O texto de Marieta de Morais Ferreira, que trata da institucionalização
dos cursos universitários de história no Rio de Janeiro, que nos leva a uma reflexão sobre o início da formação acadêmica em história no Brasil. Isso ocorreu principalmente a partir do século XIX com as transformações sociais e políticas que levaram a necessidade de se estabelecer uma abordagem mais estruturada para o ensino da história, além da criação do IHGB (Instituição Histórico e Geográfico Brasileiro) em 1838 foi um marco, e ganhou mais destaque no século XX, quando surgiram os primeiros cursos superiores de história. O estabelecimento de cursos universitários de histórias representou uma mudança significativa, pois permitiu que a história fosse estudada de forma mais sistemática e científica. A formação dos professores de história se tornou mais especializada e rigorosa com a expansão do curso universitário, isso contribuiu para elevação do ensino. No início do século XX, ocorreu a institucionalização dos cursos superiores de história, com a criação da faculdade de filosofia da universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Isso representou uma mudança importante do ensino de história e no ambiente escolar do universitário. Com a institucionalização, houve uma maior ênfase na abordagem científica da história, com a introdução de métodos de pesquisa histórica e a incorporação de teorias acadêmicas. Isso contribuiu para uma compreensão mais rigorosa e crítica do passado. Com o tempo, a oferta de cursos de história se expandiu para outras regiões do país, não se limitando apenas ao Rio de Janeiro. Isso democratizou o acesso à educação em história, a influência de alguns intelectuais Europeus, como o Marc Bloc e Lucien Febvre trouxe avanços à pesquisa histórica. No início, a história ensinada no Brasil tinha uma tendência eurocêntrica, focando principalmente na história da Europa e negligenciando a história indígena e, africana e afro-brasileira. Essa tendência ainda persiste, apesar das mudanças no ensino de história, a tendência eurocêntrica persistiu por muitos anos. A história do Brasil era frequentemente ensinada a partir de uma perspectiva colonizadora, com um pouca atenção para a diversidade cultural e étnica do país. No final do século XX, o movimento da “Nova História” influenciou no ensino do Brasil. Essa abordagem valorizou a história cultural, social e econômica, ampliando o foco das tradicionais narrativas políticas. Nas últimas décadas, houve uma revisão curricular significativa no ensino de história, isso inclui a inclusão de temas como “História e Cultura Afro- brasileira e Africana”, que tornou-se obrigatório no ensino, representando um marco para a diversidade e combate ao racismo no ensino de história.
A formação de professores de história ainda enfrenta desafios, como a
necessidade de atualização constante e promover abordagens mais críticas e interdisciplinares, além de que o ensino de história no Brasil ainda enfrenta desafios do conhecimento histórico, especialmente em áreas remotas do país. E a preservação do patrimônio histórico do Brasil ainda é um desafio, com muitos documentos e registros históricos não sendo adequadamente conservados. Questão 2
Questão 2
A reforma educacional da década de 1970 representou uma mudança
significativa no sistema educacional brasileiro. O Colégio Pedro II é um exemplo notável desse período, pois experimentou transformações em sua estrutura curricular e métodos de ensino. Essa reforma tinha como objetivo principal adaptar o sistema de ensino às demandas da sociedade moderna e alinhar a educação com os ideais do regime militar, que estava no poder na época. O ensino de História no Brasil passou por várias fases ao longo de sua história, refletindo as mudanças políticas e sociais do país. A década de 1970 foi marcada por um período de autoritarismo, censura e controle ideológico por parte do governo militar. Isso também afetou o conteúdo e a abordagem no ensino de História. A formação de professores é fundamental para entender como a educação foi moldada nesse período. A formação de professores de História passou por mudanças significativas para se adaptar às novas demandas educacionais e políticas do regime militar.
Os Estudos Sociais surgiram como uma alternativa política no ensino de
História e Geografia no ensino de primeiro grau, que hoje é conhecido como Ensino Fundamental, durante a década de 1970. Isso aconteceu porque o Governo buscava um currículo escolar que atendesse aos seus interesses ideológicos e políticos. Os Estudos Sociais eram uma forma de combinar disciplinas sociais, como História e Geografia, em uma única disciplina, o que permitia ao governo exercer maior controle sobre o conteúdo ensinado. Isso tinha como objetivo promover uma visão de mundo alinhada com os valores do regime militar, ao mesmo tempo em que minimizava o ensino de eventos históricos e geográficos que poderiam gerar questionamentos e críticas ao regime. Os Estudos Sociais, portanto, eram uma forma de controle ideológico no sistema educacional. Com isso, Professores, estudantes e intelectuais críticos ao regime militar se opuseram a essa abordagem e continuaram a ensinar História e Geografia de maneira mais tradicional, muitas vezes com uma forma de transformar. Então, surgiu como uma resposta política a uma reforma educacional da década de 1970, representando um esforço do governo para controlar o conteúdo ensinado nas escolas e promover sua ideologia, ao mesmo tempo em que enfrentaram resistência por parte daqueles que buscavam manter uma abordagem mais crítica e tradicional no ensino de História e Geografia.