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A evolução da mulher no mercado de trabalho

2 setembro - 2015
 Leitura de 11 Minutos

*Por Elisiana Renata Probst

Este artigo trata sobre a evolução da mulher no mercado de trabalho. As convenções


do início do século, ditavam que o marido era o provedor do lar. A mulher não
precisava e não deveria ganhar dinheiro.

As que ficavam viúvas, ou eram de uma elite empobrecida, e precisavam se virar


para se sustentar e aos filhos, faziam doces por encomendas, arranjo de flores,
bordados e crivos, davam aulas de piano etc. Mas além de pouco valorizadas, essas
atividades eram mal vistas pela sociedade.

Mesmo assim algumas conseguiram transpor as barreiras do papel de ser apenas


esposa, mãe e dona do lar, ficou, para atrás a partir da década de 70 quando as
mulheres foram conquistando um espaço maior no mercado de trabalho.

A inserção da mulher no mercado de trabalho


O mundo anda apostando em valores femininos, como a capacidade de trabalho em
equipe contra o antigo individualismo, a persuasão em oposição ao autoritarismo, a
cooperação no lugar da competição.

As mulheres ocupam postos nos tribunais superiores, nos ministérios, no topo de


grandes empresas, em organizações de pesquisa de tecnologia de ponta. Pilotam
jatos,comandam tropas, perfuram poços de petróleo.

Não há um único gueto masculino que ainda não tenha sido invadido pelas mulheres.
Não há dúvidas de que nos últimos anos a mulher está cada vez mais presente no
mercado de trabalho. Este fenômeno mundial tem ocorrido tanto em países
desenvolvidos como em desenvolvimento, e o Brasil não é exceção.

É importante, no entanto, ressaltarmos que a inserção da mulher no mundo do


trabalho vem sendo acompanhada, ao longo desses anos.
Por elevado grau de discriminação, não só no que tange à qualidade das ocupações
que têm sido criadas tanto no setor formal como no informal do mercado de trabalho,
mas principalmente no que se refere à desigualdade salarial entre homens e mulheres.

O presente artigo está organizado da seguinte forma: um pouco da história, a


participação da mulher no mercado de trabalho, a questão da instrução e a
desigualdade em relação a rendimentos (salários), o trabalho da mulher no Brasil e
vários dados estatísticos em relação a evolução da mulher no mercado de trabalho.

História – Mercado de Trabalho


De acordo com o Artigo 113, inciso 1 da Constituição Federal, “todos são iguais
perante a lei”. Mas será que a realidade é essa mesma? Desde o século XVII, quando
o movimento feminista começou a adquirir características de ação política, as
mulheres vem tentando realmente colocar em prática essa lei.

Isso começou de fato com as I e II Guerras Mundiais (1914 – 1918 e 1939 – 1945,
respectivamente), quando os homens iam para as frentes de batalha e as mulheres
passavam a assumir os negócios da família e a posição dos homens no mercado de
trabalho.

Mas a guerra acabou. E com ela a vida de muitos homens que lutaram pelo país.
Alguns dos que sobreviveram ao conflito foram mutilados e impossibilitados de voltar
ao trabalho.

Foi nesse momento que as mulheres sentiram-se na obrigação de deixar a casa e os


filhos para levar adiante os projetos e o trabalho que eram realizados pelos seus
maridos.

No século XIX, com a consolidação do sistema capitalista inúmera mudanças


ocorreram na produção e na organização do trabalho feminino. Com
o desenvolvimento tecnológico e o intenso crescimento da maquinaria, boa parte da
mão de obra feminina foi transferida para as fábricas.

Desde então, algumas leis passaram a beneficiar as mulheres. Ficou estabelecido na


Constituição de 32 que “sem distinção de sexo, a todo trabalho de igual valor
correspondente salário igual; veda-se o trabalho feminino das 22 horas às 5 da manhã;
é proibido o trabalho da mulher grávida durante o período de quatro semanas antes do
parto e quatro semanas depois; é proibido despedir mulher grávida pelo simples fato
da gravidez.
Mesmo com essa conquista, algumas formas de exploração perduraram durante muito
tempo. Jornadas entre 14 e 18 horas e diferenças salariais acentuadas eram comuns. A
justificativa desse ato estava centrada no fato de o homem trabalhar e sustentar a
mulher.

