Você está na página 1de 67

GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO

Flávio Dino de Castro e Costa


SECRETÁRIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO
Cynthia Celina de Carvalho Mota Lima
PRESIDENTE DO INSTITUTO MARANHENSE DE ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS E CARTOGRÁFICOS
Felipe Macedo de Holanda
DIRETOR DE ESTUDOS E PESQUISAS
Dionatan Silva Carvalho
DIRETORA DE COMUNICAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE DADOS
Lígia do Nascimento Teixeira
DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO
André Luiz Lustosa de Oliveira
DIRETOR DE ESTUDOS AMBIENTAIS E CARTOGRÁFICOS
Josiel Ribeiro Ferreira

COORDENAÇÃO
Erivam de Jesus Rabelo Pinto Junior
João Carlos Souza Marques

ELABORAÇÃO
Aline de Avila Rocha Jainne Soares Coutinho
Anderson Nunes Silva João Carlos Souza Marques
Dionatan Silva Carvalho Marlana Portilho Rodrigues
Erivam de Jesus Rabelo Pinto Junior Paulo Eduardo Robson Mendes
Geilson Bruno Pestana Moraes Rafael Thalysson Costa Silva
Gianna Beatriz Cantanhede Rocha de Lima Renan Lessa da Costa
Humberto Victor Santos Chaves Talita de Sousa Nascimento

COLABORAÇÃO
Marcelo de Sousa Santos

REVISÃO/DIAGRAMAÇÃO CAPA/DIREÇÃO DE ARTE


Camila Carneiro Yvens Goulart
NORMALIZAÇÃO
Dyana Pereira

Boletim de Conjuntura Econômica Maranhense / Instituto Maranhense


de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos-IMESC. v. 6, n. 2
(abr./jun. 2018). – São Luís: IMESC, 2018.

Trimestral

63 p.

1. Economia – Maranhão I. Instituto Maranhense de Estudos


Socioeconômicos e Cartográficos

ISSN 2595-2234
CDU 33 (812.1)
APRESENTAÇÃO

Temos a honra de apresentar ao público a segunda edição do Boletim Trimestral de Conjuntura


Econômica do Maranhão do ano de 2018, referente ao segundo trimestre do ano. O Boletim, fruto do
trabalho de uma das linhas de pesquisa do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e
Cartográficos (IMESC), tem por missão subsidiar o Governo do Estado com informações sobre a
dinâmica da atual economia maranhense, bem como sobre as perspectivas de curto e médio prazos. A
análise estrutura-se em três dimensões, tomando como base o panorama das Economias
Internacional, Nacional e, sobretudo, Maranhense. O trabalho inicia com o aprofundamento do Cenário
da Economia Internacional, a partir da dinâmica das principais Economias Avançadas e Emergentes.
Na segunda parte, trata-se a Conjuntura Econômica Nacional, através de indicadores de Nível de
Atividades (PIB, Produção Industrial, Comércio, Endividamento e Inflação); Comércio Exterior e Balanço
de Pagamentos (Commodities, Balança Comercial e Balanço de Pagamentos); Mercado de Trabalho e
Finanças Públicas. Na parte final, são apresentados os indicadores disponíveis acerca da Economia
Maranhense: o Nível de Atividade Econômica do Estado é analisado por meio de indicadores da
Produção Agrícola, Financiamento Imobiliário, Comércio, Endividamento, Produto Interno Bruto
Maranhense e Investimentos. Além dessas informações, o Boletim contém análises relacionadas aos
indicadores do Comércio Exterior (Movimentação Portuária e Comércio Exterior); Mercado de Trabalho
Estadual (Formal e Informal) e Municipal e, por fim, das Finanças Públicas Estaduais (Receitas,
Despesas e Responsabilidade Fiscal). Com uma ampla base de informações, o Boletim de Conjuntura
Econômica do Maranhão destina-se aos gestores e técnicos governamentais das mais diversas áreas,
aos empresários, trabalhadores e potenciais investidores, aos acadêmicos e pesquisadores, assim
como ao público interessado em geral.
SIGLAS
ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios
ABECIP Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança
ABEEÓLICA Associação Brasileira de Energia Eólica
ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações
ANFAVEA Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
ASPLAN Assessoria de Planejamento Estratégico
BACEN Banco Central Do Brasil
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CAF Corporação Andina de Fomento
CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção
CCCC China Communications Construcion Company
CEF Caixa Econômica Federal
CEMAR Companhia Energética do Maranhão
CIDE Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
CNC Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
CNI Confederação Nacional da Indústria
COPOM Comitê de Política Monetária
DBGG Dívida Bruta do Governo Geral
DCL Despesa Corrente Líquida
DLSP Dívida Líquida do Setor Público
DPF Dívida Pública Federal
DTP Despesa Total com Pessoal
EMAP Empresa Maranhense de Administração Portuária
FBCF Formação Bruta de Capital Fixo
Fecomércio/MA Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Maranhão
FENABRAVE Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores
FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
FGV Fundação Getúlio Vargas
FPE Fundo de Participação do Estado
FUNDEB Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica
G7 Grupo dos Sete
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICEI Índice de Confiança do Empresário Industrial
ICMS Imposto sobre circulação de mercadorias e Serviços
IEMA Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão
IFI Instituição Fiscal Independente
IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IPREV Instituto de Previdência dos Servidores do Estado
IPVA Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
IR Imposto de Renda
LSPA Levantamento Sistemático da Produção Agrícola
MDIC Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
MPF Ministério Público Federal
NUCI Nível de Utilização da Capacidade Instalada
ONU Organização da Nações Unidas
OPEP Organização dos Países Produtores de Petróleo
PAM Pesquisa Agrícola Municipal
PIB Produto Interno Bruto
PIS Programa de Integração Social
PMC Pesquisa Mensal do Comércio
PNADc Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
SECTI Secretaria da Ciência Tecnologia e Inovação
SEDUC Secretaria da Educação
SEFAZ Secretaria da Fazenda do Estado
SEINC Secretaria de Estado de Indústria Comércio e Energia
SELIC Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
SEMA Secretaria de Meio Ambiente
SEPE Secretaria Extraordinária de Programas Especiais
SEPLAN Secretaria de Planejamento do Estado
SES Secretaria Estadual de Saúde
SFH Sistema Financeiros de Habitação
SINFRA Secretaria de Estado da Infraestrutura
SIUP Serviços Industriais de Utilidade Pública
STFC Serviço de Comunicação, Serviço de Telefonia Fixa Comutada
STN Secretaria do Tesouro Nacional
TEGRAM Terminal de Grãos do Maranhão
UEMA Universidade Estadual do Maranhão
VAB Valor Agregado Bruto
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Brasil: Taxas de Crescimento do PIB Trimestral (em %), entre o 1º Tri/15 e o 1º Tri/18 (com
ajuste sazonal) ......................................................................................................................................... 15
Tabela 2. Brasil: Desempenho Trimestral da Indústria por Categoria de Uso, Resultados Mensais do
Trimestre Encerrado em abr/18,Comparações Interanual, Mensal e Trimestral(com ajuste sazonal), e
Acumulado em 12 meses......................................................................................................................... 18
Tabela 3. Brasil: Taxas de Crescimento do Volume de Vendas do Comércio Varejista (em %) - Fev/18 a
Abr/18 e acumulado em 12 meses (em %) .............................................................................................. 20
Tabela 4. Brasil: Balanço de Pagamentos 2015 a 2018* (US$ milhões) ................................................ 25
Tabela 5. Internacional: Cotação Média Anual, Mensal e Projeções para as Principais Commodities
Presentes na Balança Comercial Brasileira e Maranhense. Valores em US$ (nominal) ........................ 27
Tabela 6. Brasil: Balança Comercial de 2010 até 2018*, Valores em FOB US$ Milhões......................... 28
Tabela 7. Brasil: Pauta de Exportações por Fator Agregado de 2016 até 2018* Valores em FOB US$
milhões Participação e Variação em %.................................................................................................... 28
Tabela 8. Brasil: Pauta de Importações por Fator Agregado de 2016 até 2018* Valores em FOB US$
milhões Participação e Variação em %.................................................................................................... 29
Tabela 9. Brasil: Saldo de emprego formal por subsetor de atividade econômica, de 2015 a 2018*, saldo
em maio* de 2017 e 2018 e Variação Absoluta ...................................................................................... 30
Tabela 10. Brasil: Resultado Primário do Governo Central- 2017*, 2018*, abr/17 e abr/18, Crescimento
em % Nominal e Real inflacionado pelo IPCA – (R$ milhões) ................................................................. 32
Tabela 11. Brasil: Benefícios Previdênciários, Pessoal e Encargos Sociais, Sentenças Judiciárias e
Precatórios – OCC e efeito do pagamento do pagamento de precatórios - Var. Absoluta (Em R$ Milhões,
corrigido pelo IPCA até abr/18) - 2017*, 2018*, abr/17 e abr/18 ........................................................... 32
Tabela 12. Maranhão: Estimativa de área plantada e colhida, produção e rendimento médio dos
principais produtos acompanhados pelo LSPA - 2017 e Mai/2018 ....................................................... 36
Tabela 13. Brasil, Nordeste e Maranhão: Total de Financiamentos para Aquisição de Imóveis (R$
milhões inflac. IPCA), Participação do Nordeste e Brasil 2007 a 2017, Taxa Média de Crescimento Anual
2007 a 2017 (% a.a.), 2017/2016 e Taxa de Crescimento 2018/2017 (acumulado até Março) e
participação do Maranhão no Nordeste e no Brasil (%) .......................................................................... 38
Tabela 14. Brasil: Taxas de juros dos bancos para a aquisição de imóveis com recursos da caderneta
de poupança por linhas de financiamento - % a.a. ................................................................................. 39
Tabela 15. Maranhão: Volume de vendas do Comércio Varejista Restrito e Ampliado - abr/18 ........... 39
Tabela 16. Maranhão: Investimentos Privados e Públicos Estaduais e Federais em Andamento e
Projetados (R$ milhões) - 2018 a 2022 ................................................................................................... 42
Tabela 17. Maranhão: Dez maiores investimentos privados em andamento e anunciados - 2018 a 2022
.................................................................................................................................................................. 43
Tabela 18. Maranhão: Etapa 1 do programa corredor de transporte e integração sul norte - cronograma
de desembolso (valores em US$) ............................................................................................................ 47
Tabela 19. Maranhão: Etapa 2 do programa corredor de transporte e integração sul norte do -
cronograma de desembolso (valores em R$) ......................................................................................... 48
Tabela 20. Maranhão: Balança Comercial de 2010 a 2018*, Valores em US$ milhões e Variação (%) . 51
Tabela 21. Maranhão: Principais Produtos Presentes na Pauta de Exportações de 2016 a 2018* (Valores
em US$ milhões (FOB) e Quantidade em 1000/t.) .................................................................................. 52
Tabela 22. Maranhão: Pauta Anual das Importações por Categoria de Uso de 2016 a 2018*, Participação
do Total e Variação (Valores em FOB US$ milhões e Participação e Variação em %) ........................... 52
Tabela 23. Maranhão: Principais Produtos das Importações de 2016 até 2018*, Valores em US$ milhões,
Quantidade em 1000/t e Var (%) .............................................................................................................. 53
Tabela 24. Nordeste: Geração de Emprego formal, acumulado* de 2016 a 2018*; saldo mensal e
variação absoluta..................................................................................................................................... 54
Tabela 25. Maranhão: Geração de emprego formal de 2015 a 2018*, segundo subsetores de atividade;
saldo mensal e variação absoluta. .......................................................................................................... 55
Tabela 26. Maranhão: Saldo de empregos celetistas por município, segundo Setores de Atividade:
maiores e menores saldos de contratações no acumulado de 2018* ................................................... 56
Tabela 27. Maranhão: Número de ocupados, segundo os Grupamentos de Atividade, de 2015 a 2018,
em mil pessoas, Variação Absoluta, Taxa de crescimento (%) ............................................................... 58
Tabela 28. Brasil e Maranhão: Ocupados por posições na ocupação, categorias de emprego e taxa de
crescimento (%) de 2015 a 2018* ............................................................................................................ 59
Tabela 29. Maranhão: Receitas do Estado a Valores Constantes (R$ Milhões, corrigidos pelo IPCA até
mai/18), Cresc. (%), Variação Absoluta, Percentual de Trans. Correntes/Rec. Total, Rec. Trib./Rec. Total
e ICMS/Rec. Tributárias - 2016 e 2017, mai/17 e mai/18 ...................................................................... 61
Tabela 30. Maranhão: Arrecadação de ICMS por Setor de Atividade Econômica: Valores Constantes
(IPCA até abr/18) em R$ Milhões, Part. %, cresc. e Var. Absoluta - 2016, 2017, abr/17 e abr/18 ......... 63
Tabela 31. Maranhão: Despesas do Estado a Valores Constantes (R$ Milhões, corrigidos pelo IPCA),
Cresc. (%) de 2016, 2017, mai/17 e mai/18 ............................................................................................. 64
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Mundo: Taxa de Câmbio: Evolução do Índice de preço do Dólar contra principais cestas de
moedas (DXY:CUR) Base: 1973=100 e Valor do Real e Dólar de jun/1995 até jun/2018 ....................... 13
Gráfico 2. Mundo: Evolução da Cotação do Petróleo Brent e dos Índices de Preços de Laspeyers das
commodities energéticas e Não energéticas, Base: 2010=100 de mai/90 até mai/18 .......................... 13
Gráfico 3. Brasil: Taxa de Crescimento do PIB Trimestral (em %), 1º Tri de 2018 em relação ao 1º Tri de
2017 (com ajuste sazonal) ...................................................................................................................... 16
Gráfico 4. Brasil: Evolução do Nível de Utilização da Capacidade Instalada, entre abr/12 e abr/18 ..... 19
Gráfico 5. Brasil: Evolução do Índice do Volume de Vendas do Comércio Varejista Ampliado (Número-
índice: 2014 =100) - dessazonalizado - Abr/05 a Abr/18 ....................................................................... 21
Gráfico 6. Brasil: Evolução do crédito em relação ao PIB (%) - total, pessoas jurídicas e pessoas físicas
- abr/07 a abr/18...................................................................................................................................... 21
Gráfico 7. Brasil: Concessão de crédito com recursos livres para aquisição de veículos para pessoas
físicas - Trimestral - abr/16 a abr/18...................................................................................................... 22
Gráfico 8. Brasil: Percentual de Famílias Endividadas, Com Contas em Atraso e Sem Condições de Pagá-
las (em %) - mai/11 a mai/18 .................................................................................................................. 22
Gráfico 9. Brasil: Evolução do IPCA; Preços dos Monitorados, Não Comercializáveis e Comercializáveis
- Percentual Acumulado em 12 Meses entre mai/99 e mai/18 .............................................................. 23
Gráfico 10. Brasil: Curva de Juros Futuros (DI x Pré) períodos selecionados, entre jul/18 e jul/24 em %.
(abr/18, mai/18 e jun/18) ......................................................................................................................... 24
Gráfico 11. Brasil: Massa de rendimentos reais* (R$ em bilhões) e Taxa de desocupação (%), por
trimestres móveis, de fev/13 a abr/18..................................................................................................... 30
Gráfico 12. Brasil: Resultado do Setor Público Consolidado em % do PIB - acumulado 12 meses - 2002
a 2018* ..................................................................................................................................................... 34
Gráfico 13. Brasil: Dívida Bruta do Governo Central em % do PIB – 2002 a 2018 .................................. 34
Gráfico 14. Maranhão: Índice do Volume de Vendas do Comércio Varejista Ampliado - dessazonalizado
- (Número-Índice: 2014=100) - abr/04 a abr/18 ..................................................................................... 40
Gráfico 15 São Luís: Famílias Endividadas, com contas em atraso e sem condições de pagá-las (%) –
jun/14 a jun/18......................................................................................................................................... 40
Gráfico 16. São Luís: Principais dívidas das famílias (%) – Jun/2018 ................................................... 41
Gráfico 17. Maranhão: Investimentos do Governo Estadual em Andamento por Segmento (R$ milhões)
.................................................................................................................................................................. 45
Gráfico 18. Maranhão: PIB nominal (em R$ milhões) e Taxa de Crescimento real do PIB - 2010 a 2019
.................................................................................................................................................................. 48
Gráfico 19. Maranhão: Variação em volume do Valor Adicionado do PIB, segundo os setores de
atividade econômica (valores em %) - 2011 a 2019 ............................................................................... 50
Gráfico 20. Brasil, Nordeste e Maranhão: Taxa de desocupação das pessoas na força de trabalho, por
trimestres de 2012 a 2018, (em %) .......................................................................................................... 57
Gráfico 21. Maranhão: Rendimento Médio Real (Em R$) de todos os trabalhos e massa real de
rendimentos (R$ bilhões) - 1º tri/2012 a 1º tri/2018, inflacionados pelo IPCA a preços de fev/18 ...... 60
Gráfico 22. Maranhão: Despesa Total com Pessoal em Relação à Receita Corrente Líquida e Limites da
LRF (em %) – 3º Quadri/06 a 1º Quadri/18 ............................................................................................. 65
Gráfico 23. Maranhão: Dívida Consolidada Líquida em relação à Receita Corrente Líquida e limites da
LRF (em %) - 3º Quadri/06 a 1º Quadri/18 .............................................................................................. 66
Gráfico 24. Maranhão: Dívida Consolidada Líquida em relação à Receita Corrente Líquida (em %) - UFs*,
1º Quadri/17 a 1º Quadri/18 .................................................................................................................... 66
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO......................................................................................................................................... 2
SIGLAS........................................................................................................................................................ 3
LISTA DE TABELAS .................................................................................................................................... 5
LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................................................... 7
SUMÁRIO .................................................................................................................................................... 9
SUMÁRIO EXECUTIVO .............................................................................................................................. 10
1. CENÁRIO INTERNACIONAL ............................................................................................................... 12
2. CENÁRIO NACIONAL ......................................................................................................................... 15
2.1. Nível de Atividades ................................................................................................................... 15
2.1.1. Produto Interno Bruto ....................................................................................................... 15
2.1.2. Produção Industrial ........................................................................................................... 18
2.1.3. Comércio ........................................................................................................................... 19
2.1.4. Endividamento e Crédito ................................................................................................... 21
2.1.5. Inflação .............................................................................................................................. 23
2.2. Balanço de Pagamentos e Comércio Exterior .......................................................................... 25
2.2.1. Balanço de Pagamentos ................................................................................................... 25
2.2.2. Commodities ..................................................................................................................... 26
2.2.3. Balança Comercial ............................................................................................................ 28
2.3. Mercado de Trabalho ................................................................................................................ 29
2.4. Finanças Públicas..................................................................................................................... 31
3. CENÁRIO ESTADUAL......................................................................................................................... 36
3.1. Nível de Atividades ................................................................................................................... 36
3.1.1. Produção Agrícola ............................................................................................................. 36
3.1.2. Financiamento Imobiliário ................................................................................................ 37
3.1.3. Comércio ........................................................................................................................... 39
3.1.4. Endividamento e Inadimplência ........................................................................................ 40
3.1.5. Investimentos.................................................................................................................... 41
3.1.6. Produto Interno Bruto ....................................................................................................... 48
3.2. Comércio Exterior ..................................................................................................................... 50
3.2.1. Comércio Exterior .............................................................................................................. 50
3.3. Mercado de Trabalho ................................................................................................................ 53
3.3.1. Municipal ........................................................................................................................... 56
3.4. Finanças Públicas..................................................................................................................... 60
3.4.1. Receitas Estaduais ............................................................................................................ 60
3.4.2. Despesas Estaduais .......................................................................................................... 64
3.4.3. Responsabilidade Fiscal ................................................................................................... 65
SUMÁRIO EXECUTIVO

Christiane Lagarde, Diretora-Chefe do FMI, afirmou, em evento recente, que “nuvens escuras se
acumulam no horizonte do crescimento econômico mundial”. Vivemos a fase final de um ciclo de
crescimento sincronizado entre os principais blocos da economia globalizada. Os Estados Unidos, sob
a presidência de Trump, convivem com robustas taxas de crescimento econômico, “pleno emprego”,
com taxas de desocupação em mínimos históricos de 20 anos, embora com inegável deterioração da
qualidade dos empregos.
Espetáculos midiáticos à parte, podemos ver no plano interno aos EUA um Trump se fortalecendo para
as midterms elections, anunciando um ambicioso pacote de ampliação dos gastos públicos (+1,7
trilhão, sob a forma de renúncia fiscal e ampliação de gastos em infraestrutura) e de crescente
protecionismo. Ambos os vetores reforçam a elevação da inflação naquele país, contribuindo para a
valorização do dólar frente às demais moedas conversíveis, e, muito especialmente, frente ao Peso
argentino e ao Real brasileiro.
Outro fator com impacto significativo é a valorização do preço do petróleo, em virtude do crescimento
da demanda mundial, redução dos estoques nos EUA e contração da oferta por parte dos países
integrantes da OPEP. Assim, deverá continuar o processo de elevação das taxas básicas de juros nos
EUA, que realizaram duas elevações nesse ano (para 2%).
Nesse cenário, deve-se atentar à Argentina, terceiro maior cliente das exportações brasileiras e o
principal no que se refere à aquisição de bens industrializados, sobretudo, de automóveis. No caso
brasileiro, o grande volume de recursos envolvidos na intervenção nos mercados cambiais nas últimas
semanas, sem impedir a retomada das pressões sobre o Real (que provavelmente ultrapassará o
patamar de R$ 4,0/US$ ainda neste mês de julho), indica que a vulnerabilidade do Brasil à mudança do
ciclo financeiro global é significativa e, em caso de inação no front fiscal no próximo governo, poderá
se aprofundar perigosamente.
A fragilidade das candidaturas presidenciais comprometidas com uma agenda de reformas, a provável
fragmentação no campo popular e o fortalecimento (até o momento) da candidatura de Jair Bolsonaro,
ampliam as incertezas quanto aos rumos do país, em um momento em que o investimento agregado,
público e privado, patina em patamares incompatíveis com a retomada do crescimento econômico. O
quadro de estagnação, ou algo pior, compromete fortemente a situação fiscal não apenas da União,
mas também dos Estados e Municípios, com destaque para aqueles das regiões Norte e Nordeste, mais
dependentes das transferências e outros gastos federais.
No Estado do Maranhão, a retomada do setor varejista dependerá sobretudo da recuperação do
mercado de trabalho, assim como da melhoria das condições de crédito, mas a liberação do PIS/PASEP
deverá ter efeitos positivos no curto prazo. Estima-se que poderá haver incremento de R$ 700 milhões
ao orçamento familiar dos maranhenses, sendo dúvida qual será a repartição entre a ampliação do
consumo das famílias, ou pagamento de dívidas.
O monitoramento dos investimentos privados e públicos realizado pelo Grupo de Conjuntura do IMESC
revela que, a despeito das incertezas predominantes no plano nacional e internacional, avança no
Estado um bloco de investimentos públicos e privados em andamento (R$ 6,9 bilhões) e planejados (R$
5,6 bilhões). São projetos nas áreas de movimentação portuária (R$ 2,7 bilhões, somando-se os
investimentos nos Portos do Itaqui e no novo Projeto da WTorre e seus parceiros chineses), transporte
e logística (R$ 1,5 bilhão, com destaque para a ampliação da Ferrovia Norte-Sul), de transmissão e
geração de energia (R$ 1,2 bilhão, com destaque para os grupos EDP Energia, no Sul do Estado e Ômega,
em Paulino Neves e Barreirinhas), além da construção de uma fábrica da Cervejaria Itaipava, do Centro
de Distribuição do Grupo Mateus, entre outros projetos estruturantes.
No Plano Fiscal, mesmo o Maranhão estando em uma situação melhor do que a ampla maioria dos
demais estados, novos desafios estão sendo adicionados. No caso das Receitas, houve, no primeiro
ano de Governo, uma expressiva redução na rubrica “Outras Despesas Correntes”, a partir da
renegociação e racionalização de um grande conjunto de contratos. A melhoria da eficiência nos gastos
correntes combinou-se com uma gestão tributária eficiente, reconhecida nacionalmente, que permitiu
compensar de forma parcial a queda no valor real das transferências federais para o Estado (os
municípios maranhenses, a maioria deles, não tiveram como compensar tais perdas), tendo havido
também a busca de novas fontes de financiamento (Banco de Fomento Andino, Caixa Econômica
Federal, FIDA, entre outros) e a reorientação de parcela expressiva da operação com o BNDES,
contratada na gestão anterior.
A profunda crise recessiva brasileira de 2014-16, foi responsável pela queda real nas transferências
federais para o Estado, ao mesmo tempo em que fatores estruturais ampliam as despesas de forma
sustentada, a exemplo dos gastos previdenciários, herdados do passado, que se traduzem em déficit
de R$ 40 milhões mensais. Por outro lado, o aumento de 13,7% (R$ +371 milhões) dos gastos com
Outras Despesas Correntes, no período de janeiro a maio de 2018, comparado com o mesmo período
do ano anterior, foi fortemente influenciado pelo crescimento do custeio, tendo em vista a maturação
de investimentos realizados, desde 2015, nos setores de infraestrutura, educação, saúde, segurança e
assistência social.
Como resposta criativa ao desafio colocado pelo enrijecimento de despesas, destaca-se, por exemplo,
avanços na arrecadação da Receita Patrimonial (+78,7%, R$ +106,4 milhões), relacionados à
reavaliação do patrimônio dos servidores, a partir da criação do Instituto de Previdência dos Servidores
do Estado do Maranhão (IPREV). Um exemplo do que se pode fazer quando se combina uma gestão
fiscal responsável com o comprometimento com a melhoria das condições de vida da população.
Felipe de Holanda
1. CENÁRIO INTERNACIONAL
Estados Unidos, Europa, China e Índia mantêm a resiliência do crescimento econômico mundial, mas
mercado financeiro aponta para turbulências e incertezas monetárias, sobretudo, devido às pressões
inflacionárias

O histórico encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura, mais do que o
comprometimento com protocolos ou cronogramas de desnuclearização, foi uma imensa vitória do
ditador norte-coreano em fortalecer-se, para tentar blindar seu governo e controlar internamente o
inevitável processo de reunificação na península. Observe-se que, ao contrário do que apareceria como
prioridade nos entendimentos para o ex-presidente Barack Obama, não houve nos comunicados que
se seguiram à cúpula qualquer menção ao reiterado desrespeito aos direitos humanos pela ditadura
norte-coreana. Para Trump, o espetáculo midiático produziu ganho de pontos com amplas parcelas de
seu eleitorado, além de ampliar a pressão sobre a China, em meio aos crescentes contenciosos
comerciais.
• Nos dias anteriores ao evento em Cingapura, Trump havia se encontrado com os demais
líderes do G71, tradicionais aliados de Washington. Fiel ao estilo de seu antigo programa
televisivo, Trump virou o tabuleiro do jogo, negando-se a assinar comunicado conjunto sobre
a importância do livre comércio e insultando o primeiro ministro canadense, Justin Trudeau,
como “fraco e desonesto”, acusando os canadenses de manterem elevadas tarifas sobre
produtos americanos e afirmando que irá ampliar os impostos sobre importações de
veículos, minério e aço.
• No plano interno aos EUA observa-se Trump se fortalecendo para as midterms elections, e
anunciando um ambicioso pacote de ampliação dos gastos públicos (+1,7 trilhão de dólares,
sob a forma de renúncia fiscal e ampliação de gastos em infraestrutura) e de crescente
protecionismo. Tais vetores reforçam a elevação da inflação nos EUA, contribuindo para a
valorização do Dólar frente às demais moedas conversíveis, e, muito especialmente, frente
ao Peso Argentino e ao Real Brasileiro. Outro fator com impacto significativo é a valorização
do preço do petróleo, em virtude do crescimento da demanda mundial, redução dos estoques
nos EUA e contração da oferta por parte dos países integrantes da Organização dos Países
Produtores de Petróleo (OPEP). Assim, deverá continuar o processo de elevação das taxas
básicas de juros nos EUA, que realizaram duas elevações nesse ano (para 2%).
• A valorização do Dólar impacta diretamente a dinâmica do comércio internacional e a
precificação das commodities (que negociadas em Dólar), o que afeta diretamente a inflação
de países importadores, tanto destes produtos, quanto de mercadorias advindas dos EUA.
• As relações dos EUA com países da Europa e da Ásia estão se alterando com a administração
de Donald Trump. Na reunião do G7, ocorrida em junho deste ano, o presidente também
disparou críticas ao presidente da França, Emmanuel Macron, poucos dias antes do inédito
encontro com o líder Norte Coreano. Essa mudança de postura faz parte da política “America
First” de Trump, que vem retirando os EUA de iniciativas multilaterais, tais como o Acordo de
Paris e a declaração no encontro do G7, que são vistas como um impedimento ao
crescimento econômico dos EUA, trazendo tensões às relações comerciais globais.
• Interpretação forçada de leis anti-imigração dos EUA, levou a administração Trump a
implantar práticas de segregação familiar entre os imigrantes ilegais. Diante da reação da
opinião pública mundial, Trump (de olho em extensas parcelas do eleitorado estadunidense
que apoiam ações agressivas contra imigrantes), ratificou as práticas segregacionistas e
anunciou a retirada dos EUA da Comissão de Direitos Humanos da Organização da Nações
Unidas (ONU): tempos de downgrade civilizatório.

1O Grupo dos Sete (G7) é um grupo internacional composto por: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão
e Reino Unido.
Gráfico 1. Mundo: Taxa de Câmbio: Evolução do Índice de preço do Dólar contra principais cestas de
moedas (DXY:CUR) Base: 1973=100 e Valor do Real e Dólar de jun/1995 até jun/2018

1,40 120,0

DólarIndex (Cesta de moedas)


1,20
Valor do Real em Dólar

100,0
1,00
80,0
0,80
60,0
0,60
40,0
0,40
0,20 20,0

0,00 0,0

Preço do Real em Dólar DXY:CUR


Fonte: Federal Reserve Economic Data – FRED, 2018

• A valorização do petróleo, que encerrou o mês de maio deste ano em US$ 76,65/bbl
(comparada à média de US$ 30,0 em 2016), é outro agravante gerador de pressões
inflacionárias, pois é o insumo energético de maior peso nas atividades econômicas (a maior
parte dos sistemas logísticos, geradores de energia via combustão e atividades industriais
dependem ou possuem alguma relação com o petróleo e seus derivados). Agregado à
elevação do Dólar, torna-se mais impactante seu efeito encarecedor e em cadeia sobre
maioria das atividades produtivas e logísticas. O Gráfico 2 ilustra como os preços das
commodities, tanto energéticas como as não energéticas e o do petróleo tendem a evoluir
juntos no decorrer do tempo. O que pode-se perceber é a relação entre os impactos da
elevação dos preços das energéticas em função de uma valorização do brent, isso se dá,
pois as commodities energéticas tendem a ser, de certo modo, substitutas, e, que sua
produção e comercialização dependem direta ou indiretamente do preço do petróleo.

Gráfico 2. Mundo: Evolução da Cotação do Petróleo Brent e dos Índices de Preços de Laspeyers das
commodities energéticas e Não energéticas, Base: 2010=100 de mai/90 até mai/18
140,00 300,00
120,00 Índice de Laspyers :2010=100
Preço do Brent em US$

250,00
100,00
200,00
80,00
150,00
60,00
40,00 100,00

20,00 50,00

0,00 0,00

Petróleo Brent Índice - Energéticas Índice - Não Energéticas


Fonte: World Bank Commodities Outlook

• Nos Países Emergentes, com a elevação das taxas de juros dos Estados Unidos, o
financiamento advindo de investidores estrangeiros, caso não se verifique um novo ciclo de
alta nos juros domésticos, poderá ser direcionado para aplicações mais rentáveis (e de
menor risco), nos EUA.
• A valorização do Dólar, age duplamente sobre as exportações brasileiras: ao mesmo tempo
que amplia os custos de insumos e de transporte da produção, eleva também os ganhos no
comércio exterior. Desta forma, dado que a demanda mundial por produtos agropecuários
cresce de forma constante, o problema consiste em saber como isso impactará na
rentabilidade dos produtores agrícolas brasileiros em relação aos preços ainda baixos das
commodities no mercado internacional.
• Nesse cenário, deve-se atentar à Argentina, terceiro maior cliente das exportações
brasileiras, mas o principal no que se refere à aquisição de bens industrializados, sobretudo,
de automóveis. Os argentinos não possuem um colchão de superávits em Transações
Correntes e nem de reservas internacionais, tornando-se muito mais volátil a especulações
e oscilações cambiais e pressões inflacionárias. Além disso, parcela significativa de sua
dívida atual é em Dólar.
• Das exportações brasileiras, 7,8% destina-se à Argentina, que adquire principalmente
produtos do setor automobilístico, principal vetor da atividade industrial do Brasil. Com o
aperto da crise fiscal e do endividamento, e com a possibilidade de captação de recursos
junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), é possível que os argentinos tenham sua
renda reduzida, e, consequentemente, o consumo por automóveis também seja impactado,
causando danos substanciais à indústria nacional brasileira, que já é bastante reduzida e
atua sobretudo nos países latinos.
2. CENÁRIO NACIONAL
2.1. Nível de Atividades
2.1.1. Produto Interno Bruto
PIB Brasileiro começa 2018 com crescimento de 0,4%, o dobro da taxa apurada no último trimestre de
2017. Diante dos três primeiros meses do ano passado, o PIB cresceu 1,2%. Mesmo com a alta
observada, o nível de atividade da economia no primeiro trimestre de 2018 ainda é 5,7% inferior ao pico
da atividade econômica observado no primeiro trimestre de 2014

A economia brasileira registrou expansão de 0,4% nos três primeiros meses de 2018, em relação ao
último trimestre do ano anterior2. Esse foi o quinto resultado positivo após oito quedas sucessivas
nesta base de comparação (Tabela 1). Tal resultado foi puxado pelo bom desempenho da Agropecuária,
pelo Consumo das Famílias e pelos Investimentos, ainda que estes últimos continuem insuficientes
para recuperar as perdas ocorridas em trimestres anteriores.

Tabela 1. Brasil: Taxas de Crescimento do PIB Trimestral (em %), entre o 1º Tri/15 e o 1º Tri/18 (com
ajuste sazonal)
Crescimento Tri sobre Tri anterior
PIB Trimestral 2015 2016 2017 2018
1 Tri 2 Tri 3 Tri 4 Tri 1 Tri 2 Tri 3 Tri 4 Tri 1 Tri 2 Tri 3 Tri 4 Tri 1 Tri
Ótica da Oferta
Agropecuária 2,6 -2,8 -0,4 1,8 -6,1 0,2 1,9 3,1 11,6 -2,6 -1,8 -0,1 1,4
Indústria -2,0 -3,3 -1,6 -1,5 -0,6 0,5 -1,3 -1,6 1,3 -0,3 1,0 0,7 0,1
Extrativa mineral 2,6 0,0 -0,9 -4,3 -1,8 0,7 4,3 1,4 1,6 -0,5 0,0 -1,0 0,6
Transformação -2,3 -4,3 -3,1 -2,1 -0,4 0,5 -2,0 -1,4 1,9 0,7 1,4 1,9 -0,4
SIUP -1,9 -1,4 3,3 2,2 2,3 2,7 -0,9 0,3 1,7 -1,7 0,1 0,1 2,1
Construção Civil -2,6 -4,5 -0,6 0,2 -1,4 -1,6 -2,1 -3,1 0,1 -1,9 0,2 0,1 -0,6
Serviços -1,2 -1,5 -1,1 -0,6 -0,4 -0,6 -0,6 -0,7 0,4 0,7 0,6 0,1 0,1
Comércio -2,7 -4,4 -2,6 -1,9 -1,0 -1,0 -1,0 -0,6 0,4 2,1 1,8 0,3 0,2
Transp., armazenagem e correio -3,0 -1,6 -0,9 -1,8 -2,1 -1,8 -2,0 -1,0 2,0 1,0 0,2 1,3 0,7
Serviços de informação 1,0 -2,3 -1,3 -1,3 0,1 -0,5 0,4 -4,0 3,6 -2,4 -0,2 0,5 -1,2
Inter. Fin., Seg., Prev. Com. e Serv. 0,2 -0,6 -0,5 -0,5 -0,5 -1,6 -1,5 -0,6 0,0 0,3 0,2 -0,2 -0,1
Atividades imobiliárias 0,2 -1,0 -0,1 0,3 -0,5 0,7 -0,2 -0,3 0,7 0,6 0,5 0,8 0,5
Outros Serviços -1,1 -1,3 -2,8 -0,3 0,0 -1,3 -0,6 -0,4 0,7 0,9 -0,1 -0,5 0,6
APU -0,2 -0,1 0,5 0,3 0,1 0,4 -0,1 -0,8 -0,1 -0,2 0,3 0,4 0,1
PIB -1,3 -1,9 -1,5 -0,8 -0,8 -0,7 -0,4 -0,5 1,1 0,6 0,3 0,2 0,4
Ótica da Demanda
Consumo das famílias -1,6 -2,1 -1,8 -0,8 -1,3 -1,1 -0,4 -0,3 0,2 1,1 1,1 0,1 0,5
Consumo do governo -0,8 -0,6 0,2 -0,8 0,9 0,0 -0,5 -0,1 0,0 -0,2 -0,3 0,1 -0,4
FBCF -3,2 -8,6 -3,3 -4,8 -1,4 0,2 -2,6 -2,1 -0,8 0,4 2,0 2,1 0,6
Exportação 6,0 3,5 -0,5 4,9 -0,2 -0,5 -3,8 0,6 4,8 1,2 3,6 -0,8 1,3
Importação -0,4 -7,0 -8,0 -5,7 -4,6 9,1 -5,1 2,8 2,3 -2,8 6,5 1,6 2,5
Fonte: IBGE

Em valores correntes, o PIB somou R$ 1,6 trilhão. De janeiro a março deste ano, pelo lado da oferta,
a Agropecuária foi destaque com crescimento de 1,4%. Enquanto que a Indústria e os Serviços tiveram
alta de apenas 0,1% cada.
• O resultado da Agropecuária é explicado a partir da comparação dos dois trimestres
consecutivos: os últimos três meses do ano marcam o período em que a safra da cana-de-
açúcar tem destaque no setor, enquanto que o primeiro trimestre do ano o destaque é a
grande safra de soja, dessa forma, a comparação do último trimestre de um ano com o
primeiro trimestre do ano seguinte normalmente apresenta crescimento da produção
agropecuária.
Pelo lado da demanda, o Consumo das Famílias teve elevação de 0,5% enquanto que a Demanda do
Governo recuou 0,4%, num quadro de ajuste das contas públicas. A Formação Bruta de Capital Fixo
(FBCF) subiu 0,6%. No setor externo, as Exportações registraram ampliação de 1,3%, enquanto as
Importações cresceram 2,5% em relação ao último trimestre de 2017.

2O IBGE reviu o desempenho do PIB trimestral de 2017: Nos últimos três meses de 2017, perante o trimestre anterior, a
economia brasileira teve expansão de 0,2%, em vez de 0,1%. Entre julho e setembro, o crescimento foi de 0,3% e não de
0,2%. Contudo, no início de 2017, o resultado do PIB foi revisto para baixo: saiu de avanço de 1,3% para avanço de 1,1%.
Em relação ao primeiro trimestre de 2017 (Gráfico 3), o PIB Brasileiro avançou 1,2% entre janeiro e
março deste ano, registrando o quarto resultado positivo seguido nesse nível de comparação. A
Agropecuária voltou a chamar a atenção, dessa vez, por ter desempenho negativo (-2,6%). A Indústria
e os Serviços tiveram desempenho parecido: com avanço de 1,6% e 1,5%, respectivamente.
• A taxa negativa da Agropecuária, quando se compara o primeiro trimestre de 2018 com igual
período do ano passado, pode ser explicada pela queda na produção das principais culturas
com safra no primeiro trimestre do ano. Segundo o último Levantamento Sistemático da
Produção Agrícola (LSPA), divulgado em maio, a estimativa de produção anual de algumas
culturas diminuiu. A exceção foi a soja, que teve crescimento de 0,6%, que apesar de modesto
foi um crescimento sobre um ano em que ocorreu uma safra recorde.

Gráfico 3. Brasil: Taxa de Crescimento do PIB Trimestral (em %), 1º Tri de 2018 em relação ao 1º Tri de
2017 (com ajuste sazonal)
6,0 4,5 4,0
4,0 2,8 2,8
2,0 1,2 0,9 0,6 0,6
0,1
0,0
-2,0
-1,9 -2,2
-4,0 -2,6
-3,3
-6,0
de eletricidade e gás,…

educação públicas e…
Produção e distribuição
Atividades imobiliárias

Indústria extrativa

Construção

Agropecuária - total
Comércio

transformação

Outros serviços

Intermediação financeira,
armazenagem e correio

PIB a preços de mercado

Serviços de informação
Administração, saúde e

seguros, previdência…
Indústria de

Transporte,

Fonte: IBGE


Ainda nesse nível de comparação, a despesa de Consumo das Famílias subiu 2,8%. A alta se
deve ao comportamento dos indicadores de crédito para pessoa física3, bem como das taxas
de inflação4 e de juros5 mais baixas que as registradas no primeiro trimestre de 2017.
Contudo, o Brasil continua apresentando um mercado de trabalho deteriorado, com a renda
contribuindo negativamente para o desempenho do Consumo das Famílias.
o O mercado de trabalho ainda fraco, com aumento de vagas concentrado no Setor
Informal e Conta Própria, mostra um comportamento cauteloso dos consumidores,
que ainda estão endividados e desempregados6. No segundo e no terceiro trimestre
de 2017, o Consumo das Famílias avançou 1,1% em relação ao trimestre anterior,
impulsionado pela liberação dos recursos das contas inativas do FGTS e pela queda
da inflação, fenômenos que, provavelmente, não se repetirão em 2018.
A despesa de Consumo do Governo, no entanto, retraiu-se, em 0,8% no comparativo com os três
primeiros meses do ano passado enquanto que em relação ao setor externo, as Exportações
apresentaram avanço de 6% e as Importações subiram 7,7%.

3 De acordo com a nota para a imprensa do BACEN do dia 26 de abril de 2018, houve crescimento nominal de 5,9% do
saldo de operações de crédito do sistema financeiro nacional para pessoas físicas. Já no caso da concessão de crédito
para pessoas jurídicas, houve contração (-6,0%), ambos na variação acumulada de 12 meses.
4 Selic alcançou 6,5% a. a. no primeiro trimestre de 2018 contra 12,7% a.a. no primeiro trimestre de 2017.
5 IPCA variou 2,8% no primeiro trimestre de 2018 contra 4,9% no primeiro trimestre de 2017.
6 De acordo com a PNADc ocorreu redução da massa salarial real na ordem de 0,5%, no primeiro trimestre de 2018.
Necessidade de Financiamento da economia aumenta no trimestre

De acordo com as Contas Nacionais Trimestrais, a Necessidade de Financiamento da economia


brasileira atingiu R$ 20,3 bilhões no primeiro trimestre de 2018, contra R$ 19,4 bilhões em igual período
do ano anterior.
Tal aumento de R$ 900 milhões na Necessidade de Financiamento foi puxado principalmente pela
redução de R$ 10,7 bilhões no Saldo Externo de Bens e Serviços, fruto da queda desse saldo de R$ 12,6
bilhões nos três primeiros meses de 2017 para R$ 1,9 bilhão em mesmo período do calendário atual.
Essa redução foi parcialmente compensada pelo recuo de R$ 9,6 bilhões da Renda Líquida de
Propriedade Enviada ao Resto do Mundo, que passou de R$ 33,9 bilhões no início de 2017 para R$ 24,3
bilhões no primeiro trimestre de 2018.
O levantamento sobre as Contas Nacionais trouxe ainda que a Taxa de Poupança correspondeu a
16,3% entre janeiro e março, ante 15,8% no mesmo período de 2017.

Taxa de Investimento fica em 16% no primeiro trimestre

A Taxa de Investimento no primeiro trimestre de 2018 foi de 16% do PIB, acima do observado no
mesmo período do ano anterior, de 15,5%. Apesar da melhora, trata-se da segunda menor taxa para o
primeiro trimestre desde 1996.
No primeiro trimestre de 2018, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) apresentou crescimento de
3,5% na comparação com igual período do ano passado. Por dentro desse resultado, os Investimentos
foram puxados pelo crescimento da importação e produção interna de bens de capital, compensando
o desempenho negativo da Construção7 que recuou 2,2% entre janeiro e março, na comparação a igual
período do ano anterior.
• O comportamento da Construção foi influenciado negativamente pelo Investimento Público
nas três esferas: municipal, estadual e federal, já que a restrição orçamentária dos governos
tem forte impacto na atividade do setor. O Brasil enfrenta déficit fiscal já faz um bom tempo
e nessa situação, a rubrica Investimento é uma das primeiras a serem cortadas em
momentos de crise.
O crescimento do volume dos Investimentos reflete a melhora no nível de confiança dos
empresários, mas ainda é insuficiente para recuperar as perdas ocorridas no passado.

Investimento, Indústria e Serviços fracos explicam PIB estagnado

O resultado do PIB no primeiro trimestre de 2018 confirma a fraqueza da atividade econômica


brasileira, com atenuação do ritmo de Investimento acompanhado do fraco desempenho da Indústria e
dos Serviços. O crescimento de 0,4% em relação ao trimestre anterior, ainda é um número aquém de
ser animador, ainda que tenha ocorrido uma pequena melhoria no Consumo das Famílias quando
comparamos o primeiro trimestre de 2018 com o último trimestre de 2017. Soma-se a isso a greve dos
caminhoneiros que afetou a economia no segundo trimestre, devendo reduzir ainda mais a expectativa
de crescimento do PIB no segundo trimestre do ano corrente.
Quanto ao resto do ano, as expectativas também são desfavoráveis. O atual avanço de 0,4% veio
alinhado com as estimativas, que já haviam reduzido as projeções deste ano para a casa de 2% a 2,5%,
dado o desapontamento com os indicadores nos primeiros meses de 2018. A última edição do Boletim
Focus - Relatório de Mercado, antes do fechamento desta edição, publicado pelo Banco Central do
Brasil (BACEN) e reunindo as expectativas das principais assessorias econômicas de bancos e grandes
empresas, assim como escritórios de consultoria econômica, apontava como média das projeções
1,55% para 2018 e 2,6% para 2019, após 8 semanas de revisões baixistas em sequência.
Os impactos da greve dos caminhoneiros tendem a piorar as projeções, já que o PIB do segundo
trimestre será afetado pela paralisação. Mesmo com juros baixos, a incerteza causada pela greve dos
caminhoneiros e pela proximidade de uma eleição indefinida deve levar os agentes econômicos a serem
mais cautelosos em suas decisões de investimento e consumo, variáveis de suma importância na
determinação do PIB.

7Segundo a PNADc referente ao primeiro trimestre de 2018, houve redução de 4,1% da ocupação na Construção. Além
disso, ocorreu variação nominal negativa de 0,1% das operações de crédito do sistema financeiro, segundo nota para
imprensa do BACEN citada anteriormente.
2.1.2. Produção Industrial
No mês de abril, com crescimento em todas as categorias de uso, atividade industrial registra alta pela
primeira vez no ano

A indústria encerrou o mês de abril com crescimento de 0,8% ante o mês imediatamente anterior,
liderado por alta na categoria de uso de bens intermediários (+1,0%), que foi puxada principalmente
pelos bons números da produção de alimentos, da produção de biodiesel e derivados do petróleo. As
demais categorias de uso registraram alta no mês de abril, no qual destacaram-se os bens de capital
(+1,4%) e bens de consumo duráveis (+2,8%), este último, foi puxado pela continuidade do crescimento
do setor de veículos, que também apresentou crescimento expressivo no acumulado do ano (+16,2%) e
contra o mesmo mês do ano anterior (+36,2%). No mês de abril a atividade industrial teve o primeiro
resultado positivo significativo no ano corrente8, contribuindo para um aumento de 4,4% no acumulado
dos primeiros quatro meses contra os mesmos do ano anterior.

Tabela 2. Brasil: Desempenho Trimestral da Indústria por Categoria de Uso, Resultados Mensais do
Trimestre Encerrado em abr/18, Comparações Interanual, Mensal e Trimestral (com ajuste sazonal), e
Acumulado em 12 meses
% contra mês anterior
Categoria de uso (c/ ajuste sazonal) MoM Acum. Ano 12 Meses
fev/18 mar/18 abr/18
Geral 0,1 -0,1 0,8 8,9 4,4 3,9
Bens de capital -0,7 3,8 1,4 23,3 14,1 10,1
Bens intermediários -0,9 -0,7 1,0 4,6 2,4 2,5
Bens de consumo 1,0 0,3 0,4 14,8 6,5 5,2
Bens de consumo duráveis 4,3 0,6 2,8 36,2 21,6 17,7
Semi-duráveis e não duráveis -0,9 0,5 0,5 9,6 2,8 2,4
Fonte: IBGE

•No âmbito das atividades industriais, 11 das 26, de acordo com o IBGE, cresceram no mês
de abril, e os destaques vão para o setor de produção de veículos, reboques e carrocerias
(+4,7%), setor de alimentos (+1,4%) e fabricação de coque e produtos derivados do petróleo
e biocombustíveis (+5,2%), este último, teve como principal fator de crescimento a
preferência pela fabricação de etanol ao invés de uma maior produção de açúcar este mês,
devido a uma demanda internacional menor pelo produto.
• O setor de veículos, no ano passado, foi o principal fator para o aumento da produção
industrial, e manteve bons números no ano corrente. Vale a pena citar o seu crescimento no
acumulado dos últimos 12 meses (+22,5%) e no do ano (+25,2%), denotando que o setor
segue com ímpeto em sua trajetória de retomada. Vale a pena destacar que este nível de
produção pode ser comprometido, tendo em vista que uma possível crise cambial possa se
agravar na argentina, país que corresponde a 78% das exportações de veículos segundo a
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA).
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), de abril para maio, computou queda de 1,2
pontos, ficando na marca de 55,5 pontos. Essa baixa decorre, segundo a Confederação Nacional da
Indústria (CNI), da “frustração dos empresários quanto à intensidade de recuperação econômica
observada nos primeiros meses deste ano”. Apesar da queda (3,5 pontos) que vem desde março, o
índice ainda se encontra em um patamar otimista9. Tal frustração também se reflete na queda do
indicador de condições atuais10 da empresa e da economia para o empresário industrial, a qual, em
maio, apresentou queda de 1,4 pontos, encerrando o mês na ordem de 50,1. Quanto ao indicador de
expectativas11 do empresário industrial, verifica-se 58,2 pontos no mesmo mês, queda de 1,2 pontos

8 O mês de fevereiro registrou crescimento de 0,1%, contudo, o impacto foi basicamente nulo frente aos resultados
negativos de janeiro e março.
9 O índice acima de 50 pontos caracteriza otimismo dos empresários industriais, e pessimismo quando abaixo de 50.
10 Percepção do empresário quanto às condições atuais da economia e da empresa nos últimos seis meses, quando

acima de 50 pontos o índice denota otimismo, quando abaixo, pessimismo.


11 Expectativas do empresário para a empresa e economia quanto aos próximos seis meses, quando acima de 50 pontos

o índice denota otimismo, quando abaixo, pessimismo.


na variação mensal, estando ainda em patamar otimista, embora a pesquisa tenha sido feita nas duas
primeiras semanas do mês da pesquisa, período anterior à greve dos caminhoneiros.

Gráfico 4. Brasil: Evolução do Nível de Utilização da Capacidade Instalada, entre abr/12 e abr/18
90,0
85,5 CNI FGV

85,0

80,0 77,9
84,0

75,0
75,5
70,0 72,4 74,9

65,0

Fonte: CNI

O Nível de Utilização de Capacidade Instalada (NUCI) encerrou no mês de abril em 77,9% nos dados
da CNI, queda de 0,2% ante março, enquanto em igual período, o dado calculado pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV) teve aumento de 0,4%, encerrando o mês com 75,5%. Dessa forma, os dados de
capacidade instalada da CNI e FGV estão em um patamar em torno de 5,9% e 10,1% abaixo de seus
respectivos picos históricos. Segundo a CNI, os setores de produtos alimentícios, e o de coque e
produtos do petróleo puxaram a queda da capacidade instalada no mês de abril, com reduções de 1,2%
e 2,1, nessa ordem, indo na contramão dos seus respectivos crescimentos da produção industrial desse
mês.
Embora a indústria tenha crescido no acumulado do ano (+4,4%) e no acumulado dos últimos 12
meses (+3,9), esta poderá sofrer nos próximos meses choques negativos em função da greve dos
caminhoneiros, a qual, segundo estimativas do ministério da fazenda, geraram prejuízos em torno de
0,2% do PIB. Os choques da greve provavelmente afetarão a indústria no seguimento de fabricação de
produtos alimentícios, a qual corresponde a quase 15% da indústria geral, que embora apresente uma
menor elasticidade renda com relação às outras atividades, este setor é um dos que mais sofrerá devido
ao alto grau de perecibilidade dos produtos utilizados nesta cadeia.

2.1.3. Comércio
No acumulado de 2018, encerrado em abril, o volume de vendas do comércio varejista ampliado cresceu
7,4%, notadamente, influenciado pelo setor de Veículos, motocicletas, partes e peças (+22,2%)

No acumulado do ano 2018, encerrado em abril, o volume de vendas do comércio varejista restrito
brasileiro cresceu 3,4%, conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE. Na
comparação mensal, com ajuste sazonal, as vendas cresceram 1,0% em relação ao mês de março. No
acumulado de 12 meses, cresceu 3,7%, e em relação às vendas de abril de 2017, cresceram 0,6% (Tabela
3).
Tabela 3. Brasil: Taxas de Crescimento do Volume de Vendas do Comércio Varejista (em %) - Fev/18 a
Abr/18 e acumulado em 12 meses (em %)
Acum. 12
Abr/17
Atividades Variação Mensal % (*) do ano meses
(**)
(%) %
fev/18 mar/18 abr/18
Comércio Varejista Restrito 0,0 1,1 1,0 0,6 3,4 3,7
Combustíveis e lubrificantes -1,3 1,9 3,4 -1,3 -4,1 -2,9
Hiper., super., prod. Alim., beb. e fumo -0,9 0,1 1,0 0,0 5,0 3,5
Tecidos, vestuário e calçados -0,9 0,8 0,3 -7,3 -3,1 4,8
Móveis e eletrodomésticos 1,6 0,7 0,7 5,6 2,6 9,6
Art. farm., méd., orto., perf. e cosm. 1,3 1,2 1,5 10,3 6,3 5,5
Livros, jornais, revistas e papelaria 1,6 -0,7 0,9 -4,1 -7,6 -5,2
Equip. e mat. Escrit., inform. Comum. 3,6 -3,8 4,8 4,9 2,1 0,1
Outros art. uso pessoal e doméstico -0,7 0,7 0,0 -0,1 8,0 5,6
Comércio Varejista Ampliado 0,8 1,1 1,3 8,6 7,4 7,0
Veículos, motocicletas, partes e peças 3,1 3,2 1,9 36,5 22,2 13,0
Material de construção 0,6 0,4 1,7 15,9 6,6 10,3
Fonte: IBGE (*) com ajuste sazonal (**) contra o mesmo mês do ano anterior

No primeiro quadrimestre do ano, quatro das oito atividades econômicas que compõem o varejo
restrito apresentaram resultado positivo: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,0%);
Hipermercados e Supermercados (5,0%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e
cosméticos (6,3%); Móveis e Eletrodomésticos (2,6%) e Equipamentos e materiais de escritório (2,1%).
Enquanto os setores de atividade econômica de Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,6%);
Combustíveis e Lubrificantes (-4,1%) e Tecidos, vestuário e calçados (-3,1%) foram negativos (Tabela
3).
Em seu conceito ampliado12, o volume de vendas do varejo, no acumulado do ano, cresceu 7,4%. Na
comparação mensal, com ajuste sazonal, subiu 1,3%; na comparação com abril de 2017, o volume de
vendas aumentou em 8,6%, e nos últimos 12 meses, +7,0% (Tabela 3).
No varejo ampliado, o setor de Veículos, motocicletas, partes e peças teve destaque com o
crescimento de 1,9% no volume de vendas em abril de 2018, com ajuste sazonal. Quando comparado
com o mesmo mês do ano anterior, a alta foi de 36,5%; no acumulado do ano (+22,2%) e nos últimos 12
meses (+13,0%).
É importante salientar que a reação do setor automotivo ocorre após um período de desempenho
fortemente negativo, impactado pela recessão econômica do país. Fatores como a redução da taxa de
juros para o financiamento de aquisição de veículos novos para pessoas físicas e a reação, ainda que
tímida, do mercado formal de trabalho, são os principais fatores que explicam a performance do
comércio varejista no mês de abril. No mês de abril de 2018, a taxa média de juros para esse tipo de
operação foi a menor (21,5% a.a.), desde dezembro de 2013 (21,3% a.a.), conforme os dados divulgados
pelo Banco Central. Quanto ao emprego formal, no mês de abril, registrou-se o maior saldo de admitidos
e desligados, 115,9 mil, desde abril de 2014 (132 mil vagas), conforme os dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (CAGED).
Apesar dos resultados positivos para o mês de abril, o volume de vendas do comércio varejista
ampliado (92,5 pontos) se encontra 11,5% aquém do pico da série, de 104,5 pontos em agosto de 2012
(Gráfico 5). Assim, o varejo não conseguiu recuperar as perdas de 2015 e 2016. O patamar elevado do
desemprego, a recuperação lenta do consumo das famílias e o cenário de incerteza em relação à
economia contribuem para o adiamento das compras das famílias, principalmente, as de maior valor.

12 O Varejo Ampliado inclui o Varejo e as atividades de Veículos, motocicletas, partes e peças e de Material de Construção.
Gráfico 5. Brasil: Evolução do Índice do Volume de Vendas do Comércio Varejista Ampliado (Número-
índice: 2014 =100) - dessazonalizado - Abr/05 a Abr/18
110
Ago/12: 104,5
100
92,5
90

80

70

60

50

40

Fonte: IBGE

2.1.4. Endividamento e Crédito


O crédito para pessoas físicas em relação ao PIB encontra-se estável, porém com contração no caso
das pessoas jurídicas. Em maio de 2018, o percentual de famílias inadimplentes aumentou 1,4% em
comparação com maio de 2017

De acordo com os dados divulgados pelo BACEN, em abril de 2018, o saldo total de crédito caiu 2,1%,
em termos reais, em comparação com abril de 2017. Em relação ao PIB, o crédito recuou 0,1 ponto
percentual em abril (46,5%) frente a março (46,6%) e queda de 1,8 p.p em comparação com abril de 2017
(Gráfico 6). O crédito para pessoas físicas em relação ao PIB encontra-se estável, enquanto para as
pessoas jurídicas há forte contração (-21,2%), está abaixo do pico da série de dezembro de 2015
(+28,5%) em 7,2 p.p.

Gráfico 6. Brasil: Evolução do crédito em relação ao PIB (%) - total, pessoas jurídicas e pessoas físicas
- abr/07 a abr/18
60,0

50,0 46,5

40,0

30,0
25,3
20,0 21,2

10,0

0,0

Saldo da Carteira Pessoas Jurídicas Pessoas Físicas

Fonte: BACEN

De acordo com os dados divulgados pelo BACEN, em abril de 2018, as novas concessões de crédito
expandiram, em termos reais, 2,1% em relação a abril de 2017. Para pessoas físicas, a concessão de
crédito caiu 0,5% em abril em comparação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto para as pessoas
jurídicas houve crescimento de 5,6% nessa base de comparação. Contudo, o crédito para aquisição de
veículos para pessoas físicas, embora tenha caído até dezembro de 2016, vem demonstrando
recuperação: no acumulado dos últimos três meses, encerrado em abril, houve crescimento real de
22,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme o Gráfico 7. Esse desempenho ajuda a
explicar o desempenho do varejo, no setor de Veículos, motocicletas, partes e peças, no mês de abril.

Gráfico 7. Brasil: Concessão de crédito com recursos livres para aquisição de veículos para pessoas
físicas - Trimestral - abr/16 a abr/18

25,3
24,0

22,3
30,0

21,5

21,1
19,7

19,6
19,5

18,4
18,0
17,4
16,3
13,3
20,0

11,1
4,6
10,0

2,9
0,0

-3,3
-10,0
-6,5
-9,6

-20,0
-15,3
-17,2
-20,8
-21,8
-23,9
-24,3

-30,0

-40,0

Fonte: BACEN

A inadimplência com o sistema de crédito, segundo os dados do Banco Central, está em queda tanto
para as pessoas físicas e pessoas jurídicas: em abril, houve redução de 0,4 p.p. e 0,9 p.p.,
respectivamente, em comparação com abril de 2017. Porém, o comprometimento da renda com os
serviços da dívida (juros e amortizações) vêm aumentando nos primeiros meses de 2018: em março,
correspondia a 20,3%, acima 4,4 p.p. do menor nível da série em março de 2011 (15,8%).
Adicionalmente, o percentual de famílias que afirmam que não terão condições de pagar as suas
dívidas (9,9%) aumentou no mês de maio: +1,4%, em comparação com maio de 2017 (Gráfico 8). No
trimestre, encerrado em maio, a inadimplência avançou 2,4%, frente ao mesmo período do ano anterior,
conforme dos dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC).

Gráfico 8. Brasil: Percentual de Famílias Endividadas, Com Contas em Atraso e Sem Condições de Pagá-
las (em %) - mai/11 a mai/18
70,0%
59,1%
60,0%

50,0%

40,0%

30,0%
24,2%
20,0%
9,9%
10,0%

0,0%

Endividados Contas em Atraso Avaliam que não terão condições de pagar

Fonte: CNC

Observa-se que após pico na inadimplência, as famílias reduzem o endividamento. Em maio, na


comparação mensal, houve redução de 1,8% e na comparação com maio de 2017, registrou queda de
2,1. De acordo com a CNC, a redução do endividamento verificada nos cinco primeiros meses de 2018
reflete menor de recuperação do consumo das famílias e uma maior cautela na contratação de novos
empréstimos e financiamentos.

2.1.5. Inflação
Influenciada pelos reajustes na energia elétrica, gasolina e óleo diesel, a inflação medida pelo IPCA
subiu de 0,22%, em abril, para 0,40% em maio13. Os efeitos da paralisação dos caminhoneiros foram
parcialmente contabilizados no mês

No acumulado de janeiro a maio, a inflação foi de 1,33%, a menor inflação para o período desde o
início do Plano Real, em 1994. Em 12 meses, o IPCA subiu 2,86%, acima dos 2,76% apurados nos 12
meses imediatamente anteriores. O índice está a 11 meses abaixo do piso da meta de inflação, de 3%
(Gráfico 9).
Os efeitos da paralisação dos caminhoneiros ainda não mostraram toda a sua força no IPCA de maio
de 2018, ainda que os preços dos alimentos tenham disparado no final do mês. Em maio, por exemplo,
o preço da batata subiu 17,51%, hortaliças tiveram alta de 4,15% e o leite, 2,65%. No resultado do mês,
o preço dos alimentos subiu 0,32%, sendo que somente uma parte dessa alta é reflexo do aumento dos
preços durante o período da paralisação. Dessa forma, já que a paralisação ocorreu no final do mês14,
o impacto deve se estender para o índice do mês de junho.
O preço dos Serviços continua em queda, em razão do baixo poder aquisitivo da população, já que o
desemprego continua em um nível elevado e as famílias continuam com receio de efetuar consumo: no
acumulado de 12 meses, saiu de 3,46% em abril de 2018 para 3,32% em maio.

Gráfico 9. Brasil: Evolução do IPCA; Preços dos Monitorados, Não Comercializáveis e Comercializáveis
- Percentual Acumulado em 12 Meses entre mai/99 e mai/18
25,0
IPCA
20,0 Monitorados
Não Comercializáveis
15,0 Comercializáveis

10,0 8,14

5,0 2,86

0,0 2,85
-0,89
-5,0

Fonte: IBGE, BACEN

• O grupo Habitação apresentou a maior variação dentre os grupos (+0,83%) e a maior


contribuição relativa (+0,13 p.p.). O destaque foi a Energia Elétrica, que aumentou 3,53%,
correspondendo a +0,12 p.p. no índice do mês. Além da vigência, a partir de 1º de maio, da
bandeira tarifária amarela, adicionando a cobrança de R$0,01 a cada kw/h consumido, 7 das
15 áreas pesquisadas sofreram reajuste nas tarifas (para pagar o custo de térmicas).
• O grupo Alimentação e Bebidas apresentou alta de 0,32% em maio: Tanto os Alimentos para
Consumo no Domicílio quanto a Alimentação Fora, apresentaram aumento do nível de preços
registrando, respectivamente, +0,36% e +0,26% em maio.
• O grupo dos Transportes (+0,4%) apresentou os maiores impactos individuais no índice do
mês. A gasolina apresentou 3,34% de aumento e 0,15 p.p. de impacto e as passagens aéreas

13 O índice de maio é o primeiro a incorporar em seu cálculo, além de três novas áreas (Rio Branco/AC, São Luís/MA e
Aracaju/SE) a nova metodologia de apropriação das variações dos itens mão de obra para pequenos reparos e
empregado doméstico, baseados na PNADc.
14 A greve começou em 21 de maio e se estendeu por 11 dias.
(-14,71% e -0,05 p.p.). O óleo diesel apresentou alta de 6,16% (+0,01 p.p. de impacto). Já o
etanol registrou queda de 2,73% mantendo com participação de -0,03 p.p. no índice do mês.
o A variação do preço gasolina, além dos reajustes da Petrobras, que somaram 8% no
mês, também pode refletir efeitos da paralisação dos caminhoneiros, que elevou os
preços registrados nas bombas no fim do mês. Entretanto, com a greve dos
caminhoneiros e o desconto de 10% no preço do diesel a partir do dia 24 de maio, o
último período da coleta registrou preços menores.
É importante ressaltar que, de acordo com o IPEA15, em maio, ao contrário dos meses anteriores,
houve maior pressão inflacionária nas classes mais pobres da população brasileira. O Instituto observa
que enquanto a inflação das famílias com menor poder aquisitivo registrou alta de 0,41%, a inflação dos
bens e serviços consumidos pela parcela mais rica da população foi de +0,38%. A taxa de inflação maior
para as classes mais baixas é explicada pela piora no comportamento dos preços dos alimentos e da
energia elétrica, já que quantia considerável da renda dessas famílias é destinada à compra de tais
itens. Por outro lado, a inflação das classes mais elevadas foi pressionada, principalmente, pela
aceleração nos preços dos combustíveis, que tem grande impacto no grupo Transportes.

Copom encerra o ciclo de corte na taxa básica de juros e mantém em 6,5% a.a. pela segunda vez
consecutiva, mas a volatilidade no cenário econômico internacional e nacional (político-econômico)
faz o mercado revisar suas expectativas

A partir da última reunião do Copom realizada 20 de junho de 2018, o BACEN se manteve firme em
relação ao fim do ciclo de flexibilização monetária que havia iniciado em outubro de 2016, mantendo
pela segunda vez, a taxa básica de juros em 6,5% a.a. Segundo o Copom, a conjuntura econômica indica
uma política monetária estimulativa, com taxas de juros abaixo da estrutural mas reitera que os efeitos
dos choques recentes no nível de preços poderão afetar as projeções da Selic. Assim, a deterioração
nas expectativas é evidente, com variações de até 130 pontos base (pb) entre as curvas de juros dos
dias 23 de maio e 21 de junho para janeiro de 2020, maior variação da série (Gráfico 10).

Gráfico 10. Brasil: Curva de Juros Futuros (DI x Pré) períodos


selecionados, entre jul/18 e jul/24 em %. (abr/18, mai/18 e jun/18)

25/abr 23/mai 21/jun


12,00
11,60 Já no início da série, pode-
11,20 se observar uma deterioração
10,80 +1,0
expressiva das expectativas,
10,40 sendo que em janeiro de 2019,
10,00
9,60
+0,8 a diferença entre as curvas de
9,20 juros mais recentes é de 50 pb.
8,80 Somado a isso, os últimos
8,40 eventos ocorridos no cenário
8,00 +1,3 político-econômico do país
7,60 (variações nos preços dos
7,20 combustíveis seguido da greve
6,80 dos caminhoneiros) gerou
6,40
maior incerteza quanto à
6,00
inflação.

Fonte: Advanced Financial Network – ADVFN/BM&F BOVESPA

• A recente desvalorização cambial abriu espaço para incertezas maiores no que diz respeito
à inflação. Destaca-se que na primeira semana de junho, a taxa de câmbio chegou ao pico
de R$ 3,81/US$. Diante disso, o BACEN anunciou uma oferta de 30 mil contratos de swap

15 Carta de Conjuntura Número 39 Disponível em:


<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/conjuntura/180611_cc_39_inflacao_por_renda_mai_18.pdf>.
cambial com vencimentos em agosto, outubro e dezembro.
• Já no último dia 15 de junho de 2018, o BACEN lançou mais 8.800 contratos de swap cambial,
sendo 2.000 com vencimento em setembro, 3.000 para novembro e o restante para janeiro
de 2019. Destaca-se que esse lote foi lançado no mercado após o BACEN ter vendido, no
mesmo dia, 35 mil papéis, equivalentes a US$ 1,75 bilhão.
• Para Carlos Langoni, um dos ex-presidentes do BACEN, os efeitos da Taxa Selic no patamar
em que se encontra atualmente já estão se esgotando, pois não restam mais ferramentas
para impulsionar de forma mais expressiva a atividade econômica. Há inclusive quem
aponte, como por exemplo, o estrategista-chefe da corretora Coinvalores, Paulo
Nepomuceno, que a Taxa Over-Selic deverá voltar ao ciclo de alta, inicialmente com três
aumentos seguidos de 0,5 p.p. a partir de agosto.
• Ressalta-se que esse argumento ganha força diante do recém aumento na taxa de juros dos
Estados Unidos (de 1,75% a.a. para 2,0% a.a.). Dessa forma, para evitar uma grande fuga de
capitais, que poderá gerar uma desvalorização ainda maior da taxa de câmbio, caso o Copom
continue mantendo a taxa Selic em 6,5% a.a., o BACEN deverá intensificar a política de swap
cambial.
• No caso brasileiro, o grande volume de recursos envolvidos na intervenção nos mercados
cambiais nas últimas semanas, sem impedir a retomada das pressões sobre o Real, indica
que a vulnerabilidade do Brasil à mudança do ciclo financeiro global é significativa e, em
caso de inação no front fiscal no próximo governo, poderá se aprofundar perigosamente.

2.2. Balanço de Pagamentos e Comércio Exterior


2.2.1. Balanço de Pagamentos
Contração de liquidez internacional e incertezas quanto ao pleito eleitoral brasileiro podem
desencadear impactos negativos as contas externas do Brasil em 2018

O saldo das transações correntes até abril deste ano totaliza um déficit de US$ 2,5 bilhões, melhora
de 25,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente o bom resultado das exportações
favoreceu a queda deste déficit de tal forma, que conduziu a relação transações correntes/PIB para -
0,4% (23,9% melhor que o mesmo período do ano anterior). O principal fator para este equilíbrio das
contas externas foi a compressão das importações, que neste ano, até abril, cresceram 17,3% contra o
mesmo acumulado de 2017. Se comparado com 2014, as importações estão 36,9% menores, o que
denota o ainda baixo nível de atividade econômica do país e a lenta recuperação.

Tabela 4. Brasil: Balanço de Pagamentos 2015 a 2018* (US$ milhões)


Var. % Acumulado até Abril Var. %
Discriminação 2015 2016 2017
17/16 2017* 2018* 17/16
TRANSAÇÕES CORRENTES -58.882 -23.681 -9.615 59,4 -3.500 -2.600 25,7
Balança comercial (Bens e Serviços) -19.249 14.569 30.198 107,3 10.666 7.690 -27,9
Balança Comercial - Bens 17.670 45.025 64.037 42,2 20.554 18.496 -10,0
Balança Comercial - Serviços -36.919 -30.456 -33.839 11,1 -9.888 -10.806 9,3
Renda Primária -42.357 -41.237 -42.454 3,0 -14.819 -11.101 25,1
Rendas Secundária 2.724 2.986 2.641 -11,6 653 810 24,0
CONTA CAPITAL + FINANCEIRA -54.294 -17.182 -5.211 69,7 -2.066 10 100,5
Conta Capital 440 248 355 43,1 132 151 15,0
Conta Financeira -54.734 -17.430 -5.566 68,1 -2.198 -141 93,6
Investimento Direto (IDE-IDP) -61.576 -71.148 -64.400 9,5 -28.756 -18.145 36,9
Investimento Direto no Exterior 13.498 7.748 6.286 -18,9 774 2.220 186,7
Investimento Direto no País 75.075 78.896 70.686 -10,4 29.530 20.366 -31,0
Investimento em Carteira -22.047 19.120 12.557 -34,3 2.184 -7.322 -435,2
Outros Investimentos 23.871 26.635 40.478 52,0 16.684 15.925 -4,5
TRANSAÇÕES CORRENTES (%PIB) -3,3 -0,3 -0,1 56,7 -0,5 -0,4 23,9
RESERVAS INTERNACIONAIS 356.464 365.016 373.972 2,5 374.945 379.979 1,3
Fonte: BACEN
•O saldo da balança comercial brasileira no acumulado até abril é de US$ 18,4 bilhões, 10%
menos que o resultado visto nos primeiros 4 meses do ano anterior. Mesmo com aumento
do valor das exportações (+9,1%) no período em questão, as importações registraram uma
taxa superior de crescimento (+17,3%), reduzindo o superávit na balança comercial.
o Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), dos produtos
que lideram a pauta de exportação, todos, com exceção de minerais metálicos (-11,9%),
obtiveram crescimento em valor exportado no acumulado até abril desse ano contra o
mesmo período de 2017, os quais são: soja (+2,7%), petróleo e derivados (+20,4%) e
veículos e materiais de transporte (+34,5%).
o Entretanto, problemas na Argentina com relação ao câmbio, em função da atual
contração de liquidez internacional, pode significar uma baixa nas exportações, sendo
este país, de acordo com a ANFAVEA, destino de 78% das exportações do segmento de
veículos do Brasil.
• O saldo até abril da conta de serviços apresenta um déficit 9,3% maior do que o dos quatro
primeiros meses do ano anterior, totalizando em déficit de US$ 10,0 bilhões. Embora a conta
de transporte e viagens ainda permaneça em trajetória de declínio, com déficit expressivo de
US$ 2,0 bilhões e US$ 4,0 bilhões respectivamente, o aluguel de equipamentos ainda
constitui a conta de maior peso negativo, cujo saldo registra um déficit de US$ 5,0 bilhões.
• O saldo atual de 2018 da renda primária encerrou abril com déficit de US$ 11,1 bilhões, 25,1%
melhor que o mesmo período do ano anterior. Este resultado foi puxado principalmente pela
redução do déficit em 50% dos pagamentos dos juros de operações intercompanhia.
Os investimentos diretos no país este ano totalizam US$ 20,4 bilhões, 30,1% a menos que igual
período do ano anterior. Mesmo levando em consideração a volatilidade mensal desta conta, se trata
de um resultado ruim, principalmente, se analisado, o saldo acumulado dos últimos doze meses contra
os dozes meses imediatamente anteriores, o qual foi 27,3% menor. Resultado condizente com as
incertezas com relação ao pleito eleitoral e o cenário de aumento paulatino da inflação relacionado ao
aumento recente da taxa de câmbio com risco de pass through.

2.2.2. Commodities
Impulsionadas por alta do petróleo, preço das commodities energéticas e dos fertilizantes avançam
rapidamente em maio

A tendência de elevação dos preços das commodities vinha sendo observada desde o segundo
semestre de 2017. Contudo, ao término do primeiro trimestre de 2018, as não energéticas (+2,1%),
apontaram um movimento de arrefecimento da valorização e os minerais depreciaram (-2,1%). Em
2018, a alta do petróleo nos últimos dias de maio trouxe ventos de mudança, nos quais a alta dos preços
deve prevalecer. Impactados por uma demanda mundial crescente e baixo nível dos estoques nos
Estados Unidos, desenha-se para a commodity um panorama de possível alta para 2018 e 2019, com
expectativas para ficar cotado próximo de US$ 80/bbl. No comparativo entre maio de 2018 e maio de
2017, o preço do petróleo já havia registrado alta de 46,1%. Caso atinja a média de US$ 80, isto
significaria aumento de 58,6%.
Tabela 5. Internacional: Cotação Média Anual, Mensal e Projeções para as Principais Commodities
Presentes na Balança Comercial Brasileira e Maranhense. Valores em US$ (nominal)
Médias anuais 2017 2018 Cresc. (%) Projeções
Descrição No No Mai18/
2016 2017 2018 Mai Dez Abr Mai 2018 2019
ano mês Mai17
Energéticas
Petróleo Crude¹ ($/bbl) 44,0 54,4 67,0 46,9 64,2 67,5 68,5 6,7 1,5 46,1 65,0 65,0
Gás Natural - US ($/mmbtu) 2,5 3,0 3,0 2,9 2,8 2,7 2,7 -0,9 0,8 -7,0 3,0 3,1
Grãos
Soja, Grãos ($/mt) 405,7 400,6 418,3 380,0 399,0 448,0 463,0 16,0 3,3 21,8 415,0 424,0
Milho ($/mt) 159,2 154,5 163,7 157,9 149,0 180,6 189,3 27,1 4,8 19,8 165,0 168,0
Proteína Animal
Carne Bovina ($/kg) 3,9 4,2 4,2 4,5 4,1 4,3 4,2 4,2 -0,3 -6,4 4,3 4,2
Matérias Primas Agrícolas
Pasta de Celulose² ($/mt) 802,0 851,4 1085,8 856,4 800,0 1.120,5 1.132,0 41,5 1,0 32,2 - -
Algodão ($/kg) 1,6 1,8 2,0 1,9 1,9 2,1 2,2 16,9 4,0 17,8 2,0 2,0
Fertilizantes
Fosfato, rocha ($/mt) 112,2 89,7 84,3 93,0 80,0 86,0 86,0 7,5 0,0 -7,5 95,0 97,0
DAP ($/mt) 345,3 354,3 403,7 350,0 385,0 420,0 428,0 11,2 1,9 22,3 390,0 395,0
TSP ($/mt) 290,5 276,3 281,0 277,0 278,0 296,0 305,0 9,7 3,0 10,1 315,0 320,0
Uréia ($/mt) 199,3 219,8 228,3 185,0 219,0 235,0 238,0 8,7 1,3 28,6 220,0 226,0
Metálicas e Minerais
Alumínio ($/mt) 1.603,9 1.967,7 2.153,6 1.885,3 2.080,5 1.956,7 1.844,1 -11,4 -5,8 -2,2 2.175,0 2.100,0
Minério de Ferro ($/dmtu) 58,4 71,8 74,7 57,5 72,3 63,2 56,1 -22,3 -11,2 -2,3 64,0 60,0
Cobre ($/mt) 4.867,4 6.169,9 6.957,2 5.719,8 6.833,9 6.591,8 6.384,5 -6,6 -3,1 11,6 6.800,0 6.816,0
Ouro ($/troy oz) 1.249,0 1.257,6 1.328,9 1.260,3 1.264,5 1.318,6 1.312,5 3,8 -0,5 4,1 1.300,0 1.282,0
Fonte: World Bank; INSEE; NBSK Chicago INDEX. ¹média dos índices; ²valor de maio/18 é estimativa.³projeções realizadas em abr/18

A alta na cotação do petróleo desencadeia uma série de elevações nos preços das demais
commodities e mercadorias. No ano corrente, as commodities energéticas já valorizaram (+17,3%) e as
não energéticas (+5,9%). Até então, o maior peso encontrava-se nos grãos (+13,8%) e nas bebidas
(+9,4%), enquanto as commodities agrícolas em geral, cresceram 7,2%.
• Esse aumento nas cotações das commodities agrícolas deu-se em função de condições
desfavoráveis na Argentina (Soja e Milho) e mudança no destino do Milho dos EUA, que
voltou-se à fabricação de etanol no lugar de outros derivados;
• No caso das bebidas, a alta originou-se dos preços do Café, cuja produção foi menor que a
esperada na América Latina, e do Cacau, que viu sua oferta reduzida devido a efeitos
climáticos na Costa do Marfim e em Gana, maiores produtores mundiais. Na contrapartida,
o preço dos chás caiu 23% devido à superprodução, beneficiada pelo clima, na Índia, Sri
Lanka e Quênia;
• As matérias-primas brutas tiveram suas cotações com crescimento de 6% este ano,
fortalecidas pela: alta de 11% no algodão, resultante de uma expectativa de quebra na
produção na Índia (-3%), maior produtor; recuperação dos preços da Borracha (+7%) na
Tailândia e no Vietnam; e na Pasta de Celulose (+41,5%), devido ao crescimento da demanda,
sobretudo com novos usos para a commodity na indústria de tecnologia, uso em
embalagens e forte demanda por parte da China com a oferta global razoavelmente estável
e custos de produção ascendentes (que dificultaram a produção em algumas empresas,
reduzindo o fornecimento);
• Da mesma forma, os Fertilizantes registraram alta neste ano (+6,8%) impulsionados por uma
demanda robusta da América Latina e Ásia, destacando-se o Brasil, a Índia e a China.
Atualmente a oferta mundial de fertilizantes sofreu reduções devido ao custo de produção
ter se elevado e ao fechamento algumas fábricas na Tunísia, devido às greves e problemas
de custo. Contudo, introdução de nova capacidade instalada está prevista na Rússia e no
Canadá ainda para este ano, o que deverá suprir a demanda e reduzir os preços;
Conforme o cenário observado, percebe-se que os preços das commodities caminham em uma
perspectiva de alta em relação ao ano anterior. Contudo, devemos adicionar às expectativas uma alta
potencial de 50% no preço das commodities energéticas, impulsionada pelo petróleo tipo brent (que
possui peso de 84,6% sobre o índice energético) caso fique na média de US$ 65/bbl no ano corrente,
conforme espera o Banco Mundial; essa alta teria capacidade de inflar substancialmente os preços
mundiais, o que, acrescido à valorização do dólar, gera expectativa de um cenário conturbado para o
comércio mundial.

2.2.3. Balança Comercial


Alta dos preços internacionais do petróleo elevam o valor das importações brasileiras de combustíveis
e lubrificantes e ressaltam o problema da dependência nacional do refino externo

No acumulado de 2018 até maio, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 24,2
bilhões. Contudo, o ritmo das importações (+17,9%) crescem em nível superior ao das exportações
(+6,5%), desenhando um cenário de possível inversão para os próximos anos, onde as importações
superariam as exportações.

Tabela 6. Brasil: Balança Comercial de 2010 até 2018*, Valores em FOB US$ Milhões
Corrente
Exportação A Importação B A-B
Anos Saldo (A+B) Comercial
(A) (Var %) (B) (Var %) (Var %)
(A-B)
2010 201.915 - -181.768 - 20.147 383.684 -
2011 256.040 26,8 -226.242 24,5 29.798 482.281 25,7
2012 242.580 -5,3 -223.149 -1,4 19.431 465.729 -3,4
2013 242.179 -0,2 -239.621 7,4 2.558 481.800 3,5
2014 225.101 -7,1 -229.154 -4,4 -4.054 454.255 -5,7
2015 191.134 -15,1 -171.449 -25,2 19.685 362.583 -20,2
2016 185.235 -3,1 -137.552 -19,8 47.683 322.787 -11,0
2017 217.739 17,5 -150.749 9,6 66.990 368.489 14,2
2017* 87.921 - -58.894 - 29.026 146.815 -
2018* 93.632 6,5 -69.459 17,9 24.173 163.090 11,1
Fonte: MDIC *Acumulado de janeiro até maio

As principais mercadorias que influenciaram na elevação das exportações brasileiras no acumulado


deste ano contra o mesmo período do ano passado foram: Óleos brutos de petróleo com aumento no
valor exportado de US$ 1,6 bilhões (+22,3%); a Pasta de Celulose com acréscimo de US$ 1,1 bilhões
(+51,7%); Soja, exceto para semeadura com US$ 918,2 milhões (+6,9%). Destaca-se as exportações de
Barcos-Farois/Guindastes/Docas/Diques Flutuantes, etc também foi relevante e somou no período
US$ 1,5 bilhões, mas acredita-se que seja produto de reexportação, tendo em vista a importação de
US$ 1,9 bilhões do mesmo produto no período.

Tabela 7. Brasil: Pauta de Exportações por Fator Agregado de 2016 até 2018* Valores em FOB US$
milhões Participação e Variação em %
2017 2017* 2018* Var %
CATEGORIA
US$ Part % US$ Part % US$ Part % 18/17
Total 217.739,2 100,0 87.920,7 628,3 93.631,9 694,4 6,5
Bens de Capital 21.549,7 9,9 7.711,3 55,1 9.812,6 72,8 27,2
Bens de Capital 13.579,8 6,2 4.690,2 33,5 6.706,7 49,7 43,0
Equipamentos de Transp. de Uso Ind. 7.969,9 3,7 3.021,1 21,6 3.105,9 23,0 2,8
Bens de Consumo 35.841,1 16,5 13.993,0 100,0 13.484,3 100,0 -3,6
Bens de Consumo não Duráveis 27.714,6 12,7 10.766,8 76,9 10.183,7 75,5 -5,4
Bens de Consumo Duráveis 8.126,5 3,7 3.226,2 23,1 3.300,6 24,5 2,3
Bens Intermediários 139.186,0 63,9 56.955,0 407,0 58.945,6 437,1 3,5
Insumos Industriais 86.353,4 39,7 33.226,9 237,5 35.047,3 259,9 5,5
Alimentos e Bebi. destinados à Ind. 41.665,0 19,1 19.473,7 139,2 18.968,6 140,7 -2,6
Pecas e Acess. Equip. de Transporte 10.842,6 5,0 4.106,2 29,3 4.801,8 35,6 16,9
Bens Diversos 325,0 0,1 148,1 1,1 127,9 0,9 -13,6
Combustíveis e Lubrificantes 18.492,5 8,5 8.142,8 58,2 10.136,4 75,2 24,5
Fonte: MDIC *Acumulado de janeiro até maio

Os principais produtos com crescimento no valor importado para o período em questão foram os
Combústiveis e Lubrificantes, que representaram a cifra de US$ 9,84 bilhões (+19,2%), na rubrica, os
principais produtos foram o Gasóleo (óleo diesel) que somaram US$ 2,8 bilhões(+50,3%) e os Óleos
Brutos de Petróleo que atingiram US$ 1,7 bilhões (+64,6%). A alta nesses produtos derivou da elevação
dos preços do petróleo no cenário internacional, o que impulsionou os preços médios das importações,
+16,5% para o Diesel e +20% para os Óleos brutos de petróleo; não obstante, a demanda interna por
essas mercadorias, também registrou alta de 25,5% e 31,6% respectivamente, respondendo pelo
incremento da quantidade importada.

Tabela 8. Brasil: Pauta de Importações por Fator Agregado de 2016 até 2018* Valores em FOB US$
milhões Participação e Variação em %
2017 2017* 2018* Var %
CATEGORIA
US$ Part % US$ Part % US$ Part % 18/17
Total 150.749,5 100,0 58.894,4 100,0 69.458,5 100,0 17,9
Bens de Capital 38.643,3 25,6 15.005,4 25,5 19.587,8 28,2 30,5
Bens de Capital 35.944,2 23,8 14.156,5 24,0 18.390,0 26,5 29,9
Equipamentos de Transp. de Uso Ind. 2.699,2 1,8 849,0 1,4 1.197,8 1,7 41,1
Bens de Consumo 21.184,4 14,1 8.295,6 14,1 9.642,6 13,9 16,2
Bens de Consumo não Duráveis 16.059,1 10,7 6.413,4 10,9 7.043,7 10,1 9,8
Bens de Consumo Duráveis 5.125,2 3,4 1.882,3 3,2 2.598,9 3,7 38,1
Bens Intermediários 69.584,6 46,2 27.333,9 46,4 30.384,2 43,7 11,2
Insumos Industriais 53.677,8 35,6 20.592,2 35,0 23.385,6 33,7 13,6
Alimentos e Bebi. destinados à Ind. 12.781,9 8,5 5.304,9 9,0 5.677,1 8,2 7,0
Peças e Acess. Equip. de Transporte 3.005,0 2,0 1.355,9 2,3 1.277,1 1,8 -5,8
Bens Diversos 119,9 0,1 80,9 0,1 44,3 0,1 -45,2
Combustíveis e Lubrificantes 21.337,2 14,2 8.259,5 14,0 9.844,0 14,2 19,2
Fonte: MDIC *Acumulado de janeiro até maio

• A alta dos preços internacionais do petróleo foi o principal agravante da crise registrada no
final do mês de maio que elevou os preços internos de combustíveis e desencadeou nas
manifestações dos caminhoneiros, prejudicando a corrente comercial por dois vieses: 1)
reduzindo as exportações, ao impedir a chegada de mercadorias nos portos; 2) dificultando
as importações e o abastecimento interno, interrompendo o fluxo de produtos dos portos
para as cidades.
• Ressalta-se que, os prejuízos ao país foram maiores nas exportações, dada a alta
perecibilidade das mercadorias que necessitam de armazenagem.
• Os manifestantes que impediram a circulação de mercadorias nas rodovias, atrapalharam
significativamente a chegada de produtos nos portos. Os prejuízos totais não foram
mensurados, mas empresas como a Suzano S/A alegam redução nos embarques de cerca
de 80 mil toneladas de pasta de celulose e 25 mil toneladas de papel, em função de não
conseguir escoar e/ou adquirir insumos.
• Deve-se destacar que houve uma nova desvalorização do real acrescida de valorização do
dólar, que elevou as taxas de câmbio em maio, o que deverá favorecer as empresas
exportadoras, mas, como via de mão dupla, impactar inflação interna, tendo em vista o
encarecimento dos combustíveis, dos insumos necessários à produção e até alimentos, com
destaque para o trigo e seus derivados.

2.3. Mercado de Trabalho


Taxa de desocupação brasileira marca em 12,9% no trimestre até abril, marcando uma queda na
comparação interanual. O emprego celetista registra abertura de 33,7 mil vagas no mês de maio de
2018, com liderança na Agropecuária (+29,3 mil) e dos Serviços (+18,6 mil)

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc)
(Gráfico 11), divulgada pelo IBGE, a taxa de desocupação brasileira atingiu 12,9% no trimestre móvel
encerrado em abril/2018, um crescimento de 0,7 p.p contra o trimestre anterior, após três trimestres
móveis de queda no indicador. Em relação ao mesmo trimestre móvel de 2017 (13,6%), registrou-se
uma redução de 0,7 p.p, em virtude da diminuição de 635 mil pessoas desocupadas, na mesma base
de comparação.
Gráfico 11. Brasil: Massa de rendimentos reais* (R$ em bilhões) e Taxa de desocupação (%), por
trimestres móveis, de fev/13 a abr/18

Massa de Rendimentos (Em bilhões) Taxa de desocupação


198,00 194,83 195,30 16,0
193,89 193,01
194,00 188,33
14,0
190,00 186,01
183,46 13,6
186,00 12,9 12,0
182,00 11,2 10,0
178,00 8,0
7,3 7,1
174,00 8,0
170,00
6,0
166,00
162,00 4,0

Fonte: PNADc mensal/IBGE *Inflacionada pelo IPCA, a preços de ma/18

Quanto ao número de ocupados, registrou-se recuo de 1,1% no trimestre móvel encerrado em abril
de 2018, comparado ao estoque observado no trimestre móvel anterior: foi o maior recuo contra o
trimestre móvel de novembro a janeiro desde o início da série da PNADc, em 2012. Já a massa de
rendimentos reais, auferida pelas pessoas ocupadas no país, somou R$ 193,013 bilhões no mesmo
intervalo de referência, marcando crescimento real de 2,5% ante o trimestre móvel encerrado em abril
de 2017.
No que diz respeito ao emprego celetista, de acordo com os dados do CAGED, no mês de maio de
2018 foram abertas 33,7 mil vagas formais (Tabela 9), o quinto mês consecutivo em que se verificou
saldo positivo de emprego celetista, embora se verifique pequena diminuição na comparação interanual
(-0,6 mil).
Considerando a variação relativa em relação ao estoque de 2017, o emprego formal até maio do ano
corrente no país registrou aumento de 1%. Os maiores destaques foram a Construção Civil (+2,25%) e
a Administração Pública (+1,85%), enquanto que o setor com maior perda relativa foi o Comércio (-
0,82%).

Tabela 9. Brasil: Saldo de emprego formal por subsetor de atividade econômica, de 2015 a 2018*, saldo
em maio* de 2017 e 2018 e Variação Absoluta
Acumulado Variação
Subsetores de Anual Maio
do ano* absoluta
atividade
(b-a)
2015 2016 2017 2017 (a) 2018 (b) 2017 2018
Total -1.534.989 -1.326.558 -16.104 69.596 381.166 34.254 33.659 311.570
Extrativa mineral -14.218 -11.909 -5.945 -1.180 1.245 -510 230 2.425
Ind. de Transformação -612.209 -324.159 -21.521 36.031 95.563 1.433 -6.464 59.532
SIUP -8.284 -12.789 -4.142 2.008 3.754 -387 555 1.746
Construção civil -416.689 -361.874 -103.506 -22.979 42.152 -4.021 3.181 65.131
Comércio -212.756 -197.490 43.320 -117.574 -75.948 -11.254 -11.919 41.626
Serviços -267.927 -392.575 39.783 77.598 272.732 3.891 18.577 195.134
Administração pública -11.169 -11.574 -1.175 17.095 14.319 955 197 -2.776
Agropecuária 8.263 -14.188 37.082 78.597 27.349 46.049 29.302 -51.248
Fonte: CAGED *Acumulado de janeiro a maio, com ajustes até abril.

• No que se refere ao acumulado de 2018, foram criadas 381,2 mil vagas formais, uma
diferença positiva de 311 mil postos de trabalho em relação ao mesmo período do ano
passado, o que se deve principalmente ao aumento da geração de empregos nos Serviços
(aumento de 195 mil vagas).
• Os setores com maior demanda de emprego celetista em 2018 são os Serviços (+272,7 mil),
e a Indústria de Transformação (+95,5 mil). Enquanto que o Comércio (-76 mil) continua
desmobilizando mão de obra ao longo do ano.
• Na abertura por regiões, as contratações líquidas foram mais expressivas na região Sudeste,
que contratou liquidamente 230,5 mil de trabalhadores com carteira assinada. Somente a
região Nordeste (-25,2 mil) segue com saldo negativo, embora com resultado inferior ao
registrado no mesmo período de 2017.
• Segundo o Instituto Brasileiro de Economia - IBRE16, a perda de dinamismo da economia
impactou em uma expectativa menos otimista para o crescimento do pessoal ocupado
registrará um aumento 1,8% em 2018 (projeção anterior de 2,2%) e a projeção da taxa média
de desocupação do ano deverá atingir de 11,9% (revisão altista ante os 11,6% projetados
anteriormente).

2.4. Finanças Públicas


Resultado primário do primeiro quadrimestre de 2018 melhora em relação ao registrado no mesmo
período do ano passado. No entanto, medidas fiscais para contenção da crise dos combustíveis
adicionam risco à situação das finanças públicas do país

De acordo com dados do Tesouro Nacional, ao fim do primeiro quadrimestre de 2018, as contas
públicas registraram déficit primário de R$ 5,4 bilhões, montante inferior ao observado no mesmo
período de 2017, quando o resultado negativo foi de R$ 7,2 bilhões. Considerando os resultados em
proporção ao PIB, o déficit até abril de 2018 representou -0,25%, frente a -0,34% do acumulado do ano
de 2017. O déficit menos acentuado nesse primeiro quadrimestre do ano é explicado pelo crescimento
real de 7,5% da Receita Líquida, que se deu em maior patamar que o avanço da Despesa Total, que
registrou crescimento real de 6,8%. (Tabela 10).
O desempenho das receitas continua sendo influenciado pela tributação de bases não recorrentes,
portanto desvinculadas da atividade econômica: o reajuste das alíquotas do PIS/COFINS sobre os
combustíveis rendeu até o acumulado do ano aumento de R$ 11,1 bilhões (+16%) na arrecadação de
Cofins e de R$ 2,7 bilhões (+14,1%) em PIS/PASEP; a arrecadação relativa ao Programa de
Regularização Tributária elevou-se em R$ 9,9, bilhões, com efeitos sobre as rubricas Imposto de Renda,
IPI, COFINS e CSLL, PRT e demais parcelamentos da dívida.
O estudo realizado pelo Instituição Fiscal Independente17 (IFI) demonstra a relevância de tais
receitas não recorrentes sobre a arrecadação total e, consequentemente, sobre a diminuição do déficit
primário. Segundo dados da instituição, do crescimento em termos absolutos de R$ 26,3 bilhões da
Receita Total, ao considerar os números do acumulado do primeiro trimestre do ano, 64% é creditado
aos fatores de arrecadação não recorrente de forma que os 36% restantes são explicados pelos eventos
associados à atividade econômica.
• O montante de Transferências por Repartição de Receita realizado até abril de 2018 foi 6,3%
maior frente ao realizado no mesmo período de 2017, puxado pela elevação das
transferências de FPE/FPM/IPI-EE (+5,1%) e das Compensações Financeiras (+25,6%). O
avanço da transferência desse último componente foi devido ao desempenho positivo da
Cota-Parte de Compensações Financeiras em razão do aumento na produção e no preço
internacional do petróleo.

16 Disponível em: <http://www.valor.com.br/brasil/5563319/economia-mais-fraca-ira-retardar-recuperacao-de-renda-


e-do-emprego>
17 Disponível em: <http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/541284/RAF16_MAIO2018.pdf>
Tabela 10. Brasil: Resultado Primário do Governo Central- 2017*, 2018*, abr/17 e abr/18, Crescimento
em % Nominal e Real inflacionado pelo IPCA – (R$ milhões)
Abril (val. Cresc. Cresc. Real Var. Absoluta
Constantes) nominal (%) (%) (Val. Reais)
Descriminação 2017* 2018*
2018*/ (b)/(a 2018*/ (b)/ 2018*-
2017 (a) 2018 (b) (b)-(a)
2017* ) 2017* (a ) 2017*
I. RECEITA TOTAL 460.199,6 507.492,7 129.506,4 137.706,0 10,3 9,3 7,3 6,3 34.587,4 8.199,5
Receita Administrada pela RFB 293.577,8 330.245,7 79.544,9 85.259,2 12,5 10,1 9,4 7,2 28.572,6 5.714,3
IPI 13.969,4 18.329,7 3.783,5 4.654,8 31,2 26,4 27,7 23,0 3.984,3 871,3
Imposto de Renda 134.026,5 141.423,8 39.051,4 38.939,2 5,5 2,5 2,7 -0,3 3.670,2 -112,2
Arrecadação Líquida para o RGPS 115.437,6 121.104,2 31.992,4 32.804,5 4,9 5,4 2,1 2,5 2.462,2 812,1
II. TRANSF. POR REPAR. DE RECEITA 76.876,9 83.980,9 18.493,8 18.497,4 9,2 2,8 6,3 0,0 2.985,8 -11.054,2
III. RECEITA LÍQUIDA (I-II) 383.322,7 423.511,8 111.012,6 119.208,6 10,5 10,3 7,5 7,4 21.642,5 30.410,2
IV. DESPESA TOTAL 390.569,9 428.960,1 98.356,5 112.022,1 9,8 17,0 6,8 13,9 27.546,1 13.665,6
Benefícios Previdenciários 167.439,9 182.316,9 44.316,6 44.964,8 8,9 4,3 5,9 1,5 10.244,0 648,1
Pessoal e Encargos Sociais 88.897,4 96.568,6 22.076,6 22.469,2 8,6 4,6 5,7 1,8 5.205,9 392,6
Outras Despesas Obrigatórias 65.368,4 73.709,5 13.360,3 24.005,5 12,8 84,6 9,6 79,7 6.490,0 10.645,2
Despesas Discricionárias 68.864,1 76.365,0 18.602,9 20.582,6 10,9 13,7 7,9 10,6 5.606,1 1.830,7
PAC 5.335,5 5.538,8 1.908,0 1.898,2 3,8 2,2 1,0 -0,5 55,2 -84,9
d/q MCMV 509,0 431,0 281,4 196,5 -15,3 -28,3 -17,6 -30,2 -92,2 0,0
Emissões de TDA 0,0 11,9 0,0 8,2 - - - - 3.783,6 148,9
Demais Poder Executivo 60.367,3 66.910,2 15.831,1 17.644,6 10,8 14,5 7,8 11,5 -1.161,3 1.584,7
LEJU/MPU 3.161,3 3.828,0 863,9 1.012,8 21,1 20,5 17,8 17,2 -742,7 270,4
V. FUNDO SOBERANO DO BRASIL 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - - -
VI. PRIMÁRIO GOVERNO CENTRAL -7.247,2 -5.448,3 12.656,1 7.186,5 -24,8 -41,6 -27,8 -43,2 - -
VII. Resultado Primário/PIB -0,34 -0,25 - - - - -37,4 - - -
Resultado da Previdência Social (RGPS) -52.002,3 -61.212,7 -12.324,2 -12.160,3 17,7 1,4 14,5 -1,3 - -
FONTE: STN *Acumulado do ano de janeiro a abril

Pelo lado das despesas, o crescimento dos dispêndios no comparativo do acumulado do ano até o
mês de abril foi condicionado pela antecipação do pagamento de precatórios. Até 2016 esses
pagamentos costumavam ser realizados nos meses de novembro e dezembro, em 2017 foram
antecipados para maio e junho, e em 2018 foram efetuados nos meses de março e abril com impacto
de R$ 20,2 bilhões sobre a Despesa Total (Tabela 11). De acordo com o Tesouro Nacional, se
desconsiderados os valores pagos em precatórios as contas públicas teriam registrado no acumulado
do ano superávit de R$ 14,7 bilhões.

Tabela 11. Brasil: Benefícios Previdenciários, Pessoal e Encargos Sociais, Sentenças Judiciárias e
Precatórios – OCC e efeito do pagamento do pagamento de precatórios - Var. Absoluta (Em R$ Milhões,
corrigido pelo IPCA até abr/18) - 2017*, 2018*, abr/17 e abr/18
Var. Absoluta
Descriminação 2017* 2018* abr/17 abr/17 2018*/ abr18/
2017* abr17
Benefícios Previdenciários 172.593,4 182.837,4 44.316,6 44.964,8 10.244,0 648,1
d/q Sentenças Judiciais e Precatórios 2.173,5 7.133,5 808,4 868,5 4.960,0 60,2
Pessoal e Encargos Sociais 91.651,4 96.857,3 22.076,6 22.469,2 5.205,9 392,6
d/q Sentenças Judiciais e Precatórios 626,7 4.068,0 201,6 183,3 3.441,3 -18,2
Sentenças Jud. e Precatórios - OCC 524,0 12.492,8 186,1 10.882,2 11.968,8 10.696,1
FONTE: STN *Acumulado do ano de janeiro a abril

A antecipação dos precatórios teve efeito direto sobre os valores pagos em salários ao
funcionalismo público, bem como sobre os benefícios previdenciários do RGPS e outros componentes
do gasto obrigatório: como mostra a Tabela 11, em termos absolutos, do aumento de 10,2 bilhões em
Benefícios Previdenciários, R$ 4,9 bilhões são referentes aos precatórios; do aumento de R$ 5,2 bilhões
em Pessoal e Encargos Sociais, R$ 3,5 bilhões são referentes aos precatórios; aumento de R$ 12 bilhões
da rubrica Sentenças Judiciais e Precatórios, devido à antecipação do pagamento. Ressalta-se que
mesmo sem esse fator os gastos com folha de pagamento, previdência, bem como com outros gastos
obrigatórios vêm apresentado continua dinâmica de crescimento.
Com relação às Despesas Discricionárias, no comparativo do primeiro quadrimestre de 2018 frente
ao mesmo período de 2017 houve registro de crescimento real de 7,9%. Ainda assim, o atual patamar
dos gastos discricionários é baixo igualando-se em termos reais ao nível de 2010 (R$ 76,8 bilhões até
abril) e ficando bem abaixo do nível de 2014 (R$ 112,6 bilhões até abril), último pico de alta.
• A redução de R$ 1,2 bilhões em Subsídios e Subvenções Econômicas foi condicionado em
maior medida às diminuições nos subsídios relacionados à agricultura, com destaque à
Equalização de Custeio Agropecuário (R$-544,1 milhões), Equalização de Investimento Rural
e Agroindustrial (R$-356,6 milhões) e Pronaf (R$-653,9 milhões).
• Até o mês de abril, o valor total das despesas sujeitas ao Teto dos Gastos alcançou R$ 417,8
bilhões o equivalente a 31% do limite estabelecido.
Em meio à situação fiscal ainda delicada, a crise da greve dos caminhoneiros e seus
desdobramentos levaram o Governo Federal a tomar medidas com repercussões sobre as finanças
públicas do país. Da diminuição de R$ 0,46 no preço do diesel, R$ 0,16 virão da isenção da cobrança de
CIDE e uma redução de PIS/COFINS, o que, segundo o Governo Federal, terá impacto sobre a
arrecadação de R$ 4 bilhões, que serão compensados pela reoneração da folha de pagamento. Os R$
0,30 restantes serão submetidos por subvenção econômica via MP/Crédito Extraordinário e terão
impacto de R$ 9,5 bilhões, sendo que desse total, R$ 5,7 bilhões serão compensados pela margem de
cumprimento da meta do resultado primário18 e R$ 3,8 bilhões serão compensados por cortes nas
despesas.
Há que se considerar o impacto sobre as finanças estaduais da desoneração da CIDE e do PIS
COFINS, reduzindo a base de incidência do ICMS, um montante estimado em R$ 3,67 bilhões, de acordo
com estimativas do CONFAZ. A renúncia do ICMS nos Estados da região Nordeste, segundo a mesma
estimativa, chegaria a R$ 727,8 milhões, com impacto do preço sobre o volume comercializado de R$
0,828. Na Bahia, em Pernambuco e no Maranhão, estados com maior volume de comercialização de
diesel, a renúncia de ICMS alcançaria R$ 523 milhões, R$ 109,8 milhões e R$ 108,8 milhões,
respectivamente.
Em se tratando do Resultado Primário do Setor Público Consolidado (Governo Central, Governos
Regionais e Empresas Estatais), o resultado registrado ao considerar 12 meses encerrados até abril foi
deficitário em 118,5 bilhões, -1,78% em relação ao PIB (Gráfico 12). Esse resultado ficou 0,14 p.p acima
do acumulado de 12 meses até março, que foi igual a R$ 108,3 bilhões, o equivalente a -1,64% do PIB.
Contribuíram para o resultado do acumulado até abril déficits tanto do Governo Central (R$ -118,3
bilhões) como das Empresas Estatais (R$ -287,1 milhões), em contraposição ao superávit dos
Governos Regionais (R$ 266,7 milhões).
• Ao incluir os gastos com juros de R$ 380,8 bilhões no acumulado de 12 meses até abril, o
déficit nominal foi de R$ 499,2 bilhões. Já no mês de abril os juros totalizaram R$ 29,6
bilhões, de forma que no mês o déficit nominal alcançou R$ 26,7 bilhões.

18 A avaliação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 2º bimestre 2018 é de déficit primário de R$ 152,8
bilhões em 2018, espaço de R$ 6,2 bilhões em relação à meta fiscal (R$ 159 bilhões). Disponível em:
<http://www.planejamento.gov.br/assuntos/orcamento-1/informacoes-orcamentarias/relatorio-receitas-
despesas_2bi2018.pdf/view>
Gráfico 12. Brasil: Resultado do Setor Público Consolidado em % do PIB -
acumulado 12 meses - 2002 a 2018*

3,74
3,69
4,5

3,33
3,24
3,24
3,19

3,15
No mês de abril/18, o

2,94
2,62
Governo Central e as

2,18
3,0 Empresas Estatais

1,94

1,72
registraram superávit
de R$ 5,3 bilhões e R$
1,5 25,7 milhões
respectivamente,
compensados por
0,0 déficit de R$ 2,4
bilhões dos Governos

-1,78
-1,69
Regionais. Dessa

-1,88
-0,57
-1,5 forma o resultado do

-2,47
SPC foi positivo em R$
2,9 bilhões, pior
-3,0 resultado para o mês
já registrado na série
histórica do BC.

Fonte: BACEN *Acumulado de 12 meses até abril

Persiste a trajetória de alta da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) que no mês de abril alcançou
patamar em relação ao PIB de 75,9% (R$ 5,04 trilhões), avanço de 0,6 p.p em relação ao registrado no
mês anterior e de 1,4 p.p em relação a janeiro de 2018 (Gráfico 13). Já a Dívida Líquida do Setor Público
avançou 0,3 p.p nesse primeiro quadrimestre do ano, chegando a alcançar em abril 51,9% do PIB (R$
3,44 trilhões) contra 51,6% registrado em dez/2018 (R$ 3,38 trilhões). Segundo o Banco Central, esse
avanço se deu em razão da incorporação de juros nominais (aumento de 1,8 p.p), compensados pelo
superávit primário (redução de 0,1 p.p), bem como pelo efeito da desvalorização cambial acumulada de
5,2% (redução de 0,8%) e do efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 0,7 p.p).

Gráfico 13. Brasil: Dívida Bruta do Governo Central em % do PIB – 2002 a 2018

130 Dívida Líquida do Setor Público 75,9%


120 Dívida Bruta do Governo Central
110
100
90
80
70
60 51,9%
50
40
30
20
10
0

FONTE: BACEN

O IFI estima déficit de R$ 136,5 bilhões para o Setor Público Consolidado em 2018, resultado
negativo que se reduziria para R$125,9 bilhões em 2019, de maneira que apenas em 2023 as contas
públicas voltariam a registrar superávit primário. Essa premissa levou em consideração o aumento da
probabilidade de descumprimento do teto dos gastos em 2019 e as reduções das estimativas para a
taxa de inflação (3,5% em 2018, 3,9% em 2019 e 4,1% em 2020-2030) e a Selic (6,25% em 2018, 7,5% em
2019 e 8,5% em 2020-2030), por causa do nível ainda muito elevado da ociosidade econômica.
Com relação às estimativas para a dívida, o Instituto continua projetando alcance de 75,8% da
relação DBGG/PIB em 201819, considerando a entrada de R$ 130 bilhões devidos pelo BNDES ao
Tesouro Nacional de maneira que se não contabilizado o valor nesse montante, a DBGG poderia
alcançar 77,7% do PIB no fim do ano.
No entanto, devido às medidas fiscais tomadas para contenção da greve dos caminhoneiros, as
estimativas para o ano, tanto para o Governo Central quanto para o conjunto do Setor Público, devem
ser revisadas para uma perspectiva mais pessimista, pois, ainda que a subvenção econômica à
comercialização do diesel não seja sujeita ao teto dos gastos, tal medida terá impacto sobre o resultado
primário do exercício.

19 Ver Boletim de Conjuntura Econômica Maranhense - 1º Trimestre de 2018. Disponível em:


<http://imesc.ma.gov.br/src/upload/publicacoes/1_Trimestre_de_2018_CONJ.pdf>
3. CENÁRIO ESTADUAL
3.1. Nível de Atividades
3.1.1. Produção Agrícola
Estimativa agrícola referente a maio de 2018 sugere um crescimento menor na produção graneleira
maranhense devido à quebra de safra do milho, mas ainda assim, mantém o recorde para o ano corrente

De acordo com os dados do LSPA referentes ao mês de maio de 2018, a produção graneleira está
estimada em 4.760 mil toneladas (t) em 2018, crescimento de 7,5% em comparação com a safra de
2017 (Tabela 12).

Tabela 12. Maranhão: Estimativa de área plantada e


colhida, produção e rendimento médio dos principais
produtos acompanhados pelo LSPA - 2017 e Mai/2018
Área (mil ha) Produção Rend.
Produto Período Plantada/a Colhida/a MA Médio MA
plantar colher (mil t) (Kg/ha)
Desde a primeira estimativa de
Total de

2017 (a) 1.639 1.630 4.428 2.716


Grãos

2018, a produção de grãos vinha


Mai/18 (b) 1.607 1.607 4.760 2.962
superando a cifra dos 5 milhões de
(b/a) -2,0 -1,4 7,5 9,0
toneladas. Até o mês de abril,
2017 (a) 819 819 2.335 2.851 projetava-se colher cerca de 5,3
Soja

Mai/18 (b) 920 920 2.896 3.146 milhões de toneladas de grãos, cujo
(b/a) 12,4 12,4 24,0 10,3 crescimento em relação ao ano
2017 (a) 92 92 118 1.282 anterior era de quase 20%.
Sorgo

Mai/18 (b) 106 106 297 2.810 Contudo, devido a problemas


(b/a) 15,0 15,0 152,1 119,2 climático relativos à produção de
2017 (a) 471 465 1.632 3.521 milho, notadamente, o milho 2ª safra
Milho
Grãos

Mai/18 (b) 328 328 1.204 3.084 (safrinha), a expectativa de colher os


(b/a) -30,4 -29,4 -26,3 -12,4 mais de 5 milhões de toneladas grãos
reduziu para 4,8 milhões, mas ainda
2017 (a) 75 75 44 575
Feijão

assim, em 2018 essa produção


Mai/18 (b) 73 73 42 556
atingirá um novo recorde.
(b/a) -2,5 -2,5 -5,1 -3,2 Destaca-se que a revisão para
2017 (a) 160 157 247 1.570 baixo na cultura do milho safrinha
Arroz

Mai/18 (b) 158 158 266 1.699 deve-se à falta de chuvas durante o
(b/a) -1,5 0,3 7,7 8,2 período de desenvolvimento do grão
nos municípios cuja produção é mais
Algodão

2017 (a) 22 22 52 3.796


Mai/18 (b) 22 22 56 4.102 significativa, como por exemplo,
(b/a) -0,7 -0,7 7,4 8,1 Balsas, Tasso Fragoso, São
Domingos do Azeitão, Carolina e Alto
Cana-de- Mandio-

2017 (a) 294 151 1.316 8.703


Demais culturas

Parnaíba. Somente em Balsas, maior


ca

Mai/18 (b) 282 149 1.273 8.521


produtor, as perdas foram de,
(b/a) -4,0 -1,1 -3,2 -2,1
aproximadamente, 60%.
2017 (a) 52 45 2.483 54.580
açúcar

Mai/18 (b) 49 46 2.663 58.046


(b/a) -6,3 0,8 7,2 6,4
Fonte: GCEA/LSPA/IBGE
* Para o total da produção de grãos, considerar no somatório apenas 61% do
peso do algodão herbáceo referente ao caroço, de acordo com especificações
do IBGE.

• Apesar dessa revisão para baixo na produção de milho, não houveram variações nos demais
grãos, principalmente a soja, que apresenta o maior peso (55%). No caso do feijão, esse
resultado negativo vem se mantendo desde o início do ano e, devido à baixa expressividade
em relação aos grãos, esse resultado não afetou significativamente a produção total.
• É importante ressaltar que essa situação ocorrida na cultura do milho no Maranhão não é
um fato isolado. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, houve perdas na produção de,
aproximadamente, 29,7% devido ao início do período da estiagem. Já no estado do Paraná,
a queda na produção estimada do milho foi de 18,3%.
• A produção de soja no Maranhão vem crescendo significativamente em vários municípios
ao longo dos anos. Em 2010, por exemplo, 33 dos 217 municípios maranhenses produziam
soja, ao passo que em 2016, surgiram mais 18 municípios que passaram a cultivar esse grão,
totalizando 51 municípios produtores de soja no estado. Entre estes novos produtores,
destacam-se Açailândia, Buriticupu e Itinga do Maranhão, cujas produções em 2016 foram
de 53,7, 35,7 e 31,1 mil toneladas, respectivamente.
• Dos 9 estados da Região Nordeste, apenas 3 produzem soja, segundo dados da Pesquisa
Agrícola Municipal (PAM) 2016. Entre 2010 e 2016, somente a Bahia, o Maranhão e o Piauí
produziram de forma contínua. Segundo as últimas informações disponíveis20 (2016), a
Bahia produziu cerca de 63,3% da soja nordestina, ao passo que a participação da produção
desse grão do Maranhão em relação ao total do Nordeste equivaleu a 24,2%, e o Piauí
respondeu por cerca de 12,5% da soja no Nordeste.
• Ainda em relação à cultura do milho, da mesma forma como acontece com a produção de
soja, a Bahia, o Maranhão e o Piauí destacam-se como os maiores produtores do Nordeste.
O primeiro estado concentra a maior parte da produção nordestina de milho, com cerca de
50,0%, segundo dados da PAM 2016. Em segundo lugar, está o Maranhão, com peso de
21,6%, seguido pelo Piauí (19,0%). As demais unidades da federação nordestinas participam
com 9,4% (somando seus pesos). Cabe ressaltar que Sergipe perdeu participação ao longo
dos anos, o estado que produzia o equivalente a 18,1% do milho do nordestino, perdeu em
2016 sua participação para cerca de 4,5%.
• Destaca-se que Balsas continua sendo o maior produtor de milho, desde 2011, cuja
produção cresceu cerca de 38,5% a.a. entre 2010 e 2016. Em 2010, esse município produzia
o equivalente a 18 mil t de milho, já em 2015, passou a produzir 291 mil t.
• A estimativa da produção de arroz em algumas regiões do estado segue conforme o
esperado, como por exemplo, nos municípios de Arari, Lagoa do Mato, Montes Altos e
Parnarama. No caso do primeiro município, existem duas áreas de cultivo de arroz
mecanizado, com rendimentos médios esperados entre 3.160kg/ha e 5.000kg/ha, cujas
áreas somam uma produção estimada de cerca de 9,5 mil t. Quanto ao município Lagoa do
Mato, estima-se colher nesta safra cerca de 2,5 mil t, tendo em vista a decorrência da
distribuição de sementes selecionadas dentro do período para o plantio e uma boa
perspectiva quanto ao período chuvoso.
• Quanto à produção de mandioca, a estimativa para o ano corrente é de queda na produção
de 3,2%, fruto da redução da área plantada. Isso se deve a alguns casos, como por exemplo,
do município de Lagoa do Mato, em que constatou-se a incidência de pragas que afetaram
fortemente a lavoura em questão.
• A produção de cana-de-açúcar, apesar do resultado de janeiro ter indicado uma redução na
área plantada, para o ano corrente deverá ser maior que a do ano passado. Essa queda na
área se justifica, em alguns casos, pela falta de mecanismos de custeio para os produtores
(Passagem Franca e Buriti Bravo) e em outros casos, como por exemplo, no município de
Monção, constatou-se que a área destinada ao plantio dessa cultura não existe mais e,
portanto, foi revisada pela comissão municipal.

3.1.2. Financiamento Imobiliário


Financiamento Imobiliário no Maranhão e no Nordeste seguem na contramão da média do Brasil

Segundo os dados do Sistema Financeiros de Habitação (SFH), no acumulado de janeiro a março de


2018, o total de crédito para aquisição de imóveis no Maranhão alcançou 82,6 milhões, redução de 10,8
em comparação com o mesmo período do ano anterior (ajustado pelo IPCA). Da mesma forma, no
Nordeste, a queda foi de 11,9, já no caso do Brasil, houve crescimento de 11,9 (Gráfico 14). No mês de
março, o total de financiamentos a preços constantes registrou R$ 26,1 milhões ante 40,1 milhões em
comparação ao mesmo mês do ano passado. Destaca-se que o cenário nacional segue positivo, tendo
em vista que as unidades da federação21 com maior peso no total de financiamento, apresentaram

20 Dados consolidados pelo IBGE conforme as pesquisas estruturais, tendo em vista que para os anos 2017 e 2018, os
dados ainda são estimados.
21 São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul representam cerca de 62,6% do total de financiamentos.
crescimento no acumulado do primeiro trimestre de 2018 em comparação ao mesmo período do ano
passado.

Tabela 13. Brasil, Nordeste e Maranhão: Total de Financiamentos


para Aquisição de Imóveis (R$ milhões inflac. IPCA), Participação do
Nordeste e Brasil 2007 a 2017, Taxa Média de Crescimento Anual
2007 a 2017 (% a.a.), 2017/2016 e Taxa de Crescimento 2018/2017
(acumulado até Março) e participação do Maranhão no Nordeste e
no Brasil (%)
Total Part. (%)
Ano
MA NE BR NE BR
2007 98,9 1.399,6 16.646,1 7,1 0,6
De acordo com a
2008 152,9 8.687,6 77.240,7 1,8 0,2 Associação Brasileira
2009 281,0 3.465,8 33.614,4 8,1 0,8 das Entidades de Crédito
2010 415,0 5.046,7 50.440,3 8,2 0,8 Imobiliário e Poupança
(ABECIP), o total de
2011 661,8 6.871,7 66.549,1 9,6 1,0
financiamentos
2012 852,4 8.687,6 77.240,7 9,8 1,1 imobiliários com
2013 969,1 11.511,4 102.362,3 8,4 0,9 recursos da caderneta de
2014 1.091,9 12.280,1 102.003,1 8,9 1,1 R$ 318,5 Milhões em
2017, comparado com R$
2015 713,5 8.326,6 63.491,0 8,6 1,1 1,09 bilhão, concedidos
2016 402,7 5.178,3 37.139,9 7,8 1,1 em 2014. Em
2017 318,5 4.489,0 34.604,7 7,1 0,9 comparação ao mesmo
mês do ano anterior o
2017* 92,7 1.179,5 8.047,5 7,9 1,2 resultado foi menor em
2018* 82,6 1.039,2 9.007,3 8,0 0,9 5,2%.
2007 a 2017 12,4 12,4 7,6 - -
2017/2016 -20,9 -13,3 -6,8 - -
2018/2017* -10,8 -11,9 11,9 - -
Fonte: BACEN *janeiro a março

• Apesar desse resultado negativo tanto no plano estadual quanto regional, um estudo
realizado pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) aponta que
o mercado nordestino ainda tem grande potencial de crescimento, sendo que o índice de
participação do sistema de consórcio nos imóveis adquiridos por meio de algum tipo de
financiamento no Maranhão foi de 14,7% no último ano.
• Ainda segundo a ABECIP, as taxas de juros do crédito imobiliário registraram uma leve
redução de aproximadamente 1,2 p.p. (saiu de 10% em 2017 para 8,8% no corrente ano).
• De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), o país deverá apresentar crescimento no
volume de crédito imobiliário entre 9,5% a 20% do PIB este ano. Isso pode ser sustentado
com base nas sucessivas reduções na taxa básica de juros, que encontra-se atualmente em
6,5% a.a.
• O financiamento imobiliário com recursos da caderneta de poupança no mês de abril foi de
R$ 4,11 bilhões. Em comparação com o mês anterior cresceu 8,1% e quanto ao mesmo
período do ano passado 31,2%, conforme informações da ABECIP.
• Vale destacar que a Caixa Econômica Federal vem perdendo espaço no volume de
financiamento imobiliário para os bancos privados, principalmente por conta dos juros
estabelecidos pela mesma. Ressalta-se que o Banco Bradesco tem se destacado no
financiamento para aquisição e construção, tendo alcançado R$ 4,01 bilhões entre janeiro e
abril do ano corrente. Já o Santander com R$ 3,306 bilhões e o Banco Itaú com R$ 2,982
bilhões por último o Banco Caixa Econômica Federal (CEF) com R$ 2,945 bilhões.
Tabela 14. Brasil: Taxas de juros dos bancos para a aquisição de imóveis com recursos da caderneta
de poupança por linhas de financiamento - % a.a.
Sistema Financiamento da Habitação Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI)
Bancos
(SFH) ou carteira hipotecária
Caixa Econômica Federal 9,00 10,00
Banco do Brasil 8,89 9,35
Santader 8,99 9,49
Bradesco 8,85 9,30
Itaú 8,80 9,30
Fonte: Bancos

3.1.3. Comércio
Comércio Maranhense conta com liberação do PIS/PASEP para retomar recuperação enquanto que o
aumento das famílias que avaliam que não terão condições de honrar seus compromissos indica a
necessidade de políticas públicas para a reversão desse cenário no Maranhão.

O volume de vendas do comércio varejista restrito maranhense, no primeiro quadrimestre de 2018,


cresceu 7,0%. Na comparação com o mês de março (com ajuste sazonal), o volume de vendas se
reduziu 0,4%; na comparação com abril de 2017, expandiu 1,1%, décima quarta taxa positiva, embora a
menos acentuada, desde março de 2017 (+2,4); e no acumulado dos últimos 12 meses, cresceu 6,7%
(Tabela 15).
Quanto ao varejo ampliado, no mês de abril, a variação mensal do volume de vendas, com ajuste
sazonal, foi de -1,0%. Na comparação com abril de 2017, cresceu 6,9%, apesar do desempenho positivo,
é o segundo mês consecutivo em que há um ritmo menor do crescimento das vendas. Nessa base de
comparação, as vendas de veículos novos cresceram 41,7% no mês de abril, de acordo com os dados
da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (FENABRAVE) (Tabela 15).

Tabela 15. Maranhão: Volume de vendas do Comércio Varejista Restrito e Ampliado - abr/18
Varejo Variação Mensal* Abril/18** Acumulado do ano*** Acumulado de 12 meses
Restrito -0,4 1,1 7,0 6,7
Ampliado -1,0 6,9 8,1 9,9
Fonte: IBGE. *Com ajuste sazonal; **Em relação com o mesmo mês do ano anterior; ***Acumulado de 2018 em relação ao acumulado
de 2017

No acumulado do ano, encerrado em abril, o volume de vendas do varejo ampliado cresceu 8,1% em
comparação ao mesmo período do ano anterior, e nos últimos 12 meses, expandiu 9,9% (Tabela 15).
Não obstante os resultados positivos do varejo maranhense, há perda de força do volume de vendas
do varejo: na comparação trimestral, encerrado em abril, dessazonalizado, o varejo ampliado recuou
0,6%.
Ademais, o índice do volume de vendas (86,2 pontos) em abril ainda se encontra significativamente
aquém do melhor patamar histórico de janeiro a dezembro de 2014 (100,1 pontos), e abaixo do valor
máximo atingido em outubro de 2014 (107,3 pontos), como pode ser visto no Gráfico 14.
É importante ressaltar que a retomada do setor varejista maranhense dependerá sobretudo da
recuperação do mercado de trabalho, assim como da melhoria das condições de crédito, mas a
liberação de saldos do PIS/PASEP deverá ter efeitos positivos no curto prazo. Estima-se que poderá
haver incremento de R$ 700 milhões ao orçamento familiar dos maranhenses, sendo dúvida qual será
a repartição entre a ampliação do consumo das famílias, ou pagamento de dívidas.
Quando se analisa a confiança das famílias ludovicenses, no mês de junho de 2018, o Índice de
Confiança, na média móvel trimestral, correspondeu a 95,7 pontos, abaixo da zona de avaliação positiva
(100,0 pontos) e abaixo da série histórica (121,8 pontos), o que indica uma percepção de insatisfação,
conforme os dados divulgados pela Federação do Comércio do Maranhão (Fecomércio/MA). Destaca-
se que as compras para bens duráveis em São Luís, segundo os dados da Fecomércio/MA, obtiveram
um crescimento de apenas 0,8% em junho em relação ao mês anterior, após quedas expressivas em
abril (-32,1%) e em maio (-21,8%), o que impacta negativamente no volume de vendas do varejo.
Gráfico 14. Maranhão: Índice do Volume de Vendas do Comércio Varejista Ampliado - dessazonalizado
- (Número-Índice: 2014=100) - abr/04 a abr/18
120
Out/14:107,3
Média histórica (jan/14 a dez/14 = 100,1)
100

80 86,2

60

40

20

Varejo Ampliado Média Histórica (Jan/14-Dez14)

Fonte: IBGE

3.1.4. Endividamento e Inadimplência


Em junho de 2018, 54,9% das famílias estão endividadas, o menor patamar desde outubro de 2013
(55%), porém o percentual de famílias que avaliam que não terão condições de pagar as suas dívidas
(16,5%) atingiu o segundo maior nível histórico desde 2012

De acordo com levantamento da Fecomércio/MA em São Luís, 54,9% das famílias ludovicenses
declararam-se endividadas em junho de 2018, o menor percentual desde outubro de 2013, quando
atingiu 55%. O percentual de famílias com contas em atraso foi de 28,3% em junho, um crescimento de
13,5% em relação a maio. O percentual de famílias que avaliam que não terão condições de honrar seus
compromissos correspondeu a 16,5%, atingindo o segundo maior nível da série histórica desde 201222.
(Gráfico 15)

Gráfico 15 São Luís: Famílias Endividadas, com contas em atraso e sem condições de pagá-las (%) –
jun/14 a jun/18
100,0

80,0

60,0
54,9

40,0
28,3
20,0
16,5

0,0

Endividados Contas em Atraso Avaliam que não terão condições de pagar

Fonte: Fecomércio/MA

Apesar da redução do endividamento das famílias em junho, o tempo de comprometimento com


dívidas, é em média, de 7,1 meses, o maior nível histórico desde janeiro de 2015 (4 meses). Em relação

22 O maior percentual de famílias inadimplentes da série histórica, desde 2012, ocorreu em maio de 2018 (16,6%).
às famílias com contas em atraso, o tempo de pagamento em atraso alcança, em média, 78 dias, o
maior patamar desde dezembro de 2017 (média de 71,6 dias) e da série histórica desde 2012.

Gráfico 16. São Luís: Principais dívidas das famílias (%) – Jun/2018
100,0%

80,0% 74,4%

60,0%

40,0%

20,0% 12,7%
6,6% 6,2% 6,0% 4,9% 2,0%
0,0%
cartão de crédito carnês crédito pessoal financiamento de casa
crédito consignado financiamento de carro cheque especial
Fonte: Fecomércio/MA

Em junho de 2018, as principais dívidas das famílias ludovicenses foram: cartão de crédito (74,4%),
carnês (12,7%) e crédito pessoal (6,6%). Na comparação com junho de 2017, houve queda no
endividamento das famílias em cartão de crédito (-4,8 pontos percentuais), expansão em crédito
pessoal (-0,6 p.p.) e em carnês com 3,8 p.p. (Gráfico 16).
Assim, a redução do endividamento e o aumento da inadimplência em São Luís, indica cautela para
a aquisição de novas dívidas, tendo em vista as dívidas assumidas e ainda não pagas. Há, portanto, a
necessidade de se realizar pesquisas que busquem identificar as razões desse comportamento que
aparenta estar caminhando no sentido contrário ao encontrado no plano nacional.

3.1.5. Investimentos
Os investimentos públicos e privados em andamento e planejados no Maranhão totalizam R$ 12,6
bilhões, sendo que os em andamento somam 6,9 bilhões e os a iniciar R$ 5,6 bilhões

No Maranhão é previsto aporte de R$ 12,6 bilhões em investimentos públicos e privados, no qual


55,2% (R$ 6,9 bilhões) encontram-se em andamento e 44,8% (R$ 5,6 bilhões) a iniciar (Tabela 16). Os
investimentos públicos totalizam R$ 4,8 bilhões, desse montante R$ 4,3 bilhões estão sob a
responsabilidade do Governo do Maranhão, sendo que 46,6% (R$ 2,0 bilhões) correspondem às obras
em andamento, e 53,4% (R$ 2,3 bilhões) destina-se à investimentos que não tiveram as obras iniciadas.
A outra parcela dos investimentos públicos refere-se aos projetos em andamento voltados a
manutenção e construção de rodovias e é financiado pelo Governo Federal (R$ 524,0 milhões).
Tabela 16. Maranhão: Investimentos Privados e Públicos Estaduais e Federais em Andamento e
Projetados (R$ milhões) - 2018 a 202223
A iniciar
Total Em Termo de
Segmento Em Em Fase de
Geral andamento compromisso Anunciados Total (A iniciar)
contratação Licitação elaboração
assinado
Privados Total 7.788,8 4.434,0 - 208,2 860,0 226,9 2.059,7 3.354,8
Movimentação Portuária 2.703,2 1.868,0 - 208,2 627,0 - - 835,2
Indústria de Transformação 1.640,1 509,0 - - 24,9 117,5 988,7 1.131,1
Transporte/Logística 1.404,9 1.277,0 - - - 84,4 43,5 127,9
Energia Elétrica 1.154,8 500,0 - - - - 654,8 654,8
Comércio e Serviços 557,4 200,0 - - 200,0 1,2 156,2 357,4
Indústria Extrativa 195,7 - - - 2,7 - 193,0 195,7
Fabr. fertilizantes e armaz. 98,5 80,0 - - - 8,5 10,0 18,5
Outras obras de
infraestrutura 27,9 - - - - 15,3 12,6 27,9
Construção Civil e
Imobiliário 5,4 - - - 5,4 - - 5,4
Alimentação e bebidas 1,0 - - - - - 1,0 1,0
Públicos Total 4.821,2 2.525,8 1.118,3 34,2 7,8 - 1.135,1 2.295,4
Obras de infraestrutura 4.357,7 2.100,4 1.118,3 4,0 - - 1.135,1 2.257,3
Construção de Esc.,Instit e
Univ. 259,3 221,3 - 30,2 7,8 - - 38,0
Construção de Hospitais 148,8 148,8 - - - - - -
Assistência Social 20,7 20,7 - - - - - -
Segurança Pública 14,6 14,6 - - - - - -
Esporte e Lazer 11,3 11,3 - - - - - -
Cadeias Produtivas 8,6 8,6 - - - - - -
Total Geral 12.610,0 6.959,8 1.118,3 242,4 867,8 226,9 3.194,7 5.650,2
Fonte: SEINC; SINFRA; SES; SEDUC; SEDES; CAEMA; EMAP; SSP; ASPLAN; IMESC

Com base nos Relatórios de Execução Orçamentária do Maranhão, o valor empenhado dos
investimentos públicos, grande parte com recursos do Tesouro Estadual, no primeiro bimestre de 2018
cresceu 48,5% em relação ao mesmo período de 2017. Os investimentos públicos voltam-se a áreas
como: infraestrutura, educação, saúde, assistência social, segurança, esporte, lazer e cadeias
produtivas. Estes investimentos são provenientes de recursos do Tesouro Estadual, créditos junto ao
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), CEF, BACEN e o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Com empreendimentos pulverizados em diversos setores, o estado contabiliza R$ 7,7 bilhões em
investimentos privados em diferentes estágios de implantação. Destacam-se, nesse conjunto, os
direcionados para a ampliação ou melhoria da Infraestrutura Portuária (R$ 2,7 bilhões) e os
posicionados na Indústria de Transformação (R$ 1,6 bilhões) (Tabela 16).
Os dez maiores investimentos privados no Maranhão correspondem a 74,7% dos investimentos
privados totais projetados, estes concentram-se nos segmentos de Movimentação portuária,
Transporte e Logística, Energia Elétrica, Indústria de Transformação e Comércio (Tabela 17).

23 Os investimentos públicos em andamento e planejados tem previsão de conclusão até 2018 enquanto os
investimentos privados têm previsão até 2022.
Tabela 17. Maranhão: Dez maiores investimentos privados em andamento e anunciados - 2018 a 2022
Previsão
Investimento
Empresa/ Projeto Segmento Status Município de
(R$ milhões)
Conclusão
WTORRE/CCCC 1.700,0 Movimentação Portuária Em andamento São Luís 2022
Açailândia, São
FERROVIA NORTE SUL S.A. 1.277,0 Transporte/Logística Em andamento -
Luís
Fase de licenciamento
EDP Energias do Brasil S.A 654,8 Energia Elétrica Sul do Maranhão -
ambiental
Paulino
Ômega Energia 500,0 Energia Elétrica Fase Inicial 2018
Neves/Barreirinhas
Indústria de
Itaipava 480,0 Anunciado Bacabal -
Transformação
Novo acesso ferrov. no Porto Projeto em fase de
280,0 Movimentação Portuária São Luís 2021
do Itaqui elaboração.
Segunda fase do TEGRAM 267,0 Movimentação Portuária Contratação de empresas São Luís 2020
Indústria de
Usina de Pelotização da VALE 250,0 Em conclusão São Luís 2018
Transformação
Terminal de Carga Geral 208,2 Movimentação Portuária Em Licitação São Luís 2019
Centro de Distribuição
200,0 Comércio Em andamento São Luís -
Mateus
Total 5.817,00 - - -
Fonte: SEINC; IMESC

No segmento de Movimentação Portuária há o projeto de construção do Porto Multimodal de São


Luís, orçado em R$ 1,7 bilhões. O projeto conta com a parceria das empresas China Communications
Construcion Comapany (CCCC) e WPR, que assumiram o compromisso de contratar 85% do corpo
efetivo de trabalho necessário, de mão de obra maranhense.
• A primeira fase da obra (orçada em R$ 800 milhões) irá gerar até 5 mil empregos diretos. Em
novembro de 2017, foi iniciada a fase de supressão de vegetação e afugentamento da fauna
e em março de 2018 foi lançada a pedra fundamental do projeto. Contudo, em abril de 2018
o Ministério Público Federal (MPF) propôs uma ação civil pública pedindo a suspensão do
licenciamento ambiental concedido pela Secretaria de Meio Ambiente (SEMA), segundo o
MPF o empreendimento não recebeu a autorização da Capitania dos Portos do Maranhão,
necessária para dar início a instalação do Porto.
• Não obstante, segundo dados apresentados pela empresa no Conselho de Autoridade
Portuária (CAP) em maio de 2018, o projeto encontra-se em andamento, estão em
contratação do EPC24, implantação do canteiro de obras e realizando cotações de
equipamentos. A mobilização para o início das obras ocorrerá no terceiro quadrimestre de
2018, estima-se que as obras sejam concluídas entre 3 a 4,5 anos.
No setor de Energia Elétrica, a Ômega Energia anunciou a ampliação do Parque Eólico entre Paulino
Neves e Barreirinhas (R$ 500 milhões). Em novo leilão25 a empresa efetivou a venda de mais 108 MW,
além dos 220,8 MW já em operação.
• O atual complexo Delta 3 teve investimento de R$ 1,5 bilhão, o empreendimento gerou 1,5
mil empregos diretos e 2 mil indiretos na primeira fase das obras. Segundo a Associação
Brasileira de Energia Eólica (ABEEÓLICA), em 2017, foram instaladas 79 novas usinas eólicas
em oito estados brasileiros num total de 2GW, dessa nova capacidade instalada em 2017, o
Maranhão ocupou a quarta posição, com 220,8 MW de capacidade. Em dezembro de 2017, o
Maranhão posicionou-se em sétimo lugar no montante de geração desse tipo de energia26,
com 155,5 MW (médio).
• Até fevereiro de 2018, segundo a ABEEÓLICA, o Brasil atingiu a marca de 13 GWs de
capacidade instalada de energia eólica, com 518 parques e 6.600 aerogeradores operando.

24 EPC ou “Engineering, procurement and construction” é um tipo de contrato que compreende em um só instrumento o
projeto, a construção, a compra de equipamentos e a montagem para uma determinada obra.
25 Leilão nº 5/2017-ANEEL, Leilão A-6, destinado a contratar energia elétrica proveniente de novos empreendimentos de

fontes hidrelétrica, eólica e termelétrica, no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) com início de suprimento em
1º/1/2023. Os contratos viabilizados pelo leilão, têm prazo de suprimento de 30 anos para empreendimentos
hidrelétricos, 20 anos para eólicos e 25 anos para as térmicas.
26 Considera o valor de geração eólica das usinas em operação comercial, no centro de gravidade.
A previsão é que até 2023 o país possua 17 GW de capacidade instalada. O novo
investimento contribuirá com a expansão da matriz eólica nacional.
• Em fase inicial, a expansão do atual complexo por meio dos parques Delta 5 e Delta 6, gerou
250 empregos diretos, estima-se que sejam gerados mais 250 empregos com o avanço das
obras. O novo empreendimento elevará a capacidade instalada de energia eólica do
Maranhão para 328 MW, com previsão de conclusão ainda em 2018.
Entre os investimentos na Indústria de transformação do Maranhão, destaca-se a revitalização da
planta da usina de pelotização da Vale S.A em São Luís - MA (R$ 250 milhões), que atualmente está em
fase de testes.
• A Vale decidiu, em 2017, retomar a produção da usina de pelotização que estava paralisada
desde 2012. Conforme relatório técnico da empresa, os projetos para retomar as operações
das plantas de pelotização seguem conforme o planejado, com os start-ups das plantas de
Tubarão I e de São Luís previstos para o 2T18 e o 3T18, respectivamente.
• A usina de São Luís tem capacidade de produzir 7,5 milhões de toneladas de pelotas por ano.
Além desta, a Vale também está reativando as usinas 1 e 2 do complexo de Tubarão, no
Espírito Santo. Com a reativação das usinas a produção de pelotas da Vale deve alcançar 55
milhões de toneladas em 2018.
• Foram gerados 700 postos de trabalho na fase de revitalização da planta, enquanto na
operação foram gerados 370 empregos entre diretos e indiretos, em áreas técnicas como
mecânica, eletroeletrônica, eletrotécnica, metalurgia, química e eletrônica.
• Foram investidos R$ 2 milhões em capacitação e treinamento. Os treinamentos estão sendo
realizados por meio de multiplicadores da Vale S/A e por meio dos fornecedores dos
equipamentos. Em torno de 100 empregados estão recebendo os treinamentos em diversas
áreas27, realizados em Vitória- ES, Itabirito– MG, São Paulo – SP e São Luís – MA.
• No processo de revitalização, a usina contou com 59 fornecedores, dos quais 40% são
formados por empresas maranhenses.

Os investimentos do Governo do Maranhão em andamento perfazem total de R$ 2,0 bilhões

Os investimentos do Governo do Maranhão em andamento totalizam R$ 2,0 bilhões orientados para


os segmentos de infraestrutura rodoviária (R$ 989 milhões), saneamento básico (R$ 520,2 milhões),
educação (R$ 221,3 milhões), saúde (R$ 148,8 milhões), infraestrutura portuária (R$ 30,6 milhões),
assistência social (R$ 20,7 milhões) e outros (R$ 71,1 milhões) (Gráfico 17).

27 Segundo a Vale, os treinamentos estão sendo realizados nas seguintes áreas: OJT operação e manutenção de usina,
inversores de frequência da ABB, treinamentos teóricos de operação de usina, treinamentos de segurança e sistemas,
treinamento nos simuladores de operação de equipamentos.
Gráfico 17. Maranhão: Investimentos do Governo Estadual em
Andamento por Segmento (R$ milhões)

A parcela destinada
520,2 aos outros
989,0 investimentos
221,3 constitui-se de
148,8 projetos de
2.001,7 30,6 secretarias e
20,7 fundações, assim
71,1 distribuídos: SEOAC
(36,4%); SSP
(17,4%); SEINC
Rodovias Saneamento (16,8%); SEDEL
Educação Saúde (14,2%); SAGRIMA
Portos Assistência Social (12,1%); FUNAC
Outros (2,4%) e SEAP
(0,7%).

Fonte: CAEMA; EMAP; SEDES; SEDUC; SINFRA; SSP; SES; ASPLAN; IMESC

Segundo a Assessoria de Planejamento estratégico (ASPLAN), os investimentos em andamento em


rodovias no Maranhão perfazem um total de R$ 989,0 milhões e os a iniciar são da ordem de R$ 1,3
bilhões, estes últimos estão em fase de contratação de empresas ou aguardando autorização para dar
início ao processo. Quanto aos investimentos concluídos nesse segmento, foram entregues em 2017 e
no primeiro trimestre de 2018, nove trechos (totalizando 251,62 km de extensão) e duas pontes28,
investimentos de R$ 231,0 milhões.
Conforme o
Mapa 1, 19 trechos (que totalizam 768,29 km de extensão) e três pontes estão com obras em
andamento no Maranhão (R$ 989 milhões), 95% das obras tem previsão de conclusão até 2018. Entre
as obras de maior extensão, destacam-se:
• Com 98,33 km de extensão, a pavimentação da MA-272, que interliga Barra do Corda a
Fernando Falcão foi orçada em R$ 78 milhões, com previsão de conclusão para junho de
2018. A rodovia está em fase de conclusão, sendo que o projeto está em processo de
implantação desde 2014.
• Localizado no sul do Maranhão, os investimentos no trecho conhecido como Anel da Soja
(R$ 253,2 milhões) tem data de conclusão para junho de 2019: o trecho que vai da MA-140
entroncamento BR-230 (Balsas) ao entroncamento da MA-007, no Povoado Ouro (64,22 km),
foi orçado em R$ 81,8 milhões e será o primeiro trecho a ser entregue do Anel da Soja
(maio/2018); continuamente, o trecho que interliga a MA-007 no Povoado Ouro ao Km 50
(39,10 km) foi orçado em R$ 65,3 milhões, com previsão de conclusão para novembro de
2018; e o trecho que vai da MA-007 no Km 50 ao Povoado Batavo (42,50 km) tem
investimento de R$ 105,9 milhões com previsão de conclusão para junho de 2019.

28 Uma ponte no município de Tuntun e outra sobre o Rio Novo na cidade de Paulino Neves.
Mapa 1. Obras estaduais em rodovias em andamento no Maranhão – mai/2018

Principais trechos e
pontes com obras
em andamento no
Maranhão:
• MA-318 - Bom
Jardim / São João
Do Carú – R$
123,8 milhões.
• Anel da Soja: MA-
140 - ENTR BR-
230 (Balsas) ao
entroncamento
MA-007 (Ouro);
MA-007 no
povoado ouro ao
Km 50; MA 007-
KM 50 ao povoado
Batavo – R$
253,26 milhões.
• MA-272 - Barra Do
Corda / Fernando
Falcão – R$ 78,2
milhões
• Ponte Pericumã –
Central –
Bequimão – R$ 68,
3 milhões
• MA-245 - Lagoa
Grande / Lago Da
Pedra – R$ 67,4
milhões
• MA-320 –
Povoado Sangue
(BR 402) / Santo
Amaro Do
Maranhão - R$
51,4 milhões

Os investimentos em educação (R$ 221, 3 milhões) são destinados à construção de escolas,


institutos e universidades, por meio da Secretaria da Ciência Tecnologia e Inovação (SECTI) (R$ 116,7
milhões), Secretaria da Educação (SEDUC) (R$ 78,9 milhões), e da Universidade Estadual do Maranhão
(UEMA) (R$ 25,6 milhões).
• Segundo a Assessoria de Planejamento Estratégico (ASPLAN), os investimentos por meio da
SECTI correspondem a construção e ampliação de 11 Institutos Estaduais de Educação,
Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMAS)29 que iniciaram as obras entre 2016 e 2017 e têm
previsão de conclusão até novembro de 2018. Os municípios que receberão os novos IEMAS

29 Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IEMA, este tem como proposta ofertar educação técnica
integral, organizado em unidades plenas e vocacionais.
são: Carutapera, Colinas, Cururupu30, Presidente Dutra, São Mateus, Balsas, Chapadinha, São
Domingos do Maranhão, São Vicente de Ferrer, Santa Helena e Dom Pedro. No total já foram
entregues 25 IEMAS no Maranhão desde 2015, sendo 13 unidades plenas e 12 unidades
vocacionais. Em suma serão 35 IEMA’s em funcionamento no estado até o final de 2018.
• Os investimentos em educação por meio da SEDUC focalizam na construção de Escolas
Dignas e na ampliação e modernização de unidades de ensino no Maranhão. As obras do
Programa Escola Digna são financiadas com recursos próprios do Governo do Estado, com
empréstimos junto ao BNDES e provenientes de emendas parlamentares. Além disso, uma
parte do programa está sendo realizada com apoios financeiros advindos de parcerias com
empresas privadas, a exemplo da Companhia Energética do Maranhão (CEMAR) e da Algar
Agro.
• Os investimentos, por meio da UEMA, são referentes a reforma e ampliação do campus UEMA
em São Bento (R$ 11,4 milhões) e à construção do Centro de Ciências Agrárias - UEMA Sul
(R$ 14,2 milhões), ambos iniciaram as obras entre março e maio de 2017 e têm previsão de
conclusão para o Terceiro Trimestre de 2018.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), os hospitais (19) em reforma (6) ou construção (13)
no Maranhão foram orçados em R$ 148,8 milhões. Desse montante, R$ 109,9 milhões já foram pagos
às empresas contratadas para a execução das obras, 68,4 % dos hospitais têm previsão de conclusão
para 2018.

Os investimentos no corredor de transporte e integração sul-norte do Maranhão (Rodovia MA-006)


poderão contribuir para a atração de investimentos no Estado

Dentre as ações desenvolvidas para expandir sua competitividade logística do Estado, está o projeto
Corredor Sul Norte de Integração do Maranhão, que pretende promover melhores condições de
trafegabilidade à rodovia MA-006 e vias alimentadoras; o trecho se estende desde o município de Alto
do Parnaíba até o entroncamento da BR-222. O objetivo da construção do Corredor é diminuir prazos e
custos das viagens rodoviárias entre as áreas produtoras de grãos dentro do Estado e dos demais
integrantes do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), facilitando o acesso ao escoamento
da produção. Além disso, pode contribuir para impulsionar outras atividades econômicas nas regiões
do Sul e do Centro-Oeste maranhense.
O estudo, realizado para avaliar o potencial logístico da região, destacou que os investimentos
melhoram diretamente as condições de trafegabilidade de dez municípios, sendo eles: Arame, Grajaú,
Feira Nova do Maranhão, São Pedro dos Crentes, Fortaleza do Nogueira, Riachão, Tasso Fragoso,
Balsas, Alto Parnaíba, Buriticupu e Santa Luzia.
Segundo a Secretaria Extraordinária de Programas Especiais (SEPE), a execução do projeto foi
dividida em duas etapas. A primeira etapa conta com financiamento do BID e da Corporação Andina de
Fomento (CAF), baseado em Convênio de Cooperação Técnica firmado com o Governo do Maranhão
por meio da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) (Tabela 18). Nessa etapa serão
investidos US$ 190,3 milhões, desembolsados durante 4 anos.

Tabela 18. Maranhão: Etapa 1 do programa corredor de transporte e integração sul norte - cronograma
de desembolso (valores em US$)
Investimentos
Trechos Recurso
(US$ milhões)
Trecho 5- Balsas- Tasso Fragoso (143 km) 77,7 New Development Bank
Trecho 6 - Tasso Fragoso - Alto do Parnaíba (90 km) 70,8 CAF
Contrapartida 41,8 -
Total 190,3 -
Fonte: SEPE

Os principais produtos que estão presentes na área de influência do corredor sul-norte do Maranhão
são: açúcar, álcool, corte de aves, gesso, gipsita, soja em grãos, fertilizantes simples, toras de madeiras.

30 Ampliação da Unidade Plena já instalada.


Segundo análise da Consultoria Macrologística31, as melhorias no Corredor Sul-Norte Maranhense
permitirão economia de R$ 61,7 milhões nos custos logísticos de transporte em 2025 e de R$ 73,0
milhões em 2030, totalizando R$ 795,8 milhões, no acumulado de 2018 a 2030.
Segundo a Secretaria de Estado da Infraestrutura (SINFRA), os investimentos nos quatro trechos
pertencentes à segunda etapa do projeto totalizam R$ 536,9 milhões, sendo que as obras do trecho 2
iniciaram no segundo trimestre de 2018, compondo 128 km de extensão a serem requalificados. Por
sua vez, os trechos 1, 3 e 4 estão em fase de contratação de empresas (Tabela 19).

Tabela 19. Maranhão: Etapa 2 do programa corredor de transporte e integração sul norte do -
cronograma de desembolso (valores em R$)
Investimentos (R$
Trechos Recurso
milhões)
Trecho 1- Entroncamento BR- 222/ Arame (90 km) 117,0 -
Trecho 2- MA 006 - Arame/Grajaú (128 km) 161,2 -
Trecho 3- MA 006 - Grajaú/Fortaleza dos Nogueiras 189,8 -
Trecho 4 - Fortaleza dos Nogueiras/Entroncamento BR - 230 (53 km) 68,9 -
Total 536,9 -
Fonte: SINFRA

3.1.6. Produto Interno Bruto


Após a atualização de indicadores que compõem modelo de previsão do PIB, observa-se que
desempenho econômico maranhense (2,9%), apesar de menor, se mantêm acima do nacional em 2018

Após a avaliação dos dados mais recentes divulgados para o ano de 2018, a equipe de conjuntura
do IMESC, fez-se uma revisão da projeção do PIB, divulgado no primeiro trimestre de 2018. O
crescimento real esperado para a economia maranhense é 2,9% para o ano de 2018. Para o ano de 2016
e 2017 foi mantido a estimativa de -4,5% e 4,8%, respectivamente (Gráfico 18).

Gráfico 18. Maranhão: PIB nominal (em R$ milhões) e Taxa de Crescimento real do PIB - 2010 a 2019
PIB nominal em milhões de reais Tx. cresc. real (% a.a.)

120.000 Previsão 108.008


6,5 97.693
100.000 89.566
5,6
4,3 76.842 78.475 80.626 4,8 4,3
80.000 67.695 2,9
60.490
60.000 52.144 3,9
46.310
40.000
-4,1
20.000 -4,5

Fonte: IBGE; IMESC *Elaboração própria

O resultado de 2018, pode ser explicado considerando a parcela de contribuição de cada setor no
total de economia maranhense e os fatores que utilizados para a predição das atividades econômicas.

31A Consultoria Macrologística realizou os “Estudos Conceituais e Logísticos da área de influência do Corredor de
Transporte e Integração Sul-Norte Do Maranhão e do Porto Do Itaqui” capitaneado pela EMAP junto à CAF e órgãos do
Governo do Estado do Maranhão.
Agropecuária: O setor agrícola foi reavaliado para baixo e deverá apresentar crescimento de 3,4% em
2018

Segundo o LSPA do IBGE, o aumento esperado da produção de grãos no Estado em relação ao ano
anterior (2017), foi reavaliado de 18,9% para 7,5%. Grande parte dos grãos permanecem com a tendência
de crescimento na produção, quando comparado ao ano anterior. Dentre todos, o prognóstico da soja
- produção 24% maior que a do ano anterior - apresenta-se como principal responsável pelo novo
recorde de safra e consequente elevação do crescimento real do setor. Quanto a reavaliação do setor,
o prognóstico do cultivo de milho, principalmente o de segunda safra, foi a principal responsável pela
minoração da projeção divulgada no boletim de conjuntura referente ao primeiro trimestre deste ano.
É importante destacar que o setor da Agropecuária representava 10,4% do PIB do Maranhão em
2015, e as estimativas produzidas para esse setor são feitas com base nos dados de grãos divulgados
pelo LSPA, que permite observar o comportamento de atividades agrícolas, que representam 4,46%
desse total.

Indústria: Projeta-se crescimento 3,2% para 2018, impactado principalmente pelos investimentos
previstos e pela melhora no nível de atividades da Construção

É importante mencionar que na indústria maranhense, de reduzida diversificação, o subsetor da


Construção Civil era o vetor de maior crescimento e, por sua vez, foi o maior responsável pela queda no
Volume Agregado Bruto (VAB) do setor industrial em 2016. Conforme foi apontado no Boletim de
Conjuntura referente ao 1º trimestre de 2018, no ano de 2017, o subsetor de construção civil contratou
liquidamente 839 empregos formais, após ter registrado a destruição líquida de cerca de 18 mil
empregos formais nos anos de 2015 e 2016.
Para 2018, considerando os resultados do quadrimestre, observa-se um resultado de 1.415
demissões líquidas no setor industrial, sendo que -1.699 estão concentrados na Indústria da
Construção, entretanto, entende-se que o resultado desse período foi fortemente afetado por fatores
sazonais na construção civil, em decorrência de uma estação chuvosa de maior duração e intensidade
que nos anos anteriores. Deste modo, considerando-se as obras em infraestrutura em andamento, a
exemplo do Terminal Portuário São Luís, cujas obras civis se iniciaram em março deste ano, assim
como os lançamentos de novos empreendimentos imobiliários, espera-se um desempenho positivo
para o setor. Além disso, avalia-se crescimento na indústria extrativa, com destaque na produção de
gás natural e leve retomada do crescimento na indústria de transformação, com destaque para a
plantas voltadas ao comércio exterior, a exemplo da indústria de pelotização que pode retomar a
produção a partir do início do segundo semestre de 2018.

Serviços: Projeta-se resultado positivo de 2,7% em 2018, por conta da diminuição da taxa de juros e
pela melhora nos demais setores da economia.

Quanto ao setor de serviços, projeta-se, para o ano de 2018, um crescimento real de 2,7%. O
resultado dos demais setores, no que tange à geração de postos de trabalhos formal, aliado a menor
taxa de juros, tenderão a um cenário mais otimista para os consumidores e poderá ocasionar
manutenção de tendência de crescimento no volume de vendas assim como em maior demanda por
serviços, como consequência do aumento da massa de rendimento salarial. Entretanto, a reavaliação
menos otimista dos demais setores, assim como a ampliação das incertezas geradas no âmbito
nacional em decorrência de vários fatores, conforme foi apontado item Cenário Nacional, concorrem
para atenuar o desempenho no PIB nacional e com maior impacto no setor terciário da economia
maranhense.
Gráfico 19. Maranhão: Variação em volume do Valor Adicionado do PIB, segundo os setores de
atividade econômica (valores em %) - 2011 a 2019
50,0
Agropecuária Indústria Serviços 37,8
40,0

30,0

20,0
11,7 12,2 10,5 9,9
8,9
10,0 5,4 3,4 6,34,2
3,2 3,04,9 1,4 3,43,22,7
1,0
0,5
0,0
-0,9 -2,4 -1,2
-2,7 -0,7
-10,0 -4,5
-8,2
-20,0

-30,0 -23,3

Fonte: IBGE; IMESC *Elaboração própria

É importante mencionar que as projeções de PIB desenvolvidas pelo IMESC são trimestralmente
atualizadas, por meio de reuniões quinzenais da Câmara Técnica de Projeções Econômicas do Grupo
de Conjuntura, no qual se avalia as informações mais recentes sobre o cenário econômico internacional,
nacional e estadual. Como resultado dos debates das reuniões feitas no 2° trimestre de 2018, apreende-
se que o crescimento esperado para 2018, tenderá a ser menor, quando comparado a avaliação feita
no 1º trimestre de 2018, que era de 3,5%.
Para 2019, projeta-se crescimento real de 4,3%. Para a indústria, há sinais de que a ALUMAR deverá
reabrir sua planta de produção de alumínio, provavelmente em 2019, contribuindo para expressivo
aumento da produção industrial do Estado. Há interesse de uma grande empresa chinesa, produtora de
cabos de alumínio para diversas aplicações, de se instalar ao lado da ALUMAR, no distrito industrial de
São Luís. Se isto acontecer, haverá ainda mais dinamismo na produção industrial do Estado do
Maranhão, a partir de 2019. Sendo a produção da ALUMAR voltada também parcialmente para atender
o mercado interno brasileiro (o mesmo podendo-se dizer da cliente chinesa), poderá ter impacto
positivo na arrecadação tributária, uma vez que a operação da ALUMAR está sujeita a 75% de
diferimento de ICMS.

3.2. Comércio Exterior


3.2.1. Comércio Exterior
Cenário internacional se transforma, preços das commodities agrícolas parece estagnar, enquanto
fertilizantes, petróleo e minerais metálicos valorizam em proporções diferentes

No acumulado de 2018 encerrado em maio, a balança comercial maranhense registrou o superávit


de US$ 176,7 milhões, aumento de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Os constantes
superávits, que vem sendo observados desde 2016, são resultado de um forte decréscimo das
importações desde então. No período em análise, as importações somaram US$ 1,2 bilhões, queda de
2,1% e as exportações cresceram 20%, somando US$ 1,3 bilhões.
Tabela 20. Maranhão: Balança Comercial de 2010 a 2018*, Valores em US$ milhões e Variação (%)
Exportação A Importação B Corrente A-B
Anos Saldo (A+B)
(A) (Var %) (B) (Var %) Comercial (Var %)

2010 2.920,3 - -3.817,1 - -896,8 6.737,4 -


2011 3.047,1 4,3 -6.281,4 64,6 -3.234,3 9.328,5 38,5
2012 3.024,7 -0,7 -7.060,4 12,4 -4.035,7 10.085,1 8,1
2013 2.341,9 -22,6 -6.832,9 -3,2 -4.491,0 9.174,8 -9,0
2014 2.795,5 19,4 -7.068,2 3,4 -4.272,7 9.863,7 7,5
2015 3.050,2 9,1 -3.620,7 -48,8 -570,5 6.670,9 -32,4
2016 2.209,8 -27,6 -2.101,6 -42,0 108,2 4.311,4 -35,4
2017 3.032,3 37,2 -2.559,4 21,8 472,9 5.591,7 29,7
2017* 1.127,9 - -1.202,2 - -74,4 2.330,1 -
2018* 1.354,0 20,0 -1.177,2 -2,1 176,7 2.531,2 8,6
Fonte: MDIC. *Acumulado de janeiro até maio

As principais mercadorias responsáveis pela alta do valor das exportações maranhenses foram, em
ordem decrescente de valorização/peso: a pasta de celulose que somou US$ 399 milhões (+64,6%); a
Alumina Calcinada que registrou US$ 582,1 milhões (+17,4%); o Algodão Debulhado com US$ 13,2
milhões (+27,7%); o Milho que registrou US$ 5,5 milhões e o Complexo Bovino com US$ 10,6 milhões.
Dos principais produtos da pauta de exportação maranhense, apenas o complexo Soja (-0,2%) e o
Complexo Ferro (-29,4%) apresentaram queda no valor exportado. Na soja, as perdas são atribuídas à
greve dos caminhoneiros que impediu que uma parcela da produção, que não vem por ferrovia,
chegasse nos portos. Quanto ao minério de ferro, a redução da produção maranhense de gusa (-41,9%)
e semimanufaturados de aço (-50,2%) são os principais vetores negativos para o fenômeno, esses
produtos foram impactados pelos preços mais baixos do minério e alta dos custos de produção que
vem ocorrendo desde 2014.
• Contudo, com uma recuperação, ainda que gradual dos preços das commodities metálicas,
sobretudo ferro e alumínio, espera-se que haja espaço para a retomada da produção das
guserias e de alumínio por parte da ALUMAR. Não obstante, os já anunciados prelúdios de
retomada da pelotização pela Vale S/A em São Luís.
• Os preços da Alumina Calcinada já vêm sendo afetados pela alta da commodity no mercado
internacional, o que ressalta o crescimento de 17,4% no valor frente à queda quantitativa de
5,6%.
• No complexo bovino, a produção maranhense parece estar ganhando impulso, sobretudo no
que tange a comercialização das carnes congeladas, que atualmente somam US$ 8,1
milhões e 2 mil toneladas; por outro lado, a produção de Couro parece ter declinado. Os dois
setores vêm sendo incentivados por políticas públicas estaduais, o que justifica a inserção
dos produtos e ampliação desde 2015. Novas empresas já anunciaram a atuação no
mercado maranhense para os próximos anos e estão em fase de implantação32.

32 Ver Boletim de Conjuntura Econômica Maranhense - 1º Trimestre 2018, disponível para acesso em:
<http://imesc.ma.gov.br/portal/Post/view/boletim-conjuntura/222>
Tabela 21. Maranhão: Principais Produtos Presentes na Pauta de Exportações de 2016 a 2018* (Valores
em US$ milhões (FOB) e Quantidade em 1000/t.)
Cresc (%)
2016 2017 2017* 2018*
Produtos 2018*/2017*
US$ Qtd US$ Qtd US$ Qtd US$ Qtd US$ Qtd
Total 2.209,8 7.317,2 3.032,3 8.124,1 1.127,9 3.114,2 1.354,0 2.939,7 20,0 -5,6
Alumina Calcinada 899,0 3.751,8 1.253,5 3.734,3 487,4 1.507,2 572,1 1.373,9 17,4 -8,8
Complexo Soja 381,4 1.011,6 719,4 1.915,6 288,8 755,5 288,1 730,6 -0,2 -3,3
Soja, mesmo triturada 355,1 941,6 709,9 1.887,8 279,8 728,0 287,6 730,3 2,8 0,3
Resíduos e "pellets" de soja 26,2 70,0 9,0 27,5 9,0 27,5 0,0 0,0 -100,0 -100,0
Óleo de Soja¹ 76,9 60,8 72,1 54,2 37,3 26,4 0,0 0,0 -100,0 -100,0
Pasta de Celulose 581,4 1.383,1 698,4 1.448,2 242,3 582,0 399,0 640,3 64,6 10,0
Complexo Ferro 203,4 896,7 239,1 685,9 102,3 301,5 72,2 171,1 -29,4 -43,3
Ferro Gusa 196,9 881,1 211,2 619,5 82,2 250,8 59,4 145,8 -27,7 -41,9
Semimanufaturados de Ferro/Aço 6,5 15,6 27,8 66,5 20,2 50,7 12,9 25,3 -36,1 -50,2
Milho 22,0 131,4 54,2 357,4 1,4 8,2 5,5 34,0 299,7 314,5
Algodão Debulhado 47,4 31,3 51,6 31,0 10,3 5,7 13,2 7,3 27,7 28,4
Complexo Bovino e Couros 32,8 11,2 23,6 7,1 10,2 2,5 10,6 2,7 4,0 7,5
Boi em pé 8,9 5,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Carnes Congeladas 17,2 4,2 17,1 5,1 7,5 1,8 8,1 2,0 7,8 10,6
Couros 6,3 1,4 5,4 1,7 2,4 0,7 1,7 0,5 -29,5 -25,4
Outros 49,0 115,7 20,3 11,0 5,4 2,3 6,3 5,0 16,4 117,7
Fonte: MDIC. *Acumulado de janeiro até maio. 1Valores e quantidades em milhar.

Já nas importações maranhenses, as perdas de US$ 25 milhões (-2,1%) no valor das compras feitas
do mercado internacional derivam de uma forte contração nas aquisições de Bens Intermediários, cuja
redução somou US$ 79,4 milhões (-12,9%), a principal rubrica que impactou essa categoria foi a dos
Insumos Industriais, que registrou baixa de US$ 91,5 milhões (-15,1%). Destaca-se também, que houve
redução nas compras de Bens de Consumo, tanto duráveis (-55,4%) quanto não duráveis (-75,9%), mas
apesar da expressividade da redução percentual, o peso da categoria nas importações internacionais
diretas pelo Maranhão, são bastante ínfimas, a redução significou foi de US$ 11,6 milhões.

Tabela 22. Maranhão: Pauta Anual das Importações por Categoria de Uso de 2016 a 2018*, Participação
do Total e Variação (Valores em FOB US$ milhões e Participação e Variação em %)
2017 2017* 2018*
CATEGORIA Var % 18/17
US$ % US$ % US$ %
Total 2.559,4 100,0 1.202,2 100,0 1.177,2 100,0 -2,1
Bens de Capital 105,2 4,1 18,9 1,6 40,2 3,4 112,1
Bens de Capital 81,1 3,2 5,0 0,4 23,1 2,0 360,6
Equipamentos de Transp. de Uso Ind. 24,1 0,9 13,9 1,2 17,0 1,4 22,4
Bens Intermediários 1.252,0 48,9 615,2 51,2 535,8 45,5 -12,9
Insumos Industriais 1.231,3 48,1 607,3 50,5 515,8 43,8 -15,1
Alimentos e Beb destinados à Ind 18,2 0,7 6,8 0,6 10,5 0,9 53,8
Peças e Acess. Equip. de Transporte 2,5 0,1 1,1 0,1 9,4 0,8 737,8
Bens Diversos 0,00 0,0 0,0 -- 0,04 -- 0,0
Bens de Consumo 32,1 1,3 20,4 1,7 9,0 0,8 -56,0
Bens de Consumo Duráveis 30,9 1,2 19,9 1,7 8,9 0,8 -55,4
Bens de Consumo Não Duráveis 1,2 0,0 0,5 0,0 0,1 0,0 -75,9
Combustíveis e Lubrificantes 1.170,1 45,7 547,7 45,6 592,2 50,3 8,1
Fonte: MDIC. *Acumulado de janeiro até maio

Na desagregação das importações, temos os principais produtos adquiridos pelo Maranhão do


mercado internacional, conforme apresenta a Tabela 23, no que tange ao valor das importações, a
categoria mais importante na pauta estadual é de Combustíveis e Lubrificantes que registrou US$ 592,1
milhões no acumulado até maio do ano corrente. O destaque da rubrica vai para as aquisições de Diesel
que somam US$ 451,8 milhões, crescimento de 63,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As demais mercadorias, Outras Gasolinas (-51%) e Hulha Betuminosa (-29,3%) tiveram reduções no
valor comprado.
• Boa parte das reduções derivaram de menores quantidades importadas de combustíveis e
lubrificantes, somente as compras de Diesel aumentaram atingindo a quantia de 5,6 milhões
de barris.33

Tabela 23. Maranhão: Principais Produtos das Importações de 2016 até 2018*, Valores em US$ milhões,
Quantidade em 1000/t e Var (%)
Var.
2016 2017 2017* 2018*
2017*/2016*
Produtos
Valor Qtd
Valor Qtd. Valor Qtd. Valor Qtd. Valor Qtd.
(%) (%)
Combustíveis e Lubrificantes 1.194,5 3.918,5 1.170,0 3.411,9 547,7 1.515,4 592,1 1.247,2 8,1 -17,7
Diesel 596,7 1.530,5 685,0 1.427,3 275,6 595,3 451,8 771,3 63,9 29,6
Outras Gasolinas¹ 505,7 1.236,7 390,2 775,0 238,9 480,2 116,9 194,5 -51,0 -59,5
Hulha betuminosa 61,9 1.088,5 94,9 1.209,6 33,1 439,8 23,4 281,5 -29,3 -36,0
Outros 61,9 163,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Álcool/Etanol 302,6 490,7 719,4 1.153,1 402,4 630,7 290,3 556,6 -27,8 -11,7
Fertilizantes 204,2 839,6 261,5 1.027,7 107,8 451,7 110,9 428,3 2,9 -5,2
ADP² 75,6 221,5 115,5 359,4 42,0 137,1 26,0 73,9 -38,1 -46,1
Cloretos de Potássio 67,9 319,5 95,3 406,3 34,6 156,6 35,8 133,5 3,4 -14,8
Superfosfatos 38,5 199,7 33,8 183,0 19,8 106,8 28,6 136,3 44,4 27,7
Ureia 22,2 98,8 16,9 79,0 11,3 51,2 20,5 84,6 81,4 65,1
Outros Produtos 467,4 1.521,1 408,5 1.778,5 146,5 747,2 183,7 640,5 25,4 -14,3
Total Importado 2.168,7 6.770,0 2.559,4 7.371,2 1.204,3 3.345,0 1.177,1 2.872,7 -2,3 -14,1
Fonte: MDIC. *Acumulado de janeiro até maio ¹Gasolinas para abastecimento de postos e Pastas Térmicas, exceto para aviação.
²Diidrogeno-Ortofosfato de Amônio.

Retomando à grande redução observada em Bens Intermediários, o principal produto que passou a
ser menos adquirido foi o Álcool/Etanol, que somou US$ 290,3 milhões no acumulado do ano até maio
e no mesmo período do ano passado havia registrado US$ 402,4 milhões. Entre 2016 e 2017, o Etanol
havia ganhado destaque devido ao ganho de produtividade do Etanol proveniente do Milho, advindo dos
Estados Unidos. Contudo, com a constante valorização do dólar a competitividade do Etanol americano
pode estar sendo perdida para produtores localizados no Brasil, de etanol de cana-de-açúcar.
• Quanto aos fertilizantes, os preços internacionais mudaram de tendência em dezembro de
2017 e agora apresentam sinais de elevação em função dos custos crescentes com energia,
ainda mais, com a nova precificação do petróleo, que impacta indiretamente os preços das
demais commodities energéticas.
• A quantidade importada de fertilizantes caiu 5,2% no comparativo entre acumulados até
maio deste ano com o ano passado, isso pode refletir não somente uma redução da demanda
quanto ao preço mais elevado, como também, expectativa de redução no crescimento das
safras em 2019.
• Os fertilizantes somaram US$ 110,9 milhões, 2,9% a mais ao compararmos os períodos,
ressaltando o efeito da valorização dos preços. Dentre os que mais apreciaram, destacam-
se os Superfosfatos e a Ureia, que cresceram, respectivamente, 44,4% e 81,4% no valor total
importado.

3.3. Mercado de Trabalho


Número de pessoas ocupadas apresenta queda no primeiro trimestre de 2018, embora se verifique a
retomada da abertura de postos de trabalho formal

Os dados da PNADc para o Maranhão relativos ao 1º trimestre de 2018 mostram que a taxa de
desocupação atingiu 15,6 %, crescimento de 1,3 p.p contra o trimestre anterior, variação que
acompanha o comportamento observado no indicador para a região e o país. Além disso, o número de
ocupados caiu 3,5% na mesma base de comparação, o correspondente a 81 mil trabalhadores, dos
quais 76 mil concentraram-se na agropecuária. A pesquisa ainda apontou uma redução de 324 mil

33 Barris americanos com 158,98 litros.


ocupações do tipo Conta Própria (majoritariamente composto de pequenos agricultores familiares) na
agropecuária do Estado, quando comparada como o 1º trimestre de 2015.
A forte seca que se abateu sobre o Estado e os efeitos da profunda recessão brasileira de 2014-16
sobre o gasto público federal, principalmente na esfera municipal, são ingredientes fundamentais para
explicar o quadro de agudas dificuldades para este importante segmento da população ocupada no
Maranhão. Coincidentemente, estimativas do IMESC, com base em análises da PNADc, apontam que
houve um crescimento no número de extremamente pobres do Maranhão de 200 mil pessoas,
fortemente concentrado na área rural, a exemplo de toda a Região Nordeste (Holanda, 2018).
Em relação aos rendimentos reais da população ocupada e ao rendimento médio, no Maranhão
houve uma queda no primeiro trimestre de 2018, relativamente ao quarto trimestre de 2017. Contudo,
observa-se variação interanual positiva de 5,1% e 2,4%, respectivamente, em ambos os indicadores.
Em contrapartida à redução de R$ 37,9 milhões na massa de rendimentos registrada na
agropecuária, os grupamentos de atividade que mais contribuíram para o aumento da massa de
rendimentos foram o Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas, com o aumento
de R$ 96,6 milhões e a Administração Pública, com o aumento de R$ 57,9 milhões.
No âmbito do mercado de trabalho formal, segundo dados do CAGED, no acumulado de 2018 até o
mês de maio, foram realizadas 2 mil admissões líquidas no Maranhão, enquanto que no mesmo
intervalo de 2017, foram registradas 5 mil demissões líquidas. O resultado configura o melhor
desempenho na geração líquida de empregos desde 2012 (acumulado até maio), quando foram
registradas 6,5 mil contratações líquidas, o que sinaliza um processo de recuperação em relação à
desmobilização de 33 mil vagas de empregos celetistas entre 2015 e 2016 (predominantemente na
Construção Civil, com 17,5 mil demissões líquidas).
Dentre os Estados do Nordeste, a Bahia (5,9 mil), o Maranhão (2,1 mil) e o Ceará (2,0 mil) lideraram
a geração de postos de trabalho em maio de 2018. Observando a comparação dos resultados de 2018
contra o ano anterior, tanto no acumulado do ano quanto no mensal, o Maranhão apresenta melhor
desempenho na geração de postos de trabalho, ocupando o segundo maior saldo da região em maio
de 2018.

Tabela 24. Nordeste: Geração de Emprego formal, acumulado* de 2016 a 2018*; saldo mensal e
variação absoluta
Anual Acumulado do ano Mensal Var.
Localidade maio/17 maio/18 absoluta
2016 2017 2017 2018
(a) (b) (b-a)
Brasil -1.326.558 -16.105 69.595 381.166 34.253 33.659 -594
1º Sudeste -791.309 -78.548 63.796 230.510 38.691 30.840 -7.851
2º Nordeste -242.659 -14.551 -98.579 -25.246 372 10.710 10.338
3º Centro-Oeste -66.410 39.298 55.405 63.663 6.809 3.962 -2.847
4º Norte -78.989 3.890 -12.732 3.341 -1.024 1.560 2.584
5º Sul -147.191 33.806 61.705 108.898 -10.595 -13.413 -2.818
1º Bahia -73.067 -293 5.508 20.935 2.966 5.935 2.969
2º Maranhão -17.642 2.050 -5.006 4.156 782 2.075 1.293
3º Ceará -37.194 -2.111 -14.256 8.168 -2.940 2.039 4.979
4º Piauí -12.612 4.643 897 2.002 836 786 -50
5º Pernambuco -47.617 -6.703 -32.780 -20.829 -195 621 816
6º Alagoas -11.559 -8.513 -32.643 -24.229 -151 415 566
7º Sergipe -15.314 -925 -6.301 -3.705 -133 -159 -26
8º Rio Grande do Norte -15.653 773 -3.956 -5.096 -202 -299 -97
9º Paraíba -12.001 -3.472 -10.042 -6.648 -591 -703 -112
Fonte: CAGED * Acumulado de janeiro a maio, com ajustes até abril

O Maranhão registrou 2.075 contratações líquidas em maio de 2018, configurando o melhor


resultado para o mês dos últimos 11 anos. No mesmo período de 2017, verificou-se a criação líquida
de 782 postos de trabalho formal. Dentre os oito setores de atividade (considerando-se a metodologia
do IBGE), houve desempenho positivo em seis, com a abertura de vagas sendo puxada pelos Serviços
(+1,8 mil), e Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) (+335) (Tabela 25).
• No tocante à distribuição setorial, a geração líquida de empregos foi proveniente sobretudo
dos Serviços (+5,6 mil) e a Agropecuária (+806). Por outro lado, a atividade que mais
desmobilizou mão de obra formal em 2018 foi a Construção Civil (-1,7 mil).
• No que se refere ao setor que lidera as contratações em 2018, os Serviços de Alojamento,
Alimentação e Comunicação registraram 2,1 mil contratações líquidas, especialmente na
atividade de Associações de Defesa de Direitos Sociais (+1,5 mil). Outro destaque foram as
Atividades de Cobranças e Informações Cadastrais (+808), pertencente ao segmento
Administração Técnica Profissional (+1,8 mil).
• Em relação à Agropecuária (+808), observou-se que a atividade Cultivo de Cana-de-Açúcar
(+843) registrou o maior saldo de empregos, o que corrobora a expectativa de obtenção de
safra recorde.

Tabela 25. Maranhão: Geração de emprego formal de 2015 a 2018*, segundo subsetores de atividade;
saldo mensal e variação absoluta.
Acumulado Var.
Anual Maio
do Ano Variação relativa
Subsetores de Atividade absoluta do acum.
2015 2016 2017 2017 (a) 2018 (b) 2017 2018 (b -a ) do
ano(%)**
-
Total 9.162
15.351 -17.642 2.050 -5.006 4.156 782 2.075 0,9
Extrativa mineral -731 -97 -170 -122 2 -25 -3 124 0,1
Ind. de Transformação -1.686 -2.363 -2.141 -859 -89 346 24 770 -0,2
Ind. de prod. minerais não metálicos -497 -1.030 -772 -396 -113 -121 -19 283 -1,8
Ind. mecânica -102 315 164 257 -281 48 -125 -538 -19,9
Ind. do papel, papelão, editorial e gráf -49 0 8 -59 109 -5 17 168 4,6
Ind. da borr, fumo, couros, peles, out 71 15 -25 -2 65 -25 -25 67 4,0
Ind. química de prod. farm., vet. -176 -411 -1.008 296 122 496 57 -174 3,3
Ind. de alimentos e bebidas 304 -455 -113 -409 58 -61 98 467 0,4
Outras Indústrias -797 -395 -546 -49 14 21 732 -0,6
SIUP 564 -360 71 75 371 106 335 296 6,6
Construção civil -5.317 -12.181 852 -2.049 -1.699 318 62 350 -4,5
Construção de edifícios -9.110 -4.613 1.974 -597 -658 127 -216 -61 -3,2
Obras de infraestrutura 4.250 -6.828 -882 -1.072 -1.026 252 117 46 -9,6
Serviços espec. para construção -465 -740 -220 -380 -15 -61 161 365 -0,2
Comércio -1.187 -2.254 -756 -3.354 -886 -932 -383 2.468 -0,3
Comércio varejista -325 -2.385 -576 -3.130 -816 -720 -302 2.314 -0,5
Comércio atacadista -862 131 -180 -224 -70 -212 -81 154 -0,1
Serviços -5.136 -360 4.249 1.177 5.650 392 1.802 4.473 18,2
Inst. de crédito, seg. -43 -172 -87 -29 -9 41 12 20 0,0
Com. e adm. de imóveis, valores 3.285 883 -43 46 1.793 -175 -24 1.747 28,3
Transportes e comunicações -840 -784 1.590 533 99 242 170 -434 0,2
Alojamento, alimentação, etc. -6.298 -2.089 303 -708 2.111 218 1.225 2.819 6,9
Serv. médicos, odont. e vet. -2.448 2.091 1.942 523 666 22 320 143 1,4
Ensino 1.208 -289 544 812 990 44 99 178 4,2
Administração pública -21 211 63 65 1 168 3 -64 0,0
Agropecuária -1.837 -238 -118 61 806 409 235 745 4,4
Fonte: MTE *Acumulado de janeiro a maio, com ajustes até abril

• No que se refere à Construção Civil (-2 mil), destaca-se a continuidade das demissões
líquidas no subsetor, com cerca de 1,7 mil desligamentos nos primeiros cinco meses do ano
(comparados a 2 mil no mesmo período do ano anterior). O segmento Obras de Infraestrutura
(-1 mil) representa aproximadamente 50% dos desligamentos líquidos do setor, enquanto
que a Construção de Edifícios respondeu por 632 demissões líquidas no período em análise.
• No setor comércio (886 desligamentos líquidos), nota-se persistência na desmobilização de
mão de obra, comportamento semelhante ao observado no país. Isto deriva, em parte, da
persistência do nível da taxa de desocupação que implica no comprometimento/adiamento
das decisões de compras das famílias. Por sua vez, a liberação dos saques das cotas do
PIS/PASEP deverá colaborar para reduzir as demissões no subsetor em 2018, haja vista que
esta medida se estende até o dia 28 de setembro do ano corrente.
3.3.1. Municipal
São Luís lidera na geração de postos de trabalho no acumulado de 2018, em movimento impulsionado
pelo setor de Serviços. Por outro lado, as maiores demissões líquidas nos municípios maranhenses
foram registradas nos setores do Comércio e da Construção Civil

A Tabela 26 apresenta a geração de empregos nos municípios maranhenses por setor de atividade
no acumulado de janeiro a maio de 2018. Dentre os municípios que mais geraram empregos formais,
estão: São Luís (+2,8 mil), Campestre do Maranhão (+926), Balsas (+482), Barreirinhas (+323) e
Açailândia (+252).

Tabela 26. Maranhão: Saldo de empregos celetistas por município, segundo Setores de Atividade:
maiores e menores saldos de contratações no acumulado de 2018*

Constução

Comércio
Indústria
Extrativa

pecuária
Serviços
Mineral

Pública
Ordem

Transf.

Agro-
Adm.
SIUP¹

Total
Civil
Município

Total 2 -89 371 -1.699 -886 5.650 1 806 4.156


1º São Luís -4 -276 364 -1.363 -647 4.726 12 7 2.819
2º Campestre do Maranhão 0 103 0 2 -3 26 0 798 926
3º Balsas 6 -1 -5 34 156 342 0 -50 482
4º Barreirinhas 0 0 0 330 -17 10 0 0 323
5º Açailândia 0 42 -3 -24 15 82 0 140 252
6º Godofredo Viana -23 0 0 210 -1 18 0 0 204
7º São Raimundo das Mangabeiras 0 25 0 0 -14 79 0 59 149
8º Presidente Dutra 0 32 1 24 52 -2 0 1 108
9º Urbano Santos 0 0 -1 5 3 6 0 81 94
10º Pindaré Mirim 0 24 -1 54 7 2 0 -1 85
208º Santa Luzia 0 0 0 -25 -23 1 0 -44 -91
209º Porto Franco 2 -9 2 -91 -10 21 0 -6 -91
210º Bacabal -9 -13 -7 -30 -63 25 0 0 -97
211º Grajaú 3 25 0 -1 3 -10 0 -123 -103
212º Codó -4 24 0 -9 -36 -37 0 -41 -103
213º Itapecuru Mirim 1 -88 1 -10 -12 -25 0 -1 -134
214º Vila Nova dos Martírios 0 0 0 -93 -2 -78 0 9 -164
215º São José de Ribamar 1 -3 -5 -219 -155 163 0 4 -214
216º Bacabeira -11 0 0 -303 4 4 0 0 -306
217º Imperatriz 0 138 11 -50 -301 -99 -5 -29 -335
Fonte MTE *Acumulado de janeiro a maio, com ajustes até abril

• Na capital, o setor de Serviços liderou a geração de postos de trabalho (+4,7 mil) entre janeiro
a maio de 2018, com destaque para as atividades de Associações de Defesa de Direitos
Sociais (+1,4 mil) e Cobranças e Informações Cadastrais (+917). Somente em maio deste
ano, o setor registrou 1,4 mil empregos formais, em especial no segmento de Associações
de Defesa de Direitos Sociais (+1,2 mil). Em contraponto, as demissões líquidas registradas
na Construção (-1,4 mil) e no Comércio (-647) impediram um melhor resultado no saldo de
emprego do município.
• Em Campestre do Maranhão (+798) e Açailândia (+140) o setor Agropecuário foi destaque
na criação de empregos com carteira assinada, proveniente das atividades Cultivo de Cana-
de-Açúcar (+790) e Apoio à Produção Florestal (+237), respectivamente.
• No município Balsas, o saldo positivo de emprego formal foi mais expressivo nas atividades
ligadas aos setores do Serviços (+342) e Comércio (+156), com destaque para os segmentos
Hipermercados e Supermercados (+54) e Testes e Análises Técnicas (+146),
respectivamente.
• Em Barreirinhas, o maior saldo de emprego formal, no acumulado de 2018, foi registrado no
setor da Construção (+330), em especial na atividade de Construção de Edifícios (+330).
No outro extremo da Tabela 26, com maiores saldos negativos, destacam-se os municípios
Imperatriz (-335), Bacabeira (-306), São José de Ribamar (-214), Vila Nova dos Martírios (-164) e
Itapecuru Mirim (-134).
• Em Imperatriz, as demissões líquidas foram mais expressivas no setor Comércio que demitiu
liquidamente 301 trabalhadores, com predominância na atividade Varejista de Artigos do
Vestuário e Acessórios (-110).
• A Construção Civil foi o setor que registrou as maiores demissões líquidas nos municípios
de Bacabeira (-303), São José de Ribamar (-219) e Vila Nova dos Martírios (-93). Em
Bacabeira, o resultado deve-se a finalização da duplicação da BR-135 entre as localidades
Estiva e Bacabeira, onde verificou-se o maior fechamento de postos de trabalho na atividade
de Construção de Rodovias e Ferrovias (-292). Já em São José de Ribamar e Vila Nova dos
Martírios, as demissões foram predominantes nos segmentos Construção de Edifícios (-225)
e Construção de Rodovias e Ferrovias (-93).
• Em Itapecuru Mirim, o setor Indústria de Transformação (-88) foi o que registrou maior saldo
negativo no acumulado do ano, sendo mais expressivo nos segmentos de Fabricação de
Produtos Cerâmicos Não-Refratários para Uso Estrutural na Construção (-97).

Nordeste lidera a taxa de desocupação entre as regiões do país no primeiro trimestre de 2018 (15,9%),
e o Maranhão possui a quinta maior taxa da região, de 15,6%

• Os dados da PNADc para o Maranhão relativos ao 1º trimestre de 2018 mostram que a taxa
de desocupação atingiu 15,6 %, crescimento de 1,3 p.p contra o trimestre anterior, variação
que acompanha o comportamento observado no indicador para a região e o país. Observa-
se a mesma tendência no Nordeste (15,9%), cuja taxa de desocupação subiu 2,1 p.p em
relação ao quarto trimestre de 2017. Por sua vez, no país, a taxa cresceu 1,3 p.p, menor
magnitude do que o observado nas demais abrangências.

Gráfico 20. Brasil, Nordeste e Maranhão: Taxa de desocupação das pessoas na força de trabalho, por
trimestres de 2012 a 2018, (em %)

Brasil Nordeste Maranhão


17,0 16,3 15,9
15,5 15,0 15,6
14,0 13,1
12,8
12,5 13,7
10,9
11,0
9,7 9,3 9,6 10,8
9,5 8,9
7,9 9,3
8,0 7,2 7,9
7,9 8,0
6,5
6,4
5,0
I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Fonte: PNADc Trimestral/IBGE

O primeiro trimestre de 2018 marca queda de 3,5% do número de ocupados no Maranhão, em relação
ao mesmo período de 2017, com predominância no grupamento Agropecuária, que registra a maior
redução de pessoas desocupados desde 2015

No Maranhão foram registrados cerca de 2,2 milhões de ocupados no primeiro trimestre de 2018,
apontando para uma diminuição de 81 mil ocupados (-3,5%) em relação ao mesmo trimestre de 2017,
sendo que 76 mil foram registradas somente no setor Agropecuário (-15,9%) e 26 mil na Construção (-
12,0%).
• No setor Agropecuário, dentre os 76 mil trabalhadores que perderam suas ocupações no 1º
trimestre de 2018, comparado ao 1º trimestre de 2017, 31 mil se encontravam nas atividades
de cultivo de Mandioca e 25 mil em atividades de apoio à pecuária. Na comparação entre o
primeiro trimestre de 2018 e 2015, o setor já totalizou perda de 324 mil ocupados,
ressaltando que entre 2015 e 2016 ocorreu uma enorme estiagem. A situação se agrava mais
ainda quando vemos que 98,1% dos ocupados na agropecuária estão distribuídos por todo
o estado, excluindo a Região Metropolitana de São Luís que concentra apenas 1,9% dos
trabalhadores da atividade.
• A redução de ocupados na Construção (-26 mil) está concentrada nos segmentos de
Construção de edifícios (-13 mil) e Serviços especializados para construção (-11 mil), que é
afetada diretamente pela elevação dos custos do setor34 e a redução na procura por imóveis
novos aliados à redução das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha
Casa, Minha Vida (MCMV), e, também, da iniciativa privada (edifícios residenciais e
comerciais).
• Em contraponto, alguns segmentos dos Serviços foram destaques em termos de
crescimento do número de ocupados no Estado em relação ao mesmo período de 2017, em
especial nos grupamentos Informação, comunicação atividades financeiras, imobiliárias e
administrativas (+17,5%) e Administração Pública, educação e saúde (+11,2%). Dentre os
segmentos que contribuíram para o aumento da ocupação nessas seções, destacam-se: i)
na primeira seção, as atividades administrativas (+11 mil), em especial no segmento de
Seleção, agenciamento e locação de mão de obra (+7 mil); ii) na segunda seção, as atividades
ligadas a Administração pública e regulação da política econômica e social - Municipal (+14
mil) e a Pré-escola e ensino fundamental (+11 mil).

Tabela 27. Maranhão: Número de ocupados, segundo os Grupamentos de Atividade, de 2015 a 2018,
em mil pessoas, Variação Absoluta, Taxa de crescimento (%)
4º trimestre 1º trimestre Var. Tx.
Grupamentos de Atividade Absoluta Cresc. %
2015 2016 2017 2017 (a) 2018 (b) (b-a) (b/a)
Total 2.630 2.364 2.346 2.341 2.260 -81 -3,5
Agropecuária 676 477 416 477 401 -76 -15,9
Indústria 156 145 141 141 139 -2 -1,4
Indústria de transformação 126 116 110 112 105 -7 -6,3
Construção 269 237 227 217 191 -26 -12,0
Comércio, reparação de veículos 533 547 540 549 528 -21 -3,8
Serviços inclusive APU, educação. e saúde 994 958 1.023 956 1.002 46 4,8
Transporte, armazenagem e correio 91 93 94 97 93 -4 -4,1
Alojamento e alimentação 103 119 118 125 118 -7 -5,6
Informação, comunic., ativ. financeiras, imob. e adm. 104 92 114 103 121 18 17,5
Outros serviços 97 97 97 97 90 -7 -7,2
Serviços domésticos 159 148 148 144 145 1 0,7
Administração pública, educação e saúde 440 409 452 390 435 45 11,5
Atividades mal definidas 1 0 0 0 0 0 -
Fonte: PNAD Contínua Trimestral/IBGE

A Tabela 28 ilustra a distribuição do número de ocupados, segundo a posição na ocupação e


categorias de emprego no Maranhão e no Brasil. Conforme se verifica, comparando-se o primeiro
trimestre de 2018 ao último trimestre de 2017, há um comportamento de aumento no emprego celetista
no plano estadual (+4,9%), enquanto que no nacional registrou-se queda (-1,5%). Na abertura dos
microdados, verifica-se que o aumento de trabalhadores com carteira assinada no setor privado do
estado foi proveniente das atividades Comércio de produtos alimentícios, bebidas e fumo (+9 mil),
Seleção, agenciamento e locação de mão de obra (+6 mil) e Extração de minerais metálicos (+6 mil).
Vale destacar também, na comparação interanual, o crescimento do número ocupados registrados
nas categorias dos trabalhadores do setor público (+22 mil) e os sem carteira (+16 mil). No setor
público, os segmentos que mais criaram ocupações no período foram as atividades de atendimento

34Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), sem crédito para a produção e com
sucessivos aumentos dos preços dos insumos, a indústria da construção civil deve continuar estagnada neste ano.
Disponível em: < https://www.ibrafi.org.br/noticia/falta-de-credito-trava-retomada-da-construcao>
hospitalar (+6,9 mil), Outros serviços coletivos prestados pela administração pública - Estadual (+6,8
mil) e Administração pública e regulação da política econômica e social - Municipal (+6,9mil). Na
categoria dos sem carteira, dentre as atividades que foram preponderantes para o aumento de
trabalhadores, destacam-se Criação de bovinos (+17 mil) e Administração pública e regulação da
política econômica e social - Municipal (+6,8 mil).

Tabela 28. Brasil e Maranhão: Ocupados por posições na ocupação, categorias de emprego e taxa de
crescimento (%) de 2015 a 2018*
4º trimestre 1º trimestre V. abs. Tx. Cresc.
Posição na ocupação
2015 2016 2017 2017 (a) 2018 (b) (b-a) b/a
Total - Brasil 92.245 90.263 92.107 88.947 90.580 1.633 1,8
Empregado no Setor Privado com carteira ¹ 35.403 34.005 33.321 33.406 32.913 -493 -1,5
Empregado sem carteira ² 12.294 12.559 13.605 12.018 12.896 878 7,3
Trabalhador doméstico 6.278 6.108 6.370 6.058 6.203 145 2,4
Empregado no Setor Público ³ 9.065 9.209 8.981 9.035 9.033 -2 0,0
Empregador 3.956 4.146 4.409 4.128 4.363 235 5,7
Conta Própria 22.913 22.129 23.198 22.112 22.951 839 3,8
Trabalhador Familiar Auxiliar 2.336 2.107 2.223 2.190 2.221 31 1,4
V. abs. Tx. Cresc.
Posição na ocupação 2015 2016 2017 2017 (a) 2018 (b)
(b-a) b/a
Total - Maranhão 2.631 2.363 2.346 2.341 2.259 -82 -3,5
Empregado no Setor Privado com carteira ¹ 432 403 425 405 425 20 4,9
Empregado sem carteira ² 501 503 586 513 529 16 3,1
Trabalhador doméstico 157 147 147 143 144 1 0,7
Empregado no Setor Público ³ 235 215 239 216 238 22 10,2
Empregador 37 56 79 69 74 5 7,2
Conta Própria 1.128 931 777 880 759 -121 -13,8
Trabalhador Familiar Auxiliar 141 108 93 115 90 -25 -21,7
Fonte: PNADc Trimestral 1Exclusive trabalhadores domésticos; 2Exclusive trabalhadores domésticos; 3Inclusive servidor estatutário e
militar

Outro fator importante a ser observado é a dinâmica dos trabalhadores por conta-própria, que
enquanto no país há uma elevação desta categoria (3,8%), no estado há um comportamento de queda
(-13,8%) na comparação interanual. Considerando as categorias de emprego, os conta-própria
concentram a maior parcela de trabalhadores, 34% do total de ocupados no estado, os quais se
concentram em grande parte nas atividades ligadas a Agropecuária (29%), Comércio (26%) e
Construção (11%). Dentre os segmentos que apresentaram expressiva redução no contingente de
trabalhadores dessa categoria, destacam-se Cultivo de mandioca (-28 mil), Comércio ambulante e
feiras (-25 mil) e Construção de edifícios (-17 mil).
Em relação aos rendimentos reais da população ocupada, no Maranhão houve uma queda no
primeiro trimestre de 2018, relativamente ao quarto trimestre de 2018, contudo, verifica-se uma
variação interanual positiva de 5,1%. Ao tratar-se da massa de rendimentos reais da população
ocupada, observou-se variação negativa de 5,9% na comparação com o trimestre anterior, embora se
verifique crescimento de 2,4% em relação ao primeiro trimestre de 2017.
Gráfico 21. Maranhão: Rendimento Médio Real (Em R$) de todos os trabalhos e massa real de
rendimentos (R$ bilhões) - 1º tri/2012 a 1º tri/2018, inflacionados pelo IPCA a preços de fev/18

1.400 2,941 3,0


MARANHÃO
1.350
2,9
1.300 1.275
2,8

Em R$ Bilhões
1.250
1.200 2,767 2,7
1.150
Em R$

1.100 2,6
1.050 2,5
1.000
2,4
950
900 2,3
I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Rendimento médio real Massa de rendimento real (à dir.)
Fonte: PNADc Trimestral

Entre os grupamentos de atividade, aqueles que mais contribuíram para o aumento da massa de
rendimentos foram o Comércio, reparação de veículos automotores e motocicleta com o aumento de
R$ 96,6 milhões (+16,6% contra o 1 Trimestre de 2017) e a Administração Pública, com o aumento de
R$ 57,9 milhões (+20,4%, na mesma base de comparação). Por sua vez, registrou-se no grupamento
Agropecuária um decréscimo de 37,9 milhões, o correspondente a uma variação relativa negativa de
18,3%.
Destaca-se, em relação a Administração pública, que as atividades com aumento mais expressivo
no número de ocupados foram Administração pública e regulação da política econômica e social –
Municipal (+13,9 mil) e Outros serviços coletivos prestados pela administração pública – Estadual (+9
mil), sendo portanto, um indicativo da contribuição de tais segmentos sobre a performance positiva
verificada na massa de rendimentos, em termos reais.

3.4. Finanças Públicas


3.4.1. Receitas Estaduais

A Arrecadação Total do Maranhão no acumulado até maio de 2018 atingiu R$ 7,6 bilhões, alta em
termos reais de 9,8% em relação ao registrado no mesmo período de 2017 quando o total apurado
alcançou R$ 6,9 bilhões. Após fechar o ano de 2017 em queda, as Receitas Correntes registraram
expansão real de 3,5% no comparativo entre o acumulado do ano até maio de 2018 e 2017, passando
de R$ 7,5 bilhões para R$ 7,8 bilhões. Enquanto que o segundo grande item Receitas de Capital registrou
até o mês de maio do ano corrente R$ 470,9 milhões, R$ 333,3 milhões acima do apurado em 2017,
quando essa categoria de receita totalizou R$ 137,7 milhões (Tabela 29).
Houve registro de queda de todos os componentes da Receita Tributária, notadamente determinada
pelo decréscimo de ICMS (-1,6%). Por outro lado, foi registrada melhora dos repasses realizados da
União (+2,3%), atenuando a queda da arrecadação tributária, visto que esse componente corresponde
em média a 50% do conjunto corrente total. Registra-se também o incremento da arrecadação dos
componentes Receita de Contribuições (+21,3%, R$ +45,7 milhões), Receita de Serviços (+29,8%, R$
+34,8 milhões) e Receita Patrimonial (78,7%, R$ +106,4 milhões).
Dentre os itens da Receita Tributária, a arrecadação de IPVA, imposto que apresenta forte
sazonalidade no início do ano em razão do calendário de pagamento do tributo concentrado nesse
período, registrou decréscimo de -3,5% (R$ -9,9 milhões) no comparativo até o mês de maio, reflexo de
menor arrecadação do tributo nos meses de janeiro, fevereiro, março e maio de 2018 em relação aos
mesmos períodos em 2017. No comparativo intermensal, apenas o mês de abril registrou crescimento
significativo, com acréscimo de R$ 13,6 milhões (+53,1%).
O aumento do volume em Transferências Correntes no primeiro quadrimestre de 2018 foi
determinado predominantemente pela performance do repasse do Fundo de Participação dos Estados
(FPE), com crescimento real de 4,7% (R$ +131,4 milhões), já que os demais itens de pesos relevantes
nas transferências registraram perdas substanciais: Saúde – SUS Fundo a Fundo (-13,5%) e no Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (FUNDEB) (-0,8%).
• Em se tratando do FUNDEB, a não contabilização da parte devida de Complementação da
União no mês de abril desfavoreceu o somatório total do repasse, que até o mês de maio de
2018, foi R$ 5,2 milhões menor que o registrado frente ao ano passado. Além disso, a
transferência do recurso é feita de acordo com as matrículas realizadas no âmbito da
educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio e, conforme dados do Censo
Escolar, entre 2016 e 2017 o número de matrículas no Maranhão caiu de 2.141.097 para
2.058.621.
• A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) sobre a importação e a
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico
combustível, tributo federal cuja arrecadação é compartilhada com os Estados, registrou
redução real de 7,5% (R$ -2 milhões). A queda do repasse reflete a queda da arrecadação do
tributo federal que, segundo dados do Tesouro Nacional, diminuiu 9,7% (R$ -186,8 milhões)
em termos reais no comparativo entre janeiro a abril de 2018 e janeiro a abril de 2017. O
repasse do CIDE aparece zerado no mês de maio porque o repasse do tributo é feito
trimestralmente nos meses de janeiro, abril, julho e outubro.

Tabela 29. Maranhão: Receitas do Estado a Valores Constantes (R$ Milhões, corrigidos pelo IPCA até
mai/18), Cresc. (%), Variação Absoluta, Percentual de Trans. Correntes/Rec. Total, Rec. Trib./Rec. Total
e ICMS/Rec. Tributárias - 2016 e 2017, mai/17 e mai/18
Acum. Do Ano Maio Crescimento (%) Var. Absoluta
DESCRIÇÃO 2018/ mai18/ 2018- mai18-
2017 2018 2017 2018
2017 mai17 2017 mai17
Total Geral 6.991,8 7.678,7 1.552,4 1.622,7 9,8 4,5 686,8 70,3
RECEITAS CORRENTES 7.549,8 7.815,1 1.617,7 1.609,3 3,5 -0,5 265,3 -8,3
RECEITA TRIBUTÁRIA 3.187,7 3.116,3 732,5 579,7 -2,2 -20,9 -71,4 -152,8
ICMS 2.517,1 2.475,8 586,8 463,2 -1,6 -21,1 -41,3 -123,7
IPVA 281,8 271,8 49,6 40,1 -3,5 -19,0 -9,9 -9,4
IR 231,9 211,8 61,6 46,3 -8,7 -24,8 -20,1 -15,3
TAXAS 151,8 151,5 33,0 28,6 -0,2 -13,2 -0,2 -4,3
RECEITA DE CONTRIBUICÕES 214,9 260,6 47,8 24,4 21,3 -48,9 45,7 -23,4
RECEITA DE SERVIÇOS 117,0 151,9 27,5 37,6 29,8 36,8 34,8 10,1
RECEITA PATRIMONIAL 135,2 241,6 20,6 108,4 78,7 424,9 106,4 87,7
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 3.763,2 3.904,7 763,9 836,6 3,8 9,5 141,5 72,8
CIDE 25,9 23,9 0,0 0,0 -7,5 0,0 -2,0 0,0
FPE 2.795,0 2.926,4 592,3 628,8 4,7 6,2 131,4 36,5
SAÚDE-SUS FUNDO A FUNDO 186,5 161,3 33,0 30,0 -13,5 -9,1 -25,2 -3,0
FUNDEB 640,5 635,3 114,7 145,9 -0,8 27,2 -5,2 31,2
TRANSFERÊNCIA COMPLEMENTAÇÃO 325,8 321,6 46,6 80,9 -1,3 73,8 -4,2 34,3
TRANSFERÊNCIA RECURSO 314,7 313,7 68,1 65,0 -0,3 -4,6 -1,0 -3,2
Outras Transferências Correntes 115,4 157,8 23,9 32,0 36,8 33,8 42,4 8,1
OUTRAS RECEITAS CORRENTES 131,8 140,0 25,3 22,5 6,2 -10,9 8,2 -2,8
INTRA-ORÇAMENTÁRIAS 265,7 376,2 70,1 155,7 41,6 122,1 110,6 85,6
RECEITAS DE CAPITAL 137,7 470,9 75,7 56,7 242,1 -25,1 333,3 -19,0
ALIENAÇÃO DE BENS 0,5 0,6 0,1 0,4 30,8 419,6 0,1 0,4
AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS 0,2 0,0 0,0 0,0 -95,9 0,0 -0,2 0,0
OPERAÇÕES DE CRÉDITO 117,2 402,6 73,7 9,5 243,7 -87,1 285,5 -64,3
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL 5,4 7,0 0,2 6,5 30,6 - 1,6 6,3
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL 14,5 60,7 1,7 40,3 319,2 - 46,2 38,6
DEDUÇÕES DA RECEITA -961,3 -983,6 -211,1 -199,1 2,3 -5,7 -22,3 12,0
Nível de Dependência ¹(%) 53,8 50,9 49,2 51,6 - - - -
Receita Tributária/Rec. Total (%) 45,6 40,6 47,2 35,7 - - - -
ICMS/Rece. Tributárias (%) 79,0 79,4 80,1 79,9 - - - -
Fonte: SEPLAN ¹Trans. Correntes/Rec. Total Obs.: Todas as fontes
• O avanço da arrecadação da Receita Patrimonial (+78,7%, R$ +106,4 milhões) está
relacionado à reavaliação do patrimônio dos servidores, que foi possibilitada por meio da
criação do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Maranhão (IPREV).
• O aumento de R$ 45,7 milhões em Receitas de Contribuições reflete o crescimento da
Contribuição Previdenciária do Regime Próprio, com destaque a Contribuição Servidor –
Ativo Civil (R$ +19,2 milhões), Contribuição Servidor – Ativo Militar (R$ +25,8 milhões) e
Contribuição Servidor – Inativo Civil (R$ +3,2 milhões).
As contratações de operações de crédito foram determinantes para o crescimento acentuado das
Receitas de Capital. Em 2018, os valores com essas contratações somam R$ 402,6 milhões, sendo que
a maior parte desse montante corresponde a aportes internos (BB/BNDES, R$ 344,2 milhões). Registra-
se também a contratação de R$ 58,2 milhões junto à Caixa Econômica Federal no mês de fevereiro de
2018. Os valores contratados em sua maior parte devem ser destinados à continuação das obras de
revitalização de rodovias, construção e reformas de escolas.
A Tabela 30 mostra a arrecadação de ICMS por setor econômico e grupo de atividade considerando
os dados acumulados até o mês de abril. Observa-se que o peso da apuração do tributo no Setor
Secundário em relação ao arrecadado total passou de 39,1% no primeiro quadrimestre de 2017 para
42% no primeiro quadrimestre de 2018, de forma que no comparativo interanual registrou crescimento
real de 12,6% (R$ +94,8 milhões). Esse aumento do Setor Secundário compensou os decréscimos da
apuração no Setor Primário (-20,4%, R$ -3,7 milhões) que seu deu em maior intensidade, e do Setor
Terciário (-0,1%, R$ -600 mil), aquele de maior peso na arrecadação total.
O aumento do Setor Secundário no primeiro quadrimestre de 2018 em comparação ao mesmo
período de 2017, decorreu principalmente das contribuições das atividades de Combustível e Indústria
de Transformação, com receitas maiores em R$ 58,4 milhões e R$ 33,7 respectivamente, sendo que na
contramão, a arrecadação da atividade Indústria – outras foi menor em R$ 100 mil.
O Cultivo de Soja é a atividade que mais contribui para a arrecadação do segmento Agricultura. Até
o mês de abril de 2018, a produção do grão registrou crescimento de 28,8% em receitas de ICMS, mas
o destaque ficou com o Cultivo de Feijão cuja arrecadação do tributo no primeiro quadrimestre desse
ano foi R$ 6,5 milhões maior que a obtida no mesmo período do ano passado.
Dessa forma, a arrecadação de ICMS no segmento agrícola foi a única que registrou performance
positiva dentro do Setor Primário, com crescimento real de 26,2%. Na contramão, vieram os
desempenhos da Pecuária (-13,4%), Pesca e Aquicultura (-12,9%) e Produção Florestal (-84,7%).
• Apesar de arrecadação das culturas de milho e arroz, componentes importantes da produção
graneleira do Estado, terem registrado decréscimo no comparativo interanual, as
perspectivas com relação à safra 2018 permanecem positivas, e assim, a estimativa de
produção recorde para o ano corrente implica em ganhos à arrecadação do segmento
agrícola.
Tabela 30. Maranhão: Arrecadação de ICMS por Setor de Atividade Econômica: Valores Constantes (IPCA até
abr/18) em R$ Milhões, Part. %, cresc. e Var. Absoluta - 2016, 2017, abr/17 e abr/18
GRUPO DE Abril Participação Cresc (%) Var. Absoluta
SETOR 2017* 2018*
ATIVIDADE
ECONÔMICO (a) (b) 2017 (c ) 2018 (d) (a) (b) (c ) (d) (b)/(a) (d)/(c ) (b)-(a) (d)-(c )
ECONÔMICA
Agricultura 2,7 3,4 0,6 1,0 0,1 0,2 0,1 0,2 26,2 68,9 0,7 0,4
PRIMÁRIO

Pecuária 12,0 10,4 2,7 2,8 0,6 0,5 0,6 0,6 -13,4 1,0 -1,6 0,0
Pesca e aquicultura 0,3 0,3 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 -12,9 -40,3 0,0 0,0
Produção florestal 3,3 0,5 0,2 0,1 0,2 0,0 0,0 0,0 -84,7 -44,9 -2,8 -0,1
Primário 18,3 14,6 3,6 3,9 1,0 0,7 0,8 0,8 -20,4 9,2 -3,7 0,3
Combustível 471,4 529,9 113,6 134,4 24,6 26,4 24,1 27,3 12,4 18,3 58,4 20,8
SECUNDÁRIO

Energia elétrica 2,7 5,4 0,5 1,3 0,1 0,3 0,1 0,3 98,2 158,2 2,7 0,8
Ind. de transformação 272,0 305,7 59,6 73,5 14,2 15,2 12,6 14,9 12,4 23,3 33,7 13,9
Indústria extrativista 2,8 2,9 0,8 0,7 0,1 0,1 0,2 0,1 2,8 -17,4 0,1 -0,1
Indústrias - outras 0,4 0,3 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 -24,5 -38,7 -0,1 0,0
Secundário 749,3 844,1 174,7 209,9 39,1 42,0 37,0 42,7 12,6 20,2 94,8 35,2
Combustível 63,4 51,5 22,0 12,9 3,3 2,6 4,7 2,6 -18,8 -41,6 -12,0 -9,1
Comércio atacadista 349,8 310,2 94,4 81,3 18,2 15,4 20,0 16,5 -11,3 -13,8 -39,6 -13,0
Comércio varejista 306,7 328,1 69,8 76,8 16,0 16,3 14,8 15,6 7,0 10,1 21,4 7,0
TERCIÁRIO

Energia elétrica 185,5 243,3 44,5 55,4 9,7 12,1 9,4 11,3 31,2 24,4 57,8 10,9
Outros serviços 23,8 23,6 5,4 6,2 1,2 1,2 1,1 1,3 -0,8 14,1 -0,2 0,8
Serv. de comunicação 144,6 126,6 32,8 28,2 7,5 6,3 7,0 5,7 -12,5 -14,0 -18,0 -4,6
Serviços de transporte 77,3 67,3 24,8 17,2 4,0 3,3 5,3 3,5 -13,0 -30,6 -10,0 -7,6
Terciário 1.151,2 1.150,6 293,7 278,0 60,0 57,3 62,2 56,5 -0,1 -5,3 -0,6 -15,7
Total 1.918,8 2.009,4 471,9 491,8 100,0 100,0 100,0 100,0 4,7 4,2 90,6 19,9
Fonte: SEFAZ

Nesse primeiro quadrimestre de 2018 a arrecadação de ICMS do Comércio Atacadista apresentou


ritmo de queda: até o mês de abril tal atividade havia apurado R$ 310,2 milhões, frente a R$ 349,8
milhões no acumulado até o mesmo mês de 2017, queda real de 11,3%. Vale lembrar, que a arrecadação
do grupo de atividade Comércio Atacadista, segmento de maior peso na atividade terciária, chegou a
fechar o ano de 2017 com crescimento de 4,6% e, ainda assim, o Setor Terciário registrou no período
decréscimo dos valores arrecadados em ICMS. De forma que nesses primeiros quatro meses do ano,
os fatores que impediram a queda mais acentuada do agregado Setor Terciário, foram a redução do
ritmo da baixa em Combustíveis (-18,8%, R$-12 milhões) e o saldo positivo das atividades do Comércio
Varejista (+31,2%, R$ +57,8 milhões) e de Energia Elétrica (+7%, R$ 21,4 milhões).
• Dentre as atividades do segmento Serviço de Comunicação, Serviço de Telefonia Fixa
Comutada (STFC) (R$ -7,9 milhões) e Telefonia móvel celular (R$ -9,2 milhões) registraram
os piores saldos negativos na arrecadação de ICMS. Essa dinâmica pode ser atribuída pela
diminuição da adesão a esses serviços: segundo dados da Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL) houve registro no Maranhão, ainda no comparativo do
acumulado do ano, de queda de 3,4% do número de linhas moveis ativas e de 5% do registro
de linhas fixas35 em operação.
• Os dados da ANATEL mostram ainda que o número de assinantes de TV por assinatura no
Estado aumentou em 3,3%, no entanto esse avanço não refletiu na arrecadação do tributo
em Atividades relacionadas à televisão por assinatura, exceto programadoras que registrou
decréscimo de R$ 566,6 mil.
O decréscimo de Serviços de transporte se deu, sobretudo, em razão da variação negativa das
atividades Transporte ferroviário de cargas (R$ -9,7 milhões) e Transporte Marítimo de longo curso –
carga (R$ -1,4 milhões).
Quanto às consequências da greve dos caminhoneiros sobre a arrecadação estadual, a Secretaria
da Fazenda do Estado do Maranhão (SEFAZ) estima que a redução de R$ 0,46 no preço do diesel, se
repassados integralmente ao consumidor final, terá como impacto a redução de R$ 108 milhões da
receita arrecadação de ICMS (-1,7% ou -0,5 da Receita Total do Estado).

35 Linhas fixas registradas pelas autorizadas e pelas concessionárias.


3.4.2. Despesas Estaduais
Aumento dos gastos do Governo do Maranhão sobretudo em saúde, educação e infraestrutura
respondem por avanço de 13,7% das Outras Despesas Correntes.

Nos primeiros cinco meses de 2018, a Despesa Total do Maranhão atingiu cifra de R$ 8,04 bilhões,
um crescimento real de 11,5% na comparação com os R$ 7,2 bilhões registrados até maio de 2017. A
Tabela 31 mostra que esse avanço decorreu do aumento no comparativo interanual tanto das Despesas
Correntes, +7,2% (R$ 438,9 milhões), como das Despesas de Capital, que registraram +35,9% (R$ 392,1
milhões).
Os investimentos do Governo do Estado vêm sendo realizados sobretudo nos setores de
infraestrutura, educação, saúde, segurança e assistência social: desde 2015 foram entregues sete
hospitais macrorregionais, duas cozinhas comunitárias, 14 restaurantes populares, mais de 750
escolas construídas e reformadas, e de 19 unidades da Polícia Militar construídas e reformadas. Se por
um lado esses investimentos em segmentos estruturantes ao desenvolvimento do Estado, que
associado a dinâmica de redução do serviço da dívida, implicam em melhora da composição36 dos
gastos estaduais, por outro refletem em maior pressão sobre custeio do Estado.
Dessa forma, de janeiro a maio de 2018, os gastos com Outras Despesas Correntes totalizaram R$
3,08 bilhões, de modo que o crescimento real de 13,7% (R$ +371,2 milhões) foi determinante sobre o
conjunto corrente total, tendo em vista a maturação de investimentos realizados, desde 2015, nos já
citados setores de infraestrutura, educação, saúde, segurança e assistência social.
• Na abertura dos componentes das Outras Despesas Correntes, Aplicações Diretas (R$
+354,8 milhões) e Transferências a Municípios (R$ +13,4 milhões) apresentaram os maiores
aumentos em termos absolutos, com destaque às seguintes rubricas: Outros Serviços de
Terceiros - Pessoa Jurídica (R$ +159,3 milhões), Locação de Mão de obra (R$ +23,6 milhões),
Auxílio Financeiro a Estudantes (R$ +25 milhões) e Distribuição Constitucional ou Legal de
Receitas (R$ +8,2 milhões).

Tabela 31. Maranhão: Despesas do Estado a Valores Constantes (R$ Milhões, corrigidos pelo IPCA),
Cresc. (%) de 2016, 2017, mai/17 e mai/18
Acum do Ano Maio Cresc (%) Var absoluta
DESCRIÇÃO
2017 (a) 2018 (b) 2017 (c) 2018 (d) (b)/(a) (d)/(c) (b)-(a) (d)-(c)
Total Geral 7.217,2 8.048,2 1.667,8 1.665,3 11,5 -0,1 831,0 -2,4
1. Despesas Correntes 6.125,6 6.564,5 1.486,2 1.317,7 7,2 -11,3 438,9 -168,4
1.1 Pessoal e Encargos Sociais 3.238,3 3.318,0 705,6 785,9 2,5 11,4 79,7 80,3
1.2 Juros e Encargos da Dívida 170,6 158,6 18,4 15,4 -7,1 -16,4 -12,1 -3,0
1.3 Outras Despesas Correntes 2.716,7 3.088,0 762,2 516,5 13,7 -32,2 371,2 -245,7
Aplicações Diretas 1.807,4 2.162,2 565,7 341,9 19,6 -39,6 354,8 -223,8
Auxílio Financeiro a Estudantes 11,0 36,1 3,1 3,3 226,4 7,2 25,0 0,2
Locação de Mão-de-Obra 154,3 177,9 34,5 31,0 15,3 -10,1 23,6 -3,5
Outros Serviços de Terceiros - PJ 1.113,7 1.272,9 347,2 156,0 14,3 -55,1 159,3 -191,2
Transferências a Municípios 809,4 822,8 176,0 147,4 1,7 -16,2 13,4 -28,5
Distrib Const. ou Legal de Receitas 794,2 802,3 174,9 144,5 1,0 -17,4 8,2 -30,4
2. Despesas de Capital 1.091,6 1.483,7 181,6 347,6 35,9 91,4 392,1 166,0
2.1 Investimentos 638,6 944,8 146,8 293,7 47,9 100,1 306,2 147,0
2.2 Amortização da Dívida 344,3 243,7 34,8 30,0 -29,2 -13,9 -100,6 -4,8
2.3 Inversões financeiras 108,7 295,2 0,0 23,9 171,6 0,0 186,5 23,9
Serviço da Dívida¹ 514,9 402,3 53,2 45,4 -21,9 -86,8 -112,6 -7,9
Fonte: SEPLAN ¹Juros e Encargos da Dívida + Amortização da Dívida

Tratando-se das Despesas de Capital, no comparativo interanual os gastos em Investimentos


totalizaram R$ 944,8 milhões entre janeiro a maio de 2018, crescimento real de 47,9% frente a mesmo
período de 2017 quando a cifra foi de R$ 638,6 milhões, compensando a redução da Amortização da
Dívida (-29,2%, R$ -100,6 milhões).
Na direção oposta, no comparativo intermensal as Despesas Correntes marcaram decréscimo de
11,3%, o que está relacionado à diminuição das Outras Despesas Correntes (-32,2%, R$ -245,7 milhões)

36 Expansão dos investimentos e queda do Serviço da Dívida.


entre mai/18 e mai/17, que associada a diminuição de Juros e Encargos da Dívida (-16,4%, R$ -3
milhões) compensaram o avanço de Pessoal e Encargos Sociais (+11,4%, R$ +80,3 milhões).
As medidas fiscais que precisaram ser tomadas em razão da greve dos caminhoneiros implicam em
mais um agravante à crise fiscal e financeira pela qual o Governo Federal já passava e poderão afetar
ainda mais a capacidade de investimento federal e seu papel dinamizador sobre a economia do Estado.
Assim, se faz ainda mais importante a consolidação de capacidade gerencial para explorar novas fontes
de financiamento que permitam a continuidade das políticas para desenvolvimento do Estado.

3.4.3. Responsabilidade Fiscal


Relação DTP/RCL avança no primeiro quadrimestre de 2018 se aproximando do limite de alerta da LRF.

De acordo com o Relatório de Gestão Fiscal do primeiro quadrimestre de 2018, o Maranhão


comprometeu 43,28% da Receita Corrente Líquida com Despesa Total com Pessoal (DTP/RCL), avanço
de 4,6 p.p. frente ao mesmo período do ano anterior, quando essa relação atingiu 38,68% (Gráfico 22).
Segundo dados da SEGEP em 2016 o total de servidores ativos era de 99.783, quantidade que subiu
para 116.792 em 2017, sendo que a previsão para 2018 (LOA) é de contratação de mais 931 servidores
efetivos no Estado. Concomitantemente ao aumento das contratações, desde 2015 foram realizados
reajustes salariais37 sobretudo nas áreas de saúde, educação e segurança. Tais contratações e
reajustes vem pressionando o tamanho dos dispêndios com pessoal: como mostra o Gráfico 22, em
2016 a relação DTP/RCL chegou a alcançar no primeiro quadrimestre do ano 44,6%, ultrapassando o
limite de alerta (44,1%) e a partir de 2017, houve início de outra trajetória de crescimento nessa relação,
de forma, que o patamar atual do índice está apenas 0,8 p.p abaixo do limite de alerta.
Outro fator que contribuiu para o avanço da relação DTP/RCL foi o decréscimo das Receitas
Correntes deduzidos os valores das transferências constitucionais igual a -0,6% passando de R$ 12,86
bilhões até abril de 2017 para R$ 12,78 bilhões até abril de 2018.

Gráfico 22. Maranhão: Despesa Total com Pessoal em Relação à Receita Corrente Líquida e Limites da
LRF (em %) – 3º Quadri/06 a 1º Quadri/18

50,00 49,00

46,55

45,00 44,60 44,10


43,79 43,28
40,80 42,87 42,39
40,00 38,60 39,20 42,17
39,10 39,49
38,7039,20 38,68
35,00 36,50 36,90
35,50 34,90
34,30

30,00

MA Limite de Alerta Limite Prudencial Limite Máximo

FONTE: STN

A relação Dívida Consolidada Líquida/Receita Corrente Líquida também registrou avanço no


comparativo entre os primeiros quadrimestres de 2018 e 2017, passando de 33,16% para 44,72%,

37 +4,5% Plano Geral de Cargo e Salários do Estado, +13,8% piso dos professores, +20,8% atividade policial civil, +19,8%
atividade penitenciária, +11,38% delegados, +37,9% polícia civil e bombeiros, +8% Gratificação de Atividade do Magistério,
+6% a 20% atividade penitenciária, +15% magistério superior, +6,81% venc. Professores, +30% atividade fazendária.
crescimento de 12,56 p.p. (Gráfico 23). Ainda assim, o patamar de endividamento do Estado mantém
distância significativa em relação ao limite de alerta (180%).

Gráfico 23. Maranhão: Dívida Consolidada Líquida em relação à Receita Corrente Líquida e limites da
LRF (em %) - 3º Quadri/06 a 1º Quadri/18

250
200
200 180
150
115,24
91,42
100 74,9768,72
64,55
51,6843,7146,4060,1547,18 51,3345,72
39,1641,1238,21 39,1042,4933,1635,42
50

MA Limite de Alerta Limite Prudencial


FONTE: STN

Dentre os estados que publicaram seus resultados até o lançamento deste boletim, o Maranhão
apresentou a 9º menor relação DCL/RCL no 1º Quadri/18, ficando atrás do Amapá (1,7%) Pará (1,87%),
Espírito Santo (11,99%), Paraíba (23,38%), Amazonas (26,35%), Piauí (29,94%), Mato Grosso (32,56%) e
Roraima (40,39%). Destaca-se o salto apresentado por Santa Catarina, cujo patamar da Dívida Corrente
Líquida em relação a Receita Corrente Líquida passou de 39,68% para 89,48%.

Gráfico 24. Maranhão: Dívida Consolidada Líquida em relação à Receita Corrente Líquida (em %) - UFs*38, 1º
Quadri/17 a 1º Quadri/18
300
1º Q 2017 2º Q 2017 3º Q 2017
1º Q 2018 Limite Superior Média 1º Q 2018
250
200
200

150

100 76

50

0
RJ RS MG SP AL GO MS AC SE BA PE SC RO CE MA MT AM TO PI PR PB DF ES AP RN PA RR
FONTE: STN

Assim, a relação entre a dívida e a sua capacidade de pagamento apresentada pelo Maranhão
permanece abaixo da média da demais unidades da federação, e com espaço significativo até o limite
superior estabelecido (200%).

38 Mato Grosso do Sul, Tocantins, Paraná, Distrito Federal, Amapá e Roraima não tinham publicado o RGF até a publicação
desse boletim.

Você também pode gostar