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Introdução e apresentação
As desigualdades de género não são um fenómeno novo, antes pelo contrário, estão
associados a origem da humanidade, pois desde os primórdios do homem existe a tendência
de um sexo ser inferiorizado em relação aos outros. Esse fenómeno foi passando de geração
em geração e chegou aos nossos tempos (século XXI) tendo como uma das graves
consequências a pobreza e exclusão da mulher nas questões, sociais, politicas, económicas e
culturais. Ademais, essas descriminações são mais notórias em África, em geral e
Moçambique em particular.
É assim que, o presente projecto de pesquisa propõe-se a estudar a relação entre as politicas
nacionais para igualdade de género e o empoderamento da mulher moçambicana, analisando
os factores que favorecem a plena operacionalização dessas politicas como o sucesso na
execução dessas politicas aumenta a participação da mulher nas mais variadas vertentes e
âmbitos da vida económica, política, social e cultural de Moçambique (Agy,2020:35). É
importante ressaltar que, nesta pesquisa, a igualdade de género é vista na perspectiva de
direito fundamental do homem, base para a democracia, tais como o direito de opinião,
liberdade de pensamento, direito de expressão e o acesso a todo tipo de conteúdo legalmente
estabelecido como sendo do domínio e interesse do cidadão. Enquanto que, por
empoderamento refere-se ao desenvolvimento de modelos de auto-cohecimento, através do
qual as pessoas adquirem ou fortalecem o seu sentimento de poder, competências de auto-
valorização e auto-estima (Herriger, 2006).
Contextualização
De facto, tanto no sistema internacional como a nível local, embora se tenham observado
importantes progressos no papel da mulher relativamente à sua escolarização e posição no
mercado de trabalho, a feminização da pobreza continua a ser evidente, particularmente em
países considerados ‘em desenvolvimento’, como é o caso de Moçambique. A relação entre
pobreza e género é, assim, multifacetada e apresenta-se em três circunstâncias principais: pela
falta de rendimento e de bens capazes de satisfazer as necessidades básicas da população em
forma de comida, vestuário e alojamento; pela falta de uma voz activa que se faça sentir, pela
impossibilidade de poder contribuir para as instituições civis e/ou estatais e pela sua
vulnerabilidade perante a capacidade de lidar com choques adversos através das suas relações
sociais e através das diversas instituições legais (Metro, 2015:45).
Justificativa
A relevância da pesquisa pode, ainda, ser visualizada nas seguintes dimensões: Na dimensão
prática, a pesquisa é imprescindível pois procura aferir sobre os factores que influenciam
negativa ou positivamente na operacionalização da política de género e na maximização ou
aumentar a participação da mulher nos principais órgãos de tomada de decisão, redução da
pobreza da mulher, aumento da empregabilidade feminina e do número de raparigas nas
escolas.. E, por fim, na dimensão académica, a pesquisa servirá de referência ou suporte para
as futuras pesquisas em temas relacionados a igualdade de género e empoderamento da
mulher aliada a escassez de pesquisas académicas sobre a mesma temática.
Objectivos da Pesquisa
Objectivos específicos
Formulação do problema
Há diversas opiniões sobre a relação entre instrumentos legislativos, as leis sobre a igualdade
de género e o empoderamneto da mulher e autores como (Maúngue, 2021: 5) defende que o
estabelecimento de leis e a criação de instituições (por exemplo, o ministério do Género,
Mulher, Criança e acção social em Moçambique) não é a condição suficiente para que haja a
igualdade de género e muito menos para que se observe/alcance a emancipação e
empoderamento da mulher, pois, este é um resultado de processos complexos de remoção de
barreiras económicas, políticas sociais e culturais, que muitas vezes requer uma prática
ponderada de descriminação a favor da mulher (s/a,2014:02 1). De facto, ao se descriminar
positivamente a mulher incorresse ao risco de se cair n uma situação em que a mulher fica
dependente da mesma para conseguir emprego ou se destacar diante do homem,
consequentemente são menos competitivas que o sexo masculino.
1
https://www.preventionweb.net/files/16411_genderpolicy.pdf Consultado no dia 22 de Março de 2021.
últimas eleições, em Outubro de 2014, a percentagem de MAR observou uma diminuição
ligeira para 38 por cento. Moçambique está classificado como o 14o entre 145 países em
termos da representação de mulheres no parlamento.
Igualdade de género
Empoderamento
Freire (1986) propôs uma concepção de empoderamento que encara o termo como o
“empoderamento da classe social”, ou seja, um processo que não é de natureza individual,
mas social. De acordo com o autor, o empoderamento é mais do que um evento individual ou
psicológico, configurando-se como um processo de acção colectiva que se dá na interacção
entre indivíduos e que envolve, necessariamente, um desequilíbrio nas relações de poder na
sociedade.
Procedimentos Metodológicos
Sendo assim, a população assim como a amostra para o estudo será estratificada. Por um
lado, será seleccionado o pessoal técnico das instituições públicas, por outro lado, o(a)
cidadão comum, também ter-se a em conta o nível de escolaridades da(o) mesma(o). E, para
determinar a população e a amostra será feita a soma dos extractos (pessoal técnico) com a
população moçambicana.
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No método hipotético-dedutivo, de acordo com Kaplan (1972:12): "..o cientista, através de uma combinação
de observação cuidadosa, hábeis antecipações e intuição científica, alcança um conjunto de postulados que
governam os fenômenos pelos quais está interessado, daí deduz ele as consequências por meio de
experimentação e, dessa maneira, refuta os postulados, substituindo-os, quando necessário, por outros, e assim
prossegue".
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Este método fundamenta-se na aplicação da teoria estatística da probabilidade e constitui importante auxílio
para a investigação em ciências sociais. Há que se considerar, porém, que as explicações obtidas mediante a
utilização do método estatístico não podem ser consideradas absolutamente verdadeiras, mas dotadas de boa
probabilidade de serem verdadeiras (Gil, 2008:17).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS