Você está na página 1de 23

O EMPODERAMENTO DA MULHER NA PRÁTICA CLÍNICA SOB O

OLHAR DA PSICANÁLISE

VANESSA THAÍS DE MOURA¹


ADNEIDES LUCAS NOGUEIRA²

RESUMO: Uma pessoa empoderada, desenvolve habilidades que são fundamentais para o
ambiente corporativo, para emancipar-se individualmente, e ter domínio da própria vida.
Pensar nessas transformações é pensar em dar autonomia para mulheres que necessitam de
controle emocional e autoconfiança. Buscou-se responder a seguinte questão norteadora:
Como a análise com enfoque psicanalítico pode contribuir com o empoderamento feminino?
Para isso, o objetivo principal foi identificar como a psicanálise pode contribuir para
empoderar e dar poder a mulheres. Dessa forma, foi uma pesquisa bibliográfica de natureza
qualitativa e descritiva que para sua construção utilizadando instrumentos como o Google
Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e National Library Medicine,
livros e revistas de saúde, período de 1996 a 2022. Os resultados encontrados é que é possível
contribuir para o empoderamento, criando autonomia e suporte na qualidade e vida da mulher,
construindo lugares de acolhimento, aceitação e força por meio de empoderamento. E
psicólogos além de poder contribuir com essa abordagem feminista em clínica psicanalista,
tem o dever de o fazer, segundo o regimento do Código de Ética da Psicologia.
PALAVRAS-CHAVE: Empoderamento; Mulheres; Psicanálise; Psicoterapia.

ABSTRACT: An empowered person develops skills that are fundamental for the corporate
environment, to emancipate oneself individually, and to have control of one's own life.
Thinking about these transformations is thinking about giving autonomy to women who need
emotional control and self-confidence. To build the project, we seek to answer the following
guiding question: How can analysis with a psychoanalytical focus contribute to female
empowerment? For this, the main objective will be to identify how psychoanalysis can
contribute to empower and empower women. In this way, a qualitative and descriptive
bibliographical research will be carried out, using instruments such as Google Scholar,
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) and National Library Medicine, health books
and journals, period from 1996 to 2022. It is assumed as a result that the survey carried out
can serve to gain knowledge about the theme explored and conclude the research questions.
KEYWORDS: Empowerment; Women; Psychotherapy; Psychoanalysis.

1. INTRODUÇÃO

⠀Empoderar mulheres está no vocabulário cotidiano, visto que a ação de se emponderar,


independente do gênero, é essencial ao conhecimento de técnicas e direitos. Ao propor-se em
conscientizar grupos que necessitam de poder para lutar, entende-se que se arrolam a grupos
1 Acadêmica de Graduação, Curso de Psicologia, Centro Universitário Fasipe – UNIFASIPE. Endereço
eletrônico: vanessamoura1991@gmail.com
2 Professora Mestre, em Psicologia, Curso de Psicologia , Centro Universitário Fasipe – UNIFASIPE. Endereço
eletrônico: adneides@yahoo.com.br
diversos, como etnias, orientação sexual, gêneros, etc. É essencial estar em ação para
conhecer e praticar os princípios de empoderamento e moldar uma sociedade justa, igualitária
e digna de respeito. Quando uma pessoa se empodera, alcança um nível de competências que
são essenciais para o cotidiano em que está inserido, como por exemplo no trabalho, nos
relacionamentos e até nas próprias escolhas (ROSENDO, 2017).
⠀É importante olhar para o tema do empoderamento, e empoderar o gênero feminino, visto
que a mulher obtém empoderamento, autoconhecimento e confiança no setting terapêutico e
na psicanálise clínica, visto que ao ser analisanda depara-se com uma ação subjetiva,
querendo se reconhecer e se identificar, com técnicas de autoconhecimento, na situação de
análise psicanalítica, fundamental a escuta neutra e sem julgar por parte da analista e um
manejo clínico ético fundamental às especificidades, sintomas e demandas de cada uma e seus
contextos (SILVEIRA et al., 2017).
⠀Mulheres se desenvolvem e crescem ouvindo histórias de como elas devem ser, nesta toada,
Beauvoir, em seu livro Segundo Sexo, de 1979, “Não nascemos mulheres, nos tornamos
mulheres”, consegue afirmar que não se nasce mulher em essência definida, mas, que de
acordo que essa mulher cresce, ela encontra o seu papel de identificação construido pela
própria identidade, tornando-se a partir das suas escolhas e educação ao decorrer da sua vida.
O Brasil é o quarto lugar mais perigoso para ser mulher, de toda a América Latina
(ROSENDO, 2017). O machismo de outrora, ainda ainda considerada uma verdadeira
epidemia na sociedade leva as estruturas em que nosso contexto está inserido, por razões
sociais, raciais e de gênero, visto que as mulheres são minorias em espaços delimitados como
no parlamento, no senado, na polícia, na medicina, etc. Ser mulher já não é uma das coisas
mais fácies de ser, mas quanto mais você se afasta do padrão estético e comportamental de
mulher imposto pela mídia, pelo patriacardo, e pela política religiosa dos “bons costumes”,
pelo que falam para mulheres serem, mais os espaços lhe são negados, espaços esses que são
preconceituosos, nem um pouco condizentes com os direitos humanos assegurados por lei. O
Brasil tem um percentual de 48,2% de homens e 51,8% de mulheres, sendo elas a maioria no
país, sendo responsáveis financeiramente pelos domicílios, na faixa de 34,4 milhões, e
continua crescendo, bem como quase a metade das casas no Brasil tem mulheres como únicas
mantedoras; As vítimas do machismo e patriarcado geralmente estão associadas com padrões
já rígidos e machistas de gênero, muitas vezes por parte dos autores de violência e das
próprias mulheres que estão em situação de violência. As vítimas e o seu agressor geralmente
são descritos como aqueles que em que ainda não houve violências físicas, mas a violência
psicológica, moral e mesmo patrimonial ocorre e traz graves danos emocionais e sociais à
vítima. (CORTEZ, 2019). Na violência de gênero, o abusador apresenta sintomas como:
controle excessivo de comportamentos (possuir senhas de redes sociais, celular, e
comandando sua interação com outras pessoas e postagens sobre sua própria vida), controlar
locais que essa mulher frequenta e pessoas com quem ela interage; normas rígidas sobre
roupas, restrições de contatos sociais, de atividades em grupo e individuais; críticas e
menosprezo de habilidades e aparência, ameaças contra a parceira (de morte, agressões) e
chantagens emocionais (suicídio, abandono). Diante dos efeitos perversos dessa agressão em
um relacionamento abusivo, a pessoa vítima desse tipo de violência muitas vezes está
esgotada emocionalmente, podendo desenvolver distúrbios emocionais e mesmos fisiológicos
devido ao estado de estresse, tristeza e ansiedade gerados (CORTEZ, 2019).
⠀A Psicologia Social Femininista, é uma área da Psicologia, que busca, tanto em pesquisa
acadêmica, quanto a prática profissional, a inserção, a interseção de campo com as
compreensões de gênero, de identidade e de orientação sexual. A psicologia social feminista
também questiona o modelo de produção de conhecimento em psicologia a partir de uma
compreensão que deveria ser neutra e universal, desprovida de contexto histórico e político
(ROSENDO, 2017). A Psicologia Social Feminista volta seu olhar também para a prática,
pois possuí estrutura epistemológica, com foco de instruir os psicólogos a desenvolver seu
trabalho de forma condizente a esses contextos anteriormente levantados. Com essa base na
psicologia feminista, os psicologos assumirão uma postura crítica e tentarão em seus
trabalhos, superar as desigualdades sociais, políticas e culturais e a opressão na sociedade
patriarcal atual e futura. A terapia feminista trata-se de práticas de intervenção psicossocial
fundamentadas nas teorias feministas e nos referenciais teórico-técnicos da psicologia. A
psicanálise, criada pelo Dr. Sigmund Freud, significa a descoberta e o estudo do inconsciente.
Essa ciência iniciou suas investigações escutando mulheres e suas manifestações de
sofrimento psíquico, que se se somatizavam em seu corpo (CORTEZ, 2019).
⠀Nessa perspectiva, quando interseccionamos a psicanálise e o feminismo, verifica-se que
ambos os estudos propõem um olhar sobre a cultura, os destinos atribuídos às mulheres e seus
corpos, os ideais sociais e sua posição no espaço público. Os encontros que sintetizam e
reforçam o lugar da fala das mulheres, revelando silêncios históricos e culturais são
necessários, ainda hoje. Ignácio Martin-Baró (1996) cita que é importante construir uma
psicologia capaz de produzir conhecimento que se comunique diretamente com as demandas
das pessoas. Ao pensar em psicoterapia individual, em geral, o objetivo é criar um lugar
seguro para que os analisandos falem de si próprios, e de sua dor, processando suas histórias e
construam novas experiências de vida mantidas em um caminho de independência, respeito e
cuidado. A ciência que tem como objetivo específico os processos da consciência humana,
deve atender ao conhecimento das pessoas sobre si mesmas, como indivíduos e como
membros de uma comunidade (CORTEZ, 2019).
⠀O objetivo geral do presente trabalho é descobrir como a psicanálise em setting terapêutico
pode contribuir para o empoderamento, criação de autonomia e suporte da qualidade de vida
da mulher. O estudo consistirá em uma revisão bibliográfica exploratória, pois proporciona
mais estudos sobre o problema, explicita-o e gera hipóteses. Apresenta a finalidade de
desenvolver pesquisas ou definir problemas para estabelecer proposições, agregar maior
intimidade do pesquisador com o objeto de estudo, evento ou algum fato, transferir ideias e
esclarecer dúvidas. No patriarcado ocorre atualmente ainda de forma consolidada, colocando
o sexo feminino em posição de enfraquecidas e marginalizadas dentro do seio da sociedade. O
desejo sobre a necessidade de trazer empoderamento para as mulheres surgiu dentro da
clínica-escola, com relatos de pacientes mulheres que, em suas associações livres, repetem
conceitos históricos construídos e moldados para uma personagem feminina exclusiva do
patriarcado. A maioria dos pacientes falam sobre sofrimento, relacionamentos opressivos e
desejo de mudança. Quem ousa ir contra o modelo de mulher nesse movimento machista sofre
as consequências, sejam psicológicas, físicas ou morais.
⠀De acordo com o Código de Ética do Psicólogo um dos princípios básicos de um
profissional psicólogo é: O psicólogo deve pautar seu trabalho pelo respeito e apoio à
liberdade, dignidade, igualdade e integridade do ser humano, amparado nos valores abarcados
pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (CORTEZ, 2019). Desta feita, é oportuno
mencionar que um dos papéis do psicólogo é promover o bem-estar, a autonomia, a igualdade
e a qualidade de vida dos pacientes, enquanto o feminismo busca promover mudanças nas
estruturas sociais voltadas para o mesmo; assim, mesmo que o feminismo e a psicologia
estejam situados em espaços históricos e filosóficos diferentes, é possível que os as ciências
se cruzem. (ROSENDO, 2017). Ser psicólogo é exigido um trabalho para que sua
neutralidade e olhar e escuta crítica seja maior que suas crenças e valores individuais.
⠀No cenário social e político do Brasil, que apesar dos grandes mudanças, como o direito ao
voto, acesso à educação e liberdade sexual, grande avanço no número de homicídios das
mulheres, a desigualdade salarial e a assimetria na maternidade e nos deveres de casa ainda
existem em um país que busca se tornar desenvolvido não só em economia, ocorre um
fenómeno que não é tão novo, alimentando em si a insegurança para novas formas de
consumo em larga escala.
⠀Nos relatos clínicos, nota-se um padrão estrutural nas falas de várias pacientes. Ao entender
o que é o ciclo, é possível ouvi-lo e colocar limites para que mulheres que antes não tinham
qualidade de vida por opressão se adaptem e ganhe mais qualidade de vida, o termo coletivo
"empoderamento" significa tornar-se poderosa e assumir o controle da própria vida. Quando
você obtém esse tipo de poder, as pessoas são capazes de tomar decisões visando seu bem-
estar e crescimento pessoal. Com auto-conhecimento, descobrindo quem realmente são não
quem eram contra ser (CORTEZ, 2019). As convivências entre pares geralmente, existem
desentendimentos, e é inerente às relações humanas. Na sociedade patriarcal e machista,
porém, a falta de entendimento muitas vezes acaba em atos de agressividade e violência, dos
quais as mulheres são o principal alvo. A luta contra a violência contra a mulher, seja ela
física, moral, patrimonial, e etc, é de toda a sociedade, não só da vítima. Condenar um
indivíduo por um motivo que não lhe foi dado o controle, como o gênero, é uma das piores
opressões possíveis (CORTEZ, 2019).
⠀O feminismo, como diz Rosendo (2017), é um movimento social, político e filosófico que
surge no século 19 de forma organizada, articulados para lutar pelo direito de cidadania
política, pelo voto e ser votadas a favor de mulheres. E após o desenrolar do movimento, ele
foi se estruturando, organizando, e liderado pelas mulheres que lutaram contra a opressão de
gênero que o patriarcado mantinha. Hoje, o feminismo é encarado como plural. Existe o
Feminismo Emancionista, que entende que a opressão de gênero tem bases estruturais
históricas, e que se constrói na cultura, adquirindo, portanto, relativa independência, passando
a interagir, de maneira própria, com a opressão de classes e as demais formas de opressão da
sociedade, como a de raça, orientação sexual, entre outros. (ROSENDO, 2017).
Segundo a ONU, a violência contra as mulheres é a violação de direitos humana mais
tolerada no mundo, atingindo mulheres de todas as classes sociais, de todas as raças e de todas
as etnias, focamos no dado que atinge com maior incidência as mulheres que se consideram
negras. O Mapa da Violência (FLACSO), divulgado em 2015, traz o dado que de que foram
assassinadas 66,7% mais mulheres negras do que brancas no mundo. Entender que o nosso
país hostiliza suas mulheres, também é repensar a profissão da Psicologia para que contribua
no final, não continuando mais estigmas e estereótipos de gênero encontrados hoje na
sociedade, reforçando a responsabilidade ética da profissão de ser psicólogo (ROSENDO,
2017). ⠀Diante do exposto, questiona-se: Como a análise com enfoque psicanalítico pode
contribuir com o empoderamento feminino? Identificar como a psicanálise no setting
terapêutico pode contribuir para empoderar e promover qualidade de vida as mulheres. Buscar
na literatura como relacionar e interseccionar psicanálise, feminismo e prática clínica;
Caracterizar os principais sintomas de mulheres vítimas do machismo apresentados na
literatura; Verificar como a análise psicanalista pode levar a paciente a diminuir seu
sofrimento e evidenciar a relevância de tratamento psicológico em pacientes e sua rede de
apoio.
2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A Psicanálise: A Psicanálise é forma de investigação e prática profissional, visto se tratar-


