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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA


CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CCH
CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA DE PESQUISA EM GÊNERO,
RAÇA E SEXUALIDADE
PROFESSORA: FRANCE RODRIGUES

LUCAS MOREIRA PIRES

RELATÓRIO DE PESQUISA COM O TEMA


“DESIGULDADES NO MERCADO DE TRABALHO PARA AS MULHERES
EM BOA VISTA - RORAIMA”

Boa Vista – RR
19 de junho de 2022
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LUCAS MOREIRA PIRES

RELATÓRIO DA PESQUISA COM O TEMA “DESIGULDADES NO


MERCADO DE TRABALHO PARA AS MULHERES EM BOA VISTA -
RORAIMA”

Relatório acadêmico de pesquisa com o tema


“Desigualdades no mercado de trabalho para as mulheres
em Boa Vista” baseado em dados, pesquisa realizada com
um grupo de mulheres e referências bibliográficas
relacionadas ao tema encaminhado a professora doutora
France Rodrigues.

Boa Vista – RR
19 de junho de 2023
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Sumário

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5
2. A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO ............................................................................................... 6
3. AS DESIGUALDADES DE PODER .................................................................................................... 7
4. O TRABALHO PARA A MULHER EM UMA PERSPECTIVA DE SAÚDE MENTAL ............................... 8
5. MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO EM BOA VISTA/ RORAIMA ......................................... 9
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................10
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................11

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“DESIGUALDADES NO MERCADO DE TRABALHO PARA AS
MULHERES EM BOA VISTA-RORAIMA”
Relatório de pesquisa

Resumo: A proposta inicial deste relatório, é promover as informações referentes ao mercado


de trabalho para as mulheres na cidade de Boa Vista Roraima, fazendo uma análise para saber
se há carência empregatícia para o gênero, boas condições de trabalho e salário e entre outras
questões. Não somente se limitando a isso, mas também levando em conta o sentimento no qual
o trabalho transmite para as mulheres boa-vistenses, reforçando principalmente a equidade de
gênero, que caracteriza o foco principal do presente trabalho.

Palavras-chave: Desigualdade, poder, gênero, étnico-racial, mulheres, trabalho, igualdade.

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem o intuito de apresentar fatores determinantes para a


desigualdade de gênero no âmbito trabalhista em um contexto geral, mas também trazendo a
discussão para a perspectiva local. O mercado de trabalho atualmente é relacionado
inteiramente em um sistema neoliberal, trazendo a indissociabilidade da problemática citada
neste, com as estruturas dominantes de poder na sociedade capitalista. A fim de ilustrar melhor
a razão da discussão do tema, cabe mencionar uma pesquisa realizada pelo IBGE no ano de 2019,
que mostrou que 54,55% das mulheres com 15 anos ou mais integravam a força de trabalho no
Brasil, já os homens revelaram 73,7% da força de trabalho, a pesquisa mostra o número
considerando pessoas empregadas e pessoas em busca de emprego, com isso observamos a
predominância do gênero masculino no mercado de trabalho no país mesmo as mulheres
estando em maioria e isso configura um atraso enorme, pois em países como a França por
exemplo, há a estabilidade da força de trabalho feminina que se encontra em ascensão, no país
a participação das mulheres é de 66% (dados de 2012), porém considerando a progressão e o
avanço positivo, a porcentagem tem potencial de aumento para os dias de hoje.
Sem contar com a desigualdade de gênero dentro das empresas, onde as mulheres ganham
menos que os homens mesmo desempenhando a mesma função, além de que com a
globalização, quem prevalece no mercado de trabalho e mantém postos com melhores
remunerações são os que possuem mais ensino/diplomas, e é notória a desigualdade que existe
entre os gêneros, afinal as mulheres devem ter o dobro de esforço para estudar em virtude das
atividades domésticas e familiares que sãop condicionadas a elas desde a infância, já os homens
tem o caminho livre para se desenvolver nos estudos, e assim ocorre, pois os homens em maioria
compõe os cargos de relevância nas instituições.

