir deve ser usado ao aplicar a marcação do local de trabalho:

• Desenhe uma caixa de 1,2 metros x 1,0 metros (aproximadamente).

• Pode desenhar uma seta direcional para confirmar a localização exata da entrada do local
de trabalho / local de trabalho.

• Exibição dentro da caixa:

• A identificação do local de trabalho


• A identificação da equipe
• O nível asr concluído
• A data / hora

• Apresentação fora da caixa: qualquer perigo que exija identificação, por exemplo
amianto (acima),

• Categoria de triagem (parte inferior)

• Atualizado com a id da equipe, asr nível concluído e data/hora em que outros níveis
de trabalho (asr) são concluídas.

• Pessoas desaparecidas atualizadas, vítimas resgatadas e vítimas falecidas extraídas,


conforme vão ocorrendo.

• Materiais utilizados, podendo ser tinta spray, lápis de construção, adesivos, cartão
impermeável etc. Conforme determinado pela equipe.
Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 163
Curso de Busca e Salvamento Urbano

• A id do local de trabalho deve ser de aproximadamente 40 cm de altura.

• O id da equipe, asr nível e data devem ser menores, por exemplo, cerca de 10
centímetros.
• A cor deve ser altamente visível e contrastante com o fundo.

Depois que todo o trabalho no local tenha sido concluído e for determinado que nenhum
trabalho adicional é necessário uma linha horizontal e deve ser traçada através do centro de toda a
marcação do local de trabalho. Se uma equipe considerar que é necessário deixar informações
adicionais críticas no local de trabalho, isso pode ser adicionado à marcação do local de trabalho
usando linguagem simples em exibição completa quando necessário.

Exemplos progressivos

- SETOR C
- LOCAL DE TRABALHO 5
- AUSTRÁLIA 1 CONCLUIU A AVALIAÇÃO SETORIAL
ASR 2 EM 19 DE OUTUBRO
- O AMIANTO FOI IDENTIFICADO COMO UM PERIGO
- CATEGORIA DE TRIAGEM DETERMINADA COMO
“B”

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 164


Curso de Busca e Salvamento Urbano

- A EQUIPE DA TURQUIA 2 FOI DESIGNADA PARA


OPERAÇÕES DE RESGATE NO LOCAL DE TRABALHO
C5 APÓS A AVALIAÇÃO DO SETORIAL CONCLUÍDA
PELA

AUSTRÁLIA 1

- TURQUIA 1 CONCLUIU A ASR 3 OPERAÇÕES


RÁPIDAS SAR EM 19 DE OUTUBRO
- EQUIPE DE SINGAPURA 1 CONCLUIU O
TRABALHO NO LOCAL DE TRABALHO
ESPECÍFICO C-12B NO LOCAL DE TRABALHO C-
12

- UMA SETA FOI ADICIONADA À MARCAÇÃO


PARA DEIXAR CLARO QUE C-12B ESTÁ À
DIREITA DA MARCAÇÃO

- UM AVISO DE PERIGO SOBRE O VAZAMENTO


DE GÁS NO PORÃO FOI ADICIONADO EM
LINGUAGEM SIMPLES

- CATEGORIA DE TRIAGEM DETERMINADA


COMO "B"

- AS OPERAÇÕES PARA ASR 2 E ASR 3 FORAM


CONCLUÍDAS EM 19 DE OUTUBRO E AS
OPERAÇÕES PARA O ASR 4 “FULL SAR”
FORAM CONCLUÍDAS EM 20 DE OUTUBRO

- NENHUMA OUTRA OPERAÇÃO É


NECESSÁRIA NESTE LOCAL DE TRABALHO.

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 165


Curso de Busca e Salvamento Urbano

4.5. Marcação de vítima

Marcação de vítima é usada para identificar vítima em potencial ou em locais conhecidos


(vivo ou morto), que não são óbvias para as equipes de resgate, por exemplo, abaixo de detritos /
sepultado.

Método

O método a seguir deve ser usado quando se aplica marcação de vítima:

• Quando as equipes (por exemplo, equipes de busca) não estão permanecendo no local para
começar imediatamente as operações.
• Em incidentes envolvendo múltiplas vítimas ou onde qualquer indício sobre a localização
exata das operações de busca é possível.
• As marcações são feitas o mais próximo possível fisicamente do ponto de superfície real
identificado como o local do acidente ou da vítima.
• Material utilizado pode ser tinta spray, lápis de construção, adesivos, cartão impermeável
entre outros, conforme determinado pela equipe.
• O tamanho deve ser de aproximadamente 50 centímetros.
• A cor deve ser altamente visível e contrastante com o fundo.
• Não destinado para uso quando as operações de resgate forem concluídas.
• Não deve ser aplicado à frente de uma estrutura com a identificação do local de trabalho,
a menos que seja onde as vítimas estejam localizadas.

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 166


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Exemplos progressivos

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 167


Curso de Busca e Salvamento Urbano

4.6. Sistema de marcação rápida (rapid clearence marking – rcm)

O sistema de identificação do local de trabalho é usado apenas em locais com potenciais de


resgate.
Isso permite que as equipes se movimentem mais rapidamente, maximizem as oportunidades
de salvar vidas e simplifiquem a coordenação.
No entanto, existem situações em que é benéfico ter uma marcação que pode ser deixada nos
locais onde as equipes estabeleceram que não há vítimas ou apenas corpos, (vítimas já caracterizadas
como mortas).
Deixar uma marcação limpa reconhecida impedirá a duplicação e terá outras vantagens.

