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ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESTRATÉGICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

RAFAEL NEVES COSENDEY

O PADRÃO INSARAG DE OPERAÇÕES EM DESASTRES E A


INTER-RELAÇÃO ESTRATÉGICA COM O CBMMG.

BELO HORIZONTE

2022
RAFAEL NEVES COSENDEY

O PADRÃO INSARAG DE OPERAÇÕES EM DESASTRES E A


INTER-RELAÇÃO ESTRATÉGICA COM O CBMMG.

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Academia de Bombeiros Militar de Minas Gerais em
cumprimento às exigências do Curso de Especialização
em Gestão Estratégica e Políticas Públicas.

Orientador: Welter Alves das Chagas, Major BM

BELO HORIZONTE

2022
RESUMO

Em todo o mundo, as operações em desastres representam uma das atividades sob gestão da

Organização das Nações Unidas (ONU) sendo a International Search And Rescue Advisory

Group (INSARAG) um grupo consultivo da ONU responsável pela preparação e resposta aos

desastres. No Brasil os Corpos de Bombeiros Militares têm a missão de atuar em todas as

fases do desastre, com bastante ênfase nas ações de resposta. Recentemente o CBMMG tem

realizado importantes operações integradas não apenas no Estado de Minas Gerais, mas

também em todo o território brasileiro e em operações internacionais. Diante desse cenário,

este estudo busca compreender em que medida o padrão INSARAG de operações em

desastres se inter-relaciona estrategicamente com o CBMMG, trazendo uma análise

bibliográfica e suas perspectivas acerca das atividades de cooperação humanitária no Brasil e

no mundo.

Palavras-chave: operações em desastres; resposta aos desastres; INSARAG; CBMMG;

cooperação humanitária.
ABSTRACT

Worldwide, operations in ongoing disasters represent one of the activities managed by the

United Nations (UN) being the Internacional Search And Rescue Advisory Group (INSARAG)

a consultive group for disaster preparedness and response. In Brazil, Military Fire Brigades

have the mission to act in all phases of the disaster, with great emphasis in response actions.

Recently, CBMMG has carried out major integrated operations not only in the State of Minas

Gerais, but also throughout the Brazilian territory and in international operations. Given this

scenario, this study seeks to understand what extent the INSARAG standard of disaster

operations is strategically interrelated with the CBMMG, bringing a bibliographic analysis

and its perspectives on humanitarian cooperation activities in Brazil and globally.

Keywords: CBMMG; INSARAG; disaster operations; disaster response; humanitarian

cooperation.
CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5
2. ESTRATÉGIA PARA ATUAÇÃO EM DESASTRES NO CBMMG ............................. 8
2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E O PLANO DE COMANDO 2015-2026 .............. 8
2.2 DOUTRINA EM DESASTRES E O COMANDO ESPECIALIZADO DE BOMBEIROS
(CEB) ........................................................................................................................................ 10
3. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL E GESTÃO MUNDIAL DE DESASTRES ..... 13
3.1 GESTÃO DE DESASTRES NA ONU .............................................................................. 14
3.2 EQUIPES URBAN SEARCH AND RESCUE ..................................................................... 15
3.3 O PADRÃO DA INTERNATIONAL SEARCH AND RESCUE ADVISORY GROUP
(INSARAG) NAS OPERAÇÕES EM DESASTRES .............................................................. 16
3.4 CERTIFICAÇÃO DE EQUIPES PADRÃO INSARAG ................................................... 17
4. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 21
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 21
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 24
CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

1. INTRODUÇÃO

Segundo a United Nations Office for Disaster Risk Reduction (UNDRR) entre os anos
de 2000 a 2019, 7.348 eventos de desastres foram registrados em todo o mundo pelo
Emergency Events Database (EM-DAT), uma das principais bases internacionais de
desastres. O infográfico da UNDRR representado pela figura 1 apresenta que U$2,97 trilhões
foram gastos com desastres em todo o mundo, 4 bilhões de pessoas foram afetadas e mais de
1 milhão foram mortos em detrimento dos eventos adversos e seus danos.

Figura 1 O custo humano dos desastres, uma revisão dos últimos 20 anos (2000-2019).

Fonte: UNDRR (2020).

O aumento dos impactos e danos causados pelos desastres na última década


potencializa a necessidade da preparação e resiliência da sociedade mundial, deixando clara a
importância das ações estratégicas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
(CBMMG) e suas ações perante a sociedade do Estado de Minas Gerais.
Segundo Silva e Silva (2021) o Estado de Minas Gerais possui a maior incidência de
desastres causados por rompimentos de barragens do Brasil, que entre 1986 e 2019 se
destacaram 19 graves acidentes que assolaram o país, tendo os mais recentes ocorridos em
Mariana e Brumadinho.
O CBMMG, portanto, tem atuado em cenários de desastres com grande magnitude
gerando com isso uma consequente adaptação operacional e evolução doutrinária da
Corporação, além das atualizações para a realização dos atendimentos em território

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

internacional nos anos de 2019 e 2021, respectivamente após os desastres ocasionados por
ciclones em Moçambique e terremoto no Haiti.
Esse cenário de destaque e relevância está evidenciado nas palavras do Exmo
Comandante Geral, na 4ª edição do Plano de Comando do CBMMG:

O CBMMG avança, balizado no alto padrão de exigência quanto às normas e


certificações internacionais [grifo nosso]. Tal protagonismo faz com que Minas
Gerais figure em lugar de destaque na América Latina, como potencial apoio aos
demais Estados da Federação e, até mesmo, em operações internacionais.

Ressalta-se que o CBMMG participou também de duas importantes reuniões mundiais


de líderes de equipes de busca e salvamento, sendo em 2010 no primeiro encontro da
INSARAG para as Américas, realizado no Distrito Federal, DF. O segundo encontro foi
realizado no ano de 2022, no Qatar, atualizando-se acerca das discussões globais das equipes
de busca e resgate urbano, podendo inter-relacionar o Brasil no contexto internacional.
Em nível nacional alguns Corpos de Bombeiros Militares já investiram estudo e
esforço técnico no entendimento deste cenário global, como o Corpo de Bombeiros da Polícia
Militar do Estado de São Paulo (CB PMESP). Mello (2011) destaca que no ano de 2002 foi
criada a Força Tarefa para atuar em qualquer parte do Estado ou do Brasil [...]
Em 2010 o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de São Paulo, Rio de Janeiro e
Distrito Federal participaram de um simulado virtual de terremoto realizado em Bogotá, na
Colômbia, por intercorrência do credenciamento daquele país junto à INSARAG, naquele
treinamento participaram 25 países convidados (MELLO, 2011).
Segundo Rodrigues (2012) o Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo (CBMSP)
protocolou no ano de 2012 um ofício na Secretaria Nacional de Defesa Civil com intensão da
obtenção da Certificação de uma equipe USAR de SP junto a INSARAG [...] o CBMSP tem
condições de buscar e obter a classificação de uma equipe USAR média, passando a compor
este cenário de resposta a desastres internacionais, além de estruturar a resposta nacional.
Segundo Fernandes (2015) “hoje muitos estados, inclusive o Distrito Federal estão
montando suas forças tarefas, mas cada um do seu modo e maneira, com desenhos
próprios, onde não se comunicam entre eles, e não há um padrão nacional. Se um dia
houver um acionamento internacional, capaz de não ir a equipe mais técnica e sim a mais
forte politicamente” [grifo nosso].

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

Fernandes (2015) destaca que “trata-se de uma questão praticamente de necessidade,


pois quando acionado para um atendimento no exterior [...] e que alguns deles já estão
organizados com uma espécie de rede de ajuda internacional de salvamento [...] não ter
conhecimento dos protocolos e diretrizes internacionais, acabará atrapalhando, colocando em
risco seu pessoal e se expondo negativamente”.
Nascimento (2021) ressalta que no passado, o CBMDF promoveu iniciativas visando o
preenchimento dos requisitos exigidos pela INSARAG a fim de se credenciar como equipe
USAR da organização, porém, que não prosperaram.
A ideia da certificação há muito, desde 2003 [...] circunda o campo das ideias do
comando do CBMDF, diante do qual apresenta-se um cenário turbulento e de limitações, onde
Casarim (2019, p.44) ressalta que “[...] embora possua base nas várias recomendações
internacionais, a política nacional de proteção e defesa civil [...] não estabelece diretrizes
claras e objetivas de resposta aos desastres. [...] não existindo modelo gerencial federal de
resposta aos desastres, ou mesmo recomendações a nível estadual e municipal” [grifo nosso].
Desta forma o estudo trás como problema em que medida o CBMMG deve padronizar
suas ações operacionais no padrão INSARAG, tendo como hipóteses:
 Missões internacionais poderão servir como fonte de motivação para a tropa e para o
CBMMG;
 A doutrina INSARAG pode trazer mais qualidade operacional ao CBMMG;
 A doutrina INSARAG pode servir de padronização nacional e internacional no
Brasil.
O trabalho buscará em seu desenvolvimento responder estas hipóteses, visando atingir
o objetivo geral do trabalho que é analisar o sistema INSARAG e sua inter-relação estratégica
com o CBMMG. Além disso, como objetivos específicos o trabalho busca analisar a evolução
das políticas institucionais do CBMMG no que tange à preparação e resposta aos desastres,
bem como levantar a inter-relação da doutrina INSARAG com o CBMMG, no tocante à
estratégia de atuação em desastres.
Será desenvolvido uma breve revisão bibliográfica de conteúdo acerca do
planejamento estratégico, cooperação técnica internacional humanitária, além da
normatização da ONU e INSARAG para a gestão de desastres, inter-relacionando com as
diretrizes estratégicas e o futuro do CBMMG.

