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CANDIDATA: ​JACINEIDE LEMOS SOARES

MARICÁ - DO ASSENTAMENTO POR SESMARIAS AO MINHA CASA,


MINHA VIDA: A DESCONSTRUÇÃO DO MITO DE NEUTRALIDADE DO
ESTADO

Rio de Janeiro
Julho de 2018
1. INTRODUÇÃO

Este projeto insere-se na Linha de Pesquisa: Estado, políticas públicas nacionais


e internacionais em Direitos Humanos, do Programa de Pós Graduação em Direitos
Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro pelo Núcleo de Estudos de
Políticas Públicas em Direitos Humanos - NEPP-DH, e incidirá sobre uma investigação
analítica do processo de desenvolvimento socioeconômico do Município de Maricá, sob
a perspectiva da sociedade negra.

Orienta-se esta pesquisa para a experiência do cidadão negro no município de


Maricá, principalmente, mas não exclusivamente, no conjunto Residencial Carlos
Marighella do programa governamental, Minha casa, minha vida de Itaipuaçu, afeita por
melhor percepção dos desafios de sua inserção no ambiente hereditária e
majoritariamente branco, reconfigurando o município que, de acordo com o último
Censo 2010, obteve taxa de crescimento populacional anual de 5.21% , no mesmo
período em que no Brasil a taxa era de 1.17%, partindo de uma análise crítica das ações
de inclusão do Estado e do reflexo de tais ações sobre a estruturação social da
população local generalizada.

Somado o fato de que a autora deste ensaio está inserida na afro-sociedade


maricaense, vivenciando a contrariedade da afrocentricidade na região, ávida por
melhor compreensão dos assombros que rodeiam esta parcela da sociedade, a relevância
desta pesquisa toma corpo no momento em que pretende lançar luz sobre o
posicionamento do Estado, no âmbito da invisibilidade de sua afro-sociedade, refletindo
de modo conciso sobre a conduta política, jurídica e social, tanto quanto ao que faz-se
efetivamente necessário para uma convivência pacífica e positivista, compreendendo
que mudanças não ocorrem somente pela incorporação de novos paradigmas
comportamentais, mas é necessário, sobretudo, investigar suas motivações.

Afinal, como afirma o intelectual afrocentrado Achille Mbembe (1994),


"podemos aprender com o passado, mas conceitos morais, como dever e
responsabilidade decorrem diretamente do nosso entendimento de futuro. O tempo do
futuro é o da esperança. O presente é o tempo do dever".
2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Reconhecer e refletir sobre os fatores que contribuem para a dicotomização da


sociedade em raças.

2.2 Específicos

● Investigar e analisar instrumentos que tratam do desenvolvimento populacional


negro na região.
● Pesquisar e apontar os princípios sociais que permeiam o ambiente racial.
● Refletir de modo crítico sobre as políticas de desenvolvimento socioeconômico
do município.
● Entrevistar cidadãos negros e não-negros, analisando como a afro-sociedade se
vê e é vista no contexto político, social e ambiental.

3. QUADRO TEÓRICO

Em 25 de março de 2018, os moradores do conjunto Residencial Carlos Marighella,


do programa governamental Minha casa, minha vida, localizado em Itaipuaçu, distrito
de Maricá, zona rural do estado do Rio de Janeiro, despertaram ao som dos tiros que
executaram 5 jovens negros, sem qualquer passagem policial, no espaço de lazer do
mesmo condomínio, ao lado da quadra de esportes onde, ao menos duas das vítimas,
ministravam aulas de dança para crianças, gratuitamente.

O assunto que ganhou repercussão nacional, poderia ser a pauta jornalística a


respeito de qualquer favela da cidade do Rio de Janeiro e não seria surpresa,
infelizmente, dado a conhecida rotina vivida nesses locais, mas estamos relatando um
fato ocorrido no município de Maricá, cerca de 60km da capital, cidade que tem origem
a partir da doação de terras feita pela corte portuguesa aos colonizadores1, baseada na

1
"​A colônia Maricá começou a ser povoada no início do século XVI, por causa da necessidade da
Coroa Portuguesa em defender o litoral de ataques dos corsários franceses. Entre 1574 e 1830 as
terras são doadas aos colonizadores portugueses, divididas em sesmarias". (Prefeitura de Maricá
- ORG)
Lei de Sesmarias2, com atual população estimada em 153.008 pessoas, segundo o IBGE
2017, acostumado a frequentar colunas de economia por ser recordista em arrecadação
dos Royalties do petróleo e equilíbrio nas contas públicas.

Deste modo, a chacina não só surpreendeu mas, causou grande comoção com
destaque internacional e levantou uma discussão, entre os moradores do distrito, sobre o
avanço populacional negro por via de ações governamentais pós coloniais, ator do
avanço da pobreza em um ambiente antes arraigado em sua branquitude privilegiada por
igual e jamais questionada, ação governamental de distribuição de terras, sendo
coloniais. Embora os beneficiários do programa governamental pós colonial, não sejam
considerados herdeiros. Visto que, tratando-se do Estado do Rio de Janeiro, muitos
beneficiários do programa foram, remanejados em atendimento às necessidades
urbanísticas do Estado, onde ​"​o reassentamento nem sempre 'assenta' a brutalidade e a
exploração que caracterizam muitas remoções", como constata a pesquisadora Melissa
Fernández (2015)3. Além disso, afirma a socióloga, ​"o modo como as políticas de
habitação são elaboradas, consciente ou inconscientemente, reproduz exclusão
social"(FERNÁNDEZ, 2015).

Entrementes, seria excessivo dizer que a chacina ocorrida no "Minha casa,


minha vida" de Itaipuaçu, tenha a mesma configuração de tantas outras noticiadas no
Estado do Rio de Janeiro: corpos negros, jovens e masculinos, embora tenha acontecido
em um ambiente não periférico?

Afinal, o que há de comum entre as favelas do município do Rio de Janeiro e o


condomínio Residencial Carlos Marighella, em Maricá, além de sua negra formação?
E ainda, se o município de Maricá, possui um índice populacional negro, inferior
a 30% e está longe da rotina de violência comum às regiões onde a mão do Estado atua
massivamente, por quê o cidadão negro de Maricá, representa 60.61% (IBGE, 2013)4
das vítimas de assassinatos registrados no município?
Segundo Waisefisk (2015), a resposta para tais questões está no racismo
estrutural, onde

2
​Lei de Sesmarias, 28 maio 1375 - Coimbra: Aplicada no Brasil colonial a partir de 1530.
3
​Constatação da Pesquisadora: Trabalho apresentado em conferência no Brazil Institute do
King's College de Londres
4
Último registro de pesquisa do IBGE in Deepask, disposto na Bibliografia.
“A cor das vítimas: Nos diversos Mapas da Violência em que
abordamos a questão da incidência da raça/cor na violência letal,
para o conjunto da população, concluímos que:
a. Com poucas exceções geográficas, a população negra é vítima
prioritária da violência homicida no País.
b. As taxas de homicídio da população branca tendem,
historicamente, a cair, enquanto aumentam as taxas de
mortalidade entre os negros.
c. Por esse motivo, nos últimos anos, o índice de vitimização da
população negra cresceu de forma drástica.” (WAISELFISZ,
2015)

Contudo, nos cabe lembrar, que a exatos 2 anos, em fevereiro de 2016, o


Conjunto Residencial Carlos Marighella, local da chacina mencionada acima, então
inaugurado a pelo menos 8 meses, sofria com uma enchente que deixou cerca de 2,5 mil
pessoas desalojadas e 360 desabrigadas5. Tais registros parecem reforçar a condição de
vulnerabilidade dos moradores desta localidade.
Em tese, Loic Wacquant (2007), entende que o Estado direciona sua atenção à
gestão da pobreza, como forma punitiva e tal pensamento nos abre outra questão:
Diante de um Estado de democracia racial, ainda que teoricamente, como
explica a condição de vulnerabilidade que acompanha a sociedade afro-brasileira, onde
quer que se faça presente, configurando, sob muitos aspectos, o genocídio, por sua
definição ​(JusBrasil, 2009) de "​crime contra a humanidade consistente em matar
membros de um grupo nacional, étnico, religioso ou pertencente a determinada raça,
com o fim de destruição total ou parcial desse grupo"?

Esclarecendo que este projeto não intenta tratar o mito de democracia racial e
reconhece as muitas obras já realizadas, sobre o que Jessé de Souza define como um
projeto ambicioso em que o

“... desenvolvimento de uma civilização superior em uma terra


de mestiços era uma contradição em termos, dado que as
funções superiores intelectuais e morais que permitem a
‘civilização’ eram atributo da raça branca.” (SOUZA, 1997, p.
31)

5
"​Para reforçar a segurança, uma equipe de policiais da Unidade de Policiamento Ambiental
(UPAm) foi encaminhada para realizar um patrulhamento com barcos e botes. De acordo com a
Defesa Civil, cerca de 2,5 mil pessoas estão desalojadas e outras 360 estão desabrigadas em todo
o município". Pamela Souza - Jornal O Fluminense (Disponível na Bibliografia)
Mas considera a afirmativa do intelectual afrocentrado Achille Mbembe:

"Que a “raça” (ou, na verdade, o “racismo”) tenha um lugar


proeminente na racionalidade própria do biopoder é inteiramente
justificável. Afinal de contas, mais do que o pensamento de
classe (a ideologia que define história como uma luta econômica
de classes), a raça foi a sombra sempre presente sobre o
pensamento e a prática das políticas do Ocidente…"
(MBEMBE, 2016, p.128)

Isto por conceber que,

"O racismo é uma ideologia. A ideologia só pode ser


reproduzida se as próprias vítimas aceitam, a introjetam,
naturalizam essa ideologia. Além das próprias vítimas, outros
cidadãos também, que discriminam e acham que são superiores
aos outros, que têm direito de ocupar os melhores lugares na
sociedade. Se não reunir essas duas condições, o racismo não
pode ser reproduzido como ideologia, ​mas toda educação que
nós recebemos é para poder reproduzi-la." ​(MUNANGA,
2015)

Aliás, para Foucault,

“…a raça, o racismo, é a condição de aceitabilidade de se tirar a


vida numa sociedade de normalização. Quando vocês têm uma
sociedade de normalização, quando vocês têm um poder que é,
ao menos em toda a sua superfície e em primeira instância, em
primeira linha, um biopoder, pois bem, o racismo é
indispensável como condição para poder tirar a vida de alguém,
para poder tirar a vida dos outros. A função assassina do Estado
só pode ser assegurada, desde que o Estado funcione no modo
do biopoder, pelo racismo”. (FOUCAULT, 2010, p. 215).

Sendo assim, entender como a mão do Estado atua e se atua, direta ou


indiretamente, de modo a controlar o avanço da desigualdade sociorracial,
principalmente, diante de questionamentos levantados acerca do que é direito
conquistado, benefícios ou punição, é parte do que move este trabalho.

Pois a premissa desta pesquisa é averiguar, de forma empírica, dialética e


reflexiva, não as mortes recorrentes no viés da afrocentricidade, inúmeras vezes
contabilizadas e propagadas com certa banalidade midiática, mas sim, a trajetória dos
corpos negros antes da fatalidade, a forma como o afro-brasileiro vê-se inserido no
contexto social, político e econômico, bem como, a parcela eurocentrada da sociedade
lida com a ocupação dos espaços por esse indivíduo e recebe sua ascensão social, mas,
principalmente, investigar, analisar e compreender qual a participação do Estado em
cada uma dessas etapas.

