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Docente: Eduardo Neves

Discente: Ana Léa do Rosário Caetano

Relato Reflexivo: A medicalização do corpo feminino.


A apresentação em questão me conquistou sobretudo pelo tema, apesar de o corpo feminino estar
dentre um dos assuntos mais discutidos na contemporaneidade, a pauta da medicalização sobre esses
corpos não é algo que eu veja como um assunto fortemente abordado; logo, ter contato com esse
conteúdo me trouxe muitas reflexões diante do que foi discutido em sala, no resumo digital
apresentado pelo grupo e com base nas minhas próprias vivências e análises em relação a essa
temática.
A introdução do que é medicalizar foi muito importante para me fazer compreender esse conceito e
entender como essa ação se manifesta no corpo feminino, a palavra transformar me prendeu muito a
atenção no que tange à medicalização, pois como exposto no resumo digital do grupo, esse ato de
medicalizar surge justamente para transformar aspectos da vida cotidiana, de modo a assegurar
conformidade às normas sociais (Milles, 1991), esse trecho me deixou muito instigada e me fez
conseguir traçar diversas conexões de debates das aulas anteriores, sobretudo a que abordamos sobre a
tirania do diagnóstico, e como esse ato de diagnosticar e medicar surge dessa premissa de corrigir as
anormalidades que fogem dessa norma social, conforme citado por Milles e destacado pelo grupo.
Dentro de todo esse contexto, surge a figura da saúde da mulher e como essa medicalização possui
concepções restritas e amplas, dentro desse parâmetro de concepção restrita o grupo explicou muito
bem em relação a aspectos biológicos e anatômicos do corpo feminino e trouxe a problematização
desse estudo pautado exclusivamente na função reprodutiva e em como a maternidade é tida como
principal atributo, a partir deste ponto eu já consegui estar imersa na discussão e fazer muitos links
com artigos e discussões sobre a maternidade, como por exemplo o artigo da Londa Schiebinger.
Dentro dessa problematização levantada pelo grupo surge a questão da saúde da mulher se limitar à
saúde materna ou à ausência de enfermidades no processo de reprodução e como essa ação instaura
um controle social com base na reprodução biológica impondo padrões de comportamento,
estereótipos e até mesmo nas diferenças de classe social e raça/etnia. Diante disso, um outro ponto que
me chamou muito à atenção e me fez refletir é em relação ao aborto, e como até hoje na sociedade
contemporânea esse controle dos corpos femininos é forte, a partir da discussão sobre maternidade e
reprodução a criminalização do aborto se constitui como controlador social e de gênero.
Em suma, a apresentação foi enriquecedora para o meu intelecto e como fiz e faço questão de
reinterar, a partir da discussão do grupo eu consegui ter muitos gatilhos e entender mais sobre esse
assunto que até então era pouco pensado por mim.

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