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

2. ESTRATÉGIA PARA ATUAÇÃO EM DESASTRES NO CBMMG

De acordo com o Livro do Centenário (2013) em 1911 o CBMMG teve sua criação
tendo se desenvolvido pelo Estado ao longo dos últimos anos de acordo com o processo de
urbanização das cidades e da capital mineira. Atualmente possui um número de 87 Unidades
de Execução Operacional (UEOp) com quartéis em 87 municípios, tendo nos últimos 4 anos
atingido mais de 10% de ocupação territorial, conforme figura abaixo:
Ao longo de todo o Estado o CBMMG tem suas diretrizes estratégicas de Gestão de
Riscos de Desastres (GRD) emanadas pela Terceira Seção do Estado-Maior (BM3), pela
Diretoria de Atividades Técnicas (DAT), pela Academia de Bombeiros Militar (ABM), por 6
Comandos Operacionais de Bombeiro (COB) e pelo Comando Especializado de Bombeiros
(CEB), cada setor na sua esfera de competência.
Diante desse escopo a principal linha estratégica do CBMMG mediante os desastres
enfrentados pelo Estado de Minas Gerais tem sido a realização de um planejamento
estratégico focado nas ações de GRD, aumento da capilaridade da Corporação em Minas
Gerais bem como o investimento nas políticas públicas de preparação das comunidades para
aumento da resiliência.

2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E O PLANO DE COMANDO 2015 – 2026

Segundo Wallace (2006) “a gestão estratégica é um processo contínuo e interativo


destinado a manter uma organização ajustada ao seu ambiente”, o autor que é Bombeiro
veterano norte-americano, em seu livro Fire Department Strategic Planning: Creating Future
Excellence, ressalta que os Corpos de Bombeiros que sabem para onde estão indo, conhecem
o ambiente em que devem operar, identificam como devem chegar lá e assim têm melhores
chances de alcançar seus objetivos e desejos.
Apenas alguns Corpos de Bombeiros dos Estados Unidos realmente possuem um
planejamento estratégico eficaz [...] o autor ressalta que tudo era diferente antes de 11 de
setembro de 2001 sendo que agora deve-se abordar questões que nem existiam antes daquele
desastre causado no World Trade Center (WALLACE, 2006).
No CBMMG o primeiro planejamento estratégico da Corporação foi instituído em
2010 trazendo uma iniciativa importante na sistematização do crescimento da Corporação,

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

conferindo a curto, médio e longo prazo, decisões embasadas tecnicamente e estrategicamente


(MINAS GERAIS, 2021).
O planejamento estratégico se desenvolveu e estabeleceu necessidades e demandas por
diretrizes específicas de Comando, ações estratégicas e de governabilidade pública da
Corporação, tendo o Plano de Comando se instituído em 2015 como forma de padronização
da cultura organizacional e perenidade dos objetivos estratégicos.
Em sua 4ª edição vigente no biênio 2021 - 2022 o Plano de Comando se destaca por
sua renomeação e redirecionamento para um portfólio de Proteção e Defesa Civil, com mais
ênfase estratégica do CBMMG no que tange ao ciclo completo de PDC, mantendo o Eixo
Principal como objetivo norteador da Corporação, quatro Eixos Suportes e também o Eixo
Base, estes demonstrados na figura 2:

Figura 2 Portfólio de Proteção e Defesa Civil.

Fonte: Minas Gerais, 2021.

De acordo com o Plano de Comando em sua 4ª edição todos os objetivos estratégicos


possuem diretrizes voltadas para a Proteção e Defesa Civil, sendo que tanto o Eixo Suporte 2
quanto o Eixo Base possuem programas de sustentação como a Capacitação em PDC e a
Resiliência da Plataforma Logística, se relacionando diretamente com a preparação para
desastres e com inter-relação estratégica na doutrina internacional de desastres.

