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DF 2018
0
RETRATOS SOCIAIS DF 2018
Paco Britto
Vice-Governador
Elaboração do estudo
Revisão Técnica
Revisão e copidesque
Heloisa Faria Herdy
Editoração Eletrônica
Maurício Suda
APRESENTAÇÃO
1
Segundo nota metodológica da PNAD/IBGE. A pesquisa considera Brasília a capital do Distrito Federal e,
assim, a denomina um município. Acessada em 11/02/2020 e disponível no seguinte sítio:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-
continua-mensal.html?=&t=downloads
RESUMO
Este estudo procura traçar o perfil das pessoas com deficiência (PcD) no Distrito
Federal, detalhando suas características socioedemográficas, sua inserção no mercado de
trabalho e alguns possíveis desafios encontrados na mobilidade urbana. Essas informações
são relevantes para identificar demandas e oportunidades para ações do poder público, da
iniciativa privada e/ou da sociedade civil e aprimorar o desenho de políticas públicas
focalizadas.
Os dados da PDAD mostram que, em 2018, viviam 139.708 pessoas com alguma
deficiência no Distrito Federal, o correspondente a 4,8% da população. A proporção de
pessoas com deficiência era maior nas RAs de média-baixa e baixa renda, entre a
população feminina e idosa. Os tipos de deficiências predominantes entre a população do
Distrito Federal eram a visual e motora.
APRESENTAÇÃO
RESUMO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 7
2. ASPECTOS METODOLÓGICOS................................................................................. 9
2.1. Procedimentos e conceitos comuns a outros estudos da série “Retratos
sociais 2018” ......................................................................................................... 9
2.1.1. A Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) ........................... 9
2.1.2. Organização do território: agrupamento por Regiões Administrativas ...... 9
2.2. Procedimentos e conceitos específicos deste estudo ....................................... 11
2.2.1. Pessoas com deficiência .......................................................................... 11
2.2.2. Análises descritivas .................................................................................. 12
3. RESULTADOS............................................................................................................ 14
3.1. O perfil das pessoas com deficiência no Distrito Federal .................................. 14
3.1.1. Proporção de pessoas com deficiência e tipo da deficiência .................. 14
3.1.2. Perfil Sociodemográfico ............................................................................ 15
3.1.3. Acesso a plano de saúde ......................................................................... 18
3.1.4. Aspectos de escolaridade ........................................................................ 18
3.2. Empregabilidade das pessoas com deficiências ............................................... 20
3.2.1. Situação de ocupação .............................................................................. 20
3.2.2. Trabalho formal ......................................................................................... 21
3.2.3. Posição na ocupação ............................................................................... 21
3.2.4. Setor de atividades ................................................................................... 22
3.2.5. Renda no trabalho principal ...................................................................... 23
3.2.6. Tipo de benefício ...................................................................................... 25
3.3. Condições de mobilidade urbana das pessoas com deficiências ..................... 26
3.3.1. Tempo de deslocamento casa-trabalho ................................................... 26
3.3.2. Meio de transporte utilizado no descolamento casa-trabalho ................. 27
4. DISCUSSÃO ............................................................................................................... 29
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 34
APÊNDICE ...................................................................................................................... 36
Apêndice A - Tabelas de informações para pessoas sem deficiência ..................... 37
Apêndice B - Número e percentual de pessoas com deficiência por RA ................. 38
RETRATOS SOCIAIS DF 2018
Pessoas com deficiência: perfil demográfico, emprego e deslocamento casa-trabalho
1. INTRODUÇÃO
Este estudo apresenta o perfil das pessoas com deficiência (PcD) no Distrito Federal,
detalha suas características socioedemográficas, a inserção no mercado de trabalho e os
desafios encontrados no deslocamento casa-trabalho. As análises foram elaboradas com
dados da PDAD 2018, trazendo resultados representativos por Regiões Administrativas
(RAs) do Distrito Federal. Comparativamente com as pessoas sem nenhum tipo de
deficiência, as pessoas com deficiência no DF apresentam renda média mensal menor, são
mais dependentes de transporte público e possuem menores níveis educacionais. Esta
análise visa subsidiar o planejamento de políticas governamentais e ações da sociedade
civil voltadas para as pessoas com deficiência, no que tange à desigualdade
socioeconômica, à inserção no mercado de trabalho e à mobilidade urbana.
