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Racismo

O racismo é o ato de discriminar, isto é, fazer distinção de uma pessoa ou grupo por
associar suas características físicas e étnicas a estigmas, estereótipos, preconceitos. Essa
distinção implica um tratamento diferenciado, que resulta em exclusão, segregação,
opressão, acontecendo em diversos níveis, como o espacial, cultural, social.
A chegada dos europeus ao continente americano resultou num modo de enxergar
aqueles diferentes deles e totalmente desprovidos de traços culturais brancos, que os
europeus consideravam como civilizatórios. Tal cenário serviu para que eles se
apropriassem do território americano e tentassem aculturar os seus nativos
Os europeus iniciaram um processo de captura de africanos para que trabalhassem como
escravos. O processo de escravização estava embasado em uma ideologia de hierarquia
das raças
Ao enxergar outros povos como inferiores, os europeus viam-lhes como animais ou até
como objetos.

Racismo no Brasil
Entre o ano de 1501 até 1870, quase 13 milhões de africanos foram raptados de seus
países de origem, vendidos como mercadoria e transportados para a América.

Desse número, ¼ foi enviado para o Brasil, sendo que quase 2 milhões de pessoas não
chegaram ao destino, pois morreram de sarampo, sífilis, varíola, disenteria, entre outras
enfermidades.

Por conta do tráfico negreiro, que teve seu auge entre 1800 e 1850, o Brasil contava
com uma grande população negra até a segunda metade do século XIX. No entanto, as
condições precárias de alimentação, descanso, higiene, castigos físicos e jornadas
exaustivas nas lavouras restringiam a expectativa de vida dos escravizados.

Mesmo com a abolição da escravatura em 1888, a população negra não recebeu


incentivos para se integrar à sociedade livre, sendo então marginalizada e excluída.
Dados sobre o racismo no Brasil

Conforme dados do IBGE de 2018|4|, 56,10% da população brasileira declara-se como


preta ou parda. No entanto, quando observamos dados do mercado de trabalho, 68,6%
dos cargos gerenciais eram ocupados por brancos, e somente 29,9%, por pretos ou
pardos.

Já na taxa de força de trabalho subutilizada, isto é, pessoas que trabalham menos do que
gostariam, 29% era preta ou parda contra 18,8% de brancos subocupados. Na
representação legislativa, dentre os deputados federais, 75,6% eram brancos, contra
24,4% de pretos ou pardos. A taxa de analfabetismo entre pessoas brancas era de 3,9%;
entre pretos e pardos, era 9,1%. Nas taxas de homicídios por 100 mil habitantes na faixa
etária de 15 a 29 anos, a população branca tinha a média de 34,0, e a população preta ou
parda apresentava 98,5, ou seja, a chance de um jovem negro morrer de homicídio é
quase três vezes maior que a de um jovem branco.

A ocupação informal também é maior entre pretos e pardos (47,3%) do que entre


brancos (34,6%.) A desigualdade salarial é notória quando a renda média é estratificada.
O rendimento mensal de pessoas brancas naquele ano foi R$ 2.796,00, e o rendimento
mensal médio de pessoas pretas ou pardas foi R$ 1.608,00.

Além disso, mesmo sendo maioria no Brasil, esse grupo, em 2018, representou apenas
27,7% das pessoas com os maiores rendimentos; no entanto, no grupo com os menores
rendimentos, abarca 75,2% dos indivíduos. As condições de moradia da população preta
ou parda também apresenta desníveis em relação à população branca. Há mais pretos e
pardos residindo em domicílios sem coleta de lixo (12,5% contra 6,0% da população
branca), sem abastecimento de água por rede geral (17,9% contra 11,5% da população
branca) e sem esgotamento sanitário (42,8% contra 26,5% da população branca).

Levantamento realizado pelo Laboratório de Análises Econômicas, Sociais e Estatísticas


das Relações Raciais da UFRJ entre 2007 e 2008 constatou que, em 70% das ações por
racismo ou injúria racial daquele período no Brasil, quem ganhou foi o réu; em apenas
30% dos casos, a vitória foi da vítima. Conforme o Tribunal de Justiça do Rio Grande
do Sul, que a partir de 2005 passou a considerar dados sobre casos de injúria racial e
racismo, entre 2005 e 2018, somente 6,8% dos processos por esses crimes resultaram
em condenação no estado. Na Bahia, entre 2011 e 2018, somente sete processos por
racismo foram julgados, um por ano.

Por outro lado, o 13º Anuário da Violência, compilado pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública em 2019, aponta que, em 2018, 75,4% das vítimas da letalidade
policial eram pretas ou pardas, em sua maioria jovens e do sexo masculino. A
pesquisa também revela que mulheres negras representam 61% das vítimas
de feminicídio e 50,9% das vítimas de estupro. Dados do Departamento Penitenciário
Nacional (Depen), no último levantamento nacional realizado em 2016, apontam
que 65% da população carcerária brasileira é composta por pretos e pardos.

