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mulheres”.

Vamos entender a importância deste Objetivo de Desenvolvimento Sustentável


para que o mundo seja mais igualitário em todos os sentidos?

Uma mulher vivendo, hoje, em um país em desenvolvimento, certamente tem um futuro com
mais oportunidades do que tiveram sua mãe e sua avó. Afinal, vários são os aspectos que
estão melhores para as mulheres no século XXI. Mais garotas estão na escola do que nunca
antes. A população está um pouco mais longe da miséria: entre 1995 e 2015, a porcentagem
de pessoas vivendo em extrema pobreza caiu 26% no mundo. Neste mesmo período, a
proporção de mulheres que se casaram quando crianças diminuiu 15%, de uma em cada
quatro para aproximadamente uma em cada cinco. E a taxa global de mortalidade materna
caiu 38% entre 2000 e 2017.

Ainda assim, quase meio bilhão de mulheres e meninas com 15 anos ou mais de idade são
analfabetas. E mais meninas do que meninos estão fora da escola. A pobreza também tem
rosto de mulher: entre os 25 e 34 anos, as mulheres têm 25% a mais de chance de viver em
extrema pobreza do que os homens. Quanto ao casamento infantil, cerca de 12 milhões de
meninas se casam antes dos 18 anos anualmente no mundo.

Ou seja, há bastante chão a ser trilhado no caminho para uma sociedade em que as
disparidades de gênero deixem de existir. Uma sociedade em que mulheres e meninas –
metade da população do mundo – não sejam mais deixadas para trás.

“Apenas metade é uma parte igual, e apenas igual é suficiente.”

Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da ONU Mulheres

Mas os fatores que contribuem para que as mulheres sigam em desvantagem não podem ser
vistos de forma isolada. A discriminação baseada no gênero é constantemente atravessada por
outras, principalmente envolvendo raça e classe. As relações entre as diferentes formas de
opressão compõem o que chamamos de interseccionalidade. Por este motivo, o ODS 5 – que
aborda a igualdade de gênero – é central para a Agenda 2030.

Você pode entender melhor do que trata a Agenda 2030 e quais são os objetivos propostos
por ela em nosso texto ODS: o que esta sigla significa e como ela impacta o mundo hoje.

Igualdade de gênero não é apenas um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


propostos, mas também um pilar para que todos os outros sejam alcançados. A perspectiva de
gênero na implementação e no monitoramento da agenda não é, desta forma, somente um
objetivo, mas uma forma de abordar todas as desigualdades, já que mulheres e meninas são
desproporcionalmente e sistematicamente afetadas por elas.

Publicado em 20/08/2020.

Sobre o ODS 5 e o caminho para a igualdade de gênero


“Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”, assim o ODS 5 se
apresenta. Mas como dar conta deste propósito, considerando as complexidades e
transversalidades que existem quando o assunto é disparidade de gênero?

As nove metas nas quais o ODS 5 se desdobra procuram envolver as dimensões mais
relevantes desta questão, passando por temas como violência, discriminação, reconhecimento
do trabalho doméstico não remunerado, políticas de redução das desigualdades de gênero,
entre outros.

Vamos conhecê-las?

Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres e meninas em toda
parte;

Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas
e privadas;

Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prematuros;

Reconhecer e valorizar o trabalho de assistência e doméstico não remunerado;

Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a


liderança;

Assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos;

Realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o
acesso à propriedade e controle sobre a terra;

Aumentar o uso de tecnologias de base, em particular as tecnologias de informação e


comunicação, para promover o empoderamento das mulheres;

Adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de


gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas.

Para uma leitura completa das metas relacionadas a este objetivo, acesse a página do ODS 5
no site da ONU!

Muitas destas questões tiveram sua importância demarcada dez anos antes da criação dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, na Declaração e Plataforma de Ação de Pequim.
Este documento, considerado o marco normativo mais avançado e progressista com relação
aos direitos das mulheres, foi resultado da IV Conferência Mundial Sobre a Mulher, que
aconteceu em 1995, na cidade de Pequim, na China. Adotada por 189 países, a declaração
identifica 12 áreas prioritárias de preocupação:

Crescente proporção de mulheres em situação de pobreza;

Desigualdade no acesso à educação e à capacitação;


Desigualdade no acesso aos serviços de saúde;

Violência contra a mulher;

Efeitos dos conflitos armados sobre a mulher;

Desigualdade quanto à participação nas estruturas econômicas, nas atividades produtivas e no


acesso a recursos;

Desigualdade em relação à participação no poder político e nas instâncias decisórias;

Insuficiência de mecanismos institucionais para a promoção do avanço da mulher;

Deficiências na promoção e proteção dos direitos da mulher;

Tratamento estereotipado dos temas relativos à mulher nos meios de comunicação e a


desigualdade de acesso a esses meios;

Desigualdade de participação nas decisões sobre o manejo dos recursos naturais e a proteção
do meio ambiente;

Necessidade de proteção e promoção voltadas especificamente para os direitos da menina.

Em 2020, a Declaração de Pequim completa 25 anos. E os ODS completam cinco. Entramos na


Década da Ação, um movimento global lançado na Cúpula dos ODS para impulsionar medidas
que ajudem a tornar a Agenda 2030 e todos os seus objetivos uma realidade nos próximos dez
anos. Mas que progressos precisam acontecer quando o assunto é gênero?

redor do mundo não estão empregadas, estudando ou em treinamento. Entre os homens, essa
taxa é de 14%.

Para que ela tenha as mesmas oportunidades de um homem para equilibrar trabalho
remunerado e tempo dedicado a cuidados

Hoje, as mulheres realizam muito mais serviços de assistência não remunerada do que os
homens. E isto limita suas oportunidades de trabalho remunerado: 58% das mulheres de 25 a
29 anos fazem parte do mercado de trabalho, em comparação com 90% dos homens.

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