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POLITICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA

POPULAÇÃO NEGRA
SAÚDE, BIOÉTICA E SOCIEDADE

MAYARA SQUEFF JANOVIK


FELIPE BARTH JORGE, JOÃO VITOR COSTA CANEDA TEIXEIRA, MYLENA
CARBONERA ALBANI, RAFAEL WOLFF VASQUES E TAIANE DA CRUZ VALVITZ
• Surge após a proclamação da República no
Brasil, em 1889, um ano após a abolição da
escravatura.
• Este novo sistema não trouxe grandes ganhos
para população negra, uma vez que acabou
marginalizando-a
UM NOVO • Para reverter este quadro, os libertos e seus
SISTEMA descendentes criaram movimentos de
mobilização negra no Brasil, iniciando assim
POLÍTICO FOI dezenas de grupos em alguns estados da nação.
IMPLANTADO • Surgiu o que foi denominado na época de
“imprensa negra”, que era constituída por
jornais publicados e elaborados pela população
negra para tratar de suas questões. Esses jornais
tinham enfoque nas mazelas que a população
negra tinha de enfrentar, como no âmbito de
trabalho, habitação, educação e saúde.
Princiais Doenças de Caráter Étnico da População Negra
Anemia Falciforme e Doenças Hipertensão Arterial Síndromes Hipertensivas na
Falciformes Gravidez

Deficiência de Glicose-6-Fosfato Desidrogenase Diabetes Mellitus

Problemas Decorrentes das Condições de Vulnerabilidade Social


Desnutrição Doenças do trabalho DST/Aids

Mortes Violentas Mortalidade Infantil Sofrimento Psíquico

Transtornos Mentais Doenças infecciosas e parasitárias Problemas decorrentes de


(derivados do uso de álcool e gravidez, parto e puerpério
drogas)
POLÍTICA
NACIONAL DE
SAÚDE INTEGRAL
DA POPULAÇÃO
NEGRA
• Criação da portaria nº 992, de 13 de maio de 2009, é instituído a política nacional de saúde
integral da população negra.

• Vem de encontro com o artigo 3º, inciso IV da constituição federal de 1988, onde se diz que
constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: Promover o bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação (princípio de equidade no SUS).

• Objetivos: Promover a saúde integral da população negra, priorizando a redução das


desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e
serviços do SUS; Garantir e ampliar o acesso da pessoa negra residente no campo, floresta ou
zona urbana, em particular as zonas periféricas e os quilombos às ações e serviços de saúde;
Combater as discriminações de gênero e orientação sexual, abusos, exploração e violência,
assédio moral; Definir e pactuar, junto às três esferas de governo, indicadores e metas para a
promoção da equidade étnico-racial na saúde, fomentar a realização de estudos e pesquisas
sobre racismo e saúde da população negra, dentre outros.
• Os serviços de atenção a população negra vão desde a atenção básica, passando pela
média e alta complexidade.

• O tratamento pelo SUS de doenças que mais afetam a população negra, como é o
caso da anemia falciforme, alcança cerca de 40 mil pessoas.

• O atendimento inclui exames de rotina e dispensação gratuita de medicamentos.

• A cada ano, aproximadamente 2,4 milhões de recém-nascidos fazem o exame de


Doença Falciforme pelo SUS, ou seja, uma cobertura de 83,2% das crianças que nascem
no país. As comunidades quilombolas são priorizadas no Programa Mais Médicas,
recebendo investimentos em infraestrutura e profissionais para atuarem nessas
localidades. São 249 municípios com comunidades quilombolas atendidos pelo
programa, que possuem um ou mais médicos, somando 1.630 ao todo.
A PSICOLOGIA
INTEGRADA A REDE
• A psicologia brasileira se posicionou por bastante tempo como cúmplice do
racismo, produzindo conhecimento que o legitimasse, validando cientificamente
estereótipos infundados por meio de teorias eurocêntricas discriminatórias, e por tomar
por padrão uma realidade que não contemplava a diversidade brasileira.

• Somente a partir dos anos 2000, os resultados do Movimento Negro(a) – representado,


principalmente por psicólogas negras – passaram a influenciar parte das(os) profissionais
da Psicologia fazendo com que o tema se disseminasse e estivesse cada vez mais dentro
dos debates e instituições;

• Apesar de diversas áreas da Psicologia contribuírem para a temática, a Psicologia Social


tem sido o campo teórico mais utilizado e mais interessado no tema.
“Relações Raciais: Referências Técnicas para a Prática da(o)
Psicóloga(o)”

• Documento apresentado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), em setembro de


2017, à população e à categoria;

• Elaborado no âmbito do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas


Públicas (Crepop).

• Nesse documento foi feito um apanhado de contribuições teórico-técnicas atinentes ao


campo psicológico desenvolvido no Brasil e que se voltam para a temática étnico-racial.
• Os artigos teóricos do campo da psicologia social utilizados investigaram temas como:

o As origens do preconceito racial e suas formas de expressão;


o as consequências do preconceito para as vítimas de racismo
o influências de teorias raciais no desenvolvimento da Psicologia.

• Nota-se a escassa produção entre as(os) psicólogas(os) sobre relações raciais, indicando que a
negação da temática na sociedade tem sido repetida na Psicologia, ainda que os artigos
publicados colaborem significativamente para a discussão do tema .