Método

O processo para a aplicação do sistema de marcação rápida é o seguinte:

• A decisão tem que ser feita pela equipe ou pelo lema / osocc para implementar este nível
de marcação;
• O rcm só pode ser usado quando os locais puderem ser totalmente pesquisados rapidamente
ou há fortes evidências confirmando que nenhum resgate seja possível;
• Duas opções de marcação rcm estão disponíveis, são:
- Claro/limpo
- Recuperação de corpos como “falecido apenas”.

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 168


Curso de Busca e Salvamento Urbano

• Pode ser aplicada a estruturas que podem ser pesquisadas rapidamente ou onde a
informação confirmada de que não há vítimas ou que apenas os (corpos) falecidos permanecem;
• Pode ser aplicado em áreas não estruturais - carros / objetos / dependências / pilhas de
detritos, etc. - que foram pesquisados nos padrões indicados acima;
• Aplicado na posição mais visível / lógica no objeto / área para fornecer o maior impacto
visual;
• Forma de diamante com um grande “C” dentro para claro/limpo, ou com um grande “D”
dentro para somente corpos ou falecido. Imediatamente abaixo, aplica-se o seguinte:
- id da equipe: _ _ _-_ _ por exemplo aus-1
- data de pesquisa: __/___ por exemplo 19/out

• O material a ser utilizado pode ser tinta spray, lápis de construção, adesivos, cartão
impermeável etc. A critério das equipes;
• O tamanho é de aproximadamente 20cm x 20cm de cor contrastante com o fundo.

Exemplos progressivos

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 169


Curso de Busca e Salvamento Urbano

4.7. Sinalização sonora

Comunicações eficazes sustentam operações de campo seguras, particularmente em


ambientes de múltiplas agências. Isso é ainda mais crítico em ambientes internacionais onde também
existem diferenças culturais e de idioma. A sinalização de emergência efetiva é essencial para a
operação segura em um local de desastre. Ter um sistema de sinalização de emergência
universalmente compreendido garante que todas as pessoas que operam em um local de trabalho
saibam como e quando reagir aos sinais no local para garantir operações seguras e eficazes tanto para
as equipes de resgate quanto para as vítimas. Os seguintes passos devem ser considerados:

• Todos os membros da equipe USAR devem ser informados sobre os sinais de emergência;
• Sinais de emergência devem ser universal para todas as equipes USAR;
• Quando várias equipes estão operando em um único local de trabalho, esse entendimento
comum deve ser reforçado para todo o pessoal envolvido;
• Sinais devem ser claros e concisos;
• Os membros da equipe são obrigados a responder imediatamente a todos os sinais de
emergência;
• Buzinas de ar ou outros dispositivos de comunicação apropriados devem ser usados para
emitir os sinais adequados como segue e localizados para permitir a utilização imediata:

Rev. ABRIL 2021 TRIAGEM ESTRUTURAL E MARCAÇÃO INSARAG MP 10 - Pg 170


Curso de Busca e Salvamento Urbano

TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE
11 Curso de Busca e Salvamento Urbano EMERGÊNCIA

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1) Definir o que é escoramento e descrever os elementos que o compõe;

2) Descrever e explicar os sete fatores a considerar antes de selecionar o tipo de


escoramento;

3) Descrever os principais tipos de escoramentos;

4) Enumerar e explicar a composição e funções do pessoal que integra uma equipe


de escoramento;

5) Explicar e demonstrar os procedimentos para construir o escoramento vertical,


escoramento de parede e escoramento de janela/porta;

6) Explicar sobre o uso de ferramentas de mediçao, marcação e corte de madeira.


Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 171
Curso de Busca e Salvamento Urbano

1. Escoramento e seus elementos

Definição: é o suporte provisório dos componentes de uma edificação afetada, com o objetivo de
levar a cabo operações USAR e reduzir a possibilidade de dano às vítimas e aos resgatistas.

O escoramento deve ser aplicado para:

A) Estruturas com lajes fortemente danificadas

B) Estruturas com peças de concreto soltas

C) Painéis pré-fabricados rachados e/ou quebrados

D) Paredes de alvenaria rachadas

Todo escoramento se baseia no princípio do duplo funil, o que significa que se sustenta ou coleta a
carga e transmite seu peso através de um suporte que descansa sobre uma base, sobre a qual se distribui.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 172


Curso de Busca e Salvamento Urbano

1.1 ELEMENTOS QUE COMPÕEM QUALQUER ESCORAMENTO

• Base
Elemento passivo que distribui a carga ao solo ou outra estrutura à baixo.

• Cabeçal
Um suporte de parede e de outros elementos estruturais que colete a carga.

• Poste
Elemento que transmite a carga que se pode ajustar e com extremidade com corte
adequado.
• Reforço
Elemento que dá maior estabilidade e melhora sua capacidade de carga.

• Placa de união (compensado) (placa de reforço)


Componente que permite assegurar a união de um poste com cabeçal ou um poste
com uma base.

• Cunha
Elemento que permite ajustar o escoramento ou adequar espaços ocupados.

• Diagonal
Elemento que garante a imobilidade/estabilidade de vários postes, de um poste a um
travessão ou de um poste e uma base.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 173


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Exemplo de escoramento com todos os elementos

2. Fatores a considerar antes de levantar ou movimentar uma carga

2.1 Peso da Carga;


2.2 Consequências do levantamento ou movimento da carga;
2.3 Método a utilizar.

3. Fatores para selecionar o tipo de escoramento


3.1 O peso dos materiais comuns de contrução:
- Concreto: 2.403 kg./m³
- Madeira: 561 kg./m³
- Aço: 7.850 kg./m³

3.2. O peso dos componentes estruturais de uma edificação:


- Pisos de concreto: 440-732 kg./m²
- Vigas de aço com placas de metal cheia de
concreto: 244-342 kg./m²
- Piso de madeira: 4+-122 kg./m²

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 174


Curso de Busca e Salvamento Urbano

3.3. A capacidade normal de suporte da construção existente que não


apresenta danos:
- Um piso sem danos com armação de madeira ou aço pode suportar
outro piso danificado.
- Normalmente são necessários dois pisos de concreto sem danos para
suportar um piso de concreto danificado.
- A quantidade de escombros sobre o piso danificado deve ser levada
em conta.

3.4. As condições da estrutura que deverá suportar.

3.5. Condição das bases e da inclinação do piso para determinar a


estabilidade do escoramento.

3.6. Disponibilidade dos recursos necessáios para construir o escoramento.

3.7. Instabilidade lateral e vertical a suportar.

4. Tipos de escoramento

4.1. Vertical: para suportar um piso ou qualquer outro membro horizontal em perigo de
colapso.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 175


Curso de Busca e Salvamento Urbano

4.2. Porta/janela: para suportar uma porta/janela com perigo de colapso que será
utilizada como via de acesso.

4.3. Inclinado: para suportar uma parede ou elemento vertical com perigo de colapso.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 176


Curso de Busca e Salvamento Urbano

4.4. Escoramento de caixa: utiliza-se este para suportar um piso ou qualquer outro
elemento horizontal em perigo. Também serve como um local de evacuação e proteção
em caso de colapso para os resgatistas.

Também se utiliza como espaço seguro para os resgatistas quando trabalham em uma
estrutura colapsada ou seriamente danificada.

4.5. Outros tipos de escoramento

Encontramos escoramentos construídos utilizando bambu, com tubos metálicos ou


escoramentos pneumáticos.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 177


Curso de Busca e Salvamento Urbano

5. Composição e funções do pessoal da equipe de escoramento

Se há resgatistas suficientes disponíveis, pode-se organizar duas sub-equipes com um


encarregado e seis membros cada coramento – uma sub-equipe de monstagem e outra de corte.

5.1 Sub- equipe de monstagem


Quando possível, os membros da sub-equipe de montagem devem ser distribuídos nas
seguintes funções:

- Chefe de escoramento (1): está a cargo da chefia da operação. Também trabalha


junto com os especialistas estruturais (se existirem) para determinar onde devem construir
os escoramentos. O chefe de escoramento também cumpre a função de assessor de
segurança se não há outro membro disponível.

- Medidor (1): mede e anota as medidas de todos os componentes para escoramento


e comunica esta informação ao traçador da sub-equipe de corte.

- Anotador (1): toma nota de todas as medidas necessárias para depois levá-las ao
cortador da sub-equipe de corte.
Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 178
Curso de Busca e Salvamento Urbano

- Escoradores (2): Responsáveis pela montam dos escoramentos.

- Carregadores (2): são os que transportam as ferramentas, madeira e outros


acessórios do ponto principal de acesso da área de trabalho até o local onde se está
construindo o escoramento. Também ajudam com a montagem se necessário.

5.2 Sub-equipe de corte

Quando possível, os membros da sub-equipe de corte devem ser distribuídos nas seguintes
funções:
- Chefe de corte (1): está a cargo de escolher a área onde se colocará a mesa de
corte e todas as FEA e madeiras necessárias para o processo de corte. Este local deve estar
próximo de onde se faça a monstagem. O chefe de corte também cumpre a função de
assessor de segurança.

- Traçador (1): traça as linhas de corte nas madeiras antes de passá-las aos
cortadores, seguindo as medições trazidas pelo anotador.

- Anotador (1): toma nota de todas as medidas necessárias para que o traçador
possa marcar as madeiras para levá-las ao corte.

- Carregadores (2):passam os materiais medidos e marcados pelo traçador ao


cortador e ajudam a recolher os materiais quando cortados.

- Cortador (1) e assistente de corte (1): cortam os materiais que os carregadores


trazem. O assistente de corte faz a segurança do cortador.

- Encarregado de ferramentas e equipamentos (1): este é um integrante comum


para as duas sub-equipes já que dirige a localização e movimentação de ferramentas e
equipamentos. Responsabiliza-se por manter um controle deles em toda operação.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 179


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 180


Curso de Busca e Salvamento Urbano

6. Procedimento para construir o escoramento vertical e o de porta/janela

6.1 Especificações dos pregos


Para o curso BREC podem ser usados pregos de dupla cabeça, pois é mais fácil
desmonstar o escoramento. Sem dúvida, podem-se usar pregos comuns com bom resultado. Os
tipos de pregos que se recomendam para escoramento com madeira são os seguintes:

- Pregos de 9cm para segurar postes, travessas e madeiras grossas.


-Pregos de 6,5cm para segurar placas de união.

padrões para a colocação de pregos em placas de união e reforços


(deve-se usar pregos de 6,5cm em compensados e de 9cm em madeira)

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 181


Curso de Busca e Salvamento Urbano

6.2. Escoramento vertical

1) Determinar onde se vai colocar o escoramento.


2) Tomar as medidas do cabeçal e da base.
3) Tomar as medidas para os postes (deduzindo a largura da base,
cabeçol e cunhas).
4) Pedir que cortem a madeira
5) Prender o cabeçal aos postes, fora do lugar de escoramento.
6) Levar o cabeçal e postes a sua posição
7) Colocar cunhas e ajustar como for necessário
8) Fixar as placas de união, que devem estar sempre nos extremos
postos.
9) Cortar e instalar os travessões diagonais.

Medidas e tamanhos recomendáveis:

• Altura máxima com postes de 10x10 cm: 3,6m.


• Com postes de 15x15cm: 6,1m.
• Distância máxima entre postes: 1,2m
• Vão mínimo: 30cm

6.3. Escoramento porta / janela

Este tipo de escoramento normalmente é utilizado em pontos de acesso para pessoal brec,
com o propósito de estabilizar cabeçois ou portais que tenham sofrido danos. Cargas adicionais
normalmente provêm de cima e, portanto, se contrói similar a um escoramento vertical. Se as cargas
são verticais, constrói-se similar a um escoramento horizontal.
O travessão requer 1cm de largura por cada 10cm de abertura horizontal. Exemplo: uma
abertura de 1m de largura requer um cabeçal de 10x10 cm. O cabeçol, os postes e a base devem ser
da mesma largura para dar mais efetividade aos reforços diagonais.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 182


Curso de Busca e Salvamento Urbano

1) Determinar onde vai ser construído o escoramento.


2) Medir e cortar a base do cabeçal (deduzindo as medidas de cunhas)
3) Medir e cortar os postes (deduzindo a largura da base e do cabeçal)
4) Instalar a base com um par de cunhas em uma ponta até que a base
esteja sob compressão e apertada.
5) Instalar o travessão com um par de cunhas no lado oposto até que
esteja apertado.
6) Instalar um poste e prendê-lo com cunhas. Utilizando pequenas
cunhas. Mantenha nivelados o proximos a base, o travessão e os postes.
Instale o poste do lado oposto.
7) Instalar uma prancha de compensado na esquina do travessão sem
cunhas.
8) Instalar os reforços e apertar as cunhas.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS DE ESCORAMENTO DE EMERGÊNCIA MP 11 - Pg 183


Curso de Busca e Salvamento Urbano

12 Curso de Busca e Salvamento Urbano TÉCNICAS VERTICAIS

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1) Identificar os diferentes tipos debloqueadores e suas características;

2) Realizar a ascenssão em corda de salvamento com uso de ascenssores;

3) Executar o rapel com carga através de descensor auto blocante;

4) Executar o içamento de vítima através da técnica específica.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS VERTICAIS MP 12 - Pg 184


Curso de Busca e Salvamento Urbano

1. BLOQUEADORES

1.1. Bloqueadores estruturais


Eles se agarram a corda comprimindo capa e alma. Existem várias marcas e podem
ser substituídos por nós específicos. É sugerida a sua utilização na maioria dos casos.
Quando sob tensão, sua falha se dá próximo dos 700 kgf.

1.2. Bloqueadores de mão.


São bloqueadores de funcionalidade parecida aos anteriores, porém, oferecem uma
menor compressão de capa e alma. Em seu mecanismo em contato com o cabo, existe dentição que
aumenta o atrito metal X corda o que provoca maior agressão á corda. É sugerida a utilização somente
para a carga de uma pessoa.

Quando sob tensão, próximo aos 500 kgf falham e fraturam a capa da corda.

Todos eles podem ser usados como “captura de progresso” na ausência de um freio
autoblocante como o ID’l.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS VERTICAIS MP 12 - Pg 185


Curso de Busca e Salvamento Urbano

1.2. Nó blocante
O nó mais conhecido é o “Prussik” ou “Prussico”. Ele é realizado com o auxílio de
cordelete de 6 a 8 mm de diâmetro podendo substituir as peças metálicas.
Quando sob tensão, sua falha se dá próximo dos 1000 kgf rompendo a corda
após os 1500 kgf.

2. ASCENSÃO

A ascensão de via é o movimento contrário ao rapel.


Através de nós blocantes ou peças específicas de bloqueio como exemplo o
Rescucender, você consegue subir em uma linha vertical até um ponto desejado. A ascensão pode ser
usada para se chegar ao topo de uma árvore ou para corrigir procedimentos de salvamento.

A regra básica da ascensão é estar clipado em pelo menos dois pontos distintos.

2.1. Ascensão com cordins:


Com o cordelete, realiza-se algum nó blocante (como exemplo o Prussik) na altura
dos olhos; Com um segundo cordelete, faço o mesmo, mas desta vez na altura do ventre; No cordin
superior, clipa-se uma fita de 60cm ao cinto de segurança e no cordin inferior, clipa-se o auto seguro e
uma fita de 120cm que servirá de pedaleira.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS VERTICAIS MP 12 - Pg 186


Curso de Busca e Salvamento Urbano

2.2. Ascensão com ascensores de punho:


O mesmo procedimento feito com os cordins, devo fazer com os ascensores de
punho; note que os nós blocantes são substituídos pelas peças metálicas blocantes (Rescucender ou
Ascensores de punho).