se de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento do mecanismo psíquico. Freud,
criador da psicanálise, publicou várias obras, mencionando suas descobertas e criou leis sobre
a estrutura e o funcionamento da psique humana. Em relação ao procedimento investigativo,
tem como segmento ser método de interpretação que procura o sentido escondido daquilo que
se manifesta por meio de ações e palavras ou por meio de produções imaginárias como
sonhos, delírios, associações livres, ações equivocadas do analisando. Portanto, diante dessa
teoria, percebe-se que a prática profissional pode ser considerada como o tratamento que
busca o auto-conhecimento ou a cura que ocorre por meio dessa descoberta de si mesmo
(ROMARO, 2014). Este capítulo mostra que um dos principais objetivos da psicanálise é criar
uma conexão entre terapeuta e paciente para entender os processos de repressão inconsciente
que produzem sintomas como ansiedade ou angústia. Toda essa interpretação acontece por
meio de escuta analítica e interpretação de ações e pensamentos individuais. Há, sem dúvida,
muitas pesquisas e artigos relacionados à psicanálise disponíveis para leitura. No entanto, se
olharmos para a fonte, o criador da psicanálise, pode-se ver em Freud em sua obra de 1923,
relata que existem três pilares para a psicanálise. O primeiro é que a Psicanálise é um
procedimento para investigar processos mentais quase escondidos, inacessíveis se não por
meio da análise. Como método, por ser médico, Sigmund Freud focava seu olhar também ao
orgânico, e baseou sua pesquisa em transtornos neuróticos. E também, com o corpo, como um
mapa para descobrir as informações psicológicas que se foram ali agrupando gradualmente.
Investigação e método são o que se trabalha dentro de análise psicoterapêutico. Ao comparar
a obra de Freud e de Karl Marx na compreensão dos processos históricos e sociais, percebe-se
que Freud, em seu tempo, teve coragem de falar sbre processos da psique, áreas escuras da
fantasia, dos sonhos, esquecimento, interioridade dos indivíduos e dilemas da sexualidade
infantil. Diante dessa nova roupagem, Freud criou a Psicanálise (ROMARO, 2014). Face as
novas perspectiva, a psicanálise foi criando formas diferenciadas de trabalho na linha teórica,
como base para psicoterapia, aconselhamento, orientação; trabalhados em grupos e
instituições. É também uma ferramenta importante para a análise e compreensão de
fenômenos sociais relevantes: novas formas de sofrimento psíquico, excesso de
individualismo no mundo contemporâneo, exacerbação da violência etc. (ROMARO, 2014).
FREUD, (1996) se interrogava diariamente sobre a razão pela qual os pacientes esquecem
tantos fatos de sua vida interior e exterior, neste quesito o esquecido sempre foi algo doloroso
e justamente por isso ser esquecido e doloroso não significava necessariamente algo ruim,
mas poderia referir-se a algo bom perdido ou intensamente almejado. Quando Freud, em seu
trabalho terapêutico com os pacientes, abandonava as perguntas e deixava que suas ideias
fluíssem livremente, notava que muitas vezes eles ficavam constrangidos, constrangidos com
algumas das ideias ou imagens que lhes vinham. Freud chamou essa força psíquica que se
opunha à consciência, revelando o pensamento, de resistência. Ele chamou de repressão um
processo psicológico cujo objetivo é encobrir, fazer desaparecer da consciência uma ideia ou
ideia insuportável e dolorosa que é a causa do sintoma. Esses conteúdos psíquicos são
encontrados no inconsciente (ROMARO, 2014).

2.1.1 Mecanismos de defesa: Em 1894, Freud escreve a Psiconeuroses de Defesa, onde ele
cita a luta do ego contra o afeto doloroso e insuportável do indivíduo. Logo após, Freud
continua com o conceito de recalque que ocorreria em decorrência da angústia do indivíduo e
que resultaria e se manifestaria simbolicamente em sonhos, ações fracassadas e sintomas
neuróticos. Ainda mais tarde, Freud (1926) substituiu o conceito de repressão pelo conceito de
defesa (Laplanche & Pontalis, 1988). Freud (1926) propôs vários mecanismos de defesa como
regressão, repressão, formação reativa, isolamento, introjeção, projeção e anulação, e
posteriormente Anna Freud (1936) introduziu outros mecanismos de defesa como sublimação,
deslocamento, negação e identificação com o agressor. (MULLEN et al., 1999). Quando
Freud modelou os mecanismos de defesa como métodos da mente, ele levanta que esse
método é utilizado pelo Ego, protegendo o indivíduo da sua ansiedade (Hovanesian, Isakov,
& Cervellione, 2009). Os processos inconscientes eram os que protegiam a mente momentos,
pensamentos, sentimentos que eram difíceis de lidar para o paciente. Ou também, os impulsos
que eram carregados de desejo, e que o Ego julgava perigoso, se entrassem em conflito com o
que o superego demandava (VAILLANT, 1992). Durante o último século, a pesquisa sobre os
mecanismos de defesa foi realizada em vários quadros teóricos, especialmente dentro das
abordagens psicanalíticas. As obras de A. Freud (1946) representam um marco fundamental
na teoria e na pesquisa sobre o tema (CRAMER, 2000). Ele também descreve a defesa
patológica como um desequilíbrio em certos processos, o que pode refletir a presença de
mecanismos rígidos que perturbam o desenvolvimento da personalidade (ROMARO, 2014).
Este autor segue uma abordagem ontogénico em relação ao desenvolvimento dos mecanismos
de defesa e acredita que o processo de amadurecimento pessoal inclui o amadurecimento dos
mecanismos de defesa (SCHAUENBURG et al, 2007). Freud (1946, 1965) também apontava
que todos os mecanismos de defesa podem constituir modos saudáveis de adaptação, desde
que utilizados de forma flexível e moderados (ROMARO, 2014). Para ele, os mecanismos de
defesa ajudam os indivíduos a enfrentar as demandas e os desafios presentes na realidade.
Elas se desenvolveriam e seriam utilizadas pelo Ego como forma de resolução dos conflitos
causados pelo Id em sua relação com o Ego e o Superego (PASTORE 2012).

