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ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DA CALHETA

Ano letivo 2022/2023

Disciplina de Filosofia

Igualdade e discriminação de género

Maio de 2023

Prof. Júlio Miguel Araújo Sousa

Beatriz Mendonça
ÍNDICE

INTRODUÇÃO .................................................................................... p. 3
ARGUMENTOS E CONTRA-ARGUMENTOS ....................…......................... p. 4
CONCLUSÃO ...................................................................................... p. 6
BIBLIOGRAFIA ................................................................................... p. 7

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Introdução

A igualdade de género é um tema bastante abordado nos dias de


hoje, no entanto já foi e continua a ser discutido por muitos filósofos com
diferentes opiniões. Pode-se dizer que a igualdade de género é uma
tentativa de equilíbrio entre os vários géneros. Aprofundando esta ideia
de equilíbrio, refiro-me a salários, empregos, educação, desportos...

A pobreza menstrual e a repugnância perante o período menstrual


são também exemplos de discriminação uma vez que milhões de
raparigas e mulheres são desprovidas de produtos de higiene íntima
feminina e sofrem preconceitos em relação á menstruação. Tudo isto leva
à desigualdade de género.

A luta por uma sociedade igualitária na qual os homens e as


mulheres têm iguais oportunidades e onde são tratados de igual forma, é
um grande objetivo que tem impulsionado movimentos tanto feministas
como machistas e gerado discussões acerca da natureza da igualdade e
as formas de discriminação de género.

Notícias referentes aos problemas do sexo feminino em diferentes


áreas, como o emprego e a educação, focam a manipulação marcada
pelos estereótipos da sociedade. E a questão emerge: É eticamente
aceitável tolerar a discriminação feminina? Na minha opinião, não no
entanto, não acredito que seja possível alcançar um suposto equilíbrio,
uma vez que mentalidades são o que caracteriza os seres humanos e a
partir do qual se cria opiniões. Logo seria possível alcançar um equilíbrio
entre os géneros? Revendo o passado e aquilo que sei acerca do Homem
acredito que esse equilíbrio não ocorra uma vez que os seres humanos
são por naturalidade ambiciosos querendo sempre ter mais que o outro
ou que todos, o que não equivale com aquilo que entendemos por
equilíbrio. Ainda assim sou a favor desta luta pelos direitos que nos são
dados e que mantém a igualdade entre os géneros.

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Ao longo deste ensaio filosófico será possível apresentar a minha
opinião em relação á igualdade e discriminação de género, assim como
argumentos que a fortaleçam e contra-argumentos, podendo por vezes
recorrer a ideias/exemplos de outros filósofos, a fim de compreender a
complexidade dos problemas sociais referidos anteriormente.

Argumentos e contra-argumentos

As mulheres de todo mundo desfrutam de vários direitos, mas ainda


são objetos de discriminação nos seus locais de trabalho e vítimas
frequentes de violência doméstica. Isto vê-se nas dificuldades no acesso a
serviços, no quotidiano nas tarefas do mundo doméstico e na inserção no
mercado de trabalho e na respetiva remuneração. Exemplificando: a
empresa X, conhecida internacionalmente pelo seu prestígio e rigor da
sua prestação no seu setor, apenas contrata funcionários
academicamente instruídos. Dois indivíduos, um homem e uma mulher,
candidatam-se á mesma posição. Sabemos de início que ambos
realizaram o seu doutoramento na mesma área e na mesma
universidade, e supomos que ambos terminaram os seus estudos com a
mesma média. Com todos estes dados, a opção por um deles seria
complicada à primeira vista. No entanto, na maioria dos casos, a solução
surge de imediato: a escolha mais acertada seria a do homem. Esta
situação seria justificada pelo chefe da empresa devido à possibilidade de
gravidez da mulher e à consequente não disposição a tempo inteiro à sua
carreira profissional. Apesar disto, vamos admitir que ambos os
candidatos são empregados na mesma área da empresa e que detêm o
mesmo horário e tarefas. Considerando todas estas características, a
igual remuneração seria o mais adequado. No entanto, essa situação não
acontece, pelo que os homens obtêm melhores e maiores remunerações
que as mulheres, mesmo em situações como as referidas
hipoteticamente.

