Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DESIGUALDADE
SOCIAL NO BRASIL:
O MITO DA
DEMOCRACIA RACIAL
04/30/2021
Desigualdade vs meritocracia
◦ Para muitas pessoas as dificuldades que
determinados segmentos da sociedade
enfrentam para alcançarem certos
"privilégios" ou direitos sociais, como
emprego remunerado, educação superior,
moradia própria ou saúde de ponta, são
resultado de sua incapacidade pessoal.
Com isto rejeitam os problemas causados
pela desigualdade e se apoiam no
conceito de "meritocracia".
04/30/2021
Meritocracia
◦ Meritocracia : A meritocracia pode ser interpretada [...] como um conjunto de valores
que rejeita toda e qualquer forma de privilégio hereditário e corporativo e que valoriza
e avalia as pessoas independentemente de suas trajetórias e biografias sociais. [...] a
meritocracia não atribui importância a variáveis sociais como origem, posição social,
econômica e poder político no momento em que estamos pleiteando ou competindo
por uma posição ou direito (BARBOSA, Lívia. Igualdade e meritocracia: a ética do
desempenho nas sociedades modernas. Rio de Janeiro: FGV, 1999. p. 22).
◦ Para entender sobre desigualdade e meritocracia
https://www.youtube.com/watch?v=L177yGji8eM
04/30/2021
Mas se o problema não é a incapacidade pessoal, o
que causa a desigualdade?
◦ Vamos pensar no caso brasileiro partindo de exemplos concretos!
04/30/2021
Considerando as
proporções apresentadas
pelo gráfico como
podemos saber se os
direitos sociais são
distribuídos de maneira
igualitária?
04/30/2021
04/30/2021
04/30/2021
04/30/2021
04/30/2021
04/30/2021
A cor como um problema na compreensão da
desigualdade
◦ Você já deve ter ouvido ou mesmo ter chamado alguém de moreno. Mas você sabia que essa simples nomeação esconde uma
forma de discriminação?
◦ Isso porque o termo “moreno” vem de outra palavra conhecida: mouro. Essa palavra era utilizada pelos europeus para designar
os povos invasores originados do Norte da África (Marrocos, Argélia, Mauritânia e Saara Ocidental). O nome “mouro” deriva
de Mauritânia, mas com o passar o tempo foi utilizado para se referir a todos os povos invasores citados anteriormente. Em
nosso idioma o moreno é adjetivo substantivo masculino que define quem tem a pele azeitonada ou amarronzada. Mas não
somente. No sul do Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, mas também em outros países da América do Sul, em especial
os falantes da língua espanhola, moreno refere-se aquele cuja cor de cabelo varia entre o castanho-escuro e o preto. Contudo,
ao se referir a cor prevalece a tendência ao apagamento do negro, como forma de camuflar sua origem étnica e suavizar os
conflitos raciais derivadas do racismo.
◦ Isto porque, segundo Carlos Hasenbalg, o termo moreno tem a finalidade de causar imprecisão, isto é, é utilizado para
demonstrar que as classificações raciais teriam pouca importância no Brasil, ou que a cor das pessoas não importaria tanto no
dia a dia. Mas como demonstram os dados sobre a desigualdade, assim como o pardo, o moreno pertencem aos estratos que
tem menos acesso e oportunidade de emprego, renda, moradia, instrução e posições de prestígio social.
04/30/2021
E o que a nossa desigualdade com base na cor ou na raça tem de particular que
não se confunde com aqueles existentes em outras sociedades?
◦ Tomemos como exemplo a comparação Brasil x Estados Unidos, os países que concentraram
as maiores populações de escravos sequestrados da África.
◦ Enquanto no Brasil nunca houve de fato ou por meio de lei mecanismos de segregação racial,
nos Estados Unidos, até a metade do século XX, os negros eram proibidos de frequentar
lugares destinados aos brancos; em transportes públicos não podiam se sentar em lugares
reservados aos brancos; não podiam usar os mesmos banheiros públicos. Os negros norte-
americanos eram legalmente segregados, isolados, separados.
◦ Mas afinal, como distinguir a situação dos negros no Brasil e nos Estados Unidos?
04/30/2021
Preconceito de marca vs Preconceito de Origem
◦ Para Oracy Nogueira (1917-1996) existe uma diferença fundamental nos
preconceitos observados nos dois países. O preconceito brasileiro seria o que ele
chamou de "preconceito de marca"; o norte-americano seria um "preconceito de
origem". Marca é o que aparece, o que se pode ver, o que está na pele. Origem diz
respeito à herança, ao sangue, e não pode aparecer.
◦ Um filho ou neto de negro pode nascer branco por herança da mãe. No Brasil,
provavelmente, essa pessoa descendente de negros, mas branca na pele, seria
considerada branca. Nos Estados Unidos, não: são negros os que se originam de
negros, mesmo que a cor tenha se alterado. É o que os americanos chamam de
“regra da única gota”: basta uma gota de “sangue negro” para que o sujeito se
considere e seja considerado negro. No Brasil, são levados em consideração outros
“sinais”: um cabelo mais liso ou um nariz afilado podem “transformar” um filho de
pais negros em “moreno” ou “mulato”.
04/30/2021
A desigualdade vivida na “pele”
04/30/2021
“Preconceito de cor” – Bezerra da Silva (Justiça
Social, 1987)
Eu assino embaixo doutor por minha rapaziada
Somos criolos do morro mas ninguém roubou nada
Isso é preconceito de cor vou provar ao senhor
Porque é que o doutor não prende aquele careta
Que só faz mutreta e só anda de terno
Porém o seu nome não vai pró caderno
Ele anda na rua de pomba rôlo
A lei só é implacável para nós favelados
E protege o golpista, ele tinha de ser
O primeiro da lista
Se liga nessa doutor
É vê se dá um refresco isso não é pretexto
Pra mostrar serviço
Eu assumo o compromisso
Pago até a fiança da rapaziada
Porque que é que ninguém mete o grampo
Num pulso daquele de colarinho branco*
Roubou jóia e o ouro da serra pelada
04/30/2021
Atividade Síncrona
◦ 1 - (Enem 2011)
A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currículo dos estabelecimentos de ensino fundamental e
médio, oficiais e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e
determina que o conteúdo programático incluirá o estudo da História da África e dos africanos, a luta
dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do
Brasil, além de instituir, no calendário escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa do “Dia
da Consciência Negra”. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).
A referida lei representa um avanço não só para a educação nacional, mas também para a sociedade
brasileira, porque