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VULNERABILIDADE SOCIAL
Governador do Estado
Geraldo Alckmin
Vice-Governador do Estado
Guilherme Afif Domingos
Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional
Julio Semeghini
SEADE
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados
SP 2013
Coordenação geral
Maria Paula Ferreira
Coordenação técnica
Marcelo T. Pitta
Edney Cielici Dias (Coordenação da análise do Volume 1: O Estado dos Municípios 2008-2010)
Equipe técnica
Ana Lúcia de Siqueira Brito, Antonio Etevaldo Teixeira Junior, Edna Yukiko Taira, Neuci Arizono,
Carlos Roberto Almeida França, Gustavo de O. Coelho de Souza
O Estado de São Paulo, especialmente nos grandes centros urbanos, apre-
senta enormes desigualdades sociais, com áreas de alto padrão de quali-
dade de vida e outras de extrema miséria. Um crescimento econômico que
não foi capaz de estender seus benefícios a grandes parcelas da popula-
ção tem sido o modelo em nossa história.
É necessário que o poder público tenha em mãos dados precisos e con-
fiáveis para desenvolver políticas públicas específicas para as comunidades
mais vulneráveis. O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) forne-
ce muitos dados sobre o desempenho econômico e social dos municípios,
mas não contempla integralmente a questão da desigualdade dentro de-
les e a situação das suas áreas de concentração de pobreza. Para suprir es-
sas lacunas de informação, foi criado o Índice Paulista de Vulnerabilidade
Social (IPVS), o qual leva em conta a complexidade do fenômeno.
Examinar as condições de vida da população exige ter informação não
apenas sobre a renda, mas também sobre a escolaridade, a saúde, as
condições de inserção no mercado de trabalho, o acesso aos serviços
prestados pelo Estado e as oportunidades de mobilidade social. Enfim, a
qualidade de vida é um fenômeno com diversas determinações, as quais
devem ser levadas em conta para construir políticas públicas visando uma
vida mais digna para todos.
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com esse importante es-
tudo da Fundação Seade, espera contribuir para o desenvolvimento mais
justo de nosso Estado, ao apresentar os dados atualizados do Índice Pau-
lista de Vulnerabilidade Social (IPVS). Os gestores públicos municipais têm
aqui, como ferramenta para planejar suas ações, um melhor diagnóstico
das comunidades mais vulneráveis das suas cidades. E é certo que a atua-
ção do poder público nesses territórios vulneráveis é fundamental tan-
to para a distribuição mais equitativa de bens e serviços públicos quanto
para o desenvolvimento de ações que contribuam para romper o ciclo da
pobreza.
Maurílio Maldonado
Diretor-presidente do ILP
A Fundação Seade, em parceria com a Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo, apresenta aos gestores públicos e aos cidadãos o Índice Paulista
de Vulnerabilidade Social – IPVS, em sua versão 2010.
O Índice pretende oferecer ao gestor público e à sociedade uma visão mais
residente.
O IPVS 2010 aprofunda o diagnóstico realizado pela edição 2000, ao
incorporar, como componentes do indicador, a renda domiciliar per
capita, a situação de aglomerado subnormal (favela) do setor censitário
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Introdução
Nos seus quase dez anos de existência, o IPVS extrapolou seu objetivo
original, como instrumento de gestão dos programas de transferência de renda,
tornando-se amplamente utilizado pelo conjunto da sociedade, universidade e demais
gestores públicos. Seu uso caracteriza-se pela diversidade – da incorporação em
cadastros de usuários de empresas prestadoras de serviços públicos à utilização em
planejamentos de amostras para inquéritos populacionais nas áreas de saúde e
educação.
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O IPVS utiliza apenas as informações censitárias contidas no questionário do universo, pois apenas
estas são passíveis de desagregação por setor censitário.
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adaptações necessárias para a construção de um IPVS – versão 2010 que fosse
conceitualmente comparável à versão de 2002.
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7 – setores censitários rurais de alta ou muito alta vulnerabilidade. A criação desse
grupo se justifica na medida em que a forma de ocupação territorial nesses setores é
totalmente diferente do que nos setores urbanos, implicando políticas públicas
distintas. Outra questão que justifica a criação de um grupo desse tipo é que, apesar
de representarem 8,1% dos setores censitários do Estado, eles concentram apenas
3,7% da população paulista, distribuída em 645 municípios, e nem todos os setores
rurais se caracterizam como de alta ou muito alta vulnerabilidade.
Aspectos conceituais
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KATZMAN, R. Vulnerabilidad, activos y exclusion social em Argentina y Uruguay. Santiago de Chile, OIT-
Ford. 1999.
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segregação residencial cria “guetos” de famílias pobres ou que comungam de
determinadas características que as tornam vulneráveis à pobreza e, no outro
extremo, produz as áreas que concentram as parcelas da população com altíssimos
níveis de riqueza.
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Figura 1
IPVS
Socioeconomica Demográfica
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quarto do salário mínimo e a proporção de domicílios com renda per capita de até
meio salário mínimo. Uma vez que o salário mínimo é referência básica para
caracterizar a insuficiência de renda, podem ser considerados pobres aqueles
domicílios cuja renda per capita é inferior a meio salário mínimo. E, entre os pobres,
são considerados indigentes aqueles cuja renda per capita é inferior a um quarto do
salário mínimo.
Aspectos operacionais
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Tabela 1
Setores censitários, por tipo, segundo situação
Estado de São Paulo − 2010
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Quadro 1
Variáveis utilizadas na construção do IPVS versão 2010
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socioeconômico estão associadas as variáveis: renda domiciliar per capita, proporção
de domicílios com renda domiciliar per capita de até meio salário mínimo, proporção
de domicílios com renda domiciliar per capita de até um quarto do salário mínimo,
rendimento médio da mulher responsável pelo domicílio e proporção de pessoas
responsáveis alfabetizadas. Ao fator demográfico estão associadas as variáveis:
proporção de pessoas responsáveis de 10 a 29 anos, proporção de mulheres
responsáveis de 10 a 29 anos, idade média das pessoas responsáveis e proporção de
crianças de 0 a 5 anos de idade.
Tabela 2
Coeficiente de correlação linear entre variáveis originais e fatores
Fatores
Variáveis originais
Socioeconômico Demográfico
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Tabela 3
Fatores
Variáveis originais
Socioeconômico Demográfico
Quadro 2
Operacionalização dos grupos do IPVS 2010 pelo valor dos escores
Fator demográfico
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O cruzamento desses cinco grupos com a informação do tipo de setor
censitário (subnormal ou não especial) e sua localização na área do município (urbano
ou rural) gerou os sete grupos do IPVS versão 2010 (Quadro 3).
Quadro 3
Grupos do IPVS 2010 – setores censitários com mais de 50 domicílios
Dimensões
Situação e tipo de setores
Grupos IPVS2010
Ciclo de vida por grupo
Socioeconômica
familiar
Famílias jovens
residentes em Vulnerabilidade Urbanos
6 Baixa
aglomerados muito alta subnormais
subnormais
Famílias idosas,
Vulnerabilidade
7 Baixa adultas e jovens em Rurais
alta
setores rurais
Fonte: Fundação Seade. Índice Paulista de Vulnerabilidade Social – IPVS.
Nota: os setores censitários rurais do município de São Paulo foram considerados como
urbanos para classificação nos grupos do IPVS 2010.
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são distintos: em 2000 existiam pouco mais de 49.000 setores censitários, enquanto
em 2010 esse número passou a pouco mais de 66.000. Essas modificações impedem
a comparação direta entre os resultados de 2000 e 2010. No entanto, ao seguir o
mesmo marco teórico de 2000, é possível realizar uma avaliação, mesmo que
cuidadosa, das alterações ocorridas na década. A Figura 2 apresenta a
correspondência entre os grupos do IPVS versão 2000 e IPVS versão 2010.
Figura 2
Comparação conceitual entre IPVS 2000 e IPVS 2010
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