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Prof. Dr. Pedro de Almeida La Geografía Histórica en el contexto de la Historia del Pensamiento Geográfico y sus
Vasconcelos relaciones con las Ciencias Humanas
Professor Titular e Professor do
Programa de Pós-Graduação em
Geografia da Universidade Fe-
deral da Bahia
pavascon@uol.com.br
ABSTRACT
The text begins with a review of the founding fathers of the academic discipline, with
the proposal for the inclusion of I. Kant. It follows with the presentation of “Classical
Geographers”; by relations with historians; by Neopositivist Geography and Critical Ge-
ography. The questions of postmodernity and the end of History and space are discussed
as well as the Globalization and the “revenge” of Geography. The text concludes with the
relations of Historical Geography with the History of Geographical Thought and with
the other Human Sciences.
Keywords: Historical Geography; History of Geographical Thought.
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A geografia histórica no contexto da história do pensamento geográfico e suas relações com as ciências Prof. Dr. Pedro de Almeida
humanas Vasconcelos
Paginas 36 a 50
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p.; Tomo 7: Ásia oriental (1882) 884 p.; chineses; Descoberta da Terra; Renasci-
Tomo 8: A Índia e a Indochina (1883) mento; Reforma e Companhia de Jesus;
982 p.; Tomo 9: Ásia anterior (1884) 951 Colônias; O Rei Sol; O Século XVIII; A
p.; Revolução; Contra revolução; As nacio-
Tomo 10: A África setentrional I nalidades; Negros e moujiks; Internacio-
(1885) 632 p.; Tomo 11: A África se- nal;
tentrional II (1886) 915 p.; Tomo 12: A Tomo 4: História contemporânea.
África Ocidental (1887) 747 p.; Tomo 13: Posfácio (448 páginas)
A África meridional (1888) 878 p.; Povoamento da terra; Repartição dos
Tomo 14: Oceano e Terras oceânicas homens; Latins e germânicos; Russos e
(1889) 994 p.; asiáticos; A Inglaterra e seu cortejo; O
Tomo 15: América boreal (1890) 721 Novo Mundo e a Oceania; O Estado
p.; Tomo 16: Estados Unidos (1892) 816 Moderno; A cultura e a propriedade; A
p.; Tomo 17: Índias Ocidentais (1891) indústria e o Comércio; a Religião e a Ci-
932 p.; Tomo 18: América do Sul (Re- ência; Educação; Progresso.
giões andinas) (1893) 847 p.; Tomo 19:
América do Sul (A Amazônia e o Prata) Logo no Prefácio Reclus escreveu que
(1894) 821 p. “[...] depois de ter escrito as últimas linhas de
um longo trabalho, a Nouvelle Géographie
Reclus foi aluno de Geografia de Rit- universelle, eu exprimi minha vontade de
ter na Universidade de Berlim. Por suas poder um dia estudar o Homem na sucessão
ideias anarquistas viveu grande parte da de épocas como eu tinha observado nas diver-
sua vida no exílio10. Após 66 anos da edi- sas áreas do globo e estabelecer as conclusões
ção do 1º tomo da obra de Malte-Brun sociológicas as quais eu tinha sido conduzido”
e 47 anos após o último número, Reclus (1, p. 5)12. Essa última produção do au-
começou a gigantesca produção indivi- tor, de fato é bem mais crítica que a obra
dual da Nouvelle Géographie Universelle, anterior e trata das questões importantes
com a edição de um volumoso exemplar como as classes sociais, as indústrias e as
por ano ao longo de 19 anos. Ao contrário cidades. Quando comenta a Comuna de
do geógrafo dinamarquês, Reclus, além de 1871, por exemplo, ele afirmou que “uma
utilizar fontes secundárias, foi um grande minoria somente compreendia que teria sido
viajante, tendo inclusive visitado o Brasil. necessário proceder com método à destruição
O governo brasileiro traduziu para o por- de todas as instituições do Estado [...]” (3,
tuguês parte do último volume, que trata p. 704). Deve ser destacado que o livro é
da América do Sul11. apresentado como Geografia Histórica,
com os títulos dos tomos iniciados com a
B) L´homme et la Terre (4 tomos) 1905 palavra “História”.