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2. A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO

É impossível nesta discussão tratarmos da desigualdade de gênero no trabalho ou divisão


sexual do trabalho, sem tratarmos sobre a divisão sexual do poder e do saber, afinal, há inúmeras
estruturas condicionantes que resultam na desigualdade. De início, temos a norma social na qual
remete as mulheres como as únicas ou principais responsáveis de afazeres domésticos e
cuidados com os filhos dentro de casa, ocasionando em um percurso desigual na caminhada
para condições de trabalho dignas, afinal, homens não possuem esse peso, pois a norma social
estabelecida os isenta de quaisquer preocupações. Há inúmeros fatores que resultaram nessa
forma de pensamento, nesse consenso universal que condiciona as visões das pessoas, uma
delas é a religião, como por exemplo o cristianismo que possui a Bíblia como principal objeto
de fé. Nela há versos que impõe a mulher como subordinada ao homem, como diz a passagem
de Efésios 5:22: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque
o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o
salvador do corpo”, essa narrativa, assim como outras encontradas no livro, reforçam o papel da
mulher como inferior e subserviente ao homem, o servindo, limpando e passando e cuidando
dos filhos, enquanto o homem vai ao trabalho para sustentar a casa.

Levando ao campo cientifico, temos a contribuição do antropólogo francês Maurice


Godelier que acredita que a subordinação feminina é fundamentada socialmente em três eixos:
econômico, político e simbólico. No plano econômico, ele se refere a divisão sexual do trabalho
porque as mulheres não tem acesso as mesmas profissões e muito menos aos mesmos salários;
na parte política, ele se refere na pouquíssima participação política das mulheres que mesmo
compondo a maioria da população, acaba não participando devido a predominância masculina;
na questão simbólica ele cita que é em virtude da vinculação de imagens assimétricas entre os
gêneros, onde perpassa o homem-sujeito em contraste com a mulher-objeto: “os estereótipos
são ensinados na mais tenra idade e estruturam de antemão a percepção da realidade social”
(GODELIER, 1980 p. 11-12).

A questão do gênero também é empregada em uma perspectiva da colonialidade, no


artigo de Gabriella Mendes e Alexandre Fonseca intitulado por “A questão de gênero numa
perspectiva decolonial”, é abordado o caráter eurocentrista na qual a colonialidade impôs uma
lógica desigual na nossa realidade social, onde as mulheres ocupam postos menos privilegiados
em relação aos homens em diversos setores. Nesse sentido, é adotada a chamada
“decolonialidade” que segundo Ballestrin (2013), a expressão não pode ser confundida com
“descolonização”. Em termos históricos e temporais, essa última indica uma superação do
colonialismo; por seu turno, a ideia de decolonialidade atua no sentido da superação do par
modernidade/colonialidade e tudo o que ele representa, o qual permanece operando ainda nos
dias de hoje em um padrão mundial de poder.

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Também cabe exemplificar a estrutura de dominação sobre as mulheres com um fator
simplório que passa despercebido pela maioria das pessoas, mas que ilustra o condicionamento
das mulheres a serem donas de casa desde a infância, que é o estilo de brinquedos no qual as
meninas ganham já nos primeiros meses de vida: bonecas com forma de bebê com mamadeira,
itens de cozinha como fogão, panela e utensílios, casinhas de boneca etc. todos passando uma
mensagem de que a mulher nasceu para fazer tudo isso pelo resto da vida e que esse é o seu
lugar. Prosseguindo nesse sentido, os brinquedos masculinos configuram o que a sociedade e o
sistema já esperam que um homem desempenhe: brinquedos de carrinho, bonecos que remetem a
profissões de prestigio e entre outros. Essa forma de condicionamento de pensamento e de estilo
retrogrado de convivência, reforça inúmeras problemáticas contribuintes com a desigualdade de
gênero.
Com isso, também temos o impasse ao acesso ao saber, com toda a responsabilidade
doméstica em cima das mulheres, há a dificuldade de as mesmas obterem tempo e
disponibilidade para fazer um ensino superior, por exemplo, ao contrário do homem que possui o
caminho livre para se estabelecer nesse sentido, com isso vemos mais uma das razões nas quais
os homens dominam fortemente o mercado. Na obra “Mudanças e permanências nas
desigualdades de gênero: divisão sexual do trabalho numa perspectiva comparativa” que mostrou
contribuições fortes para a construção desse trabalho, temos os modelos nos quais as mulheres
se organizam para o dia a dia, a primeira delas é o modelo tradicional, que é quando a mulher
não trabalha e assume o cuidado com os filhos e os afazeres domésticos e o homem é o provedor;
temos o modelo de conciliação, que é quando a mulher trabalha fora mas concilia o trabalho
profissional e o trabalho doméstico, inclusive nesse modelo o homem não vê a necessidade de
conciliar e intercalar os afazeres, assim como o modelo tradicional; temos o modelo de parceria
que ocorre quando mulheres e homens repartem os afazeres domésticos e cuidados com a
família; e por último temos o modelo de delegação, que é quando a mulher delega outras
mulheres para os cuidados da casa, ocorre quando mulheres executivas e com postos de trabalho
prestigiados só podem trabalhar se outras mulheres desprovidas de recursos e precisando de
meios para sustentar a família e assegurar as tarefas, ou seja, o primeiro grupo não pode existir
sem o outro.