Tomando como base, uma vez mais, o raciocínio de Loïc Wacquant (2014),
quanto ao Estado desempenhar "um papel central na produção e na distribuição, tanto
social quanto espacial, da marginalidade urbana", segue-se a trilha dos intelectuais que
refletem sobre as ações do Estado, no âmbito da sociedade negra, no país que mais
recebeu escravos e que por mais tempo escravizou, pois, em "termos de extensão
cronológica, seja com relação ao volume absoluto de importações, nenhuma outra
região americana esteve tão ligada a África como o Brasil", tal como afirma o
historiador Florentino (1997, p.7), visando o processo de adequação social do humano
negro, nos moldes em que esclarece o professor do departamento de história da UFRJ,
Amilcar Araújo Pereira (2018):

“As estratégias racistas para perpetuação dos privilégios para a


população branca no Brasil não são uma herança permanente da
escravidão. O que há, são diversas formas de atualização desses
processos discriminatórios que vão resultar nas desigualdades
raciais com as quais convivemos hoje”. (PEREIRA, 2018)

Principalmente, se admitirmos que,

Além dos órgãos de poder – o governo, as leis, o capital, as


forças armadas, a política – as classes dominantes brancas têm à
sua disposição poderosos implementos de controle social e
cultural: o sistema educativo, as várias formas de comunicação
de massa – a imprensa, o rádio, a televisão – a produção
literária. Todos esses instrumentos estão a serviço dos interesses
das classes no poder e são usados para destruir o negro como
pessoa e como criador e condutor de uma cultura própria.
(NASCIMENTO, 1978, p. 142)

E mais, ao debruçar sobre os movimentos do Estado em direção a sua


afro-sociedade, o intelectual afrocentrado Abdias do Nascimento, desperta para o
embranquecimento cultural como uma estratégia do genocídio e neste ponto, encontra a
tese da intelectual afrocentrada, Sueli Carneiro, que também percebe as muitas formas
de matar e compreende que o indivíduo negro, embranquecido, é esvaziado de sua
história e sistematicamente incapacitado de produzir saberes, expondo-se à condição de
vulnerabilidade vital, tamanha a falta de reconhecimento identitário e, por
consequência, autoestima, fundamentais para o desenvolvimento humano6, ocasionando
uma morte contínua: o Epistemicídio.

"Sendo, pois, um processo persistente de produção da


inferioridade intelectual ou da negação da possibilidade de
realizar as capacidades intelectuais, o epistemicídio nas suas
vinculações com as racialidades realiza, sobre seres humanos
instituídos como diferentes e inferiores constitui, uma tecnologia
que integra o dispositivo de racialidade/biopoder, e que tem por
característica específica compartilhar características tanto do
dispositivo quanto do biopoder, a saber, disciplinar/ normalizar e
matar ou anular. É um elo de ligação que não mais se destina ao
corpo individual e coletivo, mas ao controle de mentes e
corações". (CARNEIRO, 2005. p.96)

Instigando-nos a buscar o que de fato promove e sustenta as desigualdades na


aplicabilidade do controle social do Estado democrático, promovendo a dicotomização
da sociedade, não em classes, mas em raças, como mostram as inúmeras estatísticas
sobre pobreza, violência, encarceramento e morte, amplamente divulgadas, visto que "a
análise de qualquer indicador social no Brasil aponta para a persistência da dicotomia
entre o mundo branco e o não-branco. Pretos, pardos, mulatos, mestiços em geral,
formam um grupo homogêneo em termos de condições desfavoráveis de
vida"(​CARNEIRO​, 2009), ​evidenciando a fragilidade da democracia racial brasileira​,
que reflete, sob muitos aspectos, o comportamento colonialista.

Para o afrocentrado Frantz Fanon, a estrutura sócio-colonial foi introjetada na


subjetividade social e a mudança efetiva, só seria possível através de uma ruptura de
paradigmas nas estruturas da sociedade, pois, "se os brancos odeiam os pretos [...] é
porque a estrutura é racista."(FANON, 2008, p.86)

6
​Desenvolvimento humano é o processo de ampliação das liberdades das pessoas, com relação
às suas capacidades e as oportunidades a seu dispor, para que elas possam escolher a vida que
desejam ter. O processo de expansão das liberdades inclui as dinâmicas sociais, econômicas,
políticas e ambientais necessárias para garantir uma variedade de oportunidades para as
pessoas, bem como o ambiente propício para que cada uma exerça, na plenitude, seu potencial.
(AtlaBrasil Org)
Sendo que, ainda segundo Fanon,
"A Sociedade, ao contrário dos processos bioquímicos, não
escapa à influência humana. É pelo homem que a Sociedade
chega ao ser. O prognóstico está nas mãos daqueles que
quiserem sacudir as raízes contaminadas do edifício". (FANON,
2008, p. 28)