A população negra apresenta :


o altas taxas de mortalidade materna e o graves índices de mortalidade de jovens
infantil, e adultos pela violência urbana, drogas e
o prevalência de doenças crônicas e álcool.
infecciosas;
OBS: Muito disso agravado por essas pessoas representarem a maioria da população pobre
do país
Racismo Estrutural Racismo Institucional
Formalização de um conjunto de práticas Sistema de desigualdade que se baseia em
institucionais, históricas, culturais e raça que pode ocorrer em instituições como
interpessoais dentro de uma sociedade que órgãos públicos governamentais,
frequentemente coloca um grupo social ou corporações empresariais privadas e
étnico em uma posição melhor para ter universidades (públicas ou particular).
sucesso e ao mesmo tempo prejudica
outros grupos de modo consistente e
constante causando disparidades que se
desenvolvem entre os grupos ao longo de
um período de tempo

OBS: São reforçados pela falsa noção de democracia racial, a qual infere a ideia de que, por
conta de o Brasil ser um país construído à partir da miscigenação, tornando as questões sociais
irrelevantes e alegando que progrmas sociais apenas reforçam as ideias discriminatórias.
Papel da Psicologia

• Pode contribuir para melhor compreensão, enfrentamento e superação de sentimentos,


hábitos e questões envolvidas em relações raciais racistas, além de colocar sua teoria e
técnica a serviço da compreensão sobre a “construção subjetiva da negritude”.

• Busca dar força a um novo momento da Psicologia a respeito das relações raciais, em que a
Psicologia tenha voz e se posicione no enfrentamento do racismo estrutural e institucional,
que afeta diretamente a saúde e bem estar dessa população, com teorias e práticas em prol da
igualdade racial e saúde psíquica de brasileiros(as) das diversas configurações raciais;

• Programas como a Política Nacional de Saúde Integral da Pessoa Negra (PNSIPN)


propõe-se a repensar a igualdade de ações e serviços, buscando reaver o discurso de
“Saúde, direito de todos e dever do estado” que tem deixado de lado a população
negra;
Papel da Psicologia
• O compromisso da Psicologia com a temática racial não diz respeito apenas à área de Psicologia
Social, nem significa apenas o desenvolvimento de teorias e técnicas específicas para essa
população; este é um compromisso que diz respeito à toda categoria de diversas formas;

• Diagnóstico da discriminação institucional, que pode começar pelo levantamento da


história da instituição com as relações raciais e com pessoas negras; pesquisas nos processos de
recursos humanos; o censo de funcionárias(os), o levantamento de práticas da organização com a
comunidade, parceiros, bem como a investigação a respeito do perfil da clientela, dos
fornecedores, dos prestadores de serviços em geral.

Permite identificar a discriminação institucional e os elementos que dificultam a igualdade de


oportunidade e tratamento, e traçar um plano de ação para democratizar e trazer
equidade para a instituição.

O plano de ação pode ser construído, discutido e implementado assegurando


corresponsabilidade das(os) funcionárias(os), gestoras(es), parceiras(os) e usuárias(os).
• É essencial que as instituições tomem atitudes comprometidas com a promoção da
igualdade; como políticas de promoção da igualdade e de inclusão; buscando garantir,
fomentar e proporcionar a igualdade, não apenas a não discriminação.

• Para possibilitar a intervenção, é fundamental: conhecer o panorama e identificar os


pontos críticos,

• Cabe identificar as ações já desenvolvidas pelos serviços que indicam desigualdades


raciais. Para tanto, é crucial, por exemplo, que o quesito cor esteja presente nos
formulários, fichas cadastrais das(os) usuárias(os), de modo a poder visualizar o perfil da
população atendida, bem como a forma com que as ações alcançam os diferentes grupos
raciais. Tal como a variável renda, sexo e idade, a raça/cor é também de grande relevância
ao conhecimento do perfil da(o) usuária(o) atendida(o) e suas especificidades, e é
elemento essencial ao reconhecimento das desigualdades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo buscou contextualizar o leitor quanto à existência de uma política nacional
de saúde integral da população negra contida na portaria número 992, de 13 de maio
de 2009, que dentre seus objetivos, tem por objetivo geral promover a saúde integral
da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate
ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços do SUS. Importante salientar
que apesar de termos avançado muito como sociedade e reduzido a desigualdade, ainda
não foi possível consolidar tais políticas no dia a dia, bem como o acesso a informação
por parte da população negra que muitas vezes não conhece a existência de uma
política voltada a ela. Cabe o esforço conjunto da sociedade, órgãos fiscalizadores e
órgãos públicos continuarem a garantir e promover o acesso da população negra a tal
política.
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR
(2007). Livreto: Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
Brasília – Distrito Federal

Domingues, P. Movimento Negro Brasileiro: alguns apontamentos históricos,


Disponível: <http://www.scielo.br> Acessado: 10/2019.

Goes, C. R., & Porto, A. Saúde da População Negra, Disponível:


<https://saude.rs.gov.br>Acessado: 10/2019.
REFERÊNCIAS
Teixeira, P. #SUS:Você conhece a Política Nacional de Saúde Integral da População
Negra? Disponível: <http://www.blog.saude.mg.gov.br> Acessado: 10/2019.

PORTARIA Nº 992, DE 13 DE MAIO DE 2009

Viana, M. N., Braghini, S. L., & Castelar. M.,.Relações Socias: Referências técnicas para
a atuação de psicólogas(os). Disponível: <https://site.cfp.org.br> Acessado: 10/2019.

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