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OLHAR DA PSICANÁLISE
RESUMO: Uma pessoa empoderada, desenvolve habilidades que são fundamentais para o
ambiente corporativo, para emancipar-se individualmente, e ter domínio da própria vida.
Pensar nessas transformações é pensar em dar autonomia para mulheres que necessitam de
controle emocional e autoconfiança. Buscou-se responder a seguinte questão norteadora:
Como a análise com enfoque psicanalítico pode contribuir com o empoderamento feminino?
Para isso, o objetivo principal foi identificar como a psicanálise pode contribuir para
empoderar e dar poder a mulheres. Dessa forma, foi uma pesquisa bibliográfica de natureza
qualitativa e descritiva que para sua construção utilizadando instrumentos como o Google
Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e National Library Medicine,
livros e revistas de saúde, período de 1996 a 2022. Os resultados encontrados é que é possível
contribuir para o empoderamento, criando autonomia e suporte na qualidade e vida da mulher,
construindo lugares de acolhimento, aceitação e força por meio de empoderamento. E
psicólogos além de poder contribuir com essa abordagem feminista em clínica psicanalista,
tem o dever de o fazer, segundo o regimento do Código de Ética da Psicologia.
PALAVRAS-CHAVE: Empoderamento; Mulheres; Psicanálise; Psicoterapia.
ABSTRACT: An empowered person develops skills that are fundamental for the corporate
environment, to emancipate oneself individually, and to have control of one's own life.
Thinking about these transformations is thinking about giving autonomy to women who need
emotional control and self-confidence. To build the project, we seek to answer the following
guiding question: How can analysis with a psychoanalytical focus contribute to female
empowerment? For this, the main objective will be to identify how psychoanalysis can
contribute to empower and empower women. In this way, a qualitative and descriptive
bibliographical research will be carried out, using instruments such as Google Scholar,
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) and National Library Medicine, health books
and journals, period from 1996 to 2022. It is assumed as a result that the survey carried out
can serve to gain knowledge about the theme explored and conclude the research questions.
KEYWORDS: Empowerment; Women; Psychotherapy; Psychoanalysis.
1. INTRODUÇÃO
2.1.1 Mecanismos de defesa: Em 1894, Freud escreve a Psiconeuroses de Defesa, onde ele
cita a luta do ego contra o afeto doloroso e insuportável do indivíduo. Logo após, Freud
continua com o conceito de recalque que ocorreria em decorrência da angústia do indivíduo e
que resultaria e se manifestaria simbolicamente em sonhos, ações fracassadas e sintomas
neuróticos. Ainda mais tarde, Freud (1926) substituiu o conceito de repressão pelo conceito de
defesa (Laplanche & Pontalis, 1988). Freud (1926) propôs vários mecanismos de defesa como
regressão, repressão, formação reativa, isolamento, introjeção, projeção e anulação, e
posteriormente Anna Freud (1936) introduziu outros mecanismos de defesa como sublimação,
deslocamento, negação e identificação com o agressor. (MULLEN et al., 1999). Quando
Freud modelou os mecanismos de defesa como métodos da mente, ele levanta que esse
método é utilizado pelo Ego, protegendo o indivíduo da sua ansiedade (Hovanesian, Isakov,
& Cervellione, 2009). Os processos inconscientes eram os que protegiam a mente momentos,
pensamentos, sentimentos que eram difíceis de lidar para o paciente. Ou também, os impulsos
que eram carregados de desejo, e que o Ego julgava perigoso, se entrassem em conflito com o
que o superego demandava (VAILLANT, 1992). Durante o último século, a pesquisa sobre os
mecanismos de defesa foi realizada em vários quadros teóricos, especialmente dentro das
abordagens psicanalíticas. As obras de A. Freud (1946) representam um marco fundamental
na teoria e na pesquisa sobre o tema (CRAMER, 2000). Ele também descreve a defesa
patológica como um desequilíbrio em certos processos, o que pode refletir a presença de
mecanismos rígidos que perturbam o desenvolvimento da personalidade (ROMARO, 2014).
Este autor segue uma abordagem ontogénico em relação ao desenvolvimento dos mecanismos
de defesa e acredita que o processo de amadurecimento pessoal inclui o amadurecimento dos
mecanismos de defesa (SCHAUENBURG et al, 2007). Freud (1946, 1965) também apontava
que todos os mecanismos de defesa podem constituir modos saudáveis de adaptação, desde
que utilizados de forma flexível e moderados (ROMARO, 2014). Para ele, os mecanismos de
defesa ajudam os indivíduos a enfrentar as demandas e os desafios presentes na realidade.
