Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Silvia Ronsom
José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho
Daniel Capaldo Amaral
2635
TEXTO PARA DISCUSSÃO
Brasília, março de 2021
Silvia Ronsom2
José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho3
Daniel Capaldo Amaral4
1. A equipe de pesquisa agradece ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao Ipea, à Empresa
Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e à Universidade de São Paulo (USP), por viabilizar a estruturação e o desenvol-
vimento do referido estudo.
2. Pesquisadora do Núcleo de Estudos de Economia Agrícola (ne2agro Ipea-Mapa), na Diretoria de Estudos e Políticas
Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do Ipea. E-mail: <sronsom@gmail.com>.
3. Técnico de planejamento e pesquisa na Dirur/Ipea; diretor de programa da Secretaria Executiva do Mapa; e professor do
Programa de Pós-Graduação em Agronegócio da Universidade de Brasília (Propaga/UnB) e do Programa de Pós-Graduação
em Economia Aplicada da Universidade Federal de Viçosa (PPGEA/UFV). E-mail: <jose.vieira@ipea.gov.br>
4. Professor associado no Departamento de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia de São Carlos, na USP.
E-mail: <amaral@sc.usp.br>.
Governo Federal Texto para
Ministério da Economia Discussão
Ministro Paulo Guedes
Ouvidoria: http://www.ipea.gov.br/ouvidoria
URL: http://www.ipea.gov.br
JEL: O31; O32; Q1.
DOI: http://dx.doi.org/10.38116/td2635
SUMÁRIO
SINOPSE
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................7
2 MÉTODO..................................................................................................................9
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................10
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................36
REFERÊNCIAS...........................................................................................................37
SINOPSE
A agricultura brasileira é um caso de sucesso em termos de inovação tecnológica, ex-
plicado, entre outros fatores, pela dinâmica construída entre organizações de pesquisa
e atores do agronegócio, que caracterizam um ecossistema de inovação. O conceito de
“agilidade” é central na competitividade e na esfera do gerenciamento de tais ecossiste-
mas. A agilidade tem sido discutida como habilidade de adaptação para melhoria das
capacidades de inovação de organizações em ambientes marcados por alta complexidade.
Busca-se apresentar as definições e os conceitos de ecossistema de inovação e agilidade,
bem como sua relação com os ambientes institucionais. A análise auxilia a compreensão
dessa abordagem para a construção de políticas públicas e diretrizes para a gestão da
inovação no setor agropecuário. Por ser elo importante no ecossistema de inovação no
agronegócio, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) será objeto de
estudo. Resultados de avaliação experimental e exploratória são apresentados, demons-
trando haver exemplos na busca de agilidade. Espera-se compreender melhor os desafios
de repensar os processos de inovação no agronegócio brasileiro.
Palavras-chave: agricultura; pesquisa; ecossistemas de inovação; agilidade; Embrapa.
ABSTRACT
Brazilian agriculture is a technological innovation success case, explained, among other
factors, by the dynamics built between research organizations and agribusiness actors
that characterize an innovation ecosystem. The concept of “agility” is central to the
competitiveness and management of such ecosystems. Agility has been discussed as
adaptation ability to improve the innovation capacities of organizations in environments
with high complexity. This work seeks to present the definitions and concepts of the
innovation ecosystem, agility and its relationship with institutional environments. The
analysis helps to understand this approach for the construction of public policies and
guidelines for the management of innovation in the agricultural sector. Considered an
important link within the innovation ecosystem in agribusiness, the Brazilian Agricultural
Research Corporation (Embrapa) will be the focus of study. Results of experimental and
exploratory evaluation are presented, showing the existence of examples towards agility.
It is expected to better understand the challenges of rethinking innovation processes in
Brazilian agribusiness.
Keywords: Agriculture, Research, Ecosystem of Innovation, Agility, Embrapa.
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
1 INTRODUÇÃO
O Plano de Estado 2018-2030 (CNA e Conselho do Agro, 2018) enfatiza que, sem
uma visão pragmática, o país seria empurrado para a margem do progresso tecnológico
e apresenta diversos eixos de desenvolvimento para orientar ações de ciência e tecnolo-
gia (C&T). Diretrizes são apresentadas, tais como o aperfeiçoamento das ferramentas
de gestão de órgãos fundamentais para a inovação tecnológica; o desenvolvimento da
pesquisa agropecuária focada na geração de conhecimentos e tecnologias de impacto;
a diminuição da burocracia e das atividades-meio; o resgate da autonomia dos centros
de pesquisa; e a flexibilização de operações e convênios com instituições de ciência,
tecnologia e inovação (CT&I) no Brasil e no mundo (op. cit., p. 94). Este estudo busca
discutir a inovação, especificamente no contexto do setor agropecuário brasileiro.
Melhorias institucionais, portanto, são requeridas. Esse debate não é novo. Essas
questões estão presentes na literatura e no ambiente organizacional. O conceito de ecos-
sistemas de inovação, no entanto, necessita de melhor compreensão nas economias em
desenvolvimento, segundo Hoffecker (2019). A autorrenovação seria premissa vital para
esses ecossistemas (Moore, 1993; Rubens et al., 2011; Nambisan e Baron, 2013; Iansiti
e Euchner, 2018), e a inovação em gestão, discutida em trabalhos como Birkinshaw,
Hamel e Mol (2008), Alange, Jacobsson e Jarnehammar (1998) e Guillén (1994), é vista
como central nessa discussão.
7
Brasília, março de 2021
8
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
O estudo está dividido em seis seções, incluindo-se esta breve introdução. A seção 2
apresenta o método de análise. A seção 3 realiza a revisão de literatura, que busca con-
textualizar a expansão da agricultura brasileira e a abordagem ágil como alternativa
de inovação em gestão. A seção 4 mostra um conjunto de potenciais estratégias e prá-
ticas de agilidade identificado na Embrapa. A seção 5 faz uma síntese sobre o potencial
da teoria de agilidade na compreensão dos desafios da questão institucional do setor
agropecuário brasileiro. Por fim, seguem as considerações finais.
2 MÉTODO
9
Brasília, março de 2021
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
10
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
11
Brasília, março de 2021
12
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
3. Ver, por exemplo, Freeman (1995), Edquist e Johnson (1997), Lundvall et al. (2002), Lundvall (2007), Groenewegen e
Steen (2006) e Fagerberg, Lundvall e Srholec (2018). Para variações acerca do entendimento de SNI, ver: sistemas tecno-
lógicos (Carlsson e Jacobsson, 1997); sistemas setoriais de inovação (Breschi e Malerba, 1997); e sistemas regionais de
inovação (Cooke, 1996; Maskell e Malmberg, 1999).
13
Brasília, março de 2021
4. As primeiras definições do conceito de ecossistema de inovação, de acordo com uma revisão de Gomes et al. (2018),
partiram do conceito de ecossistema de negócios.
14
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
Para Birkinshaw, Hamel e Mol (2008), pode ser definida como uma mudança inédita
na forma, na qualidade ou no estado ao longo do tempo das atividades de gerenciamento
em uma organização. Ao questionar-se sobre o que exatamente seria inovado, surgem
dois níveis de análise. No nível mais abstrato, estão os “corpos razoavelmente estáveis de
conhecimento, um sistema de suposições, princípios aceitos e regras de procedimento”
(Kramer, 1975, p. 47, tradução nossa). No nível mais operacional, estão as práticas, os
processos e as técnicas de gestão (Alange, Jacobsson e Jarnehammar, 1998; Guillén, 1994)
como diferentes facetas, regras e rotinas pelas quais o trabalho é realizado diariamente
nas organizações. Nesses termos, a perspectiva operacional é o nível no qual as mudanças
observáveis ocorrem e o processo de inovação em gestão pode ser testemunhado.
De acordo com Birkinshaw, Hamel e Mol (2008), por um lado, os papéis dos agentes
internos e externos ganham elevada importância na transformação organizacional, e, por
isso, é importante examinar até que ponto são capazes de assumir papéis de agentes de
mudança e o lócus da inovação gerencial para a organização que desejar se transformar.
15
Brasília, março de 2021
Por outro lado, Schaffer (2017) chama atenção que todo gerenciamento se trata
de mudanças, e os líderes devem ver a mudança não como um disruptor ocasional,
mas como a própria essência do trabalho de gestão. A organização deve, assim, passar
de meses gastos em criar um plano abrangente, para tornar-se mais orientada para a
mudança e concentrar-se em questões que não estão sendo cumpridas, com metas de
curto prazo e testes rápidos de adaptação focados em resultados, buscando incorporar
novas formas de trabalhar. Na agricultura, aspectos similares são abordados por Klerkx,
Mierlo e Leeuwis (2012), que discutem a necessidade de refletir sobre os processos de
monitoramento da inovação e a necessidade de repensar os ciclos produtivos de apren-
dizagem para a recombinação criativa de conhecimento e recursos nas organizações, em
prol de melhor desempenho.
Ao longo dos anos, os sistemas de inovação na agricultura têm sido cada vez mais
reconhecidos como sistemas adaptativos complexos, e sua evolução indica mudanças no
paradigma para pesquisa agrícola, que podem influenciar essa discussão. Tais mudanças
podem ser apreciadas, por exemplo, em Douthwaite e Hoffecker (2017), que comparam
a abordagem de pesquisa praticada até a década de 1990 com uma abordagem que vem
se destacando desde os anos 2000 e propõe-se a ser ciente ou sensível à complexidade
contemporânea, conforme detalhes apresentados no quadro 1.
QUADRO 1
Comparação entre abordagem linear da pesquisa agrícola e a abordagem sensível à
complexidade
Características Abordagem linear Abordagem sensível à complexidade
Nome Transferência de tecnologia ou pipeline Sistema de inovação agrícola
Era Dos anos 1960 aos anos 1990 Desde os anos 2000 a atualidade
Modelo mental e Codesenvolve inovação envolvendo processos e parcerias com
Fornece tecnologia para o próximo usuário
atividades vários atores
Conhecimento e Orientado por disciplina única – por exemplo, melhoramento
Perspectiva transdisciplinar e holística
disciplinas de plantas
Capacidade de resposta a contextos em mudança, padrões de
Direcionadores Impulsionado pela pesquisa
interação
Fonte de inovação Cientistas Vários atores, plataformas de inovação
Papel dos Parceiros, empreendedores e inovadores apresentando
Adotantes ou retardatários
agricultores demandas
Papel dos cientistas Inovadores Parceiros, um entre muitos que respondem às demandas
Principais mudanças Mudança institucional, aumento da capacidade do sistema
Benefícios resultantes da adoção da tecnologia
buscadas para inovar
A intervenção começa construindo relacionamentos e
Dinâmica A pesquisa é iniciada de acordo com uma agenda predefinida
confiança por meio de uma agenda de pesquisa aberta
Fontes: Douthwaite e Hoffecker (2017), adaptado de Klerkx et al. (2012) e Douthwaite (2016).
16
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
O termo “agilidade” tem sido discutido em todo o mundo, como uma maneira
de ganhar competitividade e melhorar as capacidades de inovação dos ambientes a que
se destinam (Sull, 2009). Conforto (2013) listou três principais razões para se adotar
métodos ágeis em busca de agilidade: reduzir o time-to-market; melhorar a gestão de
mudanças e prioridades nos projetos; e aumentar a produtividade. Na esfera do setor
público (OECD, 2015), aborda-se a agilidade estratégica como fator de adaptação diante
de desafios e oportunidades do cenário socioeconômico.
A gestão ágil foi pensada inicialmente para proporcionar uma gestão mais leve e
dinâmica de projetos, por meio de um conjunto de princípios como flexibilidade, sim-
plicidade e iteração (Beck et al., 2001; Amaral et al., 2011). Há, porém, uma tendência
de adoção das metodologias ágeis em grande escala (Paasivaara et al., 2013; Dingsøyr
e Moe, 2014).
Corroboram com essa visão Rigby, Sutherland e Takeuchi (2016), que afirmaram
que os métodos ágeis estariam em expansão e maduros para serem utilizados em grande
escala em empresas de diversas áreas. Ao comentar casos de aplicação na John Deere e
General Eletric, os autores reiteram que, além de reduzir o risco, tais métodos possibilitam
17
Brasília, março de 2021
5. Confira Goldman, Nagel e Preiss (1995); Gunasekaran (1999); Nagel e Dove (1991); Sharifi e Zhang (2001); Schwaber
(2004); e Cooper e Edgett (2009).
18
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
19
Brasília, março de 2021
FIGURA 1
Níveis de desenvolvimento da agilidade em ecossistemas de inovação
Ecossistemas de inovação
Organizações de
C&T
Programas e portfólios
Projetos de P&D
Equipes
Indivíduo
20
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
Em síntese, de acordo com Amaral et al. (op. cit.), a abordagem ágil prima por
princípios como: flexibilidade do processo para absorver mudanças; iterações e entre-
gas parciais – para otimizar o processo de validação; interação e comunicação entre os
membros de equipes e principais interessados; simplicidade pelo emprego de técnicas
visuais de gestão; tomada de decisão participativa; autogestão e auto-organização; busca
de excelência técnica; e agregar valor para o cliente e a equipe do projeto.
6. De acordo com Benassi, Amaral e Ferreira (2016, p. 14, tradução nossa), “a visão (de um produto) é definida como: um
conjunto de artefatos que descrevem o resultado (...) por intermédio de elementos visuais e textuais, que devem ser ela-
borados de forma concisa e coletiva – por membros da equipe do projeto e do cliente –, em alinhamento com a estratégia
apoiada pelo projeto, e ser capazes de desafiar a equipe em busca de soluções inovadoras”.
21
Brasília, março de 2021
QUADRO 2
Características de agilidade em ambientes de ecossistemas de Inovação
Dimensão Exemplos de características Referências
• desenvolvimento da agilidade estratégica (sensibilidade da
estratégia, fluidez de recursos e compromisso coletivo)
Katzy e Crowston (2008); OECD (2015);
• gerenciamento de políticas e estratégias de setores ou redes
Propósitos da Weiblen e Chesbrough (2015); Krstic,
de inovação;
abordagem ágil em Skorup e Lapcevic (2018); Argyropoulou,
• melhoria de desempenho;
ecossistemas Soderquist e Ioannou (2019); Vidmar (2019);
• maturidade para inovar;
Kuivalainen, Kunttu e Kohtamaki,. (2020)
• facilitação de implementação de projetos de inovação; e
• criação de valor.
• adaptação de estruturas gerenciais
Fatores operacionais • alinhamento de uma visão/ mensagem fundamental de Vidmar (2019);
sobre como agilidade; Cooper (2014; 2016); Rigby, Sutherland e
desenvolver • aplicação de métodos e técnicas; Takeuchi (2016); Krstic, Skorup e Lapcevic
agilidade • implementação gradual/em estágios (testes-piloto); e (2018); Sweetman e Conboy (2018)
• aprendizado contínuo.
• ecossistema;
• organizações do ecossistema (orquestradores e demais);
Klerkx, Arts e Leeuwis (2010); Conforto e
Nível de • programas e portfólios;
Amaral (2016); Battistella et al. (2017);
desenvolvimento • projetos;
Sweetman e Conboy (2018); Vidmar (2019)
• times (times de projetos e agentes de inovação); e
• indivíduos.
• competitividade; Sull (2009); OECD (2015); Douthwaite e
• constantes mudanças (paradigma da pesquisa agrícola); Hoffecker (2017);
Fatores ambientais
• influência do setor público/privado; e Floricel e Piperca (2018); San Cristóbal et
• mundo Vuca (volatility, uncertainty, complexity, ambiguity). al. (2019)
22
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
7. Exemplos de universidades: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP; Universidade Federal de Viçosa
(UFV); e Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal). Exemplos de institutos de pesquisa estaduais: Instituto Agronômico
de Campinas (IAC); e Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), conforme Vieira Filho e Fishlow (2017).
23
Brasília, março de 2021
Para Alves (2001), o modelo da Embrapa é adequado para a pesquisa aplicada que
precisa focalizar-se em produtos, regiões e temas e procura dar espaços aos estados, à
iniciativa particular e a universidades. A instituição é um caso de inovação institucional
bem-sucedido; caracteriza-se por escala de operação, descentralização espacial, especia-
lização das unidades de pesquisa, valorização do treinamento e visão de uma agricultura
baseada na C&T (Alves, 2010). De acordo com Iansiti e Levien (2004) e Dhanaraj e
Parkhe (2006), pode-se entender que a Embrapa assume o papel de orquestrador de
uma rede de instituições de pesquisa.
As organizações de pesquisa, como afirmam Alves e Souza (2007), devem ser capazes
de responder prontamente à sociedade, aumentando assim a confiança no sistema como
um todo. A Embrapa, no entanto, tem sofrido diante da voraz e crescente burocracia,
que tem reduzido progressivamente sua força motriz em comparação a sua atuação mais
ágil do passado (Crestana e Magalhães, 2007; Crestana e Figueiredo, 2008; Alves, 2015).
24
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
Silva et al. (2019) apresentam um estudo de caso que indica que a área de TT da
unidade da Embrapa Agrobiologia no Rio de Janeiro passou por uma reestruturação
recente, que incluiu o intercâmbio e a construção coletiva do conhecimento, em seu
processo para transformar o empreendedorismo em realidade. Por meio de um modelo
participativo, foram envolvidos agentes multiplicadores desde a fase de pesquisa até a
fase de transferência da tecnologia. Houve preocupações sobre a construção de diálogo
com o público-alvo e a sociedade em geral, tratadas por meio de estudos prospectivos ou
implementação de tecnologia, o conhecimento das demandas da sociedade, bem como o
estudo de cenários e a priorização de quais necessidades seriam traduzidas em pesquisas.
25
Brasília, março de 2021
Vieira et al. (2020) citam que a Embrapa Agroenergia tem implementado iniciativas na
melhoria de sua gestão, inspiradas nas regras do modelo Embrapii. Conforme estudado
por Ronsom e Amaral (2019) e Reynolds, Schneider e Zylberberg (2019), apresentam-se
características de agilidade em suas organizações de pesquisa.
26
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
para a realidade de cada unidade. Isso poderia dar maior flexibilidade para a gestão de
recursos em projetos baseados em casos concretos da unidade.
27
Brasília, março de 2021
28
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
Já existe uma unidade da Embrapa que contrata projetos nesse sistema. Esse apren-
dizado com o sistema Embrapii pode ser internalizado na organização e recombinado
com outras práticas diferenciais da Embrapa. Assim, seria possível atuar para uma futura
evolução nos instrumentos de gestão da instituição, de forma a ampliar a agilidade de
recursos financeiros e, consequentemente, a agilidade estratégica.
Um caso real e específico foi relatado por Conforto e Amaral (2016), baseado
na abordagem híbrida de gestão (tradicional e ágil). Apresentou-se um modelo de pla-
nejamento e monitoramento de projetos, considerando-se um processo iterativo para
empresas de base tecnológica. Há, portanto, uma oportunidade para o estudo do hibri-
dismo e seu potencial de aplicação no sistema Embrapa. A contribuição seria baseada
em evidências empíricas que apoiam o debate atual sobre os benefícios da combinação
de diferentes abordagens de gestão.
29
Brasília, março de 2021
9. O product owner – ou proprietário do produto – é responsável por maximizar o valor dos produtos resultantes do traba-
lho do time de desenvolvimento dos projetos. Para mais detalhes, ver Sutherland e Schwaber (2017, p. 6).
30
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
por uma pessoa que conhece ou faz parte do grupo de usuários dos produtos envolvendo
a tecnologia. Este busca ajudar a equipe nas decisões sobre os avanços necessários.
31
Brasília, março de 2021
No entanto, observa-se que as áreas da pesquisa nas quais a Embrapa atua en-
volvem riscos técnicos; por exemplo, químicos e biológicos. São projetos muitas vezes
desenvolvidos em áreas com ambientes regulados, cuja experimentação precisa ser
equilibrada com a garantia e o controle da qualidade. Devem ser levados em conta,
ainda, os princípios da administração pública de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.
Esses aspectos podem muitas vezes ser divergentes. De um lado, busca-se uma
cultura forte para promover uma governança com técnicas mais flexíveis e ágeis.
De outro lado, há a necessidade de atender a restrições de riscos físicos, segurança alimentar
e transparência pública, que, em geral, sobrecarregam os profissionais da organização.
Isso poderia ser um problema, mas, no âmbito da pesquisa de ponta em gestão ágil, esse
dilema vem sendo tratado e começam a surgir soluções, como é o caso dos modelos de
gestão ágil voltados para ambientes regulados.
32
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
Os estudos poderiam contribuir para a discussão sobre redução dos níveis de bu-
rocracia e melhoria da governança na Embrapa. Outro aspecto observado no ambiente
dessa empresa, que foi estudado, é que os especialistas estão motivados para promover
mudanças na gestão de suas unidades em prol de maior agilidade e flexibilidade. Isso
contribui para que uma nova mentalidade seja desenvolvida e disseminada na organização.
O mundo digital traz uma nova forma de competição nos ecossistemas. Isso já é
muito evidente em áreas de tecnologias da informação (TIs), e esse movimento pode
estar acontecendo com as demais tecnologias voltadas para o agronegócio, especialmente
33
Brasília, março de 2021
nesse contexto da digitalização. Isso significa que não é impossível, dado os mecanismos
de desenvolvimentos virtuais, entre outros fatores, que a Embrapa enfrente competição
com outras organizações, como redes de pesquisas privadas e startups.
34
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
FIGURA 2
Trajetória de evolução gerencial da Embrapa e possível cenário futuro
1993 a 2001 2002 a 2011 A partir de 2012 ? 2020...
Carteira de projetos gerenciada Carteira de projetos gerenciada Carteira de projetos gerenciada - Visão e estratégias flexíveis para
pelo Sistema Embrapa de por macroprogramascom ênfase por macroprogramas e portfólios longo prazo
Planejamento, com ênfase em em projetos com diferentes específicos com tecnologias - Programas e portfólios adaptáveis
projetos agregados por níveis e complexidades. emergentes e engenharia de - Projetos com resultados rápidos para
produtos ou grandes temas. sistemas complexos. a sociedade
- Acompanhamento contínuo de agentes
internos e externos
- Liderança ágil
35
Brasília, março de 2021
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
36
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
REFERÊNCIAS
ADNER, R. Match your innovation strategy to your innovation ecosystem. Harvard Business
Review, v. 84, n. 4, p. 98-107, 2006.
ALANGE, S.; JACOBSSON, S.; JARNEHAMMAR, A. Some aspects of an analytical framework
for studying the diffusion of organizational innovations. Technology Analysis & Strategic
Management, v. 10, n. 1, p. 3-20, 1998.
ALVES, E. A neutralidade da tecnologia. Revista de Política Agrícola, ano 10, n. 4, p. 38-52,
out./dez. 2001.
______. Embrapa: um caso bem-sucedido de inovação institucional. Revista de Política Agrí-
cola, ano 19, edição especial, p. 65-73, 2010.
______. Embrapa: institutional building and technological innovation required for cerrado
agriculture. In: HOSONO, A.; DA ROCHA, C. M. C.; HONGO, Y. (Orgs). Development
for sustainable agriculture: the Brazilian cerrado. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2015.
ALVES, E.; SOUZA, G. A pesquisa agrícola numa agricultura integrada ao mercado interna-
cional: o caso da Embrapa e do Cerrado. Revista de Política Agrícola, ano 16, n. 2, p. 56-67,
abr./jun. 2007.
ALVES, E.; SILVA E SOUZA, G.; ROCHA, D. Lucratividade da agricultura. Revista de Po-
lítica Agrícola, ano 21, n. 2, p. 45-63, abr./jun. 2012.
ALVES, E. et al. Os três problemas da agricultura e suas soluções. Revista de Política Agrícola.
ano 28, n. 3, p. 5-8, jul./set. 2019.
AMARAL, D. et al. Gerenciamento ágil de projetos: aplicação em produtos inovadores. São
Paulo: Saraiva. 2011.
ARGYROPOULOU, M.; SODERQUIST, K. E.; IOANNOU, G. Getting out of the European
paradox trap: making european research agile and challenge driven. European Management
Journal, v. 37, n. 1, p. 1-5, Feb. 2019.
37
Brasília, março de 2021
AYELE, S. et al. Enhancing innovation in livestock value chains through networks: lessons from
fodder innovation case studies in developing countries. Science Public Policy, v. 39, n. 3, p.
333-346, June 2012.
BACKLANDER, G. Doing complexity leadership theory: how agile coaches at Spotify practise
enabling leadership. Creativity and Innovation Management, v. 28, n. 1. p. 42-60, Jan. 2019.
BATTISTELLA C. et al. Cultivating business model agility through focused capabilities: a
multiple case study. Journal of Business Research, v. 73, p. 65-82, Apr. 2017.