3. FREIO AUTOBLOCANTE (Id’l)

O freio descensor auto-blocante conhecido como Id, (industrial Descensor), realiza a


função de freio através de uma alavanca manipulada pelo operador com a mão esquerda. Por ser auto-
blocante e possuir função de pânico, se demonstra um freio extremamente seguro.
A função auto-bloqueio e pânico, significa que o freio só irá realizar a descida do
operador se e somente se ele estiver com a mão no manípulo do acessório.

Se puxar a alavanca demasiadamente ela trava como função pânico, se soltar a


alavanca, para qualquer outra manobra com as mãos, ele trava como função bloqueio.

Para fazer a passagem da corda no Id, deve se atentar para que a “parte tesada (vivo)
da corda esteja sempre entrando por baixo do came e que a parte sem tensão (morto) esteja saindo pela
parte de cima do came.
Além disto, é fundamental que sempre se faça o uso de um mosquetão auxiliar por
onde deve passar o chicote antes de ir para a mão de comando, isto fará com que se acione a última
trava do freio em caso de erro do operador.
Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS VERTICAIS MP 12 - Pg 187
Curso de Busca e Salvamento Urbano

3.1. Rapel com equipamentos diversos:

Nos casos de em que haja a necessidade de utilizar ferramentas em suspensão, estes


equipamentos de peso médio ou pesados, podem ser debreados em corda própria havendo a
possibilidade. Caso não seja possível, o operador poderá ancorar a ferramenta junto à sua linha de
rapel através de nós blocantes conforme as figuras.

4. IÇAMENTO DE CARGA

O procedimento de içamento de vítima já é conhecido pelos bombeiros formados.


Podemos utilizar as mesmas técnicas de salvamento em poço, inclusive com o auxilio de tripés ou
escadas de salvamento. Para o exercício específico de salvamento urbano, iremos dividir os
procedimentos de acordo com cada integrante da equipe USAR.

Resgatista 01 e 02: Estes resgatistas ficam no topo. Eles auxiliam o posicionamento


da escada ou tripé e realizam o contra peso e estabilização da mesma. Enquanto não houver peso no
sistema, eles podem apoiar na montagem e em o que for mais necessário na operação.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS VERTICAIS MP 12 - Pg 188


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Resgatista 03: Este deve ser um bombeiro leve e habilidoso. Ele fará parte da
montagem do sistema no topo e será o resgatista que acessará a vítima fazendo todas as amarrações.
Ele deve estar apto a executar manobras de alto resgate e todos os tipos de amarrações em vítima
possível.

Resgatista 04: Bombeiro de maior experiência, ele montará o sistema e cordenará


operacionalmente, a descida do resgatista (debreagem) e içamento de ambos. Ele será ajudado pelos 03
na montagem e os 01 e 02 no içamento.

Resgatista 05: Ele será o Lider e Segurança. Possui autonomia para mudar o
procedimento caso veja necessidade podendo apoiar em qualquer ação.

Iniciando a operação, os resgatistas 01 e 02 posicionam a escada ou tripé no local


determinado pelo líder e auxiliam o 03 e 04 com o restante do material de salvamento.
O resgatista 03 se equipa e se prepara para descida com todo o material necessário
para a manobra da vítima. Ele também ajuda o resgatista 04 com o procedimento de debreagem até o
momento da sua descida.
O resgatista 04 prepara todo o equipamento de realiza a debreagem do 03 até a
vítima. Neste momento os resgatistas 01 e 02 devem fazer a estabilização da escada.
O resgatista 03 acessa e manobra a vítima preparando-a para o içamento. Ele deve
decidir se subirá com a vítima ou após ela.
Quando tudo estiver pronto, indicado pelo resgatista 03, os resgatista do topo farão o
içamento do bombeiro e da vítima através de sistemas de polias.

Rev. ABRIL 2021 TÉCNICAS VERTICAIS MP 12 - Pg 189


Curso de Busca e Salvamento Urbano

13 Curso de Busca e Salvamento Urbano REPASSE GERAL

Objetivos

Nesta aula o participante irá:

1. Revisar todo conteúdo aplicado durante o curso;

2. Sanar possíveis dúvidas surgidas durante as aulas.

Rev. ABRIL 2021 REPASSE GERAL MP 13 - Pg 190


Curso de Busca e Salvamento Urbano

REPASSE GERAL

Além da revisão de todo o conteúdo do curso, os alunos poderão sanar todas as dúvidas
anotadas durante as aulas. Qualquer dúvida que esteja no Baú deverá ser esclarecida.

ANOTAÇÕES

Rev. ABRIL 2021 REPASSE GERAL MP 13 - Pg 191


Curso de Busca e Salvamento Urbano

14 Curso de Busca e Salvamento Urbano SIMULADO FINAL EXTERNO

Objetivos

Aferir se alunos, como integrantes de uma equipe de Resposta


Intermediária, no contexto de um simulado, serão capazes de:

1. Adotar as medidas administrativas para admissão da equipe em ambiente


internacional;

2. Aplicar os métodos de avaliação de local de trabalho (ASR 1 a 5);

3. Aplicar a triagem de local de trabalho de “A” a “F”;

4. Efetuar a planificação de dados de acordo com os formulários padrão da


INSARAG;

5. Aplicar corretamente o método START;

6. Aplicar as técnicas de busca e sinalização INSARAG;

7. Aplicar as técnicas de remoção, levantamento e estabilização de cargas, bem


como os acessos em profundidade e verticais para o resgate de vítimas, e

8. Estabilizar e retirar corretamente as vítimas vivas e mortas encontradas.

Rev. ABRIL 2021 SIMULADO FINAL EXTERNO MP 14 - Pg 192


Curso de Busca e Salvamento Urbano

SIMULADO INTERNO

Cada grupo de trabalho disporá de um cenário simulado, contará com as FEA´s designadas e
deverá completar o exercício seguindo as técnicas e procedimentos apresentados e praticados
durante o curso.

