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1O ANO, 2023.
1.1.Objectivos.
A escolha dos objectivos é preponderante para a produção de trabalho científico, pois, é com
base neles que conseguimos adequar as metodologias; que constituem a luz de qualquer
pesquisa. Para Marconi & Lakatos (2002, p.24) “toda pesquisa deve ter um objectivo
determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar. E definir objectivos
de pesquisa é um requisito para desenvolver uma pesquisa científica.
1.1.1.Objectivo geral
Discutir as desigualdades sociais e ética nos países da SADC.
1.1.2.Objectivos específicos
Definição de palavras-chave e interpretar,
Descrever as acções para melhoria e combate as desigualdades.
1.2.Metodologias
A metodologia empregue para realização do presente trabalho foi de revisão de leitura do manual
que versa sobre desigualdades sociais e ética nos países da SADC.
2. Desigualdades sociais e ética nos países da SADC
Dicio (2019) define desigualdade social como sendo o Fenómeno social que diferencia os
indivíduos, colocando alguns em condições mais vantajosas que outros; materializa-se no espaço
social, podendo ser intelectual, económico ou se apresentar sob outras formas (género, raça etc.).
A desigualdade não significa diversidade (no sentido de que nem todos são iguais), mas que
representa a ideia de falta de equilíbrio entre duas ou mais partes envolvidas. Em geral o termo
em si é colocado como sendo a relacionado com questões sociais e de acesso ao mesmo padrão
de vida, fenómenos que tem a ver com a sociedade e que representam o estabelecimento de
hierarquias sociais, diferenças e distinções entre diversas classes ou grupos sociais.
Outras formas de desigualdades são devidas a xenofobia que graçou a África do Sul, as guerras
na República Democrática do Congo, alguns conflitos religiosos ou armados no norte de
Moçambique e a constante instabilidade política que graça Madgáscar, causando outras formas
de desigualdade no acesso aos recursos, levando a existência de refugiados políticos e
ambientais. Pacífico & Gaudêncio (2014, p.135) alicerçam-se também nessa afirmativa quando
dizem que actualmente a maior parte dos refugiados é devida a problemas étnicos, religiosos que
culminam com a desigualdade, problemas de saúde, violência e insegurança. Gostaria aqui
destacar a não aceitação de diversidade de ideias. Por exemplo, em Moçambique são
assassinadas pessoas, intelectuais, jornalistas ou mesmo políticos só por terem ideias diferentes.
Falo de pessoas que não são políticos ou que não fazem política. Falo de meros opinadores.
Há mais formas de desigualdades, como por exemplo, a existência de favelas ou guetos, fome e
miséria, mortalidade infantil, desemprego, baixa qualidade de ensino público, aumento da
criminalidade, surgimento de diferentes classes sociais, atraso no desenvolvimento da economia
no país, dificuldade de acesso aos serviços básicos, como saúde, transporte público e saneamento
básico, diminuição do acesso a actividades culturais e de lazer, etc. etc.
Partidos que lutaram para libertar os povos da SADC transformaram-se no centro para acesso a
todas formas de recursos negando as suas gentes e populações o acesso aos mesmos recursos,
criando-se desigualdades que a cada minuto parecem estar a avolumar. Dizer que as transições
realizadas a nível da SADC pós independências e pós apartheid estão todas imbuídas numa
autêntica malícia de parto, Coelho (2011) afirme que “em termos políticos, tais transições
envolvem a substituição dos antigos regimes autoritários, caracterizados pelo colonialismo, pelo
apartheid ou por sistemas de partido único, por uma nova ordem democrática dirigida por
governos eleitos” e “em termos económicos, elas dizem respeito ao surgimento de novas
economias liberais de mercado.
A relação entre os estados da SADC é de uma cumplicidade política vinda dos entre apoios das
guerras para a independência, causando monoculturas5 agrárias, rendimento produtivo baixo6,
dificuldades de acesso a terra, falta de habitação, qualidade de ensino bastante fraco, entre outras
formas patentes na actual conjuntura da SADC, roçando a uma imaginável desigualdade entre a
nova classe oligarca, as periferias, dentro das cidades e a relação campo-cidade bastante frágil.
As desigualdades não devem ser entendidas somente em termos de rendimento e riqueza. Podem
ser “económicas, políticas, sociais, culturais, ambientais, espaciais e com base no conhecimento”
(ISSC, 2016).
