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Brasília, 2015

© Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – ipea 2015

Governo Federal Editores


Marco Aurélio Costa
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Bárbara Oliveira Marguti
Presidência da República
Ministro Roberto Mangabeira Unger Equipe técnica

Ipea Instituições parceiras


Arlei Teodoro de Queiroz Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade)
Carlos Vinícius da Silva Pinto Maria Paula Ferreira
Clayton Gurgel de Albuquerque
Luciano Pereira da Silva Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes)
Fundação pública vinculada à Secretaria de Paulo Roberto Delgado
Maria Paula Gomes dos Santos
Assuntos Estratégicos da Presidência da República,
Nikolas de Camargo Pirani Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e
o Ipea fornece suporte técnico e institucional às Roberta Amanajás Monteiro Assuntos Metropolitanos (Secima)
ações governamentais – possibilitando a formulação Lucelena Fátima de Melo (Coordenadora)
de inúmeras políticas públicas e programas de
Fundação João Pinheiro
desenvolvimento brasileiro – e disponibiliza, Maria Izabel Marques do Valle
para a sociedade, pesquisas e estudos realizados
Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores do
por seus técnicos. Rio de Janeiro (Ceperj)
Fabio Odilon Alves Gomes (Coordenador)
Presidente Sergio Urzedo Jr.
Jessé José Freire de Souza
Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI)
Diretor de Desenvolvimento Institucional Luis André de Aguiar Alves
Alexandre dos Santos Cunha
Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa)1
Diretor de Estudos e Políticas do Estado, Geovana Raiol Pires (Coordenadora)
das Instituições e da Democracia Andréa de Cássia Lopes Pinheiro
Roberto Dutra Torres Junior
Diretor de Estudos e Políticas
Macroeconômicas
Cláudio Hamilton Matos dos Santos
Diretor de Estudos e Políticas Regionais, Atlas da vulnerabilidade social nas regiões metropolitanas brasileiras / editores:
Urbanas e Ambientais Marco Aurélio Costa, Bárbara Oliveira Marguti. – Brasília : IPEA, 2015.
Marco Aurélio Costa 240 p. : gráfs., mapas color.

Diretora de Estudos e Políticas Setoriais ISBN: 978-85-7811-254-7


de Inovação, Regulação e Infraestrutura
Fernanda De Negri 1. Política Social. 2. Exclusão Social. 3. Indicadores Sociais. 4. Capital
Diretor de Estudos e Políticas Sociais Humano. 5. Infraestrutura Urbana. 6. Rendas Domiciliares. 7. Desenvolvimento
André Bojikian Calixtre Humano. 8. Regiões Metropolitanas. 9. Brasil. I. Costa, Marco Aurélio. II.
Marguti, Bárbara Oliveira. III. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Diretor de Estudos e Relações Econômicas
e Políticas Internacionais CDD 361.610981
Brand Arenari
Chefe de Gabinete
José Eduardo Elias Romão
Assessor-chefe de Imprensa Foto de capa
e Comunicação Código 4060450376_0464356233803O-Paraisopolis-Original-1. Cortesia da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa). Todos os direitos reservados.
João Cláudio Garcia Rodrigues Lima
As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de
Ouvidoria: http://www.ipea.gov.br/ouvidoria Pesquisa Econômica Aplicada ou da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
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É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.

1. Esse projeto foi iniciado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp). Em janeiro de 2015, com a reforma administrativa no governo do
estado do Pará, a Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa incorporou o Idesp, tornando-se Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa).
Dessa forma, a pesquisa foi finalizada já pela Fapespa.
APRESENTAÇÃO – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA RESULTADOS............................................................................................................................................... 15

Sumário
APRESENTAÇÃO – FUNDAÇÃO SEADE

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL (IVS)


CONCEITO E METODOLOGIA.........................................................................8
AS 3 DIMENSÕES.................................................................................................. 8
RM de Belém
17
RM de Natal
129
IVS Infraestrutura Urbana............................................................................................... 8
IVS Capital Humano.......................................................................................................... 9
IVS Renda e Trabalho.....................................................................................................10
A CRIAÇÃO DO IVS............................................................................................. 11
COMO LER O IVS................................................................................................. 11
RM de Belo Horizonte RM de Porto Alegre
COMO É CONSTRUÍDO O IVS............................................................................. 12 31 143
COMO SÃO CALCULADOS OS INDICADORES.................................................. 12
A CONSTRUÇÃO DAS UNIDADES DE DESENVOLVIMENTO
HUMANO (UDHs)............................................................................................... 13
O que é um setor censitário?......................................................................................13 RM do Vale do Rio Cuiabá RM do Recife
O que é uma área de ponderação?..........................................................................13 45 157
Critérios para a divisão das UDHs.............................................................................13
Obtenção dos dados......................................................................................................13
Validação local .................................................................................................................13

RM de Curitiba RM do Rio de Janeiro


59 171

RIDE – Distrito Federal RM de Salvador


73 185

RM de Fortaleza RM da Grande São Luís


87 199

RM de Goiânia RM de São Paulo


101 213

RM de Manaus RM da Grande Vitória


115 227
APRESENTAÇÃO
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA
Desde o lançamento da primeira edição do Atlas do Desenvolvimento Humano (ADH) no
Brasil, um vasto e precioso conjunto de indicadores sociais encontra-se disponível para
a consulta da população brasileira, especialmente pelos gestores públicos das diferentes
esferas de governo, pelos pesquisadores e professores universitários, pelos empresários
e pelos atores sociais e políticos.
Numa iniciativa que nasceu e se desenvolveu de forma paralela à construção do
ADH, o Ipea, por meio de pesquisa desenvolvida no âmbito da Rede Ipea, coordenou a
construção de um índice de vulnerabilidade social que desse visibilidade aos indicadores
disponibilizados pela plataforma do ADH.
O Ipea tem aprendido, com a experiência do Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM), as vantagens e os riscos que trazem os indicadores sintéticos, e a
aposta no IVS tem a ver com essa experiência, tanto no sentido de oferecer outros olhares
(e outros índices) para compreender a realidade social do país – especialmente de seus
espaços metropolitanos –, quanto no sentido de chamar a atenção para os indicadores
que estão na base desses índices.
Ampliar o debate sobre a vulnerabilidade social e contribuir para as reflexões em
torno dessa questão, especialmente agora que a política social apresenta importantes
avanços, é o maior objetivo deste empreendimento.
Assim, o Ipea e as instituições parceiras neste projeto apresentam o Atlas da Vulnerabilidade
Social no Brasil, por meio de um conjunto de cartogramas que permitem observar, para cada um
dos indicadores que compõem o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), a distribuição espacial
desses indicadores que informam sobre a exclusão social, sobre a pobreza multidimensional
e sobre a vulnerabilidade social.
Seja nos nossos municípios, seja nos espaços intramunicipais de nossas regiões
metropolitanas, os indicadores e o IVS mostram que avançamos muito e que, portanto,
já temos motivos para celebrar. Todavia, mostram também que ainda somos um país de
disparidades regionais e não negam a existência de importantes desafios no enfrenta-
mento das questões sociais, sobretudo nos espaços metropolitanos do país.
É no reconhecimento do potencial mobilizador desses apontamentos trazidos pelas
publicações do projeto Mapeamento da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas
Brasileiras que depositamos nossas esperanças: reconhecer a importância do investimento
que vem sendo feito em nossa política social e saber que muito deve ser feito, visando reduzir,
em especial, a vulnerabilidade social estrutural, de forma a seguirmos na construção de um
país menos desigual e mais justo para todos os brasileiros e brasileiras.

Jessé Souza
Presidente

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


5
APRESENTAÇÃO
FUNDAÇÃO SEADE
Indicadores de pobreza tornaram-se instrumentos indispensáveis na definição de ações Essa proposta concretiza-se com a divulgação do Atlas da Vulnerabilidade Social
para implementação de políticas públicas que visam ao estabelecimento de processos de nos Municípios Brasileiros e do Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas
superação das desigualdades sociais. Em sua tradição, tais indicadores respeitam bases Brasileiras, que incorporam em um indicador de base nacional e intramunicipal
territoriais que refletem o âmbito de ações das políticas públicas, que no caso brasileiro as dimensões da vulnerabilidade social, em especial aquela referente à pobreza.
se realizam, em sua maioria, na escala dos municípios. Ou seja, os municípios constituem Ao descrever as diversas realidades sociais existentes no interior dos municípios
a matriz na qual os dados são organizados e disponibilizados na forma de indicadores, brasileiros, principalmente nas metrópoles, constrói-se um novo paradigma em
os quais, ao serem comparados, permitem a composição do cenário da desigualdade termos de indicadores sociais.
social no país. Este é o caso do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM),
elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Instituto Maria Helena Guimarães de Castro
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fundação João Pinheiro (FJP), ou então do Diretora Executiva
Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), desenvolvido pela Fundação Sistema
Estadual de Análise de Dados (Seade).
Contudo, as dimensões das desigualdades não podem ser tratadas exclusivamente
em nível municipal, pois, se é fato que elas se expressam de forma intensa entre as regi-
ões do Brasil, assumem forma ainda mais acentuada na escala intramunicipal, sobretudo
nos grandes aglomerados urbanos. Uma característica importante da pobreza urbana
e metropolitana consiste na segregação espacial como forte condicionante da própria
condição de pobreza, uma vez que a diferenciação entre áreas intraurbanas, em termos de
infraestrutura, segurança, disponibilidade de espaços públicos, entre outros, influencia os
níveis de bem-estar de pessoas e famílias. Em sua forma extrema, a segregação residencial
cria, de um lado,“guetos” de famílias pobres ou que comungam de determinados fatores
que as tornam vulneráveis à pobreza e, de outro, áreas que concentram as parcelas da
população com altíssimos níveis de riqueza.
Assim, para a formulação e implantação de políticas públicas nas áreas metropolitanas,
é fundamental localizar espacialmente as áreas que concentram os segmentos popula-
cionais mais vulneráveis, que deveriam ser, em princípio, alvos prioritários das políticas
públicas e intervenções do Estado. Nessa direção, a Fundação Seade produz o Índice
Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), construído em 2003 e atualizado em 2010, que
nos seus mais de dez anos de existência tornou-se amplamente utilizado no estado de
São Paulo. Elaborado primeiramente para auxiliar na identificação de áreas de programas
de transferência de renda, hoje seu uso é diversificado – da incorporação em cadastros de
usuários das companhias de saneamento e energia elétrica à utilização em planejamentos
de amostras para inquéritos populacionais nas áreas de saúde e educação.
Com base na experiência exitosa do IPVS no estado de São Paulo, a Fundação Seade
propôs, no âmbito da Rede Ipea, a elaboração de um índice de vulnerabilidade social de
base intramunicipal para as demais regiões metropolitanas brasileiras que, por meio de
uma única matriz conceitual, permita desvendar as desigualdades sociais presentes em
nossas metrópoles e identificar territórios prioritários para a intervenção de políticas sociais.

6 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


O Índice de
Vulnerabilidade Social (IVS)
Conceito e Metodologia

CONCEITO E METODOLOGIA princípio, estar à disposição de todo cidadão, por força da ação do Estado. Os três subín-
dices que o compõem – i) infraestrutura urbana; ii) capital humano; e iii) renda e trabalho
O Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), construído a partir de indicadores do Atlas do – representam três grandes conjuntos de ativos, cuja posse ou privação determina as
Desenvolvimento Humano (ADH) no Brasil,1 procura dar destaque a diferentes situações condições de bem-estar das populações nas sociedades contemporâneas.
indicativas de exclusão e vulnerabilidade social no território brasileiro, numa perspec- A definição de vulnerabilidade social em que este IVS se ancora diz respeito, preci-
tiva que vai além da identificação da pobreza entendida apenas como insuficiência de samente, ao acesso, à ausência ou à insuficiência de tais ativos, constituindo-se, assim,
recursos monetários. num instrumento de identificação das falhas de oferta de bens e serviços públicos no
O IVS é um índice sintético que reúne indicadores do bloco de vulnerabilidade social território nacional. Nesta medida, este índice foi pensado para dialogar com o desenho
do ADH, os quais, apresentados por meio de cartogramas e estruturados em diferentes da política social brasileira, uma vez que atesta a ausência ou insuficiência de “ativos” que,
dimensões, servem de suporte para a identificação de porções do território onde há a pela própria Constituição Federal de 1988 (CF/1988),2 deveriam ser providos aos cidadãos
sobreposição daquelas situações indicativas de exclusão e vulnerabilidade social no pelo Estado, nas suas diversas instâncias administrativas.
território, de modo a orientar gestores públicos municipais, estaduais e federais para o Espera-se, com essa contribuição, oferecer uma caracterização da exclusão e da vul-
desenho de políticas públicas mais sintonizadas com as carências e necessidades pre- nerabilidade social no país, por meio de indicadores que podem tanto nortear o trabalho
sentes nesses territórios. de gestores públicos de diferentes esferas de governo, quanto podem ser utilizados por
Complementar ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), o IVS traz pesquisadores e acadêmicos para melhor entender diferentes facetas da vulnerabilidade
dezesseis indicadores estruturados em três dimensões, a saber, infraestrutura urbana, social no Brasil contemporâneo.
capital humano e renda e trabalho, permitindo um mapeamento singular da exclusão e
da vulnerabilidade social para os 5.565 municípios brasileiros (conforme malha municipal AS 3 DIMENSÕES
do Censo Demográfico 2010) e para as Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) O IVS possui três dimensões: i) IVS Infraestrutura Urbana; ii) IVS Capital Humano;
das principais regiões metropolitanas (RMs) do país. e iii) IVS Renda e Trabalho. Essas dimensões correspondem a conjuntos de ativos,
As noções de “exclusão” e de “vulnerabilidade social” têm sido cada vez mais utiliza- recursos ou estruturas, cujo acesso, ausência ou insuficiência indicam que o padrão
das, no Brasil e no mundo, por pesquisadores, gestores e operadores de políticas sociais, de vida das famílias encontra-se baixo, sugerindo, no limite, o não acesso e a não
num esforço de ampliação do entendimento das situações tradicionalmente definidas observância dos direitos sociais. Cada dimensão é formada por um conjunto de
como de pobreza, buscando exprimir uma perspectiva ampliada complementar àquela indicadores, os quais se encontram apresentados a seguir.
atrelada à questão da insuficiência de renda.
Assim como as noções de “necessidades básicas insatisfeitas”, “pobreza multidimen- IVS Infraestrutura Urbana
sional” e “desenvolvimento humano”, exclusão e vulnerabilidade social são noções antes O subíndice que contempla a vulnerabilidade de infraestrutura urbana procura refletir as
de tudo políticas (ainda que nem sempre sejam percebidas como tal), que introduzem condições de acesso aos serviços de saneamento básico e de mobilidade urbana, dois as-
novos recursos interpretativos sobre os processos de desenvolvimento social, para além pectos relacionados ao lugar de domicílio das pessoas e que impactam significativamente
de sua dimensão monetária. seu bem-estar. Tendo em vista as possibilidades e limites das informações coletadas pelos
Nesse sentido, a leitura desses processos, resultante desta “nova” conceituação, pode censos demográficos, foram escolhidos, para compor este subíndice, indicadores sobre
dialogar e produzir efeitos sobre as propostas e os desenhos das políticas públicas, alar- a presença de redes de abastecimento de água, de serviços de esgotamento sanitário e
gando seu escopo e colocando em evidência as responsabilidades do Estado, em todos coleta de lixo no território, bem como o indicador do tempo gasto no deslocamento entre
os seus níveis administrativos, na promoção do bem-estar dos cidadãos. a moradia e o local de trabalho pela população ocupada de baixa renda – este último
Desta forma, o IVS aqui apresentado tem a pretensão de sinalizar o acesso, a ausência
ou a insuficiência de alguns “ativos” em áreas do território brasileiro, os quais deveriam, a
2. De acordo com a CF/1998, em seu Artigo 6o, “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição”.
1. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (ADH) é uma plataforma de consulta ao Índice de Desenvolvimento Humano Somam-se a estes os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (Artigo 7o), visando a melhoria de sua condição social; e os
Municipal (IDHM), de 5.565 municípios brasileiros, aplicados às 27 Unidades da Federação (UFs), vinte regiões metropolitanas direitos à igualdade e à não discriminação dos direitos e liberdades fundamentais (Artigo 5o).
(RMs) e suas respectivas Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH). O ADH engloba o Atlas do Desenvolvimento Humano nos A CF/1988 estabelece, também, diretrizes gerais para o desenvolvimento urbano, com vistas ao fortalecimento da função so-
municípios e o Atlas do Desenvolvimento Humano nas RMs e traz, além do IDHM, mais de duzentos indicadores de demografia, cial da propriedade e da cidade (e do bem-estar de seus habitantes), as quais condicionam o direito da propriedade, tal como
educação, renda, trabalho, habitação e vulnerabilidade. estabelecem os artigos 5o e 182o.

8 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Conceito e Metodologia

tomado como uma proxy das condições da mobilidade urbana daquele segmento da saneamento básico e que inova ao incorporar o indicador de mobilidade urbana
população. Compõem o subíndice os indicadores descritos no quadro 1, nele também enquanto expressão da dissociação entre local de moradia e de trabalho, ainda que
sendo expressos os pesos relativos de cada indicador para a estruturação do subíndice. ele tenha sido disponibilizado apenas no Censo Demográfico 2010.

