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ISSN: 2525-8761
Gender inequality in the market and the ways of coping with the OIT
DOI:10.34117/bjdv7n3-245
RESUMO
Ainda que a promoção da igualdade de gênero seja posta como uma meta mundial, a visão
estereotipada do trabalho feminino se mostra determinante de respeito, oportunidades e
equidade salarial. Durante o período pandêmico de 2020, as desigualdades de gênero no
trabalho foram ainda mais agravadas. Por conta destes fatos, aqui analisamos
pressupostos que corroboram a dedutiva dos ambientes organizacionais ainda não
oferecerem isonomia de condições de trabalho entre homens e mulheres.
Metodologicamente, utilizamos pesquisas documentais- com materiais da Organização
Mundial do Trabalho (OIT)- e também pesquisas legislativas e bibliográficas que
apresentam dados voltados para o tema. Os resultados evidenciaram a urgência de
aplicações de políticas que quebrem os padrões segregacionistas e que conscientizem a
sociedade, promovendo uma transformação das culturas sociais e corporativas em todos
os setores do mercado.
ABSTRACT
Although the promotion of gender equality have seen as a global goal, the stereotyped
view of women's work show up as determinant of respect, opportunities and equal pay.
During the 2020 pandemic period, gender inequalities at work were further worsen.
1 INTRODUÇÃO
Desenvolvemos o presente estudo em meio a conjuntura política, social e
econômica do Brasil contemporâneo, estruturado pelos pilares do capital, da opressão, da
violência e da desigualdade. Somos parte de uma sociedade com histórico de hierarquia
e omissão que nega a importância das discussões relacionadas a diversidade, impõe
padrões e estigmatiza sujeitos. São tempos de barbárie, no qual as mais variadas formas
de preconceito, opressão e de sobreposição de uma classe sobre a outra são, cada dia mais,
legitimadas pela própria ordem social. Neste contexto o fortalecimento das
reivindicações, da luta constante por direitos se mostra imprescindível.
Dessa forma, com a crise na sociedade do capital e com a ascensão das forças
conservadoras, que se opõe à classe trabalhadora e, também, à diversidade humana, tudo
que já fora conquistado até hoje é colocado em xeque. É nesse contexto que desabrocha
a problemática do presente estudo, no qual objetivamos analisar as barreiras e as
disparidades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho, baseadas apenas em
questões de gênero, trazendo, nesse sentido, as principais convenções e políticas
apresentadas pela Organização Internacional do Trabalho e vinculadas à promoção da
igualdade de gênero.
De maneira geral, as sociedades, com base em uma cultura ocidental,
consolidaram suas práticas sociais e organizacionais conforme o machismo estrutural
preponderante, que além de conceituar uma relação de subalternidade das mulheres,
também forma uma barreira de impedimento da sua ascensão nas mais distintas
profissões. Essa barreira, que se isenta do discurso democrático de grande parte das
organizações, inibe o acesso de mulheres aos cargos mais altos, mantém a segregação
vertical, mitiga a representatividade e sucesso femininos, além de reforçar a cultura
patriarcal.
Além do mais, o ano de 2020, de maneira atípica decorrente da pandemia
vivenciada, as condições de trabalho para as mulheres se tornaram ainda mais precárias,
haja vista que tiveram que equilibrar o trabalho remunerado com outras inúmeras tarefas
domésticas, não remuneradas, estereotipadas por gênero 1. Sobretudo, assim como afirma
a pesquisadora Anabelle Carrilho, “as desigualdades construídas historicamente não serão
destruídas por um vírus”, no entanto, a pandemia “escancara quanto os modelos de
sociedade, baseado no capitalismo e no neoliberalismo, no caso das políticas públicas, se
aprofundam e mostram ainda mais as desigualdades” sociais, raciais e, claro, de gênero.”
(FERREIRA; LEÃO; FERRARI, 2020)
Assim, observar de maneira crítica o cenário atual, nos leva ao propósito principal
do presente estudo, qual seja, refletir, com base nas convenções e políticas da
Organização Internacional do Trabalho, sobre os dados que comprovam que, mesmo com
uma mudança significativa no mercado de trabalho referente à desigualdade de gênero,
há certos padrões estruturais, moldados ao longo dos anos, que permitem certas
prerrogativas para indivíduos do sexo masculino.
Historicamente, as mulheres passaram a ocupar espaços imagináveis por
conservadores do sistema patriarcal e contribuir em vários setores da economia. No mais,
mesmo com um novo discurso social configurado acerca da igualdade de gênero, ainda
não há paridade de condições de tratamento no mundo corporativo, levando com que a
maior parte das mulheres migrem para trabalhos informalizados, com instabilidade de
remuneração e com poucas garantias de direitos. Sobretudo, em nossa sociedade, é
imperioso destacar que, para além dos recortes de gêneros, entre as mulheres há classe,
há raça, entre outros inúmeros marcadores sociais da diferença.