Elas se desenvolveriam e seriam utilizadas pelo Ego como forma de resolução dos conflitos
causados pelo Id em sua relação com o Ego e o Superego (PASTORE 2012).
2.1.2 Associação Livre: Quando Freud traz a associação livre, traz como uma ferramenta da
psicanálise. Em seu artigo Dinâmica da Transferência (Freud, 1912) é elucidado que ela é
regra fundamental, e tem um lugar extremamente importante para sua livre associação. Pode-
se dizer que a associação livre de ideias é baseada no fluxo de pensamentos, onde o
analisando fala-se o que vem a mente, mesmo que não tenha significado, qualquer coisa que
ele possa pensar sem censura ou pré-seleção. Assim, ele tenta criar uma condição na relação
transferencial com o analista segundo uma lógica semelhante à lógica do sistema inconsciente
(FREUD, 1996). Freud dizia que no processo primário eram onde estavam às associações
livres, e ao fazer a interpretação de sonhos, a associação livre permitia ao paciente encontrar o
conteúdo que estava latente, dentro da elaboração dos sonhos. Um signo dentro de um sonho
servia de ponto de investigação para formar várias outras interpretações. O pai da psicanálise,
dizia que o caminho que os pacientes traçavam, indicava o agrupamento de associações,
criando elos para dar possibilidade de acesso ou não de consciência, que viriam a se montar
dentro da dinamica do conflito do mecanismo de defesa do paciente (ROMARO, 2014). Freud
entendia que a associação livre tem por regra estar em toda análise. Assim, o analisando
expressava todos os seus pensamentos, a partir de uma palavra, de um sonho, de uma
brincadeira, de emoções, ou qualquer forma espontânea que ele possa comunicar com seu
analista. (PASTORE, 2012). A atenção flutuante também é requisito fundamental para uma
analise psicanalista. O analista deve estar preparado, para se colocar no lugar do seu
analisando, e interpretar e identificar o material inconsciente que lhe é trago. Levando em
conta também a censura que o paciente trouxe a análise. Voltando “ao seu próprio
inconsciente, como um órgão receptor, na direção do inconsciente transmissor do paciente”
(Freud 1912 p 154). A associação livre é a pedra angular da Psicanálise. A regra de
associação livre deve ser livre, e seguir à medida que foi exposto, não sofrendo coasão por
parte da intenção seletiva do profissional analista (LAPLANCHE E PONTALIS, 1988 p. 73).
2.1.3 A mulher na Psicanálise: Beauvoir dizia que a família patriarcal, que antes sempre fora
organizada no eixo vertical, a partir dos anos 50 e 60, começou a se horizontar. A mudança
com os movimentos feministas que buscavam igualdade de direitos entre os sexos
desestabilizou aqueles antigos referenciais de papeis pré-definidos. Fazendo assim, não existir
mais as histéricas de Freud, mas mulheres ‘bem sucedidas’ sofrendo de solidão (BEAUVOIR,
2014). Na medida em que foi tomando seu próprio poder, se libertando do controle e
emancipação ocorrendo a partir disso, conseguindo reconhecimento na carreira,
independência financeira, chegando até, a ganhar mais que os homens, vivendo sua vida
sexual livremente, essas mulheres deixaram de ser vistas no papel predefinido de esposas
(CORTEZ, 2019). Beauvoir cita que a Psicanálise tenta responder esse movimento "Como
uma menina e seu caráter bissexual”. E diferindo o gênero feminino dos animais, não existe
atração naturalmente, mas sim, pela sua história que geralmente há abandono de mãe, seu
primeiro amor, e o pai entra nesse lugar. A cultura influencia um papel decisivo na presença
de mulheres, e não a natureza biológica, permitindo distinguir pulsões de pulsões intuição.
Concordo com Freud sobre a falta de instinto em humanos (por cultura) (BEAUVOIR, 2014).
E a mulher, como mãe, enxerga a criança, em relação aos seus próprios desejos, e a criança
ocupa a posição do que será feito. Criando um preenchimento dos seus próprios vazios. A
criança imaginária, quando está na barriga, a partir do momento em que ela nasce completa. E
isso é estranho para a mãe. Porque ela não está mais naquele lugar imaginário que ela morava,
exemplo é a depressão pós-parto, que prova o conflito entre realidade, e realidade imaginária
da mãe. (CORTEZ, 2019).