QUADRO 1 IVS Capital Humano


Descrição e peso dos indicadores que compõem o subíndice IVS Infraestrutura Urbana O subíndice referente a capital humano envolve dois aspectos (ou ativos e estruturas)
que determinam as perspectivas (atuais e futuras) de inclusão social dos indivíduos:
Indicador Descrição Peso
saúde e educação. Neste sentido, foram selecionados para compô-lo indicadores que
Razão entre o número de pessoas que vivem em domicílios cujo retratam não só a presença atual destes ativos e recursos nas populações, mas tam-
a) Percentual de pesso-
abastecimento de água não provém de rede geral e cujo esgo- bém o potencial que suas gerações mais novas apresentam de ampliá-lo. Adotou-se,
as em domicílios com
tamento sanitário não é realizado por rede coletora de esgoto
abastecimento de água
ou fossa séptica, e a população total residente em domicílios
0,300 para isso, indicadores de mortalidade infantil; da presença, nos domicílios, de crianças
e esgotamento sanitário e jovens que não frequentam a escola; da presença, nos domicílios, de mães precoces,
particulares permanentes, multiplicada por 100. São considerados
inadequados e de mães chefes de família, com baixa escolaridade e filhos menores; da ocorrência
apenas os domicílios particulares permanentes.
de baixa escolaridade entre os adultos do domicílio; e da presença de jovens que não
Razão entre a população que vive em domicílios sem coleta de
lixo e a população total residente em domicílios particulares
trabalham e não estudam.
b) Percentual da população permanentes, multiplicada por 100. Estão incluídas as situações Nesta dimensão, mesclam-se indicadores tradicionalmente apontados como
que vive em domicílios em que a coleta de lixo é realizada diretamente por empresa pú- indicadores de exclusão social e indicadores de vulnerabilidade social que quali-
0,300
urbanos sem serviço de blica ou privada, ou o lixo é depositado em caçamba, tanque ou ficam essas situações que informam tanto sobre a situação atual das pessoas, em
coleta de lixo depósito fora do domicílio, para posterior coleta pela prestadora seus diferentes grupos sociodemográficos, quanto sobre suas perspectivas (ativos,
do serviço. São considerados apenas os domicílios particulares
recursos, acesso a estruturas) para buscar a inclusão na dinâmica social e econô-
permanentes, localizados em área urbana.
mica do país.
c) Percentual de pessoas Compõem o subíndice os indicadores descritos no quadro 2; nele também estão
que vivem em domicílios Razão entre o número de pessoas ocupadas, de 10 anos ou mais expressos os pesos relativos de cada indicador para a estruturação do subíndice.
com renda per capita infe- de idade, que vivem em domicílios vulneráveis à pobreza (com
rior a meio salário mínimo renda per capita inferior a meio salário mínimo, de agosto de
e que gastam mais de uma 2010) e que gastam mais de uma hora em deslocamento até o 0,400
QUADRO 2
hora até o trabalho no total local de trabalho, e o total de pessoas ocupadas nessa faixa etária Descrição e peso dos indicadores que compõem o subíndice IVS Capital Humano
de pessoas ocupadas, vul- que vivem em domicílios vulneráveis à pobreza e que retornam
neráveis e que retornam diariamente do trabalho, multiplicado por 100. Indicador Descrição Peso
diariamente do trabalho. a) Mortalidade até um ano Número de crianças que não deverão sobreviver ao primeiro
0,125
de idade ano de vida, em cada mil crianças nascidas vivas.
Elaboração dos autores.
b) Percentual de crianças Razão entre o número de crianças de 0 a 5 anos de idade que
Nesta dimensão, os três indicadores não possuem o mesmo peso, o que impli- de 0 a 5 anos que não fre- não frequentam creche ou escola, e o total de crianças nesta 0,125
caria deixar o saneamento básico com dois terços do peso geral do subíndice da quentam a escola faixa etária (multiplicada por 100).
infraestrutura urbana, deixando apenas um terço para a dimensão da mobilidade. c) Percentual de pessoas Razão entre o número de crianças de 6 a 14 anos que não
Isso geraria um desequilíbrio e uma sobrevalorização de uma dimensão sobre a de 6 a 14 anos que não frequentam a escola, e o total de crianças nesta faixa etária 0,125
outra. Por outro lado, deixar o indicador de mobilidade com o peso de 50% do frequentam a escola (multiplicada por 100).
subíndice geraria outro problema: como o indicador só está disponível para o ano d) Percentual de mulheres Razão entre o número de mulheres de 10 a 17 anos de idade
de 2010, haveria um reforço do componente inercial do subíndice, reduzindo o im- de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos, e o total de mulheres nesta faixa etária (mul- 0,125
pacto dos avanços na disponibilização de infraestrutura urbana sobre o resultado que tiveram filhos tiplicada por 100).
final. A adoção dos pesos, tal como proposta, visou equilibrar as duas situações, (Continua)
gerando um subíndice que confere um peso agregado maior aos indicadores de

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


9
Conceito e Metodologia

(Continuação)
pouco escolarizados; a dependência com relação à renda de pessoas idosas; assim
Indicador Descrição Peso
como a presença de trabalho infantil.
e) Percentual de mães Há, portanto, nesta dimensão, indicadores de exclusão e de vulnerabilidade social
Razão entre o número de mulheres que são responsáveis pelo
chefes de família, sem que retratam diferentes situações, com suas múltiplas determinações, ao mesmo tempo
domicílio, que não têm o ensino fundamental completo e têm
fundamental completo e
com pelo menos um filho
pelo menos um filho de idade inferior a 15 anos morando
0,125
em que não se privilegie, diretamente, o nível dos rendimentos médios auferidos pelas
no domicílio, e o número total de mulheres chefes de família pessoas, ainda que se considere o percentual de domicílios nos quais a renda domiciliar
menor de 15 anos de idade,
(multiplicada por 100). São considerados apenas os domicílios
no total de mães chefes per capita é inferior a R$ 255,00/mês (valores de agosto/2010).
particulares permanentes.
de família Compõem o subíndice os indicadores descritos no quadro 3, nele também estão
f ) Taxa de analfabetismo Razão entre a população de 15 anos ou mais de idade que não expressos os pesos relativos de cada indicador para a estruturação do subíndice.
da população de 15 anos sabe ler nem escrever um bilhete simples, e o total de pessoas 0,125
ou mais de idade nesta faixa etária (multiplicada por 100). QUADRO 3
Descrição e peso dos indicadores que compõem o subíndice IVS Renda e Trabalho
g) Percentual de crianças
Razão entre o número de crianças de até 14 anos que vivem em
que vivem em domicí- Indicador Descrição Peso
domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino funda-
lios em que nenhum dos 0,125
mental completo, e a população total nesta faixa etária residente Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual
moradores tem o ensino a) Proporção de pessoas
em domicílios particulares permanentes (multiplicada por 100). ou inferior a R$ 255,00 mensais (em reais de agosto de 2010),
fundamental completo com renda domiciliar per
equivalente a meio salário mínimo nessa data. O universo de 0,200
capita igual ou inferior a
h) Percentual de pessoas indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios parti-
meio salário mínimo (2010)
de 15 a 24 anos que não Razão entre as pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não culares permanentes.
estudam, não trabalham e trabalham e são vulneráveis à pobreza, e a população total nesta Percentual da população economicamente ativa (PEA) nessa faixa
possuem renda domiciliar faixa etária (multiplicada por 100). Definem-se como vulneráveis b) Taxa de desocupação
0,125 etária que estava desocupada, ou seja, que não estava ocupada na
per capita igual ou inferior a à pobreza as pessoas que moram em domicílios com renda per da população de 18 anos 0,200
semana anterior à data do censo, mas havia procurado trabalho
meio salário mínimo (2010), capita inferior a meio salário mínimo de agosto de 2010. São ou mais de idade
ao longo do mês anterior à data dessa pesquisa.
na população total dessa considerados apenas os domicílios particulares permanentes.
faixa etária Razão entre as pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental
completo, em ocupação informal, e a população total nesta fai-
Elaboração dos autores. xa etária, multiplicada por 100. Ocupação informal implica que
c) Percentual de pessoas
trabalham, mas não são: empregados com carteira de trabalho
de 18 anos ou mais sem
Neste subíndice, os oito indicadores contribuem com o mesmo peso. Metodologica- assinada, militares do exército, da marinha, da aeronáutica, da 0,200
fundamental completo
polícia militar ou do corpo de bombeiros, empregados pelo
mente, optou-se por não utilizar modelos estatísticos para atribuir os pesos em função do e em ocupação informal
regime jurídico dos funcionários públicos ou empregadores e
comportamento dos indicadores. Considera-se, desta forma, que cada indicador retrata uma trabalhadores por conta própria com contribuição a instituto
situação ou uma condição equivalente de vulnerabilidade social, independentemente de de previdência oficial.
sua variância ou da correlação entre eles. Ressalta-se que esta opção metodológica levou Razão entre as pessoas que vivem em domicílios vulneráveis à
em conta também a diversidade de realidades e contextos socioespaciais presentes no d) Percentual de pessoas
pobreza (com renda per capita inferior a meio salário mínimo
em domicílios com renda
território brasileiro, bem como a diferença entre os municípios e entre as UDHs, inclusive de agosto de 2010) e nos quais a renda de moradores com 65
per capita inferior a meio 0,200
do ponto de vista de sua composição e estrutura demográfica, o que torna complexa e anos ou mais de idade (idosos) corresponde a mais da metade
salário mínimo (de 2010)
questionável a adoção de modelos para atribuição de pesos para os indicadores. do total da renda domiciliar, e a população total residente em
e dependentes de idosos
domicílios particulares permanentes (multiplicada por 100).
IVS Renda e Trabalho Razão das pessoas de 10 a 14 anos de idade que eram economi-
A vulnerabilidade de renda e trabalho, medida por este subíndice, agrupa não só camente ativas, ou seja, que estavam ocupadas ou desocupadas
e) Taxa de atividade das
na semana de referência do censo entre o total de pessoas nesta
indicadores relativos à insuficiência de renda presente (percentual de domicílios pessoas de 10 a 14 anos 0,200
faixa etária (multiplicada por 100). Considera-se desocupada a
com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo de 2010), mas de idade
pessoa que, não estando ocupada na semana de referência, havia
incorpora outros fatores que, associados ao fluxo de renda, configuram um estado procurado trabalho no mês anterior a essa pesquisa.
de insegurança de renda: a desocupação de adultos; a ocupação informal de adultos
Elaboração dos autores.

10 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Conceito e Metodologia

Neste subíndice, os cinco indicadores contribuem com o mesmo peso. Metodologi- Em larga medida, esta decisão seminal condicionou outras decisões tomadas
camente, optou-se por não utilizar modelos estatísticos para atribuir os pesos em função ao longo do projeto. A utilização da base de dados dos censos demográficos exigiu
do comportamento dos indicadores. Considera-se, desta forma, que cada indicador retrata que fosse feita uma leitura criteriosa dos dois questionários utilizados pelo IBGE
uma situação ou uma condição equivalente de vulnerabilidade social, independente de (questionário do universo e questionário da amostra), no Censo Demográfico 2010,
sua variância ou da correlação entre eles. Ressalta-se que esta opção metodológica levou visando extrair deles as informações que apontassem situações de exclusão e de
em conta também a diversidade de realidades e contextos socioespaciais presentes no vulnerabilidade.
território brasileiro, bem como a diferença entre os municípios e entre UDHs, inclusive Este trabalho, iniciado na primeira oficina do projeto (em novembro de 2012), gerou
do ponto de vista de sua composição e estrutura demográfica, o que torna complexa e diversas propostas de cestas de indicadores e culminou no estabelecimento de um diá-
questionável a adoção de modelos para atribuição de pesos para os indicadores. logo entre o IVS e a plataforma do ADH no Brasil, um projeto desenvolvido por meio da
parceria Ipea; o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); e a FJP,
A CRIAÇÃO DO IVS que tem na publicação do IDHM seu carro-chefe.
A criação do IVS se deu no âmbito da Rede Ipea, no escopo do projeto Mapeamento da A partir das propostas trazidas pelas equipes, por meio da leitura e análise dos ques-
Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas do Brasil, proposto, inicialmente, pela tionários do Censo Demográfico 2010, identificou-se que os indicadores constantes no ADH
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em atendimento à chamada respondiam aos anseios da equipe em termos do conjunto de aspectos que permitem
pública Ipea/Proedes no 01/2011, reunindo diversas instituições sob a coordenação retratar diferentes situações indicativas de vulnerabilidade social.
nacional do Ipea, tais como a Fundação Seade (instituição proponente) e instituições Ajustes nos algoritmos dos indicadores de vulnerabilidade social do ADH foram su-
estaduais de pesquisa das cinco macrorregiões brasileiras, a saber: Instituto Paranaense geridos pela equipe envolvida em sua construção, ao passo que os indicadores do ADH
de Desenvolvimento Econômico e Social – Ipardes (PR), na região Sul; Fundação Centro foram assumidos como a base de dados para estruturação da proposta do IVS, limitan-
Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores do Rio de Janeiro – Ceperj do-se o índice (e seus indicadores) ao leque de elementos e variáveis presentes no censo
(RJ), na região Sudeste; a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia – demográfico e, por extensão, no ADH.
SEI (BA), na região Nordeste; a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas À medida que as bases de dados foram sendo construídas, com correções e ajustes
do Pará – Fapespa (PA), na região Norte; e a Secretaria de Desenvolvimento da Região de indicadores de pesos, de estruturação dos dados em diferentes dimensões, a proposta
Metropolitana de Goiânia – Secima (GO), na região Centro-Oeste; além da Fundação João do IVS foi sendo amadurecida, com a sua submissão e avaliação por parte das equipes
Pinheiro – FJP (MG), parceira do Ipea no ADH.
técnicas das instituições parceiras.
Nessa discussão, comum aos debates em torno da construção de indicadores e índices
Contando com representantes de instituições das cinco macrorregiões do país, a
socioeconômicos, a primeira questão (e ponto de partida decisivo e condicionador das
equipe do projeto lidou, ao longo desses dois anos de implementação do projeto, com
demais decisões metodológicas do projeto) diz respeito a quais fontes e bases de dados
diferentes desafios conceituais e metodológico-operacionais.
utilizar: dados de registros administrativos ou dados secundários das pesquisas realizadas
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), notadamente os censos demo-
COMO LER O IVS
gráficos e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) dos períodos analisados.
Registros administrativos oferecem dados mais recentes, de escopo e amplitude mais O IVS é um índice que varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo a 1, maior é a vulnerabili-
amplos do que aqueles encontrados nas pesquisas do IBGE. Por outro lado, os dados do dade social de um município (figura 1).
IBGE, apesar de mais limitados em termos temporais, de escopo e amplitude do campo Para os municípios que apresentam IVS entre 0 e 0,200, considera-se que pos-
informacional, oferecem a vantagem de procederem de fonte única e de serem coletados suem muito baixa vulnerabilidade social. Valores entre 0,201 e 0,300 indicam baixa
por metodologia uniforme, aplicada com a mesma validade estatística e rigor em todo vulnerabilidade social. Aqueles que apresentam IVS entre 0,301 e 0,400 são de média
o território nacional, em diferentes escalas territoriais. vulnerabilidade social, ao passo que entre 0,401 e 0,500 são considerados de alta vul-
Assim, embora fosse interessante poder contar com dados mais recentes, optou-se nerabilidade social. Qualquer valor entre 0,501 e 1 indica que o município possui muito
pelos dados do IBGE como base para a construção do IVS. Ademais, decidiu-se pela alta vulnerabilidade social.
utilização apenas dos dados colhidos pelos censos demográficos, já que as PNADs não
permitem o recorte municipal, o que inviabilizaria o propósito inicial de se obter indica-
dores para esta escala territorial.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


11
Conceito e Metodologia

FIGURA 1 Feita a normalização dos dados para os indicadores que compõem o subíndice, foram
Faixas do IVS aplicados os pesos relativos a cada um dos indicadores.
A fim de deixar mais claro o que significam os indicadores com valores entre 0 e 1, a
tabela 1 apresenta as informações percentuais do valor de cada indicador do IVS que se
referem à melhor (0,000) e à pior situação (1,000).

TABELA 1
Valores de referência da melhor situação (valor igual a 0,000) e pior situação (valor igual a 1,000)
por indicador que compõem o IVS
Elaboração dos autores. (Em %)

Valores de referência do indicador


COMO É CONSTRUÍDO O IVS
Indicador
O IVS é o resultado da média aritmética dos subíndices IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Melhor situação Pior situação
Humano e IVS Renda e Trabalho; cada um deles entra no cálculo do IVS final com o mesmo peso. (0,000) (1,000)
Para o cálculo dos subíndices, foram utilizados dezesseis indicadores calculados a
Percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de
partir das variáveis dos censos demográficos do IBGE, para os anos de 2000 e 2010 – 0,0 40,2
água e esgotamento sanitário inadequados
tabulados para o ADH no Brasil –3 com seus respectivos pesos. Para a construção de cada
dimensão do IVS, utilizando os pesos equivalentes para cada indicador, foi necessário Percentual da população que vive em domicílios urbanos
0,0 50,5
sem o serviço de coleta de lixo
utilizar parâmetros máximos e mínimos, em cada indicador, para transformá-lo, também,
num indicador padronizado, com valores variando de 0,000 a 1,000. Percentual de pessoas em domicílios com renda per capita
inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais 0,0 17,8
COMO SÃO CALCULADOS OS INDICADORES de uma hora até o trabalho

Como dito anteriormente, cada indicador teve seu valor normalizado numa escala que Mortalidade até um ano de idade1 0,0 52,5
varia entre 0 a 1, em que 0 corresponde à situação ideal, ou desejável, e 1 corresponde Percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam
à pior situação. 0,0 98,5
a escola
A condição de absoluta ausência de vulnerabilidade equivale a 0% de casos inde-
Percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam
sejados (ou por exemplo zero mortos por mil nascidos vivos, no caso da variável taxa de 0,0 15,2
a escola
mortalidade de crianças de até 1 ano de idade).
Já o valor máximo de cada indicador – ou seja, a situação de máxima vulnerabilidade – Percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tive-
0,0 7,6
foi estabelecido a partir da média encontrada para os dados municipais de cada um deles, ram filhos
considerando, para efeitos de cálculo, os valores relativos aos anos de 2000 e 2010, acresci- Percentual de mães chefes de família, sem fundamental
do de dois desvios-padrão, limitados em 1, mesmo para os municípios que extrapolaram completo e com pelo menos um filho menor de 15 anos de 0,0 35,5
este valor. idade, no total de mães chefes de família
Sendo assim, foi considerada como situação ideal (ausência de vulnerabilidade social) Taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais
0,0 42,1
a não ocorrência de casos em cada uma das dimensões (por exemplo, mortalidade infantil de idade
igual a zero) e o valor máximo correspondeu, sempre, à pior situação encontrada a partir
Percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum
da padronização referida. Todos os indicadores listados apresentam relação direta com 0,0 87,3
dos moradores tem o ensino fundamental completo.
situações de vulnerabilidade social: quanto maior o indicador, maior a vulnerabilidade social.
(Continua)

3. Disponível em: <www.atlasbrasil.org.br>.

12 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Conceito e Metodologia

(Continuação)
Critérios para a divisão das UDHs
Valores de referência do indicador As UDHs foram delineadas buscando gerar áreas mais homogêneas, do ponto de vista
Indicador das condições socioeconômicas, do que as áreas de ponderação do IBGE. Ou seja, elas
Melhor situação Pior situação
(0,000) (1,000)
são construídas com o objetivo de melhor captar a diversidade de situações relacionadas
com o desenvolvimento humano que ocorre no interior dos espaços intrametropolitanos,
Percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, para desvendar o que é escondido pelas médias municipais agregadas.
não trabalham e possuem renda domiciliar per capita igual
ou inferior a meio salário mínimo (de 2010), na população
0,0 34,3 Enquanto a lógica das áreas de ponderação do IBGE atende aos quesitos técnicos rela-
total dessa faixa etária. cionados ao processo de coleta e amostragem, as UDHs estão voltadas para a análise espacial
das RMs por meio de recortes espaciais de maior homogeneidade socioeconômica, com
Proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual o objetivo de retratar as desigualdades intrametropolitanas de forma mais contundente.
0,0 100,0
ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade 0,0 18,0


Obtenção dos dados
Os dados dos censos demográficos do IBGE, apesar de coletados em nível de domicílios e
Percentual de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental de pessoas, são disponibilizados em formato agregado, para evitar a exposição de infor-
0,0 89,9
completo e em ocupação informal mações personalizadas. As informações constantes no questionário aplicado no universo
Percentual de pessoas em domicílios com renda per capita infe-
dos domicílios estão disponíveis para os setores censitários. Já os dados do questionário
0,0 10,5 da amostra – do qual o ADH e, por conseguinte, o Atlas da Vulnerabilidade Social retiram a
rior a meio salário mínimo (de 2010) e dependentes de idosos
maior parte de seus indicadores – estão disponíveis apenas para as áreas de ponderação.
Taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade 0,0 30,1 Para obter o acesso aos dados do questionário da amostra para recortes espaciais
Elaboração dos autores. diferentes daqueles correspondentes às áreas de ponderação, foi submetido para avaliação
Nota: 1 por mil nascidos vivos. do IBGE um projeto com a proposta de nova agregação de setores censitários, observan-
do as exigências de confiabilidade estatística e obedecendo a critérios rigorosamente
avaliados por um comitê técnico. Entre os parâmetros avaliados pelo comitê, destaca-se,
A CONSTRUÇÃO DAS UNIDADES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (UDHS) em especial, a exigência de que as áreas criadas devem ter, pelo menos, quatrocentos
domicílios particulares permanentes amostrados.
O que é um setor censitário? Uma vez aprovado o projeto com a criação de novos recortes espaciais para extração
O setor censitário é constituído de áreas contíguas, delimitadas para atender aos de dados, os usuários utilizam uma sala especial disponibilizada pelo IBGE, a chamada
parâmetros da coleta e para controle cadastral. Situa-se em um único quadro urba- “sala de sigilo”, na qual os usuários têm acesso aos microdados dos censos segundo sua
no ou rural e o número de domicílios nele contidos e sua dimensão territorial são agregação espacial. Os resultados obtidos passam ainda pela avaliação de consistência
definidos de forma a permitir o levantamento das informações por um único recen- pelo IBGE antes de serem finalmente liberados ao usuário.
seador. É definido em função da rota do recenseador, obedecendo a barreiras físicas O processo descrito permite a espacialização dos indicadores da plataforma on-line
e à lógica dos logradouros. Sua configuração assemelha-se às rotas dos leituristas do ADH em recortes denominados como UDHs – unidades de desenvolvimento humano.
de relógio de água, de energia elétrica, de endereçamento postal ou de coleta de
lixo (normalmente quarteirões em centros urbanos, prédios muito grandes, etc.). Validação local
Com isso, tende a ser mais homogêneo nas áreas de maior densidade populacional No processo de delimitação das UDHs, foi necessário contar com o conhecimento e a co-
e menos nas mais rarefeitas. laboração técnica de instituições e pesquisadores de todas as RMs abrangidas pelo ADH
para que eles pudessem, a partir de uma base de informações socioeconômicas em nível
O que é uma área de ponderação? de setores censitários,4 propor a configuração de recortes espaciais intrametropolitanos
A área de ponderação é uma unidade geográfica formada por um agrupamento de setores mais homogêneos que atendessem às exigências técnicas do IBGE.
censitários contíguos, para a aplicação dos procedimentos de calibração das estimativas
obtidas com a amostra com as informações conhecidas para a população como um todo.
4. Foram disponibilizadas informações do censo-universo como renda, número de banheiros dos domicílios, entre outras.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


13
Conceito e Metodologia

Além disso, essas novas unidades espaciais deveriam ser reconhecidas, inclusive,
por denominações já utilizadas pela população. Na medida do possível, tais unidades se
constituiriam em agregações de setores censitários que apresentariam áreas contíguas,
visando facilitar sua nomenclatura e reconhecimento.
A construção das UDHs, portanto, foi um trabalho que exigiu a articulação de um
conjunto expressivo de parceiros (articulados por meio da Plataforma Ipea de Pesquisa em
Rede – Rede Ipea), que propuseram a configuração desses espaços intrametropolitanos,
respeitando os critérios e as exigências do IBGE, os quais deveriam ser os mais homogê-
neos possíveis, em termos socioeconômicos (homogeneidade), contíguos (contiguidade),
e que fossem reconhecidos por parte da população residente (identidade).

14 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Resultados
RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana de
S A N TA C ATA R I N A

Belém
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana de Belém

MAPA 1
IVS da região metropolitana de Belém (2000)
2000
População: 1.973.259 habitantes.
PIB: R$ 8 bilhões.
PIB/per capita: R$ 4,06 mil.
IDHM (2000): 0,621.
IVS (2000): 0,456.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,437.
IVS Capital Humano (2000): 0,461.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,470.

Elaboração dos autores.

18 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belém

MAPA 2
IVS da região metropolitana de Belém (2010) 2010
População: 2.275.032 habitantes.
PIB: R$ 24,7 bilhões.
PIB/per capita: R$ 10,87 mil.
IDHM (2010): 0,729.
IVS (2010): 0,351.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,380.
IVS Capital Humano (2010): 0,340.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,333.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,105 (23,0%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


19
Região Metropolitana de Belém

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,437.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,380.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,057 (13,04%).

20 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belém

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


21
Região Metropolitana de Belém

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,461.


IVS Capital Humano 2010 = 0,340.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,121 (26,2%).

22 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belém

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


23
Região Metropolitana de Belém

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

24 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belém

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,470.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,333.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,137 (29,15%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


25
Região Metropolitana de Belém

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

26 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belém

A REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM

MAPA 23 Criada em 1973, pela Lei Complementar Federal no 14/73, a região metropolitana (RM)
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário de Belém é composta por sete municípios e possui área de 3.566 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM de Belém possuía um grau de urbanização de 96,1%. A população
do município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 60% da população da RM. A taxa
de crescimento da população da RM de Belém, entre 2000 e 2010, foi de 1,43% ao ano,
superior à média observada no país, que foi de 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DE BELÉM


Em 2000, a RM de Belém apresentava IVS igual a 0,456, situando-se na faixa de alta vul-
nerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentou IVS de 0,351, passando para a faixa de
média vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,461, passando, em 2010, para 0,340. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,437 e, em 2010, correspondeu a 0,380. Já o IVS Renda e
Trabalho era 0,470 e passou para 0,333, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da
RM de Belém. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor vulne-
rabilidade social foi a de infraestrutura urbana. Em 2010, a dimensão renda e trabalho
apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais
Elaboração dos autores. contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Renda e
Trabalho, que registrou uma redução de 0,137.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

32% 34% 36% 32%

34% 32%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


27
Região Metropolitana de Belém

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DE BELÉM OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 5% das UDHs da RM de Belém encontravam-se na faixa da muito baixa vulnerabilidade Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM de Belém em 2000, nota-se
social, enquanto 20% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em 2010, essas proporções que grande parte das UDHs com valores mais altos de IVS situa-se nos munícipios
corresponderam, respectivamente, a 22% e 29%, expressando uma redução da vulnerabilidade no entorno de Belém, com exceção da porção central dos municípios de Ananindeua,
social no período analisado. No mesmo período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de Belém e Castanhal, enquanto a maior parte das UDHs que possuem os valores mais
alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 49% para 30%, conforme ilustra o gráfico 2. baixos de IVS concentram-se no centro histórico e no bairro Nazaré, em Belém. As
UDHs correspondentes às faixas de menor vulnerabilidade social concentram-se no
GRÁFICO 2 município de Belém.
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010) Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixo estendem-se para
2000 2010 o entorno imediato do centro de Belém (conforme mostram os mapas 1 e 2), atingindo
12%
a área urbana de Ananindeua e também o centro do município de Castanhal. Na outra
26% 19% 29%
extremidade, os valores mais altos de IVS são encontrados em UDHs localizadas nas áreas
37% 18% rurais dos municípios da RM, com exceção de Santa Isabel do Pará.
20%
22% Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM
12%
5% de Belém. No período de 2000 a 2010, houve redução no número de UDHs na faixa do
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa
médio e muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número de
UDHs com IVS baixo e muito baixo. O gráfico sugere que a performance das UDHs da RM
Fonte: Ipea (2015).
de Belém melhorou no período.
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da RM
GRÁFICO 4
de Belém para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de distribuição
Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade entre as UDHs,
no que tange à vulnerabilidade social no período. 100

90
GRÁFICO 3 80
Distribuição do IVS (2000 e 2010) 70
1,000
60

Frequência
0,900
50
0,800
40
0,700
30
0,600
20
IVS

0,500
10
0,400
0
0,300 0 - 0,200 0,201 - 0,300 0,301 - 0,400 0,401 - 0,500 0,501 - 1
0,200 IVS – Faixas de vulnerabilidade social
0,100 2000 2010

0,000 Fonte: Ipea (2015).


0 50 100 150 200 250
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

28 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belém

A DESIGUALDADE NA RM DE BELÉM EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DE BELÉM


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM de Belém, percebe-se De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de 2000, era que integram as três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
de 0,706, caindo para 0,524, em 2010, em uma variação de 25,8%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e a concentração
dos dados para o município núcleo da RM de Belém (Belém) e para os demais municípios GRÁFICO 6
da RM, identificados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010
1,00 0,700

0,90 0,600

IVS
0,80 0,500

0,70 0,400

0,60 0,300

0,200
IVS

0,50

0,40 0,100

0,30 0,000
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Belém Entorno Belém
Legenda
Fonte: Ipea (2015).
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo (Belém), em 2000, o IVS variava entre 0,077 e 0,704, inadequados.
sendo que a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,261 • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
e 0,508. Em 2010, o IVS variava entre 0,080 e 0,604, ou seja, possuía uma amplitude menor
• IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
que em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,182 e 0,399.
(de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados associada a uma redução do
IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS con- Ao observar o gráfico 6, nota-se que em duas das três variáveis houve redução
centrado entre 0,330 e 0,608. Em 2010, esse intervalo ficou entre 0,255 e 0,454. Nesses no IVS Infraestrutura Urbana. Todavia, vale salientar que a terceira variável, percen-
municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,266 e 0,783, ao passo que, em 2010, variou entre tual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de
0,199 e 0,604. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de variação dos dados, 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, está disponível apenas para
associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). o ano de 2010, não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se menos nas UDHs do década em estudo.
município núcleo da RM de Belém que entre as UDHs dos municípios do entorno.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


29
Região Metropolitana de Belém

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010
Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo.
Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
quatro das cinco variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar que a maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010). 18 anos ou mais de idade, com uma diferença de 0,412. Já a variável que apresentou piora
no componente do indicador foi a taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade,
Já no gráfico 7, é possível verificar que em todas as oito variáveis houve redução na com um aumento de 0,025.
componente do IVS Capital Humano. Entre elas, a mortalidade até 1 ano de idade foi a que
apresentou maior variação no decorrer dos dez anos analisados, com uma diferença em
valores absolutos de 0,196.

30 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana de
S A N TA C ATA R I N A

Belo Horizonte
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana de Belo Horizonte

MAPA 1
IVS da região metropolitana de Belo Horizonte (2000) 2000
População: 4.357.942.
PIB: R$ 33,7 bilhões.
PIB/per capita: R$ 7,74 mil.
IDHM (2000): 0,682.
IVS (2000): 0,418.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,451.
IVS Capital Humano (2000): 0,398.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,405.

Elaboração dos autores.

32 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belo Horizonte

MAPA 2
IVS da região metropolitana de Belo Horizonte (2010) 2010
População: 4.883.970.
PIB: R$ 120,8 bilhões.
PIB/per capita: R$ 24,74 mil.
IDHM (2010): 0,774.
IVS (2010): 0,303.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,412.
IVS Capital Humano (2010): 0,272.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,224.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,115 (27,5%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


33
Região Metropolitana de Belo Horizonte

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,451.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,412.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,039 (8,65%).

34 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belo Horizonte

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


35
Região Metropolitana de Belo Horizonte

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,398.


IVS Capital Humano 2010 = 0,272.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,126 (31,7%).

36 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belo Horizonte

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


37
Região Metropolitana de Belo Horizonte

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

38 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belo Horizonte

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,405.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,224.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,181 (44,69%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


39
Região Metropolitana de Belo Horizonte

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

40 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belo Horizonte

A REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

MAPA 23 Criada em 1973, pela Lei Complementar Federal no 14/1973, a região metropolitana (RM)
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário de Belo Horizonte é composta por 34 municípios e possui área de 9.473 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM de Belo Horizonte possuía um grau de urbanização de 98,1%. A po-
pulação do município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 48% da população da RM.
A taxa de crescimento da população da RM de Belo Horizonte, entre 2000 e 2010, foi de
1,15% ao ano, inferior à média observada no país, que foi de 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DE BELO HORIZONTE


Em 2000, a RM de Belo Horizonte apresentava IVS igual a 0,418, situando-se na faixa de
alta vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentava IVS de 0,303, passando para a
faixa de média vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,398, passando, em 2010, para 0,272. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,451 e, em 2010, correspondeu a 0,412. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,405 e passou para 0,224, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da
RM de Belo Horizonte. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor
vulnerabilidade social foi o IVS Capital Humano. E em 2010, a dimensão renda e trabalho
apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais
Elaboração dos autores. contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Renda e
Trabalho, que registrou uma redução de 0,181.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

25%
32%
36%

45%

30%

32%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


41
Região Metropolitana de Belo Horizonte

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DE BELO HORIZONTE OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 3% das UDHs da RM de Belo Horizonte encontravam-se na faixa da muito baixa Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM de Belo Horizonte em 2000,
vulnerabilidade social, enquanto 12% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em nota-se que grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção
2010, essas proporções correspondem, respectivamente, a 12% e 29%, expressando uma central da RM, enquanto a maior parte das UDHs que possuem os valores mais altos
redução da vulnerabilidade social no período analisado. No mesmo período, a soma do de IVS localiza-se nos municípios do entorno da sede. As UDHs correspondentes às
percentual de UDHs nas faixas de alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 64% maiores faixas de vulnerabilidade social encontram-se em diversos municípios, tais
para 19%, conforme ilustra o gráfico 2.
como: Vespasiano, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, Esmeraldas, Betim, Ibirité
e outros.
GRÁFICO 2
Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixo se estendem
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010)
para o entorno imediato do núcleo da RM (conforme mostram os mapas 1 e 2) e para
2000 2010
municípios das porções sul e noroeste da RM. Na outra extremidade, os valores mais
34% 41% altos de IVS são encontrados em UDHs localizadas na porção sul do município de
21% 29% Belo Horizonte, assim como em Ibirité, Contagem, Betim, Esmeraldas, Caeté, Sabará,
30% entre outros.
12% 19%
12% Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM
3%
de Belo Horizonte. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs na faixa
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa do alto e muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número
Fonte: Ipea (2015). de UDHs com IVS médio, baixo e muito baixo. O gráfico 4 sugere que a performance das
UDHs da RM de Belo Horizonte melhorou no período.
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da
RM de Belo Horizonte, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de GRÁFICO 4
distribuição de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
entre as UDHs, no que tange à vulnerabilidade social, no período. 260
240
GRÁFICO 3 220
Distribuição do IVS (2000 e 2010) 200
1,000 180
0,900 160

Frequência
140
0,800
120
0,700 100
0,600 80
60
IVS

0,500
40
0,400
20
0,300
0
0,200 0 - 0,200 0,201 - 0,300 0,301 - 0,400 0,401 - 0,500 0,501 - 1
0,100 IVS – Faixas de vulnerabilidade social
0,000 2000 2010
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600
Fonte: Ipea (2015).
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

42 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Belo Horizonte

A DESIGUALDADE NA RM DE BELO HORIZONTE EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DE BELO HORIZONTE


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM de Belo Horizonte, per- De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
cebe-se que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
2000, era de 0,614, caindo para 0,450, em 2010, em uma variação de 26,7%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e concentração
dos dados para o município núcleo da RM de Belo Horizonte (Belo Horizonte) e para os GRÁFICO 6
demais municípios da RM, identificados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010
1,00 0,700

0,90 0,600

IVS
0,80 0,500

0,70 0,400

0,60 0,300

0,200
IVS

0,50

0,40 0,100

0,30 0,000
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Belo Horizonte Entorno Belo Horizonte

Fonte: Ipea (2015).


Legenda
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo (Belo Horizonte), em 2000, o IVS variava entre 0,073 e inadequados.
0,608, sendo que a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
0,332 e 0,486. Em 2010, o IVS variava entre 0,036 e 0,433, ou seja, possuía uma amplitude
menor que em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,227 • IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
e 0,365. Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
redução do IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS con- Ao observar o gráfico 6, nota-se que em duas das três variáveis houve redução no
centrado entre 0,363 e 0,531. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,250 e 0,393. Nesses IVS Infraestrutura Urbana. Todavia, vale salientar que a terceira variável, percentual de
municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,217 e 0,687, ao passo que, em 2010, variou entre pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que
0,149 e 0,486. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de variação dos dados, gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada, está disponível apenas
associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). para o ano de 2010, não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se mais nas UDHs do município década em estudo.
núcleo da RM de Belo Horizonte do que entre as UDHs dos municípios do entorno.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


43
Região Metropolitana de Belo Horizonte

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo. Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
todas as cinco variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar que a maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010). 18 anos ou mais de idade, com uma diferença de 0,565.

Já no gráfico 7, é possível verificar que em todas as oito variáveis houve redução


no componente do IVS Capital Humano. Entre as variáveis que registraram redução nos
valores, percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequenta a escola foi a que apresen-
tou maior variação no decorrer dos dez anos analisados, com uma diferença em valores
absolutos de 0,199.

44 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana do
S A N TA C ATA R I N A

Vale do Rio Cuiabá


RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

MAPA 1
IVS da região metropolitana do Vale do Rio Cuiabá (2000) 2000
População: 726.220.
PIB: R$ 4,57 bilhões.
PIB/per capita: R$ 6,29 mil.
IDHM (2000): 0,668.
IVS (2000): 0,412.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,417.
IVS Capital Humano (2000): 0,429.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,390.

Elaboração dos autores.

46 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

MAPA 2
IVS da região metropolitana do Vale do Rio Cuiabá (2010) 2010
População: 833.766.
PIB: R$ 14,8 bilhões.
PIB/per capita: R$ 17,76 mil.
IDHM (2010): 0,767.
IVS (2010): 0,284.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,325.
IVS Capital Humano (2010): 0,292.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,234.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,128 (31,1%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


47
Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,417.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,325.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,092 (22,06%).

48 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


49
Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,429.


IVS Capital Humano 2010 = 0,292.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,137 (31,9%).

50 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


51
Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

52 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,390.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,234.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,156 (40,0%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


53
Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

54 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

A REGIÃO METROPOLITANA DO VALE DO RIO CUIABÁ

MAPA 23 Criada em 2009, pela Lei Complementar Estadual no 359/2009, a região metropolitana (RM)
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário do Vale do Rio Cuiabá é composta por quatro municípios e possui área de 21.545 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM do Vale do Rio Cuiabá possuía um grau de urbanização de 96%. A po-
pulação do município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 27% da população da região
metropolitana. A taxa de crescimento da população da RM do Vale do Rio Cuiabá, entre
2000 e 2010, foi de 1,39% ao ano, superior à média observada no país, que foi de 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DO VALE DO RIO CUIABÁ


Em 2000, a RM do Vale do Rio Cuiabá apresentava IVS igual a 0,412, situando-se na faixa
de alta vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentava IVS de 0,284, passando para
a faixa de baixa vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,429, passando, em 2010, para 0,292. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,417 e, em 2010, correspondeu a 0,325. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,390 e passou para 0,234, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da
RM do Vale do Rio Cuiabá. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou
menor vulnerabilidade social foi o IVS Renda e Trabalho. E em 2010, a dimensão renda e
trabalho apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que
Elaboração dos autores. mais contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Renda
e Trabalho, que registrou uma redução de 0,156.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

34% 31% 38% 28%

35% 34%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


55
Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DO VALE DO RIO CUIABÁ OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS
Em 2000, 3% das UDHs da RM do Vale do Rio Cuiabá encontravam-se na faixa da muito Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM do Vale do Rio Cuiabá em 2000,
baixa vulnerabilidade social, enquanto 26% apresentavam baixa vulnerabilidade social. nota-se que grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na sede
Em 2010, essas proporções corresponderam, respectivamente, a 29% e 23%, expressando da RM, enquanto a maior parte das UDHs que possuem os valores mais altos de IVS
uma redução da vulnerabilidade social no período analisado. No mesmo período, a soma localiza-se no entorno da área urbana de Cuiabá. As UDHs correspondentes às maiores
do percentual de UDHs nas faixas de alta e muito alta vulnerabilidade social passou de faixas de vulnerabilidade social estão presentes em todos os municípios da RM.
50% para 13%, conforme ilustra o gráfico 2.
Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixo se estenderam desde
o núcleo da sede (Cuiabá) até a área urbana de Várzea Grande, conforme mostram os
GRÁFICO 2
mapas 1 e 2. Na outra extremidade, os valores mais altos de IVS são encontrados em
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010)
UDHs localizadas no município de Nossa Senhora do Livramento.
2000 2010
Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM
25% 21%
23%
do Vale do Rio Cuiabá. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs na
35% faixa do baixo, alto e muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no
25% 26% 29% número de UDHs com IVS muito baixo e médio. O gráfico 4 sugere que a performance das
12% UDHs da RM do Vale do Rio Cuiabá melhorou no período.
3% 1%

Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa GRÁFICO 4


Fonte: Ipea (2015). Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
50
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da RM
45
do Vale do Rio Cuiabá, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de
distribuição de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade 40
entre as UDHs, no que tange à vulnerabilidade social, no período. 35

Frequência
30
GRÁFICO 3
25
Distribuição do IVS (2000 e 2010)
1,000 20

0,900 15

0,800 10

5
0,700
0
0,600
0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1
IVS

0,500
IVS – Faixas de vulnerabilidade social
0,400 2000 2010
0,300 Fonte: Ipea (2015).
0,200

0,100

0,000
0 20 40 60 80 100 120 140
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

56 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

A DESIGUALDADE NA RM DO VALE DO RIO CUIABÁ EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DO VALE DO RIO CUIABÁ
Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM do Vale do Rio Cuiabá, De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
percebe-se que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
de 2000, era de 0,566, caindo para 0,429, em 2010, em uma variação de 24,2%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e concentração
dos dados para o município núcleo da RM do Vale do Rio Cuiabá (Cuiabá) e para os GRÁFICO 6
demais municípios da RM, identificados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010
1,00 0,700

0,90 0,600

IVS
0,80 0,500

0,70 0,400

0,60 0,300

0,200
IVS

0,50

0,40 0,100

0,30 0,000
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Cuiabá Entorno Cuiabá

Fonte: Ipea (2015).


