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E TECNOLOGIA DO PARÁ
Belém
2022
Ana Luiza dos Santos
Camili Ronieli
Eveny Carvalho
Lohanna da Silva
Sarah Marques
Talita Souza
Belém
2022
Introdução
Durante muito tempo, a mulher foi excluída da participação efetiva nos espaços públicos, do
trabalho fora do âmbito doméstico e da possibilidade de desenvolvimento científico e
intelectual por meio da educação formal, além de estarem submetidas ao poder de homens de
sua família, em geral seus pais e maridos. Isso acarretou num problema que urge por solução:
a desigualdade fundamentada pelo gênero.
Há uma crítica feminista a qual enfatiza que a sociedade está em baseada em uma estrutura
dicotômica, que por um lado separa as esferas do público e do privado, e por outro as
hierarquiza, atribuindo distintos papéis sociais a homens e mulheres de acordo com os seus
gêneros. Segundo essa divisão, aos homens caberia a ocupação do espaço público e às
mulheres a circunscrição ao espaço privado da casa. Tal ordenação social com base no gênero
foi exemplarmente capturada pelo antigo adágio, consoante o qual “o lar do homem é o
mundo e o mundo da mulher é o lar“.
Para analisar a economia a partir da ótica feminista também é o de gênero. De fato, o mínimo
denominador comum que permite a coesão ao lidar com as mais diversas questões,
metodologias, métodos e desenhos de pesquisa que compõem o campo da chamada economia
feminista é a introdução da categoria de análise de gênero na economia. Segundo Ferber e
Nelson, O termo “gênero, que não deve ser confundido com o sexo biológico, refere-se ao
modo como as sociedades atribui o caráter de ‘masculinidade’ ou ‘feminilidade’ não apenas a
pessoas, mas também há várias atividades e até mesmo conceitos“. Sendo gênero um termo
relacional que envolve uma hierarquia entre os distintos papéis socialmente atribuídos às
mulheres e aos homens, ele refere sobretudo a maneira como essa diferença entre os sexos
permite compreender como estão estruturadas relações de poder em uma dada sociedade.
Desigualdade de gênero no mercado de trabalho
Como e porquê as desigualdades de gênero aparecem no mercado de trabalho
O assédio moral e sexual nas relações de trabalho ocorre frequentemente, tanto na iniciativa
privada quanto nas instituições públicas.
O assédio moral é um tipo de violência que expõe as pessoas a situações ofensivas e
humilhantes. Muitas vezes ele começa de forma sútil, com os homens falando das roupas ou
da aparência de mulheres e com “brincadeiras” ofensivas e constrangedoras. Já o assédio
sexual, que também é muito vivenciado pelas mulheres, ocorre um constrangimento para
obter favorecimento sexual. Por toda hierarquia que já existe na sociedade, os homens se
aproveitam dessa condição de “superioridade hierárquica” para tentar obter proveito de
mulheres.
Além disso, as mulheres ocupam poucos cargos de liderança, precisam trabalhar menos horas
para dividir a rotina profissional com a doméstica e encontram dificuldade para atuar em
múltiplas jornadas, que inclui o direito aos estudos e à capacitação.
A tentativa de explicação dos gaps salariais entre homens e mulheres foi um dos primeiros
temas de interesse tanto por parte dos/as teóricos/as da economia de gênero quanto daqueles
da economia feminista. Os estudos nessa área vêm mostrando que existem algumas
manifestações específicas da desigualdade de gênero que ocorrem no mercado de trabalho que
estão determinadas pela influência de dois fatores inter-relacionados: em primeiro lugar, por
uma dinâmica de discriminação que é própria do mercado de trabalho. E depois, pela
condicionante que o peso das responsabilidades domésticas exerce sobre a inserção feminina
no mercado laboral.
Ademais, esses preconceitos são reforçados por conta do vínculo que as mulheres
efetivamente possuem com o trabalho doméstico: os empresários não desejam empregar
mulheres em cargos que exigem muita responsabilidade, pois ponderam que nem sempre
poderão contar com elas da mesma forma que podem contar com os homens. E mesmo nos
casos em que elas possuam o mesmo nível de formação que eles, as suas responsabilidades
domésticas podem afetar negativamente a sua capacidade de trabalho e, consequentemente, os
seus salários.