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

O Plano de Comando ao descrever sobre a gestão dos conhecimentos estratégicos


retrata sobre o protagonismo do CBMMG em grandes eventos e desastres, como os
rompimentos de barragem em Mariana e Brumadinho, além do apoio na Operação
Moçambique, África, em 2019 após passagem de ciclones no país africano. De acordo com o
Plano esse destaque “reforça a necessidade de manter uma plataforma logística estruturada
para realizar o atendimento ordinário e para atuar em grandes eventos que exijam resposta
ágil e eficiente” (Minas Gerais, 2021).
Wallace (2006) descreve que “geralmente é uma situação, um evento ou uma
tendência complexa que provavelmente fará a diferença entre alcançar o desempenho médio e
a excelência a longo prazo.”
Portanto, o destaque para as operações em desastres em barragens e em território
internacional do CBMMG nos últimos anos, torna-se evidente na medida em que a
Corporação se apresenta como uma organização militar do Brasil capaz de dar resposta
imediata aos interesses dos países com relações mundiais e cooperação humanitária, tendo
sido o CBMMG ator fundamental para este feito nas missões já elencadas.

2.2 DOUTRINA EM DESASTRES E O COMANDO ESPECIALIZADO DE BOMBEIROS


(CEB)

O contexto da atividade doutrinária especializada do CBMMG surge quando a


Corporação se desenvolve e cria sua própria identidade em Minas Gerais, oficializada após
sua desvinculação da PMMG no ano de 1999. Naquela época, passou a ter sua independência
administrativa e financeira e, além disso, iniciou sua escalada na busca pelo espaço de
proteção pública e defesa civil junto à sociedade mineira, principalmente no ramo da
prevenção contra incêndio e pânico, resgate, busca e salvamento e ações específicas nos
desastres, quer seja na mitigação ou resposta aos mesmos (MINAS GERAIS, 2013).
O avanço da Corporação em consonância com os avanços urbanos e tecnológicos da
sociedade demonstrou a necessidade de criação de doutrina e grupamentos especializados
para lidar com situações atípicas, além daquelas rotineiras do cotidiano. (MINAS GERAIS,
2019).
Não obstante ao histórico recente dos últimos anos acerca da participação e
experiência operacional do CBMMG em desastres de grande magnitude tanto no Brasil

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

quanto fora, há de se destacar a quantidade crescente de militares na busca por conhecimento


e aprendizado em capacitações nacionais e internacionais
A aproximação de escolas e universidades mundiais através desse crescente avanço
institucional com relação ao ensino Bombeiro Militar, através do aperfeiçoamento e total
reformulação do sistema de ensino da Academia de Bombeiros Militar de Minas Gerais
(ABM), com ascendência recente à chancela como Instituição de Ensino Superior no Estado,
configura importante participação do CBMMG no cenário brasileiro e mundial e, torna-se
essencial na trajetória científica e operativa do arranjo da gestão do risco e do desastre.
Neste mister, o CBMMG tem buscado fundamento na doutrina mundial de desastres
para solidificar e padronizar a doutrina de preparação e resposta aos desastres, pautando-se na
doutrina da Organização das Nações Unidas (ONU) e da International Search and Rescue
Advisory Group (INSARAG), este que é um grupo assessor das Nações Unidas para gestão de
desastres.
Em 2014 através da Resolução 545 o CBMMG criava o primeiro Curso de Busca e
Resgate em Estruturas Colapsadas (BREC) com um total de 125 horas-aula e 30 disciplinas
no padrão INSARAG, tendo sido naquele momento um marco institucional para operações
em desastres na Corporação. Em 2019 foi publicada a 1ª edição do Manual de BREC do
CBMMG, criando oficialmente a doutrina especializada em desastres com referência em
normas internacionais (CBMMG, 2019).

Figura 3 1º Curso BREC CBMMG.

Fonte: Coordenação Curso BREC CBMMG, 2014.

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

Nesse contexto de evolução doutrinária do CBMMG nota-se os avanços técnico-


científicos em diversas áreas da doutrina de gestão em desastres, dentre as quais pode-se
destacar também as atividades de operações aéreas e salvamento em soterramentos, enchentes
e inundações.
Assim, diante das demandas da Corporação e da necessidade da sociedade mineira
surgiram o Batalhão de Operações Aéreas (BOA) no ano de 2006 e o Batalhão de
Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (BEMAD) em 2014, além do Comando
Especializado de Bombeiros (CEB) no ano de 2020, sendo essas duas últimas com foco
específico na gestão e gerenciamento de desastres complexos e de grande magnitude.
Os estudos desenvolvidos pela Corporação acerca da atuação estratégica especializada
demonstraram um diagnóstico e necessidade de adequação institucional em 2019, as
pesquisas realizadas com diversas autoridades de Forças de Operações Especiais de todo o
mundo, encontraram na literatura nacional e internacional um norte para propor mudanças no
CBMMG, com destaque para a doutrina de Operações Especiais do Exército Brasileiro,
Corpos de Bombeiros Militares e Guias metodológicas da INSARAG (CBMMG, 2019).
Mesmo diante de diversos avanços no que tange às atividades especializadas, é notória
a ausência de programa institucional no Plano de Comando do CBMMG para lidar
estrategicamente e traçar as diretrizes especializadas que o Alto Comando emana de acordo
com os interesses governamentais.