NORMAS DE SEGURANÇA

- Não é permitido entrar na área de trabalho sem autorização do Coordenador do curso;


- Ao entrar na área de trabalho recorde que sempre devemos ter colocado de maneira correta o
Equipamento de Proteção Individual completo;
- Em toda operação deve haver um Encarregado de Segurança devidamente identificado;
- Cada integrante da equipe também será um assistente de segurança;
- Recorde os sistemas de alerta: um som longo significa alerta, um som longo e um curto
significa continuar o trabalho, três sons curtos significam sinal de alarme, terá que evacuar
imediatamente;
- Importante: lavar as mãos antes e depois de ingressar na área de trabalho;
- O encarregado de segurança estabelecerá uma zona de Segurança para a evacuação e
reunião;
- Deve-se ter um Kit de Primeiros Socorros e comunicações que garantam resposta de alguma
ambulância a tempo em caso de necessidades;
- Sempre se deve ter na zona de trabalho um extintor de incêndio de 6 kg de Pó Químico
Seco, no reabastecimento de combustível dos equipamentos utilizados na operação;
- Ter sempre um cantil com água para evitar a desidratação;
- Devem-se estabelecer turnos de 15 minutos para as condições normais de rodízio;
- Não é permitido deixar resíduos, lixos na área de trabalho;
- Não se deve fumar nem consumir mantimentos na área de trabalho;
- Segundo as condições atmosféricas o encarregado de segurança determinará se é possível
continuar ou se deverá parar os trabalhos de resgate;

Rev. ABRIL 2021 SIMULADO FINAL EXTERNO MP 14 - Pg 193


Curso de Busca e Salvamento Urbano

- Devem-se demarcar todas as áreas e objetos que representem perigo para os resgatistas;
- Qualquer pessoa que gere uma falha de segurança ou uma ação insegura repetitivamente,
deverá ser retirada da área;
- O encarregado de segurança da equipe será responsável pela segurança de todo seu pessoal;
- Toda FEA deverá ser utilizada, manutenido e armazenado de acordo com às instruções
dadas pelo Coordenador do curso; e
- Todas as operações que impliquem o uso de FEA´s deverão efetuar-se em dupla, onde um
executará a operação e o outro fará a segurança.

Rev. ABRIL 2021 SIMULADO FINAL EXTERNO MP 14 - Pg 194


Curso de Busca e Salvamento Urbano

MC 1 Curso de Busca e Salvamento Urbano RADIOCOMUNICAÇÃO

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1) Definir os elementos básicos de radiocomunicação;

2) Definir os tipos de estações de rádio;

3) Reconhecer os fatores que atenuam a transmissão via rádio.

4) Definir entre comunicação ponto a ponto e por repetidora.

5) Demonstrar nas estações práticas a operação correta dos transceptores portáteis e

instalar uma ERB (Estação Rádio Base);

Rev. ABRIL de 2021 RADIOCOMUNICAÇÃO MC 1 - 195


Curso de Busca e Salvamento Urbano

1. Comunicação via rádio

Um sistema de comunicação simples é chamado de enlace de rádio. Os componentes


básicos de um enlace de rádio são: Antena, Ambiente, Transmissor, Receptor e cabos de conexão.
Os elementos básicos de um sistema de radiocomunicação são:
• Transmissor;
• Meio de comunicação
• Receptor

2. Tipos de Estações de Rádio


2.1. Transceptor Fixo

É um equipamento de comunicação que permite centralizar as comunicações e pode


abranger uma área de cobertura muito maior sem a necessidade da instalação de estações repetidoras
(dependendo da topografia do local). São aquelas instaladas em imóveis ocupados pelo Corpo de
Bombeiros (Telegrafias de Estações de Bombeiros e em Operações no Posto de Comando), ou seja, locais
que possibilitem a fixação da antena na área externa.

Estação Fixa em Telegrafia


Potência do rádio 40 W

Rev. ABRIL de 2021 RADIOCOMUNICAÇÃO MC 1 - 196


Curso de Busca e Salvamento Urbano

2.2. Transceptor Móvel

É o transceptor instalado em qualquer veículo (terrestres, aquáticos, marítimos ou


aéreos) podendo operar quando o mesmo estiver em movimento ou estacionado em lugar não
especificado, dentro da área de cobertura de uma rede de rádio específica.

Transceptor móvel
Potência do rádio 40 W

2.3. Transceptor Portátil


É um transceptor de uso pessoal que, devido ao porte e peso pode ser transportado e
usado em qualquer lugar, não dependendo de um lugar específico para ser usado.
Os primeiros Hand-Talk (HT) foram desenvolvidos para uso militar durante a
Segunda Guerra Mundial. No decorrer dos anos se viu a necessidade de reduzir o tamanho e o peso deste
importante meio de comunicação.
Com o final da guerra seu uso se tornou comum no campo da segurança pública e nas
mais diversas áreas.

