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Homens, e agora?
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Como exercer um outro tipo de paternidade — Gama Revista https://gamarevista.uol.com.br/semana/homens-e-agora/como-exercer-...
Dolores Orosco
07 de Maio de 2023
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Como exercer um outro tipo de paternidade — Gama Revista https://gamarevista.uol.com.br/semana/homens-e-agora/como-exercer-...
Homens, e agora?
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As mães solo no país somam, de acordo com o IBGE, 11,6 milhões de mulheres e,
conforme dados apresentados pelo Conselho Nacional de Justiça, 5,5 milhões de
crianças brasileiras não têm o nome paterno na certidão de nascimento. Com
base nesses números, vem o questionamento: como é possível realmente
transformar, entre aqueles que �cam ao lado das parceiras, o estereótipo do pai
sisudo, autoritário, distante e frio em um novo modelo de paternidade, com
homens mais presentes, participativos e afetuosos na criação dos �lhos?
Ainda que o verbo ajudar (no caso, a companheira, nas tarefas relacionadas às
crias) possa, em algumas realidades, ser substituído pela palavra dividir, o
caminho para uma divisão totalmente igualitária entre paternar e maternar
segue árduo na maioria das famílias do Brasil. X
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“A gente tem uma abertura na mídia que vai, aos poucos, alterando aquilo que já
está consolidado no senso comum da sociedade. Não tem como fazer mudanças
do tipo da noite para o dia. Então, cabe a nós, mulheres, falar, principalmente às
mulheres que vivem na condição de sobrecarga com �lho pequeno, com a casa
toda para cuidar e que, infelizmente, não contam com o semancol do parceiro e
de outras instituições, como a escola, que sempre a aciona ao invés de contatar o
companheiro, por exemplo”, discorre ela.
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espalhados por aí também já têm uma outra consciência e aí eles mesmos vão
pautando para um outro homem um novo olhar sobre a paternidade, sobre as
relações familiares e tudo mais”, desenvolve a escritora.
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Mãe de quatro �lhos já adultos, ela conta que quando o primogênito nasceu, em
1996, ela tinha 20 anos e, apesar de jovem, tinha consciência de várias coisas,
mas foi a sogra que a fez enxergar que os deveres de pai e mãe deveriam ser
iguais. “Eu me deparei com uma sogra que não sabia da existência da palavra
feminismo, mas tinha uma postura de ensinar os �lhos a terem um outro tipo
de comportamento, um outro olhar para a realidade. Ela trabalhava fora e
organizou a vida familiar dentro dessa lógica. Não interessava se era homem,
mulher, todos da família precisavam contribuir para que a casa �casse
organizada, limpa, cada um tinha a sua função.”
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feminismos. Então, uma vez que a gente ganha consciência de que as mulheres
abriram esse caminho, nós, como homens, temos a obrigação de dar sustentação
a essa nova cultura. Chega de dar trabalho para as mulheres.”
O homem que deseja construir uma paternidade não violenta, conforme elucida
Coimbra, precisa passar por um processo de rompimento com essa identidade.
”O afeto recebido dos �lhos quando quebramos a hierarquia autoritária é
importante e restaurador para a alma masculina. Os homens estão descobrindo
isso. O autoritarismo é como um muro que impede o carinho, o amor. E, na
hora que esse escudo é quebrado, o homem ganha um afeto que o redesenha.”
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Para Coimbra, o grupo que segue essa nova forma de paternagem está
desconstruindo algumas pautas identitárias. Ele salienta, ainda, que é preciso
colocar na discussão a interseccionalidade de raça e classe porque há um sem-
número de homens que não têm a oportunidade de mergulhar nessa
desconstrução. São os “pais pretos e periféricos”.
Eles �cam de fora da mudança “porque precisam trabalhar muito para garantir a
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sobrevivência básica da família”. “Existe uma dor desses pais, que sentem por
não terem energia e disponibilidade afetiva para realizar essa desconstrução.
Por isso, acho que nós, privilegiados, temos a responsabilidade de construir um
mundo que não fale só de paternidade, mas que foque em direitos. Porque se os
direitos forem assegurados a esse homem, ele ganhará mais espaço e tempo
cronológico na vida para poder viver essas experiências com os �lhos, e isso
melhora a vida de toda a sociedade”, pontua Coimbra.
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falta do contato com os meus �lhos, de conversar com eles, que são pessoas
incríveis de se estar perto. Hoje em dia, faz muita falta e virou um processo
natural, mas começou por aqui [ele aponta para a cabeça]”.
Ele relembra da infância e conta que o seu genitor sempre esteve presente, mas
“era aquele modelo de pai provedor e um pouco distante emocionalmente”.
“Cada �lho encara isso de uma maneira, e eu sempre fui sensível nesse ponto.
Não posso reclamar do meu pai, que me apoiou em muitas coisas, e seria até
injusto comparar a minha realidade com a de inúmeras pessoas que não tiveram
ou não têm contato com a �gura paterna, no entanto, não nego que sentia essa
falta. Ao mesmo tempo, sei que ele passou para mim o que o pai dele passou
para ele”, diz.
Assim, desde que pensou em se tornar pai, a primeira resolução de Passos foi a
de ser presente afetivamente na vida do �lho. E, até aqui, tem conseguido. Por
trabalhar em horários �exíveis, é ele quem passa a maior parte do dia com Fábio,
cuidando das necessidades do garoto e quem também organiza a rotina
doméstica – a companheira de Passos é médica e tem um cotidiano agitado.
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“Não é fácil, mas diariamente eu tento educar meu �lho com a minha bagagem, a
partir dos questionamentos que o punk traz, sobre religião, gênero e
alimentação, por exemplo. A grande di�culdade é educá-lo dentro do que eu
acredito, vivendo em uma sociedade que acredita em outras coisas.”
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Lola Aronovich: 'O masculinismo é um tipo de fake news'
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