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

3. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL E GESTÃO MUNDIAL DE DESASTRES

Os relatos de origem do humanitarismo no mundo nos remete ao ano de 1859 quando


ocorreu em território italiano a Batalha de Solferino, confronto direto entre exércitos europeus
e que resultou em diversas mortes e sofrimento de soldados. Henri Dunan, um suíço caridoso
que auxiliou no socorro às vítimas da batalha, estudou por anos os meios de combater a
insuficiência do serviço sanitário dos exércitos em campanha, o que culminou em 1864 na
Convenção de Genebra e criação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV, 2022).
A ONU criada em 1945 nos Estados Unidos, por decorrência da 1ª Conferência das
Nações Unidas, tem objetivo principal de buscar a paz mundial no pós 2ª guerra, bem como
desenvolver relações amistosas entre nações, incentivar a cooperação internacional em caso
de problemas econômicos, sociais e humanitários (ONU, 2022).
Em 1998, como parte da reforma organizada por seu secretário-geral, coube ao ao
Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) a
coordenação de todas as ações de ajuda humanitária no âmbito da ONU. É dever do OCHA
estabelecer o contato com todas as agências financiadoras de Assistência Humanitária
Internacional (AHI), assim como com os fundos das Nações Unidas que aportam recursos
para fins humanitários. (SCHMITZ et al., 2010).
No Brasil, de acordo com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a cooperação
técnica internacional constitui importante instrumento de desenvolvimento para o país,
auxiliando a promover mudanças estruturais nos campos social e econômico brasileiro, com
capacitação de instituições nacionais dos três níveis da federação, via compartilhamento de
tecnologia e conhecimento (ABC, 2022).
A ABC considera a cooperação internacional como valioso instrumento da política
externa do Brasil (PEB) além dos ganhos de experiência para instituições brasileiras, apoia
objetivos e ações de nossa diplomacia junto a países parceiros e organismos internacionais,
tanto que em 2006 criou o Grupo de Trabalho Interministerial sobre Assistência Humanitária
Internacional - GTI-AHI (SCHMITZ et al., 2010).
Valença e Affonso (2019) entendem cooperação humanitária como a atuação em
conjunto no que tange às questões humanitárias após conflitos armados e desastres, isto é, ir
além da doação unilateral de recursos, buscando uma atuação simultânea entre Estados que
oferecem assistência e aqueles que a recebem.

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

3.1 GESTÃO DE DESASTRES NA ONU

Após a criação das Nações Unidas no pós 2ª guerra bem como a criação do sistema
humanitário mundial estabeleceu o formato para a gestão de desastres da ONU que se
consolidou com o Comitê Permanente Interagências e com o OCHA.
O sistema ONU se desenvolveu e criou diversas agências para cada área de atenção
específica, tornando-se primordial a coordenação de maneira harmoniosa e integrada entre os
governos, visando uma melhor mobilização de respostas humanitárias urgentes, além de
políticas e práticas para a defesa de milhões de pessoas em situação de risco no mundo.

Figura 4 Agências líderes da ONU

Fonte: ONU, 2020.

Dentro do sistema internacional de resposta a emergências foi criado em 1993 a


United Nations Disaster Assessment and Coordination (UNDAC), agência da ONU com
capacidade de estabelecer em qualquer parte do mundo em um curto espaço de tempo um
sistema rápido para avaliação, coordenação e gestão da informação de desastres (ONU, 2022).
A UNDAC possui em seu escopo o On-Site Operations Coordination Centre
(OSOCC) para atuar na coordenação e gestão das Urban Search And Rescue (USAR), com
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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

uma plataforma online denominada de Global Disaster Alert and Coordination System
(GDACS), sendo a UNDAC composta por quatro componentes fundamentais:

UNDAC: Funcionários: gerentes de emergência experientes disponibilizados para


missões do UNDAC por seus respectivos governos ou organizações. Os membros do
UNDAC são especialmente treinados e equipados para sua tarefa. Metodologia:
métodos pré-definidos para estabelecer estruturas de coordenação e para organizer e
facilitar avaliações e gerenciamento de informações durante a primeira fase de um
desastre ou emergência de início súbito. Procedimento: sistemas comprovados para
mobilizar e implanter uma equipe do UNDAC para chegar ao local do desastre ou
emergência dentro de 12 a 48h após a solicitação. Equipamento: equipamento
individual e coletivo para que as equips do UNDAC sejam autossuficientes em
campo quando designadas para desastres/emergências (ONU, 2022).