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3. AS DESIGUALDADES DE PODER

É imprescindível a compreensão das divisões trabalhistas de acordo com o gênero, o


conhecimento de que o poder no mínimo se estabelece em três eixos principais, que são: gênero,
classe e cor. Por mais que em nossas singularidades venhamos ter nossa própria história, é
inegável a recusa pela história coletiva e o contexto no qual somos inseridos, e que isso
influencia significativamente sobre a classe e a discussão étnico-racial, se mostrando
fundamental na compreensão das disparidades entre gênero no contexto do trabalho. É
necessário o reconhecimento e a consciência de que esse contexto tem sido perpetuado por
muitos séculos, assim como ilustra Godelier: “Se nos voltarmos para as sociedades de classes
da antiguidade ocidental (Grécia e Roma) ou, oriental (China e Japão) ou, na Idade Média, para
as sociedades da América pré-colombiana (Incas e Astecas) ou para as sociedades de castas na
Índia, nelas a vida social é dominada pelos homens. Possuir a terra da cidade, sacrificar aos
deuses, defender suas terras de armas na mão, exercer as magistraturas e a soberania política,
desenvolver a Filosofia, a Matemática entre outras questões, eram privilégios masculinos na
Atenas clássica. Para um grego, ser um homem plenamente é, antes de tudo, ser um homem e
não uma mulher, ser livre e não escravo; ser ateniense e não estrangeiro. (GODELIER, 1980,
p. 10-11). Ao passar dos anos, a desigualdade se manifesta de formas distintas, muitas vezes
implicitamente, porém não significando a sua ausência.
A divisão sexual do trabalho atinge um grau maior ao incluir o recorte racial. A FGV
(Fundação Getúlio Vargas) realizou uma pesquisa em 2022 que diz que de toda a população de
mulheres negras no país, somente metade conseguem vaga no mercado de trabalho, e quando
conseguem pleitear a vaga, é com salários baixos e condições ruins, a interseccionalidade entre
raça e gênero é evidente, e as mulheres negras passam por mais dificuldades em relação às
mulheres brancas nesse sentido. O Jornal Nacional da Globo mostra uma matéria que menciona
a pesquisa FGV uma mulher chamada Júlia Vitória do Nascimento, que relata ser privilegiada
por ser uma mulher negra e por ter conseguido um emprego com carteira assinada, a mesma
relata que estava em seu terceiro emprego, mas que no último, não teve seus direitos pagos e
sofreu discriminação racial na empresa, que era no ramo de empréstimo consignado, esse relato
mostra a triste realidade das mulheres negras que possuem duas vezes mais dificuldade para se
estabelecer profissionalmente e precisam ter um esforço bem maior do que as mulheres não-
negras, e as demais classes que prevalecem na sociedade.

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4. O TRABALHO PARA A MULHER NA PERSPECTIVA DA SAÚDE MENTAL

A síndrome de burnout ou síndrome de esgotamento profissional tem sido cada vez mais
presente na vida de muitas pessoas, especialmente na vida das mulheres. Ela é caracterizada
como um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, esgotamento físico e estresse
acometidos em virtude do trabalho desgastante, que demanda muito trabalho ou
responsabilidade. Recentemente, a síndrome passou a ser reconhecida efetivamente como uma
doença pela a OMS, e de acordo com a Pebmed, 1 a cada 3 trabalhadores sofrem de burnout no
Brasil, sendo mais de 30 milhões de pessoas com a doença. Em relação as mulheres, não há
pesquisas no Brasil com evidências suficientes com os dados mostrando qual a taxa de mulheres
que portam os sintomas da doença, porém fazendo contraste com os outros países, que inclusive
possuem condições de vida melhores que o do Brasil, a taxa de mulheres com Burnout é maior
em relação aos homens, os resultados da pesquisa Women in the Workplace 2021, feita pela
consultoria McKinsey & Company e pela organização LeanIn com mais de 65 mil entrevistas
e 423 empresas dos EUA e Canadá, concluiu-se que 42% das mulheres sofrem com sintomas
de burnout, entre os homens a taxa foi de 35%. Salários baixos, cuidados com a família e casa
e a pressão para se desenvolver intelectualmente são fatores que podem ocasionar a síndrome,
o sentimento de desvalorização e impotência frente a classe privilegiada no mercado pode
acometer a doença.

Na entrevista local realizada em Boa Vista Roraima, foram realizadas uma pergunta para
oito mulheres que estão inseridas no mercado de trabalho, e a pergunta era “A maioria dos postos
de prestigio e de alta remuneração são ocupados por homens em seu local de trabalho? Se sim,
qual seu sentimento em relação a isso?” e de 8 entrevistadas, 62,5% responderam que sim e
37,5% que não. Ao responderem à pergunta acerca os sentimentos, as que responderam que
sim, relataram o sentimento de desvalorização constante durante a jornada de trabalho, e uma
frustração, pois por mais que se desdobrem mais que um homem, no final quem ocupa os postos
de prestigio são eles, uma chegou a relatar que se sente desconfortável por trabalhar com muitos
homens e com quase nenhuma mulher, pois tem receio de assédio moral ou de alguma outra
natureza. Fatores como esses desmotivam a carreira profissional dessas pessoas e podem
resultar em doenças psicológicas.

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5. MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO EM BOA VISTA/ RORAIMA

Pesquisas do IBGE (2018) revelaram que 42,1% das mulheres ocupam postos de
trabalho em Roraima, enquanto 58,3% estão desempregadas, em relação aos homens, 57,9%
trabalham e 44,7% estão desempregados, em Boa Vista, 44,4% das mulheres trabalham e 58,3%
estão desempregadas. Em relação ao rendimento salarial médio, as mulheres recebem R$
2170,00 enquanto os homens recebem R$ 2177,00. De acordo com a matéria, a disparidade
salarial de Roraima é a menor do país, porém na capital Boa Vista, a diferença é de
aproximadamente R$100.

Em média 8 pessoas participaram da entrevista via Google Forms, todas as entrevistadas


sendo mulheres trabalhadoras residentes do município de Boa Vista e a pesquisa tinha o intuito
primeiramente de mapear as áreas de atuação das entrevistadas e algumas informações
pertinentes a discussão.

De início, foi perguntado em qual setor as participantes trabalhavam, 50% responderam


