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Redação
A desigualdade de gênero observada nas mais diversas sociedades é cada vez mais evidente. A partir desse
olhar crítico, padrões considerados normais foram identificados como injustos para uma parcela da
população, a das mulheres. Um deles é a diferença do tratamento no mundo corporativo quando
comparadas com os homens.
A trajetória do público feminino é única! Há menos de um século, era fadado a trabalhar apenas no ambiente
interno da casa, seja uma dona do lar ou empregada doméstica. Ou seja, a função era manter uma ordem
interna, enquanto os maridos traziam o sustento.
Foi apenas no século XX quando a sociedade teve uma grande mudança, com mulheres saindo de casa para
trabalhar, fato fortemente ligado às alterações econômicas, da comunidade e da cultura da época, como
consequência da revolução industrial no Brasil. Isso é explicado pois o aumento da mão de obra não era mais
suprida apenas pelos trabalhadores homens.
Daquela época para os dias atuais, foram notados grandes avanços, mas resquícios de desigualdade ainda
precisam ser superados. Vamos acompanhar a seguir quais desafios ainda são encontrados por elas no dia a
dia e os avanços conquistados!
Apesar de muita coisa ter mudado em um século da imersão massiva e cada vez mais frequente delas nesse
ambiente, dificuldades ainda são enfrentadas. Confira as principais delas a seguir.
- Desigualdade salarial
Apesar de muito já ter andado a favor da equidade de salários entre ambos sexos, de forma geral, eles ainda
recebem valores mais altos para ocupar os mesmos cargos quando comparados ao público feminino. Esse
quadro é ainda pior para profissões sem necessidade de estudos especializados e as mulheres negras são as
mais afetadas.
- Dupla jornada
Outra problemática enfrentada é o fato dos afazeres não terminarem na empresa. Dessa forma, eles as
acompanham na esfera doméstica, pois ainda muitos companheiros entendem tarefas executadas no lar
como apenas de responsabilidade feminina. Assim, a audiência precisa se desgastar para cozinhar,
organizar, limpar, fazer compras e cuidar dos filhos.
O resultado? Sobrecarga e exaustão mental.
- Maternidade
Para aquelas com filhos — seja por escolha ou não —, é provável afetar a carreira. Podem ser barradas já ao
tentar entrar em uma empresa durante a entrevista para admissão ou mesmo é complicado conciliar as
responsabilidades maternas com a vida no ofício, principalmente sem uma rede de apoio, ou seja, outras
pessoas para a ajudarem.
A consequência disso é mães deixarem desde cedo bebês em creches ou com outras pessoas, podendo até
serem julgadas por isso. Além disso, há o fato de até ocorrer a recusa de propostas boas de serviço, porque
não seria viável conciliar essa vida dupla, ou seja, não sendo praticável encontrar a flexibilidade necessária
para garantir a vaga.
- Flexibilização
O home office tem sido uma saída para flexibilizar o horário e a presença de mulheres com filhos no mercado.
Dessa maneira, quem escolhe não deixar suas crias em escolas desde muito pequenas, para terem um maior
tempo de convívio, esse molde de ocupação pode ser uma solução.
Um avanço na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) também permite licenças especiais para as mulheres
em fase de amamentação. Isto é, elas podem sair do local onde trabalham para exercer essa função sem
penalidades.
- Postos de responsabilidade
Grandes cargos têm sido gradualmente ocupados pela coletividade feminina. Ou seja, elas não estão mais
elencadas apenas tarefas domésticas, serviços de manicure, cabeleireira, professora ou cozinheira, assim,
outros espaços também têm sido frequentados por elas.
Os tribunais, ministérios, diretorias e cargos C-level são ocupados por essa nova fração da humanidade.
Áreas amplamente conhecidas pelo domínio dos homens, como exército, marinha e aeronáutica, também
são palco para exercerem suas profissões.
Isso só mostra o quanto o mercado de trabalho ainda não adota as melhores práticas para lidar com a
maternidade das profissionais.
Deu para perceber que já foi percorrido um longo caminho para garantir a presença das mulheres no
mercado de trabalho.
Contudo, muitas mudanças de mentalidade e cultura nas empresas precisam ser feitas para que atinjamos
o cenário ideal.
Apesar do crescimento dos movimentos pela emancipação feminina, alguns desafios ainda são bem
presentes quando o assunto é a atuação das mulheres no cenário trabalhista, independentemente da área.
Diferença salarial
Batemos na tecla da diferença salarial várias vezes, porque esse é um assunto que ainda incomoda e
provoca uma série de discussões sobre o status quo da nossa sociedade.
A participação das mulheres no mercado de trabalho está cada vez mais expressiva, mas ainda assim elas
não são remuneradas de forma justa e igualitária.
Isso quer dizer que uma mulher ainda recebe menos que um homem para desempenhar as mesmas
funções, cumprindo a mesma carga horária.
Contudo, essa prática é proibida por lei. Segundo o artigo 461 da CLT:
“Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo
estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou
idade.” Art. 461
Cargos de liderança
Falamos sobre o quanto as mulheres são qualificadas para assumir cargos de liderança em empresas de
todos os portes e o quanto sua contratação é benéfica para as empresas, mas a realidade nos mostra um
cenário bem diferente.
Segundo o IBGE, apenas 41,8% dos cargos gerenciais são ocupados por mulheres. Essa informação
também serve para ilustrar o porquê de os homens terem os salários mais altos, já que ocupam cargos
hierarquicamente mais elevados.