Desse modo, não havia necessidade de a mulher ganhar um salário equivalente ou


superior ao do homem.

A Participação da Mulher no Mercado de Trabalho


Pesquisas recentes comprovam um fenômeno que não obedece fronteiras. Cresce
exponencialmente o número de mulheres em postos diretivos nas empresas.

Curiosamente, essa ascensão se dá em vários países, de maneira semelhante, como se


houvesse um silencioso e pacífico levante de senhoras e senhoritas no sentido da
inclusão qualificada no mundo do trabalho.

Segundo alguns analistas, esse processo tem origem na falência dos modelos
masculinos de processo civilizatório. Talvez seja verdade.

Os homens, tidos como superiores, promovem guerras, realizam atentados, provocam


tumultos nos estádios, destroem o meio ambiente e experimentam a aflição inconfessa
de viver num mundo em que a fibra ótica substituiu o cipó.

Quando já não se necessita tanto de vigor físico para a caça, vale mais o
conhecimento que permite salgar ou defumar a carne, de modo a preservá-la por mais
tempo. Enfim, caso Tarzan não se recicle, os filmes do futuro serão estrelados
somente por Jane.

No Brasil, as mulheres são 41% da força de trabalho, mas ocupam somente 24% dos
cargos de gerência. O balanço anual da Gazeta Mercantil revela que a parcela de
mulheres nos cargos executivos das 300 maiores empresas brasileiras subiu de 8%,
em 1990, para 13%, em 2000. No geral, entretanto, as mulheres brasileiras recebem,
em média, o correspondente a 71% do salário dos homens.

Essa diferença é mais patente nas funções menos qualificadas. No topo, elas quase
alcançam os homens. Os estudos mostram que no universo do trabalho as mulheres
são ainda preferidas para as funções de rotina. De cada dez pessoas afetadas pelas
lesões por esforço repetitivo (LER), oito são mulheres.
Segundo uma pesquisa recente feita por Grupo de recrutamento e seleção de pessoas,
as mulheres conquistam cargos de direção mais cedo. Tornam-se diretoras, em média,
aos 36 anos de idade. Os homens chegam lá depois dos 40.

No entanto, essas executivas ganham, em média, 22,8% menos que seus competidores
de colarinho e gravata. A boa notícia é que essa diferença nos rendimentos vem
caindo rapidamente.

Por estar a menos tempo no mercado, é natural que elas tenham currículos menos
robustos que os dos homens. A diferença nos ganhos tende a inexistir em futuro
próximo.

Em 1991, a renda média das brasileiras correspondia a 63% do rendimento


masculino. Em 2000, chegou a 71%. As conquistas comprovam dedicação, mas
também necessidade. Em 1991, 18% das famílias eram chefiadas por mulheres.

Segundo o Censo, essa parcela subiu para 25%. Das 10,1 milhões de vagas de
trabalho abertas entre 1989 e 1999, quase 7 milhões acabaram preenchidas por
mulheres.

As pesquisas revelam que quase 30% delas apresentam em seus currículos mais de
dez anos de escolaridade, contra 20% dos profissionais masculinos.

Segundo o Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), houve crescimento da


taxa de atividade para as mulheres em todas as faixas etárias. A pesquisa revela
ainda que no ano passado não ocorreu mudança no perfil etário da População
Economicamente Ativa (PEA) feminina.

Em 2001, 30% da PEA feminina correspondiam às mulheres com 40 anos ou mais;


40% àquelas entre 25 e 39 anos; 23% às jovens de 18 a 24 anos; 5% as de 15 a 17
anos; e apenas 1% às que tinham entre 10 e 14 anos.

As estatísticas apontam que há mais mulheres que homens no Brasil. Mostram


também que elas vem conseguindo emprego com mais facilidade que seus
concorrentes do sexo masculino. E que seus rendimentos crescem a um ritmo mais
acelerado que o dos homens. As mulheres sofrem mais do que os homens com
o estresse de uma carreira, pois as pressões do trabalho fora de casa se duplicaram.

As mulheres dedicam-se tanto ao trabalho quanto o homem e, quando voltam para


casa, instintivamente dedicam-se com a mesma intensidade ao trabalho doméstico.
Embora alguns homens ajudem em casa, não chegam nem perto da energia que a
mulher tende a dar.