2.1.5 Psicanálise e a Mulher: As terapias feministas são criadas através da Psicologia; são
definidos como únicos no âmbito da terapia devido à formação de relações terapêuticas. Por
causa de suas mudanças, essas terapias são semelhantes a outras terapias, mas auxiliam na
criação de uma relação terapêutica. Algumas terapias feministas ajudam as mulheres a se
libertarem dos papéis sexuais tradicionais e das normas sociais. Essas terapias são
transformadoras porque incorporam valores e políticas à psicologia (SIGAL, 2009).
As terapias feministas se opõem às abordagens tradicionais para entender a saúde mental. Em
vez de focar nas causas interpsíquicas da disfunção, eles buscam explicações políticas e de
valor. Muitos autores escreveram sobre essa mudança de perspectiva. Uma delas é Alexandra
Kaplan, que considerou as terapias feministas uma ferramenta de redirecionamento social.
Sandra Bem também usou a metáfora da "consciência desperta" para explicar a importância
das terapias feministas (SALDANHA; NARDI, 2016). Outro autor, Winograd, Mendes
(2012), explicou essa mudança de forma política. Finalmente, Woberto (2022), discutiu a
importância das terapias feministas em uma situação hipotética. Em Saldanha, Nardi (2016),
compuseram uma coletânea de quatro princípios essenciais para a prática feminista em
Psicologia. Eles são considerados a fonte de maior autoridade sobre o assunto e foram
posteriormente replicados por outros autores da área. Um desses princípios está relacionado às
diversidades das identidades pessoais e sociais das mulheres, que enfatiza o impacto das
identidades conscientes e inconscientes das mulheres nas expectativas, comportamentos e
experiências de opressão. Outra diz respeito à abordagem de sensibilização, que incentiva os
profissionais de Psicologia a criar grupos de sensibilização para ajudar seus clientes a
diferenciar as políticas de Estruturas de preconceito racista, sexista e social. O quarto
elemento foi à criação de diretrizes de prática feminista na forma de um sistema
(SALDANHA; NARDI, 2016). Os dois princípios que mais apoiam o terceiro são o primeiro
e o quarto. A primeira afirma que clientes e terapeutas devem ter uma relação igualitária. O
cliente deve ser confiável em seu julgamento e considerar seus objetivos e experiência ao
desenvolvê-los. Eles também devem confiar em si mesmos para entender adequadamente e
completamente sua situação e potencial. A quarta afirma que os clientes devem ser
valorizados por sua experiência e autodesenvolvimento. Isso porque os clientes se valorizam e
promovem a autovalidação por meio do apoio ao crescimento potencial e pessoal quando
estão em tratamento (CORTEZ, 2019). Grupos e ideologias como homofobia, racismo e
sexismo substituem as piadas intrapsíquicas sobre papéis de gênero devido à cultura e
expectativas sociais. Por fim, os psicólogos devem considerar os poderes dos clientes e das
mulheres ao tratá-los. A Psicologia Feminista conforme definida por seus praticantes difere
das terapias psicológicas tradicionais, pois seu foco não está em métodos ou modelos usados
durante a terapia. Em vez disso, está nos objetivos terapêuticos que os terapeutas se esforçam
para alcançar (MAIDANA, 2021). Esses objetivos incluem a aplicabilidade prática do
tratamento. Além disso, a Psicologia Feminista utiliza modelos psicológicos tradicionais -
sem sacrificar seu potencial - para atingir seus objetivos. Portanto, é uma força para realizar o
feminismo através da aplicação de modelos psicológicos existentes. Muitas práticas de
psicólogos aderem aos princípios feministas ao adaptar modelos tradicionais de terapia.
Alguns psicólogos optam por usar métodos de outras disciplinas, como psicanálise,
humanismo, família, abordagens conjugais e cognitivo-comportamentais. Muitas vezes
mudam as terapias tradicionais para incorporar novos modelos feministas (CORTEZ, 2019).
O feminismo na psicologia envolve o uso da retórica persuasiva para promover a mudança
social e o ativismo. Também facilita a reabilitação de crenças consideradas mental e
fisicamente insalubres, bem como a despatologização das mulheres. Também está envolvida
na desconstrução de doutrinas que apresentam a mulher como portadora de deficiência, bem
como modelos de tratamento e avaliação considerados injustos e discriminatórios. Também
promove a eliminação de discursos científicos malévolos, bem como de modelos excludentes
de tratamento e intervenção. Além disso, é fundamental na criação de um clima social e
psicológico onde a igualdade, a justiça e a democracia são valorizadas (SALDANHA,
NARDI, 2016). Deutsch foi à primeira mulher membro da Sociedade Psicanalítica de Viena.
Ela ingressou em 1918 e mais tarde publicou seu primeiro livro sobre sexualidade feminina.
