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Atividade 4

Orientações:

• Seu texto será recolhido no início da aula de redação no dia


21/03/2024, impreterivelmente, não serão aceitas outras formas
de entrega;
• Passe seu texto a caneta na folha de redação;
• Identifique-se e indique o número da aula e a atividade escolhida, se houver mais de
uma;
• Valor da atividade: 0 a 100.

Sua atividade apresenta 2 propostas, escolha uma das atividade e indique-a na definitiva

Proposta 1 - Considere a coletânea a seguir:

Texto 1

As empresas engajadas na equidade de gênero vêm aumentando gradativamente. De acordo


com a pesquisa, 58% delas contam com políticas claras para promover a igualdade no ambiente
corporativo. O número representa um acréscimo de 3 pontos percentuais em relação ao último
levantamento, realizado em fevereiro de 2022. No início de 2021, essa porcentagem estava
abaixo de 40%. É uma conquista e tanto se considerarmos que o salto ocorreu em um período
de dois anos.

De 2022 para cá, 65% das empresas disseram ter aumentado a participação de mulheres em
cargos de gestão. Elas também observaram benefícios relevantes advindos das políticas
dedicadas a aumentar a participação feminina. Os três pontos mais citados foram “gestão mais
humanizada” (65%), “pensamento mais diverso” (62%) e “melhora no clima corporativo” (39%).
É bom lembrar que a gestão mais humanizada é uma decorrência da própria diversidade, e não
do mito de que mais mulheres no escritório aumentam o nível de benevolência, gentileza e
humildade.

A visão dos profissionais sobre a equidade de gênero também é positiva. Para 60% dos
entrevistados, suas empresas têm políticas claras para promover a equidade de gênero no
ambiente corporativo. Além disso, no último ano, 59% dos profissionais ouvidos na sondagem
enxergaram aumento na participação de mulheres em cargos de gestão na companhia em que
atuam.

https://exame.com/colunistas/sua-carreira-sua-gestao/avancos-na-equidade-de-genero/

Texto 2

A disparidade na educação entre meninos e meninas, aliada à opção pela maternidade, que
muitas vezes influencia as decisões de carreira da mulher cedo na vida, contribuem de modo
determinante para a perpetuação da desigualdade salarial entre os gêneros.

Quando vamos nos conscientizar de que isso é ruim para a economia?

Contemplando este retrato cultural, o Prêmio Nobel de Economia em 2023 foi concedido à
historiadora econômica americana, Claudia Goldin, por seu trabalho de análise sobre emprego
e remuneração das mulheres. Ela mesma integra a estatística: é apenas a terceira vez que a
premiação foi para uma pesquisadora desde sua criação em 1969.

Baseado em mais de 200 anos de dados nos EUA, o estudo revelou que a participação das
mulheres no mercado de trabalho teve um padrão em forma de "U". Inicialmente, elas atuavam
em propriedades familiares agrárias. Com a transição para uma sociedade industrial no século
XIX, a participação das casadas diminuiu. Porém, no século passado, o setor de serviços e o
aumento da educação das mulheres as trouxeram de volta ao mercado. O acesso à pílula
acelerou o ingresso, mas a maternidade ainda contribui para as disparidades de gênero no
trabalho.

Atualmente, trabalhando como empreendedoras e colaboradoras presentes em diferentes


setores da economia brasileira, como saúde, tecnologia e indústrias, elas representam
aproximadamente 50% da força de trabalho nacional. E apesar de as estatísticas em relação à
participação feminina terem melhorado nos últimos cinco anos, aqui as mulheres ocupam
apenas 29% dos cargos de liderança. (...)

Ser mulher, do ponto de vista estatístico, implica enfrentar desafios, como ter menos
oportunidades de ascensão profissional e receber salários inferiores aos de colegas homens na
mesma função.

A desigualdade de gênero é um problema estrutural que nenhum país conseguiu resolver


integralmente. As meninas têm acesso à escola mais limitado em comparação aos meninos;
obstáculos para receber atendimento de saúde de qualidade; e barreiras substanciais para
ingressar na arena política.

Em razão das mudanças sociais, a temática de gênero tem atraído a atenção global. Desde 2006,
o Fórum Econômico Mundial promove encontros anuais em Davos, na Suíça, onde líderes e
empresários se reúnem para desenvolver o Global Gender Gap Report, que analisa a
participação econômica e o empoderamento político das mulheres a partir de uma série de
indicadores. (...)

Cultura e desigualdade de gênero nas múltiplas faces

Na dimensão cultural, a desigualdade de gênero se manifesta na persistência de estereótipos,


como o de que tarefas domésticas ou o cuidado com crianças e idosos são mais adequados para
as mulheres, e reduz a presença feminina em carreiras na ciência e tecnologia, ocupadas
majoritariamente por homens. (...)

A desigualdade na participação política é ainda mais aguda. Vale lembrar que a Lei Eleitoral
previa uma série de obrigações para financiamento e apoio a candidaturas femininas no ciclo de
2020 e 2022, que foram largamente negligenciadas.

Segundo o TSE, em 2022, 9.794 mulheres se candidataram aos cargos no Congresso Nacional,
Assembleias Legislativas e para governos estaduais, incluindo para posições de suplentes, e 302
foram eleitas –o equivalente a quase 3,1%. Entre os homens, 19.072 se candidataram e 1.346
foram eleitos – pouco mais de 7%.

