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Racismo e Saúde Mental


Da discriminação ao desgaste

#tmjUNICEF

Voluntariado digital

18 dezembro 2023

Você já parou para re[etir sobre como o


racismo afeta a saúde mental em todas
as faixas etárias, desde crianças até
idosos? É crucial abordar essa questão,
pois não é apenas um problema
individual, mas também um problema
sistêmico que exige ação coletiva para
ser combatido.

É vital compreender que o racismo é uma


questão que afeta todos nós, e não
apenas aqueles que podem parecer mais
diretamente atingidos por ele. Mas, a_nal,
o que é o racismo?

É a crença na superioridade de uma raça


ou grupo étnico sobre outros, o que
resulta em discriminação, preconceito e
tratamento injusto. Isso viola princípios
fundamentais de igualdade, dignidade e
justiça. Os impactos do racismo na saúde
mental podem ser profundos, gerando
estresse, ansiedade, depressão,
autoestima prejudicada e isolamento
social. Mas continue conosco até o _nal,
porque vamos explorar esses efeitos
mais a fundo durante este texto. Vamos
seguir com essa conversa!

O que é racismo?
O racismo é o preconceito contra
pessoas a partir do seu tom de pele e
traços físicos que remetem a uma raça
que é marginalizada, ou seja, vista como
inferior e desvalorizada. À vista disso, é
importante lembrar que o Brasil foi o
último país das Américas a abolir a
escravidão, no da 13 de maio de 1888. O
nosso país, além de permanecer muito
tempo escravizando as pessoas negras
de origem africana, não garantiu as
condições necessárias para que esses
indivíduos fossem considerados
cidadãos após a abolição, possibilitando
que a discriminação criasse raízes na
sociedade brasileira.

As práticas racistas são diversas, indo de


insultos até a agressão física, resultando
no combo desse fenômeno que prejudica
a vida, a autoestima e a saúde mental das
vítimas e de pessoas próximas. Dito isso,
de acordo com o Fórum Brasileiro de
Segurança Pública (FBSP), em 2022,
houve 2.458 ocorrências de crimes
resultantes do preconceito de raça ou de
cor, o que representa uma taxa de 1,7
caso a cada 100 mil habitantes.

Nesse sentido, pode-se rea_rmar que o


fenômeno do racismo é bastante intenso,
porém uma das questões que di_cultam
o seu combate é a negação de algumas
pessoas ou o fato de não acreditarem
que elas próprias podem ter atitudes
racistas. No imaginário social, ações
racistas são entendidas como aquelas
mais radicais, de exploração, violação de
direitos, agressões físicas e insultos
horríveis.

Entretanto, algumas pequenas atitudes


também podem ser consideradas
discriminatórias e podem passar
despercebidas. Assim, atitudes como
descon_ança de uma pessoa negra,
acreditando que ela pode ter maior
probabilidade de assaltar você na rua, em
lojas que os seguranças e funcionários
podem observar mais atentamente um
indivíduo negro por medo que cometa um
furto, entre outras ações, não são
consideradas ou percebidas como
preconceituosas pelas pessoas que as
praticam.

Diante disso, Schwarcz (1996) traz uma


pesquisa sobre racismo em que 97% dos
entrevistados a_rmaram não ter
preconceito e 98% a_rmaram conhecer
pessoas preconceituosas, como amigos,
namorados e parentes próximos. Desse
modo, apesar de muitas pessoas até
reconhecerem que realmente existe
preconceito, elas negam que podem
também ter atitudes racistas, talvez por
desconhecer ou não perceber ações
pontuais no dia a dia que são
discriminativas.

Portanto, o racismo é um fenômeno


multifacetado e existem diversas atitudes
de cunho racista, que, embora possam
não ser reconhecidas por quem as
comete, são sentidas pelas pessoas que
são vítimas. Logo, muitos indivíduos
negros podem sofrer no seu cotidiano a
dor do tratamento desigual injusti_cado e
ter a sua saúde mental afetada por causa
disso.