Transceptor digital
Potência 5 W

Rev. ABRIL de 2021 RADIOCOMUNICAÇÃO MC 1 - 197


Curso de Busca e Salvamento Urbano

2.4. Estação Repetidora (ERB- Estação Ráio Base)


Utilizada para ampliar a cobertura do sistema irradiante, recebendo os sinais e
retransmitindo automaticamente, mantendo uma comunicação clara e eficaz.
Deve ser instalada preferencialmente no ponto mais alto da região, dependendo da
topografia, para um melhor rendimento de equipamento.
É composta basicamente por um rádio transmissor e outro receptor, acoplados a um
gabinete com fonte de alimentação e ligados a um duplexador e a uma antena fixa instalada em uma torre.

Repetidora instalada em viatura- potência 40 W Repetidora instalada em torre – potência 100W

3. Fatores de influência na radiocomunicação


A comunicação via rádio sofre influência do meio o qual se encontra, portanto dentre
os fatores que influenciam no alcance da transmissão estão:
3.1. Potência – a potência tem relação direta com o alcance logo quanto maior a
potência do trasceptor maior o alcance.
3.2. Frequência- Apesar da frequência utilizada poder provocar alterações no
alcance da transmissão no nosso caso a frequência não é uma variável, pois será sempre a mesma.
3.3. Antena – As antenas podem ter “ganhos” podem potencializar a
comunicação, logo é uma variável a ser considerada na instalação de uma repetidora.

Rev. ABRIL de 2021 RADIOCOMUNICAÇÃO MC 1 - 198


Curso de Busca e Salvamento Urbano

3.4. Terreno – quanto a topografia é a grande variável a ser considerada na


nossa comunicação o entorno que estamos influência causando grande atenuação na transmissão,
logo a comunicação em ambiente aberto e elevado tende a ter maior alcance em relação a um
ambiente baixo e confinado. Devemos optar sempre em instalar repetidoras em locais elevados.
Ex. edifício, vegetação densa.
3.5. Clima – as tempestades elétricas causam grande atenuação no alcance das
transmissões.

4. Exercícios de comunicação
Escolher qual a melhor rota de comunicação entre ponto a ponto e através de
repetidora

Dados para os exercícios:

Consideraremos uma condição ideal na qual a potência de 1Watt têm um alcance de


1 Km.

Rev. ABRIL de 2021 RADIOCOMUNICAÇÃO MC 1 - 199


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Exercício 1
Condição ideal
1Watt = 1Km

Trasceptor A Tranceptor B ERB


Potência 5W Potência 5W Potência 40W
Distância até a ERB 3 Km Distância até a ERB 7 Km
Distância ao ponto B 10 Km Distância ao ponto A 10 Km

4.1. A mensagem via rádio do ponto A será transmitida para o ponto B?

4.2. A mensagem via rádio do ponto B será transmitida para o ponto A? Por quê?

4.3. Apresente uma solução para o problema.

5. Exercício 2

Condição ideal
Potência do rádio 1W = 1km

Rev. ABRIL de 2021 RADIOCOMUNICAÇÃO MC 1 - 200


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Trasceptor A Tranceptor B ERB


Potência 5W Potência 5W Potência 40W
Distância à ERB 5 Km Distância à ERB 7 Km
Distância ao ponto B 3 Km Distância ao ponto A 3 Km

1. A mensagem via rádio do ponto A será transmitida para o ponto B? Como?

2. A mensagem via rádio do ponto B será transmitida para o ponto A via repetidora? Por quê?

3. Apresente uma solução para o problema.

6. Informações sobre o Transceptor Motorola APX 8000XE.

Transceptor digital VHF e UHF, potência de 5 Watt.

Passo 1: Através do Seletor de Zonas, escolha uma das opções disponíveis, Zona A,
Zona B ou Zona C;
Passo 2: A partir da Zona selecionada, utilize o Seletor de Canais para navegar até o
canal desejado.

Rev. ABRIL de 2021 RADIOCOMUNICAÇÃO MC 1 - 201


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Parte Frontal

Passo 1: Pressione o botão correspondente à Zona e através das teclas de navegação role
entre as opções disponíveis, Zona A, Zona B ou Zona C;
Passo 2: Pressione o botão correspondente a “Sel” para entrar na Zona selecionada.
Para selecionar o canal desejado, utilize o Seletor de Canais para navegar até o canal
desejado.
Tanto os rádios fixos quanto os HT´s possuem um botão laranja para chamadas de
emergência. Quando ativada, será mostrado no display a mensagem “Emergência” e nesta condição,
permite que, ao acionar o PTT, este rádio terá prioridade na comunicação.
Para ativá-la, pressione o botão laranja por alguns segundos até ouvir um bip de
confirmação junto à mensagem “Emergência” que estará piscando. A partir daí é possível comunicação
com o COBOM com total prioridade.
Para desativá-la, pressione o botão laranja por alguns segundos até ouvir um bip de
confirmação acompanhado do fim da mensagem.
Os transceptores portáteis Motorola APX 8000XE estão habilitados com a função Man
down (homem morto). Ao ficar na posição deitado por 30 segundos disparará um alarme no rádio e após
60 segundos dispara o alerta EMERGÊNCIA para todos os rádios do grupo de conversação e para o
COBOM. Para desabilitar posicione o rádio na vertical e pressione o botão laranja por alguns segundos.