4. HIPÓTESES

Diante da problemática apresentada, levanta-se como principal, a hipótese de


que o racismo seja parte da engrenagem institucional, direcionada à preservação dos
privilégios da branquitude, que mesmo após devastar a Europa, chega como o cerne da
formação do Estado brasileiro, arraigado na Asili eurocêntrica7 e insere-se,
imediatamente, na construção deste novo Estado, agindo sobre a configuração social, de
modo a impedir avanços positivistas em seu meio.
Ante esta hipótese, poderíamos pensar que, seja por fenômeno natural ou causal,
o Ser Negro encontrar-se-á exposto em situação de perigo permanente, pois onde a
política pública se ausenta, a sociedade elitista segue dando continuidade ao processo de
sua exclusão e dessacralização.
Desta forma, trabalha-se sob a possibilidade de haver um minucioso processo de
desenraizamento da parcela negra da sociedade, que nos leva a questionar o quanto dos
fenômenos que permeiam o ambiente racial, estejam inseridos no planejamento de
poder e privilégios, com reflexo imediato na formação de uma sociedade dividida por
ações do Estado, provocando contrariedade, resistência, inimizade e avanço da
desigualdade, gerando um ciclo de morte.
A ​declaração de um morador do conjunto habitacional Minha casa, minha vida
ao interlocutor Gilson Barcelos, para o site GBNEWS, na ocasião da chacina, que por

7
​Asili – O logos de uma cultura, no âmbito do qual os seus vários aspectos concordam. É o
germe/semente de desenvolvimento de uma cultura. É a essência cultural, o núcleo ideológico, a
matriz de uma entidade cultural que deve ser identificada, a fim de fazer sentido das criações
coletivas de seus membros. (Ani, Marimba)
razões óbvias não quis se identificar, complementa as hipóteses deste projeto e
demonstra a necessidade de dar voz a esta população:

"O condomínio está abandonado. Quando a gente veio para cá, a


prefeitura falou que não ia abandonar a gente. Mas ninguém
gosta da gente aqui, falam que colocaram uma favela em
Itaipuaçu. E aí falta segurança. Não tem polícia, mas a gente
também não quer polícia que dá tapa na cara e assusta nossas
crianças"(Beneficiário anônimo, 2018)

5. METODOLOGIA

O projeto será desenvolvido em Itaipuaçu, Maricá - RJ, principalmente mas não


exclusivamente, no Conjunto Residencial Carlos Marighella, do programa Minha casa,
MInha vida. Para esta pesquisa optou-se por realizar um estudo de caso qualitativo, que
consistirá no levantamento de informações a respeito do convívio e desenvolvimento
social, frente a hereditariedade branca do distrito.

Serão observados os conflitos que permeiam o ambiente racial e a repercussão


das ações do Estado na formação conceitual dos indivíduos, a partir da importância
dessas formações para as possíveis mudanças de paradigmas.

Para tal, serão utilizadas como fonte de coletas instrumentais: entrevistas,


questionários, visitação, notas de campo, observação, histórias pessoais e pesquisas
bibliográficas.

Por pesquisa bibliográfica entende-se um apanhado sobre os principais trabalhos,


relacionados ao tema proposto.

Nesta pesquisa serão consultados autores com reconhecida contribuição no que


se refere à temática da pesquisa, tais como NASCIMENTO, CARNEIRO, MBEMBE,
ANI, FLORENTINO, WACQUANT, BORDIEU, OBENGA, AMOS, SANTOS, dentre
outros.
Utilizar entrevista e visitação como técnicas para coleta instrumental, permite
melhor observação, ao mesmo tempo em que a presença do investigador oferece mais
segurança e propicia liberdade ao investigado, enriquecendo o estudo.

Em seguida, os instrumentos coletados serão analisados e classificados para


reflexão e organização, possibilitando maior clareza na produção da última etapa desta
pesquisa que é a elaboração e defesa do texto dissertativo.

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