Essas desigualdades vêm sendo estudadas e explicadas com os seguintes fenômenos “teto de
vidro” e “piso pegajoso”.
Teto de vidro: fenômeno social que a partir de barreiras culturais organizacionais, familiares
e individuais, dificulta o acesso das mulheres a posições de liderança, principalmente aos mais
altos níveis na hierarquia organizacional.
Piso pegajoso: fenômeno que refere-se às dificuldades que as mulheres concentradas em
setores e empregos em que são menos valorizadas economicamente encontram para alternar a
sua situação.
Dados do levantamento da consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílio do IBGE.
•As mulheres ganham cerca de 20% menos do que os homens no Brasil e a diferença salarial
entre os gêneros segue neste patamar elevado mesmo quando se compara trabalhadores do
mesmo perfil de escolaridade e idade e na mesma categoria de ocupação.
As diferenças no valor do salário (recompensas), em uma grande parte das ocupações, não
tem causa biológica relacionada às diferenças nas habilidades ou na força física entre os
sexos, mas possui sim um caráter social ainda hoje vigente na maior parte das sociedades,
relacionado à atribuição das tarefas de sustento da família ao homem e de cuidados
domésticos e reprodução da força de trabalho à mulher.
A percepção de desigualdade possui um impacto negativo sobre as atitudes das mulheres com
relação a seu emprego e às organizações que as empregam.
Segundo a corrente da economia feminista, existe assimetria de gênero e preconceito
envolvidos nessa incapacidade teórica de enxergar uma atividade – econômica, segundo
defendem – que é exercida predominantemente pelas mulheres.
Segundo Spector (2002), a satisfação no trabalho é uma variável atitudinal que reflete como a
pessoa se sente em relação a seu emprego de forma geral e a seus diferentes aspectos ou
dimensões. Entre as dimensões do trabalho mais estudadas, o autor destaca as recompensas
(salário, benefícios e oportunidades de promoção) e o relacionamento com outras pessoas no
ambiente de trabalho (supervisores e colegas), além das condições de trabalho e da natureza
do trabalho em si. Por intermédio de muitas situações as mulheres enfrentam em seus locais
de trabalho, como: desigualdade de salário, assédio moral e sexual, dúvida de suas
capacidades entre outros, elas não se sentem sentem valorizadas, respeitadas, em um ambiente
agradável e sendo tratadas de forma igual, isso é refletido em falta de produtividade,
satisfação e identificação com a organização da qual fazem parte, isso diz respeito à
vinculação afetivo-cognitiva entre o indivíduo e a empresa onde trabalha – fazendo com que a
mulher se veja com a única alternativa de pedir demissão, por não conseguir permanecer em
determinado ambiente.
Desigualdade de gênero no mercado de trabalho
O que o Estado brasileiro tem feito a respeito disso
Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo
empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo,
nacionalidade ou idade.
§ 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste capítulo, será o que for feito com igual
produtividade e com a mesma perfeição técnica entre pessoas cuja diferença de tempo de
serviço não for superior a dois anos.
§ 2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal
organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos
critérios de antiguidade e merecimento.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por
merecimento e por antiguidade, dentro de cada categoria profissional."
Neste trabalho foi abordado a desigualdade de gênero, que ocorre quando há privilégio de um
gênero em detrimento de outro, mais concretamente como ela é evidenciada no mercado de
trabalho, concluímos que essa desigualdade de gênero é um lacuna antiga, enraizada em nossa
sociedade e ela é muito notória no mercado de trabalho atual (por exemplo: salários desiguais
para as mesmas funções, falta de oportunidades e desmerecimento gênero feminino). Bem
como, foi analisado o posicionamento do Estado brasileiro mediante esta lacuna e as leis em
função da mesma.
Este trabalho foi muito importante para o nosso conhecimento a respeito da desigualdade de
gênero no mercado de trabalho e a intervenção do Estado, visto que nos permitiu uma melhor
compreensão a respeito do assunto.