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Boa Vista – RR
19 de junho de 2022
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LUCAS MOREIRA PIRES
Boa Vista – RR
19 de junho de 2023
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Sumário
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5
2. A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO ............................................................................................... 6
3. AS DESIGUALDADES DE PODER .................................................................................................... 7
4. O TRABALHO PARA A MULHER EM UMA PERSPECTIVA DE SAÚDE MENTAL ............................... 8
5. MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO EM BOA VISTA/ RORAIMA ......................................... 9
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................10
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................11
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“DESIGUALDADES NO MERCADO DE TRABALHO PARA AS
MULHERES EM BOA VISTA-RORAIMA”
Relatório de pesquisa
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1. INTRODUÇÃO
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2. A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO
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Também cabe exemplificar a estrutura de dominação sobre as mulheres com um fator
simplório que passa despercebido pela maioria das pessoas, mas que ilustra o condicionamento
das mulheres a serem donas de casa desde a infância, que é o estilo de brinquedos no qual as
meninas ganham já nos primeiros meses de vida: bonecas com forma de bebê com mamadeira,
itens de cozinha como fogão, panela e utensílios, casinhas de boneca etc. todos passando uma
mensagem de que a mulher nasceu para fazer tudo isso pelo resto da vida e que esse é o seu
lugar. Prosseguindo nesse sentido, os brinquedos masculinos configuram o que a sociedade e o
sistema já esperam que um homem desempenhe: brinquedos de carrinho, bonecos que remetem a
profissões de prestigio e entre outros. Essa forma de condicionamento de pensamento e de estilo
retrogrado de convivência, reforça inúmeras problemáticas contribuintes com a desigualdade de
gênero.
Com isso, também temos o impasse ao acesso ao saber, com toda a responsabilidade
doméstica em cima das mulheres, há a dificuldade de as mesmas obterem tempo e
disponibilidade para fazer um ensino superior, por exemplo, ao contrário do homem que possui o
caminho livre para se estabelecer nesse sentido, com isso vemos mais uma das razões nas quais
os homens dominam fortemente o mercado. Na obra “Mudanças e permanências nas
desigualdades de gênero: divisão sexual do trabalho numa perspectiva comparativa” que mostrou
contribuições fortes para a construção desse trabalho, temos os modelos nos quais as mulheres
se organizam para o dia a dia, a primeira delas é o modelo tradicional, que é quando a mulher
não trabalha e assume o cuidado com os filhos e os afazeres domésticos e o homem é o provedor;
temos o modelo de conciliação, que é quando a mulher trabalha fora mas concilia o trabalho
profissional e o trabalho doméstico, inclusive nesse modelo o homem não vê a necessidade de
conciliar e intercalar os afazeres, assim como o modelo tradicional; temos o modelo de parceria
que ocorre quando mulheres e homens repartem os afazeres domésticos e cuidados com a
família; e por último temos o modelo de delegação, que é quando a mulher delega outras
mulheres para os cuidados da casa, ocorre quando mulheres executivas e com postos de trabalho
prestigiados só podem trabalhar se outras mulheres desprovidas de recursos e precisando de
meios para sustentar a família e assegurar as tarefas, ou seja, o primeiro grupo não pode existir
sem o outro.
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3. AS DESIGUALDADES DE PODER
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4. O TRABALHO PARA A MULHER NA PERSPECTIVA DA SAÚDE MENTAL
A síndrome de burnout ou síndrome de esgotamento profissional tem sido cada vez mais
presente na vida de muitas pessoas, especialmente na vida das mulheres. Ela é caracterizada
como um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, esgotamento físico e estresse
acometidos em virtude do trabalho desgastante, que demanda muito trabalho ou
responsabilidade. Recentemente, a síndrome passou a ser reconhecida efetivamente como uma
doença pela a OMS, e de acordo com a Pebmed, 1 a cada 3 trabalhadores sofrem de burnout no
Brasil, sendo mais de 30 milhões de pessoas com a doença. Em relação as mulheres, não há
pesquisas no Brasil com evidências suficientes com os dados mostrando qual a taxa de mulheres
que portam os sintomas da doença, porém fazendo contraste com os outros países, que inclusive
possuem condições de vida melhores que o do Brasil, a taxa de mulheres com Burnout é maior
em relação aos homens, os resultados da pesquisa Women in the Workplace 2021, feita pela
consultoria McKinsey & Company e pela organização LeanIn com mais de 65 mil entrevistas
e 423 empresas dos EUA e Canadá, concluiu-se que 42% das mulheres sofrem com sintomas
de burnout, entre os homens a taxa foi de 35%. Salários baixos, cuidados com a família e casa
e a pressão para se desenvolver intelectualmente são fatores que podem ocasionar a síndrome,
o sentimento de desvalorização e impotência frente a classe privilegiada no mercado pode
acometer a doença.
Na entrevista local realizada em Boa Vista Roraima, foram realizadas uma pergunta para
oito mulheres que estão inseridas no mercado de trabalho, e a pergunta era “A maioria dos postos
de prestigio e de alta remuneração são ocupados por homens em seu local de trabalho? Se sim,
qual seu sentimento em relação a isso?” e de 8 entrevistadas, 62,5% responderam que sim e
37,5% que não. Ao responderem à pergunta acerca os sentimentos, as que responderam que
sim, relataram o sentimento de desvalorização constante durante a jornada de trabalho, e uma
frustração, pois por mais que se desdobrem mais que um homem, no final quem ocupa os postos
de prestigio são eles, uma chegou a relatar que se sente desconfortável por trabalhar com muitos
homens e com quase nenhuma mulher, pois tem receio de assédio moral ou de alguma outra
natureza. Fatores como esses desmotivam a carreira profissional dessas pessoas e podem
resultar em doenças psicológicas.
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5. MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO EM BOA VISTA/ RORAIMA
Pesquisas do IBGE (2018) revelaram que 42,1% das mulheres ocupam postos de
trabalho em Roraima, enquanto 58,3% estão desempregadas, em relação aos homens, 57,9%
trabalham e 44,7% estão desempregados, em Boa Vista, 44,4% das mulheres trabalham e 58,3%
estão desempregadas. Em relação ao rendimento salarial médio, as mulheres recebem R$
2170,00 enquanto os homens recebem R$ 2177,00. De acordo com a matéria, a disparidade
salarial de Roraima é a menor do país, porém na capital Boa Vista, a diferença é de
aproximadamente R$100.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contudo, indo de acordo com a linha de pensamento de Godelier, o eixo político acredito
ser um forte aliado na luta contra a subordinação feminina, a voz das mulheres nas entidades
públicas como congresso, assembleias e câmaras é de muita importância na manutenção das
divisões e das ausências de direitos. O investimento na educação é uma das chaves também
para o combate do problema, apesar dos entraves no percurso e das dificuldades encontradas
pelas mulheres na jornada, o conhecimento liberta, além do engajamento político ser
fundamental, a conscientização dos mais próximos, a participação em mobilizações que visem
os direitos das mulheres, e sobretudo o apoio entre si. A pressão pública se faz necessária e
inclusive o voto consciente, afinal, é dever do Estado assegurar a igualdade pois é um direito
assegurado pelo princípio da igualdade da Constituição de 1988.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROSENTHAL, Elisa. Precisamos falar sobre o burnout feminino. Revista HSM, São
Paulo, 2022. Disponível em: <https://www.revistahsm.com.br/post/precisamos-falar-sobre-o-
burnout-feminino>. Acesso em 18 de junho de 2023.
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