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É fogo
A vida de toda essa gente
Pra viver honestamente
Sol a sol a labutar
Mas ontem
Quando voltei do batente
Na favela queimava inclemente
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Meu olhar transbordou
Na esperança do fogo apagar
Meu peito calou
Sem lágrimas pra derramar
É enquanto os ratos
Invadem as casa de terno e gravata maleta na mão
Prometendo o que é de Deus pra quem não pode beber
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https://www.youtube.com/watch?v=VPIuSb7Qp_g&list=RDGMEMFDHdtbQF5jLxlUZ
MleBN_wVMVPIuSb7Qp_g&start_radio=1 )
Começo com uma letra de uma música que em todos os sentidos deve ser
entendida como uma denúncia, um clamor, as pessoas morrem todos os dias nas cidades
e o assassino é o capital, a letra da música, denuncia, a situação precária em que as pessoas
(negras, pobres, indígenas, minorias) forçadas a viver, expulsas para os morros, para as
várzeas, para os rios, para os lixões, empurradas pela especulação imobiliária, que gera a
cidade que a muito tem ceifados os destinos daqueles que tentam honestamente viver e
que a qualquer momento perdem suas casas, suas próprias vidas e de seus entes queridos
a violência, a desabamentos, enchentes (inundações) e ao fogo.
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ou seja, não houve nada, os negros (e indígenas) libertos da escravidão estavam por conta
própria em uma sociedade estruturalmente racista, e muitos desses foram para as cidades.
O mais interessando dos aspectos ligados as remoções perpassa seu caráter racial
fundamentalmente imbricado com a própria estrutura (histórica) em que as sociedades
tanto estadunidenses quanto brasileiras se formaram, as semelhanças dos processos e suas
diferenças demonstram como a escravidão foi absorvida pelo capitalismo como um motor
para sua própria estrutura e funcionamento, ligado as diferenças de gênero na sociedade,
e aos processos da própria entranha do capitalismo, formam uma sopa que transforma a
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todo momento a sociedade, gerando espaços desiguais, que afetam principalmente esses
grupos marginalizados.