Tendo em vista a disparidade de gênero e a segregação de mulheres no mercado
de trabalho - intensificada pela questão humanitária subjacente que nos assola em âmbito
mundial, ocasionada pelo vírus COVID-19 - principalmente quanto à representatividade
em cargos de gerência, há a necessidade de um estudo que vise compreender a cultura
organizacional que rege tais relações, os estereótipos socialmente impostos que
erroneamente as justificam, o posicionamento da Organização Internacional do Trabalho
na luta pela equiparação e a colaboração dos países no compromisso de possibilitar,
efetivamente, a ascensão feminina.
1 Em pesquisa realizada por Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas, cujos números são baseados na Pesquisa por Amostra
Domiciliar (Pnad), do IBGE, percebemos que “a taxa de participação no mercado de trabalho foi diferente entre os gêneros, com
redução de 10,45% para as mulheres e queda menor entre os homens: 6,93%.” [...] “Os dados mostraram ainda que mulheres tiveram
uma redução nas horas trabalhadas no mercado maior que a dos homens (18% versus 12%), enquanto a variação de salário entre o
primeiro e o segundo trimestre do ano foi positiva para elas (5,64%) e negativa para eles (-2,13%). Além da carga doméstica, Neri
ressalta dois fatores cruciais para explicar os números: o auxílio emergencial e a Medida Provisória 936/20, que prevê a suspensão de
contratos de trabalho, com preservação de empregos e redução de salário.” (BRUNO, 2020)
Diante a esse cenário, não há como desprezar a gênese do sistema capitalista, que
tem como fator necessário para a produção e reprodução do capital a desigualdade social
e a supremacia de uma classe sobre a outra. A vista disso, o próprio sistema, composto
por uma estrutura de poder baseada tanto nas ideologias como na violência, transforma
as diferenças, que deveriam ser valorizadas em uma sociedade multicultural, em
desigualdades, que se apresentam como uma rejeição dos não idênticos. Desta maneira,
há uma estanque naturalização das desigualdades; as divisões sociais são, portanto,
transformadas em inferioridade natural ou em desvio da norma, assim, como explica
Marilena Chaui (2013, p. 226-227), por um conjunto de práticas essa naturalização oculta
a “determinação histórica ou material de exploração, da discriminação e da dominação, e
que, imaginariamente, estruturam a sociedade sob o signo da nação uma e indivisa,
sobreposta como um manto protetor que recobre as divisões reais que a constituem.”
Por esse caminho, ao pensar as sociedades capitalistas não basta uma análise
meramente economicista, ligada a categoria de classes sociais, é preciso entender como
os sistemas de dominação se relacionam, se desdobrando em uma lógica contraditória.
Todavia, em cada contexto histórico as contradições podem se estabelecer e se apresentar
de maneira distinta, ganhando mais ou menos relevância. É preciso, também, perceber
como todas as subestruturas – gênero, classe, raça, entre outras – se relacionam, formando
uma sociedade que se rege por um sistema que além de capitalista, é racista e cis-hetero-
patriarcal2.
Tendo em vista o objetivo do presente estudo, diante a todas as mencionadas
divisões, é imperioso asseverarmos acerca da divisão do trabalho, a qual submete
determinados indivíduos em determinados ramos profissionais. Dessa forma, entendemos
que o trabalho assume um caráter social, “executado na sociedade e através dela”, sendo
uma característica comum a todas as sociedades, ou seja, não é exclusiva dos sistemas de
produção capitalista. Assim, a divisão do trabalho assume diversas formas, não podendo
ser reduzida a uma categoria simples e abstrata, haja vista que, na verdade, implica em
um processo histórico. (IAMAMOTO, 2013, p.64-65)
2Como nos ensina Carla Akotirene (2019, p.19 e .118), tratata-se de um sistema político que “impõe papéis de gênero desde a infância
baseados em identidades binárias, informadas pela noção de homem e mulher biológicos, sendo pessoas cisgêneras aquelas cabíveis,
necessariamente, nas masculinidades e feminilidades duais e hegemônicas.”
Ainda que a opressão de gênero, tal o como o sexismo, não seja um fenômeno
único do capitalismo – e, tampouco, da modernidade – está entranhada em sua estrutura,
haja vista que “o seu movimento fundamental foi separar a produção de pessoas da
obtenção de lucro, atribuir o primeiro trabalho às mulheres e subordiná-lo ao segundo.
Com esse golpe, o capitalismo reinventou a opressão das mulheres e, ao mesmo tempo,
virou o mundo de cabeça para baixo.” (ARRUZZA; BHATTACHARYRA; FRASER,
2019, p. 51) As materialidades que constituem as relações de gênero garantem o privilégio
e dominação dos homens, subalternizando e invisibilizando as mulheres e,
consequentemente, tudo que a elas está associado.
É dessa forma que é estruturado o elo que associa trabalho doméstico (remunerado
e não remunerado) à figura da mulher e, por consequência, associa ao homem a posição
de poder, a tomada de decisões e o trabalho (financeiramente) valorizado. Nesse contexto
é possível percebermos que a força de trabalho e as posições de poder, que marcam a
esfera do público, se destinam aos homens e, a detrás da figura masculina há, na esfera
privada, um outro espaço reservado às mulheres: o doméstico, o cuidado, as famílias. Em
todas as sociedades contemporâneas sobre as que se tem estatísticas, as mulheres realizam
a maioria das tarefas domésticas, ou seja, o trabalho não remunerado e associado “a
definição de mulheres como pessoas cuidadosas, gentis, diligentes, estando sempre
prontas para se sacrificarem pelos outros, por exemplo, como ‘boas mães’.” (CONNELL;
PEARSE, 2015, p.33) Sobretudo, não podemos nos olvidar que o trabalho doméstico é,
também, atravessado pelas questões de classe e raça.
Nesse óbice, é imprescindível abordar também a questão da maternidade. No
entanto, para evitarmos cair em essencialismos, é preciso ir para além do reconhecimento
do peso desigual e das concepções naturalizadas pela sociedade de maternidade e de
paternidade, para perceber como a ideia de maternidade, difundida social e culturalmente,
pressupõe em alguma medida a estabilidade e a homogeneidade das relações familiares,
as quais engendram como ideal de referência e que orientam a organização do sistema
capitalista como um todo. É nesse contexto que se constroem mesmo quando possível
adentrar ao mercado de trabalho, grande parte das mulheres trabalhará em duplas, triplas
jornadas, acumulando o trabalho remunerado com o não remunerado, haja vista além da
naturalização que impõe às mulheres o trabalho doméstico, há a naturalização de que os
homens não são responsáveis por ele.
Assim, partindo de Silvia Frederici (2019, p. 68), é de grande valor termos
consciência que o trabalho doméstico se estende para além de simplesmente limpar a casa.
trabalho- ou não eram nem cobrados para serem até os primórdios do século XXI. Tal
questão evidencia que, desde muito tempo, a sociedade vem naturalizando um ambiente
organizacional machista por ser habituado nos outros espaços sociais.
O avanço nas legislações é um dos alicerces da igualdade de gênero no mundo
corporativo. A OIT teve um papel significativo no desenvolvimento de legislações
brasileiras para a busca da garantia de maior equidade salarial, proteção à maternidade e
condições de trabalho. As convenções da OIT não só desencadearam avanços legais, mas
contribuíram com a conscientização e transformação cultural dos paradigmas
segregacionistas (BACHUR; MANSO, 2011, p. 17).
Todavia, a justiça de gênero na prática apresenta uma grande lacuna sobre o que
se apresenta nas teorias do seu amparo legal. Cavazzote, Oliveira e Miranda (2010)
ressaltam que a diferença salarial e a dificuldade de ascensão profissional são duas
questões hodiernas que ainda determinam respeito, oportunidade e, em muitas vezes, o
futuro das mulheres afetadas. Nesse sentido, ainda que os meios de comunicação tenham
intensificado a conscientização e a percepção a respeito da igualdade tenha se
manifestado em uma curva crescente, os ambientes organizacionais continuam
propagando costumes que minimizam a capacidade da mulher e a colocam em posições
de inferioridade (OIT, 2000; WIRTH, 2001).
Wirth (2001) pontua a segregação ocupacional como uma forte representação do
mundo corporativo ainda ser masculinizado. Isso porque a ocupação profissional
feminina que deveria ser legitima, é, em muitas vezes, legitimada. Com base em
estatísticas da América do Norte, Wirth (2001, p. 11) delimitou que as mulheres, ainda
mais de baixa renda, tendem a se manter por boa parte de suas vidas em profissões como
professoras de ensino básico, cabelereiras, enfermeiras e empregadas domésticas.
Enquanto homens têm um leque de oportunidades profissionais muito maior para se
desenvolverem ao decorrer de sua vida, ainda mais que tendem a ser isentos de possíveis
pausas na carreira por conta da paternidade.
No documento da OIT elaborado por Wirth (2001, p. 38), outra questão conexa
seria à discriminação por formação profissional. As análises mostram que homens são
propensos a terem uma formação em nível educacional maior, assim como apresentarem
mais cursos de qualificação profissional setorizados, fato que privilegia à ascensão de
cargos nas carreiras enquanto as mulheres são mais propensas a interromperem sua
educação ante às demandas familiares.
on this question, though not a full answer, the report looks at occupational categories and shows that in many countries women are
more highly educated than men within the same occupational categories but nonetheless earn lower wages. This illustrates the fact
that women tend to have lower wage returns for their education than men, even when they work in the same occupational category.”