Legenda
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo (Cuiabá), em 2000, o IVS variava entre 0,152 e 0,718, inadequados.
sendo que a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,263 • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
e 0,468. Em 2010, o IVS variava entre 0,096 e 0,431, ou seja, possuía uma amplitude menor
que em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,180 e 0,309. • IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma redução do (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS con- Ao observar o gráfico 6, nota-se que em duas das três variáveis houve redução no
centrado entre 0,373 e 0,571. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,304 e 0,404. Nesses IVS Infraestrutura Urbana. Todavia, vale salientar que a terceira variável, percentual de
municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,254 e 0,684, ao passo que, em 2010, variou entre pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que
0,151 e 0,525. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de variação dos dados, gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada, está disponível apenas
associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). para o ano de 2010, não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se mais nas UDHs do município década em estudo.
núcleo da RM do Vale do Rio Cuiabá do que entre as UDHs dos municípios do entorno.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


57
Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo. Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
quatro das cinco variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar -se que a maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010). de 18 anos ou mais de idade, com uma diferença de 0,440. Já a variável que apresentou
piora no componente do indicador foi taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de
Já no gráfico 7, é possível verificar que em todas as oito variáveis houve redução no idade, com um aumento de 0,066.
componente do IVS Capital Humano. Entre elas, percentual de crianças de 0 a 5 anos que
não frequentam a escola foi a que apresentou maior variação no decorrer dos dez anos
analisados, com uma diferença em valores absolutos de 0,226.

58 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
S A N TA C ATA R I N A

metropolitana de
Curitiba
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana de Curitiba

MAPA 1
IVS da região metropolitana de Curitiba (2000) 2000
População: 2.813.237.
PIB: R$ 28,34 bilhões.
PIB/per capita: R$ 10,07 mil.
IDHM (2000): 0,698.
IVS (2000): 0,389.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,419.
IVS Capital Humano (2000): 0,402.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,345.

Elaboração dos autores.

60 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Curitiba

MAPA 2
IVS da região metropolitana de Curitiba (2010) 2010
População: 3.223.836.
PIB: R$ 94,9 bilhões.
PIB/per capita: R$ 29,47 mil.
IDHM (2010): 0,783.
IVS (2010): 0,285.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,405.
IVS Capital Humano (2010): 0,266.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,184.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,104 (26,7%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


61
Região Metropolitana de Curitiba

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,419.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,405.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,014 (3,34%).

62 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Curitiba

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


63
Região Metropolitana de Curitiba

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,402.


IVS Capital Humano 2010 = 0,266.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,136 (33,8%).

64 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Curitiba

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


65
Região Metropolitana de Curitiba

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

66 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Curitiba

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,345.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,184.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,161 (46,67%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


67
Região Metropolitana de Curitiba

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

68 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Curitiba

A REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

MAPA 23 Criada em 1973, pela Lei Complementar Federal no 14/1973, a região metropolitana (RM)
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário de Curitiba é composta por 29 municípios e possui área de 16.582 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM de Curitiba possuía um grau de urbanização de 91,7%. A população
do município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 54% da população da RM. A taxa
de crescimento da população da RM de Curitiba, entre 2000 e 2010, foi de 1,37% ao ano,
superior à média observada no país, que foi de 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DE CURITIBA


Em 2000, a RM de Curitiba apresentava IVS igual a 0,389, situando-se na faixa de média
vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentava IVS de 0,285, passando para a faixa
de baixa vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,402, passando, em 2010, para 0,266. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,419 e, em 2010, correspondeu a 0,405. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,345 e passa para 0,184, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da
RM de Curitiba. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor vulne-
rabilidade social foi renda e trabalho. E em 2010, a dimensão renda e trabalho também
apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais
Elaboração dos autores. contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Renda e
Trabalho, que registrou uma redução de 0,161.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

22%
36% 30%

47%

31%

34%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


69
Região Metropolitana de Curitiba

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DE CURITIBA OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 11% das UDHs da RM de Curitiba encontravam-se na faixa da muito baixa vulnerabili- Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM de Curitiba em 2000, nota-se
dade social, enquanto 8% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em 2010, essas proporções que grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção central
corresponderam, respectivamente, a 21% e 31%, expressando uma redução da vulnerabilidade da RM, enquanto a maior parte das UDHs que possuem os valores mais altos de IVS
social no período analisado. No mesmo período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de localiza-se nas porções norte e sudoeste da RM. As UDHs correspondentes às maiores
alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 55% para 7%, conforme ilustra o gráfico 2. faixas de vulnerabilidade social encontram-se em todos os municípios no entorno
de Curitiba.
GRÁFICO 2
Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixo se estendem-se para
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010)
o entorno imediato do núcleo do município sede (Curitiba) e para municípios como
2000 2010
Pinhais, São José dos Pinhais, Colombo, Campo Largo, Balsa Nova, Lapa, entre outros
32% 31% (conforme mostram os mapas 1 e 2). Na outra extremidade, os valores mais altos de
26% 41% IVS são encontrados, predominantemente, em UDHs localizadas na porção norte da
23%
8%
21%
RM de Curitiba.
11% 7% Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM de
Curitiba. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs na faixa do alto e
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa
muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número de UDHs
Fonte: Ipea (2015).
com IVS muito baixo, baixo e médio. O gráfico 4 sugere que a performance das UDHs da
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da RM RM de Curitiba melhorou no período.
de Curitiba, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de distribuição
GRÁFICO 4
de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade entre as UDHs,
Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
no que tange à vulnerabilidade social, no período.
140

GRÁFICO 3
120
Distribuição do IVS (2000 e 2010)
1,000 100
0,900

Frequência
80
0,800

0,700 60

0,600
40
IVS

0,500

0,400 20

0,300 0
0,200 0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1

0,100 IVS – Faixas de vulnerabilidade social


2000 2010
0,000
0 50 100 150 200 250 300 Fonte: Ipea (2015).
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

70 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Curitiba

A DESIGUALDADE NA RM DE CURITIBA EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DE CURITIBA


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM de Curitiba, percebe-se De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de 2000, era que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
de 0,612, caindo para 0,459, em 2010, em uma variação de 25%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e concentração
dos dados para o município núcleo da RM de Curitiba (Curitiba) e para os demais muni- GRÁFICO 6
cípios da RM, identificados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010
1,00 0,700

0,90 0,600

IVS
0,80 0,500

0,70 0,400

0,60 0,300

0,200
IVS

0,50

0,40 0,100

0,30 0,000
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Curitiba Entorno Curitiba

Fonte: Ipea (2015).


Legenda
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo (Curitiba), em 2000, o IVS variava entre 0,066 e 0,573, inadequados.
sendo que a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,209 • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
e 0,429. Em 2010, o IVS variava entre 0,047 e 0,381, ou seja, possuía uma amplitude menor
que em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,120 e 0,333. • IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma redução do (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS con- Ao observar o gráfico 6, nota-se que em duas das três variáveis houve redução no
centrado entre 0,368 e 0,517. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,241 e 0,377. Nesses IVS Infraestrutura Urbana. Todavia, vale salientar que a terceira variável, percentual de
municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,118 e 0,678, ao passo que, em 2010, variou entre pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que
0,049 e 0,506. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de variação dos dados, gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada, está disponível apenas
associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). para o ano de 2010, não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se mais nas UDHs do município década em estudo.
núcleo da RM de Curitiba do que entre as UDHs dos municípios do entorno.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


71
Região Metropolitana de Curitiba

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010)
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. e dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, e todas as
fundamental completo.
cinco variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se que a
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de 18 anos
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010). ou mais de idade, com uma diferença de 0,477.

Já no gráfico 7, é possível verificar que em sete variáveis houve redução na componente


do IVS Capital Humano. Entre elas, percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam
a escola foi a que apresentou maior variação no decorrer dos dez anos analisados, com
uma diferença em valores absolutos de 0,240.

72 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

S A N TA C ATA R I N A
Região integrada de
desenvolvimento econômico do
Distrito Federal e entorno
RIO GRANDE
DO SUL
Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

MAPA 1
IVS da região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno (2000) 2000
População: 2.958.196.
PIB: R$ 49,08 bilhões.
PIB/per capita: R$ 16,6 mil.
IDHM (2000): 0,680.
IVS (2000): 0,438.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,486.
IVS Capital Humano (2000): 0,441.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,387.

Elaboração dos autores.

74 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

MAPA 2
IVS da região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e Entorno (2010) 2010
População: 3.724.181.
PIB R$ 160,2 bilhões.
PIB/per capita: R$ 43,02 mil.
IDHM (2010): 0,792.
IVS (2010): 0,322.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,425.
IVS Capital Humano (2010): 0,305.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,236.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,116 (26,5%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


75
Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,486.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,425.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,061 (12,55%).

76 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


77
Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,441.


IVS Capital Humano 2010 = 0,305.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,136 (30,8%).

78 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


79
Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

80 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,387.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,236.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,151 (39,02%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


81
Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

82 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (RIDE) DO


DISTRITO FEDERAL E ENTORNO
MAPA 23
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário Criada em 1998, pela Lei Complementar Federal no 94/1998, a região integrada de desen-
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos volvimento econômico (RIDE) do Distrito Federal e entorno é composta por 22 municípios
e pelo Distrito Federal e possui área de 56.434 km².
Em 2010, a RIDE do Distrito Federal e entorno possuía um grau de urbanização de 94,1%.
A população do município núcleo da RIDE correspondia, em 2010, a 69% da população da
região. A taxa de crescimento da população da RIDE do Distrito Federal e entorno, entre
2000 e 2010, foi de 2,33% ao ano, superior à média observada no país, que foi de 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RIDE


Em 2000, a RIDE do Distrito Federal e entorno apresentava IVS igual a 0,438, situando-se
na faixa de alta vulnerabilidade social. Já em 2010, a RIDE apresentava IVS de 0,322, pas-
sando para a faixa de média vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,441, passando, em 2010, para 0,305. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,486 e, em 2010, correspondeu a 0,425. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,387 e passou para 0,236, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da RIDE
do Distrito Federal e entorno. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou
menor vulnerabilidade social foi o IVS Renda e Trabalho. Em 2010, a dimensão renda e
Elaboração dos autores. trabalho apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que
mais contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Renda
e Trabalho, que registrou uma redução de 0,151.
MAPA 24
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade GRÁFICO 1
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

24%
29%

37%
44%

34% 32%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Elaboração dos autores. Fonte: Ipea (2015).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


83
Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

EVOLUÇÃO DO IVS NA RIDE DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS
Em 2000, 7% das UDHs da RIDE do Distrito Federal e entorno encontravam-se na faixa Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RIDE do Distrito Federal e entorno em
da muito baixa vulnerabilidade social, enquanto 14% apresentavam baixa vulnerabili- 2000, nota-se que grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção
dade social. Em 2010, essas proporções corresponderam, respectivamente, a 15% e 31%, central da RIDE-DF, abarcando Brasília, Guará, Park Way, alguns setores de Taguatinga
expressando uma redução da vulnerabilidade social no período analisado. No mesmo e do Jardim Botânico, enquanto a maior parte das UDHs que possuem os valores mais
período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de alta e muito alta vulnerabilidade
altos de IVS localiza-se na porção oeste do Distrito Federal e nos municípios mineiros e
social passou de 59% para 15%, conforme ilustra o gráfico 2.
goianos do entorno.
GRÁFICO 2 Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixo permanecem con-
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010) centradas no Distrito Federal estendendo-se para UDHs localizadas nas sedes dos muni-
cípios de Formosa e Unaí (conforme mostram os mapas 1 e 2). Na outra extremidade, os
2000 2010
valores mais altos de IVS são encontrados em UDHs localizadas no município de Santo
27%
20% 38%
31%
Antônio do Descoberto.
Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da
32% 14% RIDE do Distrito Federal e entorno. No período 2000-2010, houve redução no número
15% 15% de UDHs nas faixas do alto e muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu
7%
a elevação no número de UDHs com IVS médio, baixo e muito baixo. O gráfico 4
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa
sugere que a performance das UDHs da RIDE do Distrito Federal e entorno melhorou
Fonte: Ipea (2015). no período.
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da
GRÁFICO 4
RIDE do Distrito Federal e entorno, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação
da curva de distribuição de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
desigualdade entre as UDHs, no que tange à vulnerabilidade social, no período. 140

120
GRÁFICO 3
Distribuição do IVS (2000 e 2010) 100
1,000

Frequência
0,900 80

0,800
60
0,700

0,600 40
IVS

0,500 20
0,400
0
0,300
0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1
0,200
IVS – Faixas de vulnerabilidade social
0,100 2000 2010
0,000 Fonte: Ipea (2015).
0 50 100 150 200 250 300 350
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

84 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

A DESIGUALDADE NA RIDE DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RIDE DO DISTRITO
FEDERAL E ENTORNO
Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RIDE do Distrito Federal e
entorno, percebe-se que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
no ano de 2000, era de 0,695, caindo para 0,455, em 2010, em uma variação de 34,5%. que integram as três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e a concentração e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
dos dados para o município núcleo da RIDE-DF (Brasília) e para os demais municípios da
RIDE, identificados no gráfico como entorno. GRÁFICO 6
Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
GRÁFICO 5 1,000
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,900
2000 2010
0,800
1,00
0,700
0,90
0,600
0,80

IVS
0,500
0,70
0,400
0,60
0,300
IVS

0,50
0,200
0,40
0,100
0,30
0,000
0,20
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,10
2000 2010
0,00
Entorno Brasília Entorno Brasília Fonte: Ipea (2015).

Fonte: Ipea (2015).


Legenda
No caso do município núcleo (Brasília), em 2000, o IVS variava entre 0,075 e 0,770, • IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
sendo que a metade das UDHs possuía IDHM concentrado, em torno da média, entre inadequados.
0,276 e 0,467. Em 2010, o IVS variava entre 0,049 e 0,456, ou seja, possuía uma amplitude
• IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
menor que em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,230
e 0,357. Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma • IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
redução do IVS (gráfico 5). (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS con-
centrado entre 0,433 e 0,604. Em 2010, esse intervalo ficou entre 0,282 e 0,413. Nesses Ao observar o gráfico 6, nota-se que em duas das três variáveis houve redução no
municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,258 e 0,734, ao passo que, em 2010, variou entre IVS Infraestrutura Urbana. Todavia, vale salientar que a terceira variável, percentual de
0,175 e 0,504. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de variação dos dados, pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que
associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada, está disponível apenas
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se menos nas UDHs dos para o ano de 2010, não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da
municípios do entorno do que entre as UDHs do município núcleo da RIDE-DF. década em estudo.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


85
Região integrada de desenvolvimento econômico do Distrito Federal e entorno

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo. Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
quatro das cinco variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar que a maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010). 18 anos ou mais de idade, com uma diferença de 0,466. Já a variável que apresentou piora
no componente do indicador foi taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade,
Já no gráfico 7, é possível verificar que em todas as oito variáveis houve redução com um aumento de 0,039.
na componente do IVS Capital Humano. Entre as variáveis que registraram redução nos
valores, porcentagem de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
tem o ensino fundamental completo foi a que apresentou maior variação no decorrer dos
dez anos analisados, com uma diferença em valores absolutos de 0,185.

86 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
S A N TA C ATA R I N A

metropolitana de
Fortaleza
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana de Fortaleza

MAPA 1
IVS da região metropolitana de Fortaleza (2000) 2000
População: 3.057.029.
PIB: R$ 14,76 bilhões.
PIB/per capita: R$ 4,82 mil.
IDHM (2000): 0,622.
IVS (2000): 0,480.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,431.
IVS Capital Humano (2000): 0,508.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,501.

Elaboração dos autores.

88 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Fortaleza

MAPA 2
IVS da região metropolitana de Fortaleza (2010) 2010
População: 3.615.767.
PIB: R$ 50,6 bilhões.
PIB/per capita: R$ 14 mil.
IDHM (2010): 0,732.
IVS (2010): 0,346.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,348.
IVS Capital Humano (2010): 0,369.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,322.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,134 (27,9%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


89
Região Metropolitana de Fortaleza

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,431.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,348.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,083 (19,26%).

90 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Fortaleza

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


91
Região Metropolitana de Fortaleza

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,508.


IVS Capital Humano 2010 = 0,369.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,139 (27,4%).