2.1.2 Associação Livre: Quando Freud traz a associação livre, traz como uma ferramenta da
psicanálise. Em seu artigo Dinâmica da Transferência (Freud, 1912) é elucidado que ela é
regra fundamental, e tem um lugar extremamente importante para sua livre associação. Pode-
se dizer que a associação livre de ideias é baseada no fluxo de pensamentos, onde o
analisando fala-se o que vem a mente, mesmo que não tenha significado, qualquer coisa que
ele possa pensar sem censura ou pré-seleção. Assim, ele tenta criar uma condição na relação
transferencial com o analista segundo uma lógica semelhante à lógica do sistema inconsciente
(FREUD, 1996). Freud dizia que no processo primário eram onde estavam às associações
livres, e ao fazer a interpretação de sonhos, a associação livre permitia ao paciente encontrar o
conteúdo que estava latente, dentro da elaboração dos sonhos. Um signo dentro de um sonho
servia de ponto de investigação para formar várias outras interpretações. O pai da psicanálise,
dizia que o caminho que os pacientes traçavam, indicava o agrupamento de associações,
criando elos para dar possibilidade de acesso ou não de consciência, que viriam a se montar
dentro da dinamica do conflito do mecanismo de defesa do paciente (ROMARO, 2014). Freud
entendia que a associação livre tem por regra estar em toda análise. Assim, o analisando
expressava todos os seus pensamentos, a partir de uma palavra, de um sonho, de uma
brincadeira, de emoções, ou qualquer forma espontânea que ele possa comunicar com seu
analista. (PASTORE, 2012). A atenção flutuante também é requisito fundamental para uma
analise psicanalista. O analista deve estar preparado, para se colocar no lugar do seu
analisando, e interpretar e identificar o material inconsciente que lhe é trago. Levando em
conta também a censura que o paciente trouxe a análise. Voltando “ao seu próprio
inconsciente, como um órgão receptor, na direção do inconsciente transmissor do paciente”
(Freud 1912 p 154). A associação livre é a pedra angular da Psicanálise. A regra de
associação livre deve ser livre, e seguir à medida que foi exposto, não sofrendo coasão por
parte da intenção seletiva do profissional analista (LAPLANCHE E PONTALIS, 1988 p. 73).

2.1.3 A mulher na Psicanálise: Beauvoir dizia que a família patriarcal, que antes sempre fora
organizada no eixo vertical, a partir dos anos 50 e 60, começou a se horizontar. A mudança
com os movimentos feministas que buscavam igualdade de direitos entre os sexos
desestabilizou aqueles antigos referenciais de papeis pré-definidos. Fazendo assim, não existir
mais as histéricas de Freud, mas mulheres ‘bem sucedidas’ sofrendo de solidão (BEAUVOIR,
2014). Na medida em que foi tomando seu próprio poder, se libertando do controle e
emancipação ocorrendo a partir disso, conseguindo reconhecimento na carreira,
independência financeira, chegando até, a ganhar mais que os homens, vivendo sua vida
sexual livremente, essas mulheres deixaram de ser vistas no papel predefinido de esposas
(CORTEZ, 2019). Beauvoir cita que a Psicanálise tenta responder esse movimento "Como
uma menina e seu caráter bissexual”. E diferindo o gênero feminino dos animais, não existe
atração naturalmente, mas sim, pela sua história que geralmente há abandono de mãe, seu
primeiro amor, e o pai entra nesse lugar. A cultura influencia um papel decisivo na presença
de mulheres, e não a natureza biológica, permitindo distinguir pulsões de pulsões intuição.
Concordo com Freud sobre a falta de instinto em humanos (por cultura) (BEAUVOIR, 2014).
E a mulher, como mãe, enxerga a criança, em relação aos seus próprios desejos, e a criança
ocupa a posição do que será feito. Criando um preenchimento dos seus próprios vazios. A
criança imaginária, quando está na barriga, a partir do momento em que ela nasce completa. E
isso é estranho para a mãe. Porque ela não está mais naquele lugar imaginário que ela morava,
exemplo é a depressão pós-parto, que prova o conflito entre realidade, e realidade imaginária
da mãe. (CORTEZ, 2019).

2.1.4 A Mulher na Clínica Contemporânea: Vale mencionar que a Psicanálise produz


verdades tão universais sobre experiências diversas de dissidência sexual e de gênero, ou
ainda é capaz de fazê-lo, visto que a verdade geral sobre qualquer coisa deve ser informada
pela psicanálise em geral. (CORTEZ, 2019). Todo o seu esforço teórico começa agora com a
percepção de que na prolongada guerra contra os judeus, todos aqueles cidadãos alemães que
cometeram extrema crueldade e privaram outros de sua condição de seres humanos não
poderiam ter sido perversos em outras vidas que não valem a pena serem vividas (PASTORE
2012). Segundo Silveira (2017), "ao longo dos escritos de Freud, a proibição ocupará
diferentes significados de uma mesma lógica, ou seja, sempre o significado de proibição
básica". A infância é responsável pela formação das instâncias mentais ideais, o ideal do ego
ou superego. Essa instância internalizada do sucessor, conhecida como complexo de Édipo, é
responsável pela proibição, dependendo das unidades pulsionais, do investimento sexual e da
identificação com as imagens parentais. O que se tem em comum, porém, é que para Lévi-
Strauss, em Estrutura Elementar do Parentesco, e Freud, em Totem e Tabu, a proibição do
incesto é considerada uma pedra angular da cultura. Dessa forma, nosso texto propõe uma
comparação das abordagens das duas disciplinas a esse fato universal, como fato que delineia
a oposição entre natureza e cultura. A antropologia de Lévi-Strauss permitiu-lhe utilizá-la
como um dos pilares fundadores para estudar a estrutura geral do espírito humano
(BEAUVOIR, 2014). Muitas pessoas utilizam-se da psicanálise e da terapia de Freud até os
tempos atuais. A análise foi inicialmente utilizada para tratar indivíduos com neurose ou
psicose. As pessoas que trabalham com psicanalistas os ajudam a analisar a condição humana.
Eles são usados em muitos tratamentos psicológicos diferentes. Segundo a teoria de Freud, a
psicanálise é principalmente um método de interpretação de símbolos como palavras, sonhos
e objetos, bem como a autoimagem e os relacionamentos (MAIDANA, 2021). Freud
acreditava que existem três níveis de psicanálise, com os dois primeiros níveis fazendo parte
do método. Os dois primeiros níveis são quando o psicanalista e seu analisando interpretam
símbolos juntos. A Psicanálise atual é agora considerada uma ciência à parte da medicina ou
da fisiologia. É o terceiro nível desse modelo, que também é considerado um fenômeno social
fora da Psicologia. Para encontrar os pensamentos inconscientes do paciente, os analistas
usam um método de investigação. Isso envolve o paciente compartilhando seus pensamentos
com seu analista, sem encontrar o rosto do analista, deitado no divã, para melhor associação
livre. Isso também é conhecido como o processo de análise, ou o famoso divã do psicanalista.
(MANO; CORSO; WEINMANN, 2018). As psicólogas feministas analisam criticamente as
teorias anteriores para criar modelos novos e mais inclusivos. Eles substituem as abordagens
androcêntricas por uma compreensão mais precisa e ampla das mulheres. Por exemplo, esse
pampsiquismo envolveria entender como classe, orientação sexual e raça influenciam o
comportamento humano. A Psicologia Feminista busca fornecer um espaço entre o feminismo
e a psicologia tradicional (MANO; CORSO; WEINMANN, 2018). É uma área estratégica que
tenta compreender tanto as pessoas do mundo social circundante quanto às perspectivas das
pessoas - tanto masculinas quanto femininas apesar de não ser permanente. É também uma
área estratégica porque contestam as definições de conhecimento, os métodos para obtê-lo e
qualquer classificação da psicologia como verdadeiro conhecimento. É também uma área
estratégica porque vem de diferentes perspectivas feministas sobre como entender a realidade
e o conhecimento como as de Harding, Noguerra, Staintons Rogers e Staintons Rogers. O
termo “Psicologia Feminista” foi criado por Freud (1996), para representar a área estratégica
de contestação. (FREUD 1996) Apesar de duramente criticado por alguns segmentos da
comunidade da psicologia e do movimento feminista, as práticas positivistas continuaram a
dominar a esfera acadêmica. Ainda hoje existe um processo tímido em Portugal, embora a sua
presença seja cada vez mais perceptível em alguns projetos de investigação e intervenção
desenvolvidos essencialmente por mulheres (NUNES, 2011). As metodologias feministas
visam promover a mudança social e a igualdade entre os sexos. Elas são consideradas parte de
um movimento maior chamado metodologias feministas, que tem o compromisso de criar um
compromisso científico, social, cultural e político. Esse objetivo decorre da crença de que
homens e mulheres são iguais uma crença compartilhada por muitas teorias e perspectivas
feministas. (NUNES, 2011). Um desses métodos está centrado na criação de um compromisso
científico, social, cultural e político de valorização das experiências de homens e mulheres.
Esta é considerada uma pedra angular das metodologias feministas e as metodologias
envolvidas em sua criação foram estruturadas e sistematizadas por pesquisadores. Ao
examinar o que as pessoas acreditam sobre suas vidas, a Psicologia Feminista adiciona uma
nova perspectiva sobre o comportamento humano (PASTORE, 2012). As pessoas confiam
implicitamente na metodologia e valorizam o uso de princípios feministas na busca do
conhecimento. A Psicologia Feminista desafiou a ideia tradicionalmente aceita de ciência
como um campo objetivo de estudo. Eles acreditavam que o conhecimento científico era falho
e não neutro. Eles apresentaram evidências que refutavam a ideia de verdade científica em um
movimento conhecido como desconstrutivismo. Isso forçou muitas pessoas a desafiar a visão
tradicionalista da ciência e alimentou ainda mais a conversa (ROMARO, 2014). Devido às
influências de crenças políticas e pessoais na pesquisa, o positivismo incentivou a criação de
leis científicas imparciais e generalizadas. Essa crença nasceu de um pressuposto de que a
ciência só seria “verdadeira ciência” se fosse objetiva e buscasse criar leis universais. Em total
oposição a essa noção, a Psicologia Feminista sugere que o desenvolvimento da ciência é
socialmente construído por atores e atrizes culturais, econômicos, políticos e sociais
específicos. Em vez de criar verdades absolutas, esse processo cria uma pluralidade de
verdades que só são válidas em contextos específicos (ROSO, 2007). A Psicologia Feminista
é definida como um movimento para a compreensão do mundo através do contraste e da
diversidade. Opõe-se à busca da padronização em que todos os valores e fenômenos devem
ser os mesmos. Em vez de buscar a padronização, seus métodos exigem reflexão sobre os
valores e crenças socialmente compartilhados por homens e mulheres. Esse movimento exige
que determinados valores e crenças sejam implementados no desenho de suas metodologias.
Isso inclui alterar o processo de pesquisa e as intervenções por meio da prática científica
(ROVAL, BRANCO, 2021). É importante entender que essas mudanças foram intencionais
por designers de psicologia feminista. Isso se deve ao fato de que suas metodologias são
guiadas pela consciência dos modos como esse processo foi conduzido. Essa consciência foi
derivada da observação das crenças socialmente compartilhadas de homens e mulheres. A
implementação desses valores e crenças em uma prática científica garante que todos os dados
psicológicos coletados sejam compartilhados socialmente por todos (SALDANHA; NARDI,
2016). Quando entendemos ciência, devemos entender que ela surge a partir da condição
social atual da vida das pessoas. Em seus aspectos sociais, econômicos, políticos, culturais
etc. Os cientistas criam produtos históricos, que de tempos em tempos contribuem ou mudam
a forma de se desenvolver conhecimento (ROMARO, 2014).

