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Número 2

Número 2
Governo Federal Assessoria Técnica da Presidência do Ipea

Secretaria de Assuntos Estratégicos da Organizador


Presidência da República Milko Matijascic
Ministro Wellington Moreira Franco
Agradecimentos
André Gambier Campos
Elisa Dias Becker
Fernando Augusto Mansor de Mattos
Fundação pública vinculada à Secretaria de Frederico Augusto Barbosa da Silva
Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Helder Rogério Sant’ana Ferreira
o Ipea fornece suporte técnico e institucional às Herton Ellery Araújo
ações governamentais – possibilitando a formulação Luciana de Barros Jaccoud
de inúmeras políticas públicas e programas de Luciana Mendes Santos Servo
desenvolvimento brasileiro – e disponibiliza, Luseni Cordeiro de Aquino
para a sociedade, pesquisas e estudos realizados Maria Elizabeth Diniz Barros
por seus técnicos. Natália de Oliveira Fontoura
Patrícia Dario El-Moor Hadjab
Presidente Patrícia Silveira Rivero
Marcio Pochmann
Rute Imanishi Rodrigues
Diretor de Desenvolvimento Institucional Sérgio Francisco Piola
Geová Parente Farias
Colaboradores
Diretor de Estudos e Relações Econômicas
e Políticas Internacionais, Substituto Alexandre Guerra
Marcos Antonio Macedo Cintra Daniel Portela Prado
Eduardo Magalhães Guedes Ferreira
Diretor de Estudos e Políticas do Estado,
das Instituições e da Democracia Erivelton Pires Guedes
Alexandre de Ávila Gomide Ligier Modesto Braga
Luana Goveia
Diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas
Marcelo Benedito
Vanessa Petrelli de Correa
Maria Piñon Pereira Dias
Diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas Mariana Sena Lara
e Ambientais Ronnie Aldrin Pereira Silva
Francisco de Assis Costa
Vinícius Lucio Ferreira
Diretor de Estudos e Políticas Setoriais
de Inovação, Regulação e Infraestrutura, Substituto
Carlos Eduardo Fernandez da Silveira

Diretor de Estudos e Políticas Sociais


Jorge Abrahão de Castro

Chefe de Gabinete
Fabio de Sá e Silva

Assessor-chefe de Imprensa e Comunicação


Daniel Castro

Ouvidoria: http://www.ipea.gov.br/ouvidoria
URL: http://www.ipea.gov.br
Brasília, 2011 Número 2
© Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – ipea 2009

Presença do estado no Brasil : federação, suas unidades


e municipalidades / organizador: Milko Matijascic.-
Brasília : Ipea, 2009.
116 p. : mapas, tabs.

Inclui bibliografia.
ISSN 2176-7122

1. Estado. 2. Políticas Públicas. 3.Serviços Públicos.


4. Infraestrutura do Transporte. 5. Indicadores Sociais.
6. Indicadores Econômicos. 7. Municípios. 8. Brasil. I.
Matijascic, Milko. II. Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada.
CDD 361.60981

As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores,
não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
ou da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte.
Reproduções para fins comerciais são proibidas.
Sumário

APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 7

1 INDICADORES BÁSICOS.................................................................................................................... 9

2 PREVIDÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL................................................................................. 9

3 SAÚDE............................................................................................................................................. 18

4 EDUCAÇÃO...................................................................................................................................... 26

5 TRABALHO....................................................................................................................................... 34

6 BANCOS PÚBLICOS ......................................................................................................................... 39

7 TRANSPORTES................................................................................................................................. 42

7.1 Transporte aéreo................................................................................................................ 42


7.2 Transporte rodoviário........................................................................................................ 45
7.3 Transporte marítimo.......................................................................................................... 53
7.4 Transporte ferroviário........................................................................................................ 55

8 SEGURANÇA PÚBLICA..................................................................................................................... 57

9 CULTURA.......................................................................................................................................... 61
APRESENTAÇÃO
Em um país com tamanhas desigualdades regionais como o Brasil, o Estado assume importante papel
no desenvolvimento do tecido social e econômico local. Buscando entender como se manifesta a atual
existência do Estado no território nacional, o Ipea apresenta a publicação Presença do Estado no Brasil:
Federação, suas unidades e municipalidades.
A partir de uma série de indicadores desagregados para Brasil, regiões, unidades federativas e
municípios, esse levantamento se torna um importante instrumento para os gestores públicos das
diferentes esferas de governo ao pensar o planejamento, a formulação e a avaliação das políticas
públicas brasileiras.
Os temas abordados contemplam as áreas de saúde, educação, cultura, assistência social, previ-
dência social, trabalho, segurança pública, transportes e instituições financeiras públicas. Os dados
referem-se ao último ano disponibilizado e tratam em sua maioria de registros administrativos coleta-
dos junto aos ministérios, às autarquias e aos institutos de pesquisa.
O texto impresso mantém-se no nível unidade da Federação (UF), mas os dados foram analisados
por município. Os dados por município estão disponíveis eletronicamente no site do Ipea.
Os dados são apresentados na forma de tabelas e mapas. Em alguns casos os mapas são apresen-
tados por município, para melhor compreensão das diferenças regionais. Esses podem ser vistos de
forma interativa no site do IpeaMapas – <http://mapas.ipea.gov.br>.

Marcio Pochmann
Presidente do Ipea
1 INDICADORES BÁSICOS

MAPA 1
Proporção da população por área territorial (km²), Brasil – 2009

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Alagoas
Tocantins Sergipe
Rondônia
Bahia
Mato Grosso

Goiás Distrito Federal

Minas Gerais
Proporção de habitantes/km² Espírito Santo
Mato Grosso do Sul
Até 10
São Paulo Rio de Janeiro
De 11 a 30
Paraná
De 31 a 100

De 101 a 450 Santa Catarina

Rio Grande do Sul


0 300 600
km

Fonte: IBGE (2009).

2 PREVIDÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL


A Previdência Social e a assistência social representam as principais formas de atuar na área social do
Brasil, ao considerar que os orçamentos alocados para tais fins e as ações em termos do financiamento
das políticas emanam, essencialmente, do governo federal. Educação e saúde, outras modalidades de
política universais, com os seus orçamentos somados, não atingem a dimensão dos gastos públicos
sociais representados pela Previdência e pela assistência social.
Ao considerar os dados mais recentes, em conjunto, a seguridade, no seu segmento de transferên-
cia de renda, ou seja, as políticas de previdência e as de transferência focalizada de renda para grupos
de menor rendimento familiar representam 14,2% do produto interno bruto (PIB), um percentual
que pode ser comparado ao das sociedades de maior renda per capita como as da Europa Ocidental e
da América do Norte. Seus resultados sobre a redução das desigualdades, ao utilizar o coeficiente de
10 Presença do Estado no Brasil

variação, também são dignos de nota, uma vez que a redução das desigualdades, após as transferências,
equivale a 13,5%, incluindo o seguro-desemprego, o que supera o que existe nos países de influência
anglo-saxã e os da Europa Ocidental. Somente os países do norte da Europa apresentam resultados
melhores que os do Brasil.
Em outras palavras, a opção por fixar o piso de benefícios previdenciários e para benefícios assis-
tenciais de prestação continuada para idosos e deficientes (Benefício de Prestação Continuada – BPC)
e equiparar os trabalhadores rurais aos urbanos teve um efeito poderoso sobre a distribuição de renda.
No fim dos anos 1980 o Brasil estava na terceira colocação entre os países mais desiguais e os dados de
2007 revelam que a posição atual é a décima, sendo a quinta da América Latina. Diante de uma po-
lítica universal tão poderosa, o Programa Bolsa Família (PBF) representou um estímulo adicional que
reduz por si só 0,6% das desigualdades. Assim, um aumento no valor das prestações e a remoção das
dificuldades cadastrais podem trazer elementos adicionais muito benéficos, sobretudo entre os mais
pobres. Os gastos com o aumento da linha de um quarto de salário mínimo per capita para um terço
ou meio pode melhorar o desempenho das políticas na redução das desigualdades e, em um país que
está crescendo e cuja carga tributária é a maior entre os países em desenvolvimento, a meta é exequível.
Os resultados em matéria de redução da pobreza, ou seja, as famílias com menos da metade do
salário mínimo em termos da renda per capita também é notável. Em 1978, a redução da pobreza após
as transferências de renda da seguridade representava 9%, tendo aumentado para 16,9% em 1988 em
que alguns mecanismos que se consolidariam após a Constituição Federal de 1988 (CF/88) começavam
a operar. Depois disso, os resultados para 1998 representavam 35% e, em 2008, ano base para a maioria
dos resultados deste trabalho, 36,9%. Diante do exposto, os resultados obtidos em matéria de políticas
públicas são bons e resistem a qualquer comparação internacional. No entanto, é bom lembrar, se a
medida for a de pobreza relativa, representando metade da mediana de renda da população ocupada que
contribui para a Previdência, ou seja, R$ 400,00 a redução é de 2,5%, ou seja, bem inferior à de países da
Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – que congrega as sociedades de
renda per capita mais elevada, como economias de mais intensidade de produção industrial e de serviços.
Esse resultado dimensiona bem a medida dos desafios que aguardam o Brasil.
Reduzir as desigualdades e a própria pobreza requer esforços paralelos para melhorar a performance,
como: aumentar os gastos com saúde e educação, para destacar os serviços sociais de mais dimensão;
e promover uma regulamentação mais eficaz do mercado de trabalho e reformar a política tributária,
tornando-a mais progressiva, considerando que é a regressividade que singulariza o Brasil no cenário
mundial. Em outras palavras é preciso, em parte, gastar mais em políticas sociais e, parcialmente, gastar
melhor e gravar menos as populações de renda mais baixa.
Não é possível esquecer que gastar mais e promover reformas não prescinde de uma preocupa-
ção constante com gastar melhor. Os gastos administrativos não são elevados, se forem comparados,
por exemplo, à previdência privada, em que as taxas de administração ainda oscilam por volta de
8% a 20% da contribuição de cada trabalhador. Na Previdência Social esse valor representou 1,88%
para 2009, segundo dados da execução orçamentária fornecidos pelo Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MPOG). No entanto, considerando os dados do Banco Mundial, os custos
nos Estados Unidos seriam de 0,7% do total de benefícios, 0,6% para a Suíça e 0,3% para o Japão.
A questão pode parecer menor, mas uma alocação mais eficiente poderia aliviar algum espaço para
investimentos ou gastos com mais poder multiplicador da renda, ou, mais além, cobrir áreas que
estão relativamente mal atendidas, como a creche escolar ou a atenção ao idoso.
Federação, suas unidades e municipalidades 11

Outro problema sério a assinalar é a multiplicação de órgãos e instituições no segmento que


impedem a adoção de políticas mais coesas e efetivas para atender a população. Por exemplo, não
seria melhor a perícia médica atuar como uma forma de auditoria de benefícios por doença ou
invalidez que deveriam ser autorizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)? A carreira poderia
ser valorizada e não promover um turismo do doente por múltiplas agências do governo quando a
saúde está em más condições.
O mesmo poderia ser dito do próprio pagamento de benefícios. Embora seja uma vitória poder
receber benefícios, para quem tem um cadastro regular após uma visita de 30 minutos, não seria mais
eficiente fazer isso via correio e transferir ou valorizar a contratação em áreas onde os processos de
atendimento não podem ser automatizados? Mais além, talvez fosse mais eficiente possuir agência úni-
ca para conceder aposentadorias, pensões, auxílios, benefícios assistenciais e relativos ao desemprego.
Ainda existe um grande número de municípios não cobertos por esse tipo de atendimento e os níveis
ainda reduzidos de escolaridade entre as populações-alvo requerem um atendimento personalizado
para o devido encaminhamento.
Por fim, ao observar o atendimento e a cobertura, é possível verificar que Previdência e assistên-
cia social promovem um excelente trabalho de integração nacional. Ainda assim, persistem desafios,
para melhorar a cobertura, que são devidos a problemas cadastrais e de documentação. Uma ação mais
integrada entre agências de governo e esferas de governo ainda pode se traduzir em ótimos resultados
para a melhoria das ações, sobretudo em municípios de menor porte em regiões isoladas.

TABELA 1
Arrecadação e benefícios emitidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – 2009

Quantidade de benefícios emitidos no mês de dezembro Benefícios mensais


População estimada Valor arrecadado
Região/UF por mil hab. (base
2009/IBGE¹ no ano
Total Urbano Rural dez./2009)
Norte 15.359.608 5.675.994.059 1.322.177 669.006 653.171 86,08
Rondônia 1.503.928 645.023.007 166.434 66.510 99.924 110,67
Acre 691.132 293.414.584 67.552 36.267 31.285 97,74
Amazonas 3.393.369 1.710.346.698 229.779 145.175 84.604 67,71
Roraima 421.499 214.252.370 29.637 14.378 15.259 70,31
Pará 7.431.020 2.115.959.510 645.788 325.216 320.572 86,90
Amapá 626.609 189.270.612 38.281 25.478 12.803 61,09
Tocantins 1.292.051 507.727.278 144.706 55.982 88.724 112,00
Nordeste 53.591.197 17.343.599.091 2.465.897 3.494.451 4.146.556 46,01
Maranhão 6.367.138 1.194.509.848 828.620 272.163 556.457 130,14
Piauí 3.145.325 685.516.092 455.064 152.034 303.030 144,68
Ceará 8.547.809 2.955.053.762 1.182.213 513.294 668.919 138,31
Rio Grande do Norte 3.137.541 1.211.611.971 462.361 221.139 241.222 147,36
Paraíba 3.769.977 1.054.170.028 597.705 265.264 332.441 158,54
Pernambuco 8.810.256 3.402.702.186 1.271.087 732.634 538.453 144,27
Alagoas 3.156.108 789.042.010 409.364 255.591 153.773 129,71
Sergipe 2.019.679 869.038.376 256.236 138.971 117.265 126,87
Bahia 14.637.364 5.181.954.818 1.929.498 943.361 986.137 131,82

(Continua)
12 Presença do Estado no Brasil

(Continuação)

Quantidade de benefícios emitidos no mês de dezembro Benefícios mensais


População estimada Valor arrecadado
Região/UF por mil hab.
2009/IBGE¹ no ano
Total Urbano Rural (base dez./2009)

Sudeste 80.915.332 114.436.344.279 12.160.572 10.484.894 1.675.678 150,29


Minas Gerais 20.033.665 14.297.032.245 3.087.580 2.164.311 923.269 154,12
Espírito Santo 3.487.199 2.510.189.213 483.503 324.635 158.868 138,65
Rio de Janeiro 16.010.429 22.544.757.867 2.475.764 2.400.985 74.779 154,63
São Paulo 41.384.039 75.084.364.954 6.113.725 5.594.963 518.762 147,73
Região Sul 27.719.118 27.056.739.702 4.768.463 8.414.941 1.482.659 172,03
Paraná 10.686.247 9.576.280.111 1.560.515 979.215 581.300 146,03
Santa Catarina 6.118.743 6.762.378.069 1.063.411 765.132 298.279 173,80
Rio Grande do Sul 10.914.128 10.718.081.522 2.144.537 1.541.457 603.080 196,49

Centro-Oeste 13.895.375 13.973.091.308 1.406.013 972.543 433.470 101,19

Mato Grosso do Sul 2.360.498 1.230.412.101 276.022 186.763 89.259 116,93


Mato Grosso 3.001.692 1.683.787.266 283.284 167.735 115.549 94,37
Goiás 5.926.300 3.064.626.015 625.462 412.203 213.259 105,54
Distrito Federal 2.606.885 7.994.265.926 221.245 205.842 15.403 84,87
Brasil 191.480.630 178.485.424.160 22.123.122 24.035.835 8.391.534 115,54

Fonte: Sintese/Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DATAPREV).


Nota: ¹ IBGE = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Federação, suas unidades e municipalidades 13

MAPA 2
Previdência Social, valor arrecadado no ano por habitantes pelo INSS – 2009

Valor arrecadado1/habitante

Limite estadual

De 0,02 a 100

De 101 a 500

De 501 a 1.000

De 1.001 a 3.000

De 3.001 a 4.500

Nenhuma arrecadação

0 300 600
km
Fonte: Sintese/DATAPREV.
Nota: ¹ O
 valor arrecadado compreende os recolhimentos provenientes de todas as receitas incluídas na Guia de Recolhimento da Previdência Social (GPS).
14 Presença do Estado no Brasil

Mapa 3
Total de beneficiários (BPC), por UF – dezembro de 2009

Roraima
Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Tocantins Alagoas
Rondônia Sergipe

Bahia
Mato Grosso

GoiásDistrito Federal

Número de beneficiários/UF Minas Gerais


Espírito Santo
De 7.500 a 35.000 Mato Grosso do Sul
De 35.001 a 60.000 São Paulo Rio de Janeiro
De 60.001 a 100.000
Paraná
De 100.001 a 200.000

De 200.001 a 582.000 Santa Catarina

Limite estadual
Rio Grande do Sul 0 300 600
km

Fonte: Matriz de Informações Sociais/Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).


Federação, suas unidades e municipalidades 15

MAPA 4
Número de famílias beneficiadas pelo PBF, distribuídas por UF – dezembro de 2009

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre Tocantins Alagoas
Rondônia Sergipe
Bahia
Mato Grosso

Goiás Distrito Federal

Minas Gerais Espírito Santo


Número de famílias com PBF/UF Mato Grosso do Sul

Até 80.000 São Paulo Rio de Janeiro

De 80.001 a 200.000 Paraná

De 200.001 a 400.000 Santa Catarina


De 400.001 a 900.000
Rio Grande do Sul
De 900.001 a 1.582.000
0 300 600
km
Fonte: Matriz de Informações Sociais/MDS.
16 Presença do Estado no Brasil

MAPA 5
Número de famílias beneficiadas com o PBF, por município – 2009

Número de família beneficiadas com o PBF

Limite estadual

Até 500

De 501 a 6.000

De 6.001 a 10.000

De 10.001 a 50.000

De 50.001 a 178.000 0 300 600


km

Fonte: Matriz de Informações Sociais/MDS.


Federação, suas unidades e municipalidades 17

MAPA 6
Cobertura do BPC aos idosos, por município – 2009
(Em %)

Cobertura BPC – idosos

Limite estadual

Até 25

De 26 a 50

De 51 a 75

De 76 a 100 0 300 600


km

Fonte: Matriz de Informações Sociais/MDS.


18 Presença do Estado no Brasil

3 SAÚDE
Os dados mostram a presença do Estado na área da saúde considerando dois aspectos: o número de
profissionais da área de saúde com instrução de nível superior (médicos e enfermeiros) e o número
de procedimentos aprovados (consultas e internações), todos no âmbito do SUS, por habitantes.
A relação de médicos por enfermeiros que nacionalmente corresponde a cerca de quatro médicos
para cada enfermeiro se apresenta de forma diferente regionalmente, sendo menor nas regiões Norte e
Nordeste (3,1 e 3,5 respectivamente) e maior nas regiões Sul e Sudeste (igualmente 5,1).
Considerando que a média nacional e as regionais para a relação de enfermeiros por mil habi-
tantes são praticamente iguais a 0,7 – ou dois enfermeiros para cada grupo de 3 mil habitantes –,
conclui-se que a relação de médicos por mil habitantes é desigual para as regiões. Enquanto a média
nacional fica em 3,1 médicos por mil habitantes, nas regiões Norte e Nordeste são inferiores (1,9 e 2,4
respectivamente) e superiores nas regiões Sul e Sudeste (igualmente 3,7).
Estas informações permitem concluir que há uma concentração de profissionais mais bem qua-
lificados (instrução de nível superior) nas regiões mais desenvolvidas – Sul e Sudeste – em detrimento
das regiões menos desenvolvidas – Norte e Nordeste –, sendo que a região Centro-Oeste possui índi-
ces mais próximos da média nacional.
Em relação aos procedimentos aprovados pelos SUS, as diferenças regionais também se repetem,
embora em relação à média de consultas por habitantes fiquem todas próximas da média nacional (em
torno de 2,6). Entretanto, quando se verifica a média de consultas aprovadas por médico por habitan-
te, as regiões Sul e Sudeste apresentam médias inferiores à nacional e ainda mais se comparadas com
as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Quanto ao procedimento de internação, as diferenças regionais também aparecem, embora
de maneira diferente. Neste item a região Sul apresenta a maior média de internações aprovadas
por 100 habitantes, enquanto a região Sudeste continua a ter a menor relação. A região Nordeste
por sua vez apresenta média idêntica à nacional, o que pode indicar, se considerarmos todos os
índices relativos à área da saúde, um número de leitos disponíveis para internação insuficiente para
a necessidade da região.
Porém, quando apurada a média de internações por médico por 100 habitantes as diferenças
regionais voltam ao padrão apontado inicialmente, em que as regiões Sul e Sudeste apresentam médias
inferiores à nacional, enquanto as demais regiões vão superá-la.
Essas diferenças podem significar uma necessidade menor de internações na região Sudeste, a
mais desenvolvida economicamente, em virtude de maior oferta de médicos e com melhor distribui-
ção dos pontos de atendimento, enquanto as demais regiões têm oferta menor de médicos – exclui-se
aqui a Sul – e com uma pior distribuição dos pontos de atendimento, exigindo maiores deslocamentos
da população na busca pelo serviço e a necessidade de permanência em internação para a conclusão do
tratamento, em virtude da distância entre o local de atendimento e o seu domicílio.
O problema da concentração de médicos e de leitos para internação fica evidenciado prin-
cipalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde estes vão se concentrar nas capitais e nas poucas
cidades de maior porte.
Federação, suas unidades e municipalidades 19

O Brasil tem 1.616 municípios – que representam 29% do total, com população estimada em
20.727.759 ou 11% do total com média inferior a um médico por mil habitantes – cuja concentração
se dá nas regiões menos desenvolvidas do país: a Norte e a Nordeste.
Na região Norte o número de municípios que se encontram nesta condição representam
69% do total, enquanto na região Nordeste eles são 43% do total de municípios. As demais regi-
ões apresentam números bem melhores, sendo estes percentuais de 23% no Centro-Oeste, 17%
no Sul e 14% no Sudeste.
Ao contrário, esses percentuais se invertem quando se verificam os municípios com número de
médicos por mil habitantes igual ou superior a dois. No país eles somam 1.897 municípios ou 34%
do total, com população estimada em 127.362.316 ou 67% do total.
A região Sudeste tem 56% dos seus municípios nesta situação, enquanto a Sul tem 45%, a
Centro-Oeste, 30%, a Nordeste, 14% e a Norte, apenas 7%.
Em relação às consultas aprovadas pelo SUS, o país tem 460 municípios com média inferior a
um atendimento por habitante e 2.176 municípios sem nenhuma internação aprovada pelo SUS, que
pode ser entendido como o número de municípios sem leitos para internação.
De modo geral, a presença do Estado na área da saúde se mostra com desequilíbrio regional,
desfavorecendo as regiões menos desenvolvidas do país, com menos presença de profissionais com
nível de instrução superior e menor quantidade de leitos disponíveis para internação. Além dos fato-
res econômicos, agravam a situação de desigualdade, a dimensão e a complexidade das suas áreas e as
dificuldades de locomoção decorrentes destas condições.

TABELA 2
Número de médicos e enfermeiros que atendem o SUS por mil habitantes, por regiões e UFs – Brasil,
dezembro de 2009
População estimada
Região/UF Médicos Médicos por mil hab. Enfermeiros Enfermeiros por mil hab.
2009/IBGE
Norte 15.359.608 28.510 1,9 9.455 0,6
Rondônia 1.503.928 2.673 1,8 839 0,6
Acre 691.132 1.624 2,3 643 0,9
Amazonas 3.393.369 7.790 2,3 2.375 0,7
Roraima 421.499 1.105 2,6 356 0,8
Pará 7.431.020 10.997 1,5 3.699 0,5
Amapá 626.609 1.521 2,4 452 0,7
Tocantins 1.292.051 2.800 2,2 1.091 0,8
Nordeste 53.591.197 126.425 2,4 36.110 0,7
Maranhão 6.367.138 8.345 1,3 3.950 0,6
Piauí 3.145.325 7.197 2,3 2.224 0,7
Ceará 8.547.809 19.169 2,2 5.467 0,6
Rio Grande do Norte 3.137.541 9.346 3,0 2.391 0,8
Paraíba 3.769.977 10.242 2,7 3.249 0,9
Pernambuco 8.810.256 21.567 2,4 5.838 0,7
Alagoas 3.156.108 8.434 2,7 1.712 0,5
Sergipe 2.019.679 8.473 4,2 1.417 0,7
Bahia 14.637.364 33.652 2,3 9.862 0,7
(Continua)
20 Presença do Estado no Brasil

(Continuação)
População estimada
Região/UF Médicos Médicos por mil hab. Enfermeiros Enfermeiros por mil hab.
2009/IBGE
Sudeste 80.915.332 301.303 3,7 58.873 0,7
Minas Gerais 20.033.665 77.657 3,9 13.179 0,7
Espírito Santo 3.487.199 12.419 3,6 2.216 0,6
Rio de Janeiro 16.010.429 51.144 3,2 12.517 0,8
São Paulo 41.384.039 160.083 3,9 30.961 0,7
Sul 27.719.118 103.621 3,7 18.795 0,7
Paraná 10.686.247 36.399 3,4 6.605 0,6
Santa Catarina 6.118.743 22.343 3,7 4.185 0,7
Rio Grande do Sul 10.914.128 44.879 4,1 8.005 0,7
Centro-Oeste 13.895.375 40.540 2,9 9.080 0,7
Mato Grosso do Sul 2.360.498 8.272 3,5 1.391 0,6
Mato Grosso 3.001.692 7.041 2,3 1.851 0,6
Goiás 5.926.300 17.825 3,0 3.282 0,6
Distrito Federal 2.606.885 7.402 2,8 2.556 1,0
Brasil 191.480.630 600.399 3,1 132.313 0,7

Fontes: B anco de Dados do Sistema Único de Saúde (Datasus)/Cadastro Nacional de Estabelecimentos da Saúde (CNES)/Ministério da Saúde (MS).

TABELA 3
Número de consultas médicas/outros profissionais de nível superior e internações hospitalares por
habitante pelo SUS, por regiões e UFs – Brasil, 2009
Consultas médicas/outros
Consultas, pelo SUS, Internações, pelo SUS, Internações hospitalares pelo SUS
Região/UF profissionais de nível superior pelo
aprovadas¹ aprovadas por 100 hab.
SUS por hab.
Norte 41.022.560 2,7 987.714 6,4
Rondônia 3.603.354 2,4 91.493 6,1
Acre 1.612.775 2,3 48.599 7,0
Amazonas 8.300.501 2,4 152.987 4,5
Roraima 1.147.111 2,7 30.045 7,1
Pará 20.832.480 2,8 526.329 7,1
Amapá 968.531 1,5 38.740 6,2
Tocantins 4.557.808 3,5 99.521 7,7
Nordeste 147.148.370 2,7 3.127.207 5,8
Maranhão 27.147.624 4,3 358.803 5,6
Piauí 6.445.543 2,0 236.727 7,5
Ceará 22.077.432 2,6 492.369 5,8
Rio Grande do Norte 10.558.876 3,4 166.009 5,3
Paraíba 11.583.657 3,1 232.262 6,2
Pernambuco 19.553.905 2,2 498.408 5,7
Alagoas 7.784.060 2,5 177.463 5,6
Sergipe 6.867.325 3,4 91.934 4,6
Bahia 35.129.948 2,4 873.232 6,0
(Continua)
Federação, suas unidades e municipalidades 21

(Continuação)
Consultas médicas/outros
Consultas, pelo SUS, Internações, pelo SUS, Internações hospitalares pelo SUS
Região/UF profissionais de nível superior pelo
aprovadas¹ aprovadas por 100 hab.
SUS por hab.
Sudeste 199.854.392 2,5 4.218.210 5,2
Minas Gerais 54.624.333 2,7 1.118.936 5,6
Espírito Santo 9.784.431 2,8 193.098 5,5
Rio de Janeiro 28.368.282 1,8 637.697 4,0
São Paulo 107.077.346 2,6 2.268.479 5,5
Sul 71.230.851 2,6 1.885.609 6,8
Paraná 28.985.354 2,7 763.077 7,1
Santa Catarina 16.191.062 2,6 391.414 6,4
Rio Grande do Sul 26.054.435 2,4 731.118 6,7
Centro-Oeste 38.542.258 2,8 883.461 6,4
Mato Grosso do Sul 6.196.546 2,6 158.037 6,7
Mato Grosso 13.461.960 4,5 178.451 5,9
Goiás 13.227.603 2,2 360.725 6,1
Distrito Federal 5.656.149 2,2 186.248 7,1
Brasil 497.798.431 2,6 11.102.201 5,8

Fontes: Datasus/Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA)/Sistema de Informações Hospitalares (SIH)/MS.


Nota: ¹ Documento registro: Boletim de Produção Ambulatorial (BPA) Consolidado.

TABELA 4
Número de estabelecimentos ambulatoriais, de internações e leitos pelo SUS por habitantes, por regiões e UFs –
Brasil, dezembro de 2009
Estabelecimentos Estabelecimentos
Estabelecimentos Estabelecimentos de Leitos de internação
Região/UF ambulatoriais por 10 de internação por Leitos de internação
ambulatoriais internações pelo SUS por mil hab.
mil hab. pelo SUS 10 mil hab.

Norte 4.856 3,2 506 0,3 24.635 1,6

Rondônia 512 3,4 63 0,4 2.616 1,7

Acre 302 4,4 28 0,4 1.368 2,0

Amazonas 818 2,4 95 0,3 5.137 1,5

Roraima 232 5,5 15 0,4 754 1,8

Pará 2.227 3,0 234 0,3 11.702 1,6

Amapá 246 3,9 17 0,3 891 1,4

Tocantins 519 4,0 54 0,4 2.167 1,7

Nordeste 21.976 4,1 2.169 0,4 104.772 2,0

Maranhão 2.652 4,2 272 0,4 13.667 2,1

Piauí 1.768 5,6 203 0,6 7.419 2,4

Ceará 2.926 3,4 283 0,3 14.906 1,7

Rio Grande do Norte 1.519 4,8 201 0,6 6.774 2,2

Paraíba 2.187 5,8 206 0,5 8.949 2,4


(Continua)
22 Presença do Estado no Brasil

(Continuação)
Estabelecimentos Estabelecimentos
Estabelecimentos Estabelecimentos de Leitos de internação
Região/UF ambulatoriais por 10 de internação por Leitos de internação
ambulatoriais internações pelo SUS por mil hab.
mil hab. pelo SUS 10 mil hab.

Pernambuco 3.079 3,5 304 0,3 18.574 2,1

Alagoas 1.186 3,8 99 0,3 5.564 1,8

Sergipe 888 4,4 56 0,3 3.068 1,5

Bahia 5.771 3,9 545 0,4 25.851 1,8

Sudeste 20.571 2,5 1.676 0,2 133.570 1,7

Minas Gerais 8.396 4,2 587 0,3 32.346 1,6

Espírito Santo 1.247 3,6 91 0,3 5.578 1,6

Rio de Janeiro 3.336 2,1 330 0,2 33.172 2,1

São Paulo 7.592 1,8 668 0,2 62.474 1,5

Sul 11.730 4,2 1.019 0,4 54.330 2,0

Paraná 4.557 4,3 465 0,4 21.569 2,0

Santa Catarina 2.890 4,7 205 0,3 11.214 1,8

Rio Grande do Sul 4.283 3,9 349 0,3 21.547 2,0

Centro-Oeste 4.438 3,2 633 0,5 26.333 1,9

Mato Grosso do Sul 845 3,6 98 0,4 3.866 1,6

Mato Grosso 1.396 4,7 134 0,4 5.114 1,7

Goiás 1.985 3,3 368 0,6 12.831 2,2

Distrito Federal 212 0,8 33 0,1 4.522 1,7

Brasil 63.571 3,3 6.003 0,3 343.640 1,8

Fontes: Datasus/CNES/MS.
Federação, suas unidades e municipalidades 23

MAPA 7
Número de internações hospitalares pelo SUS por 100 habitantes – 2009

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Tocantins Alagoas
Rondônia Sergipe
Bahia
Mato Grosso

Goiás Distrito Federal

Minas Gerais Espírito Santo


Mato Grosso do Sul
Número de internações/100 habitantes
São Paulo Rio de Janeiro
De 4 a 5
Paraná
De 5,1 a 6
De 6,1 a 7 Santa Catarina
De 7,1 a 8
Rio Grande do Sul
0 300 600
km

Fontes: Datasus/SIA/SIH/MS.
24 Presença do Estado no Brasil

MAPA 8
Número de internações hospitalares pelo SUS por 100 habitantes – 2009

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Tocantins Alagoas
Rondônia Sergipe
Mato Grosso Bahia

Goiás Distrito Federal

Minas Gerais Espírito Santo


Mato Grosso do Sul
Número de internações/100 habitantes
São Paulo Rio de Janeiro
De 4 a 5
De 5,1 a 6 Paraná

De 6,1 a 7
Santa Catarina
De 7,1 a 8
Rio Grande do Sul
0 300 600
km

Fontes: Datasus/SIA/SIH/MS.
Federação, suas unidades e municipalidades 25

MAPA 9
Número de médicos por mil habitantes – 2009

Médicos/mil habitantes

Limite estadual
De 0 a 3
De 3,1 a 6
De 6,1 a 9
De 9,1 a 12
De 12,1 a 16

0 300 600
km
Fontes: Datasus/CNES/MS.
26 Presença do Estado no Brasil

MAPA 10
Número de leitos de internação por mil habitantes por município – 2009

Leitos/mil habitantes

Limite estadual

Até 5

De 5,1 a 10

De 10,1 a 15

De 15,1 a 20 0 300 600


km
De 20,1 a 25

Fontes: Datasus/CNES/MS.

4 EDUCAÇÃO
Em 2005, o governo federal iniciou uma série de programas com a intenção expressa de garantir
educação de qualidade para todos, destacando-o como o “Ano da qualidade da educação básica”.
Em continuidade a esse movimento, em 2007 foi lançado o Plano de Desenvolvimento da Edu-
cação (PDE), que define uma agenda de fortalecimento da educação básica, com metas a serem
alcançadas, pautada na formação de docentes, no piso salarial nacional dos professores e em
novos instrumentos de financiamento (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB), avaliação e responsabilização
das escolas e demais agentes públicos.
Os efeitos e o sucesso dessas políticas só poderão ser avaliados definitivamente no futuro.
No entanto, como mostram os dados deste trabalho, o Brasil é um país plural, com diferenças re-
gionais e intrarregionais; assim sendo, toda política educacional deve considerar essas diferenças,
se deseja atingir seus objetivos.
Federação, suas unidades e municipalidades 27

Os avanços no acesso ao ensino fundamental (EF) são notados quando olhamos as taxas de
escolarização líquida, tendo o país, já há alguns anos, atingido um patamar de acesso virtualmente
universal. Entretanto, percebe-se que problemas tradicionais da educação pública brasileira perma-
necem acentuados. As taxas de escolarização bruta do ensino fundamental evidenciam que o atraso
escolar atinge os estudantes brasileiros mesmo nos anos iniciais da educação. Por outro lado, as taxas
de escolarização líquida do ensino médio (EM), apesar de estarem em trajetória ascendente, ainda
se encontram em níveis bastante baixos, o que mostra como os jovens brasileiros pouco valorizam a
educação formal e as dificuldades de mantê-los na escola.
As diferenças regionais ficam patentes se observarmos as taxas de abandono escolar tanto do
ensino fundamental quanto do ensino médio. O problema é mais grave no Nordeste onde a taxa
de abandono no EF está acima de 10% em quase todos os estados – exceto Maranhão e Piauí.
Por outro lado, o abandono é consideravelmente menor no Sul e no Sudeste. Apesar de manterem
um padrão regional semelhante as do ensino fundamental, as elevadas taxas de abandono do ensi-
no médio novamente atestam as dificuldades de manter os jovens na escola.
Uma das principais causas da evasão escolar, as altas taxas de reprovação no ensino fundamental
confirmam que solucionar os problemas do processo de aprendizagem dos alunos é o maior desafio
da educação pública hoje. Se as diferenças mais substanciais nas taxas de reprovação podem ser expli-
cadas pela difusão do ensino em ciclos em algumas regiões – por exemplo, no estado de São Paulo –,
o problema da repetência é generalizado.
Uma questão sempre relevante nas políticas educacionais é, certamente, a formação inicial
e continuada dos professores. No PDE, a qualificação do docente constitui um de seus pilares de
sustentação, com a criação do piso salarial nacional para o professor e o estímulo e a ampliação do
acesso dos educadores à universidade. Os baixos salários pagos em média aos docentes da educação
pública têm dificultado a manutenção dos melhores profissionais nos quadros do magistério. Isso
se reflete na proporção de docentes do EF com formação superior, que em estados como Roraima,
Maranhão e Bahia não atinge 40%. Apenas em Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina,
Mato Grosso do Sul e Distrito Federal a proporção ultrapassa os 80%. Da mesma forma, em al-
gumas regiões, a proporção dos docentes do ensino médio com formação superior está longe dos
ideais 100%.
A elevada proporção de escolas públicas paralisadas em algumas regiões – como Minas Gerais,
Tocantins e Rondônia – e simultaneamente o virtual atendimento universal do ensino fundamental
revelam como as questões de espaço físico são problemas que, em grande medida, já se encontram
superados na educação brasileira.
Enquanto a maior parte dos estabelecimentos de ensino fundamental e médio são públicos –
municipais, estaduais e federais –, o ensino superior no Brasil é dominado pelas instituições privadas.
Não obstante a abertura de novas universidades federais nos últimos anos, a proporção de estabeleci-
mentos de ensino superior públicos nos diferentes estados raramente ultrapassa os 15%.
28 Presença do Estado no Brasil

TABELA 5
Quantidade de escolas dos ensinos fundamental, médio e superior em atividade por regiões e UFs – 2008
Escolas Estabeleci-
Escolas públi- Escolas Estabelecimen-
Escolas Escolas públicas públicas Escolas de EM Escolas em mentos de
Região/UF cas de EF em de EF em tos de ensino
públicas em atividade de EM em em atividade atividade ensino superior
atividade atividade superior
atividade públicos

Norte 27.008 23.601 21.526 22.354 1.480 1.793 24.847 18 139

Rondônia 2.090 1.594 1.447 1.555 181 231 1.782 2 29

Acre 1.830 1.678 1.545 1.571 61 73 1.713 1 9

Amazonas 5.621 5.162 4.878 5.019 340 381 5.389 3 19

Roraima 773 706 617 627 100 108 722 3 7

Pará 13.135 11.826 10.715 11.104 471 616 12.363 4 31

Amapá 754 726 643 688 73 95 796 1 12

Tocantins 2.805 1.909 1.681 1.790 254 289 2.082 4 32

Nordeste 85.730 72.610 63.807 69.976 4.824 6.497 80.912 59 432

Maranhão 14.015 12.963 11.527 12.076 760 928 13.781 4 29

Piauí 8.345 6.924 6.018 6.359 479 623 7.413 3 35

Ceará 11.895 9.341 7.458 8.773 538 823 11.048 5 52

Rio Grande do
4.639 3.677 2.886 3.326 315 444 4.303 5 23
Norte

Paraíba 6.977 5.907 5.298 5.764 393 506 6.479 4 34

Pernambuco 9.831 8.595 8.017 9.383 839 1.183 10.388 25 96

Alagoas 3.349 3.088 2.764 2.993 191 295 3.408 4 24

Sergipe 2.486 2.219 1.914 2.138 160 231 2.499 2 14

Bahia 24.193 19.896 17.925 19.164 1.149 1.464 21.593 7 125

Sudeste 50.180 40.963 29.504 37.234 7.202 11.692 57.139 104 1.069

Minas Gerais 20.908 13.925 11.257 12.936 2.007 2.928 17.805 25 308

Espírito Santo 4.095 3.315 2.533 2.810 288 461 3.821 4 88

Rio de Janeiro 7.502 6.611 5.037 7.016 1.129 1.897 9.631 23 136

São Paulo 17.675 17.112 10.677 14.472 3.778 6.406 25.882 52 537

Sul 23.697 21.046 15.782 17.315 2.965 4.039 25.897 39 370

Paraná 7.730 7.179 5.452 6.165 1.251 1.641 9.029 22 178

Santa Catarina 6.262 5.662 3.524 3.872 672 908 6.713 7 93

Rio Grande
9.705 8.205 6.806 7.278 1.042 1.490 10.155 10 99
do Sul

Centro-Oeste 8.368 7.684 6.284 7.590 1.402 2.023 9.712 16 242

Mato Grosso
1.168 1.151 856 1.094 301 430 1.587 3 41
do Sul

Mato Grosso 2.759 2.429 2.027 2.227 415 535 2.762 3 61

Goiás 3.809 3.483 2.886 3.537 599 868 4.398 8 74

Distrito Federal 632 621 515 732 87 190 965 2 66

Fonte: Censo Escolar/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)/Ministério da Educação (MEC).
Federação, suas unidades e municipalidades 29

TABELA 6
Número de alunos matriculados, reprovados e taxas de escolarização líquida e de abandono do ensino
fundamental por regiões e UFs – 2008
Taxa de escolarização
Alunos matriculados líquida do EF – Alunos que Alunos matriculados Taxa de abandono
Região/UF Alunos reprovados no EF
no EF – 6 a 14 anos 6 a 14 anos abandonaram o EF no EF escolar do EF
(%)

Norte 2.894.885 93 361.578 3.354.610 10,8 520.613

Rondônia 271.408 96 21.536 311.129 6,9 43.724

Acre 148.968 101 13.891 155.829 8,9 19.897

Amazonas 674.114 96 100.845 799.660 12,6 120.039

Roraima 78.022 91 4.330 85.127 5,1 9.110

Pará 1.345.964 89 200.031 1.588.871 12,6 282.142

Amapá 130.542 97 7.666 139.736 5,5 17.051

Tocantins 245.867 100 13.279 274.258 4,8 28.650

Nordeste 8.774.030 90 1.266.750 10.844.957 11,7 1.797.919

Maranhão 1.243.239 98 161.555 1.494.229 10,8 199.922

Piauí 545.030 98 63.758 665.789 9,6 121.220

Ceará 1.421.895 88 135.606 1.682.125 8,1 220.971

Rio Grande do Norte 500.411 95 60.246 580.151 10,4 100.824

Paraíba 612.037 96 116.740 770.799 15,1 125.430

Pernambuco 1.346.540 87 204.423 1.676.510 12,2 259.017

Alagoas 561.437 92 108.783 704.156 15,4 129.848

Sergipe 331.583 90 46.366 395.173 11,7 81.799

Bahia 2.211.858 85 369.273 2.876.025 12,8 558.888

Sudeste 10.913.519 88 399.309 12.272.489 3,3 1.119.624

Minas Gerais 2.811.343 87 180.213 3.293.538 5,5 378.776

Espírito Santo 489.362 86 32.038 560.219 5,7 66.794

Rio de Janeiro 2.030.704 86 118.622 2.404.620 4,9 323.446

São Paulo 5.582.110 88 68.436 6.014.112 1,1 350.608

Sul 3.818.410 87 103.295 4.254.714 2,4 575.224

Paraná 1.545.888 88 44.690 1.659.903 2,7 224.160

Santa Catarina 846.566 87 10.876 951.093 1,1 96.713

Rio Grande do Sul 1.425.956 87 47.729 1.643.718 2,9 254.351

Centro-Oeste 2.027.413 88 162.992 2.422.554 6,7 287.520

Mato Grosso do Sul 376.245 95 25.908 433.044 6,0 86.911

Mato Grosso 456.008 89 52.087 577.666 9,0 51.924

Goiás 819.368 84 75.760 1.019.266 7,4 87.177

Distrito Federal 375.792 88 9.237 392.578 2,4 61.508

Brasil 28.428.257,00 446,00 2.293.924,00 33.149.324,00 34,90 4.300.900,00

Fonte: Censo Escolar/INEP/MEC.


30 Presença do Estado no Brasil

TABELA 7
Número de alunos matriculados, reprovados e taxas de escolarização líquida e de abandono do ensino
médio por regiões e UFs – Brasil, 2008
Taxa de escolarização
Alunos matriculados líquida do EM – Alunos que Alunos matriculados Taxa de abandono Alunos reprovados
Região/UF
no EM – 15 a 17 anos 15 a 17 anos abandonaram o EM no EM escolar do EM no EM
(%)

Norte 390.016 39,7 150.511 751.304 20,0 63.415

Rondônia 42.038 45,7 8.463 57.167 14,8 6.856

Acre 21.362 49,1 5.795 32.044 18,1 2.116

Amazonas 80.254 38,6 34.027 162.663 20,9 16.576

Roraima 12.851 50,9 2.115 17.085 12,4 1.629

Pará 165.251 33,4 80.939 370.152 21,9 27.344

Amapá 22.659 56,8 7.205 36.947 19,5 3.422

Tocantins 45.601 57,4 11.967 75.246 15,9 5.472

Nordeste 1.438.590 43,3 508.735 2.689.207 18,9 236.596

Maranhão 189.179 45,3 57.543 326.845 17,6 25.528

Piauí 95.516 48,9 39.244 193.236 20,3 16.802

Ceará 268.043 49,2 72.556 424.654 17,1 40.862

Rio Grande do Norte 90.532 51,5 38.707 167.871 23,1 8.387

Paraíba 92.469 42,0 31.157 170.123 18,3 12.514

Pernambuco 232.424 43,3 90.014 457.986 19,7 36.209

Alagoas 72.532 38,0 25.671 139.288 18,4 11.440

Sergipe 47.511 40,6 18.388 88.130 20,9 9.646

Bahia 350.384 38,0 135.455 721.074 18,8 75.208

Sudeste 2.274.646 51,5 382.705 3.590.435 10,7 478.635

Minas Gerais 536.053 47,2 132.104 898.808 14,7 109.736

Espírito Santo 95.638 47,3 25.970 151.575 17,1 13.016

Rio de Janeiro 322.979 39,5 113.293 726.497 15,6 96.842

São Paulo 1.319.976 58,5 111.338 1.813.555 6,1 259.041

Sul 803.446 53,0 149.770 1.188.518 12,6 167.572

Paraná 331.256 55,6 58.938 480.527 12,3 58.090

Santa Catarina 191.652 56,2 28.228 266.910 10,6 21.798

Rio Grande do Sul 280.538 48,5 62.604 441.081 14,2 87.684

Centro-Oeste 374.105 47,3 97.847 647.239 15,1 68.685

Mato Grosso do Sul 61.339 46,6 16.212 99.983 16,2 16.254

Mato Grosso 86.741 50,8 29.849 156.942 19,0 10.355

Goiás 161.420 48,6 40.577 280.747 14,5 21.183

Distrito Federal 64.605 41,2 11.209 109.567 10,2 20.893

Brasil 5.280.803 234,8 1.289.568 8.866.703 77 1.014.903

Fonte: Censo Escolar/INEP/MEC.


Federação, suas unidades e municipalidades 31

TABELA 8
Quantidade de docentes dos ensinos fundamental e médio com e sem formação superior por regiões e UFs –
Brasil, 2008

Razão de docentes Razão de docentes Docentes do EF Docentes do EM Total de docentes


Total de Docentes Docentes
Região/UF de português por de matemática por com formação com formação com formação
docentes do EF do EM
mil hab. mil hab. superior superior superior

Norte 169.866 6,0 5,9 122.755 29.752 63.763 27.108 86.995


Rondônia 16.145 5,5 5,5 12.231 3.280 8.347 3.079 10.597
Acre 9.998 8,6 8,5 7.039 1.476 2.949 1.365 4.696
Amazonas 37.205 6,2 6,2 26.593 6.472 16.120 5.728 21.488
Roraima 6.435 7,9 7,9 4.636 1.187 1.524 767 2.280
Pará 71.794 5,3 5,2 52.245 11.901 22.475 11.005 30.829
Amapá 9.739 7,6 7,5 6.716 1.658 2.909 1.527 4.444
Tocantins 18.550 7,1 7,0 13.295 3.778 9.439 3.637 12.661
Nordeste 627.721 6,1 6,0 420.530 116.861 210.611 95.051 292.910
Maranhão 92.165 8,1 7,9 61.390 15.728 22.903 13.104 33.240
Piauí 44.879 7,1 7,0 31.529 9.723 16.895 8.228 23.600
Ceará 92.981 5,9 5,8 60.536 14.998 41.528 13.679 58.218
Rio Grande do
38.532 5,7 5,5 24.493 6.475 15.522 4.951 21.660
Norte
Paraíba 47.525 6,7 6,6 31.993 8.503 19.827 6.993 26.924
Pernambuco 92.928 5,6 5,5 61.927 21.413 37.134 19.829 49.839
Alagoas 32.651 5,6 5,6 22.694 5.241 10.951 4.365 14.288
Sergipe 23.702 5,9 5,8 16.798 4.412 11.475 3.979 15.304
Bahia 162.358 5,5 5,3 109.170 30.368 34.376 19.923 49.837
Sudeste 854.216 3,9 3,8 539.681 204.181 440.895 196.166 627.206
Minas Gerais 235.350 5,0 4,9 159.466 53.276 127.965 49.099 173.300
Espírito Santo 39.096 4,5 4,4 25.014 7.599 19.528 6.873 28.610
Rio de Janeiro 162.476 3,8 3,8 103.493 40.918 69.269 39.466 100.025
São Paulo 417.294 3,3 3,3 251.708 102.388 224.133 100.728 325.271
Sul 317.593 4,0 4,0 202.472 72.382 166.204 68.207 230.091
Paraná 118.546 4,2 4,2 77.004 30.385 66.798 29.446 90.021
Santa Catarina 76.401 3,8 3,7 43.993 14.701 36.719 13.412 55.666
Rio Grande do Sul 122.646 4,0 4,0 81.475 27.296 62.687 25.349 84.404
Centro-Oeste 152.307 4,5 4,4 103.502 34.777 83.543 31.620 113.853
Mato Grosso
28.320 4,8 4,6 19.403 6.492 16.923 6.167 22.017
do Sul
Mato Grosso 35.238 4,8 4,8 24.573 9.010 18.842 8.035 24.748
Goiás 60.095 4,4 4,2 42.051 14.910 33.449 13.351 44.397
Distrito Federal 28.654 4,4 4,2 17.475 4.365 14.329 4.067 22.691
Brasil 2.121.703 24,5 24,1 1.388.940 457.953 965.016 418.152 1.351.055

Fonte: Censo Escolar/INEP/MEC.


32 Presença do Estado no Brasil

MAPA 11
Proporção de docentes de português por mil habitantes, por UF – 2008

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre Tocantins Alagoas
Rondônia Sergipe
Bahia
Mato Grosso

Goiás Distrito Federal

Minas Gerais Espírito Santo


Proporção de docentes de Mato Grosso do Sul
português/mil habitantes São Paulo Rio de Janeiro

De 3 a 4 Paraná
De 4,01 a 5
Santa Catarina
De 5,01 a 6
Rio Grande do Sul
De 6,1 a 9

0 300 600
km

Fonte: Censo Escolar/INEP/MEC.


Federação, suas unidades e municipalidades 33

MAPA 12
Docentes com formação superior, por UF – 2008
(Em %)

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre Tocantins Alagoas
Rondônia Sergipe
Bahia
Mato Grosso

Goiás Distrito Federal

Minas Gerais Espírito Santo


Mato Grosso do Sul
Docentes com formação superior
São Paulo Rio de Janeiro
Até 40
Paraná
De 41 a 50
Santa Catarina
De 51 a 60

De 61 a 79 Rio Grande do Sul


0 300 600
km

Fonte: Censo Escolar/INEP/MEC.


34 Presença do Estado no Brasil

MAPA 13
Taxa de abandono escolar no ensino médio – 2006
(Em %)

Abandono escolar no ensino médio


Limite estadual

De 0 a 15

De 15,1 a 30

De 30,1 a 45

Mais de 45

0 300 600
km

Fonte: Censo Escolar/INEP/MEC.

5 TRABALHO
Os dados da tabela 9 revelam indicadores de intermediação de mão de obra de 2008, tomando-se as
informações divulgadas pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine). As informações estão organiza-
das por grandes regiões e, nessas, por unidades da Federação e por alguns municípios selecionados.
As variáveis escolhidas são o número de inscritos no sistema, o número de vagas disponíveis, o número
de cidadãos encaminhados e os de fato colocados.
O número de inscritos registra todos os cidadãos que se cadastraram em um posto de atendimen-
to em busca de uma vaga no mercado de trabalho durante o ano em questão (2008). Os encaminha-
dos referem-se aos cidadãos que foram encaminhados à seleção de uma vaga no mercado de trabalho,
enquanto os colocados revelam os que de fato passaram a ocupar uma vaga no mercado de trabalho na
região/estado/município em questão.
Federação, suas unidades e municipalidades 35

Os dados mostram uma elevada proporção de encaminhados em relação aos inscritos em prati-
camente todas as regiões em tela. Existe uma relação semelhante, em todas as regiões, em termos de
colocados em relação aos inscritos, exceto no caso da região Sudeste, que é justamente a que concentra
o maior número de inscritos.
O indicador que revela a eficiência do sistema de intermediação é a relação entre colocados e
encaminhados. Este indicador mostra uma significativa diferenciação regional, com maiores valores
nas regiões Norte e Nordeste, seguido da região Sul. Por unidades da Federação, destacam-se os bons
resultados obtidos, em 2008, no Pará e em Rondônia, na região Norte; em Alagoas – o mais alto valor
deste indicador –, Piauí e Paraíba, na região Nordeste; e no Rio Grande do Sul, na região Sul.
Em muitos casos, porém, a relação elevada pode indicar pequeno número de encaminhamentos.
Portanto, é importante também destacar os valores absolutos das colocações, e, neste caso, destacam-se
os casos dos Sines dos estados de Ceará, Bahia, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul e
também o do município de São Paulo (SP).
Uma análise mais acurada da evolução recente destes indicadores revela-se um instrumento im-
portante de avaliação dos mecanismos institucionais de intermediação da mão de obra. Tal instru-
mento sempre teve um papel importante desde os tempos de elevado desemprego, mas ainda terá um
papel estratégico a desempenhar no mercado de trabalho brasileiro para os próximos anos, quando
esse deverá se caracterizar pela queda do desemprego, confirmando resultados recentes que têm sido
verificados na medida em que a economia tem retomado seu dinamismo depois dos efeitos da desor-
ganização do mercado financeiro internacional deflagrado pela crise do subprime dos Estados Unidos
e posterior espalhamento para a chamada “economia real”.
Para os próximos anos, pode-se prever um crescimento sustentado da economia brasileira, ao mesmo
tempo que uma modesta redução da taxa de crescimento da população em idade ativa, podendo-se prever
uma manutenção da queda da taxa de desemprego, conforme tem acontecido nos últimos 18 meses.
Mas é por isso mesmo que os mecanismos de intermediação de mão de obra podem ter um papel
importante a desempenhar, sendo necessário aprimorá-los e torná-los nacionalmente mais homogêne-
os em termos de capacidade de perscrutar vagas nos mercados de trabalho locais, bem como dotá-los
de constante capacidade de encaminhar os trabalhadores para estas vagas, facilitando a sua absorção
pelas empresas demandantes de mão de obra.
Na tabela 10, estão presentes informações sobre seguro-desemprego em 2009. Os dados foram
divulgados pela pesquisa do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED), organizada e di-
vulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em primeiro lugar, chama atenção que, em quase todas as unidades da Federação, estão segura-
dos pelo menos 85% dos dispensados sem justa causa.
Tomando-se a relação entre os trabalhadores dispensados sem justa causa e os trabalhadores des-
ligados, percebe-se que a taxa situa-se em torno de 60% na maioria dos estados da Federação, sendo
que em boa parte dos estados da região Nordeste o percentual é um pouco superior e nos estados da
região Centro-Oeste um pouco inferior – exceto no Distrito Federal.
De todo modo, o que se percebe pelos dados do CAGED, referentes ao seguro-desemprego, é
que o grau de cobertura dos desligados é alto e não guarda particularidades regionais, o que revela a
consolidação deste sistema integrante do sistema brasileiro de seguridade social.
36 Presença do Estado no Brasil

TABELA 9
Intermediação de mão de obra – indicadores –, por regiões e UFs – 2008
Encaminhamen- Colocados/ Vagas/inscri- Encaminhamen- Colocados/ Colocados/encami-
Região/UF Inscritos Vagas Encaminhados Colocados
tos/inscritos (%) inscritos (%) tos (%) tos/vagas vaga (%) nhamentos (%)

Norte 308.255 117.844 239.069 70.833 78 23 38 2 60 30

Rondônia 29.386 14.862 27.733 10.305 94 35 51 2 69 37

Acre 10.237 5.100 10.599 3.086 104 30 50 2 61 29

Amazonas 56.511 18.918 39.696 8.969 70 16 33 2 47 23

Roraima 6.576 2.418 8.532 1.678 130 26 37 4 69 20

Pará 107.511 34.726 54.818 25.656 51 24 32 2 74 47

Amapá 26.901 11.364 24.046 4.919 89 8 42 2 43 20

Tocantins 45.540 24.395 68.160 15.084 150 33 54 3 62 22

Nordeste 936.159 361.982 796.988 223.818 85 24 39 2 62 28

Maranhão 45.450 11.689 24.044 7.038 53 15 26 2 60 29

Piauí 31.528 12.753 22.635 8.993 72 29 40 2 71 40

Ceará 164.958 110.486 233.423 79.520 142 48 67 2 72 34

Rio Grande do
52.770 14.711 39.033 6.432 74 12 28 3 44 16
Norte

Paraíba 34.683 11.178 18.902 7.554 54 22 32 2 68 40

Pernambuco 162.515 51.531 123.155 24.450 76 15 32 2 47 20

Alagoas 31.232 19.924 23.574 17.841 75 57 64 1 90 76

Sergipe 15.899 4.780 14.954 3.779 94 24 30 3 79 25

Bahia 291.546 97.306 229.416 54.046 79 19 33 2 56 24

Sudeste 3.129.952 1.242.568 3.131.320 414.758 100 13 40 3 33 13

Minas Gerais 464.113 162.484 433.936 96.404 93 21 35 3 59 22

Espírito Santo 61.011 28.759 51.494 12.861 84 21 47 2 45 25

Rio de Janeiro 956.153 142.155 283.269 54.100 30 6 15 2 38 19

São Paulo 1.138.235 491.610 1.290.541 129.724 113 11 43 3 26 10

Sul 1.155.047 575.406 1.079.272 264.698 93 23 50 2 46 25

Paraná 615.152 322.650 643.847 159.750 105 26 52 2 50 25

Santa Catarina 168.296 73.272 166.100 26.590 99 16 44 2 36 16

Rio Grande
291.922 146.167 193.187 71.015 66 24 50 1 49 37
do Sul

Centro-Oeste 458.395 228.828 534.879 94.033 117 21 50 2 41 18

Mato Grosso
70.622 39.864 76.965 19.869 109 28 56 2 50 26
do Sul

Mato Grosso 87.102 47.080 116.628 28.478 134 33 54 2 60 24

Goiás 187.841 110.643 257.624 31.524 137 17 59 2 28 12

Distrito Federal 88.692 20.091 55.097 11.449 62 13 23 3 57 21

Fonte: MTE.
Obs.: Inscrito = cidadão que se cadastrou em um posto de atendimento em busca de uma vaga no mercado de trabalho; encaminhado = cidadão que foi enca-
minhado a uma vaga no mercado de trabalho; e colocado = cidadão que foi colocado em uma vaga no mercado de trabalho.
Federação, suas unidades e municipalidades 37

TABELA 10
Indicadores de seguro-desemprego formal por regiões e UFs – Brasil, 2009
 Dispensa sem justa causa/
Região/UF  Desligados (A)   Dispensa sem justa causa (B)   Segurados (C) 
desligados (B/A) 

Norte 622.920 409.649 367.732 458

Rondônia 101.034 64.131 53.634 63

Acre 21.821 14.043 14.321 64

Amazonas 165.088 97.430 91.848 59

Roraima 12.403 7.886 8.845 64

Pará 247.590 175.092 149.506 71

Amapá 20.238 13.927 15.354 69

Tocantins 54.746 37.140 34.224 68

Nordeste 1.915.028 1.317.928 1.136.985 638

Maranhão 142.429 107.430 93.438 75

Piauí 66.763 50.515 44.855 76

Ceará 314.768 226.242 194.206 72

Rio Grande do Norte 146.830 102.967 87.002 70

Paraíba 95.848 71.321 65.569 74

Pernambuco 393.087 238.846 207.257 61

Alagoas 113.249 79.496 70.147 70

Sergipe 78.677 55.584 46.985 71

Bahia 563.377 385.527 327.526 68

Sudeste 8.289.534 5.026.513 3.854.889 247

Minas Gerais 1.899.592 1.192.395 905.994 63

Espírito Santo 351.573 220.367 162.626 63

Rio de Janeiro 1.264.732 792.326 585.932 63

São Paulo 4.773.637 2.821.425 2.200.337 59

Sul 3.051.942 1.611.916 1.282.858 157

Paraná 1.126.560 622.867 493.892 55

Santa Catarina 877.382 420.909 324.109 48

Rio Grande do Sul 1.048.000 568.140 464.857 54

Centro-Oeste 1.313.106 791.051 636.370 242

Mato Grosso do Sul 216.486 125.679 104.368 58

Mato Grosso 318.748 185.601 141.527 58

Goiás 509.371 302.802 255.573 59

Distrito Federal 268.501 176.969 134.902 66

Brasil 15.192.530,00 9.157.057,00 7.278.834,00 1.742,00

Fonte: MTE.
38 Presença do Estado no Brasil

MAPA 14
Quantidade de trabalhadores que possuem seguro-desemprego formal – 2009

Roraima
Amapá

Amazonas
Pará Maranhão
Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí
Acre Pernambuco

Tocantins Alagoas
Rondônia Sergipe
Bahia
Mato Grosso

Goiás Distrito Federal

Trabalhadores com seguro-desemprego Minas Gerais


Espírito Santo
Mato Grosso do Sul
De 8.000 a 70.000
São Paulo Rio de Janeiro
De 70.001 a 100.000

De 100.001 a 200.000 Paraná


De 200.001 a 1.000.000
Santa Catarina
Mais de 1.000.001

Rio Grande do Sul 0 300 600


km

Fonte: MTE.
Federação, suas unidades e municipalidades 39

MAPA 15
Número de trabalhadores que foram dispensados sem justa causa, por UF – 2009

Roraima
Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Tocantins Alagoas
Rondônia Sergipe

Bahia
Mato Grosso

Distrito Federal
Goiás
Número de trabalhadores dispensados Minas Gerais
sem justa causa Espírito Santo
Mato Grosso do Sul
Até 40.000
São Paulo Rio de Janeiro
De 40.001 a 100.000
Paraná
De 100.001 a 400.000

De 400.001 a 2.850.000 Santa Catarina

Rio Grande do Sul


0 300 600
km

Fonte: MTE.

6 BANCOS PÚBLICOS
Mesmo diante da evidência de que as atividades econômicas distribuem-se de forma desigual no território,
a análise da participação e da penetração dos bancos públicos federais no território nacional revela para a
sociedade brasileira como o acesso aos produtos e serviços financeiros espelha, como outras tantas políticas
públicas, a heterogeneidade do país. Reconhecidas as dificuldades decorrentes da geografia e também as
diferentes dotações de recursos produtivos – que naturalmente atuam como fatores atrativos à atividade
financeira –, cabe refletir o quanto a ação do Estado pode contribuir para diminuir tamanha desigualdade.
Ainda que não esteja pacificada a discussão sobre em que medida o desenvolvimento da indús-
tria financeira pode contribuir para o crescimento de um país, a importância do acesso ao crédito
para o desenvolvimento econômico e social é inquestionável. Nesse sentido, é oportuno destacar
que o Brasil vem observando uma expansão vigorosa da relação crédito/PIB nos últimos dez anos,
tendo o crédito se tornado um propulsor do financiamento ao investimento. Uma comparação com
outros países revela, entretanto, que ainda há espaço para o mercado de crédito no país.
40 Presença do Estado no Brasil

Em paralelo a isso, ressalte-se, o país assistiu a uma grande concentração dos ativos bancários em
torno de um menor número de instituições. A indústria de produtos e serviços bancários se reconfi-
gurou em uma estrutura em que a ameaça de novos entrantes é baixa diante da escala de operação dos
atores existentes. Some-se a isso o baixo poder de barganha dos clientes e fornecedores.
Nesse cenário, os bancos públicos federais vêm se destacando como importantes elos do Sistema
Financeiro Nacional no provimento de crédito à população. Desde o auge da crise, em setembro de
2008, o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Nordeste do Brasil
(BNB) têm sido importantes instrumentos do governo na inclusão bancária da população: crises
econômicas são historicamente tempos de renovação, e o Estado brasileiro soube aproveitar a oportu-
nidade e agiu no momento e na medida adequados.
Reconhecida esta fundamental atuação nos últimos anos, cabe reconhecer que o atendimento ban-
cário à população, mesmo pelos bancos públicos federais, continua incipiente. Mesmo com a utilização
dos correspondentes bancários, já também amplamente adotados pelas instituições financeiras privadas,
é possível que as restrições de acesso a agências bancárias sejam uma das causas centrais do fato de o Brasil
ainda possuir um baixo índice de cobertura da população em comparação a países industrializados.
O Brasil possui 6.875 agências de bancos públicos federais no território nacional, o que aponta
um índice de cobertura de 51,1%, de modo que apenas pouco mais da metade dos municípios do
país estão atendidos pelo Estado em produtos e serviços financeiros. Considerando que os bancos
públicos federais são agentes diretos na execução de algumas políticas sociais e econômicas do país,
essa realidade se revela ainda mais preocupante, pois representa o distanciamento de quase metade dos
municípios do acesso direto a essas políticas.
No caso do específico do BB, que atua de forma marcante no agronegócio nacional, como prin-
cipal instituição de financiamento das exportações agrícolas, e ainda no financiamento de pequenas e
médias empresas, a ausência de agências pode ter consideráveis impactos sobre a economia das locali-
dades. A CEF, por sua vez, atende não somente os seus clientes bancários, sendo um importante braço
do Estado para a execução de políticas sociais, como a assistência ao trabalhador formal, por meio do
pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Programa de Integração Social (PIS)
e seguro-desemprego, benefícios de programas sociais – como o PBF, por exemplo. A CEF é também a
instituição centralizadora das operações referentes a financiamento de habitação popular, saneamento
público básico de estados e municípios, entre outras. Desde 2009, quando foi lançado o programa
Minha Casa, Minha Vida, a atuação da CEF foi intensificada na área da habitação popular.
A região Nordeste apresenta a menor taxa de cobertura no país, com três estados que possuem
menos de 30% dos municípios atendidos – Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba. No Norte do
país, que apresenta a segunda cobertura mais baixa entre as regiões, observa-se uma concentração
das agências nas capitais dos estados e em algumas cidades, com grande disparidade intrarregional.
A comparação inter-regional da cobertura dos municípios, por sua vez, revela que no Centro-Oeste,
Sudeste e Sul do país, com índices bem maiores que os observados no Norte e no Nordeste, o acesso
mais facilitado nas localidades aos bancos públicos federais pode funcionar como propulsor do maior
desenvolvimento econômico e social observado nessas regiões.
Nesse sentido, a manutenção da configuração atual da distribuição de agências no território pode ser
um mecanismo de manutenção de desigualdade. Reconhece-se que sem sistemas financeiros inclusivos há
dificuldades para o crescimento, a redução da pobreza e a distribuição mais igualitária de recursos, de modo
que o estabelecimento de sistemas inclusivos torna-se uma questão de política pública. Cabe aos gestores
Federação, suas unidades e municipalidades 41

de políticas públicas articular ações com esse foco com outras estratégias de desenvolvimento, assegurando
que seja plenamente aproveitado o potencial de crescimento sustentado das economias locais. Garantir a
ampliação do acesso da população aos serviços bancários nos quase três mil municípios que não dispõem
de agências e bancos públicos federais é um desafio para o Estado brasileiro.

TABELA 11
Distribuição dos municípios brasileiros com agências bancárias públicas federais por regiões e UFs –
Brasil, abril de 2009
Municípios com Quantidade de agências
População estimada Quantidade de Quantidade de
Região/UF agências públicas Cobertura (A)/(B)*100 bancárias por
2009/IBGE municípios (B) agências por UF
(A) 100 mil hab.
Norte 15.359.608 449 172 397 38,3 2,6
Rondônia 1.503.928 52 32 57 61,5 3,8
Acre 691.132 22 11 30 50 4,3
Amazonas 3.393.369 62 19 64 30,6 1,9
Roraima 421.499 15 5 10 33,3 2,4
Pará 7.431.020 143 69 156 48,3 2,1
Amapá 626.609 16 6 19 37,5 3,0
Tocantins 1.292.051 139 30 61 21,6 4,7
Nordeste 53.591.197 1.793 713 1.480 39,4 2,8
Maranhão 6.367.138 217 70 139 32,3 2,2
Piauí 3.145.325 223 41 93 18,4 3,0
Ceará 8.547.809 184 95 214 51,6 2,5
Rio Grande do Norte 3.137.541 167 41 104 24,6 3,3
Paraíba 3.769.977 223 61 123 27,4 3,3
Pernambuco 8.810.256 185 120 246 64,9 2,8
Alagoas 3.156.108 102 42 91 41,2 2,9
Sergipe 2.019.679 75 33 76 44 3,8
Bahia 14.637.364 417 210 394 50,4 2,7
Sudeste 80.915.332 1.668 814 2.994 60,2 3,7
Minas Gerais 20.033.665 853 354 681 41,5 3,4
Espírito Santo 3.487.199 78 50 133 64,1 3,8
Rio de Janeiro 16.010.429 92 77 434 83,7 2,7
São Paulo 41.384.039 645 333 1.349 51,6 3,3
Sul 27.719.118 1.188 675 1.460 56,8 5,3
Paraná 10.686.247 399 214 422 53,6 3,9
Santa Catarina 6.118.743 293 210 512 71,7 8,4
Rio Grande do Sul 10.914.128 496 251 526 50,6 4,8
Centro-Oeste 13.895.375 466 233 544 66 3,9
Mato Grosso do Sul 2.360.498 78 54 98 69,2 4,2
Mato Grosso 3.001.692 141 74 126 52,5 4,2
Goiás 5.926.300 246 104 205 42,3 3,5
Distrito Federal 2.606.885 1 1 115 100 4,4
Brasil 191.480.630 5.564 2.845 6.875 51,1 3,6

Fonte: Banco Central do Brasil (Bacen).


42 Presença do Estado no Brasil

MAPA 16
Cobertura de agências bancárias públicas – 2009
(Em %)

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre Tocantins Alagoas
Rondônia Sergipe
Bahia
Mato Grosso

Goiás Distrito Federal

Cobertura1 Minas Gerais Espírito Santo


Mato Grosso do Sul
De 18 a 38
São Paulo Rio de Janeiro
De 38,1 a 50
Paraná
De 50,1 a 65
Santa Catarina
De 65,1 a 85
Rio Grande do Sul
De 85,1 a 100
0 300 600
km

Fonte: Bacen.
Nota: ¹ Municípios com agências públicas/quantidade de municípios.

7 TRANSPORTES

7.1 Transporte aéreo


O transporte aéreo brasileiro vem crescendo vigorosamente nesta última década. As dimensões do país,
o crescimento econômico e a melhor distribuição de renda têm aumentado a demanda por este modo
de transporte. No entanto, as regiões mais desenvolvidas apresentam os maiores indicadores do setor. Na
média nacional o Brasil transportou, em 2009, 0,67 passageiro (pass.) e 6,77 kg de carga por habitante.
As regiões Norte (0,47), Nordeste (0,44) e Sul (0,53) possuem indicadores semelhantes para pas-
sageiros transportados. A região Norte se destaca no transporte de cargas (12,68 kg/hab.), em especial
devido à Zona Franca de Manaus.
A região Sudeste concentra 51% de todo o movimento de passageiros do país e 59% da carga
transportada. Isto representa o transporte de 0,81 passageiro e 9,45 kg de carga por habitante.
Federação, suas unidades e municipalidades 43

O grande destaque em transporte aéreo é o Distrito Federal, com 4,69 passageiros e 20,68 kg de
carga por habitante. Isto decorre tanto da localização quanto da renda.
Os dados abaixo mostram uma ideia da dimensão das atividades relacionadas aos sistemas de
transporte aéreo:
1) O número de movimentos de aeronaves na rede Empresa Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuária (Infraero), em 2009, foi de 2.290.950, dos quais 93% provenientes do
tráfego doméstico.
2) O número de passageiros embarcados e desembarcados por via aérea, em 2009, foi acima de
128 milhões, dos quais 90% provenientes do tráfego doméstico.
3) A carga aérea transportada, em 2009, foi de 1.296.266 de toneladas (ton.), sendo 58%
oriunda do tráfego doméstico.
Desde o início do século o transporte aéreo vem se popularizando, em especial no mercado
doméstico. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil dos últimos quatro anos mostram um acen-
tuado crescimento deste segmento. No entanto, tal crescimento cria a pressão por um novo desafio:
novos e urgentes investimentos em infraestrutura aeroportuária e aeronáutica.

TABELA 12
Movimento operacional – rede Infraero, 2009
Passageiros Carga
Doméstico Internacional Total Doméstica Internacional Total
Região/UF Pass./hab. kg/hab.
(%) (%) (%) (%) (%) (%)
Norte 6,13 1,46 5,65 0,47 20,21 8,02 15,03 12,68
Rondônia 0,49 0,00 0,44 0,37 0,69 0,00 0,39 3,4
Acre 0,36 0,01 0,33 0,61 0,30 0,01 0,18 3,35
Amazonas 1,92 1,14 1,84 0,69 13,69 7,99 11,27 43,05
Roraima 0,16 0,03 0,15 0,45 0,17 0,00 0,10 3,09
Pará 2,53 0,27 2,30 0,4 4,47 0,01 2,57 4,49
Amapá 0,41 0,01 0,37 0,75 0,52 0,00 0,30 6,14
Tocantins 0,26 0,00 0,23 0,23 0,37 0,00 0,21 2,15
Nordeste 19,66 6,77 18,34 0,44 22,46 3,14 14,25 3,45
Maranhão 1,03 0,00 0,92 0,19 1,43 0,00 0,82 1,68
Piauí 0,49 0,00 0,44 0,18 1,02 0,00 0,59 2,43
Ceará 3,68 1,70 3,48 0,52 5,73 0,27 3,41 5,17
Rio Grande do
1,54 0,97 1,48 0,6 1,01 0,24 0,68 2,82
Norte
Paraíba 0,59 0,00 0,53 0,18 0,35 0,00 0,20 0,68
Pernambuco 4,56 1,59 4,26 0,62 6,18 1,17 4,05 5,96
Alagoas 0,96 0,11 0,87 0,35 0,45 0,01 0,26 1,08
Sergipe 0,63 0,00 0,57 0,36 0,32 0,00 0,19 1,2
Bahia 6,18 2,39 5,79 0,51 5,96 1,45 4,04 3,58
Sudeste 47,44 86,22 51,41 0,81 39,39 85,57 59,01 9,45
Minas Gerais 5,84 1,89 5,43 0,35 2,26 0,73 1,61 1,04
Espírito Santo 2,04 0,00 1,83 0,67 1,01 0,47 0,78 2,9
Rio de Janeiro 12,88 19,90 13,60 1,09 7,76 10,81 9,06 7,33
São Paulo 26,68 64,43 30,55 0,95 28,35 73,56 47,56 14,9
(Continua)
44 Presença do Estado no Brasil

(Continuação)
Passageiros Carga
Doméstico Internacional Total Doméstica Internacional Total
Região/UF Pass./hab. kg/hab.
(%) (%) (%) (%) (%) (%)
Sul 12,39 4,25 11,55 0,53 7,93 3,07 5,87 2,74
Paraná 5,37 0,71 4,89 0,59 2,56 2,65 2,60 3,15
Santa Catarina 2,44 0,86 2,28 0,48 1,54 0,00 0,89 1,88
Rio Grande
4,58 2,68 4,38 0,51 3,83 0,42 2,38 2,83
do Sul
Centro-Oeste 14,39 1,31 13,05 1,2 10,02 0,20 5,84 5,45
Mato Grosso
0,91 0,09 0,83 0,45 0,76 0,05 0,46 2,52
do Sul
Mato Grosso 1,45 0,01 1,30 0,56 1,28 0,00 0,74 3,17
Goiás 1,54 0,01 1,38 0,3 0,86 0,00 0,49 1,08
Distrito Federal 10,48 1,20 9,53 4,69 7,12 0,15 4,16 20,68
Brasil 100,00 100,00 100,00 0,67 100,00 100,00 100,00 6,77
Fonte: Infraero (2010).

MAPA 17
Proporção de carga aérea transportada por habitante e UF – rede Infraero, 2009

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Alagoas
Tocantins Sergipe
Rondônia
Bahia
Mato Grosso

Goiás Distrito Federal

Minas Gerais
Proporção de carga(kg)/habitante Espírito Santo
Mato Grosso do Sul
Até 1,99
São Paulo Rio de Janeiro
De 2 a 3,99
Paraná
De 4 a 7,99

Acima de 8 Santa Catarina

Rio Grande do Sul 0 300 600


km

Fonte: Infraero.
Federação, suas unidades e municipalidades 45

MAPA 18
Proporção de passageiros por habitante e UF – rede Infraero, 2009

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Alagoas
Tocantins Sergipe
Rondônia
Bahia
Mato Grosso

Goiás Distrito Federal

Proporção passageiros/habitantes
Minas Gerais
Até 0,29 Espírito Santo
Mato Grosso do Sul
De 0,3 a 0,49 São Paulo Rio de Janeiro
De 0,5 a 0,79
Paraná
Acima de 0,8
Santa Catarina

Rio Grande do Sul 0 300 600


km

Fonte: Infraero.

7.2 Transporte rodoviário


O desenvolvimento econômico de uma nação está fortemente relacionado com os transportes. Assim,
é natural verificar-se que as regiões mais desenvolvidas do Brasil possuem também os maiores indica-
dores de transportes. Além disso, percebe-se que a evolução econômica traz consigo a necessidade de
mais infraestrutura de transportes.
A matriz de transportes brasileira tem a forte predominância do modo rodoviário. O Brasil
possui 1,03 km de rodovia pavimentada por habitante e 7,35 km de rodovia não pavimentada.
A região Centro-Oeste se destaca neste indicador, possuindo, respectivamente, 1,74 e 14,85.
O estado do Mato Grosso do Sul é o que possui o maior indicador, tanto para rodovias pavimen-
tadas quanto para não pavimentadas: 2,56 e 34,18 respectivamente, pois possui baixa densidade
habitacional com uma economia vigorosa. Entre as regiões, o destaque fica com a região Sul, que
possui 1,46 e 10,68 respectivamente.
46 Presença do Estado no Brasil

A malha rodoviária nacional tem-se mantido estável nos últimos anos. A rede pavimentada pas-
sou de 196.244 km, em 2006, para 196.279 km em 2007.
Assim como os demais componentes de transporte, a aquisição de automóveis vem crescendo
mais do que a economia. A taxa de motorização do brasileiro vem aumentando ano a ano, aproximan-
do-se daquela verificada nos países industrializados. Até 2009, segundo dados da Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram licenciados mais de 3 milhões de veículos –
em 2000 foram 1,4 milhão. Assim, o número de habitantes por veículo no Brasil deve se reduzir ainda
mais nos próximos anos, aumentando o desafio do planejamento urbano e rodoviário do país.
Porém, os acidentes de trânsito continuam sendo um grande desafio nacional. O aumento do
número de veículos associado às más condições de nossas rodovias e ruas contribui para um elevado
índice de acidentes. Reverter este quadro é uma das urgências do país, na qual todos os níveis de go-
verno devem se envolver em um projeto de longo prazo.

TABELA 13
Informações sobre rodovias pavimentadas e não pavimentadas por regiões e UFs – Brasil, 2006
População estimada Rodovias pavimentadas Rodovias não pavimentadas Rodovias pavimentadas Rodovias não pavimentadas
Região/UF
2009/IBGE (km) (km) (km/mil hab.) (km/mil hab.)
Norte 15.359.608 14.928 87.565 0,97 5,7
Rondônia 1.503.928 1.622 13.859 1,08 9,21
Acre 691.132 916 6.540 1,33 9,46
Amazonas 3.393.369 1.640 4.638 0,48 1,37
Roraima 421.499 1.117 6.053 2,65 14,36
Pará 7.431.020 4.177 31.191 0,56 4,2
Amapá 626.609 323 1.967 0,52 3,14
Nordeste 53.591.197 53.037 356.472 0,99 6,65
Tocantins 1.292.051 5.132 23.318 3,97 18,05
Maranhão 6.367.138 6.962 48.479 1,09 7,61
Piauí 3.145.325 4.562 53.021 1,45 16,86
Ceará 8.547.809 8.279 43.452 0,97 5,08
Rio Grande do Norte 3.137.541 4.602 22.967 1,47 7,32
Paraíba 3.769.977 3.753 31.780 1 8,43
Pernambuco 8.810.256 6.293 36.092 0,71 4,1
Alagoas 3.156.108 2.302 10.759 0,73 3,41
Sergipe 2.019.679 2.055 3.276 1,02 1,62
Bahia 14.637.364 14.230 106.646 0,97 7,29
Sudeste 80.915.332 63.544 460.415 0,79 5,69
Minas Gerais 20.033.665 22.906 249.155 1,14 12,44
Espírito Santo 3.487.199 3.321 27.112 0,95 7,77
Rio de Janeiro 16.010.429 6.086 16.495 0,38 1,03
São Paulo 41.384.039 31.230 167.654 0,75 4,05
Sul 27.719.118 40.544 296.089 1,46 10,68
Paraná 10.686.247 21.173 99.126 1,98 9,28
Santa Catarina 6.118.743 7.037 55.779 1,15 9,12
Rio Grande do Sul 10.914.128 12.334 141.184 1,13 12,94
(Continua)
Federação, suas unidades e municipalidades 47

(Continuação)

População estimada Rodovias pavimentadas Rodovias não pavimentadas Rodovias pavimentadas Rodovias não pavimentadas
Região/UF
2009/IBGE (km) (km) (km/mil hab.) (km/mil hab.)

Centro-Oeste 13.895.375 24.226 206.311 1,74 14,85


Mato Grosso do Sul 2.360.498 6.041 80.679 2,56 34,18
Mato Grosso 3.001.692 5.713 48.452 1,9 16,14
Goiás 5.926.300 11.595 76.313 1,96 12,88
Distrito Federal 2.606.885 877 867 0,34 0,33
Brasil 191.480.630 196.279 1.406.852 1,03 7,35

Fonte: ANTT.

TABELA 14
Informações sobre frota automotora por regiões e UFs – 2009
População estima- Automóveis por Veículos por 100
Região/UF Automóveis Caminhões Ônibus Motos Outros Total
da 2009/IBGE 100 habitantes habitantes
Norte 15.385.707 919.961 102.336 32.233 1.118.462 354.300 2.527.292 5.98 16.43
Rondônia 1.503.928 134.270 20.787 3.925 273.183 64.547 496.712 8.93 33.03
Acre 691.132 45.243 4.752 676 62.801 17.895 131.367 6.55 19.01
Amazonas 3.393.369 240.561 15.375 8.204 132.371 81.016 477.527 7.09 14.07
Roraima 421.499 35.921 2.970 973 54.814 16.204 110.882 8.52 26.31
Pará 7.457.119 312.813 37.674 13.770 384.455 106.674 855.386 4.19 11.47
Amapá 626.609 46.030 3.009 836 35.918 14.907 100.700 7.35 16.07
Tocantins 1.292.051 105.123 17.769 3.849 174.920 53.057 354.718 8.14 27.45
Nordeste 53.589.701 3.741.935 297.070 118.204 3.253.223 963.843 8.374.275 6.98 15.63
Maranhão 6.367.138 219.106 22.346 7.492 358.410 67.804 675.158 3.44 10.60
Piauí 3.137.430 165.671 16.194 4.767 269.053 51.186 506.871 5.28 16.16
Ceará 8.547.809 617.317 46.220 16.057 660.854 166.773 1.507.221 7.22 17.63
Rio Grande do
3.143.940 307.444 21.239 7.513 248.949 72.267 657.412 9.78 20.91
Norte
Paraíba 3.769.977 286.414 19.822 6.520 242.090 63.046 617.892 7.60 16.39
Pernambuco 8.810.256 780.473 63.757 21.891 537.763 178.040 1.581.924 8.86 17.96
Alagoas 3.156.108 191.053 14.144 8.146 126.237 51.663 391.243 6.05 12.40
Sergipe 2.019.679 187.840 14.743 6.458 133.054 37.664 379.759 9.30 18.80
Bahia 14.637.364 986.617 78.605 39.360 676.813 275.400 2.056.795 6.74 14.05
Sudeste 80.915.332 19.812.907 955.905 364.873 6.216.301 3.650.310 31.000.296 24.49 38.31
Minas Gerais 20.033.665 3.616.414 239.833 80.362 1.690.757 791.652 6.419.018 18.05 32.04
Espírito Santo 3.487.199 615.139 52.103 16.558 316.859 168.844 1.169.503 17.64 33.54
Rio de Janeiro 16.010.429 2.993.245 104.217 62.990 607.573 413.900 4.181.925 18.70 26.12
São Paulo 41.384.039 12.588.109 559.752 204.963 3.601.112 2.275.914 19.229.850 30.42 46.47
Sul 27.719.118 7.509.287 495.925 111.148 2.678.997 1.696.210 12.491.567 27.09 45.06
Paraná 10.686.247 2.871.908 205.031 44.333 996.106 693.139 4.810.517 26.87 45.02
Santa Catarina 6.118.743 1.840.796 117.764 22.672 780.233 402.118 3.163.583 30.08 51.70
Rio Grande do Sul 10.914.128 2.796.583 173.130 44.143 902.658 600.953 4.517.467 25.62 41.39
Centro-Oeste 13.895.375 2.712.617 182.655 50.079 1.549.799 816.731 5.311.881 19.52 38.23
Mato Grosso
2.360.498 409.802 37.457 7.926 289.869 143.150 888.204 17.36 37.63
do Sul
Mato Grosso 3.001.692 366.923 47.556 8.370 449.462 187.048 1.059.359 12.22 35.29
Goiás 5.926.300 1 070 937 79 246 20.703 687.347 350.548 2.208.781 18.07 37.27
Distrito Federal 2.606.885 864 955 18 396 13.080 123.121 135.985 1.155.537 33.18 44.33

Fonte: Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).


48 Presença do Estado no Brasil

MAPA 19
Extensão das rodovias não pavimentadas por UF – Brasil, 2006

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Alagoas
Tocantins Sergipe
Rondônia
Mato Grosso Bahia

GoiásDistrito Federal
Extensão das rodovia
não pavimentadas (km) Minas Gerais
Espírito Santo
Mato Grosso do Sul
Até 10.000
São Paulo Rio de Janeiro
De 10.001 a 40.000
De 40.001 a 100.000 Paraná
De 100.001 a 250.000
Santa Catarina

Rio Grande do Sul 0 300 600


km

Fonte: Ministério dos Transportes.


Federação, suas unidades e municipalidades 49

MAPA 20
Extensão das rodovias pavimentadas por UF – Brasil, 2006

Roraima Amapá

Amazonas
Pará Maranhão Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Alagoas
Sergipe
Rondônia Tocantins
Bahia
Mato Grosso

Distrito Federal
Goiás
Extensão das rodovias
Minas Gerais
pavimentadas (km) Espírito Santo
Mato Grosso do Sul
Até 3.000 São Paulo Rio de Janeiro

De 3.001 a 7.000
Paraná
De 7.001 a 14.000
Santa Catarina
De 14.001 a 32.000
0 300 600
Rio Grande do Sul
km

Fonte: Ministério dos Transportes.


50 Presença do Estado no Brasil

MAPA 21
Proporção de automóveis por 100 habitantes, por município – 2009

Quantidade de automóvel/
100 habitantes

Limite estadual
Até 9,9

De 10 até 19,9

De 20 a 29,9
0 300 600
Acima de 30 km

Fonte: Denatran.
Federação, suas unidades e municipalidades 51

MAPA 22
Proporção de ônibus por 100 habitantes, por município – 2009

Quantidade de ônibus/
100 habitantes

Limite estadual

Até 0,59

De 0,6 a 0,9

De 1 a 1,9

Acima de 2

0 300 600
km

Fonte: Denatran.
52 Presença do Estado no Brasil

MAPA 23
Proporção de motos por 100 habitantes – 2009

Quantidade de motos/
100 habitantes

Limite estadual
Até 4,9
De 5 a 9,9
De 10 a 19,9
Acima de 20 0 300 600
km

Fonte: Denatran.
Federação, suas unidades e municipalidades 53

MAPA 24
Taxa de mortalidade por acidentes de trânsito nas capitais brasileiras, por 100 mil habitantes – 2007

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Alagoas
Tocantins Sergipe
Rondônia
Bahia
Mato Grosso

Goiás Distrito Federal

Minas Gerais
Espírito Santo
Mato Grosso do Sul

Mortos por ano/100 mil habitantes São Paulo Rio de Janeiro

Menor que 15 Paraná

De 16 a 25
Santa Catarina
Acima de 25
Rio Grande do Sul 0 300 600
km

Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)/MS.

7.3 Transporte marítimo


O transporte aquaviário ainda aproveita pouco do seu potencial, mas tem apresentado um crescimen-
to acima do crescimento econômico. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários
(ANTAQ), entre 2003 e 2009 houve um crescimento médio anual de 7% neste modo de transporte.
Entretanto, tal crescimento foi devido principalmente ao comércio exterior. A movimentação de carga
de cabotagem cresceu no mesmo período a uma razão de 3% ao ano.
Em relação ao transporte nacional, e principalmente ao internacional, dos produtos comerciali-
zados, o contêiner passa a ser identificado como um meio seguro e eficiente para os bens transporta-
dos. De acordo com os dados da ANTAQ, a evolução da movimentação total de contêineres de 2005 a
2009 foi positiva, de modo que a movimentação total por quantidade de contêineres teve um aumen-
to de 7%, chegando a 3.865.547 em 2009. O peso total movimentado passou de 54.963.489 para
65.393.665 toneladas, o que representa um aumento de aproximadamente 16%. A seguir, o mapa
identifica as unidades da Federação em relação ao peso movimentado total em contêineres em 2009.
54 Presença do Estado no Brasil

MAPA 25
Movimentação total de contêineres, nos portos organizados e terminais privativos por peso (ton.), por UF – 2009

Roraima Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Alagoas
Tocantins Sergipe
Rondônia
Bahia
Mato Grosso

Goiás Distrito Federal

Minas Gerais
Movimentação total Espírito Santo
Mato Grosso do Sul
Até 1.000.000
São Paulo Rio de Janeiro
De 1.000.001 a 6.000.000
Paraná
Acima 6.000.001

Não possui movimentação de contêiner Santa Catarina


0 300 600
km
Rio Grande do Sul

Fonte: ANTAQ.

TABELA 15
Movimentação total de contêineres, nos portos organizados e terminais privativos por peso (ton.), por
regiões e UFs – Brasil, 2009
Região/UF Peso total (ton.) T E U1 total Quantidade total
Norte 3.029.394 320.589 192.856
Rondônia – – –
Acre – – –
Amazonas 2.467.813 244.463 147.367
Roraima – – –
Pará 560.363 75.979 45.412
Amapá 1.218 147 77
Tocantins – – –
Nordeste 7.592.668 700.707 447.056
Maranhão 33.005 3.177 2.147
Piauí – – –
Ceará 1.815.449 188.213 121.181
(Continua)
Federação, suas unidades e municipalidades 55

(Continuação)
Região/UF Peso total (ton.) T E U1 total Quantidade total
Rio Grande do Norte 128.552 15.046 8.008
Paraíba – – –
Pernambuco 3.046.340 242.765 162.496
Alagoas 81.547 7.302 3.656
Sergipe – – –
Bahia 2.487.775 244.204 149.568
Sudeste 34.720.884 3.021.920 2.009.124
Minas Gerais – – –
Espírito Santo 2.853.551 209.096 152.989
Rio de Janeiro 6.823.543 556.962 382.520
São Paulo 25.043.790 2.255.862 1.473.615
Sul 20.050.719 2.064.772 1.216.511
Paraná 5.718.220 630.597 359.251
Santa Catarina 8.132.192 804.495 480.180
Rio Grande do Sul 6.200.307 629.680 377.080
Centro-Oeste – – –
Mato Grosso do Sul – – –
Mato Grosso – – –
Goiás – – –
Distrito Federal – – –
Brasil 65.393.665 6.107.988 3.865.547
Fonte: Anuário Portuário – ANTAQ.
Nota: 1 Twenty-foot Equivalent Unit - unidade de 20 pés ou equivalente.

7.4 Transporte ferroviário


No quesito ferrovias, o Brasil apresenta, a despeito de suas dimensões, uma baixa densidade. A exten-
são da rede ferroviária brasileira, segundo dados de 2006, era de 28.276 km. As principais ferrovias
do país estão dedicadas principalmente ao transporte de minérios e grãos. Assim, novamente vemos
o destaque do Mato Grosso do Sul, com 67,95 km de ferrovia por 10 mil habitantes – enquanto a
média nacional ficava em 14,77 km. O indicador é reforçado pela pequena população do estado –
pouco mais de 2,3 milhões de habitantes em 2009 – e seus 1.600 km de ferrovia. Outros estados que
se destacam: Rio Grande do Sul (28,50 km), Santa Catarina (22,31 km) e Paraná (21,40 km). Pode-se
notar que os três estados da região Sul possuem as mais altas densidades de ferrovias por habitante.
A região Norte, por outro lado, destaca-se pela ausência de ferrovias em cinco estados e possui
somente 2,42 km de ferrovia por 10 mil habitantes no Pará. As demais regiões possuem valores se-
melhantes para este indicador: Nordeste (12,97 km), Sudeste (4,58 km) e Centro-Oeste (17,2 km).
O transporte ferroviário brasileiro ainda é pequeno e concentrado em algumas cargas. A malha ferroviá-
ria brasileira é a mesma há muitos anos, mas vem melhorando desde o início do século, após serem concedidas.
No entanto, boa parte dos investimentos anunciados para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2)
são projetos ferroviários que, se concretizados, prometem mudar o panorama deste transporte no Brasil.
Por fim, merece destaque o desafio de o Brasil planejar, de forma integrada, todos estes esforços
e oportunidades. Várias ações foram realizadas nos últimos anos para corrigir problemas emergenciais
em áreas específicas do setor de transportes, mas em geral sem uma adequada articulação com os outros
modos. No entanto, o acelerado crescimento econômico vem exigindo a eficiência de todos os modos e
isto exige, naturalmente, uma adequada integração modal e em transporte público de qualidade.
56 Presença do Estado no Brasil

TABELA 16
Informações sobre as extensões das linhas de ferrovia por regiões e UFs – Brasil, 2006

Região/UF População estimada 2009/IBGE Ferrovias (km) Ferrovias (km p/10 mil hab.)

Norte 15.359.608 371 2,42

Rondônia 1.503.928 0 0

Acre 691.132 0 0

Amazonas 3.393.369 0 0

Roraima 421.499 0 0

Pará 7.431.020 224 3,01

Amapá 626.609 0 0

Tocantins 1.292.051 147 11,38

Nordeste 53.591.197 6.950 12,97

Maranhão 6.367.138 1.343 21,08

Piauí 3.145.325 240 7,63

Ceará 8.547.809 1.168 13,67

Rio Grande do Norte 3.137.541 364 11,59

Paraíba 3.769.977 660 17,49

Pernambuco 8.810.256 958 10,87

Alagoas 3.156.108 390 12,35

Sergipe 2.019.679 278 13,76

Bahia 14.637.364 1.551 10,6

Sudeste 27.719.118 6.762 24,39

Minas Gerais 20.033.665 5.329 26,6

Espírito Santo 3.487.199 522 14,96

Rio de Janeiro 16.010.429 1.199 7,49

São Paulo 41.384.039 4.749 11,48

Sul 13.895.375 2.394 17,23

Paraná 10.686.247 2.287 21,4

Santa Catarina 6.118.743 1.365 22,31

Rio Grande do Sul 10.914.128 3.110 28,5

Centro-Oeste 27.719.118 6.762 24,39

Mato Grosso do Sul 2.360.498 1.604 67,95

Mato Grosso 3.001.692 108 3,6

Goiás 5.926.300 637 10,75

Distrito Federal 2.606.885 45 1,73

Brasil 191.480.630 28.276 14,77

Fonte: ANTT 2007.


Federação, suas unidades e municipalidades 57

MAPA 26
Proporção da extensão das linhas ferroviárias por 10 mil habitantes – 2006

Roraima
Amapá

Amazonas Maranhão
Pará Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Tocantins Alagoas
Sergipe
Rondônia
Bahia
Mato Grosso

Distrito Federal
Goiás

Minas Gerais
Quilômetro/10 mil habitantes1 Espírito Santo
Mato Grosso do Sul
0
São Paulo Rio de Janeiro
De 1 a 10
De 10,1 a 12 Paraná
De 12,1 a 17
Santa Catarina
De 17,1 a 30
Mais de 30 Rio Grande do Sul
0 300 600
km

Fonte: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DENIT).


Nota: ¹ Dados de população referentes a 2009.

8 SEGURANÇA PÚBLICA
O maior envolvimento da sociedade civil com a segurança pública é reflexo da ligação íntima existente en-
tre a efetividade desta política pública com o bem-estar da população. No momento em que toma corpo
uma preocupação com aspectos mais qualitativos do desenvolvimento, ganha importância a reflexão sobre
como conjugar a segurança pública com o fortalecimento da cidadania. Observar como se distribuem as
forças policiais no território nacional pode ser um interessante ponto de partida para esta reflexão, que se
revela ainda mais importante ao considerarmos que a segurança da sociedade civil gera impacto em outras
tantas políticas públicas, como a saúde. Uma eventual percepção de falta de assistência pelas polícias por
parte da população pode, de forma análoga, afastar o cidadão da educação, da cultura e do lazer.
A segurança pública é definida na Constituição Federal como dever do Estado, de direito e res-
ponsabilidade de todos os cidadãos, voltada para preservação da ordem pública e incolumidade das
pessoas e do patrimônio. Reconhecido o dever do Estado, são as polícias seu instrumento de atuação,
definidas, na Carta Magna, como os órgãos por meio dos quais a segurança pública é exercida.
58 Presença do Estado no Brasil

A polícia civil está presente em 82,4% dos municípios brasileiros. Se a análise das regiões revela
certa uniformidade em torno dessa média, há alguns estados com situação bastante heterogênea em
relação ao número nacional: no Rio Grande do Norte, apenas 39,5% dos municípios contavam com
delegacias de polícia civil em 2006. Já no Ceará e em Rondônia, mais de 40% dos municípios não
possuíam delegacias nos seus limites geográficos. Alguns estados, entretanto, apresentam unidades da
polícia civil em mais de 95% das municipalidades. É esse o caso de Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Acre, Sergipe, São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
A presença da guarda municipal ainda pode ser considerada incipiente no conjunto dos municípios
do país: apenas 14,1% das cidades contam com unidades próprias da guarda municipal. A CF/88 faculta
aos municípios a instituição ou não de guardas municipais, existindo ainda grande heterogeneidade na
atuação dessas forças policiais entre os municípios. Esta heterogeneidade se manifesta também na pre-
sença das guardas nas regiões: as regiões Sul e Centro-Oeste são as que possuem menos presença – apenas
2,5% dos municípios contam com guardas próprias no Sul e 3,6% no Centro-Oeste. A região Nordeste
apresenta a maior média nacional, seguida pelo Sudeste.

TABELA 17
Distribuição dos municípios brasileiros com delegacias de polícia civil por regiões e UFs – Brasil, 2006
Quantidade de municípios com delegacia
Região/UF Quantidade de municípios no Brasil (B) Cobertura (A)/(B)*100
de polícia civil (A)

Norte 368 449 82,0

Rondônia 31 52 59,6

Acre 22 22 100

Amazonas 48 62 77,4

Roraima 10 15 66,7

Pará 133 143 93

Amapá 11 16 68,8

Tocantins 113 139 81,3

Nordeste 1.524 1.793 85

Maranhão 166 217 76,5

Piauí 218 223 97,8

Ceará 108 184 58,7

Rio Grande do Norte 66 167 39,5

Paraíba 215 223 96,4

Pernambuco 182 185 98,4

Alagoas 87 102 85,3

Sergipe 75 75 100

Bahia 407 417 97,6

Sudeste 1.348 1.668 80,8

Minas Gerais 569 853 66,7

Espírito Santo 69 78 88,5

Rio de Janeiro 76 92 82,6

São Paulo 634 645 98,3

(Continua)
Federação, suas unidades e municipalidades 59

(Continuação)

Quantidade de municípios com delegacia


Região/UF Quantidade de municípios no Brasil (B) Cobertura (A)/(B)*100
de polícia civil (A)

Sul 976 1.188 82,2

Paraná 364 399 91,2

Santa Catarina 288 293 98,3

Rio Grande do Sul 324 496 82,2

Centro-Oeste 365 466 78,3

Mato Grosso do Sul 75 78 96,2

Mato Grosso 116 141 82,3

Goiás 174 246 70,7

Distrito Federal – 1 0

Brasil 4.581 5.564 82,3

Fonte: Perfil dos Municípios Brasileiros/IBGE.

TABELA 18
Distribuição dos municípios brasileiros com guarda municipal por regiões e UFs – Brasil, 2006
Quantidade de municípios com guarda
Região/UF Quantidade de municípios no Brasil (B) Cobertura (A)/(B)*100
municipal (A)

Norte 60 449 13,4

Rondônia 1 52 1,9

Acre 0 22 0

Amazonas 40 62 64,5

Roraima 1 15 6,7

Pará 13 143 9,1

Amapá 2 16 12,5

Tocantins 3 139 2,2

Nordeste 358 1.793 20

Maranhão 56 217 25,8

Piauí 13 223 5,8

Ceará 51 184 27,7

Rio Grande do Norte 13 167 7,8

Paraíba 21 223 9,4

Pernambuco 44 185 23,8

Alagoas 24 102 23,5

Sergipe 10 75 13,3

Bahia 126 417 30,2

Sudeste 299 1.668 17,9

Minas Gerais 41 853 4,8

Espírito Santo 7 78 9,0

Rio de Janeiro 66 92 71,7

São Paulo 185 645 28,7

(Continua)
60 Presença do Estado no Brasil

(Continuação)
Quantidade de municípios com guarda
Região/UF Quantidade de municípios no Brasil (B) Cobertura (A)/(B)*100
municipal (A)

Sul 53 1.188 4,5

Paraná 19 399 4,8

Santa Catarina 10 293 3,4

Rio Grande do Sul 24 496 4,8

Centro-Oeste 16 466 3,4

Mato Grosso do Sul 5 78 6,4

Mato Grosso 5 141 3,5

Goiás 6 246 2,4

Distrito Federal 1 1 100,0

Brasil 786 5.564 14,1

Fonte: Perfil dos Municípios Brasileiros/IBGE.

MAPA 27
Distribuição dos municípios brasileiros com guarda municipal – 2006

Presença de guarda municipal

Limite estadual

Possui

Não possui

0 300 600
km

Fonte: Perfil dos Municípios Brasileiros/IBGE.


Federação, suas unidades e municipalidades 61

MAPA 28
Presença de delegacias de polícia civil nos municípios brasileiros – 2006

Presença de delegacia de polícia civil


Limite estadual

Possui

Não possui

0 300 600
km

Fonte: Perfil dos Municípios Brasileiros/IBGE.

9 CULTURA
Parte importante da sociedade, a cultura também é fator de estudo do Ipea, seja por intermédio da
avaliação da presença do Estado, em seus diversos níveis, seja pelas políticas públicas específicas vol-
tadas a esse setor. A cultura também é um direito garantido pela CF/88, como mostrado no recente
livro do Ipea Cultura viva: avaliação do Programa Arte Educação e Cidadania (BARBOSA DA SILVA;
ARAÚJO, 2010) de modo que também são uma responsabilidade do Estado:
Os direitos culturais devem garantir aos indivíduos e às coletividades o direito à criação, à fruição, à di-
fusão de bens culturais, além do direito à memória e à participação nas decisões das políticas culturais.
Dizem respeito também à internalização, pelos indivíduos e grupos sociais, dos recursos sociais gerados
no processo de desenvolvimento. Envolvem enriquecimento material e simbólico e devem ser garantidos
pelo Estado, conforme preceitua a Constituição Federal (CF) de 1988, de forma democrática e por meio
de políticas de desenvolvimento econômico e social.
62 Presença do Estado no Brasil

Este estudo mostra a presença do Estado em estados e municípios na área cultural. Municípios
com menos funcionários públicos por habitante na área da cultura não são necessariamente municípios
sem manifestações culturais, mas sim municípios onde o investimento público em tal setor é reduzido.
Na análise dos dados, o número de estabelecimentos culturais – bibliotecas, teatros, centros co-
munitários de artesão etc. – chama atenção no estado do Tocantins: são em média 24 estabelecimentos
para cada 100 mil habitantes. Em números absolutos o estado não é tão representativo, mas dado o
tamanho da população, a média do estado é alta. O segundo estado com a maior média de estabeleci-
mentos por 100 mil hab. é o Piauí, com 14,3 estabelecimentos culturais. Os estados do Sudeste, em
especial São Paulo e Rio de Janeiro, estão entre os estados com a menor média de estabelecimentos
culturais para cada 100 mil hab., e o Distrito Federal ocupa a pior média, com 1,1 estabelecimento
para cada 100 mil hab. As regiões com maior média de estabelecimentos culturais para cada 100 mil
hab. são a região Sul, com 12,3 estabelecimentos, e a região Centro-Oeste, com 8,4. Já a região com
menor média de estabelecimentos é a região Sudeste, com 6,3 estabelecimentos culturais. A situação
muda quando são analisados os números absolutos. É a região Sudeste aquela que possui a maior quan-
tidade de estabelecimentos culturais (5.033), e é no estado de São Paulo que se localiza a maior parte
dos estabelecimentos culturais (2.212). O estado com menos estabelecimentos culturais é o Distrito
Federal, com apenas 27 estabelecimentos. A região com menor número absoluto de estabelecimentos
é a região Norte, com 1.080.
Na análise dos municípios, aqueles com a menor população e o maior número de estabelecimen-
tos por habitantes têm uma posição diferenciada. É o caso da pequena Borá, no estado de São Paulo,
cidade com cerca de 830 habitantes e três estabelecimentos culturais. A cidade de Tefé, no Amazonas,
em contrapartida, com mais de 70 mil habitantes não possui estabelecimentos culturais. Cerca de 200
municípios brasileiros não possuíam em 2006 nenhum tipo de estabelecimento cultural. Porém mais
de 5.300 municípios possuem ao menos um estabelecimento cultural, com grande destaque para a ci-
dade de Ponta Grossa, no Paraná, com o maior número de estabelecimentos (96). Em segundo lugar,
destaca-se o município de São Paulo, com 79 estabelecimentos.
Com relação ao número de funcionários públicos em áreas relativas à cultura, os estados que
mais tem funcionários para cada 10 mil habitantes são o Tocantins (34,2) e o Acre (10). Os estados
com menos funcionários da área de cultura por habitantes são Bahia (1,7) e Rondônia (1,3). O es-
tado com maior número absoluto de funcionários públicos na área da cultura é São Paulo (22.747),
enquanto o estado com o menor número de funcionários é Rondônia. Entre as regiões, o Sudeste
apresenta o maior número absoluto de funcionários públicos na área da cultura, enquanto a Norte é
a que tem a maior quantidade em números relativos.
Diversos municípios não têm funcionários específicos da área de cultura – vários acumulam mais
de uma função – ou essa informação não estava disponível no momento da pesquisa. Entre aqueles
que apresentavam funcionários, a cidade de São Paulo era aquela com maior número absoluto (2,081
funcionários), porém em números relativos, a cidade possuía apenas 2,9 funcionários públicos para
cada 10 mil habitantes.
Com relação ao número de bibliotecas municipais, o estado com mais bibliotecas públicas é
Minas Gerais (1.029), seguido por São Paulo (976). O estado com menos bibliotecas públicas é Ro-
raima, com apenas 11. Em números relativos, o estado do Tocantins é o mais bem colocado, com 1,8
biblioteca para cada 10 mil habitantes.
Federação, suas unidades e municipalidades 63

TABELA 19
Estabelecimentos de cultura públicos por 100 mil habitantes por regiões e UFs – Brasil, 2006
Estabelecimentos de cultura públicos por
Região/UF Estabelecimentos públicos de cultura População estimada 2009/IBGE
100 mil hab.

Norte 1.080 3.156.108 7,0

Rondônia 85 14.637.364 5,7

Acre 68 8.547.809 9,8

Amazonas 128 6.367.138 3,8

Roraima 27 3.769.977 6,4

Pará 384 8.810.256 5,2

Amapá 58 3.145.325 9,3

Tocantins 330 3.137.541 25,5

Nordeste 3.982 2.019.679 7,4

Maranhão 375 53.591.197 5,9

Piauí 434 691.132 13,8

Ceará 539 626.609 6,3

Rio Grande do Norte 399 3.393.369 12,7

Paraíba 473 7.431.020 12,5

Pernambuco 479 1.503.928 5,4

Alagoas 208 421.499 6,6

Sergipe 151 1.292.051 7,5

Bahia 924 15.359.608 6,3

Sudeste 5.033 3.487.199 6,2

Minas Gerais 2.089 20.033.665 10,4

Espírito Santo 241 16.010.429 6,9

Rio de Janeiro 491 41.384.039 3,1

São Paulo 2.212 80.915.332 5,3

Sul 3.366 10.686.247 12,1

Paraná 1.351 10.914.128 12,6

Santa Catarina 735 6.118.743 12,0

Rio Grande do Sul 1.280 27.719.118 11,7

Centro-Oeste 1.115 2.606.885 8,0

Mato Grosso do Sul 206 5.926.300 8,7

Mato Grosso 308 3.001.692 10,3

Goiás 574 2.360.498 9,7

Distrito Federal 27 13.895.375 1,0

Brasil 14.576 191.480.630 7,6

Fonte: Perfil dos Municípios Brasileiros – Cultura 2006/IBGE.


64 Presença do Estado no Brasil

TABELA 20
Funcionários públicos da área cultural por 10 mil habitantes por regiões e UFs – Brasil, 2006
Região/UF Funcionários na área de cultura População em 2009 Funcionários públicos de cultura por 10 mil hab.

Norte 7.982 15.359.608 5,2

Rondônia 204 1.503.928 1,4

Acre 685 691.132 9,9

Amazonas 779 3.393.369 2,3

Roraima 245 421.499 5,8

Pará 1.288 7.431.020 1,7

Amapá 222 626.609 3,5

Tocantins 4.559 1.292.051 35,3

Nordeste 13.597 53.591.197 2,5

Maranhão 2.081 6.367.138 3,3

Piauí 1.005 3.145.325 3,2

Ceará 2.411 8.547.809 2,8

Rio Grande do Norte 842 3.137.541 2,7

Paraíba 1.371 3.769.977 3,6

Pernambuco 2.199 8.810.256 2,5

Alagoas 702 3.156.108 2,2

Sergipe 615 2.019.679 3,0

Bahia 2.371 14.637.364 1,6

Sudeste 22.747 80.915.332 2,8

Minas Gerais 6.762 20.033.665 3,4

Espírito Santo 828 3.487.199 2,4

Rio de Janeiro 2.871 16.010.429 1,8

São Paulo 12.286 41.384.039 3,0

Sul 8.526 27.719.118 3,1

Paraná 3.234 10.686.247 3,0

Santa Catarina 2.008 6.118.743 3,3

Rio Grande do Sul 3.284 10.914.128 3,0

Centro-Oeste 4.759 13.895.375 3,4

Mato Grosso do Sul 519 2.360.498 2,2

Mato Grosso 1.935 3.001.692 6,4

Goiás 1.648 5.926.300 2,8

Distrito Federal 657 2.606.885 2,5

Brasil 57.611 191.480.630 3

Fonte: Perfil dos Municípios Brasileiros – Cultura 2006/IBGE.


Federação, suas unidades e municipalidades 65

TABELA 21
Quantidade de bibliotecas públicas por 10 mil habitantes por regiões e UFs – Brasil, 2006
Região/UF Número de bibliotecas públicas População em 2009 Número de bibliotecas públicas por 10 mil hab.

Norte 659 15.359.608 0,4

Rondônia 46 1.503.928 0,3

Acre 36 691.132 0,5

Amazonas 48 3.393.369 0,1

Roraima 11 421.499 0,3

Pará 236 7.431.020 0,3

Amapá 41 626.609 0,7

Tocantins 241 1.292.051 1,9

Nordeste 2.040 53.591.197 0,4

Maranhão 200 6.367.138 0,3

Piauí 292 3.145.325 0,9

Ceará 237 8.547.809 0,3

Rio Grande do Norte 203 3.137.541 0,6

Paraíba 244 3.769.977 0,6

Pernambuco 229 8.810.256 0,3

Alagoas 115 3.156.108 0,4

Sergipe 79 2.019.679 0,4

Bahia 441 14.637.364 0,3

Sudeste 2.405 80.915.332 0,3

Minas Gerais 1029 20.033.665 0,5

Espírito Santo 115 3.487.199 0,3

Rio de Janeiro 285 16.010.429 0,2

São Paulo 976 41.384.039 0,2

Sul 1.441 27.719.118 0,5

Paraná 616 10.686.247 0,6

Santa Catarina 316 6.118.743 0,5

Rio Grande do Sul 509 10.914.128 0,5

Centro-Oeste 503 13.895.375 0,4

Mato Grosso do Sul 88 2.360.498 0,4

Mato Grosso 134 3.001.692 0,4

Goiás 258 5.926.300 0,4

Distrito Federal 23 2.606.885 0,1

Brasil 14.096 191.480.630 0,7

Fonte: Perfil dos Municípios Brasileiros – Cultura 2006/IBGE.


66 Presença do Estado no Brasil

TABELA 22
Grupos de cultura patrocinados pelos municípios, por regiões e UFs – 2006
Grupos de cultura patrocinados pelo
Região/UF Grupos de cultura patrocinados População 2006
município por 10 mil habitantes

Norte 749 15.022.060 0,5

Rondônia 43 1.562.417 0,3

Acre 43 686.652 0,6

Amazonas 139 3.311.026 0,4

Roraima 20 403.344 0,5

Pará 332 7.110.465 0,5

Amapá 26 615.715 0,4

Tocantins 146 1.332.441 1,1

Nordeste 3.704 51.609.027 0,7

Maranhão 440 6.184.538 0,7

Piauí 295 3.036.290 1,0

Ceará 646 8.217.085 0,8

Rio Grande do Norte 371 3.043.760 1,2

Paraíba 407 3.623.215 1,1

Pernambuco 481 8.502.603 0,6

Alagoas 234 3.050.652 0,8

Sergipe 107 2.000.738 0,5

Bahia 723 13.950.146 0,5

Sudeste 3.341 79.561.095 0,4

Minas Gerais 1.311 19.479.356 0,7

Espírito Santo 200 3.464.285 0,6

Rio de Janeiro 307 15.561.720 0,2

São Paulo 1.523 41.055.734 0,4

Sul 2.482 27.308.863 0,9

Paraná 834 10.387.378 0,8

Santa Catarina 650 5.958.266 1,1

Rio Grande do Sul 998 10.963.219 0,9

Centro-Oeste 758 13.269.517 0,6

Mato Grosso do Sul 172 2.297.981 0,7

Mato Grosso 246 2.856.999 0,9

Goiás 332 5.730.753 0,6

Distrito Federal 8 2.383.784 0,0

Fonte: Perfil dos Municípios Brasileiros – Cultura 2006/IBGE.


Federação, suas unidades e municipalidades 67

MAPA 29
Quantidade de grupos de cultura patrocinados pelo município – 2006

Quantidade de grupo de culturas


patrocinados pelo município
Limite estadual
Até 2,9
De 3 a 4,9
De 5 a 7,9
De 8 a 10

0 300 600
km

Fonte: Perfil dos Municípios Brasileiros/IBGE.


68 Presença do Estado no Brasil

MAPA 30
Estabelecimentos de cultura públicos por 100 mil habitantes

Estabelecimentos/100 mil habitantes

Limite estadual

De 0 a 10
De 10,1 a 20
De 20,1 a 30
De 30,1 a 50

De 50,1 a 100
De 100,1 a 363 0 300 600
km

Fonte: IBGE.

REFERÊNCIA
BARBOSA DA SILVA, F.; ARAÚJO, H. Cultura viva: avaliação do Programa Arte Educação e Cida-
dania. Brasília: Ipea, 2010. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/082/08201004.jsp?ttCD_CHA-
VE=3235>. Acesso em: set. 2010.
Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Editorial

Coordenação
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Njobs Comunicação

Supervisão
Cida Taboza
Fábio Oki
Inara Vieira
Thayse Lamera

Revisão
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Cristiana de Sousa da Silva
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Regina Marta de Aguiar

Editoração
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Danilo Tavares

Capa
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Livraria
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Correio eletrônico: livraria@ipea.gov.br
Missão do Ipea
Produzir, articular e disseminar conhecimento para aperfeiçoar
as políticas públicas e contribuir para o planejamento do
desenvolvimento brasileiro.

Presença do Estado no Brasil: federação, suas unidades e municipalidades

• Previdência social
• Assistência social
• Saúde
• Educação
• Trabalho
• Bancos públicos
• Infraestrutura – transportes
• Segurança pública
• Cultura

Todas as áreas de políticas públicas abordadas apresentarão: indicadores


básicos; bens e serviços; e funcionários públicos.

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