Instrução Mudando Concepções


Pesquisas mostram que no Brasil as mulheres são escolhidas para a maior parte das
novas vagas. Coincidentemente, elas têm se preocupado mais do que os homens com
a instrução.

A Fundação Seade mostra que, em 1994, 35% das mulheres contavam com o ensino
médio completo. Ao final da década, esse número chegou a 43%. Na empresa do
conhecimento, a mulher terá cada vez mais importância estratégica, pois trabalha
naturalmente com a diversidade e processos multifuncionais.

A sensibilidade feminina, por exemplo, permite a constituição de equipes de trabalho


marcadas pela diferença e pela heterogeneidade. E isso é bom? Certamente que sim.

Equipes desse tipo, quando atuam de forma sinérgica, fazem emergir soluções
variadas e criativas para problemas aparentemente insolúveis. A empresa que aposta
na singularidade de seus interlocutores internos se torna mais inteligente, mais capaz e
mais ágil.

Nos dias atuais, há belos exemplos da competência feminina em postos de direção nas
grandes empresas. É o caso de Marluce Dias, na Rede Globo, e de Maria Sílvia Bastos
Marques, na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Gostaria de citar ainda o caso de Chieko Aoki, do Grupo Blue Tree Hotels, que
iniciou a carreira como secretária bilíngue na Ford e que depois atuou na construtora
Guarantã. Com muito esforço e dedicação, ela criou sua própria empresa de
administração hoteleira.

A vida da mulher no trabalho é um paraíso?


Ainda não. As pesquisas demonstram a persistência de algum preconceito, que
dificulta o progresso na carreira e mantém os holerites femininos mais magros que os
masculinos. Diretoras pesquisadas, por exemplo, recebem 22,8% menos que seus
colegas. De maneira geral, no Brasil, as mulheres ganham o equivalente a 61% do
salário dos homens.

O problema afeta especialmente as profissões de salário mais baixo. Quando sobem


na carreira e adquire maior qualificação, as mulheres têm seu talento mais bem
remunerado.

Assim, no topo elas quase se igualam aos homens. O mais interessante é que nesse
processo de conquista as mulheres que mais avançam são justamente aquelas que não
fazem da condição feminina seu cavalo de Tróia.

O feminismo não as levou além das manchetes de jornais e noticiários de televisão.


Nenhuma mulher se tornou astronauta, juíza da Suprema Corte, presidente de uma
corporação apenas por não ser homem. Ou seja, não subiram por necessidade das
corporações de diversificar seu quadro.

Subiram por seus méritos medidos pelos padrões que valem tanto para homens quanto
para mulheres. Poderiam ter subido em maior número?

Ou seja, já que são mais da metade da população, deveriam ser também mais da
metade dos líderes empresariais, dos deputados e senadores? Mais da metade dos
médicos e engenheiros?

A resposta a essa pergunta vem de um estudo estatístico feito pela Universidade


Harvard, nos Estados Unidos, segundo o qual isso é uma questão a que só o tempo
responderá. É inútil fazer projeções.

Se as mulheres passarem a ser maioria em todos os degraus de entrada das profissões


em questão, não haverá discriminação nem preconceito que as impeçam de chegar em
igualdade de condições ao topo da pirâmide das empresas e das instituições.

A beleza do estudo de Harvard está em que, se a condição feminina, ao contrário do


que se imagina, não atrasou a chegada das mulheres ao mercado de trabalho, essa
mesma condição também não é motor de seu progresso.

O Trabalho da Mulher no Brasil


Pouco a pouco as mulheres vão ampliando seu espaço na economia nacional. O
fenômeno ainda é lento, mas constante e progressivo. Em 1973, apenas 30,9% da
População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil era do sexo.

Segundo os dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), em


1999, elas já representavam 41,4% do total da força de trabalho.

Um exército de aproximadamente 33 milhões. Em Santa Catarina, elas ocupavam


36,7% das vagas existentes em 1997. Quatro anos depois, em 2000, mais 62 mil
mulheres ingressaram pela primeira vez no mercado, aumentando a participação em
1,1 ponto percentual.

Analisando este fenômeno, temos que levar em conta um universo muito maior, pois
há uma mudança de valores sociais nesse caso. A mulher deixou de ser apenas uma
parte da família para se tornar o comandante dela em algumas situações.

Por isso, esse ingresso no mercado é uma vitória. O processo é lento, mas sólido.
Outra peculiaridade que acompanha a mulher é a sua “terceira jornada”.

Normalmente, além de cumprir suas tarefas na empresa, ela precisa cuidar dos
afazeres domésticos. Isso acontece em quase 90% dos casos.
Em uma década, o número de mulheres responsáveis pelos domicílios brasileiros
aumentou de 18,1% para 24,9%, segundo os dados da pesquisa “Perfil das Mulheres
Responsáveis pelos Domicílios no Brasil”, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).

As catarinenses conquistaram mais vagas no setor de serviços, onde representam


46,9%do total de empregados. Numa pesquisa de amostragem, o grupo mostra que
31,6% dos cargos de encarregado são ocupados por mulheres.

Para as mulheres a década de 90 foi marcada pelo fortalecimento de sua participação


no mercado de trabalho e o aumento da responsabilidade no comando das famílias.

A mulher, que representa a maior parcela da população, viu aumentar seu poder
aquisitivo, o nível de escolaridade e conseguiu reduzir a defasagem salarial que ainda
existe em relação aos homens.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dois estudos com o


balanço dos ganhos e as dificuldades enfrentadas pelas brasileiras ao longo dos anos
90. A renda média das trabalhadoras passou de R$ 281,00 para R$ 410,00.

As famílias comandadas por mulheres passaram de 18% do total para 25%. A média
de escolaridade dessas “chefes de família” aumentou em um ano de 4,4 para 5,6 anos
de estudos. A média salarial passou de R$ 365 para R$ 591 em 2000. Uma
dificuldade a ser vencida é a taxa de analfabetismo, que ainda está 20%.

Outra característica da década foi consolidar a tendência de queda da taxa de


fecundidade iniciada em meados da década de 60. As mulheres têm hoje 2,3 filhos.
Há 40 anos, eram 6,3 filhos.

A história da mulher no mercado de trabalho, no Brasil, está sendo escrita com base,
fundamentalmente, em dois quesitos: a queda da taxa de fecundidade e o aumento no
nível de instrução da população feminina.

Estes fatores vêm acompanhando, passo a passo, a crescente inserção da mulher no


mercado e a elevação de sua renda. A analista do Departamento de Rendimento do
IBGE Vandeli Guerra defende que a velocidade com que isto se dá não é o mais
relevante.

O que estamos constatando é uma quebra de tabus em segmentos que não


empregavam mulheres. Nas Forças Armadas, por exemplo, elas estão ingressando
pelo oficialato. Para consolidar sua posição no mercado, a mulher tem cada vez mais
adiado projetos pessoais, como a maternidade.
A redução no número de filhos é um dos fatores que tem contribuído para facilitar a
presença da mão-de-obra feminina, embora não isto seja visto pelo técnicos do IBGE
como uma das causas da maior participação da mulher no mercado.

Já a redução da fecundidade ocorreu com mais intensidade nas décadas de 70 e 80. Os


anos 90 já começaram com uma taxa baixa de fecundidade: 2,6% que cai para 2,3%
no fim da década. Com menos filhos, as mulheres puderam conciliar melhor o papel
de mãe e trabalhadora.

Lutas e Conquistas na Evolução da Mulher no Mercado de Trabalho


Você entra numa empresa e percebe, a grosso modo, que 80% das pessoas que nela
trabalham são mulheres. A Segunda constatação, porém, é mais surpreendente: apenas
10% destas mulheres ocupam cargos de chefia. Se esta é a regra geral, não se pode
afirmar exatamente.

No entanto, de acordo com o estudo realizado pelo Hudson Institute, dos Estados
Unidos, o “Workforce 2000: Work and Workers for th 21st. Centuty” ( Força de
Trabalho 2000:Trabalho e Trabalhadores para Século XXI), este quadro vai mudar.
Ou melhor, já está mudando, e esta é uma tendência global. As mulheres, dizem os
especialistas, serão as líderes deste mílênio.