Em situações em que uma estrutura governamental engenhosa e eficaz para resposta a


desastres existe, deve-se procurar adotar um modelo mais adequado para suportar isso. No
entanto, em situações onde as necessidades de coordenação sobrecarregam as capacidades
nacionais, estruturas adicionais podem ser necessárias para a resposta internacional, de acordo
com modelo da figura 4 (UNDAC, 2018).

3.2 EQUIPES URBAN SEARCH AND RESCUE

De acordo com as Nações Unidas a equipe internacional de busca e resgate urbano


(USAR) é um ativo de resposta que presta socorro e realiza atividades em estruturas
colapsadas e outras atividades de apoio humanitário e desastre (ONU, 2020).
Nos Estados Unidos antes do episódio do World Trade Center em 11 de setembro de
2001, a importância dos sistemas USAR locais, regionais, nacionais e internacionais era
negligenciada em alguns lugares. Mas na sequência desses ataques terroristas, ficou claro que
a crescente ênfase no resgate era bem fundamentada e em dezembro de 2002, com base na
doutrina INSARAG, mais de 53 nações assinaram a Resolução da Assembléia Gerado das
Nações Unidas sobre ajuda internacional, incluindo a gestão USAR (COLLINS, 2004).
Collins (2004) destaca que tanto nos Estados Unidos quanto em outras nações
modernas os Corpos de Bombeiros e equipes de resgate alcançaram o mais alto nível de
preparação para resgate da história [...] esses sistemas estão sendo desafiados por alguns dos
atos de terrorismo mais mortíferos na experiência da humanidade, mesmo enquanto os perigos
de resgate mais convencionais, como terremotos, furacões, explosões industriais, rupturas de
barragens e outros desastres naturais e humanos continuam a ocorrer.

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

Segundo a Guia INSARAG - Volume II, para padronizar a identificação de todas as


Equipes USAR dentro do sistema de coordenação, é necessário um Identificador (ID) de
Equipe. O ID é composto de duas partes: o código olímpico de três letras do país de origem
da equipe; e um número de dois dígitos para diferenciar as equipes do mesmo país. Os
números de equipe 01 a 09 são para equipes classificadas como INSARAG External
Classification (IEC), como será visto nos capítulos seguintes, sendo os números 10 a 99
devem ser usados para equipes não classificadas.
Diante do sistema INSARAG para divisão das equipes USAR a legislação prevê o
número máximo de 9 equipes que podem ser classificadas internacionalmente em cada país,
demonstrando potencial de integração e organização de um sistema de resposta nacional.

3.3 O PADRÃO DA INTERNACIONAL SEARCH AND RESCUE ADVISORY GROUP


(INSARAG) NAS OPERAÇÕES EM DESASTRES

A INSARAG é uma rede global de mais de 90 países e organizações sob a égide da


ONU, que trata de questões relacionadas à busca e salvamento urbano em grandes desastres,
com o objetivo de estabelecer padrões internacionais mínimos para equipes USAR e
metodologias para coordenação internacional na resposta a terremotos e outros desastres que
resultem em busca e salvamento urbano em estruturas colapsadas (ONU, 2020).
A base das Diretrizes INSARAG é endossada pela Resolução 57/150 da Assembleia
Geral das Nações Unidas de 2002, que aborda o “Fortalecimento da eficácia e coordenação
da ajuda internacional de busca e salvamento urbano”, que sustentou grande parte do
progresso alcançado nas últimas três décadas nas áreas de preparação, coordenação e resposta
a desastres.
A comunidade foi criada em 1990 para facilitar a coordenação entre as equipes
internacionais USAR que se disponibilizam para mobilização em países que sofrem eventos
devastadores de colapso estrutural devido primariamente a terremotos. Desde então, a
INSARAG nunca parou, mas adaptou constantemente seu alto padrão de qualidade e
metodologia, reconhecido e aceito mundialmente, para salvar mais vidas.
As diretrizes e Guias da INSARAG estão dispostas em 3 volumes sendo:

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

 Volume 1: Política
 Volume 2: Preparação e Resposta
- Manual A: Capacitação
- Manual B: Operações
- Manual C: Classificação e Reclassificação Externa da INSARAG (IEC/IER)
 Volume 3: Guia de Campo Operacional

A INSARAG tornou-se um modelo de assistência humanitária em todo o mundo e


atualmente possui 58 equipes internacionais homologadas pela ONU dentro dos critérios
estabelecidos para Classificação Externa.
Diante de todas as características e doutrina internacional a INSARAG apresenta uma
literatura técnica inter-relacionada estrategicamente aos conceitos de Gestão do Risco de
Desastres e Gestão de Desastres, no que tange às características e formação de equipes
especializadas sendo que “Uma equipe técnica de resgate é um grupo especializado de
pessoal com treinamento avançado e equipamentos especializados para conduzir com
segurança e eficiência operações de resgate complicadas” [grifo nosso].

3.4 CERTIFICAÇÃO DE EQUIPES PADRÃO INSARAG

De acordo com as Nações Unidas o componente vital no desenvolvimento da


capacidade nacional é o estabelecimento do National Acreditation Process (NAP). Tal
mecanismo permite que um país estabeleça, monitore e gerencie padrões e adere de perto às
orientações da INSARAG no desenvolvimento de um sistema nacional de resposta no padrão
USAR (ONU, 2020).
A INSARAG dispõe sobre o desenvolvimento de um quadro nacional de acreditação
que deve ter um alto nível de apoio político e compromisso para garantir um processo
sustentável e estável, conforme a figura 3. Portanto, o programa USAR deve ser
incorporado ao sistema nacional de gestão de desastres para garantir a integridade de seu
desenvolvimento, implementação e financiamento. Como tal, o compromisso com um sistema
de acreditação é um pré-requisito crítico para a sustentabilidade dos padrões e deve ser parte
integrante das regulamentações nacionais do país para permitir o desenvolvimento e a
consolidação das políticas públicas [grifo nosso].

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

Figura 5 Estrutura para Processo de Acreditação Nacional INSARAG.

Fonte: ONU (2020)

Os seguintes elementos devem ser considerados durante o desenvolvimento de


sistemas nacionais de acreditação, de acordo com a Guia INSARAG:

 Planejamento focado no processo pela autoridade nacional para desenvolver o


sistema de acreditação.
 Identificação de instituições ou organizações interessadas que participarão do
desenvolvimento de sistema de acreditação, incluindo a formação das equipes
USAR nacionais.
 Pessoal adequado, sustentável e qualificado para o desenvolvimento do sistema
de acreditação.
 Participação de todos os atores nacionais relevantes sujeitos ao sistema de
acreditação para validar e apoiar o processo de acreditação.

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

 Transparência dentro do sistema e durante o processo de acreditação em todos


os momentos.

O organismo de acreditação é responsável pela elaboração da documentação relevante


para o sistema de acreditação por meio de recurso público reconhecido por todos os
interessados e deve ser uma norma aceita que regule e garanta o funcionamento do processo.
O Processo Nacional de Acreditação só pode ser executado após o estabelecimento de uma
política nacional oficial, incorporando o processo dentro de um compromisso nacional.

Figura 6 Roteiro para Capacidade da Equipe USAR.

Fonte: ONU (2020).


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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

Desde 2005, a INSARAG dispõe de um processo de classificação externa USAR


Team, International External Classification (IEC), que estabelece padrões operacionais
verificáveis e que constitui um exemplo de como um mecanismo de revisão por pares pode
fornecer um valor agregado na preparação e resposta a desastres. O processo IEC é projetado
para equipes que têm mandato e apoio institucional para responder internacionalmente.

Com base no sucesso do processo IEC, o objetivo do INSARAG Recognised National


Accreditation Process (IRNAP) é fornecer uma estrutura geral para consultoria internacional
sobre capacitação nacional USAR e o estabelecimento de um sistema de reconhecimento
INSARAG para Processos Nacionais de Acreditação (NAP) de equipes USAR.