Como o racismo impacta a saúde mental


das pessoas?
O racismo é conhecido por ser no Brasil
um problema histórico de grandes
impactos sociais. As relações
hierárquicas, principalmente econômicas
que se observam hoje, muito se baseiam
nos resquícios históricos do racismo. A
inferiorização e o sofrimento causados
aos escravos geraram impactos
geracionais que chegam até seus atuais
descendentes. O tratamento negativo
frequentemente direcionado às pessoas
negras leva à sensação de inferioridade e
incapacidade, e assim a criança (e,
futuramente, o jovem) pode se
desenvolver em meio a um ambiente
hostil, violento e autoritário.

É nesse cenário que a pessoa preta


ganha os rótulos de “homem forte” e
“mulher guerreira”. Cabe ressaltar que a
cultura da tolerância a situações
insalubres de qualidade de vida não
devem nunca ser normalizadas ou
naturalizadas. O importante é trabalhar
em comunidade para a melhor oferta de
qualidade de vida para todos.

O povo preto representa hoje uma grande


porcentagem da população brasileira, e
todos foram/são vítimas de preconceito
racial, observando o negacionismo de
oportunidades a qualquer momento e em
qualquer lugar. Muitas são as
consequências psicoemocionais dessa
desigualdade. A partir de dados do
Ministério da Saúde, é possível observar
que o índice de suicídio entre
adolescentes e jovens negros no Brasil é
45% maior do que entre brancos, índice
composto majoritariamente por
indivíduos do sexo masculino com idade
entre 10 e 29 anos. É importante lembrar
que o sofrimento psíquico nunca é a
causa, e sim a consequência das
demandas sociais, e que, com os
impactos econômicos do racismo
estrutural, o acesso a serviços de saúde
mental _cam precarizados para essa
população.

Quais são os impactos do racismo na


saúde mental das crianças?
As crianças não nascem com
preconceitos; em vez disso, elas
aprendem essas atitudes e crenças ao
longo do tempo, muitas vezes pela
in[uência de seus ambientes, incluindo
família, escola, mídia e sociedade em
geral. Consequentemente, o combate ao
racismo estrutural requer um esforço
coletivo da sociedade em várias áreas,
como educação, saúde, mídia e políticas
públicas.

Além disso, a falta de representação


signi_cativa de protagonistas de
diferentes origens étnicas na literatura,
cinema, televisão, livros, TV, desenhos e
outras formas de arte pode ter um
impacto negativo no desenvolvimento
das crianças. Quando as crianças não
veem personagens que se parecem com
elas ou que representam a diversidade do
mundo em que vivem, podem começar a
sentir que não têm um lugar nele. Isso
pode levar a problemas de baixa
autoestima e uma identidade distorcida.

A falta de representação também pode


reforçar estereótipos prejudiciais e
preconceitos, uma vez que as crianças
podem internalizar mensagens negativas
sobre grupos étnicos que não são
adequadamente representados. É
importante que a sociedade e os
criadores de conteúdo reconheçam a
importância da representação e
trabalhem para garantir que haja uma
variedade de vozes e histórias sendo
contadas. Isso não apenas ajuda as
crianças a que desenvolvam uma
compreensão mais rica e respeitosa da
diversidade, mas também contribui para
a construção de uma sociedade mais
inclusiva e igualitária.

O que podemos fazer para combater o


racismo?
Para promover um espaço seguro para
nossas crianças e adolescentes, é
importante que haja uma maior
conscientização da sociedade a respeito
da temática, fazendo com que aconteça
uma efetiva mudança de comportamento
e mentalidade dos indivíduos. É
necessária uma postura proativa,
engajada e comprometida com a ruptura
de um passado historicamente marcado
pela discriminação de pessoas por conta
da cor da pele e traços fenotípicos.