Mesmo com grandes avanços legislativos em prol das pessoas com deficiência,
observados mundialmente nas últimas décadas, há, ainda, diversas barreiras para a plena
inclusão e participação de pessoas com deficiência em suas comunidades, como: acesso a
serviços de saúde, educação, emprego, transporte e a espaços de decisão. Essas
dificuldades são ampliadas, principalmente, quando as pessoas com deficiência vivem em
áreas que apresentam maiores índices de pobreza (OMS, 2012; ONU, 2019).
2
Essas estimativas foram realizadas pela OMS com base nas pesquisas: Pesquisa Mundial de Saúde e Carga
Global de Doenças, ambas de 2004. Existe uma grande dificuldade para a comparabilidade internacional de
dados sobre pessoas com deficiência a partir de censos demográficos e pesquisas amostrais realizadas pelos
próprios países. A definição do que é deficiência e a forma de coleta variaram nos últimos anos, e o esforço
de padronização mundial em relação a esse fenômeno é recente (OMS, 2012).
3
Os dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 estimam um percentual de 6,2% de pessoas com
deficiência na população brasileira (BOTELHO; PORCIÚNCULA, 2018).
Este estudo está dividido em cinco seções, além desta introdução. A segunda seção
trata dos aspectos metodológicos da pesquisa. A terceira exibe os resultados, com
subseções sobre o perfil das pessoas com deficiência, aspectos de emprego e renda e o
deslocamento casa-trabalho. A quarta seção discute os principais resultados e faz algumas
considerações sobre políticas públicas para pessoas com deficiência desenvolvidas no
Brasil e no Distrito Federal. Considerações finais são apresentadas na última seção.
4 o
Suprindo a demanda governamental posta pela Lei do Distrito Federal n 5.499, de 14 de julho de 2015, que
o
afirma em seu art. 4 , parágrafo único que: “...O poder público deve buscar ampliar o escopo das pesquisas
com fins estatísticos de modo a incluir informação detalhada sobre o perfil das populações com deficiência”
(DISTRITO FEDERAL, 2015).
5
Tal comparação é realizada conforme orientação do documento referência das Nações Unidas (ONU, 2001),
investigando barreiras e facilitadores à equalização de oportunidades entre a população.
2. ASPECTOS METODOLÓGICOS
Esta seção apresenta os aspectos metodológicos deste estudo para análise dos
dados da PDAD 2018 e apresentação dos resultados para a população com deficiência no
Distrito Federal.
As análises deste estudo - e dos demais estudos da série “Retratos Sociais 2018” -
são apresentadas utilizando a mesma organização do território utilizada pela PDAD 2018 e
pela Pesquisa de Emprego e Desemprego do DF (PED/DF). As RAs são agrupadas em
quatro grupos, seguindo critério de renda domiciliar média de cada RA (CODEPLAN, 2018),
conforme apresentado no Quadro 1.
6
Os microdados utilizados neste estudo têm como data de referência 26/11/2019.
7
Em 2019 foram criadas duas novas Regiões Administrativas Sol Nascente e Pôr do Sol. (RA XXXII) e
Arniqueiras (RA XXXIII), para as quais não existem informações específicas na PDAD 2018.
População Renda
Classificação Grupo de
Regiões Administrativas total estimada domiciliar
da renda renda
em 2018 média
Legenda
Grupos de
renda
Alta
Média-alta
Média-baixa
Baixa
E06 - Tem dificuldade permanente de enxergar? (Se utiliza óculos ou lentes de contato, faça
sua avaliação quando os estiver utilizando)
( ) Sim, alguma dificuldade
(x) Sim, grande dificuldade
(x) Sim, não consegue de modo algum
( ) Não, nenhuma dificuldade
E07 - Tem dificuldade permanente de ouvir? (Se utiliza aparelho auditivo, faça sua avaliação
quando o estiver utilizando)
( ) Sim, alguma dificuldade
(x) Sim, grande dificuldade
(x) Sim, não consegue de modo algum
( ) Não, nenhuma dificuldade
E08 - Tem dificuldade permanente de caminhar ou subir degraus? (Se utiliza prótese,
bengala ou aparelho auxiliar, faça sua avaliação quando o estiver utilizando)
( ) Sim, alguma dificuldade
(x) Sim, grande dificuldade
(x) Sim, não consegue de modo algum
( ) Não, nenhuma dificuldade
8
Prevalência é a “proporção de pessoas em uma população que apresentam uma determinada doença ou
agravo à saúde, como a existência de deficiências. Aplica-se o termo prevalência a estudos transversais,
onde o fenômeno é avaliado em um único momento no tempo” (IBGE, 2012).