BECK, K. et al. Manifesto for agile software development. 2001. Disponível em: <https://
is.gd/G5Pdqf>. Acesso em: 10 fev. 2020.
BENASSI, J. L.; AMARAL, D. C.; FERREIRA, L. D. Towards a conceptual framework for
product vision. International Journal of Operations and Production Management, v. 36,
n. 2, p. 200-219, 2016.
BIRKINSHAW, J.; HAMEL, G.; MOL, M. J. Management innovation. Academy of Manage-
ment Review, v. 33, n. 4, p. 825-845, 2008.
BOEHM, B.; TURNER, R. Balancing agility and discipline: a guide for the perplexed. Bos-
ton: Addison-Wesley, 2004.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Agrofoco, ano 2, set. 2020.
Disponível em: <https://tinyurl.com/y6dlxb98>. Acesso em: 18 set. 2020.
BRESCHI, S.; MALERBA, F. Sectoral innovation systems. In: EDQUIST, C. (Ed.). Systems
of innovation: technologies, institutions and organisations. London: Pinter, 1997.
CAISAN – CÂMARA INTERMINISTERIAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRI-
CIONAL. Estratégia intersetorial para a redução de perdas e desperdício de alimentos no
Brasil. Brasília: Caisan, 2018. Disponível em: <https://tinyurl.com/y5qv9s7q>. Acesso em: 10
set. 2020.
CAMPBELL, B. M.; SAYER, J. Integrated natural resource management: linking productivity,
the environment and development. Wallingford: Cabi, 2003.
CARAYANNIS, E. G.; CAMPBELL, D. F. J. ‘Mode 3’ and ‘quadruple helix’: toward a 21st
century fractal innovation ecosystem. International Journal of Technology Management, v.
46, n. 3-4, p. 201-234, 2009.
CARLOS, R.; AMARAL, D. C.; CAETANO, M. Framework for continuous agile technology
roadmap updating. Innovation & Management Review, v. 15, n. 3, p. 321-336, 2018.
CARLSSON, B.; JACOBSSON, S. Diversity creation and technological systems: a technology
policy perspective. In: EDQUIST, C. (Ed.). Systems of innovation: technologies, institutions
and organisations. London: Pinter, 1997.
38
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
39
Brasília, março de 2021
40
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
FAGERBERG, J.; LUNDVALL, B.-A.; SRHOLEC, M. Global value chains, national innova-
tion systems and economic development. The European Journal of Development Research,
v. 30, p. 533-556, 2018.
FECHER, F. et al. Innovation labs from a participants’ perspective. Journal of Business Re-
search. v. 110, p. 567-576, Mar. 2020.
FITZGERALD, B. et al. Scaling agile methods to regulated environments: an industry case
study. In: PROCEEDINGS OF INTERNATIONAL CONFERENCE ON SOFTWARE EN-
GINEERING, 35., San Francisco, California. Anais… IEEE Publications, 2013. p. 863-872.
FLORICEL, S.; PIPERCA, S.; TEE, R. Strategies for managing the structural and dynamic
consequences of project complexity. Complexity, 13 May 2018.
FREEMAN, C. The national system of innovation in historical perspective. Cambridge Journal
of Economics, v. 19, n. 1, p. 5-24, 1995.
GASQUES, J. G. Sources of growth in Brazilian agriculture: total factor productivity. Euro-
Choices, v. 16, n. 1, p. 24-25, Apr. 2017.
GAWER, A.; CUSUMANO, M. A. How companies become platform leaders. MIT Sloan
Management Review, v. 49, n. 2, 2008.
GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. Atlas: São Paulo, 1999.
GOLDMAN, S. L.; NAGEL, R. N.; PREISS, K. Agile competitors and virtual organizations:
strategies for enriching the customer. New York: Van Nostrand Reinhold, 1995.
GOMES, L. A. V. et al. Unpacking the innovation ecosystem construct: evolution, gaps and
trends. Technological Forecasting & Social Change, v. 136, p. 30-48, Nov. 2018.
GRANSTRAND, O.; HOLGERSSON, M. Innovation ecosystems: a conceptual review and
a new definition. Technovation, v. 90-91, p. 1-12, 2020.
GROENEWEGEN, J.; STEEN, M. The evolution of national innovation systems. Journal of
Economic Issues, v. 40, n. 2, p. 277-285, 2006.
GUILLÉN, M. F. Models of management: work, authority, and organization in a comparative
perspective. Chicago: University of Chicago Press, 1994.
GUNASEKARAN, A. Agile manufacturing: a framework for research and development. Inter-
national Journal of Production Economics, v. 62, n. 1-2, p. 87-105, May 1999.
HIGHSMITH, J. Agile project management: creating innovative products. Boston: Addison-
-Wesley, 2004.
HOFFECKER, E. Understanding innovation ecosystems: a framework for joint analysis and
action. Cambridge: MIT D-Lab, 2019.
41
Brasília, março de 2021
IANSITI, M.; LEVIEN, R. Strategy as ecology. Harvard Business Review, v. 82, n. 3, p. 68-
78, Mar. 2004.
