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FACULDADE PIO DÉCIMO

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

KLASSIA BRIGYTH CAVALCANTE DA SILVA


LAURA DA COSTA DIAS
MILLENA CARVALHO PEREIRA
SANTOS
PEDRO LUÍS SILVA BATISTA

RESENHA DO TEXTO
RELAÇÕES RACIAIS NA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA

ARACAJU
2023
KLASSIA BRIGYTH CAVALCANTE DA SILVA
LAURA DA COSTA DIAS
MILLENA CARVALHO PEREIRA
SANTOS
PEDRO LUÍS SILVA BATISTA

RESENHA DO TEXTO
RELAÇÕES RACIAIS NA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA

Trabalho apresentado à
disciplina Psicologia
Institucional, do curso de
Psicologia, da Faculdade Pio
Décimo, para obtenção da
nota da unidade.
Profª.: Marcel Maia De
Oliveira Gomes.

ARACAJU
2023
I. RESENHA DO TEXTO: RELAÇÕES RACIAIS NA FORMAÇÃO EM
PSICOLOGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO JUNTO A UM
MOVIMENTO SOCIAL ANTIRRACISTA NO ESTADO DE SÃO PAULO.

O artigo “Relações raciais na formação em psicologia. Relato de experiência da


atuação junto a um movimento social antirracista no estado de São Paulo”, aborda as
inúmeras problemáticas referentes ao assunto tais como a influência do racismo no meio
institucional, organizacional, escolar e de saúde. Inicialmente, é esclarecido que o texto
partirá de uma perspectiva da Psicologia Social Crítica para analisar o cenário, destacando
que de acordo com Bleger, (1984), o objetivo do psicólogo em meio institucional é o da
Psico-Higiene, de modo que contribua para promoção da saúde e do bem-estar da
instituição e dos integrantes da mesma.
Fazendo um apanhado básico, o artigo aponta o racismo como uma questão social
bastante relevante no Brasil, já que historicamente muitas ciências, inclusive a psicologia,
acabou legitimando tal preconceito e, com isso influenciando desde a forma que os negros
são retratados no meio intelectual até à baixa produção de material produzido sobre as
relações raciais em psicologia, como se o assunto fosse uma temática sensível e meio
censurada ainda nos dias de hoje.
Apesar do estudo ter sido produzido com base em experiências de estudantes na
prática de estágio, as questões aqui trazidas são de alta relevância, visto que o racismo no
Brasil está enraizado de uma forma que muitas vezes acaba sendo normalizado, como nas
expressões populares, na própria língua portuguesa que tende a associar os termos
“claros” a coisas boas e, fazendo o inverso com o termo contrário, atingindo esferas
imaginárias, simbólicas ou reais, a expressão do racismo violento mascarado de
brincadeira e a pouca escuta ativa sobre o tema vêm consolidando uma sociedade pautada
no preconceito e na desigualdade, como mencionado ao longo do debate em sala.
Um exemplo de grande destaque trazido foi a realidade da situação no sistema
público de saúde, racismo institucional contribui ainda mais para a iniquidade na
assistência prestada à população negra brasileira, que recebe quantidade menor de
atendimentos e de pior qualidade, quando comparada à população branca (CE.
WERNECK, 2016). Logo, compreende-se a baixa procura pelo serviço, a ausência de
retorno ou assiduidade nos processos de auxílio à saúde, sendo importante entender que
a incapacidade de perceber clinicamente tal realidade nas questões raciais, pode gerar
revitimização e ampliar a dimensão de sofrimento já apresentada pelos sujeitos, fazendo-
se necessário então aos profissionais do meio, principalmente psicólogos (as), um olhar
mais atencioso e cauteloso sobre a situação e o exercício da profissão frente tal temática.
O texto menciona o racismo institucional, que pode ser considerado a principal
responsável pelas violações de direitos e ocorre em estruturas públicas e privadas do país,
essa prática é marcada pelo tratamento diferenciado, desigual. Um exemplo clássico seria
quando profissionais em cargos de chefia exigem que profissionais negros devam prender
o cabelo, mas a função realizada não exige cabelo preso.
A saúde mental afetada também é uma pauta do texto, a população negra quase
sempre carrega o fardo do golpe do racismo e mesmo que não saiba nomear o que viveu
e por qual razão, eles vivenciam e vivem com a discriminação. Isso pode trazer mazelas
para a saúde tanto emocional quanto física e mental, é comum ver negros em situações
nas quais eles não se sentem pertencidos, bem acolhidos ou simplesmente respeitados,
igualmente a raça branca. Dito isto, receber uma atitude de violência pode desencadear
em um sujeito sentimentos de estresse, ansiedade, depressão e muitos outros.
Em contrapartida, os serviços de saúde não são igualitários para negros e brancos.
Pesquisas e estudos já mostraram que a população negra recebe atendimentos de menos
qualidade e tempo, ou seja, como seria possível dar assistência aos negros e melhorar a
condição de saúde, física ou mental, dos mesmos se a nossa sociedade não está preparada
para isso? Milhares de anos com as mesmas questões e indagações, parece que uma
conscientização social está distante de chegar no nosso cotidiano a respeito do fim do
racismo.
Outra questão que é necessário salientar, está ligado a psicologia organizacional
sendo descrito, como material utilizado para análise de contratação de funcionários, na
relação existente por raça, pois infere nas especificidades da população negra, indígena,
amarela e branca, em referência a como as configurações sobre agravos e o nível de
adoecimento dos sujeitos são tratadas. (Cf. SANTOS; SCHUCMAN, 2015) Por
conseguinte, diversos sujeitos acabam por não se sentirem pertencentes a determinados
projetos de seleção, ou escolha de um serviço, por não serem bem recebidos.
Em um diferente eixo, a discriminação racial se atrela ao fracasso escolar pela
conduta reforçada pelo racismo estrutural, ligado a reprodução de crenças e
comportamentos discriminatórios, pela dominante moral e estica predominada por
sujeitos brancos. (TAVARES; KURATANI, 2019).
O artigo destaca da importância de tomar uma posição contra racismo para um
potencial de mudança, dessa forma, deve ocorrer discursões sobre o preconceito racial
em sala de aula nos cursos de graduação, não se limitando unicamente a professores, mas
uma movimentação de modo amplo, é necessário que sejam abertas discursões sobre o
tema e os estudantes se posicionem diante o preconceito racial, com objetivo de preparar
o profissional para lidar com realidade vivenciada em sociedade que todos os dias trazem
números de sofrimento, violência e limitação dos sujeitos a diversos espaços.

II. REFERÊNCIAS

DE ALMEIDA, D. R.; DE AZEVEDO, E. M.; DOS SANTOS, M. I. I.; ROCHA, R. V.


de S. RELAÇÕES RACIAIS NA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA: RELATO DE
EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO JUNTO A UM MOVIMENTO SOCIAL
ANTIRRACISTA NO ESTADO DE SÃO PAULO. Revista Fronteiras em Psicologia, [S.
l.], v. 4, n. 2, p. 7–21, 2022. Disponível em:
https://fronteirasempsicologia.com.br/fp/article/view/113. Acesso em: 27 maio. 2023.

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