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Desde a segunda metade do século XX que assistimos a um
conjunto de importantes transformações nas sociedades industrializadas
com repercussões a diversos níveis, entre as quais a mudança do
comportamento dos homens e das mulheres nas esferas profissional e
familiar. Assim sendo, muitos dos estereótipos criados sofreram intensas
alterações ao nível da sua idealização. Atualmente não se justifica a
diferenciação ao nível da aquisição de emprego pela maior ocupação das
tarefas domésticas e familiares já que os homens também ajudam neste
processo, havendo, inclusive, as licenças de paternidade e de leis que
defendem as mulheres contra estas situações discriminatórias. Por outro
lado, será moralmente correto discriminar alguém pelo facto de estar
grávida? Não há dúvida que a resposta é não, uma vez que o ciclo da vida
é definido por: nascer, crescer, reproduzir e morrer, logo discriminando a
gravidez estaríamos a impedir a procriação dos seres humanos o que
claramente não faz sentido. Quanto à situação da disparidade salarial,
não existe uma aparente justificação lógica para a sua ocorrência,
especialmente quando se têm em atenção as situações referidas
anteriormente.
A falta de acesso a bens comuns de higiene pessoal de mulheres e
raparigas, durante o período menstrual, em países em desenvolvimento,
como o Nepal, ou até mesmo em países desenvolvidos, em regiões onde
produtos, como tampões ou pensos higiénicos, não alcançam. A vergonha
que sentem ao trazer consigo estes produtos diariamente uma vez por
mês e levá-los para a casa de banho sem que ninguém perceba. A
repugnância do sexo masculino perante uma conversa acerca deste
assunto. O acordar suja ou sujar-se (como demonstra a imagem acima)
durante o dia e ter de pedir ajuda com receio de se revoltarem ou de nos
desprezarem. Estes são todos casos nos quais a discriminação está
presente. Seria a menstruação algo que as mulheres deveriam ter
vergonha e repugnância? Obviamente que não, no entanto a sociedade
em que vivemos não consegue aceitar o ciclo menstrual de uma mulher

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como algo “normal” e acredito que seja sempre visto como algo sujo e
que “o melhor a fazer será não falar sobre”.
A minha opinião remete então por exemplo para a filosofia de John
Rawls e o véu da ignorância: imaginemos que é colocado na sua posição
original, coberto pelo véu da ignorância, isto é, não possui informações
acerca da sua nacionalidade, família, país, saúde e, acima de tudo, não
sabe qual será o seu género. Nesta situação, consentiria em viver numa
sociedade em que o género feminino fosse discriminado sabendo que a
probabilidade de pertencer a esse género era igual à probabilidade de não
pertencer? Provavelmente não. Ao colocar-nos na posição de diferentes
pessoas torna se assustador pensar nos direitos que não merecemos por
meros traços físicos ou até mesmo pelos direitos que temos que outros
não têm por esses mesmos traços.

Conclusão
Defender a igualdade de género não é algo que seguimos porque se
vê o progresso, mas sim porque se tem fé no equilíbrio entre os géneros.
Vivemos num mundo cheio de oportunidades, mas nem todas são
acessíveis a todas as pessoas. Infelizmente o mundo e a realidade em
que vivemos não foram projetados a pensar nas mulheres. Talvez um dia
alcancemos uma realidade onde homens e mulheres se vejam e se unem
como um só afim de encontrarem um equilíbrio.

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Bibliografia
https://filosofianaescola.com/politica/teoria-da-justica-de-rawls/
https://pin.it/6sxZuBY
https://pin.it/7emLhJB

https://ddesenvolvimento.com/portfolio/igualdade-de-genero/

https://www.ine.pt/scripts/wm_v_final/bloc-2d.html?lang=pt

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