IANSITI, M.; EUCHNER, J. Competing in ecosystems. Research-Technology Management,
v. 61, n. 2, p. 10-16, 2018.
JING, Z.; XIONG-JIAN, L. Business ecosystem strategies of mobile network operators in the
3G era: the case of China mobile. Telecommunications Policy, v. 35, n. 2, p. 156-171, 2011.
KATZY, B. R.; CROWSTON, K. Competency rallying for technical innovation: the case of
the virtuelle fabrik. Technovation, v. 28, n. 10, p. 679-692, Oct. 2008.
KLERKX, L.; ARTS, N.; LEEUWIS, C. Adaptive management in agricultural innovation
systems: the interactions between innovation networks and their environment. Agricultural
Systems, v. 103, n. 6, p. 390-400, July 2010.
KLERKX, L.; MIERLO, B. V.; LEEUWIS, C. Evolution of systems approaches to agricultural
innovation: concepts, analysis and interventions. In: DANHEFER, I.; GIBBON, D.; DEDIEU,
B. (Eds.). Farming systems research into the 21st century: the new dynamic. Amsterdam:
Springer, 2012. p. 457-483.
KRAMER, H. The philosophical foundations of management rediscovered. Management
International Review, v. 15, n. 2-3, p. 47-55, 1975.
KRSTIC, M.; SKORUP, A.; LAPCEVIC, G. Trends in agile innovation management. Inter-
national Review, v. 3-4, p. 58-70, 2018.
KUIVALAINEN, J.; KUNTTU, I.; KOHTAMAKI, M. Agile product development practices for
coping with a learning paradox in R&D offshore units. Technology Innovation Management
Review, v. 10, n. 3, p. 69-77, Mar. 2020.
LEMINEN, S. Living labs as open innovation networks: networks, roles and innovation
outcomes. Helsinki: Aalto University, 2015.
LEWIS, M. W. Exploring paradox: toward a more comprehensive guide. The Academy of
Management Review, v. 25, n. 4, p. 760-776, 2000.
LUNDVALL, B.-A. et al. National systems of production, innovation and competence building.
Research Policy, v. 31, n. 2, p. 213-231, 2002.
––––––. National innovation systems: analytical concept and development tool. Journal In-
dustry and Innovation, v. 14, n. 1, p. 95-119, 2007.
MASKELL, P.; MALMBERG, A. Localised learning and industrial competitiveness. Cambridge
Journal of Economics. v. 23, n. 2, p. 167-186, 1999.
MERGEL, I.; GONG, Y.; BERTOT, J. Agile government: systematic literature review and future
research. Government Information Quarterly, v. 35, n. 2, 291-298, Apr. 2018.
42
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
MOORE, J. F. Predators and prey: a new ecology of competition. Harvard Business Review,
v. 71, n. 3, p. 75-86, 1993.
NAGEL, R.; DOVE, R. 21st century manufacturing: enterprise strategy. Bethlehem: Iacocca
Institute/Lehigh University, 1991.
NAMBISAN, S.; BARON, R. A. Entrepreneurship in innovation ecosystems: Entrepreneurs’
self-regulatory processes and their implications for new venture success. Enterprise Theory
Pract, v. 37, n. 5, p. 1071-1097, 2013.
NASCIMENTO, P. A trajetória da cooperação científica internacional da Embrapa: do
emparelhamento tecnológico (catching-up) com a revolução verde à liderança tecnológica na
agricultura tropical. 2016. 164f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Instituto de Economia, Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desen-
volvimento, Rio de Janeiro, 2016.
NELSON, R. As fontes do crescimento econômico. Campinas: Editora da Unicamp, 2006.
OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO ECO-
NÔMICO; FAO – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO
E A AGRICULTURA. OECD-FAO Agricultural Outlook 2018-2027. Roma: OECD Pub-
lishing; Paris: FAO, 2018. Disponível em <https://doi.org/10.1787/agr_outlook-2018-en>.
Acesso em: 6 jul. 2020.
OECD – ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMEN.
Achieving public sector agility at times of fiscal consolidation: OECD public governance
reviews. Paris: OECD Publishing, 2015.
OJHA, H. R.; HALL, A. Adaptive collaborative approaches in natural resource governance:
rethinking participation, learning and innovation. Chicago: Routledge, 2013.
ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável. Nova York: ONU, 2015. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/pos2015/>.
Acesso em: 10 jul. 2020.
PAASIVAARA, M. et al. Integrating global sites into the lean and agile transformation at Erics-
son. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON GLOBAL SOFTWARE ENGINEERING,
8., 2013, Bari, Italy. Annals… Bari: IEEE, 2013.
––––––. Large-scale agile transformation at Ericsson: a case study. Empirical Software Engi-
neering, v. 23, n. 3, p. 2550-2596, Oct. 2018.
PARENTE, R. et al. Public sector organizations and agricultural catch-up dilemma in emerg-
ing markets: the orchestrating role of Embrapa in Brazil. Journal of International Business
Studies, 21 Apr. 2020.