E, para que isso seja possível, é


importante priorizar a adoção, no
presente momento, de comportamentos
pautados pela representatividade,
inclusão e acolhimento de quem já foi – e
continua a ser – vulnerabilizado e
marginalizado, por conta de preconceitos
arraigados. Como bem a_rma Angela
Davis, “numa sociedade racista, não
basta não ser racista, é preciso ser
antirracista”.

Por isso, reunimos abaixo alguns _lmes,


seriados e livros voltados para o combate
ao racismo por meio da conscientização
e do conhecimento acerca dessa
problemática social que afeta
negativamente a saúde mental de tantos
jovens no Brasil e pelo mundo.

CINE CONSCIÊNCIA

Podemos re[etir sobre os problemas


trazidos para a saúde mental a partir da
vivência dos jovens em _lmes e
telesseriados, bem como compreender o
quanto isso acontece na realidade
brasileira e vem causando impactos
negativos na vida de pessoas com traços
de negritude. Dessa forma, aqui vão
alguns _lmes e telesseriados para
re[exão sobre o racismo!

Importante: veri_quem a classi_cação


indicativa. Pode haver obras que não são
adequadas para algumas idades.

O ódio que você semeia – O _lme "O ódio


que você semeia" conta a história de
Starr Carter, uma adolescente negra que
presencia o assassinato de Khalil, seu
melhor amigo, por um policial branco. A
narrativa apresenta o quanto o racismo
pode afetar o julgamento das pessoas.
Um pente é confundido com uma arma e
o jovem acaba morto. Classi_cação
indicativa: 14 anos.

Todo mundo odeia o Chris – O


telesseriado "Todo mundo odeia o Chris"
é bastante conhecido e amado. Porém, a
série traz à tona alguns temas
importantes, como o racismo sofrido por
Chris e a desvalorização social devido a
raça. Classi_cação indicativa: 10 anos.

Pequeno manual antirracista – O livro


“Pequeno manual antirracista” traz como
objetivo principal informar, incentivar e
conscientizar a população para adotar
comportamentos antirracistas, gerando
uma re[exão e transformação na
sociedade, e rompendo com o racismo
estrutural. Classi_cação indicativa: 16
anos.

REFERÊNCIAS

CNN Brasil. Como o preconceito


racial afeta a saúde mental da
população negra. (2022). Disponível
em:
<https://www.cnnbrasil.com.br/saude/como-
o-preconceito-racial-afeta-a-saude-
mental-da-populacao-negra/>.

G1 Globo. Brasil tem alta de mais de


50% nos registros de racismo e
homofobia em 2022, mostra Anuário
de Segurança Pública. (2023).
Disponível em:
<https://www.google.com/amp/s/g1.globo.com/google/amp/sp/sao-
paulo/noticia/2023/07/20/brasil-tem-
alta-de-mais-de-50percent-nos-
registros-de-racismo-e-homofobia-
em-2022-mostra-anuario-de-
seguranca-publica.ghtml>.

NUNES, Sylvia da Silveira. Racismo no


Brasil: tentativas de disfarce de uma
violência explícita. Psicol. USP, São
Paulo , v. 17, n. 1, p. 89-98, mar.
2006. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1678-
51772006000100007&lng=pt&nrm=iso>.

Tribunal de Justiça do Distrito Federal


e dos Territórios (TJDFT). Racismo e
saúde emocional: como o trauma
afeta as vítimas. Disponível em:
<https://www.tjdft.jus.br/informacoes/programas-
projetos-e-acoes/pro-vida/dicas-de-
saude/pilulas-de-saude/racismo-e-
saude-emocional-como-o-trauma-
afeta-as-vitimas>.

Redação: Késsila Ramos, Mariana


Kruschewsky Franco Ribeiro, Estefany
Felix, Raquel Maciel da Costa
Revisão: Giovana Silva

Blog escrito pelas voluntárias e pelos voluntários do


#tmjUNICEF, o programa de voluntariado digital do UNICEF.
São adolescentes e jovens de todo o Brasil que participam
de formações sobre direitos de crianças e adolescentes,
mudanças climáticas, saúde mental e combate às fake
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