9
Nesse estudo são utilizadas como sinônimos as expressões “pessoas com alguma deficiência”, “pessoas com
alguma forma de deficiência” e “pessoas com deficiência”.
A) Indicadores sociodemográficos
Quadro 3 - Indicadores selecionados para análise do perfil sociodemográfico das pessoas com
deficiência
Grupo Nº Indicador
Número absoluto e percentual de pessoas com alguma deficiência no Distrito Federal e Regiões
1
Administrativas
2 Percentual de pessoas por tipo de deficiência no Distrito Federal e grupos de renda
3 Percentual de pessoas com deficiência por faixa etária
4 Percentual de pessoas com deficiência por sexo
Demográfico
Quadro 4 - Indicadores selecionados para análise do perfil de emprego e renda das pessoas com
deficiência
Grupo Nº Indicador
1 Percentual de pessoas com deficiência por situação de ocupação
2 Percentual de pessoas com deficiência aposentadas
Emprego e renda
Quadro 5 - Indicadores selecionados para análise sobre mobilidade urbana das pessoas com
deficiência
Grupo Nº Indicador
1 Percentual de pessoas com deficiência por tempo de deslocamento casa-trabalho
urbana
Mobili-
dade
2 Percentual de pessoas com deficiência por tipo de transporte utilizado para ir ao trabalho
Fonte: Codeplan, Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2018
Elaboração: DIPOS/Codeplan.
(*) Para fins de comparação, esses indicadores também foram calculados para pessoas sem deficiência.
3. RESULTADOS
Esta seção apresenta os resultados da análise dos dados da PDAD 2018 sobre o
perfil sociodemográfico, a empregabilidade e aspectos de mobilidade das pessoas com
deficiência do Distrito Federal.
Em 2018, viviam no Distrito Federal 139.708 pessoas com alguma deficiência, o que
correspondia a 4,8% da população. O Mapa 2 apresenta a proporção de pessoas com
deficiência com relação à população de cada Região Administrativa. As RAs com maiores
proporções de pessoas com deficiência entre as suas populações eram Varjão (9,1%),
Gama (7,9%) e Recanto das Emas (7,1%). Já as com menores proporções de pessoas com
deficiência eram Park Way (2,2%), Sudoeste/Octogonal (2,3%), Águas Claras (2,5%) e Lago
Sul (2,5%). Mais informações podem ser consultadas no Apêndice B - Tabela B.1.
Varjão
Legenda
O tipo de deficiência com maior predominância no Distrito Federal era a visual, 2,7%
da população declararam possuí-la. Em seguida, a deficiência motora era a segunda mais
observada, em 1,5% da população. As deficiências dos tipos auditiva e intelectual/mental
apresentavam taxa de incidência de 0,9% e 0,8%, respectivamente. Além disso, o
percentual de pessoas com alguma deficiência era maior nas RAs de baixa renda (5,5%) e
de média-baixa renda (5,3%) em comparação com as RAs de renda alta (3,2%) e média-alta
(4,7%) (Gráfico 1).
