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Ainda que nos deparamos com várias temáticas pelas quais nos perpassa, tanto
como um futuro profissional na área de psicologia como também em um aspecto pessoal,
o debate sobre a história de vida de mulheres e saúde da família pode me trazer inúmeros
atravessamentos, que foram despertados a partir da leitura de dois artigos: “Historias de
vida de Mulheres e saúde da família: algumas reflexões sobre gênero” (2009) e “A
dicotomia do ser: de mulher a mãe – as possíveis mudanças a partir da maternidade”
(2020), que puderam ser pontuados em aula juntamente as reflexões propostas pelo
professor e colegas ali presentes. O tema abordado pelo grupo teve como objetivo, discutir
a construção sócio-histórica sobre gênero, trazendo reflexões a cerca das consequências
para a vida e saúde das mulheres que encaram essa realidade estrutural que não leva em
conta a subjetividade e pluralidade feminina.
Em um dos artigos, foi possível analisar a vivencia de duas mulheres que relataram
suas histórias a partir de uma entrevista brevemente roteirizada, ambas haviam nascido
antes do movimento feminista e faziam parte de um programa de caminhada do PSF de
Curitiba. Para a análise dos depoimentos, os autores utilizaram a hermenêutica dialética
proposta pelo Minayo (2004), que oferece a possibilidade de compreensão do sujeito a
partir do seu contexto sócio-histórico, como proposto inicialmente na pesquisa
qualitativa. Após a análise que pudemos fazer quanto grupo, sobre as entrevistas disposta
ao longo do artigo, foi possível perceber diversas situações que ainda nos percorrem até
hoje, prejudicando a saúde psíquica e física de todas nós, a partir de um lugar socialmente
ocupado, que ainda como uma mulher brasileira está presa na ambiguidade do discurso
progressista e dos modelos tradicionais, que advém de uma característica de passividade
apresentada pelas mulheres.
Entendo a subjetividade do que significa ser mulher ainda hoje, percebemos que
tal fenômeno é tecido por diversas aquisições sociais, como por exemplo: tensões
culturais, políticas e religiosas, que puderam ser avaliadas de maneira distintas pelos
estudos aqui apresentados, onde foram vivenciadas e relatadas anteriormente e
posteriormente ao movimento feminista. Enxergar o avanço, ainda sem anular a
problemática, é necessário para que possamos denotar essas questões ainda com mais
deliberação frente os posicionamentos contrários. E para além disso, como futuros
profissionais, entender o papel da psicologia dentro desse contexto faz com que possamos
nos tornar um agente progressivo no cenário de saúde pública, buscando entender as
condições sócio-históricas enfrentadas, para que assim, possamos ser informantes de
outras mulheres usuárias sobre seus direitos e deveres dentro de cada trajetória. Buscando,
portanto, o que o artigo denomina de fato como “empoderamento”, no sentido de retomar
a consciência vivida ali por elas.
Nesse sentido, devemos retornar a ideia de que para alcançamos ainda maus
mudanças, precisamos tornar consciente as realidades contemporâneas de cada narrativa,
buscando derrubar barreiras por meio de determinação pessoal e esforço coletivo. Para
além disso, é necessário trazer um reflexo profissional de todos os atravessamentos
pautados na prática do ser psicólogo, se tornando voz a todas aqueles que não puderam
ter acesso aos seus deveres e sobretudo direitos dentro dos ambientes menos favorecidos
de pautas sociais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS