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MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA

236 1º e 2º ANOS DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade de Leitura: Diversidade brasileira

Leia o texto abaixo e responda às perguntas que o seguem:

“Diferentes, mas não Desiguais!”


“Viva a Diferença”80
Esses dois slogans ilustram campanhas de organizações de movimentos pela igualdade racial e
abriram didáticas sobre a diversidade. Fazem parte do conjunto de campanhas e ações de denún-
cia de que nem sempre as diferenças são vistas como riqueza em nosso país, apesar de o Brasil
apresentar, em sua face externa, a imagem do país da diversidade. Por vezes, e não em poucos
casos, algumas diferenças viram sinônimas de defeitos em relação a um padrão dominante, con-
siderado como parâmetro de “normalidade”. Quando o assunto é diversidade, há sempre um
“mas”, um “também”.
Um jovem gay, agredido porque andava de mãos dadas com seu companheiro, pode ouvir, mes-
mo dos que reprovam ações violentas, frases do tipo: “Tudo bem ser gay, mas precisa andar de
mãos dadas em público, dar beijo?!
Uma mulher vítima de estupro, ao sair de uma festa, poderá ouvir: Mas também... o que esperava
que acontecesse, andando na rua à noite e de minissaia?”
Numa outra situação, uma jovem negra que, mesmo possuindo as qualificações necessárias para
uma vaga, não consegue o emprego sob a alegação de não preencher o critério subjetivo de “boa
aparência” (abolido legalmente dos anúncios dos jornais, mas não do imaginário das equipes de
recursos humanos), certamente ouvirá de pessoas muito próximas: “Também, você precisa dar
um jeito nesse cabelo. Assim, “ruizinho”, crespo, fica difícil conseguir um emprego melhor!” Esses
“mas” e “também” trazem uma característica antiga, quando as diferenças e as desigualdades
vêm à tona: de que os/as discriminados/as são culpados/as pela própria discriminação; são culpa-
dos/as pelo estado no qual se encontram (...).

a) O Brasil, como mencionado no texto é reconhecido externamente como o país da di-


versidade. Sobre isso, cite algumas das riquezas culturais que você identifica no meio
em que vive como manifestações dessa diversidade:
b) “Por vezes, e não em poucos casos, algumas diferenças viram sinônimas de defeitos
em relação a um padrão dominante, considerado como parâmetro de “normalidade”.
Como você enxerga esse comportamento na sociedade em que vive? Além dos exem-
plos citados no texto lido, você tem outros exemplos? Quais?
c) A diversidade está presente na nossa vida e cabe a nós reconhecê-la. Assim, para
você, como é possível melhorar a convivência entre as pessoas e promover a igualda-
de de direitos?
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Na Estante

Aqui você encontra uma série de sugestões para aprofundar seu conhecimento sobre a diversida-
de e formas de preconceito:

Vale a pena ASSISTIR

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Filme: Billy Elliot – Inglaterra/França. 2000. 110 min. Conta a


história de um garoto de onze anos que se interessa por aulas
de ballet.

Vídeo: Retrato de Mulher – Brasil. 15 min. Direção: Carmen Barroso. Conta a trajetória de
lutas e conquistas da mulher brasileira, de 1500 até o século XX.

Vale a pena LER

BENTO, Maria Aparecida da Silva. Cidadania em preto e branco.


São Paulo: Ed. Ática, 1999.

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Vale a pena VER


Centro de Aulas das Relações de Trabalho e Desigualdades: www.ceert.org.br.
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Anexo 2

Atividade em Grupo: Estratificação social

Leia o trecho da música “Sampa” que Caetano Veloso fez em homenagem à cidade de São Paulo
em 1978 e reflita, em dupla com o seu colega, a questão que a segue:

Sampa81
Caetano Veloso – 1978

(...) Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto


Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho (...).

Questão para reflexão:


Cada pessoa tem um jeito de ver o mundo e por isso possui uma tendência a valorizar o que é
comum ao seu modo de vida e a gerar preconceitos a respeito do que é diferente. Sobre isso e o
narcisismo como maneira exagerada de cultuar a própria imagem e de viver egocentricamente,
como você enxerga a verdadeira possibilidade de vivermos num mundo sem estratificação social
por cor/raça/gênero, por região, idade, etc.?

Em casa: Diferentes raças e etnias


A seguir temos algumas das mensagens publicadas pela campanha: Onde você guarda o seu ra-
cismo? (2004) - Uma iniciativa de 40 instituições da sociedade civil que têm como objetivo cons-
cientizar a população sobre a responsabilidade de todos na luta contra o racismo. De acordo com
uma pesquisa que serviu de base para a campanha, 87% dos brasileiros admitem que há racismo
no Brasil, contudo apenas 4% se reconhecem como racista. A partir disso, escreva um texto dis-
sertativo que defenda sua opinião sobre as demonstrações de que vivemos num país racista e ao
final proponha uma maneira de impulsionar e consolidar a igualdade racial em nossa sociedade.
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Campanha: Onde você guarda o seu racismo?82

Para saber mais:


(...) A primeira Constituição brasileira83
O Brasil elaborou a sua primeira Constituição em 1824, dois anos depois de sua independência
de Portugal. Antes disso, o Brasil era uma colônia portuguesa e o que vigorava, aqui, eram as leis
dos portugueses. As leis que eles impuseram, através da força e da violência: primeiro, contra os
índios e índias que aqui viviam, depois contra os negros e as negras que eles raptavam na África
para escravizar. E, por fim, contra as próprias mulheres brancas.
Dessa maneira, desde 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil, até 1824, não eram res-
peitados os Direitos dos índios, negros e mulheres de qualquer cor, nem mesmo o mais elementar
de todos os direitos, que é o Direito à vida.
Entre 1824 e 1988, o Brasil teve seis Constituições. Cinco delas ainda excluíam e discriminavam,
de várias formas, os povos indígenas, as pessoas afrodescendentes e as mulheres. Ou seja, mesmo
depois da independência essas constituições não eram democráticas.
A nossa Constituição Federal atual sancionada em 1988, e é muito avançada em termos de direi-
tos, pois dela foram retiradas todas as discriminações contra as mulheres, de raça, etnia, credo
e orientação sexual e acrescidos direitos reparadores das desvantagens acumulados. Para isso,
foram necessárias muitas lutas. Por tudo isso, ela é chamada de “Constituição Cidadã” (...).

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