43
Brasília, março de 2021
44
Texto para
Discussão
Ecossistema Ágil de Inovação no Setor Agropecuário Brasileiro
2 6 3 5
SILVA, S. S. et al. Analysis of the process of technology transfer in public research institutions: the
Embrapa agrobiology case. Innovation & Management Review, v. 16, n. 4, p. 375-390, 2019.
SULL, D. Competing through organizational agility. McKinsey Quartely, 1st Dec. 2009.
Disponível em: <https://tinyurl.com/yy5gvnss>. Acesso em: 20 fev. 2020.
SUTHERLAND, J.; SCHWABER, K. The Scrum Guide. 2017. p. 1-37. Disponível em:
<https://tinyurl.com/y9q2h23k>. Acesso em: 30 maio 2020.
SWEETMAN, R.; CONBOY, K. Portfolios of agile projects: a complex adaptive systems’ agent
perspective. Project Management Journal, v. 49, n. 6, p. 18-38, 2018.
TEECE, D. J. Explicating dynamic capabilities: the nature and microfoundations of (sustainable)
enterprise performance. Strategic Management Journal, v. 28, n. 13, p. 1319-1350, 2007.
TEECE, D. J.; PETERAF, M.; LEIH, S. Dynamic capabilities and organizational agility: risk,
uncertainty, and strategy in the innovation economy. California Management Review, v. 58,
n. 4, p. 13-35, 2016.
UN – UNITED NATIONS. World population projected to reach 9.8 billion in 2050, and
11.2 billion in 2100. New York: UN, 2017. Disponível em: <https://tinyurl.com/y6cftbtu>.
Acesso em: 15 set. 2020.
VIDMAR, M. Agile space living lab: the emergence of a new high-tech innovation paradigm.
Space Policy. v. 9, n. 101324, Aug. 2019.
VIEIRA FILHO, J. E. R. Coronavírus e os impactos no setor agropecuário brasileiro. Revista
de Política Agrícola, v. 29, n. 2, p. 3-7, abr./maio/ jun. 2020.
VIEIRA FILHO, J. E. R.; FISHLOW, A. Agricultura e indústria no Brasil: inovação e com-
petitividade. Brasília: Ipea, 2017.
VIEIRA FILHO, J. E. R.; SILVEIRA, J. M. F. J. Modelo evolucionário de aprendizado agrícola.
Revista Brasileira de Inovação, v. 10, n. 2, p. 265-300, 2011.
VIEIRA FILHO, J. E. R.; GASQUES, J. G.; RONSOM, S. Inovação e expansão agropecuária
brasileira. In: VIEIRA FILHO, J. E. R.; GASQUES, J. G. (Orgs.). Uma jornada pelos con-
trastes do Brasil: 100 anos de Censo Agropecuário. Brasília: Ipea, 2020. cap. 8.
VISHNEVSKIY, K.; KARASEV, O.; MEISSNER, D. Integrated roadmaps and corporate
foresight as tools of innovation management: the case of Russian companies. Technological
Forecasting and Social Change, v. 90, part B, p. 433-443, Jan. 2015.
WEIBLEN, T.; CHESBROUGH, H. W. Engaging with startups to enhance corporate innova-
tion. California Management Review, v. 57, n. 2, p. 66-90, 2015.
WIGBOLDUS, S. et al. Systemic perspectives on scaling agricultural innovations: a review.
Agronomy for Sustainable Development, v. 36, n. 3, p. 1-20, Sept. 2016.
45
Brasília, março de 2021
WILSON, K.; DOZ, Y. Agile innovation: a footprint balancing distance and immersion. Cali-
fornia Management Review, v. 53, n. 2, p. 6-26, 2011.
ZAHRA, S. A.; NAMBISAN, S. Entrepreneurship and strategic thinking in business ecosystems.
Business Horizons, v. 55, n. 3, p. 219-229, 2012.
ZARO, M. Desperdício de alimentos: velhos hábitos, novos desafios. 2. ed. Caxias do Sul:
Educs, 2018.
46
Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
EDITORIAL
Chefe do Editorial
Reginaldo da Silva Domingos
Assistentes da Chefia
Rafael Augusto Ferreira Cardoso
Samuel Elias de Souza
Supervisão
Camilla de Miranda Mariath Gomes
Everson da Silva Moura
Editoração
Aeromilson Trajano de Mesquita
Anderson Silva Reis
Cristiano Ferreira de Araújo
Danilo Leite de Macedo Tavares
Jeovah Herculano Szervinsk Junior
Leonardo Hideki Higa
Capa
Danielle de Oliveira Ayres
Flaviane Dias de Sant’ana
Projeto Gráfico
Renato Rodrigues Bueno
Livraria Ipea
SBS – Quadra 1 − Bloco J − Ed. BNDES, Térreo
70076-900 − Brasília – DF
Tel.: (61) 2026-5336
Correio eletrônico: livraria@ipea.gov.br
Composto em adobe garamond pro 12/16 (texto)
Frutiger 67 bold condensed (títulos, gráficos e tabelas)
Brasília-DF
Missão do Ipea
Aprimorar as políticas públicas essenciais ao desenvolvimento brasileiro
por meio da produção e disseminação de conhecimentos e da assessoria
ao Estado nas suas decisões estratégicas.