2.1.5 Psicanálise e a Mulher: As terapias feministas são criadas através da Psicologia; são
definidos como únicos no âmbito da terapia devido à formação de relações terapêuticas. Por
causa de suas mudanças, essas terapias são semelhantes a outras terapias, mas auxiliam na
criação de uma relação terapêutica. Algumas terapias feministas ajudam as mulheres a se
libertarem dos papéis sexuais tradicionais e das normas sociais. Essas terapias são
transformadoras porque incorporam valores e políticas à psicologia (SIGAL, 2009).
As terapias feministas se opõem às abordagens tradicionais para entender a saúde mental. Em
vez de focar nas causas interpsíquicas da disfunção, eles buscam explicações políticas e de
valor. Muitos autores escreveram sobre essa mudança de perspectiva. Uma delas é Alexandra
Kaplan, que considerou as terapias feministas uma ferramenta de redirecionamento social.
Sandra Bem também usou a metáfora da "consciência desperta" para explicar a importância
das terapias feministas (SALDANHA; NARDI, 2016). Outro autor, Winograd, Mendes
(2012), explicou essa mudança de forma política. Finalmente, Woberto (2022), discutiu a
importância das terapias feministas em uma situação hipotética. Em Saldanha, Nardi (2016),
compuseram uma coletânea de quatro princípios essenciais para a prática feminista em
Psicologia. Eles são considerados a fonte de maior autoridade sobre o assunto e foram
posteriormente replicados por outros autores da área. Um desses princípios está relacionado às
diversidades das identidades pessoais e sociais das mulheres, que enfatiza o impacto das
identidades conscientes e inconscientes das mulheres nas expectativas, comportamentos e
experiências de opressão. Outra diz respeito à abordagem de sensibilização, que incentiva os
profissionais de Psicologia a criar grupos de sensibilização para ajudar seus clientes a
diferenciar as políticas de Estruturas de preconceito racista, sexista e social. O quarto
elemento foi à criação de diretrizes de prática feminista na forma de um sistema
(SALDANHA; NARDI, 2016). Os dois princípios que mais apoiam o terceiro são o primeiro
e o quarto. A primeira afirma que clientes e terapeutas devem ter uma relação igualitária. O
cliente deve ser confiável em seu julgamento e considerar seus objetivos e experiência ao
desenvolvê-los. Eles também devem confiar em si mesmos para entender adequadamente e
completamente sua situação e potencial. A quarta afirma que os clientes devem ser
valorizados por sua experiência e autodesenvolvimento. Isso porque os clientes se valorizam e
promovem a autovalidação por meio do apoio ao crescimento potencial e pessoal quando
estão em tratamento (CORTEZ, 2019). Grupos e ideologias como homofobia, racismo e
sexismo substituem as piadas intrapsíquicas sobre papéis de gênero devido à cultura e
expectativas sociais. Por fim, os psicólogos devem considerar os poderes dos clientes e das
mulheres ao tratá-los. A Psicologia Feminista conforme definida por seus praticantes difere
das terapias psicológicas tradicionais, pois seu foco não está em métodos ou modelos usados
durante a terapia. Em vez disso, está nos objetivos terapêuticos que os terapeutas se esforçam
para alcançar (MAIDANA, 2021). Esses objetivos incluem a aplicabilidade prática do
tratamento. Além disso, a Psicologia Feminista utiliza modelos psicológicos tradicionais -
sem sacrificar seu potencial - para atingir seus objetivos. Portanto, é uma força para realizar o
feminismo através da aplicação de modelos psicológicos existentes. Muitas práticas de
psicólogos aderem aos princípios feministas ao adaptar modelos tradicionais de terapia.
Alguns psicólogos optam por usar métodos de outras disciplinas, como psicanálise,
humanismo, família, abordagens conjugais e cognitivo-comportamentais. Muitas vezes
mudam as terapias tradicionais para incorporar novos modelos feministas (CORTEZ, 2019).
O feminismo na psicologia envolve o uso da retórica persuasiva para promover a mudança
social e o ativismo. Também facilita a reabilitação de crenças consideradas mental e
fisicamente insalubres, bem como a despatologização das mulheres. Também está envolvida
na desconstrução de doutrinas que apresentam a mulher como portadora de deficiência, bem
como modelos de tratamento e avaliação considerados injustos e discriminatórios. Também
promove a eliminação de discursos científicos malévolos, bem como de modelos excludentes
de tratamento e intervenção. Além disso, é fundamental na criação de um clima social e
psicológico onde a igualdade, a justiça e a democracia são valorizadas (SALDANHA,
NARDI, 2016). Deutsch foi à primeira mulher membro da Sociedade Psicanalítica de Viena.
Ela ingressou em 1918 e mais tarde publicou seu primeiro livro sobre sexualidade feminina.
Lamé concentrou sua atenção na compreensão da mente feminina ao longo de sua carreira.
Intimamente alinhados com esse foco estão suas pesquisas sobre adolescência e esforços
colaborativos em relação à maternidade. Ao estudar e colaborar com os temas da
adolescência, Mulvey tem se esforçado para compreender a mente feminina. Ela também
explorou temas relacionados à maternidade (CORTEZ, 2019). Depois que Freud (1996),
percebeu que ela estava explorando o tema da sexualidade feminina, ele desenvolveu vários
livros sobre o universo feminino para combater suas ideias. Isso levou a uma batalha
intelectual com Paul Roazen, de acordo com sua interpretação. Antes da década de 1950, seus
trabalhos artísticos só ganhavam destaque quando exploravam a mente das mulheres. Mas
depois que ela defendeu a maternidade, ela atraiu a atenção do público. Alguns grupos
feministas não apreciavam seu trabalho, mesmo depois de muitos anos (CORTEZ, 2019). Ter
diferentes pontos de vista nos permite desenvolver nossas próprias opiniões sobre algo. Uma
das razões é porque as mulheres nos fornecem um ponto de vista com o qual podemos contar.
Novos homens e estudiosos aprenderam com as mulheres, que apresentaram informações com
precisão graças à sua genialidade. Eles não vieram para desafiar a psicanálise de Freud, mas
sim para ampliar o entendimento. O original inaugurou um assunto que ninguém pode negar.
Portanto, eles fizeram o contraponto crucial, provando seu absurdo (SALDANHA; NARDI,
2016). Embora a observação de um assunto nem sempre possa levar a conclusões, a psique
feminina deu mais credibilidade aos estudos psicológicos. Isso se deve ao fato de que as
mulheres estão minuciosamente estudadas pela psicanálise e muitos acharam isso irônico. No
entanto, isso foi um reflexo positivo das mulheres no campo, porque as estimulou a competir
contra Freud de uma maneira que acabou sendo positiva (CORTEZ, 2019).

2.2 Empoderamento Feminino: Com base em suas observações, Freud acreditava que a
psique feminina passa despercebida por eles. Ele acreditava que certos aspectos do
comportamento feminino poderiam ser compreendidos independentemente de sentimentos
tendenciosos. É por isso que ele incluiu discussões de tópicos relacionados ao ambiente
circundante, bem como tópicos relativos à sua fisiologia. Considerando nossa sociedade atual,
todos os artigos do acadêmico se complementam. Todos eles contribuem para nossa
compreensão do que é mais importante. E hoje, um trabalho brilhante está sendo feito por
mulheres em todo o mundo no campo dos psicanalistas. Suas contribuições ainda têm mais
significado do que nunca em nossa sociedade (CORTEZ, 2019). Possibilitar o
empoderamento das mulheres envolve a conscientização das mulheres sobre sua luta por
direitos. Isso inclui, mas não se limita ao objetivo de completa igualdade de gênero. Embora
também conhecida como “empoderamento das mulheres”, esta ação coloca as mulheres em
todas as posições sociais, políticas e econômicas (SALDANHA; NARDI, 2016). Tanto
homens quanto mulheres devem ser empoderados para participar verdadeiramente das
discussões públicas e tomar decisões que afetem a nação. Essa prática se concentra na
igualdade de gênero em todas as discussões públicas e em todas as outras camadas da
sociedade. Todas as mulheres devem ter o direito de serem ouvidas em público e todas as
pessoas devem poder votar nas decisões que as afetam (CORTEZ, 2019). Ao falar sobre o
desenvolvimento do feminismo no Brasil, sua História deve ser mencionada em primeiro
lugar. Durante séculos, as mulheres foram consideradas cidadãs de segunda classe. Elas foram
forçadas a ficar em casa e seguir as regras estabelecidas por seus maridos e pais. Se tentassem
sair, teriam que ser escoltados e quase sempre estariam dentro das igrejas. Essa limitação
forçada de movimento era o indicador mais visível da posição atual das mulheres
(MAIDANA, 2021). A relação entre mulheres e educação mudou drasticamente durante o
século XIX. A necessidade de educar as mulheres levou o Governo Imperial a reconhecer um
papel recluso. No entanto, algumas publicações no final de 1800 achavam que a educação era
suficiente para reconhecer as mulheres sem um objetivo mais amplo. Eles só precisavam de
educação para reconhecer as mulheres das classes com excesso de riqueza (CORTEZ, 2019).
Durante o século 19, vários centros antifeministas se formaram em toda a América Latina. Os
imigrantes europeus trouxeram consigo ideais anarquistas e socialistas, deixando pra
sociedade essa herança. Essas ideias ajudaram a criar os primeiros núcleos feministas do
Brasil, focados em melhores condições de trabalho e salários mais altos (MAIDANA, 2021).
O feminismo no Brasil mudou drasticamente ao longo do tempo. No início de 1900, surgiu
uma forma mais politicamente motivada de feminismo. Isso era conhecido como “feminismo
bem-comportado”, que encorajava as mulheres a aceitar seu lugar na sociedade sem
questionar. Uma sufragista famosa do Brasil é Bertha Lutz, que chefiou a Federação
Brasileira para o Progresso Feminino. Ela causou muita polêmica devido às suas demandas
pelo voto feminino sem aceitar as repercussões dessa decisão (SALDANHA; NARDI, 2016).
Movimentos feministas denunciam publicamente a desigualdade de gênero para revelar sua
nocividade e gravidade. Seu trabalho desilude as pessoas da crença de que seus
relacionamentos familiares ou românticos são pacíficos e harmoniosos. Ao remover o mito de
que a família e os espaços íntimos seriam ideais, suas revelações públicas levaram a
importantes transformações no pensamento das pessoas sobre a dinâmica social. Isso levou a
mudanças significativas na intervenção legal e social e até psicológica das pessoas (CORTEZ,
2019)