Lamé concentrou sua atenção na compreensão da mente feminina ao longo de sua carreira.
Intimamente alinhados com esse foco estão suas pesquisas sobre adolescência e esforços
colaborativos em relação à maternidade. Ao estudar e colaborar com os temas da
adolescência, Mulvey tem se esforçado para compreender a mente feminina. Ela também
explorou temas relacionados à maternidade (CORTEZ, 2019). Depois que Freud (1996),
percebeu que ela estava explorando o tema da sexualidade feminina, ele desenvolveu vários
livros sobre o universo feminino para combater suas ideias. Isso levou a uma batalha
intelectual com Paul Roazen, de acordo com sua interpretação. Antes da década de 1950, seus
trabalhos artísticos só ganhavam destaque quando exploravam a mente das mulheres. Mas
depois que ela defendeu a maternidade, ela atraiu a atenção do público. Alguns grupos
feministas não apreciavam seu trabalho, mesmo depois de muitos anos (CORTEZ, 2019). Ter
diferentes pontos de vista nos permite desenvolver nossas próprias opiniões sobre algo. Uma
das razões é porque as mulheres nos fornecem um ponto de vista com o qual podemos contar.
Novos homens e estudiosos aprenderam com as mulheres, que apresentaram informações com
precisão graças à sua genialidade. Eles não vieram para desafiar a psicanálise de Freud, mas
sim para ampliar o entendimento. O original inaugurou um assunto que ninguém pode negar.
Portanto, eles fizeram o contraponto crucial, provando seu absurdo (SALDANHA; NARDI,
2016). Embora a observação de um assunto nem sempre possa levar a conclusões, a psique
feminina deu mais credibilidade aos estudos psicológicos. Isso se deve ao fato de que as
mulheres estão minuciosamente estudadas pela psicanálise e muitos acharam isso irônico. No
entanto, isso foi um reflexo positivo das mulheres no campo, porque as estimulou a competir
contra Freud de uma maneira que acabou sendo positiva (CORTEZ, 2019).
2.2 Empoderamento Feminino: Com base em suas observações, Freud acreditava que a
psique feminina passa despercebida por eles. Ele acreditava que certos aspectos do
comportamento feminino poderiam ser compreendidos independentemente de sentimentos
tendenciosos. É por isso que ele incluiu discussões de tópicos relacionados ao ambiente
circundante, bem como tópicos relativos à sua fisiologia. Considerando nossa sociedade atual,
todos os artigos do acadêmico se complementam. Todos eles contribuem para nossa
compreensão do que é mais importante. E hoje, um trabalho brilhante está sendo feito por
mulheres em todo o mundo no campo dos psicanalistas. Suas contribuições ainda têm mais
significado do que nunca em nossa sociedade (CORTEZ, 2019). Possibilitar o
empoderamento das mulheres envolve a conscientização das mulheres sobre sua luta por
direitos. Isso inclui, mas não se limita ao objetivo de completa igualdade de gênero. Embora
também conhecida como “empoderamento das mulheres”, esta ação coloca as mulheres em
todas as posições sociais, políticas e econômicas (SALDANHA; NARDI, 2016). Tanto
homens quanto mulheres devem ser empoderados para participar verdadeiramente das
discussões públicas e tomar decisões que afetem a nação. Essa prática se concentra na
igualdade de gênero em todas as discussões públicas e em todas as outras camadas da
sociedade. Todas as mulheres devem ter o direito de serem ouvidas em público e todas as
pessoas devem poder votar nas decisões que as afetam (CORTEZ, 2019). Ao falar sobre o
desenvolvimento do feminismo no Brasil, sua História deve ser mencionada em primeiro
lugar. Durante séculos, as mulheres foram consideradas cidadãs de segunda classe. Elas foram
forçadas a ficar em casa e seguir as regras estabelecidas por seus maridos e pais. Se tentassem
sair, teriam que ser escoltados e quase sempre estariam dentro das igrejas. Essa limitação
forçada de movimento era o indicador mais visível da posição atual das mulheres
(MAIDANA, 2021). A relação entre mulheres e educação mudou drasticamente durante o
século XIX. A necessidade de educar as mulheres levou o Governo Imperial a reconhecer um
papel recluso. No entanto, algumas publicações no final de 1800 achavam que a educação era
suficiente para reconhecer as mulheres sem um objetivo mais amplo. Eles só precisavam de
educação para reconhecer as mulheres das classes com excesso de riqueza (CORTEZ, 2019).