que no setor público, 37,5% no privado e 12,5% eram autônomas, no entanto as respostas terão
o caráter especifico de servidoras públicas em maioria. Na próxima pergunta, foi indagado o
nível de escolaridade das participantes, 37,5% responderam que estudaram até o ensino médio
completo, 37,5% superior completo e 25% superior incompleto e logo após a pergunta era se
as mesmas possuíam conhecimento de homens tendo maior remuneração que as mulheres onde
ambos desenvolviam as mesmas funções em seus ambientes de trabalho, 62,5% responderam
que sim, 25% que não e 12,5% que talvez. Já na pergunta seguinte, foi perguntado se as mesmas
identificavam homens tendo mais oportunidades e promoção de cargo do que as mulheres, e
62,5% responderam que sim, enquanto 37,5% responderam que não, em seguida, foi feita uma
pergunta aberta a resposta escrita, na qual perguntei se as entrevistadas acreditavam que os
homens devem receber mais que as mulheres, para entender de perto a visão do tema que cada
uma possuía, todas responderam que ambos devem receber igual, pois é injusto e deve existir
os direitos iguais e que as mulheres possuem a mesma competência que os homens, já outra
respondeu que as mulheres devem ganhar mais. Logo após, perguntei se eram a principal ou a
única pessoa que realizava afazeres domésticos e cuidados com a família, 50% responderam
que sim, 37,5% responderam que não e 12,5% responderam que talvez, em seguida, indaguei
se as mesmas já se sentiram prejudicadas de alguma forma em seus empregos em virtude de
tarefas domésticas, e 66,7% responderam que sim e 33,3% responderam que não, em minha
última pergunta questionei se elas acreditavam que o sistema oferecia oportunidades iguais para
ambos os gêneros e 87,5% responderam que não e 12,5% responderam que sim.

De fato, de acordo com as respostas da entrevista acima, a discrepância e a divisão entre


os gêneros no ambiente de trabalho são bastante acentuadas. Em suma e maioria, as mulheres
responderam que se sentem desvalorizadas profissionalmente no município, e que os homens
ocupam os principais cargos pois o sistema os favorece.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Contudo, indo de acordo com a linha de pensamento de Godelier, o eixo político acredito
ser um forte aliado na luta contra a subordinação feminina, a voz das mulheres nas entidades
públicas como congresso, assembleias e câmaras é de muita importância na manutenção das
divisões e das ausências de direitos. O investimento na educação é uma das chaves também
para o combate do problema, apesar dos entraves no percurso e das dificuldades encontradas
pelas mulheres na jornada, o conhecimento liberta, além do engajamento político ser
fundamental, a conscientização dos mais próximos, a participação em mobilizações que visem
os direitos das mulheres, e sobretudo o apoio entre si. A pressão pública se faz necessária e
inclusive o voto consciente, afinal, é dever do Estado assegurar a igualdade pois é um direito
assegurado pelo princípio da igualdade da Constituição de 1988.

Ademais, é necessário olharmos a divisão sexual de gênero como um problema da


sociedade em geral, todo indivíduo consciente pode e deve buscar a manutenção do problema,
independente do gênero, classe e cor, cada consequência da desigualdade reflete em diferentes
setores da sociedade como na economia, na subsistência familiar, na saúde mental das pessoas
e na ordem pública.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HIRATA, Helena. Mudanças e permanências nas desigualdades de gênero: divisão sexual


do trabalho numa perspectiva comparativa. São Paulo: Friedrich-Ebert-Stiftung, 2015.

FERREIRA, Aparecida; MIRANDA, Tereza; SCHIMANSKI Edina. Relações étnico-raciais,


de gênero e sexualidade, perspectivas contemporâneas. Paraná: UEPG, 2014.

MENDES, Gabriella da Silva e FONSECA, Alexandre Brasil Carvalho. A questão de gênero


numa perspectiva decolonial. Arev|>\Ed.Poupular, Uberlandia, v. 19, n1, pp 82-101, jan-abr,
2020.

CARVALHO, Paola. Número de mulheres cresce no mercado de trabalho em Roraima.


Jornal Folha de Boa Vista, Boa Vista, 2019. Disponível em:
<https://folhabv.com.br/noticia/CIDADES/Capital/Numero-de-mulheres-cresce-no-
mercado-de-trabalho-em-Roraima/50759>. Acesso em 18 de junho de 2023.

ROSENTHAL, Elisa. Precisamos falar sobre o burnout feminino. Revista HSM, São
Paulo, 2022. Disponível em: <https://www.revistahsm.com.br/post/precisamos-falar-sobre-o-
burnout-feminino>. Acesso em 18 de junho de 2023.

Jornal Nacional. Cai participação de mulheres negras no mercado de trabalho em relação


ao período pré-pandemia. G1, 2022. Disponível em: <https://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2022/07/25/cai-participacao-de-mulheres-negras-no-mercado-de-trabalho-
em-relacao-ao-periodo-pre-pandemia.ghtml>. Acesso em 18 de junho de 2023

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