No caso da SADC Coelho (2011) entende que “apesar da vontade da maioria dos países da
região em levar até ao fim tais transformações, e da evidência dos passos concretos que estão
a ser dados nesse sentido, as transições são fenómenos complexos e não seguem itinerários
pré-determinados. Pelo contrário, manifestam sempre avanços e recuos, uma vez que o que
as faz mover são actores sociais concretos com interesses diversos, ou mesmo contraditórios,
num contexto regional em que nem sempre é clara a distinção entre aquilo que se consideram
interesses nacionais e o que é o interesse regional comum. Muitas vezes este último é
encarado até como estabelecendo uma relação de conflito com os interesses nacionais.
Bielschowsky & Torres (2018, p.235) afirmam que apesar dos avanços, persistem altos níveis de
desigualdade, que conspiram contra o desenvolvimento e são uma poderosa barreira para a
erradicação da pobreza, a ampliação da cidadania e o exercício dos direitos, assim como para a
governabilidade democrática. Assim sendo, só reduzindo essas desigualdades é que se pode
avançar no desenvolvimento sustentável.
O que pode-nos levar como pretexto a tocar também no objectivo (Ação Climática) dos ODS o
Fernandes (2015) olha dizendo que é necessário actuar simultaneamente ao nível da mitigação,
reduzir as emissões de gases com efeitos estufa (GEE) e ao nível da adaptação e minimizar a
vulnerabilidade em relação aos efeitos negativos das alterações climáticas. É do conhecimento
geral e está plenamente demonstrado que as alterações climáticas constituem um problema à
escala global, pelo que as decisões relativas quer à mitigação quer à adaptação envolvem acções
e opções a todos os níveis da tomada de decisão, do local ao internacional, envolvendo todos
governos nacionais.
Lelé (2013) e Viriato Soromenho-Marques (2012) reflectem sobre isso chegando mesmo a
admitir que há problemas graves na relação desenvolvimento sustentável e os hábitos que devem
ser criados para esse desenvolvimento. Veja-se agora os conflitos infindáveis que estão a ocorrer
na áfrica do sul entre a maioria negra e os agricultores brancos. Veja-se os vários conflitos que
ocorrem na província de Tete – Moçambique para a extracção do carvão de Moatize onde se
elimina a vida selvagem de vários kilómetros de terra e a vida das populações. Os conflitos
existentes na Bacia do Rio Rovuma – Moçambique com as companhias petrolíferas após
descobertas de jazigos de gás; Os conflitos em Nhamanumbir – Moçambique devido a extracção
de pedras preciosas, etc. etc. São conflitos que estão sendo criados entre a natureza e o homem,
entre o homem e as multinacionais, agravando o nível de pobreza, a nomadez da população, a
exclusão social, a falta de infra-estruturas, em suma a degradação da responsabilidade social com
culpa explícita para os estados.
A parceria é uma estrutura em rede e é uma estratégia de trabalho colaborativo (Carmo et al.,
2015), que de certa forma é um dos maiores pilares para a intervenção social, porque a parceria é
um trabalho de um conjunto de pessoas, grupos, equipas e organizações dotado de
heterogeneidade e identidade.
Ela, segundo Carmo et al. (2015), deve partir de uma população alvo, delinear plano de acção,
objectivos gerais e específicos, estratégias e actividades, conceber um plano de monitoria e
avaliação, atendendo aos quatro tipos de exigências:
A parceria não deve esquecer as competências das pessoas. Se atendermos que melhor é primeiro
as competências das pessoas que vão integrar a parceria, o que chamamos de cidadania, então
uma parceria é também um exercício de educação para a cidadania e fonte para a eliminação de
desigualdades.
4. Considerações Finais
O presente trabalho versou sobre as desigualdades sociais, para concluir este trabalho tenho a
dizer que, é necessário ter em conta a “escala estruturante das organizações e redes integrantes na
SADC (escala meso), daí que o trabalho colaborativo em rede passa aqui a ter um papel
fundamental, mas extremamente exigente” (Carmo, 2019), porque obriga a se ter “um nível
elevado de responsabilidade social dos indivíduos e das organizações, particularmente se a rede
for suficientemente apertada assumindo a forma de parceria” (Idem).
5.Referências Bibliográficas
GIL, A. C. (1999). Métodos e técnicas da pesquisa social. (5a ed.). São Paulo: Brasil. Editora
atlas.
GIL, A. C. (2002). Como elaborar projecto de pesquisa. (3ª ed.). São Paulo: Brasil, Atlas.
LAKAKOS, E.M &. MARCONI. (2010) Fundamentos de Metodologias Científica. (6ª ed.). São
Paulo: Atlas
Southern Africa Development Community [SADC] (2012). Política da SADC. Política da SADC
para o Desenvolvimento, Planeamento e Monitorização de Estratégias. Gaberone: MCBS.