92 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Fortaleza

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


93
Região Metropolitana de Fortaleza

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

94 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Fortaleza

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,501.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,322.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,179 (35,73%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


95
Região Metropolitana de Fortaleza

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

96 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Fortaleza

A REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA

MAPA 23 Criada em 1973, pela Lei Complementar Federal no 14/1973, a região metropolitana (RM)
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário de Fortaleza é composta por 15 municípios e possui área de 5.795 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM de Fortaleza possuía um grau de urbanização de 96%. A população
do município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 68% da população da RM. A taxa
de crescimento da população da RM de Fortaleza, entre 2000 e 2010, foi de 1,69% ao ano,
superior à média observada no país, que foi de 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DE FORTALEZA


Em 2000, a RM de Fortaleza apresentava IVS igual a 0,480, situando-se na faixa de alta
vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentava IVS de 0,346, passando para a faixa
de média vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,508, passando, em 2010, para 0,369. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,431 e, em 2010, correspondeu a 0,348. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,501 e passou para 0,322, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da RM
de Fortaleza. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor vulne-
rabilidade social foi infraestrutura urbana. E em 2010, a dimensão IVS Renda e Trabalho
apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais
Elaboração dos autores. contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Renda e
Trabalho, que registrou uma redução de 0,179.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

30% 35% 34% 31%

35% 35%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


97
Região Metropolitana de Fortaleza

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DE FORTALEZA OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 1% das UDHs da RM de Fortaleza encontravam-se na faixa da muito baixa Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM de Fortaleza em 2000, nota-se
vulnerabilidade social, enquanto 11% apresentavam baixa vulnerabilidade social. que as poucas UDHs com valores mais baixos de IVS situam-se na porção central
Em 2010, essas proporções corresponderam, respectivamente, a 5% e 31%, expressando da sede da RM (Fortaleza), em localidades como Meireles, Aldeota, Dionísio Torres,
uma redução da vulnerabilidade social no período analisado. No mesmo período, a soma Joaquim Tavora; enquanto os municípios do restante da RM possuem os valores
do percentual de UDHs nas faixas de alta e muito alta vulnerabilidade social passou de mais altos de IVS.
71% para 33%, conforme ilustra o gráfico 2.
Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixo estendem-se para o
GRÁFICO 2 entorno imediato do núcleo da RM (conforme mostram os mapas 1 e 2), permanecendo
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010) concentradas no município de Fortaleza e Eusébio. Na outra extremidade, os valores
mais altos de IVS são encontrados em UDHs localizadas na periferia da RM de Fortaleza,
2000 2010
distribuídas em quase todos os municípios.
30%
24% Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM de
47%
17% 21%
31%
Fortaleza. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs na faixa do alto
e muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número de UDHs
11%
12%
5%
com IVS muito baixo, baixo e médio. O gráfico 4 sugere que a performance das UDHs da
1%
RM de Fortaleza melhorou no período.
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa

Fonte: Ipea (2015). GRÁFICO 4


Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da RM
180
de Fortaleza, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de distribuição
de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade entre as UDHs, 160
no que tange à vulnerabilidade social, no período. 140

GRÁFICO 3 120

Frequência
Distribuição do IVS (2000 e 2010) 100
1,000
80
0,900
60
0,800
40
0,700

0,600 20

0
IVS

0,500
0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1
0,400
IVS – Faixas de vulnerabilidade social
0,300 2000 2010
0,200 Fonte: Ipea (2015).
0,100

0,000
0 50 100 150 200 250 300 350
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

98 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Fortaleza

A DESIGUALDADE NA RM DE FORTALEZA EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DE FORTALEZA


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM de Fortaleza, percebe-se De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de 2000, era que integram as três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
de 0,685, caindo para 0,573, em 2010, em uma variação de 16,35%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e concentração
dos dados para o município núcleo da RM de Fortaleza (Fortaleza) e para os demais GRÁFICO 6
municípios da RM, identificados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010
1,00 0,700

0,90 0,600

IVS
0,80 0,500

0,70 0,400

0,60 0,300

0,200
IVS

0,50

0,40 0,100

0,30 0,000
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Fortaleza Entorno Fortaleza

Fonte: Ipea (2015).


Legenda
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo (Fortaleza), em 2000, o IVS variava entre 0,090 e 0,670, inadequados.
sendo que a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
0,326 e 0,524. Em 2010, o IVS variava entre 0,050 e 0,506, ou seja, possuía uma ampli-
tude menor que em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre • IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
0,224 e 0,372. Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
uma redução do IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS con- Ao observar o gráfico 6, nota-se que em duas das três variáveis houve redução no
centrado entre 0,526 e 0,702. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,351 e 0,529. Nesses IVS Infraestrutura Urbana. Todavia, vale salientar que a terceira variável, percentual de
municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,238 e 0,775, ao passo que, em 2010, variou entre pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que
0,075 e 0,623. Percebe-se, neste caso, um aumento da amplitude de variação dos dados, gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada está disponível apenas
associada a um aumento do IVS das UDHs no período (gráfico 5). para o ano de 2010, não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se apenas nas UDHs do década em estudo.
município núcleo da RM de Fortaleza.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


99
Região Metropolitana de Fortaleza

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo. Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, e todas as
cinco variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se que a
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de 18 anos
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010). ou mais de idade, com uma diferença de 0,451.

Já no gráfico 7, é possível verificar que em todas as oito variáveis houve redução


na componente do IVS Capital Humano. Entre as variáveis que registraram redução nos
valores, mortalidade até 1 ano de idade foi a que apresentou maior variação no decorrer
dos dez anos analisados, com uma diferença em valores absolutos de 0,309.

100 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana de
S A N TA C ATA R I N A

Goiânia
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana de Goiânia

MAPA 1
IVS da região metropolitana de Goiânia (2000) 2000
População: 1.743.297.
PIB: R$ 10,57 bilhões.
PIB/per capita: R$ 6,07 mil.
IDHM (2000): 0,667.
IVS (2000): 0,403.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,449.
IVS Capital Humano (2000): 0,400.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,359.

Elaboração dos autores.

102 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Goiânia

MAPA 2
IVS da região metropolitana de Goiânia (2010) 2010
População: 2.173.141.
PIB: R$ 35,97 bilhões.
PIB/per capita: R$ 16,55 mil.
IDHM (2010): 0,769.
IVS (2010): 0,316.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,429.
IVS Capital Humano (2010): 0,294.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,224.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,087 (21,6%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


103
Região Metropolitana de Goiânia

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,449.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,429.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,020 (4,45%).

104 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Goiânia

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


105
Região Metropolitana de Goiânia

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,400.


IVS Capital Humano 2010 = 0,294.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,106 (26,5%).

106 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Goiânia

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


107
Região Metropolitana de Goiânia

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

108 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Goiânia

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,359.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,224.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,135 (37,6%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


109
Região Metropolitana de Goiânia

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

110 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Goiânia

A REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA

MAPA 23 Criada em 1999, pela Lei Complementar Estadual no 27/99, a região metropolitana (RM)
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário de Goiânia é composta por 20 municípios e possui área de 7.315 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM de Goiânia possuía um grau de urbanização de 98%. A população
do município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 60% da população da RM. A taxa
de crescimento da população da RM de Goiânia, entre 2000 e 2010, foi de 2,23% ao ano,
superior à média observada no país, que foi de 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DE GOIÂNIA


Em 2000, a RM de Goiânia apresentava IVS igual a 0,403, situando-se na faixa de alta
vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentava IVS de 0,316, passando para a faixa
de média vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,400, passando, em 2010, para 0,294. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,449 e, em 2010, correspondeu a 0,429. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,359 e passou para 0,224, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da RM
de Goiânia. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor vulnerabi-
lidade social foi a renda e trabalho. Em 2010, a dimensão renda e trabalho também apre-
senta a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais contribuiu
Elaboração dos autores. para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Renda e Trabalho, que
registrou uma redução de 0,135.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

24%
30%
37%
45%

31%
33%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


111
Região Metropolitana de Goiânia

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DE GOIÂNIA OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 19% das UDHs da RM de Goiânia encontravam-se na faixa da muito baixa vulnerabilidade Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM de Goiânia em 2000, nota-se que
social, enquanto 19% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em 2010, essas proporções grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção central da RM,
correspondem, respectivamente, a 37% e 20%, expressando uma redução da vulnerabilidade enquanto a maior parte das UDHs que possuem os valores mais altos de IVS localiza-se
social no período analisado. No mesmo período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de nas porções leste e oeste. As UDHs correspondentes às maiores faixas de vulnerabilidade
alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 37% para 14%, conforme ilustra o gráfico 2. social concentram-se nos municípios de Caturaí, Goianira, Goiânia, Trindade, Guapó,
Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Bonfinópolis.
GRÁFICO 2
Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixo estendem-se para
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010)
o entorno imediato do núcleo da RM (conforme mostram os mapas 1 e 2), permanecendo
2000 2010
concentradas do município de Goiânia. Na outra extremidade, os valores mais altos de
26% 20% IVS são encontrados em UDHs localizadas nas porções sul e leste da RM de Goiânia,
17% 19% 29%
distribuídas por diversos municípios.
37%
Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM de
20% 19%
14% Goiânia. No período de 2000 a 2010, houve redução no número de UDHs na faixa do alto
e muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número de UDHs
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa
com IVS baixo, muito baixo e médio. O gráfico sugere que a performance das UDHs da RM
Fonte: Ipea (2015).
de Goiânia melhorou no período.
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da RM
GRÁFICO 4
de Goiânia, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de distribuição
Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade entre as UDHs,
100
no que tange à vulnerabilidade social, no período.
90
GRÁFICO 3 80
Distribuição do IVS (2000 e 2010) 70
1,000
60

Frequência
0,900
50
0,800
40
0,700
30
0,600
20
IVS

0,500
10
0,400
0
0,300 0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1
0,200 IVS – Faixas de vulnerabilidade social
2000 2010
0,100
Fonte: Ipea (2015).
0,000
0 50 100 150 200 250
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

112 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Goiânia

A DESIGUALDADE NA RM DE GOIÂNIA EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DE GOIÂNIA


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM de Goiânia, percebe-se De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de 2000, era que integram as três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
de 0,575, caindo para 0,421, em 2010, em uma variação de 26,8%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e concentração
dos dados para o município núcleo da RM de Goiânia (Goiânia) e para os demais muni- GRÁFICO 6
cípios da RM, identificados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010
1,00 0,700

0,90 0,600

IVS
0,80 0,500

0,70 0,400

0,60 0,300

0,200
IVS

0,50

0,40 0,100

0,30 0,000
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Goiânia Entorno Goiânia

Fonte: Ipea (2015).


Legenda
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo (Goiânia), em 2000, o IVS variava entre 0,080 e 0,579, inadequados.
sendo que a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,167 • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
e 0,356. Em 2010, o IVS variava entre 0,060 e 0,442, ou seja, possuía uma amplitude menor
que em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,104 e 0,269. • IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma redução do (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS con- Ao observar os gráfico 6, nota-se que em duas das três variáveis houve redução no
centrado entre 0,382 e 0,535. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,291 e 0,402. Nesses IVS Infraestrutura Urbana. Todavia, vale salientar que a terceira variável, percentual de
municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,100 e 0,655, ao passo que, em 2010, variou entre pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que
0,060 e 0,481. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de variação dos dados, gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada, está disponível apenas
associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). para o ano de 2010, não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se menos nas UDHs do década em estudo.
município núcleo da RM de Goiânia do que entre as UDHs dos municípios do entorno.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


113
Região Metropolitana de Goiânia

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo. Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
todas as cinco variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar que a maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
18 anos ou mais de idade, com uma diferença de 0,316.

Já no gráfico 7, é possível verificar que em sete das oito variáveis houve redução
na componente do IVS Capital Humano. Entre elas, percentual de crianças que vivem em
domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino fundamental completo foi a que
apresentou maior variação no decorrer dos dez anos analisados, com uma diferença em
valores absolutos de 0,206.

114 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana de
S A N TA C ATA R I N A

Manaus
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana de Manaus

MAPA 1
IVS da região metropolitana de Manaus (2000) 2000
População: 1.645.832.
PIB: R$ 14,5 bilhões.
PIB/per capita: R$ 8,87 mil.
IDHM (2000): 0,585.
IVS (2000): 0,560.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,579.
IVS Capital Humano (2000): 0,604.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,496.

Elaboração dos autores.

116 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Manaus

MAPA 2
IVS da região metropolitana de Manaus (2010) 2010
População: 2.106.322.
PIB: R$ 51,3 bilhões.
PIB/per capita: R$ 24,4 mil.
IDHM (2010): 0,720.
IVS (2010): 0,415.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,484.
IVS Capital Humano (2010): 0,423.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,337.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,145 (25,9%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


117
Região Metropolitana de Manaus

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,579.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,484.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,095 (16,41%).

118 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Manaus

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


119
Região Metropolitana de Manaus

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,604.


IVS Capital Humano 2010 = 0,423.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,181 (30,0%).

120 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Manaus

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


121
Região Metropolitana de Manaus

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

122 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Manaus

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,496.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,337.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,159 (32,06%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


123
Região Metropolitana de Manaus

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

124 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Manaus

A REGIÃO METROPOLITANA DE MANAUS

MAPA 23 Criada em 2007, pela Lei Complementar Estadual no 52/2007, a RM de Manaus é composta
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário por oito municípios e possui área de 101.475 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM de Manaus possuía um grau de urbanização de 94%. A população do
município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 85% da população da região. A taxa
de crescimento da população da RM de Manaus, entre 2000 e 2010, foi de 2,5% ao ano,
superior à média observada no país, igual a 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DE MANAUS


Em 2000, a RM de Manaus apresentava IVS igual a 0,560, situando-se na faixa de muito
alta vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentou IVS de 0,415, passando para a
faixa de alta vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,604, passando, em 2010, para 0,423. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,579 e, em 2010, correspondeu a 0,484. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,496 e passou para 0,337, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da RM
de Manaus. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor vulnera-
bilidade social foi a de renda e trabalho. Em 2010, a dimensão renda e trabalho também
apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais
Elaboração dos autores. contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Capital
Humano, que registrou uma redução de 0,181.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

34% 30% 39% 27%

36% 34%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


125
Região Metropolitana de Manaus

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DE MANAUS OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 4% das UDHs da RM de Manaus encontravam-se na faixa de muito baixa vulnerabilidade Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM de Manaus em 2000, nota-se que
social, enquanto 10% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em 2010, essas proporções grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção central e sudoeste
corresponderam, respectivamente, a 10% e 22%, expressando uma redução da vulnerabilidade da área urbana do município núcleo (Manaus), enquanto as UDHs que possuem os valores
social no período analisado. No mesmo período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de mais altos de IVS encontram-se na sede da RM (Manaus) e nos municípios de Iranduba,
alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 70% para 40%, conforme ilustra o gráfico 2. Manacapuru, Careiro da Várzea e Itacoatiara.
Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixo permanecem
GRÁFICO 2
localizadas na porção central e sudoeste da área urbana do município núcleo (Manaus),
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010)
conforme mostram os mapas 1 e 2. Na outra extremidade, os valores mais altos de IVS
2000 2010
são encontrados em UDHs localizadas nas porções central, sul e oeste da RM de Manaus.
21% 28% Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM de
49% 27% Manaus. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs na faixa de muito
15% 22%
10%
alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número de UDHs com IVS
4%
13% 10% alto, médio, baixo e muito baixo. O gráfico 4 sugere que a performance das UDHs da RM
de Manaus melhorou no período.
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa

Fonte: Ipea (2015). GRÁFICO 4


Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs RM de
140
Manaus para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de distribuição de
2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade entre as UDHs, 120
no que tange à vulnerabilidade social no período.
100
GRÁFICO 3

Frequência
80
Distribuição do IVS (2000 e 2010)
1,000
60
0,900
40
0,800

0,700 20
0,600
0
IVS

0,500
0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1
0,400 IVS – Faixas de vulnerabilidade social
0,300 2000 2010

0,200 Fonte: Ipea (2015).


0,100

0,000
0 50 100 150 200 250
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

126 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Manaus

A DESIGUALDADE NA RM DE MANAUS EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DE MANAUS


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM de Manaus, percebe-se De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de 2000, era que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
de 0,659, caindo para 0,581, em 2010, em uma variação de 8,8%. e IVS Renda e Trabalho) para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e a concentração
dos dados para o município núcleo da RM e para os demais municípios da região, identi- GRÁFICO 6
ficados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010
1,00 0,700

0,90 0,600

IVS
0,80 0,500

0,70 0,400

0,60 0,300

0,200
IVS

0,50

0,40 0,100

0,30 0,000
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Manaus Entorno Manaus

Fonte: Ipea (2015).


Legenda
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo, em 2000, o IVS variava entre 0,145 e 0,804, sendo que inadequados.
a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,342 e 0,576. • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
Em 2010, o IVS variava entre 0,082 e 0,663, ou seja, possuía uma amplitude menor que
em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,252 e 0,429. • IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma redução do (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS con- Ao observar o gráfico 6, nota-se que em todas as variáveis houve redução no
centrado entre 0,517 e 0,672. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,364 e 0,500. Nesses IVS Infraestrutura Urbana. Vale salientar que a variável percentual de pessoas em
municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,431 e 0,777, ao passo que, em 2010, variou domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que gastam
entre 0,278 e 0,683. Percebe-se, neste caso, um aumento da amplitude de variação dos mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada está disponível apenas para
dados, associada a um aumento do IVS das UDHs no período (gráfico 5). o ano de 2010, não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se apenas nas UDHs do década em estudo.
município núcleo da RM de Manaus.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


127
Região Metropolitana de Manaus

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo. Para finalizar, o gráfico 8 refere-se as variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que apenas
a variável taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade não apresentou redução nos
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar seus valores. Sobre a redução, nota-se que a maior variação absoluta ocorreu na variável
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade, com uma diferença de 0,418.

Já no gráfico 7, é possível verificar que em todas as oito variáveis houve redução


na componente do IVS Capital Humano. Entre as variáveis que registraram redução
nos valores, percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola foi a que
apresentou maior variação no decorrer dos dez anos analisados, com uma diferença de
valores absolutos de 0,344.

128 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana de
S A N TA C ATA R I N A

Natal
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana de Natal

MAPA 1
IVS da região metropolitana de Natal (2000) 2000
População: 1.132.670.
PIB: R$ 4,98 bilhões.
PIB/per capita: R$ 4,4 mil.
IDHM (2000): 0,625.
IVS (2000): 0,446.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,329.
IVS Capital Humano (2000): 0,509.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,501.

Elaboração dos autores.

130 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Natal

MAPA 2
IVS da região metropolitana de Natal (2010) 2010
População: 1.361.445.
PIB: R$ 17,17 bilhões.
PIB/per capita: R$12,6 mil.
IDHM (2010):0,733.
IVS (2010): 0,314.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,262.
IVS Capital Humano (2010): 0,355.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,326.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,132 (29,6%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


131
Região Metropolitana de Natal

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,329.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,262.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,067 (20,36%).

132 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Natal

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


133
Região Metropolitana de Natal

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,509.


IVS Capital Humano 2010 = 0,355.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,154 (30,3%).