2.2.1 Movimentos Feministas: Os movimentos feministas removem especificamente a noção


de que a violência e a coerção familiar são inobserváveis ou silenciosas. Seus relatos
divulgados publicamente expõem essa realidade silenciosa impulsionada pela cumplicidade
social com práticas familiares criminosas. Movimentos feministas combatem o tratamento
injusto em relação aos Direitos Humanos, desigualdade de gênero e violência doméstica. Seus
esforços permitem que eles desvelem essas questões e relações de poder opressivas
(SALDANHA; NARDI, 2016). Compreender esse processo requer considerar que os
agressores masculinos de parceiras são mais do que um problema individual; é uma questão
social motivada por motivos políticos. As feministas argumentam que os homens que usam
violência contra suas parceiras mantêm um status desigual quando comparados à opressão
feminina. Isso ocorre porque os homens heterossexuais abusam das mulheres para reafirmar o
patriarcado e manter o status das mulheres como sujeitos de classe baixa (CORTEZ, 2019).
As abordagens feministas da psicologia que buscam mudar a sociedade desafiando os
sistemas atuais de diagnóstico e tratamento têm implicações significativas além da mudança
positiva na terapia. Eles desafiam as visões reducionistas e simplistas da ciência ao criar um
problema de saúde pública ao mobilizar efetivamente as estruturas de uma rede de apoio
social no enfrentamento do déficit. Isso porque as terapias feministas abordam diretamente o
problema de saúde pública de violência e desigualdade entre os sexos em ambientes
familiares, íntimos e institucionais (MAIDANA, 2021). Ao reproduzir as discrepâncias de
poder entre os papéis sexuais femininos e masculinos, essas questões representam um
problema de saúde pública que requer solução imediata por meio de uma abordagem
feminista. As terapias feministas ajudam as mulheres vítimas de abuso por parte de seus
parceiros masculinos a recuperar seus direitos. Ao fazê- lo, facilitam as necessidades dos
clientes através do crescimento pessoal e da reorganização institucional. As terapias
feministas também fornecem soluções através da reformulação e reinterpretação das
experiências do cliente. Essas soluções beneficiam sistemas públicos como os sistemas de
Saúde e Justiça ao mobilizar recursos recém-descobertos (SALDANHA; NARDI, 2016).
Dessa forma, os terapeutas também podem empoderar as mulheres e seus aliados
institucionais, desencadeando mudanças positivas nos sistemas públicos. Terapeutas
feministas acreditam que as mulheres podem aprender a socializar e mudar seus papéis na
sociedade ao interagir com diferentes grupos sociais. Isso ocorre porque a terapia feminista
incentiva às mulheres a construir relacionamentos iguais com outros grupos e sociedades em
todo o mundo. Isso simplesmente permite que as mulheres repensem sua posição na sociedade
e reavaliem seu relacionamento com seu agressor. Quando se trata de abuso em contextos
sexuais ou íntimos, os homens têm mais poder do que as mulheres. Isso alimenta a terapia
feminista, que permite que as mulheres reduzam os atuais desequilíbrios de poder em sua
sociedade (CORTEZ, 2019). As intervenções feministas buscam melhorar a resiliência e a
autonomia da vítima por meio da terapia. Isso se faz abandonando a primazia da consciência
da vítima ao criar suas características. Ao substituir isso pela primazia das circunstâncias que
cercam a vítima, os tratamentos rejeitam a responsabilidade da vítima de cometer atos de
violência psíquica intrar. Em vez disso, esses tratamentos se concentram em invalidar o mito
de que as mulheres são responsáveis por cometer a violência do parceiro. Ao colaborar com
instituições e a comunidade em geral, esses tratamentos buscam reabilitar totalmente as
vítimas do sexo feminino e criar membros efetivos da sociedade (SALDANHA; NARDI,
2016). Feministas consideram significativo o dano causado a mulheres e crianças em cenas de
crime. Eles entendem essas vítimas como aquelas que estão sofrendo o maior dano de uma
condição social que enfatiza os valores patriarcais masculinos. Ao usar a psicologia, que se
baseiam na teoria feminista, as vítimas podem recuperar seu senso de igualdade perdido. Isso
os ajuda a resistir à opressão violenta, construindo memórias traumáticas em um contexto
político, histórico e cultural (CORTEZ, 2019). Embora as coisas agora pareçam iguais no
Ocidente, uma crença ultrapassada ainda persiste. As pessoas pensam na emancipação e
empoderamento das mulheres como uma competição com os homens. Na realidade, as
mulheres devem ser consideradas iguais aos homens em todos os sentidos. Apesar do
progresso conquistado pelo movimento, ainda há muito que se fazer, com as pessoas
precisando buscar evoluir o se conceituar (MAIDANA, 2021). As mulheres são o coração de
muitas comunidades ao redor do mundo. Dados das Nações Unidas e de outras instituições de
pesquisa mostram que dar recursos às mulheres compensa duas vezes mais do que dá-los a
outras pessoas ou grupos. Isso ajuda famílias, comunidades e toda a sociedade. Quando as
mulheres entram na força de trabalho, suas economias crescem. As mulheres precisam de
educação e oportunidades de trabalho para acessar seus direitos. Conseguir essas duas coisas
aumentaria drasticamente o empoderamento das mulheres e as levaria a assumir muitas
posições diferentes na sociedade. Isso porque as mulheres teriam maior acesso aos seus
direitos e se desenvolveriam (CORTEZ, 2019). As mulheres contemporâneas trazem consigo
uma bagagem cultural de marcas culturais de sua opressão anterior. Apesar de terem
conquistado muitos direitos, ainda lutam para validá-los. Foram os movimentos feministas
que conseguiram criar políticas públicas de defesa da mulher, como a Lei da Maria da Pena,
Lei do Feminício, Lei do Assédio Sexual, entre outras. As mulheres também voltaram à
percepção do público por meio da ação política, incluindo a luta por salários iguais e o
estabelecimento de relacionamentos. No entanto, cabe destacar que essa luta é constante e que
as mulheres ainda são oprimidas de diversas formas. Isso se deve principalmente à
prevalência da mídia na cultura (MAIDANA, 2021). Analisar o papel da sociedade na
construção da cultura leva a questionar o que estamos criando. É difícil alcançar a igualdade
de direitos quando estamos apenas construindo abstratamente. O feminismo e a psicanálise se
conectam com o coletivismo para proporcionar liberdade e quebrar a opressão. Iniciar a
exploração recém- descoberta dessa conexão é algo que precisa acontecer, assim como o
crescimento da compreensão entre as duas perspectivas é muito importante (SALDANHA;
NARDI, 2016). As pessoas precisam entender as relações de poder contidas no feminismo
para construir um lugar de acolhimento, aceitação e força por meio do empoderamento. É por
isso que estudar feminismo e gênero se conecta a análise da psicanálise na clínica para ajudar
as pessoas a entender a opressão e encontrar alívio dela (CORTEZ, 2019). O feminismo
ajudou a criar o movimento de lutas pelos direitos das mulheres levaram hoje a uma fusão de
suas causas. As batalhas conduzidas por mulheres corajosas focadas em alcançar algo
importante aparecem com frequência na série. Muitas gerações futuras ainda enfrentarão lutas
angustiantes. Ao mesmo tempo, seus triunfos permanecerão eternos. Como as Diretrizes do
movimento atualmente convivem com outros movimentos, se opõem radicalmente a eles, e
até mesmo agressivas em relação a eles, são consideradas por outros. Lutas como intolerância
religiosa, homofobia ou racismo coexistem com a principal (MAIDANA, 2021). O feminismo
conquista as mulheres todos os dias a partir de agora. Por exempo, o movimento feminista
começou sem uma postura aberta. A compreensão de Freud da psicanálise é fácil de
compreender. Apesar do desdém do movimento pela feminilidade, suas interpretações do
termo não foram aceitas. Lacan compartilhava uma rivalidade com colegas feministas
francesas (CORTEZ, 2019). Esta história é contada entre as duas ideias. As obras de Freud e
Lacan ainda estão sendo escritas hoje, devido às ramificações e novos estudos, observando a
complexidade do mundo atual. O movimento feminista oferece um olhar crítico para as obras
analisadas. Isso nem sempre é um resultado positivo. Enfrentar alguém com conhecimento
deixa os opressores desconfortáveis. Em vez disso, ainda é preferível lutar socialmente.
(SALDANHA; NARDI, 2016). As histórias possuem perspectivas e conhecimentos, mas
podem ser facilmente parafraseadas. Freud descreveu relações além daquelas compreendidas,
de uma maneira diferente. Antes que as mulheres pudessem falar, as pessoas as consideravam
sem voz. Embora muitas pessoas associem o termo Psicanálise como umas teorias
ultrapassadas, a teoria psicanalítica ainda é amplamente aceita. Os significados e teorias se
divergem em várias culturas e representações (CORTEZ, 2019). A psicanálise se baseia em
observações clínicas, o que significa que utiliza novos tipos de vínculos. É clinicamente
necessário comunicar-se tanto com o social quanto com as práticas. A psicanálise é sempre
um assunto que precisa ser consolidado. Qualquer outro campo que o caracterize deve usar
uma palavra diferente de consolidar. A mente inconsciente é sempre única e incapaz de pensar
ou saber alguma coisa. Na clínica psicanalítica, o sujeito é sempre um mente incapaz de saber
ou pensar. Conceitos como este, que plantam dúvidas. Portanto, usar este conceito torna-se
uma contradição (MAIDANA, 2021). A psicologia clínica psicanalítica trata de questões
históricas e sociais. A mídia digital e o estado atual da sociedade são fatores que
influenciaram a população. Por causa dos últimos séculos, os indivíduos já não têm muitos
papéis a desenrolar na sociedade. Por causa das diferenças, não é mais necessário à força
masculina para caçar ou cuidar de sua família. Isso o separa fisicamente de seus integrantes.
As mulheres podem ser encontradas em muitos lugares, inclusive em comandando sua casa.
Cada vez mais, posições e localizações fálicas, uma vez reservado apenas para os homens
assumir, são assumidas por mulheres. No Brasil, em 2020, dados do IBGE apontam que 58%
das mulheres sustentam suas famílias. A psicanálise se desenvolve a cada dia e a questão das
mulheres profissionais e comandantes do seu próprio lar ainda é grande (SALDANHA,
NARDI, 2016).

