CURSO DE LETRAS LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA DE LÍNGUA PORTUGUESA
ACADÊMICO:
FLAVIO WILLIAN DE ARAUJO SILVA
Durante a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), houve significativas
mudanças na educação. O governo militar buscou controlar o ensino, promovendo a censura ideológica e restringindo a liberdade acadêmica. Houve uma ênfase na formação técnica e profissional, com a implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em 1971. A repressão afetou universidades, professores e estudantes, impactando a diversidade de pensamento nas instituições educacionais.
Além disso, houve intervenção nas estruturas universitárias, com a criação
dos Atos Institucionais e Atos Complementares, permitindo a nomeação de reitores pelo governo. Disciplinas como Filosofia e Sociologia foram removidas do currículo escolar, enquanto disciplinas de Educação Moral e Cívica foram enfatizadas para promover valores considerados adequados pelo regime. A censura também atingiu livros, filmes e materiais didáticos, visando controlar a informação e moldar a visão da história conforme a perspectiva do governo. Esse período impactou profundamente a educação no Brasil, deixando marcas que reverberam até os dias atuais, com desafios na construção de uma educação mais plural e democrática.
Durante a Ditadura Militar, houve avanços quantitativos na expansão da
educação básica, especialmente em áreas rurais, com a criação de escolas e programas voltados para essas regiões. A implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em 1971 também trouxe algumas melhorias estruturais no sistema educacional. Entretanto, esses avanços foram muitas vezes acompanhados de uma abordagem educacional instrumental, focada em atender às demandas econômicas do regime, em detrimento do desenvolvimento crítico e reflexivo. A ênfase na formação técnica e profissional poderia ser considerada positiva em termos de preparação para o mercado de trabalho, mas isso muitas vezes ocorreu à custa da pluralidade de ideias e do pensamento autônomo.
Além das mudanças curriculares e da repressão ideológica, a Ditadura Militar
promoveu uma ampliação no acesso à educação básica, especialmente nas áreas rurais. Contudo, isso ocorreu com uma ênfase em uma formação voltada para as necessidades econômicas e sociais do regime, muitas vezes negligenciando o desenvolvimento crítico e o pensamento autônomo. As instituições de ensino superior foram alvo de intervenções, com a instauração de órgãos de controle e vigilância, resultando em um ambiente acadêmico permeado pelo medo e pela autocensura. O movimento estudantil, historicamente ativo, foi reprimido, culminando no trágico episódio do Massacre de 1968, durante a passeata dos estudantes no Rio de Janeiro.
Durante a Ditadura Militar, ocorreu um processo de militarização nas escolas,
com a presença de militares na gestão educacional. O conteúdo escolar era moldado para promover valores alinhados com a ideologia do regime, enfatizando o patriotismo e a obediência. A repressão também afetou professores e estudantes que se opunham ao governo, resultando em perseguições, demissões e até mesmo prisões. A atuação dos centros acadêmicos e entidades estudantis foi limitada, contribuindo para um cenário de silenciamento e controle.
Essa fase da história educacional brasileira é um período complexo, marcado
por ambiguidades entre avanços quantitativos na educação básica e repressão nas instituições de ensino superior, revelando os desafios enfrentados pelos que buscavam resistir à imposição ideológica do regime militar.
134 - Rita - de - Cassia - P Colégio de Aplicação e A Instituição de Uma Nova Lógica de Formação de Professores Um Estudo Histórico No Colégio de Aplicação Da Universidade Do Brasil