Jornada dupla
Talvez não seja surpresa o fato de que as mulheres dedicam mais tempo do seu dia às atividades
domésticas do que os homens. No entanto, os números mostram o quanto essa diferença é impactante.
Enquanto eles gastam em média 10,9 horas por semana em tarefas ligadas à casa, as mulheres gastam
21,3 horas. Somando esse tempo às horas da jornada de trabalho, fica claro por que elas são sempre tão
exaustas.
Em 24/02/2022 celebra-se 90 anos que o Código Eleitoral passou a assegurar as mulheres o direito ao
voto: “Dia da Conquista do Voto Feminino”
A luta pela igualdade de gênero na política não é recente, é fruto do trabalho intenso de mulheres que se
dedicaram e se dedicam com afinco pelo direito à representatividade política.
O Brasil ocupa o 3° lugar na América Latina em representatividade feminina e, no ranking mundial, ocupa a
142° posição de participação de mulheres na política. Destes 15% na Câmara de Deputados, 11,54% no
senado federal, 15, 56% Deputadas Estaduais.
As mulheres somam total de 77.649.569 aptas ao exercício do voto, representando 52,49% do eleitorado
brasileiro e ocupam 16% nas Câmaras de Vereadores, 12,1% nas prefeituras, mesmo havendo uma
expressão massiva de candidaturas femininas: 182.182 totais, representando 33,17% nas eleições de 2020.
De acordo com o Observatório de Dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MS), em Mato Grosso do Sul o
total de eleitores aptos ao voto é de 1.852.231, desses 977.234 são mulheres, ou seja 52,79%.
Para o pleito de 2020-2024, em MS foram eleitas 159 vereadoras (18,90%), nos 79 municípios e 06 (seis)
prefeitas nos municípios de: Naviraí, Corguinho, Fátima do Sul, Jardim, Água Clara, Sidrolândia.
Para além da luta pelo direito, existe o enfrentamento à Violência Política de Gênero, onde os cargos
eletivos de representação, são majoritariamente ocupados pela presença masculina, fato que impõe um
lugar de sub-representação da mulher, subalternidade e normatividade. Ou seja, nos espaços de poder e
decisão, as assimetrias de gênero permanecem enraizadas.
A sub-representação das mulheres na política, traz consequências para a formulação e execução de
políticas públicas no tange o gênero feminino, não considerando as prioridades nas questões fundamentais
de saúde, educação, assistência social, segurança pública, planejamento e urbanismo, habitação,
empreendedorismo e empregabilidade. Não propicia um debate adequado, amplo e plural de
pensamentos e pontos de vista.
É necessário fomentar ações afirmativas que intensifiquem os debates, com o objetivo de identificar e
analisar sob a perspectiva de gênero a formulação de iniciativas legislativas e políticas de estado, que
fortaleçam a representatividade política das mulheres e combate à Violência de Gênero na Política.
Lei 13.086 de 08 de janeiro de 2015 – “Institui no Calendário Oficial do Governo Federal, o Dia da
Conquista do Voto Feminino no Brasil”
Emenda Constitucional n. 97 de 04 de outubro de 2017 – “Estabelece normas sobre acesso dos partidos
políticos aos recursos do Fundo Partidário – Cota de 30% para Mulheres”.
Portaria n. 791 de 10 de outubro de 2019 – “Institui a Comissão Gestora de Política de Gênero do Tribunal
superior Eleitoral (TSE), vinculada à presidência da república.
Fontes:
Agência Patrícia Galvão - (https://agenciapatriciagalvao.org.br)
ONU Mulheres – (http://www.onumulheres.org.br/)
TSE – (https://www.tse.jus.br)
Politizar/UFG – (politizar.ufg.br)
Folha – (https://www1.folha.uol.com.br)
TRE/BA (https://www.tre-ba.jus.br/imprensa/noticias-tre-ba/2020/Novembro/voto-feminino-completa-
90-anos-no-brasil-e-ainda-inspira-desafios
Publicado por: Jaqueline
https://www.naosecale.ms.gov.br/sufragio-a-importancia-da-representatividade-feminina-na-politica/
Pela primeira vez, há mulheres parlamentares em todos os países do mundo. É o que afirma o último
relatório anual da União Interparlamentar.
O órgão global que promove a paz por meio da diplomacia parlamentar e do diálogo também disse que a
participação feminina nunca foi tão diversa quanto atualmente.
Pequeno aumento
As conclusões são baseadas em dados dos 47 países que realizaram eleições no ano passado. As pesquisas
mostram que as mulheres ocupam uma média de 25,8% dos assentos disponíveis, representando um
aumento de 2,3% desde a última eleição.
Apesar desses dados positivos, a União Interparlamentar observou que este é o menor aumento na
participação feminina em seis anos. O aumento de 0,4% significa que a parcela global de mulheres em
cargos parlamentares ficou em 26,5% no início deste ano.
A outra má notícia é que, nesse ritmo, levará mais 80 anos para alcançar a paridade de gênero no
parlamento. O secretário-geral da União Interparlamentar, Martin Chungong, ressalta que um dos maiores
entraves é “o clima de sexismo, assédio, violência contra a mulher que estamos presenciando em todo o
mundo”.
Martin Chungong também falou sobre as renúncias das primeiras-ministras da Nova Zelândia, Jacinda
Ardern e Escócia, Nicola Sturgeon. Ele afirmou que foi amplamente aceito que elas renunciassem após
sofrerem com assédio.
O secretário-geral da União Interparlamentar também apontou para outros dados que mostram uma
tendência generalizada e crescente de assédio, sexismo e violência contra as mulheres, que as impede de
participar dos processos políticos em seus países.