2.2.2 A mulher no mercado de trabalho: As mulheres são poderosas impulsionadoras da


mudança, e os benefícios de longo alcance da diversidade e da paridade de gênero na
liderança e na tomada de decisões são cada vez mais reconhecidos em todos os setores.
Mesmo assim, as mulheres permanecem grosseiramente sub-representadas na tomada de
decisões na política, nos negócios e nas comunidades (AMAZONAS, 2013). Em todos os
níveis são essenciais para promover a justiça e a igualdade de gênero e promover o progresso
econômico, social e político para todos os mulheres são líderes e tomadoras de decisão.
Quando as mulheres são significativamente representadas e envolvidas em órgãos de
liderança, como legislaturas, tribunais, conselhos executivos, conselhos municipais, os
projetos de novas leis, regulamentos e decisões têm maior probabilidade de serem inclusivas
representativas e levar em conta diversas perspectivas (ANDRADE, 2016). A liderança das
mulheres nas famílias, incluindo decisões sobre propriedade e renda familiar, melhora o
acesso de suas famílias à educação e à saúde. Países com maior proporção de mulheres como
principais órgãos de tomada de decisão nas legislaturas têm um nível mais baixo de
desigualdade de renda (BRUSCHINI, PUPPIN, 2014). Os acordos de paz têm 35% mais
chances de durar pelo menos 15 anos se as mulheres na liderança estiverem envolvidas em
sua criação. Quando as mulheres ocupam cargos mais altos, suas empresas são mais
lucrativas: empresas no quartil superior de diversidade de gênero em equipes executivas têm
21% mais chances de superar a média nacional (CINTRA; COSAC, 2018). O argumento para
equilibrar a equação do poder na liderança nunca foi tão claro: o avanço das mulheres na
tomada de decisões beneficia a política, os negócios e as comunidades. No entanto, o
progresso na liderança feminina não acontece naturalmente (COUTINHO, COUTINHO,
2015). As seguintes ações podem ser tomadas em conjunto entre governos, empresas,
universidades, organizações sem fins lucrativos e sociedade civil para equilibrar o poder na
liderança e na tomada de decisões: Comprometer-se com a igualdade de gênero na liderança;
Programar leis e regulamentos que garantam um ambiente seguro e aberto para a participação
e liderança das mulheres; Estabelecer políticas e procedimentos que apoiem a liderança das
mulheres e promovam a igualdade de gênero; Investir e desenvolver serviços e programas
públicos que permitam que as mulheres tenham sucesso como líderes; Capacitar e apoiar
organizações e movimentos de mulheres; Mudar a narrativa sobre as mulheres na liderança e
abordar os impulsionadores socioculturais da desigualdade de gênero (DICKSON, 2015).
Atualmente, mulheres nem sempre conseguem desempenhar todo o seu potencial e e, uma vez
livres, têm um caminho direto para o sucesso. Quando eles se encontram líderes, suas
habilidades e habilidades são facilmente percetíveis. No entanto, isso é fácil de afirmar e,
portanto, é preciso delinear as múltiplas vantagens que as mulheres podem trazer para os
cargos de liderança (FLEURY, 2013). Uma mulher que não ocupa atualmente um papel de
liderança pode ter uma perspectiva assustadora ao assumir um papel significativo com os
estigmas atuais que podem estar associados. Isso, por sua vez, pode afastar a geração mais
jovem de tentar derrubar barreiras. (SIQUEIRA; BUSSINGUER, 2020). Embora isso possa
ser visto como uma notícia positiva, as mulheres que estão entrando no mercado de trabalho
precisarão se inspirar em outras mulheres que atualmente estão minando seus papéis de
liderança no local de trabalho. Uma vez alcançado, pode definir a direção para todos os
aspirantes a jovens líderes aumentarem sua porcentagem global e quebrarem novos recordes
(SIQUEIRA; BUSSINGUER, 2020). Em uma nota positiva, a proporção de empresas de
médio porte com pelo menos uma mulher em posição de liderança globalmente permaneceu
em 87%. Os números aumentaram quase 20 pontos percentuais nos últimos cinco anos
(SIQUEIRA; BUSSINGUER, 2020). As mulheres são capazes de tomar decisões ousadas e
sábias como líderes; isso ajuda a tornar o ambiente de equipe menos autoritário e mais
cooperativo, trazendo um sentimento de família para a equipe. Isso promove o trabalho em
equipe em toda a organização e ajuda a estabelecer uma nova cultura dentro da empresa.
Voltando à Pesquisa Nacional de Tendências Sociais e Demográficas do Pew Research
Center, 2.250 adultos classificaram as mulheres como melhores ou iguais aos homens em sete
das oito principais características de liderança avaliadas durante a pesquisa (SIQUEIRA;
BUSSINGUER, 2020). As principais estatísticas desta pesquisa mostram que metade dos
entrevistados classificou as mulheres como mais honestas do que os homens, com 20%
dizendo que os homens são mais honestos do que as mulheres. Quando se trata de
inteligência, 38% dizem ver as mulheres como mais inteligentes, enquanto apenas 14% dizem
que os homens são mais inteligentes. Em outros casos, as mulheres foram classificadas como
mais compassivas extrovertidas e criativas (PEREIRA, et al., 2018). Mulheres tem forte
habilidade de comunicação, usando essa habilidade para promover conversas com
significados com seus colegas de trabalho, parceiros e empregadores, desenvolvendo um
fluxo aberto de comunicação e clareza (MANDELLI, 2016). As ideias criativas têm maior
probabilidade de surgir em um local de trabalho mais diversificado. Isso ajuda a impulsionar o
crescimento e criar maior sustentabilidade dentro da organização. A diversidade no ambiente
de trabalho não deve favorecer apenas as mulheres, mas sim ter uma mistura variável de
ambos os gêneros na organização (RENESCH, 2013). Descrever a necessidade de construir
uma força de trabalho diversificada e, com isso, novas experiências e perspectivas que, em
última análise, ajudarão a trazer algumas inovações muito necessárias para os negócios. As
mulheres líderes trarão habilidades, diferentes perspectivas e ideias inovadoras, mas essas três
combinações ajudarão a criar perspectivas que levarão a uma melhor tomada de decisão para
a sociedade como um todo (CINTRA, COSAC, 2018). Deve-se atentar para a próxima
geração, encarando a geração de líderes mulheres anteriores, e observando seus modelos.
Independentemente do gênero de cada pessoa, todas as pessoas precisam de alguém para
orientá-las em seu avanço na carreira. Novas gerações precisam de orientação e treinamento,
as mulheres líderes são melhores mentoras do que os homens (DICKSON, 2015).