Rev. ABRIL de 2021 RADIOCOMUNICAÇÃO MC 1 - 202


Curso de Busca e Salvamento Urbano

6.1 Função GPS


Os rádios APX 8000XE possuem a funcionalidade GPS.

Para buscar a informação de georreferenciamento do transceptor portátil APX 8000XE


basta pressionar o botão lateral na cor roxa. Para o pleno funcionamento há necessidade do transceptor
estar em uma área descoberta.

Botão coordenada

A última coordenada capturada fica na memória do equipamento.


As coordenadas são mostradas em Graus decimais.
Para a localização no Google Maps como padrão. Digite conforme demonstrado abaixo.

Rev. ABRIL de 2021 RADIOCOMUNICAÇÃO MC 1 - 203


Curso de Busca e Salvamento Urbano

-23 31.590’

-46 35.563’

Observe se o desenho do satélite no


transceptor está fixo na tela o que
identifica que o GPS esta ativo. Quando
fica intermitente é sinal que não esta
ativo. Problema de comunicação com o
satélite. Para o pleno funcionamento há
necessidade do posicionamento em área
externa.

Exemplo de pesquisa no google maps.

Rev. ABRIL de 2021 RADIOCOMUNICAÇÃO MC 1 - 204


Curso de Busca e Salvamento Urbano

MC 2Curso de Busca e Salvamento Urbano ESPAÇO CONFINADO

Objetivos

Ao finalizar esta lição o participante será capaz de:

1 – Definir Espaço Confinado e seus dois tipos;

2 – Descrever ventilação e seus dois tipos;

3 – Conhecer o aparelho detector multigás.

Rev. ABRIL 2021 ESPAÇO CONFINADO MC 2 - Pg 205


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Espaços confinados

Espaços confinados são áreas não projetadas para a ocupação humana contínua, que
apresentam meios limitados de entrada e saída ou uma configuração interna que possa causar o
aprisionamento ou asfixia de um bombeiro. Não possui ventilação ou esta é insuficiente para a
remoção de contaminantes. Pode apresentar, ainda, deficiência ou enriquecimento da concentração de
oxigênio.

Os espaços confinados dividem em dois tipos:

● Não-perturbado: antes da entrada e consequente alteração nos riscos inerentes ao


local;
● Perturbado: após a entrada e alteração das características do local.
Ventilação:

Procedimento de movimentar continuamente uma atmosfera limpa para o interior do espaço


confinado, para a diminuição ou remoção da concentração de contaminantes.

São de dois tipos:

● Ventilação Geral Diluidora: insuflação de ar no espaço confinado, reduzindo o nível


de contaminação no ambiente, pela substituição do ar contaminado por ar puro.
● Ventilação Local Exaustora: retirada do contaminante na fonte ou próximo da fonte,
para evitar que se espalhe no interior do espaço confinado.

ppm: partes por milhão – concentração relativa de substância de acordo com o volume do ambiente
em que se encontra.

STEL (Short Time Exposure Limit): Limite de exposição de curto prazo: exposição máxima a um
determinado contaminante pelo prazo, em geral, de quinze minutos.

TWA (Time Weighted Average): Tempo médio de exposição: considera o efeito cumulativo da
exposição para períodos de trabalho (geralmente de 8 horas).

Rev. ABRIL 2021 ESPAÇO CONFINADO MC 2 - Pg 206


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Detector Multigás

O detector multigás é um aparelho utilizado principalmente em espaços confinados para a


detecção de contaminantes no ambiente que possam expor à risco o bombeiro durante sua atuação
operacional.

O modelo em uso pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo é o ALTAIR 4X MSA.

ALTAIR 4X MSA – partes:

Rev. ABRIL 2021 ESPAÇO CONFINADO MC 2 - Pg 207


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Características:

- Certificação IP68;

- Duração da bateria: aproximadamente 24 horas

- Precisão: 0,1 ppm

O aparelho, basicamente, mede quatro parâmetros de substâncias:

1) O₂ (oxigênio)
Concentração de oxigênio no ambiente, que deve estar na faixa de 20,9%.

20,9%
19,5% 23,0%

2) CO (monóxido de carbono)

● CO: TWA de 35ppm.


● CO: STEL de 200ppm.

3) H₂S (gás sulfídrico)

● H₂S: TWA de até 1ppm.


● H₂S: STEL de até 5ppm.

4) Metano e gases inflamáveis:

O aparelho mede o limite inferior de inflamabilidade do metano e de gases inflamáveis.

O valor indicado no detector é percentual, conforme a faixa do limite inferior de


inflamabilidade.

Rev. ABRIL 2021 ESPAÇO CONFINADO MC 2 - Pg 208


Curso de Busca e Salvamento Urbano

Por exemplo:

O limite inferior de inflamabilidade do butano é de 1,8% (aproximadamente 2%).

Observa-se a
concentração de
aproximadamente 2% de
butano e 98% de ar

100%
Qual será a
O detector indica que há, no
indicação no
ambiente, 100% do Limite
detector?
Inferior de Inflamabilidade
do gás

ALARME (LUZES E SOM): RETIRADA IMEDIATA DO LOCAL – CONDIÇÃO INSEGURA

Rev. ABRIL 2021 ESPAÇO CONFINADO MC 2 - Pg 209

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