Durante o século 19, vários centros antifeministas se formaram em toda a América Latina. Os
imigrantes europeus trouxeram consigo ideais anarquistas e socialistas, deixando pra
sociedade essa herança. Essas ideias ajudaram a criar os primeiros núcleos feministas do
Brasil, focados em melhores condições de trabalho e salários mais altos (MAIDANA, 2021).
O feminismo no Brasil mudou drasticamente ao longo do tempo. No início de 1900, surgiu
uma forma mais politicamente motivada de feminismo. Isso era conhecido como “feminismo
bem-comportado”, que encorajava as mulheres a aceitar seu lugar na sociedade sem
questionar. Uma sufragista famosa do Brasil é Bertha Lutz, que chefiou a Federação
Brasileira para o Progresso Feminino. Ela causou muita polêmica devido às suas demandas
pelo voto feminino sem aceitar as repercussões dessa decisão (SALDANHA; NARDI, 2016).
Movimentos feministas denunciam publicamente a desigualdade de gênero para revelar sua
nocividade e gravidade. Seu trabalho desilude as pessoas da crença de que seus
relacionamentos familiares ou românticos são pacíficos e harmoniosos. Ao remover o mito de
que a família e os espaços íntimos seriam ideais, suas revelações públicas levaram a
importantes transformações no pensamento das pessoas sobre a dinâmica social. Isso levou a
mudanças significativas na intervenção legal e social e até psicológica das pessoas (CORTEZ,
2019)
3. MATERIAIS E MÉTODOS
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a psicanálise da época de Freud, tratava-se de uma mulher vitoriana que pouco se
parecia com a mulher contemporânea que vivia e era chamada por outras necessidades. A
resposta à questão de pesquisa de que a psicanálise em ambientes terapêuticos pode
promover o empoderamento, criar autonomia e apoiar a qualidade de vida das mulheres é,
sim, pode promover o empoderamento, criando autonomia e apoiando a qualidade de vida
das mulheres. A vida das mulheres, ao ver as situações em que se encontram a partir da
perspectiva dessas pacientes, compreendendo as relações de poder, e usando o sigilo da
clínica psicanalítica para trazer a elas o conforto e a segurança de expor desejos e vontades,
por meio do empoderamento Criar um lugar de acolhimento, aceitação e
poder. Esclareceu-se que, além de poder contribuir com essa abordagem feminista na clínica
psicanalítica, o profissional psicólogo é obrigado a fazê-lo pelo Código de Ética em
Psicologia.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa alcançou seu objetivo, pois trouxe esclarecimentos para os problemas
levantados. Entender como a mulher está inserida no cenário atual, pela visão da
psicanálise, da sociedade e do sistema patriarcal que está inserida, traz novas reflexões
sobre qual a conduta do profissional psicólogo deve adotar ao iniciar um processo
terapêutico com a paciente que necessita de empoderamento para sanar questões que a
adoecem. Os autores da psicologia social feminista questionam os modelos de produção
de conhecimento na Psicologia que são centrados em uma compreensão que seria
supostamente neutra e universal, destituída de contexto histórico e político. O objeto de
estudo da mulher, para a psicanálise dos tempos de Freud, se diz respeito a uma mulher
de uma época vitoriana, que pouco lembra a mulher contemporânea que vive e é exigida
de outras demandas. A resposta para o problema da pesquisa de que a psicanálise em
setting terapêutico pode contribuir para o empoderamento, criação de autonomia e
suporte da qualidade de vida da mulher, é que sim, é possível contribuir para o
empoderamento, que em consequência, cria autonomia e suporte na qualidade de vida da
mulher, ao levar a ótica dessas pacientes o cenário em que estão incluídas, entendendo as
relações de poder, e com o sigilo da clínica psicanalítica, trazer o conforto e segurança
de expor seus desejos e anseios, e assim, para construir um lugar de acolhimento,
aceitação e força por meio do empoderamento. Foi encontrado na pesquisa que estudar
feminismo e gênero se conecta a análise da psicanálise na clínica para ajudar as pessoas
(homens e mulheres) a entender a opressão para com as mulheres e encontrar alívio dela.
Foi esclarecido que profissionais psicólogos além de poder contribuir com essa
abordagem feminista em clínica psicanalista, tem o dever de o fazer, segundo o
regimento do Código de Ética da Psicologia, que traz que o psicólogo trabalhe no apoio à
saúde e qualidade de vida das pessoas e comunidades e contribua para a eliminação de
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão. Nesse sentido, toda violência de gênero em suas diversas manifestações deve
ser apontada.
REFERÊNCIAS
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SONNET, M. Uma filha para educar. In: DUBY. Georges & Perrot, Michelle. História
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