Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Orientações:
Sua atividade apresenta 2 propostas, escolha uma das atividade e indique-a na definitiva
Texto 1
De 2022 para cá, 65% das empresas disseram ter aumentado a participação de mulheres em
cargos de gestão. Elas também observaram benefícios relevantes advindos das políticas
dedicadas a aumentar a participação feminina. Os três pontos mais citados foram “gestão mais
humanizada” (65%), “pensamento mais diverso” (62%) e “melhora no clima corporativo” (39%).
É bom lembrar que a gestão mais humanizada é uma decorrência da própria diversidade, e não
do mito de que mais mulheres no escritório aumentam o nível de benevolência, gentileza e
humildade.
A visão dos profissionais sobre a equidade de gênero também é positiva. Para 60% dos
entrevistados, suas empresas têm políticas claras para promover a equidade de gênero no
ambiente corporativo. Além disso, no último ano, 59% dos profissionais ouvidos na sondagem
enxergaram aumento na participação de mulheres em cargos de gestão na companhia em que
atuam.
https://exame.com/colunistas/sua-carreira-sua-gestao/avancos-na-equidade-de-genero/
Texto 2
A disparidade na educação entre meninos e meninas, aliada à opção pela maternidade, que
muitas vezes influencia as decisões de carreira da mulher cedo na vida, contribuem de modo
determinante para a perpetuação da desigualdade salarial entre os gêneros.
Contemplando este retrato cultural, o Prêmio Nobel de Economia em 2023 foi concedido à
historiadora econômica americana, Claudia Goldin, por seu trabalho de análise sobre emprego
e remuneração das mulheres. Ela mesma integra a estatística: é apenas a terceira vez que a
premiação foi para uma pesquisadora desde sua criação em 1969.
Baseado em mais de 200 anos de dados nos EUA, o estudo revelou que a participação das
mulheres no mercado de trabalho teve um padrão em forma de "U". Inicialmente, elas atuavam
em propriedades familiares agrárias. Com a transição para uma sociedade industrial no século
XIX, a participação das casadas diminuiu. Porém, no século passado, o setor de serviços e o
aumento da educação das mulheres as trouxeram de volta ao mercado. O acesso à pílula
acelerou o ingresso, mas a maternidade ainda contribui para as disparidades de gênero no
trabalho.
Ser mulher, do ponto de vista estatístico, implica enfrentar desafios, como ter menos
oportunidades de ascensão profissional e receber salários inferiores aos de colegas homens na
mesma função.
Em razão das mudanças sociais, a temática de gênero tem atraído a atenção global. Desde 2006,
o Fórum Econômico Mundial promove encontros anuais em Davos, na Suíça, onde líderes e
empresários se reúnem para desenvolver o Global Gender Gap Report, que analisa a
participação econômica e o empoderamento político das mulheres a partir de uma série de
indicadores. (...)
A desigualdade na participação política é ainda mais aguda. Vale lembrar que a Lei Eleitoral
previa uma série de obrigações para financiamento e apoio a candidaturas femininas no ciclo de
2020 e 2022, que foram largamente negligenciadas.
Segundo o TSE, em 2022, 9.794 mulheres se candidataram aos cargos no Congresso Nacional,
Assembleias Legislativas e para governos estaduais, incluindo para posições de suplentes, e 302
foram eleitas –o equivalente a quase 3,1%. Entre os homens, 19.072 se candidataram e 1.346
foram eleitos – pouco mais de 7%.
Não é só uma questão numérica, mas de inclusão integral. Organizações que contam com
quadro colaborativo equilibrado, mas dão pouca oportunidade às mulheres em cargos de
liderança, não são de fato igualitárias.