Vue de haut, dans ser rapports avec 3.2 – Friedrich Ratzel (1844-1904)
l´Homme, la Géographie n´est autre chose
que l´Histoire dans l´espace, de même que A) Antropogeografia / Geografia
l´Histoire est la Géographie dans le temps dell´Uomo (1882)
10 -Sobre Reclus ver Andrade
(Tomo 1, p. 11). (1985) e Chardack (1997).
[...] que a história não pode ser compre-
Tomo 1. Prefácio. Os Ancestrais (206 endida sem o território onde ela se desenvol- 11- Ver também comentários sobre
páginas) ve, e que a geografia de qualquer parte da as cidades efetuadas por Reclus em
Vasconcelos (op. cit., p. 61-64).
Origens; Meios telúricos; trabalho; Terra não pode ser representada sem conhecer
povos atrasados; famílias, classes, hordas; a história que imprimiu sobre esta suas pega- 12- O comentador Pelletier (2010,
Tomo 2. História antiga (489 pági- das (1990, p. 90). p. 10-11) informou que a editora
nas) Hachette, teria exigido a Reclus
“não comentar suas opiniões po-
Irânia; Caucásia; Potâmia; Fenícia; Introdução – A unidade da vida e a líticas” na Nouvelle Geographie
Palestina; Egito, Líbia, Etiópia; Grécia; biogeografia (1/10) Universelle.
Ilhas e costas helênicas; Roma; Oriente 1ª Parte – Tarefa e método da geo-
chinês; Índia; Mundos longínquos; grafia do homem (13/107)
Tomo 3. História moderna (727 pá- 2ª Parte – O movimento histórico
ginas) (111/206)
Cristãos; Bárbaros; A segunda Roma; 3ª Parte – Posição e amplitude Revista do Programa de Pós-
Graduação em Geografia e do
Árabes e berberes; Carolíngios e norman- (209/256) Departamento de Geografia da
dos; Cavaleiros e cruzados; Comunas; 4ª Parte - Os limites do povo UFES
Monarquias; Mongóis, turcos, tártaros e (259/313) Janeiro-Junho, 2017 41
ISSN 2175 -3709
5ª Parte - A superfície terrestre fia: “Descrever os movimentos da humani-
(317/465) dade sobre a terra e formular as leis” (p. 89).
6ª Parte - O mundo orgânico Define a situação como “a característica
Revista do Programa de Pós- (469/527) de um lugar ou país em relação aos outros”
Graduação em Geografia e do (p.129), ou seja, para ele um país pode
7ª Parte - O clima (531/578).
Departamento de Geografia da
UFES ser um lugar. Quando trata do espaço,
Janeiro-Junho, 2017 Ratzel era naturalista e geógrafo, com ele lembra que “A extensão de um Estado
ISSN 2175 -3709 doutorado em Zoologia. Foi também [...] depende do espaço dado à cada época da
13 - Ver Moraes (1990). um grande viajante13. Deve ser destacado História (p. 142). Quanto à História ele
14- Capel (op. cit., p. 328). Ver
também o livro de Costa; Pereira que o subtítulo do seu principal livro era: afirma que assim como a vida a História é
e Ribeiro (2012) sobre La Blache. Princípios de aplicação da ciência geográfica movimento (p. 89). O conceito de espaço
à história. O principal interesse de Ratzel é destacado.
nesse livro era o de construir “[...] uma ci-
ência que estude a difusão do homem sobre 3.3 - Paul Vidal de La Blache
a Terra” (1914, p. 9), que “[...] a geogra- (1834-1918)
fia do homem tem em comum com as ciências
naturais o método científico [...]” (1990, p. A) Tableau de la Géographie de la
101). Por outro lado ele também afirmou France (1903)
“consideramos a geografia e a história da
humanidade como ciências irmãs, do mesmo L´histoire d´un peuple est inséparable de
modo que a geografia e a geologia” (1990, p. la contrée qu´il habite (1994, p. 15).
85). Para tanto continuou: “[...] no estudo
antropogeográfico nos encontramos diante de Prefácio (15/16)
um fato cujas condições atuais não bastam 1ª Parte. Personalidade Geográfica
para explicar, então é necessário voltar os da França (17/89)
olhos ao passado e buscar aí as causas que o 2ª Parte. Descrição regional (91/534)
presente não nos revela” (p. 100). Podemos Livro 1 – A França do Norte (93/338)
destacar, portanto, as referências, a Geo- I – Ardenas e Flandres; II - A bacia
grafia como ciência (e ao método científi- parisiense; III – A região do Reno;
co), especificamente a biogeografia, assim Livro 2 – Entre os Alpes e o Oceano
como o interesse pelos movimentos dos (339/440)
povos. I – Os vales da Saone e do Ródono;
II – O Maciço Central;
B) Politische Geographie / La Géogra- Livro 3 – O Oeste (441/482)
phie politique (1897) Livro 4 – O Midi (483/534)
I – O Midi mediterrâneo; II – O Midi
[...] a geografia política [...] estuda a re- dos Pirineus; III – O Midi Oceânico;
partição política dos espaços em cada período Conclusão (535/547).
da História e se vincula mais particularmen-
te à época moderna (1987, p. 146). La Blache, doutor em História. Foi
professor catedrático de Geografia em
Prefácio (53/56) Nancy (1872) e em Paris (1898)14. Esse
1ª Parte – A ligação entre o solo e o livro é um exemplo clássico dos textos
Estado (57/85) escritos por geógrafos para introduzir os
2ª Parte – O movimento histórico e o estudos históricos. No caso o texto de La
crescimento dos Estados (87/115) Blache corresponde ao volume primeiro-
3ª Parte – O crescimento espacial dos da coleção Histoire de la France depuis les
Estados (117/125) origines jusqu´à la Révolution, dirigida pelo
4ª Parte – A situação (127/138) historiador Ernest Lavisse, e publicada
5ª Parte – O espaço (139/169) nos anos 1903 a 1922. Nesse sentido é um
6ª Parte - O mundo da água (171/187) trabalho eminentemente geográfico e não
7ª Parte – Montanhas e planícies histórico e a geografia regional começa a
(189/199) superar as geografias universais.
Cap. 25 – Relevo e história
B) La France de l´Est (1917)
Nesse segundo livro de Ratzel, o ele-
mento central é o Estado, porém visto J´ai donc cherché à suivre dans le détail
“como organismo ligado a uma fração deter- et à travers la mobilité des faits quotidiens,
42 minada da superfície da terra [...]” (p. 61). l´evolution de la contrée. J´ai recouru pour
Ratzel retoma a objeto da antropogeogra- cela aux documents d´archives [...] (p. 4)
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9. C O N C L U S Õ E S : bvre e Braudel.
Uma continuidade que pode ser ob-
RELAÇÕES DA GEO- servada nos textos examinados são as
GRAFIA HISTÓRICA Geografias Universais, espécie de enci-
COM A HISTÓRIA DO clopédias geográficas publicadas indivi-
dualmente e coletivamente em diferen-
PENSAMENTO GEO- tes períodos. Fica confirmada a perda de
GRAFICO E COM AS importância das questões históricas na
Geografia Neopositivista. Por outro lado,
DEMAIS CIÊNCIAS HU- na Geografia Crítica temos trabalhos que
MANAS tentam vincular a Geografia ao Mate-
rialismo Histórico, em um afastamento
Essa longa revisão de autores da nossa da Geografia Histórica tradicional. As
disciplina mostra que as questões tempo- questões da pós-modernidade e da globa-
rais têm importância relativa ao longo da lização não impediram a continuidade da
história. Podemos destacar a importância subdisciplina.
da Geografia Física nos textos dos pais Para terminar podemos nos pergun-
fundadores. Um destaque deve ser dado tar se Reclus, com sua obra O homem e a
à erudição dos precursores da Geografia. Terra, de 1905, não seria um dos “pais da
Reclus e até Ratzel tinham um mesmo Geografia Histórica”.
nível cultural de historiadores como Fe-
REFERÊNCIAS
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