A expectativa é de que neste século, pela primeira vez na história, as mulheres


superem em número os homens nos postos de trabalho. Se souberem aproveitar isso,
capitalizando oportunidades emergentes, o impacto no mercado de trabalho será, de
fato, singular.

Isso significa o rompimento de uma forte estrutura, as hierarquias empresariais


moldadas pelos homens a partir da Era Industrial.

A mulher da atualidade nem de longe tem o mesmo perfil daquelas que encontravam
realização trabalhando nas linhas de produção.

A diferença comportamental entre meninos e meninas é evidente desde os primeiros


anos. Pode-se dizer que esta característica é bastante clara durante toda a vida. Mas,
qual é, de fato, a atual realidade no mundo empresarial?

Atualmente, os líderes ainda são os homens. São eles que mandam e detêm a
vantagem no jogo. A própria estrutura social deu margem a esta tal divisão de
trabalho. A regra é clara: homens são os que mandam e mulheres, as subordinadas.
Em contrapartida, o século 20 mostrou a chamada inversão de papéis, Ou seja, as
mulheres conquistando maior destaque no competitivo mundo dos negócios e os
homens, por sua vez, assumindo a manutenção do lar e o cuidado com as crianças.
Mas se as mulheres desejarem sair vencedoras nesta empreitada, terão de dominar as
regras que eles criaram.

Wikiii

Uma mulher (do latim muliere[1]) é um ser humano adulto do sexo feminino,[2][3]
[4][5]animal bípede da ordem dos primataspertencente à espécie Homo sapiens.
"Menina" é o termo usado para uma criançahumana do sexo feminino, e os termos
"rapariga" (este tem conotação pejorativa no Brasil, diferente de outros países, como é
denominado em Portugal) ou "moça" para uma adolescente ou jovem adulta.
Na velhice, é chamada de idosa, anciã, senhora ou simplesmente de mulher.
Corresponde a aproximadamente 49,6% da população humana mundial.[6] O
termo mulher é utilizado para indicar tanto distinções biológicas quanto
socioculturais.

História da mulher

A História das mulheres é o campo de estudos que visa resgatar a


participação feminina ao longo do tempo, quebrando a lógica da História como algo
predominantemente masculino, já que durante muito tempo houve um
silêncio historiográfico em relação às mulheres.[1]Inserido na perspectiva da Nova
História,[2]esse campo surge como definível nos Estados Unidos e Grã-Bretanha na
década de 1960 e na França cerca de uma década depois, em meio a ascensão da
segunda onda do feminismo. Alguns fatores contribuíram diretamente para o
surgimento desse ramo, dentre eles: o Movimento de libertação das mulheres,
desenvolvido a partir dos anos 1970; a presença significativa das mulheres
nas universidades, e uma mudança na perspectiva histórica, na qual vários sujeitos
passaram a reivindicar seu lugar na “escrita da História”, dentre eles as mulheres.
[3] A partir de 1980 a História das mulheres se aproxima de categorias de análise de
gênero, para explicar as relações de poder entre e mulheres e a invisibilidade feminina
na História.[4] A categoria gênero, como por exemplo a elaborada por Joan Scott,
considera que a questão da diferença sexual não é determinada pela natureza, mas sim
construída social e politicamente, remodelada durante a História e perpassada por
relações de poder. Ou seja, estudar sob a categoria de gênero não é analisar o
feminino isoladamente, mas sim as diferenças e relações entre homens e mulheres
através da História.[5]
Na década 1990 esse campo da historiografia já estava sendo consolidado, com
números crescentes de trabalhos e estudos. A História das mulheres hoje inclui os
estudos sobre os direitos das mulheres, dos feminismos, das mulheres que
subverteram a ordem como militantes, entre outros diversos temas.

Na década de 1940, em torno da opressão da mulher, Mary Nash debate seu papel na
história, e a historiadora Mary Beard, em Woman as force in history, questiona a
marginalização da mulher nos estudos históricos, onde os historiadores homens a
ignoravam sistematicamente.