Essas dados ressaltam a urgência na promoção de políticas públicas voltadas para a


população parda e preta de forma a democratizar o acesso a serviços públicos e a
oportunidades.
Os dados listados a seguir, tirados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)|2|,
revelam o abismo social existente entre negros e brancos em nosso país:

 Enquanto brancos ganham, em média, R$ 2814 mensais, pardos ganham R$ 1606, e


negros ganham R$ 1570, segundo a PNAD de 2017.

 Segundo a PNAD de 2018, a taxa de desemprego entre negros e pardos (14,6% e


13,8%, respectivamente) era maior que a taxa de desemprego geral (11,9%).

 Dados da PNAD de 2015 apontam que negros e pardos representam 54% da população
brasileira. No entanto, eles representam 75% do grupo de 10% da população mais
pobre e 17,8% do grupo de 1% da população mais rica.

 Entre pretos e pardos, a taxa de analfabetismo gira em torno de 9,9%, enquanto o


analfabetismo entre brancos gira em torno de 4,2%.

 22,9% dos brancos com mais de 25 anos têm diploma de ensino superior; entre os
pretos e pardos, esse dado está em 9,3%."
Documentário Olhos Azuis

Em Olhos Azuis nos deparamos com todo o sentimento de humilhação e angústia de quem
sofre preconceito. O filme mostra um exercício criado pela educadora, socióloga e ativista
norte-americana Jane Elliott em 1968, após o assassinato do líder Martin Luther King. Na época
professora de crianças em Iowa, ela não sabia explicar o porquê da morte de King para a
turma, que elegera o líder como "herói do mês.

Então, a professora perguntou às crianças se elas gostariam de tentar um exercício para sentir
como uma pessoa negra era tratada nos Estados Unidos, e fez a segregação pela cor dos olhos:
dividiu a turma em olhos azuis e castanhos. Cada dia, um desses grupos foi considerado
melhor do que o outro – os "piores" tinham de usar um pequeno colar de tecido para se
diferenciar.

A equipe "melhor" ganhava privilégios extras, ignorava os outros colegas e se sentava na


frente da sala. Elliott também não permitia que eles compartilhassem bebedouros.

Os registros mostrados no documentário são assustadores. Rapidamente, as crianças no


comando se tornavam autoritárias e arrogantes. Há registros dos semblantes das crianças com
e sem o colar. A diferença é gritante.

Com a notoriedade do exercício (mas também com os problemas, já que muitos odiaram a
educadora pelo experimento) Elliott passou a repeti-lo com adultos, que conheciam a proposta
e aceitaram voluntariamente participar da experiência exibida no documentário. Mesmo
assim, a maioria deles ficou abalada emocionalmente, muitos choraram e, até aqueles que
tentaram resistir ao preconceito acabaram "abaixando a cabeça".

Entre um jogo psicológico e outro, Elliott questionava o grupo. Quando um deles foi
humilhado, por exemplo, ela pediu por que ninguém do grupo havia saído em defesa dele. A
resposta de um dos voluntários: "se você implica com o outro e não comigo, terei paz pelo
menos por pouco tempo".

Prontamente, Elliott respondeu com uma lição valiosa: se você vê uma situação de preconceito
e não reage para modificá-la, você é cúmplice.
Brasil com "P"
Pesquisa publicada prova
Preferencialmente preto, pobre
Prostituta, pra polícia prender
Pare, pense, por quê?
Prossigo
Pelas periferia praticam perversidades, PMs
Pelos palanques políticos prometem, prometem
Pura palhaçada, proveito próprio
Praias, programas, piscinas, palmas
Pra periferia? Pânico, pólvora, pápápá!
Primeira página
Preço pago? Pescoço, peito, pulmões perfurados
Parece pouco?
Pedro Paulo, profissão: pedreiro
Passa-tempo predileto: pandeiro
Preso portanto pó passou pelos piores pesadelos
Presídios, porões, problemas pessoais, psicológicos
Perdeu parceiros, passado, presente
Pais, parentes, principais pertences
PC, político privilegiado preso parecia piada
Pagou propina pro plantão policial
Passou pela porta principal
Posso parecer psicopata
Pivô pra perseguição
Prevejo populares portanto pistolas
Pronunciando palavrões
Promotores públicos pedindo prisões
Pecado, pena, prisão perpétua
Palavras pronunciadas pelo poeta, irmão
Luta Contra o Racismo
O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de
pensar em que se dá grande importância à noção da
existência de raças humanas distintas e superiores umas
às outras.

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