Subestimar os problemas não ajuda, tampouco devemos esperar mudanças drásticas no curto
prazo. A verdadeira busca pela igualdade implica desconstruir estereótipos de gênero
profundamente enraizados, na promoção de uma cultura empresarial inclusiva e no
reconhecimento do valor inestimável que a diversidade de gênero traz para a inovação e o
sucesso econômico.
https://exame.com/bussola/equidade-no-mercado-de-trabalho-precisa-avancar/
Proposta 2. (UFPR) Leia o texto a seguir, de autoria de Helen Mets, vice-presidente executiva da
Royal DSM (Dutch States Mines), empresa britânica voltada à nutrição e à saúde.
A física canadense Donna Strickland recebe seu Prêmio Nobel do rei Carl XVI Gustaf, da
Suécia, durante a cerimônia de premiação de 2018. Em dezembro de 2018, Donna Strickland,
canadense, se tornou a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel de Física em 55 anos. Neste
dia 11 de fevereiro, quando comemoramos o Dia Internacional das Mulheres e das Moças na
Ciência, é mais importante do que nunca celebrar a conquista de Donna. Mas podemos imaginar
um mundo em que as manchetes recentes foram redigidas de forma diferente? E se ao invés de
ser vista como uma "mulher", Donna fosse simplesmente descrita como uma excelente
cientista? Eu queria que o gênero dela fosse irrelevante, que não precisasse ser mencionado de
forma alguma – mas em dias como hoje, deveria ser.
Como líder feminina dentro de uma empresa global baseada na ciência (Royal DSM),
saúdo a celebração anual com emoções contraditórias. Embora devamos estar orgulhosos de
nosso progresso e continuar a capacitar as mulheres ao nosso redor, nossa fascinação pela
"feminilidade" de nossas atuais e futuras cientistas destaca como ainda temos um longo caminho
a percorrer para acabar com a lacuna de gênero da ciência.
Desde o estabelecimento dos Prêmios Nobel em 1901, houve apenas 20 Laureados
Femininos em Física, Química e Medicina – o equivalente a apenas 3,3% do total de Laureados
nestas disciplinas científicas. Este número é preocupante – tanto porque destaca que um vasto
conjunto de talentos em potencial passou inexplorado, como porque sublinha que as jovens
cientistas enfrentam desafios maiores em seu desenvolvimento.
Repetidas vezes, os estudos mostram que as mulheres têm muito menos probabilidade
de trabalhar em campos científicos após a graduação do que seus colegas do sexo masculino, e
têm maior probabilidade de enfrentar obstáculos em seu caminho para o sucesso. Para as
meninas e jovens que desejam seguir uma carreira científica, digo isto: seja corajosa em suas
convicções e corajosa em suas ambições. Precisamos da sua contribuição.
Na minha empresa, a DSM – por meio de programas de divulgação, campanhas internas
de conscientização online e participação em conferências sobre diversidade –, estamos
trabalhando duro para promover a igualdade de gênero e melhorar a diversidade de nossa força
de trabalho. [...] Mas não se trata apenas de obter os números. Trata-se de promover uma
cultura inclusiva em que mulheres e homens se sintam à vontade para oferecer suas ideias e
opiniões. Trata-se de criar espaço para uma gama diversificada de visões que questionam,
exploram e constroem o futuro da ciência e da tecnologia.
Eu sonho com um futuro em que é mais fácil para as mulheres se tornarem grandes
cientistas. Um futuro em que a palavra "mulher" não seja a primeira coisa mencionada em uma
manchete; em que nós gritamos mais alto sobre as ideias de uma cientista do que sobre o gênero
dela; em que a perspectiva de um homem e de uma mulher sejam igualmente importantes, e
possamos trabalhar para promover a ciência – e a sociedade – juntos.
Eu elogio Donna Strickland por ter sido a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel de
Física em 55 anos? Sem dúvida. Eu acho importante mencionar que ela é uma mulher? Neste
dia sim. Mas, acima de tudo, eu admiro Donna Strickland por sua inteligência, seu talento e sua
capacidade de trabalhar duro no que ama.