Maior participação feminina na economia: contribuição valiosa ao país

Como membro do G20, o Brasil comprometeu-se em diminuir a desigualdade de gênero no


mercado de trabalho em 25% até 2025. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, essa
ação teria um impacto acumulado positivo de 3,3% no PIB do país ao longo desse período.
Estimativas apontam que, se a participação das mulheres crescesse em 5,5%, o mercado de
trabalho brasileiro incorporaria 5,1 milhões de mulheres.

Não é só uma questão numérica, mas de inclusão integral. Organizações que contam com
quadro colaborativo equilibrado, mas dão pouca oportunidade às mulheres em cargos de
liderança, não são de fato igualitárias.

Subestimar os problemas não ajuda, tampouco devemos esperar mudanças drásticas no curto
prazo. A verdadeira busca pela igualdade implica desconstruir estereótipos de gênero
profundamente enraizados, na promoção de uma cultura empresarial inclusiva e no
reconhecimento do valor inestimável que a diversidade de gênero traz para a inovação e o
sucesso econômico.

https://exame.com/bussola/equidade-no-mercado-de-trabalho-precisa-avancar/

A partir da coletânea e de seu conhecimentos, redija um artigo de opinião posicionando-se sobre


os desafios para a igualdade de gênero em nossa sociedade. Seu texto deve ter entre 15 e 20
linhas.

Proposta 2. (UFPR) Leia o texto a seguir, de autoria de Helen Mets, vice-presidente executiva da
Royal DSM (Dutch States Mines), empresa britânica voltada à nutrição e à saúde.

Nós não somos "mulheres na ciência" – somos cientistas

Por Helen Mets, Belo Horizonte/MG

A física canadense Donna Strickland recebe seu Prêmio Nobel do rei Carl XVI Gustaf, da
Suécia, durante a cerimônia de premiação de 2018. Em dezembro de 2018, Donna Strickland,
canadense, se tornou a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel de Física em 55 anos. Neste
dia 11 de fevereiro, quando comemoramos o Dia Internacional das Mulheres e das Moças na
Ciência, é mais importante do que nunca celebrar a conquista de Donna. Mas podemos imaginar
um mundo em que as manchetes recentes foram redigidas de forma diferente? E se ao invés de
ser vista como uma "mulher", Donna fosse simplesmente descrita como uma excelente
cientista? Eu queria que o gênero dela fosse irrelevante, que não precisasse ser mencionado de
forma alguma – mas em dias como hoje, deveria ser.
Como líder feminina dentro de uma empresa global baseada na ciência (Royal DSM),
saúdo a celebração anual com emoções contraditórias. Embora devamos estar orgulhosos de
nosso progresso e continuar a capacitar as mulheres ao nosso redor, nossa fascinação pela
"feminilidade" de nossas atuais e futuras cientistas destaca como ainda temos um longo caminho
a percorrer para acabar com a lacuna de gênero da ciência.
Desde o estabelecimento dos Prêmios Nobel em 1901, houve apenas 20 Laureados
Femininos em Física, Química e Medicina – o equivalente a apenas 3,3% do total de Laureados
nestas disciplinas científicas. Este número é preocupante – tanto porque destaca que um vasto
conjunto de talentos em potencial passou inexplorado, como porque sublinha que as jovens
cientistas enfrentam desafios maiores em seu desenvolvimento.
Repetidas vezes, os estudos mostram que as mulheres têm muito menos probabilidade
de trabalhar em campos científicos após a graduação do que seus colegas do sexo masculino, e
têm maior probabilidade de enfrentar obstáculos em seu caminho para o sucesso. Para as
meninas e jovens que desejam seguir uma carreira científica, digo isto: seja corajosa em suas
convicções e corajosa em suas ambições. Precisamos da sua contribuição.
Na minha empresa, a DSM – por meio de programas de divulgação, campanhas internas
de conscientização online e participação em conferências sobre diversidade –, estamos
trabalhando duro para promover a igualdade de gênero e melhorar a diversidade de nossa força
de trabalho. [...] Mas não se trata apenas de obter os números. Trata-se de promover uma
cultura inclusiva em que mulheres e homens se sintam à vontade para oferecer suas ideias e
opiniões. Trata-se de criar espaço para uma gama diversificada de visões que questionam,
exploram e constroem o futuro da ciência e da tecnologia.
Eu sonho com um futuro em que é mais fácil para as mulheres se tornarem grandes
cientistas. Um futuro em que a palavra "mulher" não seja a primeira coisa mencionada em uma
manchete; em que nós gritamos mais alto sobre as ideias de uma cientista do que sobre o gênero
dela; em que a perspectiva de um homem e de uma mulher sejam igualmente importantes, e
possamos trabalhar para promover a ciência – e a sociedade – juntos.
Eu elogio Donna Strickland por ter sido a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel de
Física em 55 anos? Sem dúvida. Eu acho importante mencionar que ela é uma mulher? Neste
dia sim. Mas, acima de tudo, eu admiro Donna Strickland por sua inteligência, seu talento e sua
capacidade de trabalhar duro no que ama.

(Adaptado a partir da versão disponível em: http://www.simi.org.br/noticia/Nos-nao-somos-


mulheres-na-ciencia-somos-cientistas.)

Elabore um texto dissertativo-argumentativo a partir do texto acima, que deverá:


- identificar a tese principal;
- explicitar os argumentos que fundamentam essa tese;
- manifestar e defender sua opinião a respeito; e,
- respeitar as características discursivo-formais do gênero solicitado.

Seu texto deve ter, no máximo, 15 linhas.

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