134 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Natal

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


135
Região Metropolitana de Natal

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

136 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Natal

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,501.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,326.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,175 (34,93%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


137
Região Metropolitana de Natal

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

138 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Natal

A REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL

MAPA 23 Criada em 1997, pela Lei Complementar Federal no 152/1997, a região metropolitana de
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário Natal é composta por dez municípios e possui área de 2.808 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM de Natal possuía um grau de urbanização de 90%. A população do
município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 63% da população da região. A taxa
de crescimento da população da RM de Natal, entre 2000 e 2010, foi de 1,86% ao ano,
superior à média observada no país, igual a 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DE NATAL


Em 2000, a RM de Natal apresentava IVS igual a 0,446, situando-se na faixa de alta vul-
nerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentava IVS de 0,314, passando para a faixa de
média vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,509, passando, em 2010, para 0,355. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,329 e, em 2010, correspondeu a 0,262. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,501 e passou para 0,326, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da RM
de Natal. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor vulnerabili-
dade social foi a de infraestrutura urbana. Em 2010, também é a dimensão infraestrutura
urbana que apresenta a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que
Elaboração dos autores. mais contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Renda
e Trabalho, que registrou uma redução de 0,175.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

25% 37% 28% 34%

38% 38%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


139
Região Metropolitana de Natal

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DE NATAL OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 4% das UDHs da RM de Natal encontravam-se na faixa de muito baixa vulnerabilidade Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM de Natal em 2000, nota-se que
social, enquanto 14% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em 2010, essas proporções grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção leste da RM,
correspondem, respectivamente, a 8% e 32%, expressando uma redução da vulnerabilidade no município sede (Natal), enquanto as UDHs que possuem os valores mais altos de IVS
social no período analisado. No mesmo período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de distribuem-se por todos os munícipios da RM.
alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 76% para 44%, conforme ilustra o gráfico 2. Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixos estendem-se para o
entorno imediato do núcleo, alcançando o município de Paranamirim (conforme mostram
GRÁFICO 2
os mapas 1 e 2). Na outra extremidade, os valores mais altos de IVS são encontrados em
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010)
UDHs localizadas principalmente ao norte e a leste da RM de Natal.
2000 2010
Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM
16% de Natal. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs na faixa de muito
18% 27%
58% alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número de UDHs com IVS
6% 32%
alto, médio, baixo e muito baixo. O gráfico 4 sugere que a performance das UDHs da RM
14%
17%
8%
de Natal melhorou no período.
4%

Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa GRÁFICO 4


Fonte: Ipea (2015). Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
100
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da RM 90
de Natal, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de distribuição
80
de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade entre as UDHs,
no que tange à vulnerabilidade social, no período. 70

60

Frequência
GRÁFICO 3 50
Distribuição do IVS (2000 e 2010)
40
1,000
30
0,900
20
0,800
10
0,700
0
0,600
0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1
IVS

0,500
IVS – Faixas de vulnerabilidade social
0,400 2000 2010
0,300 Fonte: Ipea (2015).
0,200

0,100

0,000
0 50 100 150
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

140 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Natal

A DESIGUALDADE NA REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM de Natal, percebe-se EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DE NATAL
que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de 2000, era
de 0,695, caindo para 0,616, em 2010, em uma variação de 11,36%. De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e a concentração que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
dos dados para o município núcleo da RM e para os demais municípios da região, iden- e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
tificados no gráfico como entorno.
GRÁFICO 6
GRÁFICO 5 Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010) 1,000

2000 2010 0,900


1,00
0,800
0,90
0,700
0,80
0,600
0,70

IVS
0,500
0,60
0,400
IVS

0,50
0,300
0,40
0,200
0,30
0,100
0,20
0,000
0,10 IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,00 2000 2010
Entorno Natal Entorno Natal
Fonte: Ipea (2015).
Fonte: Ipea (2015).

No caso do município núcleo, em 2000, o IVS variava entre 0,122 e 0,653, sendo que Legenda
a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,288 e 0,551. • IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
Em 2010, o IVS variava entre 0,064 e 0,498, ou seja, possuía uma amplitude menor que inadequados.
em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,214 e 0,452. • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma redução do
IVS (gráfico 5). • IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuíam IVS (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
concentrado entre 0,489 e 0,680. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,287 e 0,551.
Nesses municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,236 e 0,817, ao passo que, em 2010, Ao observar o gráfico 6, nota-se que em todas as variáveis houve redução no IVS
variou entre 0,171 e 0,680. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de Infraestrutura Urbana. Vale salientar que a variável percentual de pessoas em domicílios
variação dos dados, associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se menos nas UDHs dos hora até o trabalho, na população ocupada está disponível apenas para o ano de 2010,
municípios do entorno do que entre as UDHs do município núcleo da RM de Natal. não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da década em estudo.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


141
Região Metropolitana de Natal

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo. Para finalizar, o gráfico 8 refere-se as variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
todas as variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se que
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar a maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de 18
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010). anos ou mais de idade, com uma diferença de 0,373. Já a menor variação foi registrada na
taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade, com uma redução de apenas 0,030.
Já no gráfico 7, é possível verificar que em sete das oito variáveis houve redução na
componente do IVS Capital Humano. Entre as variáveis que registraram redução nos
valores, mortalidade até 1 ano de idade foi a que apresentou maior variação no decorrer
dos dez anos analisados, com uma diferença de valores absolutos de 0,426.

142 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
S A N TA C ATA R I N A

metropolitana de
Porto Alegre
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana de Porto Alegre

MAPA 1
IVS da região metropolitana de Porto Alegre (2000)

2000
População: 3.782.651.
PIB: R$ 38,96 bilhões.
PIB/per capita: R$ 10,3 mil.
IDHM (2000): 0,685.
IVS (2000): 0,355.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,333.
IVS Capital Humano (2000): 0,402.
Elaboração dos autores.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,331.

144 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Porto Alegre

MAPA 2
IVS da região metropolitana de Porto Alegre (2010)

2010
População: 4.031688.
PIB: R$ 112,08 bilhões.
PIB/per capita: R$27,8 mil.
IDHM (2010):0,762.
IVS (2010): 0,270.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,322.
IVS Capital Humano (2010): 0,297.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,190.
Elaboração dos autores. ∆ IVS 2000-2010 (%): 0,085 (23,9%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


145
Região Metropolitana de Porto Alegre

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,333.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,322.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,011 (3,30%).

146 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Porto Alegre

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


147
Região Metropolitana de Porto Alegre

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,402.


IVS Capital Humano 2010 = 0,297.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,105 (26,1%).

148 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Porto Alegre

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


149
Região Metropolitana de Porto Alegre

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

150 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Porto Alegre

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,331.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,190.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,141 (42,6%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


151
Região Metropolitana de Porto Alegre

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

152 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Porto Alegre

A REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE

MAPA 23 Criada em 1973, pela Lei Complementar Federal no 14/1973, a RM de Porto Alegre é com-
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário posta por 34 municípios e possui área de 10.346 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM de Porto Alegre possuía um grau de urbanização de 97%. A população
do município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 35% da população da RM. A taxa
de crescimento da população da região, entre 2000 e 2010, foi de 0,64% ao ano, inferior
à média observada no país, igual a 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DE PORTO ALEGRE


Em 2000, a RM de Porto Alegre apresentava IVS igual a 0,355, situando-se na faixa de
média vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentou IVS de 0,270, passando para
a faixa de baixa vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,402, passando, em 2010, para 0,297. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,333 e, em 2010, correspondeu a 0,322. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,331 e passa para 0,190, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da RM
de Porto Alegre. Em 2000, as dimensões infrastrutura urbana e renda e trabalho apre-
sentaram os menores valores de vulnerabilidade social. Em 2010, a dimensão renda e
trabalho apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que
Elaboração dos autores. mais contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Renda
e Trabalho, que registrou uma redução de 0,141.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

23%
31% 31%
40%

37%
38%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


153
Região Metropolitana de Porto Alegre

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DE PORTO ALEGRE OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 14% das UDHs da RM de Porto Alegre encontravam-se na faixa de muito baixa vulnerabi- Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM de Porto Alegre em 2000, nota-se
lidade social, enquanto 14% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em 2010, essas proporções que grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção central da
correspondem, respectivamente, a 25% e 41%, expressando uma redução da vulnerabilidade RM, no eixo norte-sul, enquanto a maior parte das UDHs que possuem os valores mais
social no período analisado. No mesmo período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de altos de IVS localiza-se nas porções central, sul e sudeste. As UDHs correspondentes às
alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 38% para 6%, conforme ilustra o gráfico 2. maiores faixas de vulnerabilidade social concentram-se nos municípios de Viamão, Porto
Alegre, Alvorada, Gravataí e outros.
GRÁFICO 2
Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixos se multiplicam no
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010)
eixo norte-sul da RM e também para a porção norte, sobretudo em municípios como
2000 2010
Ivoti, Sapiranga, Campo Bom e Nova Hartz (conforme mostram os mapas 1 e 2). Na outra
34% 41% extremidade, não ocorreram UDHs na faixa de muito alto IVS, e os valores de alto IVS são
24%
14% 28%
encontrados em UDHs distribuídas por diversos municípios da porção centro-sul da RM
25% de Porto Alegre.
14% 14%
6% Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM
de Porto Alegre. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs na faixa do
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa
muito alto, alto e médio IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número
Fonte: Ipea (2015).
de UDHs com IVS baixo e muito baixo. O gráfico 4 sugere que a performance das UDHs da
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da RM RM de Porto Alegre melhorou no período.
de Porto Alegre para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de distri-
GRÁFICO 4
buição de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade entre
Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
as UDHs, no que tange à vulnerabilidade social, no período.
300

GRÁFICO 3 275

Distribuição do IVS (2000 e 2010) 250


225
1,000
200
0,900

Frequência
175
0,800 150
0,700 125
0,600 100
75
IVS

0,500
50
0,400
25
0,300 0
0,200 0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1

0,100 IVS – Faixas de vulnerabilidade social


2000 2010
0,000
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 Fonte: Ipea (2015).
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

154 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Porto Alegre

A DESIGUALDADE NA RM DE PORTO ALEGRE EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DE PORTO ALEGRE


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM de Porto Alegre, perce- De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
be-se que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de 2000, que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
era de 0,550, caindo para 0,393,em 2010, em uma variação de 28,54%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e a concentração
dos dados para o município núcleo da RM (Porto Alegre) e para os demais municípios da GRÁFICO 6
região, identificados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010
1,00 0,700

0,90 0,600

IVS
0,80 0,500

0,70 0,400

0,60 0,300

0,200
IVS

0,50

0,40 0,100

0,30 0,000
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Porto Alegre Entorno Porto Alegre

Fonte: Ipea (2015).


Legenda
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento
No caso do município núcleo, em 2000, o IVS variava entre 0,067 e 0,612, sendo que sanitário inadequados.
a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,180 e 0,461. • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
Em 2010, o IVS variava entre 0,054 e 0,417, ou seja, possuía uma amplitude menor que
em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,125 e 0,320. • IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma redução do (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS con- Ao observar o gráfico 6, nota-se que em todas as variáveis houve redução no IVS
centrado entre 0,315 e 0,454. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,212 a 0,326. Nesses Infraestrutura Urbana. Vale salientar que a variável percentual de pessoas em domicílios
municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,114 e 0,617, ao passo que, em 2010, variou entre com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma
0,065 e 0,447. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de variação dos dados, hora até o trabalho, na população ocupada está disponível apenas para o ano de 2010,
associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da década em estudo.
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se menos nas UDHs dos
municípios do entorno do que entre as UDHs do município núcleo da RM.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


155
Região Metropolitana de Porto Alegre

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo. Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
todas as variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se que
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar a maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
18 anos ou mais de idade, com uma diferença de 0,432. Já a menor variação foi registrada
na taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade, com uma redução de 0,016.
Já no gráfico 7, é possível verificar que em sete das oito variáveis houve redução
na componente do IVS Capital Humano. Entre as variáveis que registraram redução
nos valores, percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola foi a que
apresentou maior variação no decorrer dos dez anos analisados, com uma diferença de
valores absolutos de 0,179.

156 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana de
S A N TA C ATA R I N A

Recife
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana de Recife

MAPA 1
IVS da região metropolitana do Recife (2000) 2000
População: 3.337.548.
PIB: R$ 17,67 bilhões.
PIB/per capita: R$ 5,3 mil.
IDHM (2000): 0,627.
IVS (2000): 0,515.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,533.
IVS Capital Humano (2000): 0,504.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,507.

Elaboração dos autores.

158 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Recife

MAPA 2
IVS da região metropolitana do Recife (2010) 2010
População: 3.690.547.
PIB: R$ 61,44 bilhões.
PIB/per capita: 16,6 mil.
IDHM (2010):0,734.
IVS (2010): 0,392.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,442.
IVS Capital Humano (2010): 0,349.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,385.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,123 (23,9%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


159
Região Metropolitana de Recife

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,533.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,442.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,091 (17,07%).

160 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Recife

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


161
Região Metropolitana de Recife

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,504.


IVS Capital Humano 2010 = 0,349.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,155 (30,8%).

162 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Recife

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


163
Região Metropolitana de Recife

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

164 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Recife

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,507.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,385.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,122 (24,06%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


165
Região Metropolitana de Recife

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

166 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Recife

A REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

MAPA 23 Criada em 1973, pela Lei Complementar Estadual no 14/1973, a RM do Recife é composta
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário por catorze municípios e possui área de 2.774 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM do Recife possuía um grau de urbanização de 97%. A população do
município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 42% da população da região. A taxa
de crescimento da população da RM do Recife, entre 2000 e 2010, foi de 1,01% ao ano,
inferior à média observada no país, igual a 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DO RECIFE


Em 2000, a RM do Recife apresentava IVS igual a 0,515, situando-se na faixa de muito alta
vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentava IVS de 0,392, passando para a faixa
de média vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,504, passando, em 2010, para 0,349. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,533 e, em 2010, correspondeu a 0,442. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,507 e passou para 0,385, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da RM
do Recife. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor vulnerabilidade
social foi a de Capital Humano. Em 2010, a dimensão Capital Humano também apresen-
tou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais contribuiu
Elaboração dos autores. para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Capital Humano, que
registrou uma redução de 0,155.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

33%
34% 33%
37%

33% 30%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


167
Região Metropolitana de Recife

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DO RECIFE OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 4% das UDHs da RM do Recife encontravam-se na faixa de muito baixa vulnerabilidade Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM do Recife em 2000, nota-se que
social, enquanto 6% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em 2010, essas proporções grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção litorânea da
correspondem, respectivamente, a 14% e 21%, expressando uma redução da vulnerabilidade sede da RM (Recife) e de Jaboatão dos Guararapes, enquanto as UDHs que possuem os
social no período analisado. No mesmo período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de valores mais altos de IVS encontram-se distribuídas em toda RM.
alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 69% para 36%, conforme ilustra o gráfico 2. Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixos estendem-se para
oeste, no município de Camaragibe, e para o litoral de Olinda, Jaboatão dos Guararapes,
GRÁFICO 2
Ipojuca e Paulista (conforme mostram os mapas 1 e 2). No restante da RM, os valores de
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010)
IVS permanecem bastante elevados.
2000 2010
Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM
23% 29% do Recife. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs na faixa de muito
46% 26% 21% alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número de UDHs com
20%
IVS alto, baixo e muito baixo. O gráfico 4 sugere que a performance das UDHs da RM do
6%
10% 14% Recife melhorou no período.
4%

Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa GRÁFICO 4


Fonte: Ipea (2015). Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
200
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da RM 220
do Recife, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de distribuição 180
de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade entre as UDHs,
160
no que tange à vulnerabilidade social, no período.
140

Frequência
GRÁFICO 3 120
Distribuição do IVS (2000 e 2010) 100
1,000 80

0,900 60

0,800 40
20
0,700
0
0,600
0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1
IVS

0,500
IVS – Faixas de vulnerabilidade social
0,400 2000 2010
0,300 Fonte: Ipea (2015).
0,200

0,100

0,000
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

168 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Recife

A DESIGUALDADE NA RM DO RECIFE EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DO RECIFE


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM do Recife, percebe-se De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de 2000, era que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
de 0,800, caindo para 0,655, em 2010, em uma variação de 18,12%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e a concentração
dos dados para o município núcleo da RM (Recife) e para os demais municípios da região, GRÁFICO 6
identificados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010
1,00 0,700

0,90 0,600

IVS
0,80 0,500

0,70 0,400

0,60 0,300

0,200
IVS

0,50

0,40 0,100

0,30 0,000
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Recife Entorno Recife

Fonte: Ipea (2015).


Legenda
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo, em 2000, o IVS variava entre 0,070 e 0,662, sendo que inadequados.
a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,317 e 0,495. • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
Em 2010, o IVS variava entre 0,049 e 0,511, ou seja, possuía uma amplitude menor que
em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,208 e 0,372. • IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma redução do (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS Ao observar o gráfico 6, nota-se que em todas as variáveis houve redução no IVS
concentrado entre 0,437 e 0,629. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,333 a 0,463. Infraestrutura Urbana. Vale salientar que a variável percentual de pessoas em domicílios
Nesses municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,115 e 0,870, ao passo que, em 2010, com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma
variou entre 0,068 e 0,704. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de hora até o trabalho, na população ocupada está disponível apenas para o ano de 2010,
variação dos dados, associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da década em estudo.
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se menos nas UDHs dos
municípios do entorno do que entre as UDHs do município núcleo da RM.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


169
Região Metropolitana de Recife

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo. Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
todas as variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar que a maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010). 18 anos ou mais de idade, com uma diferença de 0,250. Já a menor variação foi registrada
na taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade, com uma redução de 0,018.
Já no gráfico 7, é possível verificar que em todas as oito variáveis houve redução
na componente do IVS Capital Humano. Entre as variáveis que registraram redução nos
valores, mortalidade até 1 ano de idade foi a que apresentou maior variação no decorrer
dos dez anos analisados, com uma diferença de valores absolutos de 0,402.

170 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana do
S A N TA C ATA R I N A

Rio de Janeiro
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana do Rio de Janeiro

MAPA 1
IVS da região metropolitana de Rio de Janeiro (2000)

2000
População: 10.964.296.
PIB: R$ 107,39 bilhões.
PIB/per capita: R$ 9,8 mil.
IDHM (2000): 0,686.
Elaboração dos autores.
IVS (2000): 0,410.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,453.
IVS Capital Humano (2000): 0,393.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,383.

172 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Rio de Janeiro

MAPA 2
IVS da região metropolitana de Rio de Janeiro (2010)

2010
População: 11.945.976.
PIB: R$276,97 bilhões.
PIB/per capita: R$ 23, 2 mil.
IDHM (2010): 0,771.
Elaboração dos autores.
IVS (2010): 0,319.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,428.
IVS Capital Humano (2010): 0,287.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,243.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,091 (22,2%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


173
Região Metropolitana do Rio de Janeiro

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,453.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,428.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,025 (5,52%).

174 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Rio de Janeiro

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


175
Região Metropolitana do Rio de Janeiro

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,393.


IVS Capital Humano 2010 = 0,287.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,106 (27,0%).

176 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Rio de Janeiro

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


177
Região Metropolitana do Rio de Janeiro

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

178 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Rio de Janeiro

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,383.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,243.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,140 (36,55%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


179
Região Metropolitana do Rio de Janeiro

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

180 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Rio de Janeiro

A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

MAPA 23 Criada em 1974, pela Lei Complementar Federal no 20/1974, a RM Rio de Janeiro é com-
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário posta por 21 municípios e possui área de 6.737 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM do Rio de Janeiro possuía um grau de urbanização de 99%. A popu-
lação do município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 53% da população da RM.
A taxa de crescimento da população da RM do Rio de Janeiro, entre 2000 e 2010, foi de
0,86% ao ano, inferior à média observada no país, igual a 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DO RIO DE JANEIRO


Em 2000, a RM do Rio de Janeiro apresentava IVS igual a 0,410, situando-se na faixa de
alta vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentava IVS de 0,319, passando para a
faixa de média vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,393, passando, em 2010, para 0,287. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,453 e, em 2010, correspondeu a 0,428. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,383 e passou para 0,243, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da
RM do Rio de Janeiro. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor
vulnerabilidade social foi a de renda e trabalho. Em 2010, a dimensão renda e trabalho
também foi a que apresentou a menor vulnerabilidade social. Também, entre 2000 e 2010,
Elaboração dos autores. a dimensão que mais contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos,
foi o IVS Renda e Trabalho, que registrou uma redução de 0,140.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

25%
31%
37%
45%

30%
32%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


181
Região Metropolitana do Rio de Janeiro

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DO RIO DE JANEIRO OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 5% das UDHs da RM do Rio de Janeiro encontravam-se na faixa de muito baixa vulnerabi- Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM do Rio de Janeiro em 2000, nota-se
lidade social, enquanto 10% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em 2010, essas proporções que grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção sul da RM,
correspondem, respectivamente, a 10% e 30%, expressando uma redução da vulnerabilidade sobretudo nos municípios do Rio de Janeiro e de Niterói, enquanto as UDHs que possuem
social no período analisado. No mesmo período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de os valores mais altos de IVS estão nas periferias destes e nos demais municípios da RM.
alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 61% para 20%, conforme ilustra o gráfico 2. Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixos estendem-se para
toda RM, sobretudo na sede da RM e no município de Niterói (conforme mostram os
GRÁFICO 2
mapas 1 e 2). Na outra extremidade, os valores mais altos de IVS ainda são observados
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010)
em UDHs dos municípios de Japeri, Queimados, Nova Iguaçú, São Gonçalo e Itaboraí.
2000 2010
Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM
34% 40% do Rio de Janeiro. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs nas faixas
23% 30% do alto e muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número
27%
19% de UDHs com IVS médio, baixo e muito baixo. O gráfico 4 sugere que a performance das
10%
5% 1%
10% UDHs da RM do Rio de Janeiro melhorou no período.
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa GRÁFICO 4
Fonte: Ipea (2015). Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
900
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da
RM do Rio de Janeiro para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de 800

distribuição de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade 700


entre as UDHs, no que tange à vulnerabilidade social, no período. 600

Frequência
GRÁFICO 3 500

Distribuição do IVS (2000 e 2010) 400


1,000
300
0,900
200
0,800
100
0,700
0
0,600
0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1
IVS

0,500
IVS – Faixas de vulnerabilidade social
0,400 2000 2010
0,300 Fonte: Ipea (2015).
0,200

0,100

0,000
0 500 1000 1500 2000
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

182 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana do Rio de Janeiro

A DESIGUALDADE NA RM DO RIO DE JANEIRO EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DO RIO DE JANEIRO


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM do Rio de Janeiro, per- De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
cebe-se que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
2000, era de 0,659, caindo para 0,518, em 2010, em uma variação de 21,39%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e a concentração
dos dados para o município núcleo da RM (Rio de Janeiro) e para os demais municípios GRÁFICO 6
da região, identificados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010
1,00 0,700

0,90 0,600

IVS
0,80 0,500

0,70 0,400

0,60 0,300

0,200
IVS

0,50

0,40 0,100

0,30 0,000
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Rio de Janeiro Entorno Rio de Janeiro

Fonte: Ipea (2015).


Legenda
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo, em 2000, o IVS variava entre 0,057 e 0,655, sendo que inadequados.
a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,310 e 0,459. • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
Em 2010, o IVS variava entre 0,044 e 0,497, ou seja, possuía uma amplitude menor que
em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,224 e 0,350. • IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma redução do (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS Ao observar o gráfico 6, nota-se que em todas as variáveis houve redução no
concentrado entre 0,416 e 0,568. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,299 a 0,407. IVS Infraestrutura Urbana. Vale salientar que a variável percentual de pessoas em
Nesses municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,077 e 0,716, ao passo que, em 2010, domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que gastam
variou entre 0,038 e 0,556. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada está disponível apenas para
variação dos dados, associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). o ano de 2010, não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se menos nas UDHs dos década em estudo.
municípios do entorno do que entre as UDHs do município núcleo da RM.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


183
Região Metropolitana do Rio de Janeiro

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo. Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
apenas a variável taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade não apresentou
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se que a maior variação absoluta ocorreu
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
na variável taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade, com uma
diferença de 0,461.
Já no gráfico 7, é possível verificar que em sete das oito variáveis houve redução na
componente do IVS Capital Humano. Entre as variáveis que registraram redução nos
valores, mortalidade até 1 ano de idade foi a que apresentou maior variação no decorrer
dos dez anos analisados, com uma diferença de valores absolutos de 0,191.

184 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana de
S A N TA C ATA R I N A

Salvador
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana de Salvador

MAPA 1
IVS da região metropolitana de Salvador (2000) 2000
População: 3.120.303.
PIB: R$ 24,97 bilhões.
PIB/per capita: R$ 8 mil.
IDHM (2000): 0,636.
IVS (2000): 0,477.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,480.
IVS Capital Humano (2000): 0,477.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,473.

Elaboração dos autores.

186 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Salvador

MAPA 2
IVS da região metropolitana de Salvador (2010) 2010
População: 3.573.973.
PIB: R$ 75,61 bilhões.
PIB/per capita: 21,15 mil.
IDHM (2010): 0,743.
IVS (2010): 0,369.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,437.
IVS Capital Humano (2010): 0,323.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,348.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,108 (22,6%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


187
Região Metropolitana de Salvador

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,480.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,437.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,043 (8,96%).

188 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Salvador

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


189
Região Metropolitana de Salvador

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,477.


IVS Capital Humano 2010 = 0,323.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,154 (32,3%).

190 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Salvador

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


191
Região Metropolitana de Salvador

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

192 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Salvador

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,473.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,348.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,125 (26,43%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


193
Região Metropolitana de Salvador

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

194 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Salvador

A REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR

MAPA 23 Criada em 1973, pela Lei Complementar Federal no 14/1973, a RM de Salvador é composta
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário por treze municípios e possui área de 4.354 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM de Salvador possuía um grau de urbanização de 98,10%. A população
do município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 75% da população da RM. A taxa
de crescimento da população da RM de Salvador, entre 2000 e 2010, foi de 1,37% ao ano,
superior à média observada no país, que foi de 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL DA RM DE SALVADOR


Em 2000, a RM de Salvador apresentava IVS igual a 0,477, situando-se na faixa de alta
vulnerabilidade social. Já em 2010, RM de Salvador apresentava IVS de 0,369, passando
para a faixa de média vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,477, passando, em 2010, para 0,323. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,480 e, em 2010, correspondeu a 0,437. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,473 e passou para 0,348, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da
RM de Salvador. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor vul-
nerabilidade social foi o IVS Renda e Trabalho. Em 2010, a dimensão Capital Humano
também apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que
Elaboração dos autores. mais contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Capital
Humano, que registrou uma redução de 0,154.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

33% 31%
34% 40%

33% 29%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


195
Região Metropolitana de Salvador

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DE SALVADOR OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 6% das UDHs da RM de Salvador encontravam-se na faixa de muito baixa vulnerabilidade Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM de Salvador em 2000, nota-se
social, enquanto 13% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em 2010, essas proporções que grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção leste
corresponderam, respectivamente, a 8% e 37%, expressando uma redução da vulnerabilidade da RM, sobretudo na faixa litorânea dos municípios de Lauro de Freitas e Salvador,
social no período analisado. No mesmo período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de enquanto as UDHs que possuem os valores mais altos de IVS encontram-se nestes e
alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 58% para 29%, conforme ilustra o gráfico 2. nos demais municípios.
Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixos se estendem pela
GRÁFICO 2 faixa litorânea (conforme mostram os mapas 1 e 2). Na outra extremidade, os valores mais
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010) altos de IVS são encontrados nas UDHs localizadas em municípios como Candeias, São
2000 2010 Sebastião do Passé, Madre de Deus, Simões Filho e Salvador.
27% 26%
Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM de
23% 37% Salvador. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs nas faixas do alto
31% 23% e muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número de UDHs
13%
com IVS médio, baixo e muito baixo. O gráfico 4 sugere que a performance das UDHs da
6% 6% 8%
RM de Salvador melhorou no período.
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa
GRÁFICO 4
Fonte: Ipea (2015).
Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da RM 160
de Salvador, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de distribui- 140
ção de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade entre as
UDHs, no que tange à vulnerabilidade social, no período. 120

100
GRÁFICO 3

Frequência
Distribuição do IVS (2000 e 2010) 80
1,000
60
0,900
40
0,800

0,700 20

0,600 0
IVS

0,500 0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1

0,400 IVS – Faixas de vulnerabilidade social


2000 2010
0,300
Fonte: Ipea (2015).
0,200

0,100

0,000
0 50 100 150 200 250 300 350 400
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

196 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de Salvador

A DESIGUALDADE NA RM DE SALVADOR EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DE SALVADOR


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM de Salvador, percebe-se De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de 2000, era que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
de 0,693, caindo para 0,510, em 2010, em uma variação de 26,4%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e a concentração
dos dados para o município núcleo e para os demais municípios da RM, identificados no GRÁFICO 6
gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010 0,700
1,00
0,600
0,90

IVS
0,500
0,80
0,400
0,70
0,300
0,60
0,200
IVS

0,50
0,100
0,40
0,000
0,30
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Salvador Entorno Salvador
Legenda
Fonte: Ipea (2015).
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo, em 2000, o IVS variava entre 0,078 e 0,756, sendo que inadequados.
a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,308 e 0,481. • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
Em 2010, o IVS variava entre 0,048 e 0,558, ou seja, possuía uma amplitude menor que
• IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,234 e 0,387.
(de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma redução
do IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS Ao observar o gráfico 6, nota-se que em todas as variáveis houve redução no
concentrado entre 0,378 e 0,551. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,250 a 0,431. IVS Infraestrutura Urbana. Vale salientar que a variável percentual de pessoas em
Nesses municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,138 e 0,771, ao passo que, em 2010, domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que gastam
variou entre 0,076 e 0,551. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada está disponível apenas para
variação dos dados, associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). o ano de 2010, não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se menos nas UDHs dos década em estudo.
municípios do entorno do que entre as UDHs do município núcleo da RM de Salvador.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


197
Região Metropolitana de Salvador

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo.
Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
todas as variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se que
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar a maior variação absoluta ocorreu na variável percentual de pessoas de 18 anos ou mais
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010). de idade sem fundamental completo e em ocupação informal, com uma diferença de 0,257.
Já a menor variação foi registrada na variável taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos
Já no gráfico 7, é possível verificar que em todas as oito variáveis houve redução de idade, com uma redução de apenas 0,024.
na componente do IVS Capital Humano. Entre as variáveis que registraram redução nos
valores, mortalidade até 1 ano de idade foi a que apresentou maior variação no decorrer
dos dez anos analisados, com uma diferença em valores absolutos de 0,450.

198 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana da
S A N TA C ATA R I N A

Grande São Luís


RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana da Grande São Luís

MAPA 1
IVS da região metropolitana da Grande São Luís (2000) 2000
População: 1.091.979.
PIB: R$ 4,96 bilhões.
PIB/per capita: R$ 4,54 mil.
IDHM (2000): 0,642.
IVS (2000): 0,551.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,695.
IVS Capital Humano (2000): 0,460.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,498.

Elaboração dos autores.

200 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande São Luís

MAPA 2
IVS da região metropolitana da Grande São Luís (2010) 2010
População: 1.331.181.
PIB: R$ 18,97 bilhões.
PIB/per capita: R$ 14,25 mil.
IDHM (2010): 0,755.
IVS (2010): 0,395.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,527.
IVS Capital Humano (2010): 0,317.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,342.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,156 (28,3%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


201
Região Metropolitana da Grande São Luís

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,695.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,527.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,168 (24,17%).

202 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande São Luís

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


203
Região Metropolitana da Grande São Luís

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,460.


IVS Capital Humano 2010 = 0,317.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,143 (31,1%).

204 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande São Luís

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


205
Região Metropolitana da Grande São Luís

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

206 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande São Luís

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,498.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,342.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,156 (31,33%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


207
Região Metropolitana da Grande São Luís

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

208 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande São Luís

A REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE SÃO LUÍS

MAPA 23 Criada em 1998, pela Lei Complementar Estadual no 38/1998, a RM da Grande São Luís é
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário composta por cinco municípios e possui área de 2.899 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM da Grande São Luís possuía um grau de urbanização de 82%. A população
do município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 76% da população da RM. A taxa
de crescimento da população da RM da grande São Luís, entre 2000 e 2010, foi de 2% ao
ano, superior à média observada no país, que foi de 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL DA RM DA GRANDE SÃO LUÍS


Em 2000, a RM da Grande São Luís apresentava IVS igual a 0,551, situando-se na faixa de
muito alta vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentava IVS de 0,395, passando
para a faixa de média vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,460, passando, em 2010, para 0,317. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,695 e, em 2010, correspondeu a 0,527. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,498 e passou para 0,342, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da RM
da Grande São Luís. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor
vulnerabilidade social foi a de Capital Humano. Em 2010, a dimensão Capital Humano
também apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que
Elaboração dos autores. mais contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS
Infraestrutura Urbana, que registrou uma redução de 0,168.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

30% 29%

42% 44%

28% 27%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Elaboração dos autores. Fonte: Ipea (2015).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


209
Região Metropolitana da Grande São Luís

EVOLUÇÃO DO IVS NA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE SÃO LUÍS OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS
Em 2000, 1% das UDHs da RM da Grande São Luís encontrava-se na faixa da muito baixa vulnerabi- Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM da Grande São Luís em 2000,
lidade social, enquanto 12% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em 2010, essas proporções nota-se que grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção
corresponderam, respectivamente, a 9% e 38%, expressando uma redução da vulnerabilidade litorânea do município sede da RM (São Luís), enquanto a maior parte das UDHs que
social no período analisado. No mesmo período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de possuem os valores mais altos de IVS localiza-se na porção sul de São Luís e em todos os
alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 70% para 27%, conforme ilustra o gráfico 2. demais municípios.
Para o ano de 2010, verifica-se uma sutil expansão das UDHs com IVS mais baixo para
GRÁFICO 2
o entorno imediato da área litorânea de São Luís (conforme mostram os mapas 1 e 2).
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010)
2000 2010
Na outra extremidade, os valores mais altos de IVS permanecem em UDHs localizadas na
periferia da RM da Grande São Luís, encontradas em todos os municípios.
33% 26% Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM da
38%
37% 17% 11% Grande São Luís. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs na faixa
do alto e muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número
12% 16%
1% 9% de UDHs com IVS médio, baixo e muito baixo. O gráfico 4 sugere que a performance das
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa UDHs da RM da grande São Luís melhorou no período.
Fonte: Ipea (2015).
GRÁFICO 4
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da RM Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
50
da Grande São Luís, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de
45
distribuição de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade
entre as UDHs, no que tange à vulnerabilidade social no período. 40

35
GRÁFICO 3 30

Frequência
Distribuição do IVS (2000 e 2010)
1,000 25

0,900 20

0,800 15

0,700 10

0,600 5

0
IVS

0,500
0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1
0,400
IVS – Faixas de vulnerabilidade social
0,300 2000 2010
0,200 Fonte: Ipea (2015).
0,100

0,000
0 20 40 60 80 100 120
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

210 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande São Luís

A DESIGUALDADE NA RM DA GRANDE SÃO LUÍS EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DA GRANDE SÃO LUÍS

Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM da Grande São Luís, De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
percebe-se que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
de 2000, era de 0,645, caindo para 0,632, em 2010, em uma variação de 2%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e a concentração
dos dados para o município núcleo da RM da grande São Luís (São Luís) e para os demais GRÁFICO 6
municípios da RM, identificados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box Plot do IVS das UDHs (2000 e 2010) 0,800
2000 2010
0,700
1,00
0,600
0,90

IVS
0,500
0,80
0,400
0,70
0,300
0,60
0,200
IVS

0,50
0,100
0,40
0,000
0,30
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno São Luís Entorno São Luís
Legenda
Fonte: Ipea (2015).
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo (São Luís), em 2000, o IVS variava entre 0,151 e 0,796, inadequados.
sendo que a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,330 • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
e 0,519. Em 2010, o IVS variava entre 0,083 e 0,715, ou seja, possuía uma amplitude
• IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
menor que em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,245
(de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
e 0,343. Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma
redução do IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS con- Ao observar o gráfico 6, nota-se que em duas das três variáveis houve redução no
centrado entre 0,464 e 0,711. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,340 e 0,534. Nesses IVS Infraestrutura Urbana. Todavia, vale salientar que a terceira variável, percentual de
municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,327 e 0,782, ao passo que, em 2010, variou pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que
gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada, está disponível apenas
entre 0,180 e 0,642. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de variação dos
para o ano de 2010, não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da
dados, associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5).
década em estudo.
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se apenas nas UDHs do
município núcleo da região metropolitana da Grande São Luís.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


211
Região Metropolitana da Grande São Luís

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo.
Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
quatro das cinco variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar que a maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
18 anos ou mais de idade, com uma diferença de 0,341. Já a variável que apresentou piora
no componente do indicador, foi taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade,
No gráfico 7, é possível verificar que em todas as oito variáveis houve redução no com um aumento de 0,040.
componente do IVS Capital Humano. Entre elas, mortalidade até 1 ano de idade foi a que
apresentou maior variação no decorrer dos dez anos analisados, com uma diferença em
valores absolutos de 0,362.

212 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana de
S A N TA C ATA R I N A

São Paulo
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana de São Paulo

MAPA 1
IVS da região metropolitana de São Paulo (2000) 2000
População: 17.878.812.
PIB: R$ 243,19 bilhões.
PIB/per capita: R$ 13, 6 mil.
IDHM (2000): 0,714.
IVS (2000): 0,386.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,413.
IVS Capital Humano (2000): 0,368.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,377.

Elaboração dos autores.

214 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de São Paulo

MAPA 2
IVS da região metropolitana de São Paulo (2010) 2010
População: 19.683.975.
PIB: R$ 701,85 bilhões.
PIB/per capita: R$ 35,66 mil.
IDHM (2010):0,794.
IVS (2010): 0,299.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,407.
IVS Capital Humano (2010): 0,264.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,226.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,087 (22,5%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


215
Região Metropolitana de São Paulo

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,413.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,407.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,006 (1,45%).

216 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de São Paulo

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


217
Região Metropolitana de São Paulo

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,368.


IVS Capital Humano 2010 = 0,264.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,104 (28,3%).

