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FACULDADE DE DIREITO
FACULDADE DE DIREITO
Discente Docente
Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 4
1.1. O princípio da legalidade ................................................................................................. 5
1.2. O princípio da legitimidade ............................................................................................. 5
1.2.1. Os fundamentos sociológicos da legitimidade............................................................. 6
1.2.2. Manifestações da legitimidade ..................................................................................... 6
1.2.3. A legitimidade no exercício do poder .......................................................................... 7
1.3. A legalidade e legitimidade do poder como temas da ciência política ............................ 9
1.4. A crise histórica da legalidade e legitimidade do poder ................................................ 11
1.5. Conclusão ...................................................................................................................... 13
1.6. Bibliografia .................................................................................................................... 14
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1. Introdução
O enfoque do tema legitimidade versus legalidade tem apresentado importantes
contornos, do ponto de vista do estudo da Ciência Política, com destaques para a legitimação
do exercício do poder. A legitimação vem reconhecer pluralismo insuprível das sociedades
contemporâneas, com toda sua complexidade, o que demonstra ser elemento desvinculado da
coerção e da própria legalidade. Em um Estado Democrático de Direito, a Legalidade esta
próxima da Legitimidade, isto é, não pode ser respeitada tão-somente a exigência de que a
actuação estatal seja baseada na lei em sentido formal. O instrumento de actuação do Estado
deve não só ser formal, mas também estar de acordo com os valores basilares do Estado, tais
como a dignidade da pessoa humana, a busca de uma sociedade justa, livre e igualitária, etc.
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Cumpre pois discernir no termo legalidade, aquilo que exprime inteira conformidade
com a ordem jurídica vigente. Nessa acepção ampla, o funcionamento do regime e a autoridade
investida nos governantes devem reger-se segundo as linhas-mestras traçadas pela Constituição,
cujos preceitos são a base sobre a qual assenta tanto o exercício do poder como a competência
dos órgãos estatais.
Tinha-se em vista alcançar um estado geral de confiança e certeza na ação dos titulares
do poder, evitando-se assim a dúvida, a intranquilidade, a desconfiança e a suspeição, tão
usuais onde o poder é absoluto, onde o governo se acha dotado de uma vontade pessoal
soberana ou se reputa legibus solutus e onde, enfim, as regras de convivência não foram
previamente elaboradas nem reconhecidas. Sua explicitação política se fez por via
revolucionária, quando a legalidade se converteu em matéria constitucional.
para aceitar ou negar a adequação do poder às situações da vida social que ele é chamado a
disciplinar.
A autoridade carismática, acrescenta Max Weber, a despeito de haver sido uma das
potências mais revolucionárias da História, transformadora dos sentimentos e destinos de povos
e civilizações inteiras conserva nas suas formas mais puras o carácter autoritário e imperativo.
Já a autoridade tradicional se apoia na crença de que os ordenamentos existentes e os poderes
de mando e direcção comportam a virtude da santidade.
O tipo mais puro, prossegue Max Weber, é o da autoridade patriarcal, onde o governante
é o “senhor”; o governado, o “súbdito” e o funcionário, o “servidor”. Afirma o sociólogo:
presta-se obediência à pessoa por respeito, em virtude da tradição de uma dignidade pessoal
que se reputa sagrada. Todo o comando se prende intrinsecamente à tradição, cuja violação
brutal por parte do chefe poderá eventualmente pôr em perigo seu próprio poder, cuja
legitimidade se alicerça tão-somente na crença acerca de sua santidade.
Sua concepção fundamental se resume na postulação de que qualquer direito pode ser
modificado e criado ad libitum, por elaboração voluntária, desde que essa elaboração seja
formalmente correcta.
A obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se
reconhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Demais, o
poder racional ou legal cria ademais em suas manifestações de legitimidade a noção de
competência, o poder tradicional a de privilégio e o carismático, desconhecendo esses
conceitos, dilata a legitimação até onde alcance a missão do chefe, na medida de seus atributos
carismáticos pessoais, conforme observa aquele pensador.