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

4. DISCUSSÃO

A solidez do sistema ONU para a gestão de desastres tem sido estudada por órgãos
brasileiros e por Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, o que nos direciona para um
entendimento de referência nacional já estudada em alguns Estados do país, como
exemplificados no CBMDF, CBMSP e CBMMG.
Algumas Corporações apesar de terem desenvolvido doutrinas, protocolos, banco de
dados e sistema de logística para desastres com referência no padrão INSARAG, não
desenvolveram uma metodologia estratégica nacional para solidificar e criar políticas públicas
de padronização da gestão de desastres no Brasil.
Neste entendimento o artigo apresenta os avanços do CBMMG ao longo do
desenvolvimento de seu planejamento estratégico, buscando padronizar seus objetivos
institucionais de forma integrada e inter-relacionando sua metodologia com o
desenvolvimento da gestão de riscos e desastres com outros CBM e em todo o mundo.
Na busca pela consolidação estratégica nota-se que o CBMMG deve padronizar seu
sistema de operações em desastres no padrão INSARAG para que assim o processo funcione
de forma perene em Minas Gerais, potencializando a inter-relação estratégica do padrão
INSARAG com o CBMMG, maximizando também as oportunidades em todos os CBM.
Para isso conforme diagnosticado ao longo do trabalho o CBMMG necessita de um
trabalho contínuo que desenvolva cada vez mais a doutrina especializada da Corporação, para
que a estratégica de comando esteja alinhada com a estratégia operacional mundial nas
operações em desastres.
Será desafiador que os Corpos de Bombeiros Militares, haja vista as experiências já
vivenciadas nos últimos anos, consigam avançar no desenvolvimento do sistema INSARAG
de forma oficial, sem o apoio de todos os Estados e do governo federal, tornando-se crucial
trabalhar de forma integrada.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apresentado a temática proposta, este trabalho pautou-se na revisão bibliográfica da


sequência contextual para o entendimento da inter-relação estratégica das atividades do Corpo
de Bombeiros Militar de Minas Gerais com a metodologia de operações em desastres da
Internacional Search and Rescue Advisory Group.
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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

Ao despertar diversos pontos de convergência entre a INSARAG e o CBMMG o


estudo trouxe à tona o cenário mundial do planejamento estratégico de bombeiros, o contexto
histórico da ONU, a estruturação de equipes USAR e também as Guias INSARAG que
organizam os cenários de crise no mundo.
Diante do cenário global de desastres e dos interesses mundiais entre os países, o
artigo direciona a conclusão de que o CBMMG deve buscar no futuro as bases para
continuidade do seu planejamento estratégico, incluindo a metodologia INSARAG em sua
ferramenta estratégica dentro do Plano de Comando 5ª edição.
Portanto possuir padronização e homologação no padrão INSARAG torna-se um
instrumento importante estrategicamente não apenas aos interesses institucionais, mas
principalmente para o Brasil onde cada vez mais se faz necessária a integração e ajuda mútua
entre os CBM.
Além da doutrina internacional, homologação e implementação dos protocolos e Guias
INSARAG no sistema do CBMMG, algumas ações complementares devem ser
implementadas para que o protocolo se torne operativo e padronizado, sendo:

 Homologação INSARAG dos cursos BREC Básico e Avançado.


 Priorizar a construção da pista de salvamento em desastres prevista em projeto
da ABM.
 Qualificar os militares do CBMMG na metodologia INSARAG.
 Implementar o Processo Nacional de Acreditação (NAP) no CBMMG e propor
maior representatividade na LIGABOM.
 Estabelecer parâmetros padrão INSARAG para o Programa Suporte de
Operações Especializadas, este proposto na figura 7.

A criação do Programa Suporte de Operações Especializadas na 5ª edição do Plano


de Comando conforme figura 7, buscará além de dar solidez estratégica à atividade
especializada no CBMMG, levar junto ao governo estadual e federal uma política de
operações em desastres oficial no padrão INSARAG.
O programa torna-se necessário haja vista a inter-relação estratégica do padrão
INSARAG de operações em desastres com o CBMMG, tornando-se imprescindível que o

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

CEB estabeleça de modo especializado, o padrão para institucionalização das ações propostas
em âmbito estadual, nacional e internacional.

Figura 7 Comparativo Eixo Suporte 1 - Existente e Proposta

Fonte: elaborado pelo autor.

De tudo que foi exposto e pesquisado neste trabalho entende-se que o padrão hoje
exigido para certificação INSARAG, com aceitação universal inclusive dos países mais
desenvolvidos do mundo, ao ser incorporado no sistema de preparação e resposta do
CBMMG de modo oficial, trará mais qualidade e excelência na prestação dos serviços da
Corporação, quer seja em solo brasileiro ou em países no exterior.
Por fim, o trabalho demonstrou a importante inter-relação estratégica do CBMMG
com o padrão INSARAG de operações em desastres, reafirmando características
fundamentais das duas instituições, conforme relatado no 3º encontro mundial da INSARAG
em 2021 quando completou 30 anos de trabalho: “reforçar a qualidade, previsibilidade,
velocidade e flexibilidade no apoio às capacidades nacionais e locais” (ONU, 2021).

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CBMMG e INSARAG: uma inter-relação estratégica.

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