Gráfico 1 - Proporção de pessoas com deficiência em relação à população total, por tipos de
deficiência e grupos de RAs por renda média da PED. Distrito Federal, 2018
5,3%
5,5%
6%
4,8%
4,7%
5%
3,5%
3,2%
Percentual (%)
3,1%
4%
2,7%
2,5%
3%
1,6%
1,5%
1,5%
1,5%
1,5%
2% 1,0%
0,9%
0,9%
0,9%
0,9%
0,9%
0,8%
0,8%
0,7%
0,7%
0,7%
1%
0%
Alguma deficiência Visual Motora Auditiva Intelectual/mental
Tipo de deficiência
A análise dos dados da PDAD permitiu observar uma maior prevalência de pessoas
com deficiência entre as mulheres (5,3%) do que entre os homens (4,4%) 10 no Distrito
Federal. No entanto, não foram observadas diferenças significativas na análise da
população por raça/cor. Em relação à faixa etária, observa-se que a proporção de pessoas
com deficiência aumenta com a idade. Isso pode ser esperado, já que algumas dificuldades
de visão, audição e locomoção são inerentes ao envelhecimento; e outras são adquiridas ao
longo da vida quando, por exemplo, as pessoas sofrem algum acidente. O percentual de
idosos com alguma deficiência é quase três vezes maior que o, de adultos com alguma
deficiência. Tal proporção de aumento também pode ser observada na comparação do
percentual de deficientes entre adultos e crianças (Gráfico 2).
10
Cabe destacar que no Distrito Federal há mais mulheres do que homens. As mulheres representam 52,2% da
população, enquanto os homens são 47,8%.
Gráfico 2 - Proporção de pessoas com alguma deficiência, por sexo, raça e faixa etária. Distrito
Federal, 2018
16% 14,8%
14%
Percentagem (%)
12%
10%
8%
4,8% 5,3% 4,9% 4,8% 4,9%
6% 4,4%
4% 2,9%
1,7%
2%
0%
Feminino Masculino Negro Não negro Crianças Adolescentes Adultos Idosos
(0 a 11 anos) e jovens (30 a 59 (60 anos e
(12 a 29 anos) mais)
anos)
DF Sexo Raça/cor Faixas etárias
11
Para a análise do estado civil das pessoas com deficiência no Distrito Federal, este estudo criou a categoria
dos que vivem em união consensual; são elas as solteiras, viúvas ou separadas/divorciadas mas que vivem
com um companheiro/cônjuge.
Gráfico 3 - Proporção de pessoas com deficiência por estado civil. Distrito Federal, 2018
Viúvo 2,9%
9,5%
Solteiro 20,3%
21,8%
0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0%
Percentual
A análise dos dados da PDAD 2018 ainda permite observar significativas diferenças
entre o arranjo familiar em que pessoas com deficiência estão inseridas, comparativamente
ao de pessoas sem deficiência. Apesar de o arranjo familiar casal com filhos ser o
predominante entre as pessoas com deficiência, 30,2%, é menor do que o observado para
as sem deficiência, 46,0%. Pessoas com deficiência estavam inseridas, em maior proporção
do que as sem deficiência, em todos os outros arranjos familiares: monoparentais (13,0% e
10,8%, respectivamente), casal sem filhos (11,1% e 8,3%, respectivamente), compostos
(10,3% e 6%, respectivamente), unipessoais (6,0% e 3,4%, respectivamente) e casal sem
filhos com algum parente ou agregado (3,1% e 2,4%, respectivamente) (Gráfico 4).
Gráfico 4 - Proporção de pessoas com alguma deficiência e sem deficiência, por arranjo familiar.
Distrito Federal, 2018
13,0%
Monoparental com parente(s) e/ou agregado(s) 10,4%
13,0%
8,3%
Casal sem filho(s) 11,1%
Composto 6,0%
10,3%
Unipessoal 3,4%
6,0%
Casal sem filho(s) com parente(s) e/ou agregado(s) 2,4%
3,1%
0,0% 5,0%10,0%15,0%20,0%25,0%30,0%35,0%40,0%45,0%50,0%
Percentual (%)
12
Aos dados de estado civil da PDAD (solteiro, casado/união registrada no cartório, viúvo, divorciado/separado
judicialmente) foi acrescentada a informação do percentual de pessoas que vivem em união consensual, mas não
possuem nenhuma formalização que altere o estado civil, criando, assim, essa outra categoria de estado civil.
Gráfico 5 - Percentual de pessoas com deficiência que possuem plano de saúde, por tipo de
deficiência. Distrito Federal, 2018
40% 36,0% 34,0%
33,6%
35% 31,1% 29,5%
Percentual (%)
30% 26,9%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Tipo de deficiência
Gráfico 6 - Percentual de pessoas com e sem alguma deficiência de 25 anos ou mais, por nível de
escolaridade. Distrito Federal, 2018
45%
40% 36,5%
33,6% 33,8%
35%
Percentagem (%)
30% 27,5%
25%
17,9% 18,7%
20%
15% 10,3% 9,9% 9,3%
10%
5% 2,6%
0%
Analfabeto Fundamental Fundamental Médio Superior
incompleto completo completo completo
Escolaridade
Gráfico 7 - Percentual de pessoas com e sem deficiência menores de 25, por frequência à escola.
Distrito Federal, 2018
100,0%
75,0%
Percentual (%)
67,4% 65,1%
50,0%
25,0%
32,6% 34,9%
0,0%
Pessoas com alguma deficiência Pessoas sem deficiência
Frequenta a escola
Não Sim
Gráfico 8 - Percentual de pessoas com e sem deficiência, por tipo de deficiência e situação de
ocupação. Distrito Federal, 2018
100%
12,7%
90% 18,0%
33,2% 28,2%
80% 41,2%
70% 55,3%
Percentual (%)
60%
50%
87,3%
40% 82,0%
66,8% 71,8%
30% 58,8%
20% 44,7%
10%
0%
Pessoas sem Alguma deficiência Deficiência Deficiência motora Deficiência Deficiência auditiva
deficiência visual intelectual
Tipo de deficiência
Entre as pessoas com deficiência ocupadas, apenas 45,8% delas possuíam carteira
de trabalho assinada. Esse percentual é ligeiramente menor que o da população sem
deficiência, 48,7%. As PcD que não possuíam carteira de trabalho assinada por serem
funcionários públicos estatutários correspondiam a 12,4%, também, similar às pessoas sem
deficiência, 13,9%. Entre as com deficiência, 41,8% não possuíam carteira assinada por
outros motivos, percentual maior que das pessoas sem deficiência, 37,5%. Vale destacar
que a proporção de pessoas sem carteira de trabalho assinada, por outros motivos é uma
aproximação para a proporção da população que está no mercado informal de trabalho.
Gráfico 9 - Percentual de pessoas com e sem deficiência com carteira de trabalho assinada. Distrito
Federal, 2018
100,0%
60,0%
13,9%
12,4%
40,0%
45,8% 48,7%
20,0%
0,0%
Com deficiência Sem deficiência
Deficiência
Sim Não, porque é funcionário público estatutário Não, por outro motivo
13
A categoria outros incorpora as posições de empregador e de trabalhadores de serviços militares ou policiais.
Gráfico 10 - Percentual de pessoas com e sem deficiência, por posição na ocupação. Distrito
Federal, 2018
Outros 5,0%
Tabela 1 - Número e percentual de pessoas com deficiência por setor de atividade. Distrito Federal,
2018
Com deficiência Sem deficiência
Setor de atividade Número de Número de
% %
pessoas pessoas
Saúde humana e serviços sociais 2.488 5,8% 79.870 6,6%
Construção, transporte, armazenagem e correios 2.805 6,5% 98.696 8,2%
Atividades administrativas e serviços complementares 2.806 6,5% 75.629 6,3%
Administração pública, defesa e seguridade social 3.782 8,8% 111.477 9,2%
Serviços domésticos 3.801 8,8% 74.182 6,1%
Educação, cultura, esportes, atividades científicas e técnicas 4.012 9,3% 223.748 18,5%
Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas 8.432 19,6% 126.136 10,4%
Outras atividades de serviços 12.728 29,6% 354.683 29,4%
Outros 2.104 4,9% 62.635 5,2%
Fonte: Codeplan, Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2018
Elaboração: DIPOS/Codeplan.
14
Os limites inferiores e superiores são utilizados quando a distribuição possui valores muito extremos. Na
ausência de valores extremos, é comum utilizar os valores máximo e mínimos da distribuição (AGRESTI;
FINLAY, 2009).
15
A média aritmética é o resultado da soma de todos os valores dividido pelo número de observações da
distribuição.
16
A mediana é o valor central de uma distribuição, dado o seu número de observações.
Limite superior =
R$ 7.197,33
R$8.000,00
R$7.000,00
R$3.000,00
R$2.000,00
Mediana = R$
1.500,00
R$1.000,00
R$-
Quartil inferior =
R$ 961,49
Limite inferior =
R$ 0,00
17
Não foi possível medir a renda das pessoas com deficiência intelectual/mental pois a estimativa não era
precisa em razão do baixo número de casos encontrados na pesquisa.
Gráfico 11 - Diagrama de caixa da renda do trabalho principal de pessoas com e sem deficiência, por
tipo de deficiência. Distrito Federal, 2018
média mediana
R$ 10.000,00
R$ 8.000,00
R$ 6.000,00
Renda (R$)
R$ 4.000,00
R$ 2.000,00
R$ -
Sem deficiência Com alguma Deficiência Deficiência Deficiência Deficiência
deficiência visual motora auditiva intelectual
Tipo de deficiência
Gráfico 12 - Percentual de pessoas com e sem alguma deficiência, por tipo de recebimento de
benefício social, aposentadoria ou pensão. Distrito Federal, 2018
Benefício
Social
Com deficiência 6,4%
Tipo de benefício
Pensionistas
Sem deficiência 3,0%
Gráfico 13 - Percentual de pessoas com alguma deficiência, por tempo de deslocamento de casa até
o trabalho. Distrito Federal, 2018
100,0%
11,1% 9,4%
80,0% 16,0% 13,5%
Percentual (%)
18,1% 21,3%
60,0%
20,0%
31,4% 27,3%
0,0%
Pessoas com deficiência Pessoas sem deficiência
Deficiência
O meio de transporte mais utilizado pelas pessoas com deficiência era o ônibus,
40,8%. Os automóveis eram o segundo, 37,1%. Ao mesmo tempo, 19,0% dessas pessoas
se locomoviam a pé de casa até o trabalho. Metrô, bicicleta e motocicleta são os meios de
transportes menos utilizados por essa população, juntos totalizavam 9,0%. Entre as pessoas
sem deficiência, o automóvel era o meio de transporte mais utilizado, 43,7%. Em seguida,
vinham os ônibus, com 35,2% da população utilizando esse meio de transporte para se
locomover até o trabalho.
Gráfico 14 - Percentual de pessoas com e sem alguma deficiência, modo de transporte utilizado para
ir ao trabalho. Distrito Federal, 2018
50%
43,7%
45% 40,8%
40% 37,1%
35,2%
35%
Percentual (%)
30%
25%
19,0%
20%
13,3%
15%
10% 4,9% 3,3%
5% 2,2% 2,0% 1,9% 2,6%
0%
Ônibus Automóvel A pé Metrô Bicicleta Motocicleta
Modo de transporte
4. DISCUSSÃO
Em 2018, 55,8% das empresas do Distrito Federal não cumpriam a cota estabelecida
na Lei Federal no 8.213, de 24 de julho de 1991,19 segundo dados da Relação Anual de
Informações Sociais – RAIS (SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, 2019). A ONU
(2019) destaca que países de baixa renda podem ter dificuldades no cumprimento do
18
Texto disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-
politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192,
acesso em: 11 fev. 2020.
19
Estabelece que toda empresa com 100 ou mais empregados deve preencher de 2% a 5% dos seus cargos
com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência, dependendo do tamanho da empresa. Empresas
com até 200 empregados precisam preencher esse número com até 2% de pessoas com deficiência,
empresas que possuem de 201 a 500 empregados, 3%; de 501 a 1.000, 4% e mais do que 1.001
empregados, 5%.
sistema de cotas uma vez que o contingente de pessoas que trabalham no mercado
informal é alto. Inclusive, os resultados para o Distrito Federal mostram que 41,8% das
pessoas com deficiência que trabalham não possuem carteira de trabalho assinada.
20
Ato normativo disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/44732831201445089fc0d02a7ae94f3b/
Lei_6372_2019.html. Acesso em: 03 dez. 2019.
21 o o
Essas e as demais atribuições estão listadas no art. 3 da Lei Distrital n 6.372, de 11 de setembro de 2019.
22
Disponível em: http://www.mulher.df.gov.br/conselho-dos-direitos-da-pessoa-com-deficiencia/. Acesso em: 03
dez. 2019.
23
Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/60186/Lei_4317.html. Acesso em: 03 dez. 2019.
24
Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/54438/Lei_3939.html#art1_par. Acesso em: 03 dez. 2019.
25
Disponível em: http://www.buriti.df.gov.br/ftp/diariooficial/2020/02_Fevereiro/DODF%20030%2012-02-2020/
DODF%20030%2012-02-2020%20INTEGRA.pdf. Acesso em: 12 fev. 2020.
26
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo caracterizar a população com deficiência do Distrito
Federal em relação ao perfil sociodemográfico, aspectos de emprego e deslocamento casa-
trabalho, a partir dos dados da PDAD 2018. Pôde-se notar que a prevalência de pessoas
com deficiência era maior nas RAs de média-baixa e baixa renda, entre a população
feminina e idosa. Os tipos de deficiências predominantes entre a população do Distrito
Federal eram a visual e motora, respectivamente. A proporção de pessoas com deficiência
que tem acesso à planos de saúde é ligeiramente inferior, às pessoas sem deficiência.
Ainda, se observou que cerca de metade da população com deficiência utiliza transportes
públicos (ônibus e metrô).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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IBGE. Censo demográfico 2010. Características gerais da População, religião e
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APÊNDICE
Tabela A.1 - Percentual de pessoas sem deficiência por estado civil. Distrito Federal, 2018
Estado Civil %
Casado/união estável 41,8%
Solteiro 20,3%
Separado/Desquitado 5%
Viúvo 2,9%
União consensual 29,9%
Fonte: Codeplan, Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2018
Elaboração: DIPOS/Codeplan.
Tabela A.2 - Percentual de pessoas sem deficiência por arranjo familiar. Distrito Federal, 2018
Arranjo Familiar %
Casal sem filho(s) com parente(s) e/ou agregado(s) 2,4%
Unipessoal 3,4%
Composto 6,0%
Casal sem filho(s) 8,3%
Monoparental com parente(s) e/ou agregado(s) 10,4%
Monoparental 10,8%
Casal com filho(s) com parente(s) e/ou agregado(s) 12,7%
Casal com filho(s) 46,0%
Fonte: Codeplan, Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2018
Elaboração: DIPOS/Codeplan.
Tabela B.2 - Número absoluto e percentual de pessoas com deficiência por Região Administrativa.
Distrito Federal, 2018
Número de % de pessoas com
Região
pessoas com deficiência em relação a
Administrativa
deficiência população total da RA
Plano Piloto 8.172 3,7%
Gama 10.450 7,9%
Taguatinga 10.816 5,3%
Brazlândia 3.032 5,7%
Sobradinho 2.618 4,4%
Planaltina 5.553 3,1%
Paranoá 2.823 4,3%
Núcleo bandeirante 1.314 5,6%
Ceilândia 24.984 5,8%
Guará 7.372 5,5%
Cruzeiro 1.230 4,0%
Samambaia 13.528 5,8%
Santa Maria 7.300 5,7%
São Sebastião 4.814 4,2%
Recanto das Emas 9.238 7,1%
Lago Sul 733 2,5%
Riacho Fundo 2.615 6,3%
Lago Norte 881 2,7%
Candangolândia 842 5,1%
Águas Claras 3.978 2,5%
Riacho Fundo II 5.276 6,2%
Sudoeste/Octogonal 1.218 2,3%
Varjão 798 9,1%
Park Way 441 2,2%
SCIA-Estrutural 1.132 3,2%
Sobradinho II 2.619 3,1%
Jardim Botânico 951 3,6%
Itapoã 2.762 4,4%
Vicente Pires 1.867 2,8%
Fercal 319 3,7%
Fonte: Codeplan, Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2018
Elaboração: DIPOS/Codeplan.
Nota: A RA SIA foi desconsiderada na análise. Trata-se de uma Região
Administrativa com características industriais.