2.2.3 A mulher e a psicoterapia: As mulheres são diamantes no processo de lapidação


perpétua. Como se vê, o processo nem sempre é fácil e indolor. A psicoterapia é um recurso
inestimável para enfrentar as dificuldades que existem no mundo em que vivemos e as
dificuldades de ser mulher, proporcionando espaço para aceitação, crescimento e maturidade
(ROMARO, 2014). Simplificando, a psicoterapia pode ser definida como um processo no
qual uma pessoa qualificada (um psicólogo ou analista) a ajuda a melhorar sua
autoconsciência analisando sua história de vida passada e presente. Esse auto-conhecimento
pode te ajudar a prevenir a dor e aumentar sua satisfação com a vida, e nos casos em que
alguma dor já está presente, a psicoterapia pode te ajudar a superar essas dificuldades que são
difíceis de resolver sozinho (SALDANHA, NARDI, 2016). Um dos principais objetivos da
psicoterapia é permitir que compreendesse as razões de seu comportamento e reformule os
conceitos que regem sua vida; expor-se a viver de forma mais valiosa e produtiva; além de
aprender outro pode levar a recursos comportamentais para grandes mudanças em todos os
aspectos de sua vida. Terapia é cuidar da sua saúde. O foco está na sua saúde emocional e
desenvolvimento pessoal. A psicoterapia é necessária até mesmo se você está "trabalhando
bem" e quer ampliar seu auto-conhecimento para aproveitar sua vida pessoal e/ou profissional
(CORTEZ, 2019). A saúde da mulher é uma área que vários profissionais vêm atuando. A
Psicologia da Saúde é responsável por compreender e auxiliar o desequilíbrio corpo-mente de
cada sujeito, sempre considerando a história de vida de cada sujeito. Centra-se nos aspectos
emocionais e físicos da relação, o que é evidente no campo da obstetrícia e ginecologia. Além
das necessidades relacionadas ao órgão e às áreas reprodutivas, os centros de atendimento à
mulher devem sempre focar em outras necessidades (ROMARO, 2014). É de extrema
importância considerar as mulheres de forma integrada, levando em consideração os aspectos
físicos, emocionais e sociais. Não há dúvida de que os problemas físicos relatados pelas
mulheres requerem atenção especial, pois esses sintomas orgânicos podem afetar outras áreas
da vida da mulher. Em certas circunstâncias, como a infertilidade, podem estar envolvidas
questões emocionais (SALDANHA, NARDI, 2016). Acredita-se que a mente e o corpo estão
entrelaçados e influenciam um ao outro, podendo também estar relacionado a dificuldades na
concepção. Essa conexão é um elo para as causas e consequências de processos saudáveis de
doença, tornando impossível separar os aspectos emocionais dos físicos (CORTEZ, 2019). A
mulher passou por diferentes transições no final de sua carreira, cultura e família.
Dificuldades emocionais em lidar com a saúde emocional, complicações psicológicas,
depressão, distúrbios psicossomáticos ou afetar questões sexuais eram anteriormente
incomuns. Mas, nos dias de hoje, esses temas costumam serem motivos para procurar a
psicoterapia, pois prioriza o bem-estar, a qualidade de vida e a autopercepção da mulher
(CORTEZ, 2019).Nesse contexto, a psicologia também se aplica ao campo da saúde
reprodutiva, com prioridade para os aspectos relacionados à psicologia feminina. O centro
médico é orientado pela teoria psicanalítica e atua na prevenção, psicoterapia e tratamento
clínico. Atendimento psicológico a gestantes com dificuldades emocionais, doenças
ginecológicas, dificuldades sexuais, dificuldades reprodutivas, planejamento familiar, pré-
natal, parto e puerpério, além de pacientes com câncer de mama ou câncer ginecológico
(ROMARO, 2014). As experiências da maioria dos homens e mulheres são diferentes. Na
mesma situação, gêneros diferentes podem ter interpretações diferentes. Por exemplo, a
chegada de um bebê na família. Embora o Brasil tenha passado por mudanças sociais nos
últimos anos, as mulheres continuam sendo as principais cuidadoras das crianças. Como
resultado, a responsabilidade de cuidar de recém-nascidos e, posteriormente, bebês e crianças
muitas vezes recaem inteiramente ou em grande parte sobre eles (SALDANHA, NARDI,
2016). Algumas mulheres ainda são criticadas por sair para trabalhar, optar por cuidados não
tradicionais e vida social ativa em vez de passar 24 horas com seus filhos. Assim, pode- se
dizer que a mesma experiência (ter um bebê) é sentida de forma diferente entre homens e
mulheres. O mesmo vale para questões de carreira, violência, expectativas nos
relacionamentos, responsabilidades familiares no casamento e muito mais. Além disso, é
necessário destacar os fatores biológicos que causam desconforto apenas às mulheres, como a
síndrome pré-menstrual (SPM) e o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) (ROMARO,
2014). Cerca de 80 por cento das mulheres apresentam sintomas de TPM, enquanto 3 a 8 por
cento das mulheres apresentam sintomas de TPM a cada mês. Portanto, os cuidados
necessários para a manutenção da saúde mental da mulher têm características diferentes dos
cuidados necessários para a manutenção da saúde mental do homem. Cada fase da vida e
personalidade, na verdade, requer um tipo diferente de autocuidado (SALDANHA, NARDI,
2016). Raramente se não podemos atribuir apenas um fator à sua deterioração. Por exemplo,
quando alguém é demitido, ele não se sente mal por ter sido demitido. Ele se preocupa com
sua futura carreira e finanças, fica magoado por ter sido rejeitado de alguma forma, com raiva
por não aceitar ser demitido, ansioso com a necessidade de encontrar outro emprego e
frustrado por não estar fazendo um bom trabalho. Vários fatores podem contribuir para o
desconforto psicológico (CORTEZ, 2019). Quando se trata da saúde mental da mulher,
podemos destacar os seguintes fatores. A pressão para cumprir todas as obrigações
normalmente atribuídas às mulheres (maternidade, casamento, família e trabalho); a pressão
para cumprir todas as obrigações normalmente atribuídas às mulheres (maternidade,
casamento, família e trabalho); maior sensibilidade ao estresse devido ao sistema de turno
duplo; alterações hormonais durante a menstruação que causam desconforto e alterações de
humor; alterações hormonais durante a gravidez e puerpério; problemas de imagem corporal;
relacionamentos tóxicos; status econômico; vulnerabilidade à violência e traumas
psicológicos; viés em ambientes profissionais e acadêmicos; e pressões sociais e crenças
culturais sobre o papel da mulher na sociedade (ROMARO, 2014).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo consiste em uma revisão bibliográfica exploratória. É exploratória,


pois provê mais informações sobre o problema em questão, tornando-o explícito e
construindo hipóteses. Essa categoria de revisão bibliográfica tem o objetivo de
desenvolver pesquisas ou definir problemas, com a finalidade de gerar proposições,
agregar maior familiaridade do pesquisador ao objeto de estudo, o evento ou a partir de
um evento transformar ideias e esclarecer dúvidas. A revisão de literatura resultará do
processo de levantamento e análise do que já foi publicado sobre o tema e o problema
de pesquisa escolhidos. Os dados expostos foram extraidos de livros, artigos científicos
(que podem ser documentos nacionais ou internacionais) indexados nas bases de dados
científicas eletrônicas LILACS, SCIELO, periódicos CAPES e PUBMED. Eles foram
selecionados por serem as bases de dados com maior número de artigos científicos e de
fácil estudo para a pesquisa. Como critérios de inclusão, foram considerados todos os
artigos publicados nas bases de dados informadas, no período previsto de 1996 a 2022,
com o texto completo disponível, publicados em periódicos indexados e nos idiomas
português e inglês. Critérios de exclusão: excluídos artigos não relacionados ao tema
artigos de opinião, artigos anteriores a 1996 e revisões bibliográficas; relatórios;
editoriais.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Empoderamento Feminino e a Mulher Contemporânea: O presente trabalho de


conclusão de curso, é uma pesquisa que tratou das contribuições da psicanálise e dos
estudos de gênero acerca do feminismo com ênfase no ‘O Empoderamento da mulher
na prática clínica sob o olhar da psicanálise’. A pergunta problemática tem ênfase no
seguinte quesito: Como a análise com enfoque psicanalítico pode contribuir com o
empoderamento feminino? A metodologia aplicada neste estudo foi a revisão
bibliográfica, com abordagem qualitativa e descritiva para alcançar os objetivos com o
propósito de analisar, investigar e estudar sobre o assunto proposto, com base em obras
que foram publicados, tais como, livros, revistas, jornais, teses, dissertações, eventos e
alicerçados em livros e artigos científicos, estes, podendo ser documentos nacionais ou
internacionais, ordenado na base de dados eletrônico, como: LILACS, SCIELO,
Periódicos CAPES e PubMed.

Quadro 3: palavras-chaves utilizadas da base de dados


Base de dados Palavra-chave
Total de artigos
1996 a 2022 Machism Feminism Empoderamen
o o t
o
LILACS 16 21 24 61
SCIELO 9 12 16 37
CAPES 3 7 13 23
PubMed 1 5 11 17
Total 138
Fonte: própria da acadêmica

O quadro acima, traz as palavras-chaves do período de 2001 a 2021, escolhidas nos


bancos de dados que referenciam os artigos científicos. Palavras-chave: Machismo,
feminismo e empoderamento. Foram encontrados 138 artigos, conforme elencado no
quadro acima. Após análise de títulos e resumos, e aplicação dos critérios de inclusão e
exclusão, selecionou-se 5 artigos e excluídos 133 artigos, visto que 5 artigos foram
escolhidos das bases citadas, para a realização da pesquisa. Dos 5 artigos, 1 foi encontrado
na base de dados LILACS, 2 artigos encontrado na SCIELO e 2 artigos na PEPSIC. No
quadro a seguir, será elencado o nome dos artigos, o ano no qual foi realizado, e uma
síntese do tema em questão.

Quadro 4: Síntese dos Artigos Selecionados


N Auto Artigo Síntes
º r e
1 COR O Machis- Machismo é o comportamento, expresso por opiniões e atitudes, de
TEZ, mo Fragili- um indivíduo que recusa a igualdade de direitos e deveres entre os
M. za Todo gêneros sexuais, favorecendo e enaltecendo o sexo masculino sobre o
2022 Mundo feminino. Há manifestação machista em diversos campos,
principalmente as desi- gualdades de direitos entre homens e
mulheres, seja nos altos índices de
violência, assédio, estupro, objetificação da mulher, diferença salarial
en- tre outros.
2 FLE Liderança Desde o início da era industrial o trabalho é dominado pelo sexo
URY feminina no mascu- lino. Com o advento da globalização a diversidade de gênero
,M mercado de se tornou uma tendência crescente na força de trabalho, identificaram
2013 trabalho que as mu- lheres ocuparam o mercado de trabalho, mas algumas áreas
ainda são predominantemente masculinas e, nos cargos mais altos, em
praticamen- te todas as áreas, elas são minoria. Apesar do discurso da
igualdade de gênero, há uma narrativa que cria a ficção de que as
mulheres são mino -
ria no ambiente de trabalho.
3 MA Empodera- O empoderamento feminino é um conceito que surgiu no século XIX e
IDA mento Fe- que se consolidou como um movimento político, social e filosófico.
- minino Com o objetivo de promover a força da mulher, tem como principal
NA, caracte- rística a luta pela igualdade de gêneros e por consequência a
C maior parti- cipação das mulheres na sociedade. Auto-conhecimento,
201 Autoconfiança e Autogestão, os três pilares que podem mudar a vida
3 das mulheres.
4 NUNE Afinal, o que "O que quer a mulher?" permanece pertinente ainda hoje, na medida
S, querem as em que reflete o mal-estar relativo aos impasses colocados pelas
S mulhe- res? escolhas e desejos femininos que extrapolam o ideal materno. Se o
. paradigma que associou feminilidade e maternidade hoje não é mais
suficiente para defi- nir as mulheres, ele ainda está presente no
A imaginário social sobre o sexo feminino. Apesar da abertura para
novas perspectiva, surge então um novo ideal de mulher, aquela que
2 consegue conciliar seus desejos com todas as exigências sociais
0 colocadas sobre ela. Afinal, o que querem as mulheres? Muitas e
1 diversas coisas, certamente, elas querem liberdade e condições que
1 lhes permitam desejar sem precisar pagar o alto preço da
culpa.
5 SANT Sexualidade As mulheres ao longo das eras foram vistas como objetos de prazer e
ORO, feminina: um reprodução, guiadas pela sociedade, pela religião e pela cultura patriar
V.C. enigma a ser - cal. Esses fatores se perpetuam até a atualidade influenciando
2016 decifrado negativa-
mente a construção da mulher na contemporaneidade.
Fonte: própria (2023)