Para o historiador J.M. Hexter a ausência das mulheres se deve ao fato de elas não
terem participado dos grandes acontecimentos políticos e sociais. Simone de Beauvoir
em sua pioneira obra, "O segundo sexo", assume postura similar à de Hexter, ao
argumentar que a mulher, ao viver em função do outro, não tem projeto de vida
própria; atuando a serviço do patriarcado, sujeitando-se ao protagonista e agente da
história: o homem. A historiadora Branca Moreira Alves, igualmente, focaliza em
estudo de 1980, e, instigada pelo movimento em que militava na década de 1970.[6]

Durante a Idade Média as mulheres tinham acesso a grande parte das profissões,
assim como o direito à propriedade. Também era comum assumirem a chefia da
família quando se tornavam viúvas. Há também registros de mulheres que estudaram
nas universidades da época,[28] porém em número muito inferior aos homens.
Mulheres como Hilda de Whitby, que no século VIIfundou
sete mosteiros e conventos, incluindo a Abadia de Whitby; a religiosa alemã Rosvita
de Gandersheim, autora de dezenas de peças de teatro; e similarmente, também
na Alemanha, a prolífica religiosa Hildegarda de Bingen; Ana Comnena fundou em
1083 uma escola de medicina onde lecionou por vários anos; a rainha Leonor,
Duquesa da Aquitânia, exerceu relevante papel político na Inglaterra e fundou
instituições religiosas e educadoras. No mundo Islâmico, entre os séculos VIII e IX
conhecem a glória: religiosas, eruditas, teólogas, poetisas e juristas, rainhas.[29]

referências

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· ↑ Ir para: a b ibid.
· ↑ Ir para: a b PEDRO, Joana Maria. op. cit., p. 80

· ↑ Ir para: a b PEDRO, Joana Maria. op. cit., p. 79

· ↑ PEDRO, Joana Maria. op. cit., p. 82

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· ↑ Unb,

· ↑ BBC, Religion Isis, for example, was seated in such a chair with the infant Horus
on her lap in the same way. When Christianity was spreading across the Empire, it's
clear that it deliberately took images from the pagan world in which it lived and into
which it spread and used those images. Old holy wells and shrines were turned into
Christian shrines. In Egypt a shrine of Isis was deliberately and self-consciously re-
created as a shrine of Mary.

· ↑ Revista História Viva, Edição especial Nº3, p. 13

· ↑ Unb

· ↑ Ir para: a b História Viva Arquivos, p. 13, Mulheres, responsáveis e liberadas

Considerações Finais
Hoje o perfil das mulheres é muito diferente daquele do começo do século. Além de
trabalhar e ocupar cargos de responsabilidade assim como os homens, ela aglutina as
tarefas tradicionais: ser mãe, esposa e dona de casa. Trabalhar fora de casa é uma
conquista relativamente recente das mulheres.

Ganhar seu próprio dinheiro, ser independente e ainda ter sua competência
reconhecida é motivo de orgulho para todas. Apesar da evolução da mulher no
mercado de trabalho que era antes exclusivamente masculina, e apesar de ter
adquirido mais instrução, os salários não acompanharam este crescimento.
As mulheres ganham cerca de 30% a menos que os homens exercendo a mesma
função. Conforme o salário cresce, cai a participação feminina. Entre aqueles que
recebem mais de vinte salários, apenas 19,3% são mulheres.

Embora exista uma certa discriminação em relação ao trabalho feminino, elas estão
conseguindo um espaço muito grande em áreas que antes era reduto masculino, e
ganhou o respeito mostrando um profissionalismo muito grande.

Apesar de ser de forma ainda pequena, está sendo cada vez maior o número de
mulheres que ganham mais que o marido.

O grande desafio para as mulheres dessa geração, é tentar reverter o quadro da


desigualdade salarial entre homens e mulheres.

Pelo menos, elas já provaram que além de ótimas cozinheiras, podem também ser
boas motoristas, mecânicas, engenheiras, advogadas e sem ficar atrás de nenhum
homem.

Já está mais do que provado que as mulheres são perfeitamente capazes de cuidar de
si, de conquistar aquilo que desejam e de provocar mudanças profundas no curso da
história.

Referências bibliográficas

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 Proposições legislativas sobre questões femininas no Parlamento Brasileiro.


1826 - 2004. Prefácio de José Sarney. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de
Arquivo, Comissão Temporária do Ano da Mulher. 2004. 729 páginas

 Rede Virtual de Bibliotecas (RVBI). «Bibliografia de questões


femininas». Senado Federal. Consultado em 14 de fevereiro de 2014

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