(ILO, 2018, p. 18).
6Se uma convenção for ratificada, os governos deverão informar periodicamente à Organização Internacional do Trabalho como ela
está sendo aplicada na prática. (ILO; ACTRAV POLICY BRIEF, 2019, p. 06).
comprometidas com a meta (WIRTH, 2001, p. 157), buscando uma justiça social de
gênero que resguarde o trabalho.
Desta forma, a segunda Convenção escolhida para a análise e que abrange tema
de igualdade de gênero é a Convenção de Discriminação em Matéria de Emprego e
Ocupação (nº 111), de 1958. Em seu texto, mais especificamente na alínea “a” define
discriminação como: “toda distinção, exclusão ou preferência fundada na raça, cor, sexo,
religião, opinião política, ascendência nacional ou origem social, que tenha por efeito
destruir ou alterar a igualdade de oportunidade ou de tratamento em matéria de emprego
ou profissão.” (ILO, 1958). Nesse ponto, são tratadas as discriminações positivas, ou seja,
pelas barreiras que se materializam pelo tratamento desigual.
Se a Convenção nº 100, anteriormente mencionada, respaldava a remuneração das
mulheres que conseguiram ascender a determinado cargo, a Convenção nº 111, por sua
vez, resguarda aspectos de segregação ocupacional baseada em gênero, ou seja, que
impede ou dificulta a ascensão/acesso de mulheres a determinados cargos, motivada,
principalmente pela estereotipação das atividades dentro de um mercado e uma sociedade
que, conforme demonstrado, estão organizados de maneira machista e excludente
Sobre tal aspecto, a mera atitude de “banir” a discriminação, por si só, não é
suficiente para acabar com a sua prática, de modo que, conforme a Organização
Internacional do Trabalho, há a necessidade de que os governos realizem uma abordagem
sistemática em busca da igualdade. Assim, aos Estados que ratificaram a Convenção cabe,
nesse sentido, se responsabilizarem pela busca de políticas destinadas a eliminar qualquer
forma de discriminação no mercado de trabalho, eliminando leis contraditórias à
determinação da OIT, contando com a cooperação das organizações trabalhistas e dos
empregadores para a criação de leis e programas educacionais aptos para implementar a
política de igualdade no país. (WIRTH, 2001, p. 155).
Por fim, a terceira e última convenção preferida e relacionada ao tema é a
Convenção Sobre a Igualdade de Oportunidades e de Tratamento para Homens e
Mulheres Trabalhadores: Trabalhadores com Encargos de Família (nº 156), de 1981, que
reconhece a necessidade de equiparação de oportunidades para que os trabalhadores e
trabalhadoras com encargos de família possam, sem prejuízo, se preparar e ingressar no
mercado de trabalho. (ILO, 1981).
Neste ponto, embora a Convenção não disponha diretamente sobre a equiparação
entre homens e mulheres, entendemos esta como uma política necessária na luta pela
igualdade. Isso porque, conforme já demonstrado, as mulheres ainda são segregadas de
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das perspectivas apresentadas, compreendemos que existem muitos
desafios para a promoção de um ambiente de trabalho equitativo ante à cultura patriarcal
e machista presente na sociedade. Ainda que tenham mesma capacidade de desenvolver
tarefas feitas por homens e que muitas sejam igualmente qualificadas profissionalmente
para desempenhá-las, o trabalho das mulheres vem sendo cada vez mais precarizado.
Anos de lutas para impor as legislações existentes podem ser retrocedidos senão
investirmos em medidas que desmascarem culturas organizacionais segregacionistas.
A pesquisa evidencia que as barreiras que impedem a equidade se manifestam de
diversas formas e colocam as mulheres em determinadas posições baseadas em rótulos
determinados por suas características físicas e sociais. Os efeitos do isolamento social
para o mundo corporativo dificultam que as mulheres se mantenham ativas e com
condições de estabilidade para garantirem sua independência financeira. Portanto,
concluímos que, mais do que antes, faz-se necessário trazer o tema à tona para apreender
as raízes dessa questão que afetam diariamente milhares de mulheres de diferentes áreas
de atuação profissional.
No ano de 2019, a Organização Internacional do Trabalho completou seu
centenário e, pela análise das políticas e convenções da OIT, percebemos uma antiga
preocupação com a equiparação de mulheres e homens dentro do mercado. Para isso, são
7As informações referentes aos países que ratificaram as convenções podem ser obtidas em:
https://www.ilo.org/dyn/normlex/en/f?p=1000:12001:::NO:::
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