Para a psicanálise da época de Freud, tratava-se de uma mulher vitoriana que pouco se
parecia com a mulher contemporânea que vivia e era chamada por outras necessidades. A
resposta à questão de pesquisa de que a psicanálise em ambientes terapêuticos pode
promover o empoderamento, criar autonomia e apoiar a qualidade de vida das mulheres é,
sim, pode promover o empoderamento, criando autonomia e apoiando a qualidade de vida
das mulheres. A vida das mulheres, ao ver as situações em que se encontram a partir da
perspectiva dessas pacientes, compreendendo as relações de poder, e usando o sigilo da
clínica psicanalítica para trazer a elas o conforto e a segurança de expor desejos e vontades,
por meio do empoderamento Criar um lugar de acolhimento, aceitação e
poder. Esclareceu-se que, além de poder contribuir com essa abordagem feminista na clínica
psicanalítica, o profissional psicólogo é obrigado a fazê-lo pelo Código de Ética em
Psicologia.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa alcançou seu objetivo, pois trouxe esclarecimentos para os problemas
levantados. Entender como a mulher está inserida no cenário atual, pela visão da
psicanálise, da sociedade e do sistema patriarcal que está inserida, traz novas reflexões
sobre qual a conduta do profissional psicólogo deve adotar ao iniciar um processo
terapêutico com a paciente que necessita de empoderamento para sanar questões que a
adoecem. Os autores da psicologia social feminista questionam os modelos de produção
de conhecimento na Psicologia que são centrados em uma compreensão que seria
supostamente neutra e universal, destituída de contexto histórico e político. O objeto de
estudo da mulher, para a psicanálise dos tempos de Freud, se diz respeito a uma mulher
de uma época vitoriana, que pouco lembra a mulher contemporânea que vive e é exigida
de outras demandas. A resposta para o problema da pesquisa de que a psicanálise em
setting terapêutico pode contribuir para o empoderamento, criação de autonomia e
suporte da qualidade de vida da mulher, é que sim, é possível contribuir para o
empoderamento, que em consequência, cria autonomia e suporte na qualidade de vida da
mulher, ao levar a ótica dessas pacientes o cenário em que estão incluídas, entendendo as
relações de poder, e com o sigilo da clínica psicanalítica, trazer o conforto e segurança
de expor seus desejos e anseios, e assim, para construir um lugar de acolhimento,
aceitação e força por meio do empoderamento. Foi encontrado na pesquisa que estudar
feminismo e gênero se conecta a análise da psicanálise na clínica para ajudar as pessoas
(homens e mulheres) a entender a opressão para com as mulheres e encontrar alívio dela.
Foi esclarecido que profissionais psicólogos além de poder contribuir com essa
abordagem feminista em clínica psicanalista, tem o dever de o fazer, segundo o
regimento do Código de Ética da Psicologia, que traz que o psicólogo trabalhe no apoio à
saúde e qualidade de vida das pessoas e comunidades e contribua para a eliminação de
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão. Nesse sentido, toda violência de gênero em suas diversas manifestações deve
ser apontada.

REFERÊNCIAS

AMAZONAS, E. Inteligência Emocional Feminina em Alta. Semente de vida. 1. ed.


Amazonas, 2013.
ANDRADE, T. Mulheres no Mercado de Trabalho: onde nasce a desigualdade? 2016.
Elaborado pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados.

BADINTER, E. Um Amor Conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro:


Nova Fronteira, 1985.

BEAUVOIR, S. O Segundo Sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.

BRUSCHINI, C; PUPPIN, A. Trabalho De Mulheres Executivas No Brasil No Final Do


Século XX. Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 121, jan./abr. 2014.

CINTRA, S; COSAC, C. As Melhores Empresas Para As Mulheres Trabalharem. O


Que Elas Dizem Sobre O Ambiente Onde Trabalham. Fazendo Gênero 8 - Corpo,
Violência e Poder. Florianópolis, 25 a 28 de agosto de 2018.

CORTEZ, M. O Machismo Fragiliza Todo Mundo. 2019. Disponível em:


https://radis.ensp.fiocruz.br. Acesso em: 31 ago. 2022.

COUTINHO, M; COUTINHO, R. Mulheres brasileiras em posições de liderança: novas


perspectivas para antigos desafios. Economia Global e Gestão v.16 n.1 Lisboa, abr. 2015.

CURIA, B. Avaliação De Impacto De Protocolo De Psicoterapia Para Mulheres Com


Histórico De Violência Pelo Parceiro Íntimo. 2020. Disponível em:
https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9311 Acesso em: 25 fev 2023.

DICKSON, A. Mulheres no trabalho: estratégias de sobrevivência e sucesso. São Paulo:


Editora Globo, 2015.

DUBY. G. Eva e os padres. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

FLEURY, M. Liderança feminina no mercado de trabalho. CE, Agora é com elas. Vol.
12. GV Executivo, 2013.

FREUD, S. Sobre a psicanálise. S. Freud, Obras completas, v. 12, 1996.

GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,

2018.

HYDE, J. S. The gender similarities hypothesis. American Psychologist, 2005. Disponível


em: https://doi.org. Acesso em: 19 fev. 2023.

KINRYS G., WYGANT, L. Transtornos De Ansiedade Em Mulheres: Gênero


Influencia O Tratamento?. Brazilian Journal of Psychiatry, 2005. Disponível em:
https://doi.org. Acesso em: 25 fev. 2023.
PA

MAIDANA, C; Empoderamento Feminino: Reflexões Psicanalíticas E De Gênero Sobre A


Identidade Da Mulher Na Contemporaneidade. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso
Integrado Unigran Capital. Anais. Campo Grande (MS) Unigran Capital, 2021.

MANDELLI, L. Liderança feminina, Mandelli Loriggio consultores associados em


01/04/2015. 2016.

MANO, G.; CORSO, M.; WEINMANN, A. Psicanálise e cultura pop: os mitos no


contemporâneo. Psicologia USP, Ribeirão Preto, v. 29, p. 78-86, 2018.

MARCOS, C. Considerações sobre o feminino e o real na psicanálise. Psicologia em Estudo,


Maringá, p. 150-156, 2011.

MARTÍN-BARÓ, I. O papel do psicólogo. Estudos de Psicologia (Natal), v. 2, p. 7-27, 1997.

MOLINA, J. A. O que Freud dizia sobre as mulheres. São Paulo, Cultura Acadêmica,
2011.

MORALES, C.; SILVA, S. Reconhecimento E Identificação Subjetiva: A Psicanálise


Como Lente Para O Autoconhecimento. Hígia-Revista De Ciências Da Saúde E Sociais
Aplicadas Do Oeste Baiano, v. 2, n. 1, 2017.

MOREIRA, J., ROMAGNOLI, R. NEVES, E. O Surgimento Da Clínica Psicológica: Da


Prática Curativa Aos Dispositivos De Promoção Da Saúde. Psicologia: Ciência E
Profissão, 2007. Disponível em https://doi.org. Acesso em 05 mar 2023.

NUNES, S., O corpo do diabo entre a cruz e a caldeirinha. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2000.

NUNES, S. A. Afinal, o que querem as mulheres? Maternidade e mal-estar. Psicologia


Clínica, Rio de Janeiro, v. 23, p. 101-115, 2011.

PASTORE, J. A. D. Psicanálise e linguagem mítica. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 64,


p. 20-23, 2012.

PEREIRA, A, H; BARBOSA, G, V, E; SOUZA, R, A, O; KUHLL, R, Q. Liderança


Feminina: Um estudo de caso na Assistência Médica Hospitalar São Lucas. 2018.
Monografia (Graduação em Administração) - Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium.

PIRES, T. A mulher na psicanálise: Estudo exploratório. ISPA - Instituto Universitário,


2012. Disponível em http://hdl.handle.net. Acesso em 19 fev. 2023.

POESCHL G. S, CLÉMENCE A., Representações da masculinidade e da feminilidade e


retratos de homens e mulheres na literatura portuguesa. Psicologia, 28(1), 31-46, 2004.

RENESCH, J. E. Liderança para uma nova era. São Paulo: Editora Cultrix, 2013.

ROMARO, R. A. Ética na Psicologia. Editoras Vozes Limitada, 2014.


PA

ROSENDO, A. 10 termos para compreender a luta das mulheres contra o patriarcado.


2017 Disponível em: https://sismuc.org.br. Acesso em: 29 ago. 2022.

ROSO, A. Psicologia Social da saúde: tornamo-nos eternamente responsáveis por aqueles


que cativamos. Aletheia, n. 26, p. 80-94, 2007.

ROVAI, M. G. de O; BRANCO, N. de A. C. Mulheres sobreviventes no Piauí: violência


severa de gênero e patriarcado. Revista Estudos Feministas, v. 29, 2021.

SALDANHA, M.; NARDI, H. Uma psicologia feminista brasileira? Sobre destaque,


apagamento e posição periférica. Rev. psicol. polít, São Paulo, v. 16, n. 35, p. 35-52, abr. 2016.
Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org. Acesso em: 23 jun. 2023.

SANTORO, V. Sexualidade feminina: um enigma a ser decifrado, Belo Horizonte, p.


67a 72, 2016. Pagamento e posição periférica. Revista Psicologia Política, v. 16, n. 35, p.
35-52, 2016.

SIGAL, A. M. Entre ensinar psicanálise e formar psicanalistas. Escritos


metapsicológicos e clínicos, p. 361-370, 2009.

SONNET, M. Uma filha para educar. In: DUBY. Georges & Perrot, Michelle. História
das Mulheres no Ocidente. Volume 3: Do Renascimento à Idade Moderna. Porto:
Afrontamento. São Paulo: Ebradil, 1991.

VASCONCELOS, V. N. P. Visões Sobre As Mulheres Na Sociedade Ocidental. Revista


Ártemis, [S. l.], n. 3, 2005. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br. Acesso em: 19 fev.
2023.

VIEIRA, M. M. F.; ZOUAIN, D. M. Pesquisa qualitativa em administração. 2. ed. Rio


de Janeiro: FGV, 2006.

WINOGRAD, M.; MENDES, L. da C. Mitos e origens na psicanálise freudiana.


Cadernos de psicanálise, v. 34, p. 225-243, 2012.

WOBETO, S. Psicologia Feminista: abordagem terapêutica a partir das desigualdades


de gênero.2022. Disponível em: https://www.ufsm.br. Acesso em: 31 ago. 2022.

Você também pode gostar