218 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de São Paulo

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


219
Região Metropolitana de São Paulo

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

220 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de São Paulo

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,377.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,226.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,151 (40,05%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


221
Região Metropolitana de São Paulo

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

222 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de São Paulo

A REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO

MAPA 23 Criada em 1973, pela Lei Complementar Federal no 14/1973, a região metropolitana de
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário São Paulo é composta por 39 municípios e possui área de 7.947 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM de São Paulo possuía um grau de urbanização de 98,86%. A população
do município núcleo (São Paulo) correspondia, em 2010, a 57% da população da RM.
A taxa de crescimento da população da RM de São Paulo, entre 2000 e 2010, foi de 0,97%
ao ano, inferior à média observada no país, igual a 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL RM DE SÃO PAULO


Em 2000, a RM de São Paulo apresentava IVS igual a 0,386, situando-se na faixa de média
vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM de São Paulo apresentava IVS de 0,299, passando
para a faixa de baixa vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era de 0,368, passando, em 2010, para 0,264. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,413 e, em 2010, correspondeu a 0,407. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,377 e passou para 0,226, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da
RM de São Paulo. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor
vulnerabilidade social foi o IVS Capital Humano. Em 2010, a dimensão renda e trabalho
também apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que
Elaboração dos autores. mais contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi também o
IVS Renda e Trabalho, que registrou uma redução de 0,151.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

25%
32%
36%

45%

30%
32%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano


Fonte: Ipea (2015).
Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


223
Região Metropolitana de São Paulo

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DE SÃO PAULO OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 8% das UDHs da RM de São Paulo encontravam-se na faixa de muito baixa vulnera- Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM de São Paulo em 2000, nota-se que
bilidade social, e 8% apresentavam baixa vulnerabilidade social. Em 2010, essas proporções grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na porção central da RM,
corresponderam, respectivamente, a 14% e 30%, expressando uma redução da vulnerabilidade na sede (São Paulo), nos municípios de Osasco, Barueri, Guarulhos, Mogi das Cruzes e na
social no período analisado. No mesmo período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de região do Grande ABC, enquanto a maior parte das UDHs que possuem os valores mais
alta e muito alta vulnerabilidade social passou de 58% para 11%, conforme ilustra o gráfico 2. altos de IVS encontra-se nos municípios periféricos da RM. As UDHs correspondentes às
maiores faixas de vulnerabilidade social concentram-se nos municípios de Carapicuíba,
GRÁFICO 2
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010) Santa Isabel e São Paulo.
Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixos estendem-se para
2000 2010
o entorno imediato do núcleo da RM de São Paulo (conforme mostram os mapas 1 e 2),
42% 45% além de distribuírem-se por outros municípios a leste e a oeste, principalmente. Na outra
26% 30%
extremidade, os valores mais elevados de IVS são encontrados em UDHs localizadas na
8% periferia da RM, distribuídas por diversos municípios.
16% 14%
8% 11% Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da RM de
São Paulo. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs nas faixas do alto
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa
e muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número de UDHs
Fonte: Ipea (2015).
com IVS médio, baixo e muito baixo. O gráfico 4 sugere que a performance das UDHs da
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da RM RM melhorou no período.
de São Paulo, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de distribui-
ção de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia aretração da desigualdade entre as GRÁFICO 4
UDHs, no que tange à vulnerabilidade social, no período. Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
1300
GRÁFICO 3 1200
1100
Distribuição do IVS (2000 e 2010)
1000
1,000
900
0,900
800

Frequência
0,800 700
0,700 600
500
0,600
400
IVS

0,500 300
0,400 200
100
0,300
0
0,200 0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1
0,100 IVS – Faixas de vulnerabilidade social
2000 2010
0,000
0 500 1000 1500 2000 2500 Fonte: Ipea (2015).
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

224 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana de São Paulo

A DESIGUALDADE NA RM DE SÃO PAULO EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DE SÃO PAULO


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM de São Paulo, percebe-se De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de 2000, era que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
de 0,561, caindo para 0,465, em 2010, em uma variação de 17,11%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e concentração
dos dados para o município núcleo da RM (São Paulo) e para os demais municípios da GRÁFICO 6
região, identificados no gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010
0,700
1,00
0,600
0,90

IVS
0,500
0,80
0,400
0,70
0,300
0,60
0,200
IVS

0,50
0,100
0,40
0,000
0,30
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno São Paulo Entorno São Paulo
Legenda
Fonte: Ipea (2015).
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo, em 2000, o IVS variava entre 0,063 e 0,624, sendo que inadequados.
a metade das UDHs possuía IVS concentrado, em torno da média, entre 0,337 e 0,479. • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
Em 2010, o IVS variava entre 0,041 e 0,499, ou seja, possuía uma amplitude menor que
• IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,249 e 0,368.
(de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma redução do
IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS Ao observar o gráfico 6, nota-se que em todas as variáveis houve redução no IVS
concentrado entre 0,361 e 0,480. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,258 a 0,361. Infraestrutura Urbana. Vale salientar que a variável percentual de pessoas em domicílios
Nesses municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,090 e 0,593, ao passo que, em 2010, com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma
variou entre 0,040 e 0,505. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de variação hora até o trabalho, na população ocupada está disponível apenas para o ano de 2010,
dos dados, associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da década em estudo.
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se menos nas UDHs dos
municípios do entorno do que entre as UDHs do município núcleo da RM.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


225
Região Metropolitana de São Paulo

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo.
Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho, sendo que
todas as variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se que
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar a maior variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de 18
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
anos ou mais de idade, com uma diferença de 0,536. Já a menor variação foi registrada na
variável percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário
Já no gráfico 7, é possível verificar que em sete das oito variáveis houve redução no mínimo (de 2010) e dependentes de idosos, com uma redução de apenas 0,005.
componente IVS Capital Humano. Entre as variáveis que registraram redução nos valores,
percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola foi a que apresentou
maior variação no decorrer dos dez anos analisados, com uma diferença de valores
absolutos de 0,285.

226 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


RORAIMA

AMAPÁ

AMAZONAS
PA R Á MARANHÃO
CEARÁ
RIO GRANDE
DO NORTE

PA R A Í B A

PIAUÍ PERN AMBU CO

ACRE
ALAGOAS
TOCANTIN S
RONDÔNIA SERGIPE

BAHIA
M AT O G R O S S O

DF
GOIÁS

MINAS GERAIS

ESPÍRI TO
M AT O G R O S S O
SANTO
DO SUL

SÃ O PAUL O
RIO DE
JANEIRO

PA R A N Á

a região
metropolitana da
S A N TA C ATA R I N A

Grande Vitória
RIO GRANDE
DO SUL
Região Metropolitana da Grande Vitória

MAPA 1
IVS da região metropolitana da Grande Vitória (2000) 2000
População: 1.439.137.
PIB: R$ 13,89 bilhões.
PIB/per capita: R$ 9,65 mil.
IDHM (2000): 0,678.
IVS (2000): 0,432.
IVS Infraestrutura Urbana (2000): 0,467.
IVS Capital Humano (2000): 0,421.
IVS Renda e Trabalho (2000): 0,409.

Elaboração dos autores.

228 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande Vitória

MAPA 2
IVS da região metropolitana da Grande Vitória (2010) 2010
População: 1.687.704.
PIB: R$ 51,87 bilhões.
PIB/per capita: R$ 30,73 mil.
IDHM (2010):0,772.
IVS (2010): 0,315.
IVS Infraestrutura Urbana (2010): 0,418.
IVS Capital Humano (2010): 0,293.
IVS Renda e Trabalho (2010): 0,235.
∆ IVS 2000-2010 (%): 0,117 (27,1%).

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


229
Região Metropolitana da Grande Vitória

IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 3 MAPA 4
IVS Infraestrutura Urbana (2000) IVS Infraestrutura Urbana (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Infraestrutura Urbana 2000 = 0,467.


IVS Infraestrutura Urbana 2010 = 0,418.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,049 (10,49%).

230 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande Vitória

INDICADORES DO IVS INFRAESTRUTURA URBANA

MAPA 5 MAPA 7
Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com abastecimento de água e Quintos do indicador percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a
esgotamento sanitário inadequados meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 6
Quintos do indicador percentual da população que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta
de lixo

Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


231
Região Metropolitana da Grande Vitória

IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 8 MAPA 9
IVS Capital Humano (2000) IVS Capital Humano (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Capital Humano 2000 = 0,421.


IVS Capital Humano 2010 = 0,293.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,128 (30,4%).

232 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande Vitória

INDICADORES DO IVS CAPITAL HUMANO

MAPA 10 MAPA 12
Quintos do indicador mortalidade infantil até 1 ano de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 6 a 14 anos de idade que não frequentam a escola

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 11 MAPA 13
Quintos do indicador percentual de crianças de 0 a 5 anos de idade que não frequentam a escola Quintos do indicador percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


233
Região Metropolitana da Grande Vitória

MAPA 14 MAPA 16
Quintos do indicador percentual de mães chefes de família, sem ensino fundamental completo e com Quintos do indicador percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores
filho menor de 15 anos de idade tem ensino fundamental completo

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 15 MAPA 17
Quintos do indicador taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade Quintos do indicador percentual de pessoas de 15 a 24 anos de idade que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010)

Elaboração dos autores.


Elaboração dos autores.

234 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande Vitória

IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 18 MAPA 19
IVS Renda e Trabalho (2000) IVS Renda e Trabalho (2010)

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

IVS Renda e Trabalho 2000 = 0,409.


IVS Renda e Trabalho 2010 = 0,235.
∆ IVS 2000-2010 (%) = 0,174 (42,54%).

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


235
Região Metropolitana da Grande Vitória

INDICADORES DO IVS RENDA E TRABALHO

MAPA 20 MAPA 22
Quintos do indicador proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio Quintos do indicador percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade sem ensino fundamental
salário mínimo (de 2010) completo e em ocupação informal

Elaboração dos autores. Elaboração dos autores.

MAPA 21
Quintos do indicador taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade

Elaboração dos autores.

236 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande Vitória

A REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA

MAPA 23 Criada em 1995, pela Lei Complementar Estadual no 58/1995, a RM da Grande Vitória é
Quintos do indicador percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário composta por sete municípios e possui área de 2.331 km².
mínimo (de 2010) e dependentes de idosos Em 2010, a RM da Grande Vitória possuía um grau de urbanização de 98%. A popu-
lação do município núcleo da RM correspondia, em 2010, a 19% da população da RM.
A taxa de crescimento da população da RM da Grande Vitória, entre 2000 e 2010, foi de
1,61% ao ano, superior à média observada no país, igual a 1,17%.

O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA RM DA GRANDE VITÓRIA


Em 2000, a RM da Grande Vitória apresentava IVS igual a 0,432, situando-se na faixa de
alta vulnerabilidade social. Já em 2010, a RM apresentava IVS de 0,315, passando para a
faixa de média vulnerabilidade social.
O IVS Capital Humano, em 2000, era 0,421, passando, em 2010, para 0,293. O IVS
Infraestrutura Urbana era de 0,467 e, em 2010, correspondeu a 0,418. Já o IVS Renda e
Trabalho era de 0,409 e passou para 0,235, em 2010.
O gráfico 1, a seguir, apresenta a contribuição de cada componente para o IVS da
RM da Grande Vitória. Em 2000, a dimensão que, proporcionalmente, apresentou menor
vulnerabilidade social foi o IVS Renda e Trabalho. Em 2010, também a dimensão renda e
trabalho apresentou a menor vulnerabilidade social. Entre 2000 e 2010, a dimensão que
Elaboração dos autores. mais contribuiu para a redução da vulnerabilidade, em termos absolutos, foi o IVS Renda
e Trabalho, que registrou uma redução de 0,174.
MAPA 24
GRÁFICO 1
Quintos do indicador taxa de atividade das pessoas de 10 a 14 anos de idade
Contribuição dos componentes para o IVS (2000 e 2010)
2000 2010

25%
32%
36%
44%

31%
32%

Infraestrutura urbana Renda e trabalho Capital humano

Fonte: Ipea (2015).


Elaboração dos autores.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


237
Região Metropolitana da Grande Vitória

EVOLUÇÃO DO IVS NA RM DA GRANDE VITÓRIA OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IVS


Em 2000, 14% das UDHs da RM da Grande Vitória encontravam-se na faixa de muito Analisando a distribuição dos resultados do IVS da RM da Grande Vitória em 2000,
baixa vulnerabilidade social, enquanto 13% apresentavam baixa vulnerabilidade nota-se que grande parte das UDHs com valores mais baixos de IVS situa-se na faixa
social. Em 2010, essas proporções corresponderam, respectivamente, a 26% e 29%, litorânea da RM, enquanto a maior parte das UDHs que possuem os valores mais
expressando uma redução da vulnerabilidade social no período analisado. No mesmo altos de IVS concentra-se nos municípios de Cariacica, Vila Velha, Viana, Guarapari
período, a soma do percentual de UDHs nas faixas de alta e muito alta vulnerabilidade e Serra.
social passou de 52% para 16%, conforme ilustra o gráfico 2.
Para o ano de 2010, verifica-se que as UDHs com IVS mais baixo estendem-se
para o entorno imediato do núcleo e para o litoral sul da RM (conforme mostram
GRÁFICO 2
os mapas 1 e 2). Na outra extremidade, os valores mais altos de IVS são encon-
Distribuição das UDHs segundo a faixa do IVS (2000 e 2010)
trados em UDHs localizadas na periferia da RM da Grande Vitória, distribuídas
2000 2010
por diversos municípios.
27% 21% 29% Ao observar o gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IVS da
29%
13%
RM da Grande Vitória. No período 2000-2010, houve redução no número de UDHs
25% 26% na faixa do muito alto e alto IVS, sendo que em 2010 não foi registrada nenhuma
14% 16% UDH na faixa de muito alto IVS. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação
no número de UDHs com IVS médio, baixo e muito baixo. O gráfico 4 sugere que a
Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa performance das UDHs da RM da Grande Vitória melhorou no período.
Fonte: Ipea (2015).
GRÁFICO 4
O gráfico 3, a seguir, apresenta a distribuição dos resultados do IVS nas UDHs da Histograma da frequência das faixas da vulnerabilidade social (2000 e 2010)
RM da Grande Vitória, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de 90
distribuição de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade
entre as UDHs, no que tange à vulnerabilidade social, no período. 80

70
GRÁFICO 3
60
Distribuição do IVS (2000 e 2010)

Frequência
1,000 50

0,900 40
0,800 30
0,700
20
0,600
10
IVS

0,500
0
0,400
0 – 0,200 0,201 – 0,300 0,301 – 0,400 0,401 – 0,500 0,501 – 1
0,300 IVS – Faixas de vulnerabilidade social
0,200 2000 2010

0,100 Fonte: Ipea (2015).

0,000
0 50 100 150 200 250 300
UDHs
2000 2010
Fonte: Ipea (2015).

238 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Região Metropolitana da Grande Vitória

A DESIGUALDADE NA RM DA GRANDE VITÓRIA EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO IVS NA RM DA GRANDE VITÓRIA


Ao analisar o nível de desigualdade do IVS entre as UDHs da RM da Grande Vitória, per- De forma mais detalhada, nos gráficos 6, 7 e 8 é possível visualizar a evolução das variáveis
cebe-se que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IVS, no ano de que integram os três componentes do IVS (IVS Infraestrutura Urbana, IVS Capital Humano
2000, era de 0,645, reduzindo para 0,451, em 2010, em uma variação de 30,07%. e IVS Renda e Trabalho), para os anos de 2000 e 2010.
Em relação à variância desses índices, o gráfico 5 traz a distribuição e a concentração
dos dados para o município núcleo e para os demais municípios da RM, identificados no GRÁFICO 6
gráfico como entorno. Evolução das variáveis do IVS Infraestrutura Urbana das UDHs (2000 e 2010)
1,000
GRÁFICO 5 0,900
Box plot do IVS das UDHs (2000 e 2010)
0,800
2000 2010 0,700
1,00
0,600
0,90

IVS
0,500
0,80
0,400
0,70
0,300
0,60
0,200
IVS

0,50
0,100
0,40
0,000
0,30
IVS Infraestrutura Urbana 1 IVS Infraestrutura Urbana 2 IVS Infraestrutura Urbana 3
0,20
2000 2010
0,10
Fonte: Ipea (2015).
0,00
Entorno Vitória Entorno Vitória
Legenda
Fonte: Ipea (2015).
• IVS Infraestrutura Urbana 1: percentual de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário
No caso do município núcleo (Vitória), em 2000, o IVS variava entre 0,075 e 0,459, inadequados.
sendo que a metade das UDHs possuía IDHM concentrado, em torno da média, entre • IVS Infraestrutura Urbana 2: percentual da população que vive em domicílios urbanos sem o serviço de coleta de lixo.
0,135 e 0,389. Em 2010, o IVS variava entre 0,034 e 0,361, ou seja, possuía uma amplitude
• IVS Infraestrutura Urbana 3: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
menor que em 2000, e metade das UDHs apresentava índices concentrados entre 0,070
(de 2010) e que gastam mais de uma hora até o trabalho, na população ocupada.
e 0,240. Houve, portanto, uma redução da amplitude desses dados, associada a uma
redução do IVS (gráfico 5).
Já no caso dos municípios do entorno, em 2000, metade das UDHs possuía IVS con- Ao observar o gráfico 6, nota-se que em todas as variáveis houve redução no IVS
centrado entre 0,327 e 0,543. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,220 a 0,379. Nesses Infraestrutura Urbana. Vale salientar que a variável percentual de pessoas em domicílios
municípios, em 2000, o IVS variou entre 0,076 e 0,720, ao passo que, em 2010, variou entre com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e que gastam mais de uma
0,050 e 0,485. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude de variação dos dados, hora até o trabalho, na população ocupada está disponível apenas para o ano de 2010,
associada a uma redução do IVS das UDHs no período (gráfico 5). não sendo possível, portanto, analisar a sua evolução ao longo da década em estudo.
A amplitude do IVS para o conjunto das UDHs reduziu-se menos nas UDHs do
município núcleo do que entre as UDHs dos municípios do entorno da RM.

Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


239
Região Metropolitana da Grande Vitória

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
Evolução das variáveis do IVS Capital Humano das UDHs (2000 e 2010) Evolução das variáveis do IVS Renda e Trabalho das UDHs (2000 e 2010)
1,000 1,000

0,900 0,900

0,800 0,800

0,700 0,700

0,600 0,600
IVS

IVS
0,500 0,500

0,400 0,400

0,300 0,300

0,200 0,200

0,100 0,100

0,000 0,000
IVS Capital 1 IVS Capital 2 IVS Capital 3 IVS Capital 4 IVS Capital 5 IVS Capital 6 IVS Capital 7 IVS Capital 8 IVS Renda 1 IVS Renda 2 IVS Renda 3 IVS Renda 4 IVS Renda 5
2000 2010 2000 2010

Fonte: Ipea (2015). Fonte: Ipea (2015).

Legenda Legenda
• IVS Capital 1: mortalidade até 1 ano de idade. • IVS Renda 1: proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010).
• IVS Capital 2: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 2: taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade.
• IVS Capital 3: percentual de pessoas de 6 a 14 anos que não frequentam a escola. • IVS Renda 3: percentual de pessoas de 18 anos ou mais, sem fundamental completo e em ocupação informal.
• IVS Capital 4: percentual de mulheres de 10 a 17 anos de idade que tiveram filhos. • IVS Renda 4: percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo (de 2010) e
• IVS Capital 5: percentual de mães chefes de família, sem fundamental completo e com filho menor de 15 anos de idade. dependentes de idosos.

• IVS Capital 6: taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade. • IVS Renda 5: taxa de atividade das pessoas de10 a 14 anos de idade.

• IVS Capital 7: percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino
fundamental completo.
Para finalizar, o gráfico 8 refere-se às variáveis do IVS Renda e Trabalho. Todas as
variáveis apresentaram redução nos seus valores. Sobre a redução, nota-se que a maior
• IVS Capital 8: percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e possuem renda domiciliar variação absoluta ocorreu na variável taxa de desocupação da população de 18 anos ou
per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (de 2010). mais de idade, com uma diferença de 0,461. Já a menor variação foi registrada na variável
percentual de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo
No gráfico 7, é possível verificar que em todas as variáveis houve redução no com- (de 2010) e dependentes de idosos, com uma redução de apenas 0,045.
ponente IVS Capital Humano. Entre as variáveis que registraram redução nos valores,
mortalidade até 1 ano de idade foi a que apresentou maior variação no decorrer dos dez
anos analisados, com uma diferença de valores absolutos de 0,196.

240 Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras


Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

EDITORIAL

Coordenação
Cláudio Passos de Oliveira

Supervisão
Everson da Silva Moura
Reginaldo da Silva Domingos

Revisão
Ângela Pereira da Silva de Oliveira
Clícia Silveira Rodrigues
Idalina Barbara de Castro
Leonardo Moreira Vallejo
Marcelo Araujo de Sales Aguiar
Marco Aurélio Dias Pires
Olavo Mesquita de Carvalho
Pedro Henrique Ximendes Aragão
Regina Marta de Aguiar
Erika Adami Santos Peixoto (estagiária)
Laryssa Vitória Santana (estagiária)
Manuella Sâmella Borges Muniz (estagiária)
Pedro Henrique Ximendes Aragão (estagiário)
Thayles Moura dos Santos (estagiária)

Editoração
Bernar José Vieira
Cristiano Ferreira de Araújo
Daniella Silva Nogueira
Danilo Leite de Macedo Tavares
Diego André Souza Santos
Jeovah Herculano Szervinsk Junior
Leonardo Hideki Higa

Capa
Danilo Leite de Macedo Tavares

Projeto Gráfico
Jeovah Herculano Szervinsk Junior

The manuscripts in languages other than Portuguese


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