Haja vista o exemplo francês, muito citado, do governo de Petain, que, investido
legalmente no poder, cedo patenteou seu inteiro desacordo com os sentimentos e esperanças e
votos do povo francês. Daí resultou negar-lhe o país adesão e consentimento, bases da
legitimidade política. Já o governo francês de Gaulle no exílio, que emergira das lutas da
libertação nacional, foi em 1944, como governo provisório da República francesa, o governo
ilegal, porém legítimo do povo francês.
Via de regra, os governos que nascem das situações revolucionárias, dos golpes de
Estado, das conspirações triunfantes, são governos ilegais, mas eventualmente legítimos, se
abraçados logo pelo sentimento nacional de aprovação ao exercício do seu poder. Confirmada
a viabilidade desses governos, a legitimidade fundará então com o tempo a nova legalidade. E
esta há-se perdurar, conciliada no binómio legalidade-legitimidade, até que ulteriores comoções
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da consciência nacional tragam com a intervenção súbita de crises imprevistas e profundas para
a conservação do poder a perda do equilíbrio político dos sistemas legais e sua consequente
destruição.
Dos escritos mais antigos ainda conserva algum interesse nos dias presentes o de
autoria de Benjamin Constant sobre o espírito de conquista e usurpação e mais alguns
discursos políticos de Wilson, quando o Presidente dos Estados Unidos sustentou a doutrina
americana da legitimidade democrática.
De acordo com ele, a legalidade é um atributo jurídico que se manifesta quando todo o
sistema de uma sociedade está regido perante uma lei positiva, ou seja, toda a sociedade, sem
exceção, está seguindo um conjunto de leis vigente. É definido pelo texto também o princípio
de legitimidade.
O grande tema entre legalidade e legitimidade do poder político abrange uma literatura
jurídica diminuta. Este, de acordo com o texto, sempre reponta na consciência dos legisladores,
dos políticos e dos pensadores sociais nas horas de crise de poder.
revolucionários, segundo o conselho de Lênin, reproduzido por Schmitt, aqueles que não
souberem unir os meios ilegais de luta a todas as formas legais de tomada do poder.
Despreza-se a lei como fim e dela se serve como meio. A legitimidade do ordenamento
jurídico burguês é atacada a fundo nessa tomada de posição dos pensadores revolucionários
marxistas, que alargam cada vez mais o hiato separando a legalidade da legitimidade, cuja
ruptura tem exemplos de antecedência histórica na polêmica dos liberais com os
tradicionalistas conservadores do século XIX.
1.5.Conclusão
Durante o desenvolvimento conclui-se que a cisão legalidade e legitimidade tornou-se
patente ao pensamento europeu desde 1815, quando se fez vivo e agudo, conforme lembra
aquele jurista, o antagonismo que a França monárquica passou a testemunhar entre a
legitimidade histórica de uma dinastia restaurada e a legalidade vigente do Código
napoleônico.Na legitimidade, busca-se mais o que deveria ser e menos o que é. Existem três
formas básicas de manifestação da legitimidade: A primeira a ser comentada é a carismática.
Esta forma é caracterizada pela crença em um líder divino. Max Weber definiu autoridade
carismática como “baseada na devoção a um específico e excepcional ato de heroísmo, ou a um
carácter exemplar de impasse, o que lhe legitima a autoridade". A segunda é a autoridade
tradicional. Elas e apoia pura e simplesmente, através da existência de uma fidelidade
tradicional. O governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos e o funcionário
é o servidor. Por fim, a autoridade legal (onde qualquer direito pode ser criado e modificado
através de um estatuto sancionado corretamente), tendo a “burocracia” como sendo o tipo mais
puro desta dominação.
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1.6.Bibliografia
WEBER, Max. Ciência e Política: duas vocações. São Pulo: Cultrix, 2004
link
https://renatamtorres.jusbrasil.com.br/artigos/169553560/legalidade-de-legitimidade-do-
poder-politico